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Prof. Rebecca Peixoto Conduta nutricional nas doenças do fígado, pâncreas e vesícula biliar PLANO DE AULA Aula/ Data Conteúdo Objetivos Aula 5. 20/03 • Conduta nutricional nas doenças hepáticas, pancreáticas e de vesícula biliar • Descrever a conduta nutricional nas diferentes enfermidades das doenças hepáticas, pancreáticas e de vesícula biliar • Capacitar o aluno a utilizar conduta nutricional adequada nas doenças hepáticas, pancreáticas e de vesícula biliar 3 Colecistite Coledocolitíase Colangite Pancreatite Inflamação das vias biliares Inflamação da vesícula biliar Cálculo no colédoco Inflamação do pâncreas DOENÇAS DA VESÍCULA BILIAR •Prevenir a contração exacerbada da vesícula biliar •Favorecer perda de peso, se houver necessidade, evitando perda de peso rápida e flutuações do peso •Limitar alimentos que causem dor ou flatulência •Fornecer vitaminas lipossolúveis, se houver necessidade Conduta Nutricional Objetivos: Dieta restrita em calorias, quando necessária Uma dieta com baixo teor de energia e com conteúdo adequado de gorduras pode manter um esvaziamento adequado da vesícula e prevenir a formação de cálculos biliares durante a perda de peso | COLELITÍASE | • Não há um tratamento dietético específico para impedir a colelitíase em indivíduos suscetíveis • Fatores de risco controláveis: dieta e rápida perda de peso Alimentações orais são descontinuadas (na crise biliar) NPT é indicada em pacientes desnutridos ou se o tempo de jejum previsto for prolongado, e se contra- indicada a via enteral Quando a alimentação for reassumida → dieta com ↓ teor de gordura (para ↓ estimulação/contrações da vesícula biliar e dor) | COLECISTITE AGUDA | •Controle de calorias •Dieta Normolipídica (recomendação: 25 a 30% do VCT) a longo prazo para promover drenagem da vesícula biliar sem dor excessiva •Adequada em CHO, com fibra solúvel •Controle ingestão de alimentos flatulentos e não tolerados | COLECISTITE CRÔNICA | 8 | COLECISTECOMIA / COLELAP| •Gorduras devem ser introduzidas gradualmente; • Devem ser evitadas quantidades excessivas de gorduras ou refeições volumosas em uma refeição •Controle do peso, porque poderá ocorrer formação de cálculos mesmo depois da colecistectomia Ingestão de gordura limitada por 1-2 meses Adaptação hepática FUNÇÕES: ENDÓCRINA (Insulina, glucagon e somatostatina) EXÓCRINA (Enzimas digestivas) PÂNCREAS PANCREATITE Processo inflamatório no pâncreas, caracterizado por edema, exudato celular e necrose CLASSIFICAÇÃOPANCREATITE AGUDA PANCREATITE CRÔNICA Objetivos: ! 1) Manter o repouso pancreático, com o jejum via oral 2) Preservar o estado nutricional (hipermetabolismo pode estar presente) Conduta Nutricional na Pancreatite Aguda Até melhorar dor abdominal e vômitos Dieta líquida hipolipídica com progressiva evolução da consistência Início da Terapia Nutricional: o mais breve possível 24 a 48 horas, após correção dos distúrbios hidroeletrolíticos e restabelecimento das funções hemodinâmicas Recomendações Nutricionais na Pancreatite Aguda (peso ideal) (peso ideal) Recomendações Nutricionais na Pancreatite Aguda 14 Ligamento de Treitz: músculo suspensor do duodeno Objetivos: ! • Prevenir a desnutrição energética-protéica e evitar perda de peso • Diminuição dos sintomas gastrointestinais • Monitoramento e/ou suplementação das vitaminas lipossolúveis e vitamina B12 • Verificar a reposição das enzimas pancreáticas para que essas favoreçam a digestão e absorção dos nutrientes • Verificar necessidade de controle alimentar para pacientes hiperglicêmicos Conduta Nutricional na Pancreatite Crônica 16 Recomendações Nutricionais na Pancreatite crônica 17 Enzimas pancreáticas 18 DOENÇAS HEPÁTICAS Lesões no parênquima hepático Alteram a estrutura morfológica e a capacidade funcional dos hepatócitos Agentes químicos, virais, farmacológicos ou outros componentes tóxicos 19 Conduta Nutricional Objetivos: • Favorecer aceitação alimentar • Suprir substratos energéticos suficientes para atender às necessidades orgânicas e favorecer ganho de peso • Prover substratos energéticos e proteicos suficientes para controlar o catabolismo proteico muscular e visceral • Garantir oferta adequada de aminoácidos para manter balanço nitrogenado e síntese de proteínas de fase aguda • Suprir o organismo com o quantitativo de AA adequado para normalização da função e regeneração hepática sem precipitar a encefalopatia 20 Avaliação Nutricional Avaliação pode ficar comprometida se houver repercussões do dano hepático sobre o metabolismo hídrico e distribuição de líquido nos compartimentos corporais intra e extracelulares Não existe método de avaliação nutricional para pcts com DHC considerado padrão de referência Deve-se utilizar métodos antropométricos, bioquímicos e clínicos, levando consideração vantagens/desvantagens de cada um 21 Métodos dietéticos Em alcoólicos ativos, o R24h muito detalhado pode ser impreciso Reduzido nível de consciência Para reduzir margem de erro, deve-se: •Centrar inquérito nos hábitos alimentares 1. Local habitual refeições (residência, bares ou restaurantes) 2. Numero de refeições diárias 3. Preparações por refeições 4. Substituição de refeições por lanches 22 Métodos clínicos Questionar início, duração e etiologia da hepatopatia, bem como presença de outras doenças crônicas (disfunção renal, pancreática, cardíaca ou diabetes) MMII, MMSS, triceps e biceps, face (temporal) e tronco (subcostal) Identificar presença atrofia muscular: Exame físico detalhado: Identificar presença perda gordura subcutânea: Examinar a face e abdome 23 Avaliar também: presença e graduação de edema, ascite e sinais de deficiência nutricional específica (dermatites por carência de Zn ou AG essenciais, pelagra por deficiência niacina, queilose e queilites por deficiência vitaminas complexo B) 24 Métodos bioquímicos Albumina, pré-albumina, transferrina, proteína carreadora de retinol, contagem de linfócitos totais Devem ser utilizados com cautela, pois podem refletir o grau de disfunção hepática e não o estado nutricional Principais alterações laboratoriais: •Elevação alanina aminotransferase (ALT) •Elevação aspartato aminotransferase (AST) •Elevação Fosfatase alcalina (FA) •Elevação Gamaglutamiltransferase (gama-GT/GGT) 25 Métodos antropométricos Medidas classicamente utilizadas: Peso, estatura, IMC, dobras cutâneas, circunferência e área muscular do braço Na presença de ascite e/ou edema periférico Preferência à mensurarão da gordura subcutânea (dobras cutâneas) e massa magra (CB e CMB) Recomenda-se mensurar peso e circunferência abdominal para acompanhamento e progressão da ascite Uso indevido de tais indicadores na retenção hídrica pode subestimar a presença e grau de desnutrição 26 Perfil Nutricional Dano hepático promove grande impacto nutricional, independente da etiologia, por causa da participação do fígado nos processos digestivos e abortivos, na metabolização e armazenamento dos nutrientes Hepatopatia compensada Hepatopatia descompensada Perda de peso em 20% dos pacientes Perda de peso em 40-65% dos pacientes Anorexia (87%) e náuseas (55%) podem estar presentes 27 | Alteração do padrão alimentar | Ingestão inadequada Má absorção/má digestão Alterações metabólicas Aumento demanda energéticaDesnutrição proteico-calórica 28 Classificação Classificação de Child-Pugh para o estado funcional de cirróticos Classificação de MELD (Model for End-Stage Liver Disease) MELD = 3,8 log (bilirrubina) + 11,2 log (INR) + 9,6 log (creatinina + 6,4 (etiologia*) * Etiologia: multiplicar por 0 se colestática ou alcoólica, e por 1 se outras. Quanto maior o MELD, maior a probabilidade de morte 29 Recomendações Nutricionais 30 Recomendações Nutricionais 31 Recomendações Nutricionais 32 AACA X AACR NA ENCEFALOPATIA HEPÁTICA Alimentos fonte de AACA 33 Retenção hídrica: Sódio - alimentos e sal de adição: 2500 mg/dia Pcts hospitalizados podem requerer restrição severa (250 a 500 mg/dia —> 0,63 a 1,3 g sal/dia) Restrição de fluidos (se Na < 125 mEq/L): 1000 mL Recomendações Nutricionais 34 Recomendações Nutricionais 35 Estratégias nutricionais para controle da Esteatose Hepática Alcoólica e Não Alcoólica Perda de peso (˜10% peso) - efetividade do tratamento - Normalização da enzimas hepáticas - Reversão no quadro de resistência à insulina - Melhora da esteatose hepática CONDUTA: Dieta hipocalórica Rica em fibras Antioxidantes Ácidos graxos insaturados 36 37 LEITURA SUGERIDA ▪ Cuppari, Lilian. Nutrição clínica no adulto. 3ªed. SP: Manole,2014 ▪ Krause, Alimentos, nutrição e dietoterapia. 13 ed, RJ: Elsevier, 2013 ▪ Filgueira, Norma Arteiro; et al. Condutas em clínica médica ▪ Teixeira Neto, Faustino. Nutrição clínica. RJ: Guanabara Koogan, 2009 ▪ Escott-Stump, S. Nutrição relacionada ao diagnóstico e tratamento. 5.ed. Barueri, SP: Manole, 2007. ▪ ROSADO E.L., et al. Dietoterapia. Uma abordagem prática. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2007. ▪ SOBOTKA L. Bases da Nutrição Clínica. 3.ed. Rio de Janeiro: Editora Rubio, 2008. ▪ TEIXEIRA NETO F. Nutrição Clínica. Rio de Janeiro: Editora Guanabara Koogan, 2003. ▪ WIDTH, MARY. MsS, manual de sobrevivência para nutrição clínica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2009. 39 Exercícios de Revisão 01. (Residência em Nutrição / SES-PE 2014) A terapia nutricional na pancreatite aguda tem como indicação suplementação de A) glutamina. B) arginina. C) ácidos graxos ômega-3. D) frutoligossacarídios – FOS. E) creatina. 40 02. (Residência em Nutrição / SES-PE 2014) Qual é o principal fator precipitante da encefalopatia hepática? A) Toxinas derivadas do intestino B) Aminoácidos aromáticos C) Hiperamonemia D) Hiperuremia E) Hiperuricemia 41 03. (Residência em Nutrição / SES-PE 2014) As hepatopatias trazem sérios comprometimentos metabólicos. O tecido hepático é o único que I. armazena glicogênio. II. oxida ácidos graxos durante o jejum noturno. III. converte amônia em ureia. IV. oxida corpos cetônicos durante o jejum. V. converte glicose em lactato. ! Quantas afirmativas estão CORRETAS? A) Todas B) Uma C) Duas D) Três E) Quatro 42 04. (Residência em Nutrição / SES-PE 2014) Analise as afirmativas abaixo sobre os objetivos da terapia nutricional em hepatopatias. I. Fornecer aminoácidos de cadeia ramificada. II. Suprir substratos energéticos suficientes para atender às necessidades orgânicas e favorecer o ganho em peso. III. Garantir o aporte de aminoácidos adequado para manter o balanço nitrogenado e a síntese proteica. IV. Favorecer a aceitação da dieta e melhorar o aproveitamento dos nutrientes. Estão CORRETAS A) I e II, apenas. B) I, II e III, apenas. C) III e IV, apenas. D) II, III e IV, apenas. E) I, II, III e IV. 43 05. (Residência em Nutrição / SES-PE 2015) Sobre a Doença Hepática Gordurosa Não Alcoólica (DHGNA), analise os itens abaixo: I. Não acomete crianças ou adultos jovens. II. É a causa mais frequente de elevação das aminotransferases séricas em pacientes ambulatoriais assintomáticos, não etilistas e sem hepatites virais. III. Está frequentemente associada à obesidade, diabetes mellitus tipo 2 e hiperlipidemia. Está(ão) CORRETO(S) A) apenas I. B) apenas II. C) apenas II e III. D) apenas I e III. E) I, II e III. 44 06. (Residência em Nutrição / SES-PE 2015) Sobre as pancreatites, que são doenças de manejo dietético difícil, analise os itens abaixo: I. Suspender alimentos e bebidas é a conduta correta em casos de pancreatite aguda grave. II. Oferecer dietas hipolipídicas é sempre necessário para pacientes com pancreatite crônica. III. Suplementar glutamina pode ser indicado em pancreatite aguda devido ao hipometabolismo. IV. Iniciar suporte nutricional enteral após jejum oral, com dieta oligomérica e a posição jejunal é sempre necessário para pacientes com pancreatite aguda grave. Está(ão) CORRETO(S) A) I, apenas. B) I e II, apenas C) I e III, apenas. D) I e IV, apenas. E) I, II, III e IV. 45 07. (Residência em Nutrição / SES-PE 2016) Sobre as recomendações nutricionais na pancreatite crônica, assinale a alternativa INCORRETA. A) Na ocorrência de hiperglicemia persistente, as recomendações para diabetes devem ser adotadas. B) Se bem tolerados, os lipídios devem representar 25% do valor calórico total. C) Na ocorrência de Índice de Massa Corpórea menor que 16 kg/ m2, oferecer 20kcal/kg apenas, aumentando gradativamente. D) Na ocorrência de esteatorreia, restringir a oferta de lipídios a 20% do valor calórico total. E) A oferta calórica deve ser de 30 a 35 kcal/kg de peso corporal/ dia. 46 08. (Residência em Nutrição / SES-PE 2016) A doença hepática aguda pode culminar com I. desequilíbrio eletrolítico e as concentrações de sódio e cálcio podem aumentar. II. hipoglicemia. III. distúrbios acidobásicos. IV. insuficiência renal devido à exposição dos glomérulos às toxinas. V. hipoamonemia Quantos itens são CORRETOS? A) Um, apenas. B) Dois, apenas. C) Três, apenas. D) Quatro, apenas. E) Todos. 47 09. (Residência em Nutrição / SES-PE 2016) Analise os itens abaixo sobre a terapia nutricional na pancreatite aguda grave. I. A terapia nutricional deve ter início 72 horas após as medidas iniciais do tratamento. II. A via enteral é indicada com fórmulas monoméricas, inicialmente, a fim de evitar a estimulação pancreática. III. O acesso enteral deve estar posicionado ao ângulo de Treitz, para não estimular a atividade exócrina do pâncreas. IV. Pode ser indicada suplementação com glutamina em casos de hipometabolismo. Quantos desses itens são VERDADEIROS? A) Todos. B) Três deles, apenas. C) Um deles, apenas. D) Dois deles, apenas. E) Nenhum. 48 10. (Residência em Nutrição / SES-PE 2017) A Encefalopatia Hepática (EH) reflete um espectro de anormalidades neuropsiquiátricas vistas em pacientes com disfunção hepática. Dentre os fatores precipitantes da EH, incluem-se todos abaixo, EXCETO um deles. Assinale-o. A) Hemorragia digestiva B) Aumento da ingestão proteica C) Diarreia D) Hipovolemia E) Alcalose metabólica 49 11. (Residência em Nutrição / SES-PE 2017) Assinale a alternativa CORRETA sobre a fisiopatologia dos cálculos de vesícula biliar. A) A bile tem dois componentes básicos: bilirrubina e colesterol. A bilirrubina é um pigmento derivado da destruição dos glóbulos vermelhos do sangue, ocorrida no baço, principalmente. B) A bilirrubina é liberada pelo fígado, pelos canais biliares; ela é muito importante para a digestão intestinal das gorduras. C) O colesterol é eliminado pelo fígado, através da bile. D) A vesícula biliar produz os sais biliares que são importantes no processo de digestão dos alimentos, especialmente das gorduras. E) Há um equilíbrio físico-químico entre as substânciasque mantêm a bilirrubina conjugada. A perda desse equilíbrio provoca precipitação de seus componentes, dando origem aos cálculos (pedras). 50 12. (Residência em Nutrição / SES-PE 2017) Analise as afirmativas abaixo sobre a fisiopatologia e dietoterapia na condição de pancreatite. I. A dor associada à pancreatite é parcialmente relacionada aos mecanismos secretórios das enzimas pancreáticas. II. A avaliação laboratorial das enzimas amilase e lipase, sendo a elevação das duas enzimas consideradas testes específicos para pancreatite, com alta sensibilidade. III. A terapia nutricional para a pancreatite crônica inclui a suplementação de vitaminas lipossolúveis e vitamina B12. IV. Em caso de pancreatite aguda, a oferta de lipídios pelo suporte nutricional parenteral deve considerar a trigliceridemia (TG), e, se TG maior que 400mg/dL, não devem ser ofertados ácidos graxos na solução de dieta. ! Estão CORRETAS, apenas, A) I, II e IV. B) II e IV. C) I e IV. D) II e III. E) I, III e IV.
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