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Apostila de Anatomia Humana Básica

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Conceitos básicos 
 
ANA|TOMIA = SEPARAÇÃO|CORTE (SEPARAÇÃO POR CORTE) 
 
1. Posição anatômica: posição de referência que dá significado aos termos direcionais utilizados 
na descrição das partes e regiões do corpo. Ocorre quando o corpo está numa posição ereta (em 
pé, posição ortostática ou bípede) com os membros superiores estendidos ao lado do tronco e as 
palmas das mãos voltadas para a frente. A cabeça e os pés também estão apontados para a frente 
e o olhar para o horizonte. 
 
2. Divisão do corpo humano: é feita em cabeça (crânio e face), pescoço, tronco (tórax, abdome, 
pelve e dorso), membros superiores (ombros, braços, antebraços e mãos) e membros inferiores 
(quadril, coxas, pernas e pés). 
 
3. Planos de delimitação do corpo humano 
a) Plano anterior/ventral (parte da frente) – plano posterior/dorsal (parte de trás); 
b) Plano superior/cranial (vista de cima) – plano inferior/podálico (vista de baixo); 
c) Plano lateral direito (parte direita) – plano lateral esquerdo (parte esquerda). 
 
 
4. Planos de secção do corpo humano (para descrições anatômicas) 
a) Mediano: plano vertical (divide o corpo em direita e esquerda); 
b) Sagital/paramediano: plano vertical (paralelo ao mediano, divide o corpo em outras metades); 
c) Coronal/frontal: plano vertical (paralelo ao mediano, divide o corpo em anterior/ventral e 
posterior/dorsal); 
d) Horizontal/transversal – plano que passa em ângulo reto com o plano coronal e mediano (divide 
o corpo em parte superior e parte inferior). 
 
 
 
5. Termos de relação e posição 
5.1. Relação: 
a) Medial e lateral (intermédio, caso esteja entre medial e lateral): 
Medial – indica que uma estrutura está mais próxima ao plano mediano do que a outra estrutura; 
Lateral – indica que uma estrutura está mais afastada do plano mediano do que a outra estrutura. 
Ex.: o ligamento colateral fibular está localizado lateralmente enquanto que o ligamento colateral 
tibial está localizado medialmente, ou seja, mais próximo à linha sagital mediana. 
 
b) Posterior e anterior (médio, caso esteja entre posterior e anterior): 
Posterior/Dorsal – indica que uma estrutura está mais próxima do dorso; 
Anterior/Ventral/Frontal – indica que uma estrutura está mais próxima da região ventral. 
Ex.: os grandes vasos e a coluna vertebral localizam-se posteriormente em relação ao coração. 
 
c) Inferior e superior (médio, caso esteja entre inferior e superior): 
Inferior/Caudal – indica que uma estrutura está mais próxima do plano podálico; 
Superior/Cranial – indica que uma estrutura está mais próxima ao crânio. 
Ex.: os grandes vasos localizam-se superiormente ao coração enquanto que o diafragma localiza-
se inferiormente ao coração. 
 
d) Mediano, intermédio e médio: 
Mediano – indica que uma estrutura está exatamente sobre o plano mediano; 
Intermédio – indica uma estrutura entre a estrutura medial e a estrutura lateral; 
Médio – indica uma estrutura ou órgão interposto entre um superior e um inferior, ou entre um 
anterior e um posterior. 
 
 
5.2. Posição/comparação: 
a) Proximal e distal (para membros): 
Proximal – próximo da raiz (cíngulo) do membro, na direção do tronco; 
Distal – afastado da raiz do membro. Longe do tronco ou do ponto de inserção. 
Ex.: o braço é considerado proximal se comparado ao antebraço, pois está mais próximo do cíngulo 
(escápula). 
 
b) Superficial e profundo: 
Superficial – está mais perto da superfície do corpo; 
Profundo – está mais afastado da superfície do corpo. 
Ex.: a pele é superficial se comparada aos ossos, que estão localizados mais profundamente. Os 
músculos são médios. 
 
c) Interno e externo. 
 
6. Conceito de normalidade: o corpo do indivíduo segue o padrão, como a maioria dos corpos 
são. 
 
7. Variação anatômica: alteração morfológica que não traz prejuízo funcional para o indivíduo. 
Ex.: formato diferente do nariz ou algum órgão. 
 
8. Anomalia: alteração morfológica que traz prejuízo funcional para o indivíduo, mas que é 
compatível com a vida. 
Ex.: um dedo a mais na mão. 
 
9. Monstruosidade/anomalia maior: severa alteração morfológica que traz prejuízo funcional para 
o indivíduo e é incompatível com a vida. 
Ex.: anencefalia (ausência total do encéfalo e da caixa craniana do feto). 
 
1. Sistema esquelético (aprox. 206 ossos) 
Conceito – é composto por ossos e cartilagens que se interligam para formar a estrutura de um 
indivíduo. 
Funções – sustentação do organismo (apoio para o corpo), proteção de estruturas vitais, 
fornecimento de sistema de alavancas (base mecânica para o movimento), estabelecimento de 
forma, reserva de sais (cálcio, por exemplo), armazenamento de medula óssea (amarela: reserva 
energética e vermelha: hematopoiética – forma células sanguíneas), etc. 
 
1.1. Tecido ósseo 
• É composto por três tipos de células: 
1. Osteócitos – fazem a manutenção da matriz óssea; 
2. Osteoblastos – sintetizam (formam) ossos da matriz óssea; 
3. Osteoclastos – absorvem e remodelam a matriz óssea, fagocitam (“comem”) ossos, para renovar 
eles e para liberar cálcio para o sangue. 
*Osteoprogenitoras – células tronco que dão origem a parte dos osteoblastos. 
• A matriz extracelular (MEC) dos ossos: 
É formada por uma porção orgânica e uma porção mineralizada (inorgânica). 
1. Orgânica: tem o predomínio de moléculas de colágeno do tipo I organizadas em fibras, o que dá 
“flexibilidade” e sustentação/resistência aos ossos. 
2. Mineralizada (inorgânica): tem minerais, predominantemente o cálcio, que dá dureza aos ossos. 
 
1.2. Estrutura dos ossos 
• Periósteo (camada de tecido conjuntivo que reveste a superfície externa dos ossos): os ligamentos 
e os tendões fixam-se nos ossos através deste tecido, os vasos sanguíneos e os nervos do 
periósteo suprem os ossos, e ele é o responsável pelo crescimento (da espessura) dos ossos; 
• Epífise: é a parte esponjosa que caracteriza a “cabeça” dos ossos, é responsável pelo crescimento 
dos ossos em comprimento; 
• Diáfise: é o “corpo” dos ossos longos, que tem a cavidade medular, onde é armazenada a medula 
óssea amarela; 
• Endósteo: reveste toda a superfície interna dos ossos, a parede da cavidade medular e, nos ossos 
esponjosos, todas as traves (espaços que armazenam a medula óssea vermelha) e porções. 
• Forame nutrício: são os espaços por onde passam os vasos sanguíneos. 
 
1.3. Tipo de substância dos ossos 
O osso pode ser considerado esponjoso, quando apresenta espaços entre suas lamelas internas, 
ou compacto, quando essas lamelas estão justapostas sem espaço entre elas. 
 
1.4. Classificação dos ossos 
a) Morfologicamente (baseada na forma): 
• Longos – possuem comprimento maior do que a largura e espessura, possuem duas epífises e 
uma diáfise, além do canal medular. Ex.: úmero, radio, fêmur e tíbia; 
• Planos (laminares) – possuem largura e comprimento semelhantes, maiores do que a espessura. 
Ex.: osso da calota craniana (parietal), escápula; 
• Curtos – possuem a largura, o comprimento e a espessura semelhantes/equivalentes. Ex.: ossos 
carpais e tarsais; 
• Alongados – possuem comprimento maior do que a largura e a espessura, e possuem uma diáfise, 
assim como os longos, mas possuem apenas uma epífise e não possuem canal medular. Ex.: 
costela e clavícula; 
• Irregulares – não apresentam forma geométrica definida. Ex.: vértebras e mandíbula. 
 
b) Funcionalmente: 
• Sesamoides – desenvolvem-se frente a tensões dos tendões ou entre as articulações, fornecendo 
apoio extra e redução de pressão. Ex.: patela e hioide; 
• Pneumáticos – apresentam uma cavidade/forame no interior, denominada seio (cheio de ar e 
revestido por mucosa), por ondecircula ar. Ex.: frontal, etmoide, temporal e maxilas; 
• Extranuméricos – desenvolvem-se em tendões em resposta às tensões de quando os tendões se 
movem repetidamente ao longo de uma articulação, protegendo a estrutura óssea. Formam 
sesamoides. 
 
 
1.5. Divisão do esqueleto 
• Esqueleto axial: é composto pelo crânio, coluna vertebral, caixa torácica e hioide; 
• Esqueleto apendicular: é composto pelos ossos dos membros, incluindo seus cíngulos (ossos que 
conectam o esqueleto axial ao apendicular; por meio das cinturas: a) escapular - formada pela 
clavícula e escápula - e b) pélvica - formada pelo Ilíaco). 
 
 
 
1.5.1. Esqueleto axial 
a) Ossos do crânio 
São 22 ossos, divididos em ossos do neurocrânio (8) e ossos do viscerocrânio (14). 
Neurocrânio (alojam e protegem o encéfalo): 2 ossos parietais (ossos grandes da parte 
posterior/lateral, planos), 1 osso frontal (plano e pneumático), 1 osso occipital (osso da parte 
dorsal), 1 osso esfenoide (base do crânio, o atravessa inferiormente), 2 ossos temporais (ossos da 
parte lateral, onde se pode observar a idade do indivíduo), e 1 osso etmoide (ossos grandinhos que 
estão no forame dos olhos, próximo aos ossos lacrimais). 
Viscerocrânio: 2 ossos lacrimais (ossos menores), 2 ossos nasais (dão forma ao nariz), 2 conchas 
nasais (cavidade piriforme), 2 conchas nasais inferiores, 1 osso vômer (forma parte do septo, junto 
com o etmoide), 2 maxilas (superiormente à mandíbula), 2 palatinos (parte inferior do crânio, seriam 
o fim céu da boca), 2 zigomáticos (ossos das bochechas) e 1 mandíbula (posteriormente aos 
dentes, o que forma o queixo). 
*Hioide (não se encaixa nos ossos do crânio) – localizado no pescoço. 
 
 
b) Coluna vertebral (33 ossos irregulares) 
É dividida em cinco regiões: 
• Região cervical (sustenta o crânio e permite movimento, pois C1 – atlas – gira sobre C2 – áxis): 
é constituída por 7 vértebras (C1, C2, C3...C7). C1 (altas) – não tem corpo, nem processo 
espinhoso; C2 (áxis) – tem pino e forma eixo. → lordose cervical 
• Região torácica (onde as costelas se prendem): é constituída por 12 vértebras (T1, T2, T3...T12). 
→ cifose torácica 
• Região lombar: constituída por 5 vértebras (L1...L5). → lordose lombar 
• Região sacral: constituída pelo osso do sacro (5 vértebras fundidas). → cifose sacral (com região 
coccígea) 
• Região coccígea: constituída pelo osso cóccix (3/4 vértebras rudimentares fundidas). → cifose 
sacral 
Lordose e cifose são curvaturas fisiológicas (normais) da coluna vertebral. Lordose é uma curvatura 
com concavidade anterior e cifose é uma curvatura com concavidade posterior. 
 
 
 
 
c) Caixa torácica (esqueleto do tórax) 
É formado por 12 pares de costelas, sendo 7 pares costelas verdadeiras (cada uma tem sua própria 
cartilagem), 3 pares costelas falsas (compartilham cartilagem da sétima costela, pois não têm) e 2 
pares flutuantes (só se articulam à coluna vertebral, são curtas e não se prendem ao esterno). 
 
 
 
1.5.2. Esqueleto apendicular 
a) Membros superiores: 
• Cíngulo do membro superior: é formado pela escápula – osso irregular/plano (acrômio, espinha 
da escápula e cavidade glenoidal) e pela clavícula. 
• Parte livre do membro superior: é formada pelo úmero – osso longo do braço – (cabeça do úmero), 
pelo rádio – osso longo do antebraço, maiorzinho que a ulna – (colo do rádio, cabeça do rádio e 
processo estiloide do rádio), pela ulna – osso longo do antebraço, que forma a “bolinha” – (olecrano 
da ulna e processo estiloide da ulna), pelos ossos carpais - ossos curtos das mãos – 
(proximalmente: escafoide, semilunar, piramidal e pisiforme; distalmente: trapézio, trapezóide, 
capitato e hamato), pelos ossos metacarpais (5) e pelas falanges [proximais, médias e distais (14)] 
– 3 em cada dedo, exceto o polegar. 
 
 
 
b) Membros inferiores: 
• Cíngulo do membro inferior: é formado pelo osso do quadril (ílio, púbis e ísquio – apoio para 
sentar). 
• Parte livre do membro superior: é formada pelo fêmur – osso longo da coxa – (cabeça do fêmur, 
colo do fêmur e trocânter do fêmur), patela – sesamóide que forma o joelho –, pela tíbia – osso 
longo da perna, maiorzinho que a fíbula – (maléolo medial), pela fíbula – osso longo da perna que, 
lateralmente, forma a “bolinha” – (maléolo da fíbula, colo da fíbula e cabeça da fíbula), pelos ossos 
tarsais – ossos do pé – (tálus, calcâneo, navicular, cubóide, cuneiforme medial, cuneiforme 
intermédio e cuneiforme lateral), pelos ossos metatarsais (5) e pelas falanges (14) – 3 em casa 
dedo, exceto o hálux. 
*A união dos dois ossos do quadril com o osso sacro e o cóccix formam a pelve. 
*Acetábulo – onde o fêmur se encaixa. 
 
 
 
 
 
2. Sistema articular 
Conceito – é a junção de duas ou mais peças rígidas, permitindo ou não movimento entre elas. 
 
2.1. Tipos de cartilagem 
• Hialina (padrão); 
• Elástica – contem fibras elásticas; 
• Fibrocartilagem – tecido fibroso. 
 
2.2. Classificação das articulações 
Funcionalmente: quanto a amplitude de movimento (o quanto permite de movimento); 
Morfologicamente (quanto ao tecido interposto): fibrosas (tecido fibroso/conjuntivo), cartilagíneas 
(cartilagem) e sinoviais (junção de fibrosas com cartilagíneas, precisa de 5 elementos para 
caracterizar sinoviais). 
• Fibrosas: suturas (sutura sagital, sutura coronal, sutura lambdoide e sutura escamosa) – entre os 
espaços dos ossos do crânio; sindesmoses (sindesmose radioulnar e sindesmose tibiofibular) – 
entre os espaços dos ossos da perna, entre os ossos do antebraço; e gonfoses (gonfose 
dentoalveolar) – entre os alvéolos e os dentes. 
• Cartilagíneas: sínfises (sínfise púbica e sínfise intervertebral) – ossos são unidos por 
fibrocartilagem, é uma articulação secundária (não ossifica); e sincondroses (sincondrose 
costoesternal) – ossos são unidos por cartilagem hialina, é uma articulação primária (ossifica, 
passando a chamar sinostose). 
• Sinoviais → temos que observar 5 elementos para classificar uma articulação como sinovial: 
1) Cartilagem articular – ou hialina, “capa” das extremidades dos ossos; 
2) Cápsula articular – faz vedação, limita movimento articular e produz o item 3; 
3) Líquido sinovial – lubrifica articulação e nutre cartilagem articular; 
4) Cavidade articular – espaço entre os ossos e a capsula, onde o líquido sinovial é alojado; 
5) Ligamentos – limitam o movimento articular e evitam movimentos não fisiológicos (movimentos 
indesejáveis, como virar ao contrário o dedo). 
Elementos acessórios das articulações sinoviais (melhoram o encaixe): discos (presentes na ATM), 
lábios e meniscos (joelhos). 
Identificar (em sinoviais) → cápsula articular, cartilagem articular, ligamentos, articulação 
temporomandibular (ATM), articulação do ombro, articulação do cotovelo, articulação do punho, 
articulação sacroilíaca, articulação do quadril, articulação do joelho e articulação do tornozelo. 
 
3. Sistema muscular 
Conceito – os músculos são estruturas individualizadas que cruzam uma ou mais articulações e 
são capazes de transmitir-lhes movimentos, graças à sua capacidade de contração. 
Funções – movimento, manutenção da postura, reserva de glicogênio (energia), proteção, etc. 
 
3.1. Tipos de músculos 
• MEE (músculos estriados esqueléticos) – prendem o esqueleto, têm contração voluntária (com 
força e velocidade dependentes do comando); 
• MEC (músculo estriado cardíaco, miocárdio) – tem contração involuntária, forte e ritmada; 
• ML (músculos lisos) – localizados nos vasos sanguíneos e nas vísceras, têm contração 
involuntária e lenta. 
 
3.2. MEE (músculos estriados esqueléticos) 
→ Componentes anatômicos:• Tendão – “cabeça” dos músculos, que se funde ao periósteo fixando-o no esqueleto; 
• Ventre muscular – fibras musculares envoltas, a parte que contrai; 
• Fáscia – envoltório/membrana de fibras que envolve o ventre muscular. 
→ Organização: 
• O epimício envolve os perimísios, que envolvem os fascículos, que envolvem endomísios, que 
envolvem fibras musculares. 
→ Classificação: 
• Morfologicamente: 
Longos; largos (tendões laminares, aponeurose); curtos; e circulares (fibras que circundam 
determinada abertura). 
• Em relação ao número de origens (“cabeças”, tendões): 
2 cabeças – bíceps, 3 cabeças – tríceps, 4 cabeças – quadríceps. 
• Em relação ao número de inserções (“caudas”, parte extrema): 
2 caudas – bicaudado, + de 2 caudas – policaudado; 
• Em relação ao número de ventres: 
2 ventres – biventre, vários ventres – poliventre (ex.: músculo reto abdominal); 
• Em relação a localização: 
Braquial (braço), tibular (tíbia), etc. 
• Em relação a ação: 
Ex.: músculo flexor dos dedos (flexiona), músculo extensor (extensiona), etc. 
 
3.3. Músculos da cabeça e pescoço 
M. masseter (mastigação), músculo bucinador (expressão facial), músculo orbicular do olho, 
músculo orbicular da boca, músculo temporal, músculo esternocleidomastoideo e músculo trapézio. 
 
3.4. Músculos do tronco 
Músculo peitoral maior, músculos intercostais (entre as costelas), músculo reto abdominal (forma o 
“tanquinho”), músculo latíssimo do dorso, músculo diafragma, músculo transverso do abdome, 
músculo oblíquo interno do abdome e músculo oblíquo externo do abdome (os três últimos são o 
exemplo da faca, do assaltante). 
 
3.5. Músculos dos membros superiores 
Músculo deltoide (“muque”), músculo bíceps braquial (antebraço, inferiormente ao deltoide), 
músculo tríceps braquial, músculos flexores de punhos e dedos (anteriormente) e músculos 
extensores de punho e dedos (posteriormente). 
 
3.6. Músculos dos membros inferiores 
Músculo iliopsoas, músculo ilíaco, músculo psoas maior, músculo glúteo médio, músculo glúteo 
máximo, músculo quadríceps femoral (músculo reto femoral, músculo vasto lateral, músculo vasto 
intermédio e músculo vasto medial), e tríceps sural (músculo gastrocnêmio cabeça medial, músculo 
gastrocnêmio cabeça lateral e músculo sóleo). 
 
 
4. Sistema circulatório (cardiovascular) 
Conceito – conjunto de órgãos e tecidos (sangue – para transporte e defesa, coração e vasos 
sanguíneos). É um sistema de tubos contínuos fechados, por onde circula um fluído - em uma só 
direção -, bombeado por uma bomba central (coração). 
Funções – responsável pelo transporte de substâncias como gases, nutrientes, hormônios e 
excretas nitrogenadas. 
Existem quatro tipos de vasos: 
a) Vasos de irrigação (artérias) – levam o sangue do corpo para os tecidos. Se ramificam em 
artérias de grande calibre (proximais ao coração), artérias de médio calibre, artérias de pequeno 
calibre (distais ao coração) e as arteríolas (menores artérias do corpo). 
b) Vasos de drenagem (veias) – coletam o sangue dos tecidos e drenam para o coração, fazem o 
caminho inverso das artérias. As vênulas (que são as conexões das veias com os vasos capilares), 
formam veias de pequeno calibre, que encontram com outras de médio calibre que, por fim, formam 
veias de grande calibre (que desbocam no coração). 
c) Vasos capilares – são muito pequenos, finos e permeáveis, permitindo trocas de materiais 
nutritivos, gases e excreções entre o sangue e os tecidos. Se localizam nos tecidos. 
d) Vasos linfáticos – uma rede formada por canais (vasos) perfurando *linfonodos, que coletam o 
**líquido intersticial, o drenam (filtram) e o devolvem à circulação. 
*Linfonodos: pequenos órgãos que sintetizam anticorpos. Os linfócitos dos linfonodos, próximos ao 
local da invasão de microrganismos, começam a se multiplicar para dar combate aos invasores. 
Com isso, os linfonodos incham, formando as ínguas. É possível detectar um processo infeccioso 
pela existência de linfonodos inchados, principalmente na região da virilha, das axilas e na região 
cervical (pescoço). 
**Líquido intersticial: também chamado de linfa (quando está no vaso linfático) é o líquido 
sanguíneo que armazena e fornece os nutrientes para as células dos tecidos, e capta os resíduos 
da digestão e os dejetos do metabolismo delas. É um líquido constantemente renovado. 
 
4.1. Organização geral das artérias e veias 
Apresentam três camadas: 
a) Interna (túnica íntima) – forra os vasos internamente. É constituída por células endoteliais. 
b) Média (túnica muscular) – forra os vasos medialmente. É constituída por músculo liso e fibras 
elásticas. 
c) Externa (túnica adventista) – forra os vasos externamente. É composta, basicamente, por tecido 
conjuntivo. 
*Os vasos capilares só têm túnica íntima (por isso são impermeáveis). 
 
4.2. Diferenças anatômicas e funcionais entre artérias e veias 
Artérias Veias 
irrigam o sangue drenam o sangue 
se ramificam (se dividem) se confluem (se encontram) 
paredes mais espessas paredes mais finas 
menor calibre maior calibre 
pulsam não pulsam 
túnica muscular é mais desenvolvida túnica muscular é menos desenvolvida 
menor quantidade no corpo maior quantidade no corpo 
correspondem a camada mais profunda correspondem a camada menos profunda 
não apresentam válvulas apresentam válvulas 
 
 
4.3. Coração 
Está inserido no mediastino (espaço existente entre os dois pulmões, no centro do tórax), é envolto 
pelo *pericárdio. 
*Pericárdio – saco fribroseroso de dupla membrana que fornece superfície de deslizamento para 
prevenir atrito, proteger, fixar o coração e limitar teu preenchimento. -> dupla membrana: pericárdio 
fibroso e pericárdio seroso; sendo que o pericárdio seroso é constituído de duas lâminas: a lâmina 
parietal (forra a superfície interna do pericárdio fibroso) e uma lâmina visceral do pericárdio seroso 
- ou epicárdio -, que é a reflexão ao nível dos grandes vasos da lâmina parietal em direção ao 
coração recobrindo-o totalmente. 
4.3.1. As três camadas do coração 
a) Camada interna (endocárdio) – constituído por tecido epitelial; 
b) Camada média (miocárdio) – constituído por musculo estriado cardíaco; 
c) Camada externa (epicárdio) – constituído por tecido epitelial conjuntivo. 
4.3.2. Câmaras do coração 
• Átrios (direito e esquerdo): são receptores de sangue (por onde ele entra no coração) – são 
receptores pelas veias (vasos de drenagem); 
• Ventrículos (direito e esquerdo): são ejetores de sangue (por onde ele sai do coração) – são 
ejetores pelas artérias (vasos de irrigação). 
4.3.3. Vasos das câmaras do coração 
a) V.E. → Aorta (parte ascendente (↑), arco da aorta (∩) e parte descendente da aorta (↓)) → três 
“saídas” no arco: tronco branquiocefálico, artéria carótida comum esquerda e artéria subclávia 
esquerda; 
b) V.D. → Artéria tronco pulmonar; 
c) A.E. → Veias pulmonares (dois pares com veias pulmonares direitas e veias pulmonares 
esquerdas; 
d) A.D. → Veia cava (atravessa o átrio direito verticalmente, se definindo em veia cava superior e 
veia cava inferior). 
 
4.3.4. Separações das câmaras do coração 
a) Septo interventricular: separa os ventrículos; 
b) Septo interatrial: separa os átrios. 
4.3.5. Fases do ciclo cardíaco 
a) Sístole: ventrículos contraem, ejetando o sangue para as artérias (aorta e artéria tronco 
pulmonar). As valvas dos átrios se fecham, enquanto que as das artérias se abrem; 
b) Diástole: ventrículos relaxam, se enchendo de sangue (vindo dos átrios). As valvas dos átrios se 
abrem, enquanto que as das artérias se fecham. 
4.3.6. Valvas cardíacas 
a) Valva atrioventricular esquerda (valva mitral); 
b) Valva atrioventriculardireita (valva tricúspide); 
c) Valva da aorta (valva aórtica); 
d) Valva do tronco pulmonar (valva pulmonar). 
 
4.3.7. Ramificação da aorta 
Artérias coronárias (formam “coroa” em volta do miocárdio, serve para o nutrir). A obstrução das 
artérias coronárias causa IAM/EAM (infarto/enfarte agudo do miocárdio), principal causa de mortes. 
 
4.3.8. Sistema de condução (contração cardíaca) 
Sistema formado por fibras especializadas para a transmissão do impulso elétrico. 
O nó sinoatrial (localizado na parede do átrio direito) inicia o impulso que é rapidamente conduzido 
para as fibras musculares cardíacas (situadas nos átrios), levando-as a se contraírem. O impulso 
espalha-se por condução que rapidamente transmite o impulso do nó sinoatrial para o nó 
atrioventricular. O impulso é distribuído a partir do nó atrioventricular para os fascículos 
atrioventriculares (feixes de His), direito e esquerdo, que passam de cada lado do septo 
interventricular, assim o impulso chega até os ramos subendocárdicos (fibras de Purkinje), 
realizando a contração das paredes dos ventrículos. 
 
*Lado esquerdo – sangue rico em O2 (vermelho); lado direito – sangue rico em CO2 (azul); 
**Os dois batimentos que se ouve através do estetoscópio é das valvas se fechando, sendo que a 
primeira batida representa a sístole (onde as valvas dos átrios se fecham) e segunda representa a 
diástole (onde as valvas das artérias se fecham). 
***Normalmente, um indivíduo tem entre 60 e 80 bpm. 
 
4.4. Circulação 
É dividida em duas fases. 
a) Circulação pulmonar (pequena circulação): oxigena o sangue. 
Início 
V.D. (sangue rico em CO2) → artéria tronco pulmonar → pulmão [ocorre a hematose (oxigenação 
do sangue), entre capilares e alvéolos pulmonares] → veias pulmonares → A.E. (sangue rico em 
O2) → circulação sistêmica. 
Final 
*Se começar no V.E. termina no A.D. (sempre que começa de um lado, termina do lado oposto) 
b) Circulação sistêmica (grande circulação): oxigena os tecidos. 
Início 
V.E. (sangue rico em O2) → aorta → ramos da aorta → tecidos do corpo → sangue não oxigenado 
→ veias → veia cava → A.D. (sangue rico em CO2) → circulação pulmonar. 
 Final 
4.5. Estruturas para identificar 
Coração: base e ápice; face esternocostal, diafragmática e pulmonar; átrio direito; átrio esquerdo; 
ventrículo direito; ventrículo esquerdo; aurícula direita; aurícula esquerda; pericárdio fibroso; 
músculos pectíneos; trabéculas cárneas; músculos papilares; cordas tendíneas; valva 
atrioventricular direita; valva atrioventricular esquerda; valva da aorta; valva do tronco pulmonar; 
septo interatrial; septo interventricular; aorta [parte ascendente – artérias coronárias; arco da aorta 
– tronco bronquiocefálico (artéria carótida comum direita e artéria subclávia direita], artéria carótida 
comum esquerda e artéria subclávia esquerda; e parte descendente da aorta]; tronco pulmonar 
(artéria pulmonar direita e artéria pulmonar esquerda); veia cava superior; veia cava inferior; veias 
pulmonares. 
 
5. Sistema respiratório 
Conceito – conjunto de órgãos responsáveis pelas trocas gasosas entre o nosso organismo e o 
meio ambiente (hematose pulmonar), possibilitando a respiração celular. 
Funções – captar, preparar e levar o ar para área de trocas. Além de eliminar CO2. 
5.1. Classificação 
Anatomicamente: VAS (vias aéreas superiores) → nariz, cavidade nasal/seios paranasais, faringe, 
laringe e parte da traqueia; VAI (vias aéreas inferiores) → traqueia, brônquios, bronquíolos e 
alvéolos pulmonares. 
Funcionalmente: parte condutora (capta, conduz e prepara o ar, o aquecendo, filtrando e 
umedecendo); parte respiratória (executa/permite trocas gasosas com o sangue). 
5.2. Trajeto do ar inspirado 
Nariz → cavidade nasal/seios paranasais → faringe → laringe → traqueia → brônquios → 
bronquíolos → alvéolos pulmonares 
a) Nariz: é cartilaginoso, possui ossos na raiz, um ápice, narinas (possuindo pelos chamados 
vibrissas, que filtram o ar) separadas pelo septo nasal ósseo (vômer e etmoide) e cartilaginoso; 
b) Cavidade nasal/seios paranasais: a cavidade nasal é dividida em duas partes → vestíbulo nasal 
(parte interna do nariz, “salão”) e cavidade nasal propriamente dita que é quente (muito 
vascularizada) e úmida, e que tem três conchas e três meatos. Os seios paranasais se conectam 
a cavidade nasal e estão divididos em seios frontais, seios maxilares, seios esfenoidais e células 
etmoidais. 
c) Faringe: canal muscular que comunica regiões da cabeça e do pescoço, é o que permite a 
respiração pela boca, através de tua parte nasal. É dividida em: 
• Parte nasal da faringe (nasofaringe) → onde fica a carne esponjosa (adenoide); 
• Parte oral da faringe (orofaringe); 
• Parte laríngea da faringe (lagofaringe). 
d) Laringe: órgão que conecta a faringe com a traqueia. Tem quatro cartilagens: 
• Cartilagem tireoide; 
• Cartilagem cricoide (“anel”); 
• Cartilagem aritenóide (onde as pregas vocais se prendem); 
• Cartilagem epiglote. 
Funções: 
• Conduzir o ar (da faringe para a traqueia); 
• Produzir o som inicial (fonação); 
• Impedir que a comida entre na parte nasal (através da epiglote). 
*Pregas vestibulares → ficam no vestíbulo da laringe; ventrículo da laringe (onde acumula pigarro, 
comum nos fumantes) → fica entre as pregas vestibulares e as pregas vocais; pregas vocais → 
ficam abaixo das pregas vestibulares. 
e) Traqueia: tubo mediano com cerca de 11 cm, formado por anéis cartilaginosos incompletos 
unidos por ligamentos, localizado anteriormente ao esôfago. Na tua parede posterior, os anéis são 
fechados por uma porção muscular. 
f) Brônquios: são bifurcações da traqueia e possuem pequena quantidade de cartilagem. 
• O brônquio principal direito é diferente do brônquio principal esquerdo; 
• A carina da traqueia corresponde a parte prévia da bifurcação, ela é responsável por “cortar” o ar, 
diminuindo teu atrito e facilitando a respiração. 
g) Bronquíolos: correspondem a divisão dos brônquios a partir da quinta ordem. 
Eles são menores que os brônquios, não apresentam cartilagem e são musculares. 
h) Alvéolos pulmonares: são muito vascularizados e correspondem as “uvas” do saco alveolar; 
*Saco alveolar → conjunto de alvéolos pulmonares. 
 
5.3. Pulmões 
São divididos em pulmão direito e pulmão esquerdo, têm ápice e base, e três faces: 
• Face costal → protegida pelas costelas; 
• Face diafragmática → parte sobre o diafragma; 
• Face mediastinal → voltada para o mediastino. 
*Hilo pulmonar: abertura que permite entrada e saída de vasos, brônquios, artéria tronco pulmonar 
e veias pulmonares. 
 
5.3.1. Diferenças entre o pulmão direito e o pulmão esquerdo 
P.D. P.E. 
base mais alta base mais baixa 
largo estreito 
achatado alongado 
três lobos (superior, médio e inferior) dois lobos (superior e inferior) 
*duas fissuras **uma fissura 
 
*Fissura obliqua do pulmão direito (separa o lobo inferior do lobo médio) e fissura horizontal (separa 
lobo superior dos outros dois lobos); 
**Fissura obliqua do pulmão esquerdo. 
***Língula pulmonar → estrutura que representa resquícios do desenvolvimento do lobo médio no 
pulmão esquerdo. 
****Músculos importantes para a contração do pulmão → músculos intercostais e músculo 
diafragma. 
5.3.2. Pleura 
Membrana serosa de duas camadas que envolve e protege cada um dos pulmões. Além de os 
fornecer uma superfície de ventilação. 
• Pleura visceral → camada mais interna; 
• Pleura parietal → camada refletida da pleura visceral, mais externa. 
*Cavidade pleural: parte entre a pleura visceral e a pleura parietal; preenchida pelo líquido pleural,que gera atração entre as camadas da pleura (impede que elas se separem). 
5.4. Estruturas para identificar 
Cavidade nasal; vestíbulo nasal; conchas nasais (superior, média e inferior); meatos nasais 
(superior, média e inferior); palato (duro e mole); seios paranasais (frontal, maxilar, etmoide e 
esfenoide); faringe [parte nasal (toro tubário e óstio faríngeo da tuba auditiva), parte oral e parte 
laríngea]; laringe (cartilagem tireóidea, cartilagem cricoidea, cartilagem epiglótica e cartilagem 
aritenoidea); pregas vestibulares; ventrículo da laringe; pregas vocais; traqueia (cartilagem 
traqueias, ligamentos anulares e parede membranácea); brônquios (principais e lobares); pleura 
(visceral); pulmões (ápice e base; face costal, face mediastinal e face diafragmática; e hilo 
pulmonar); pulmão esquerdo (lobo inferior, fissura obliqua, lobo superior, língula pulmonar); e 
pulmão esquerdo (lobo superior, fissura obliqua, lobo médio, fissura horizontal e lobo inferior. 
 
6. Sistema digestório 
Conceito – conjunto de órgãos que obtêm energia por meio dos alimentos. 
Funções – transformação mecânica e química das macromoléculas alimentares ingeridas em 
moléculas de tamanhos e formas adequadas para serem absorvidas pelo intestino, transporte de 
alimentos digeridos, água e sais minerais da luz intestinal para os capilares sanguíneos da mucosa 
do intestino, etc. 
6.1. Divisão do sistema digestório 
O sistema digestório é divido em tubo digestório (boca, cavidade oral, faringe, esôfago, estômago, 
intestino delgado, intestino grosso e ânus) e anexos (glândulas salivares, pâncreas, fígado e 
vesícula biliar). 
6.2. Tubo digestório 
Tem aproximadamente 9 metros, é constituído por músculo estriado esquelético e por músculo liso. 
1 – boca: orifício delimitado pelos lábios; 
2 – cavidade oral: mastigação, digestão de carboidratos e absorção de alguns sais e fármacos. É 
o espaço abaixo da cavidade nasal que corresponde ao primeiro compartimento do sistema 
digestório, o local onde a comida é triturada (por cerca de 32 dentes) e onde a enzima amilase 
salivar inicia o processo de digestão dos carboidratos; 
3 – faringe (parte oral e parte laríngea): por deglutição, o alimento vai para a parte oral e para a 
parte laríngea da faringe. A epiglote fecha para impedir que o alimento vá para a laringe; 
4 – esôfago (parte cervical, torácica e abdominal): só conduz o alimento, assim como a faringe. É 
dividido em 3 partes (cervical – superiormente, torácica – que cruza o mediastino – e abdominal – 
parte mais curta). 
5 – estômago: absorve água, álcool e glicose. É onde inicia a digestão de proteínas e lipídeos, e 
dá continuidade à digestão de carboidratos, por meio de enzimas e do pH ácido (HCl-). O estômago 
tem um muco que o protege de sua própria acidez. 
Para impedir o refluxo do alimento para o esôfago, existe uma válvula denominada cárdia, situada 
logo acima da curvatura menor do estômago; e para impedir que o bolo alimentar passe ao intestino 
delgado prematuramente, o estômago é dotado de uma poderosa válvula muscular, um esfíncter 
chamado piloro. 
6 – intestino delgado (duodeno, jejuno e íleo): finaliza os processos de digestão de gorduras e inicia 
a absorção de nutrientes. 
O intestino delgado apresenta pregas intestinais e vilosidades intestinais para aumentar área de 
contato, facilitando a absorção dos nutrientes. Além disso, cada vilosidade intestinal é coberta por 
microvilosidades que aumentam ainda mais a área de contato. 
7 – intestino grosso (ceco, colo ascendente, transverso, descendente, sigmoide e reto): absorve 
água, sais minerais, vitaminas, íons e eletrólitos. Forma e excreta as fezes. 
O reto contém as fezes pelo esfíncter anal e, por ser extremamente permeável, possibilita aplicação 
de medicamentos e facilita transmissão de DSTs. 
1, 2, 3 e parte do 4 → são formados por músculo estriado esquelético; 
4 (parte), 5, 6 e 7 → são formados por músculo liso (dupla camada de fibras helicoidais), realizam 
os movimentos de peristaltismo. 
2 – cavidade oral: 
 
• istmo das fauces: abertura posterior (formado pelos arcos); 
• tonsilas palatinas, ou amigdalas: aglomerado de tecido linfoide; 
• língua: é muscular, responsável por articular as palavras, por deglutir, captar sabores e posicionar 
os alimentos entre os dentes (na mastigação). É dividida em ápice (ponta), corpo e raiz (onde fica 
a tonsila lingual). 
 
 
 
As papilas linguais dão aderência ao alimento e têm canalículos gustatórios (receptores) que 
detectam os sabores. 
6.3. Anexos 
1 – glândulas salivares: são glândulas exócrinas que secretam saliva para a cavidade oral, através 
de ductos. Na saliva, há enzimas (ex.: amilase salivar, que quebra carboidratos), muco e anticorpos 
(ex.: IgA). 
As glândulas salivares são divididas em glândulas parótidas (maiores; próximas ao m. masseter), 
glândulas submandibulares e glândulas sublinguares (menores). 
*As duas primeiras são comprometidas pelo vírus da caxumba (aramyxovirus). 
2 – pâncreas: glândula mista (endócrina e exócrina). 
A parte endócrina secreta, na corrente sanguínea, hormônios (insulina e glucagon) que controlam 
a glicemia. 
Insulina → hormônio hipoglicemiante, abaixa a glicemia; glucagon → hormônio hiperglicemiante, 
aumenta a glicemia. 
A parte exócrina, produz e secreta sulco pancreático (com lipases – enzimas que quebram lipídeos, 
ex.: tripsina) através de ductos (quando 2, principal e acessório). O ducto pancreático principal se 
abre na papila maior do duodeno. 
3 – fígado: glândula mista (endócrina e exócrina). Ele metaboliza matérias absorvidos, que entram 
pela veia porta; e sintetiza bile (com lipases). 
4 – vesícula biliar: é uma bolsa que armazena e concentra a bile produzida pelo fígado. 
Caminho da bile até o duodeno (desde o fígado): ducto hepático esquerdo conflui com o ducto 
hepático direito, formando o ducto hepático comum. Este, por sua vez, conflui com o ducto cístico, 
formando o ducto biliar comum (ou ducto colédoco). O ducto biliar comum (ou ducto colédoco) 
conflui com o ducto pancreático, criando um ducto dilatado (ducto ampola hepatopancreático), que 
se abre na papila maior do duodeno. 
 
6.4. Estruturas para identificar 
Baço, cauda do pâncreas, corpo do pâncreas, cabeça do pâncreas, duodeno, jejunoíleo, 
mesentério, porção cervical do esôfago, porção torácica do esôfago, porção abdominal do esôfago, 
glândula parótida, glândula submandibular, glândula sublingual; tonsila palatina, úvula palatina, 
ápice da língua, raiz da língua, corpo da língua, tonsila lingual, parte laríngea da faringe, parte oral 
da faringe, vesícula biliar, ducto hepático comum, ducto cístico, ducto colédoco, lobo esquerdo do 
fígado, lobo caudado do fígado, lobo quadrado do fígado, lobo direito do fígado, apêndice 
vermiforme, ceco, colo ascendente do intestino grosso, colo transverso do intestino grosso, colo 
descendente do intestino grosso, colo sigmoide, reto, parte cárdia do estômago, piloro, fundo do 
estômago, corpo do estômago, região pilórica do estômago, curvatura menor do estômago e 
curvatura maior do estômago. 
 
7. Peritôneo 
É uma dupla membrana serosa que reveste parte das vísceras abdominais. Ela protege, fixa, 
preenche, defende (pois está associada com linfonodos) e dá certa mobilidade às vísceras. 
A parte em contato com as paredes torácica e pélvica é denominada lâmina parietal (peritôneo 
parietal). E a parte em contato com a víscera, é denominada visceral. 
7.1. Órgãos retroperitoneais 
São assim denominados os órgãos que ficam atrás do peritôneo, eles não são cobertos por ele e 
não têm mobilidade. 
Ex. de órgãos retroperitoneais: pâncreas, duodeno, rins, colo ascendente e colo descendente.7.2. Órgãos peritonizados 
São assim denominados os órgãos que se enrolam ao peritôneo e parte deles se fixa às paredes 
torácicas, os possibilitando certa mobilidade. 
Ex. de órgãos peritonizados: colo sigmoide, colo transverso, jejuno-íleo. 
7.3. Radicais 
Radical meso, se refere à reflexão de peritôneo com passagem de feixe neurovascular. É a parte 
que fixa a víscera à parede torácica. 
Ex.: mesentélio, mesovário, mesocolo. 
 
Radical omento, se refere ao peritôneo conectando duas vísceras. 
Ex.: omento maior (prende estômago ao colo transverso), omento menor (prende estômago e 
duodeno ao fígado). 
 
Obs.: quando o não houver passagem de feixe neurovascular, o meso é denominado ligamento. 
 
8. Sistema urinário 
Conceito – promove manutenção do equilíbrio do sistema hidroelétrico (fluídos orgânicos), através 
da filtração do sangue, e da produção e excreção de urina. Além disso, o sistema urinário controla 
a pressão sanguínea e produz hormônios (como a eritropoetina). 
Constituição – dois rins, dois ureteres, uma bexiga urinária e uma uretra. 
 
8.1. Rins 
São órgãos retroperitoneais, situados na cavidade abdominal (região posterior, a nível de T11 a 
L3/L3). Eles têm aproximadamente 11 cm de comprimento e morfologia semelhante a um feijão. 
São responsáveis por filtrar o sangue e produzir a urina. 
8.1.1. Anatomia externa dos rins 
Cada rim tem duas faces (anterior – mais abaulada – e posterior – mais plana), duas margens 
(medial – côncava – e lateral – convexa) e dois polos (superior – que é maior e mais achatado – e 
inferior). 
 
 
Os rins são envoltos por uma cápsula de tecido fibroso, denominada cápsula fibrosa do rim, que 
os protege e os fixa. Além desta cápsula de tecido fibroso, existe também uma outra cápsula os 
envolvendo, denominada cápsula adiposa do rim (é constituída por gordura). 
A abertura na margem medial dos rins é denominada hilo renal. Dentre as estruturas que a cruzam 
estão: artéria renal (manda o sangue para os rins), veia renal (drena o sangue dos rins), pelve renal 
(drena urina dos rins), nervos e vasos linfáticos. 
8.1.2. Anatomia interna dos rins 
O córtex renal é a capa dos rins; o conjunto de pirâmides renais for a medula renal; existem cerca 
de 8-12 pirâmides renais. 
 
Ao longo do córtex e da medula renal, há néfrons (unidades produtoras de urina) com tubos 
coletores. 
 
 
A urina passa por esse tubo coletor e goteja a papila renal (que se abre no cálice renal menor). 
→ A junção de cálices renais menores forma o cálice renal maior. A junção de cálices renais 
maiores forma a pelve renal. 
→ Trajeto da urina: córtex renal, pirâmide renal, papila renal, cálice renal menor, cálice renal maior, 
pelve renal, ureter, bexiga urinária e uretra. 
→ Relação entre anemia e rins: a medula óssea precisa de eritropoetinas para produzir hemácias, 
os rins produzem eritropoetinas. 
8.2. Ureteres 
São tubos retroperitoneais que conduzem a urina produzida nos rins para a bexiga urinária. Cada 
ureter é divido em: parte abdominal, parte pélvica e parte intramural (dentro das paredes da bexiga 
urinária). 
→ Cálculos renais, normalmente, se encontram numa região denominada JUP (junção 
ureteropélvica). 
8.3. Bexiga urinária 
A bexiga urinária é responsável por armazenar a urina temporariamente. Ela apresenta três óstios 
(dois dos ureteres e um óstio interno da uretra) e três porções (fundo, ápice e ponta). 
 
→ O trígono da bexiga é delimitado pelos óstios dos ureteres e pelo óstio interno da uretra. 
8.3.1. Topografia da bexiga feminina 
Posterior ao púbis, anterior à vagina e abaixo do útero. 
8.3.2. Topografia da bexiga masculina (maior) 
Posterior ao púbis, anterior ao reto e acima da próstata. 
 
8.4 Uretra 
A uretra é responsável por excretar a urina e se diferencia em feminina e masculina. 
Masculina Feminina 
Longa (25 cm de comprimento) Curta (4 cm de comprimento) 
Apresenta curvaturas É reta 
Transporta urina e sêmen Transporta apenas urina 
Óstio externo fica na glande do pênis Óstio externo fica no vestíbulo da vagina 
Tem 4 partes (intramural, prostática, membranácea 
e esponjosa) 
Tem 2 partes (intramural e membranácea) 
Tem fossa navicular Não tem fossa navicular 
 
 
 
→ A parte intramural da uretra é aquela localizada na parede da bexiga urinária. 
→ A fossa navicular controla a pressão e a direção da urina. 
8.5. Estruturas para identificar 
Pirâmide renal, córtex renal, cápsula fibrosa do rim, pelve renal, veia renal, artéria renal, bexiga 
urinária, coluna renal, cálice renal menor, cálice renal maior, polo superior do rim, polo inferior do 
rim, margem lateral do rim, margem medial do rim, face anterior do rim, face posterior do rim, 
pielocalicial, fossa navicular, ureteres, artéria renal, óstio externo da uretra feminina, fundo da 
bexiga urinária feminina, ápice da bexiga urinária feminina, corpo da bexiga urinária 
feminina, óstio externo da uretra masculina, uretra masculina. 
9. Sistema genital masculino 
É responsável por produzir hormônio e o gameta masculino, por plantar o gameta na mulher e por 
fornecer condições para que o gameta fertilize (fecunde). 
9.1. Gônadas (testículos) 
Os testículos são órgãos que se localizam na cavidade pélvica, dentro de uma bolsa (escroto), e 
têm como função produzir gametas (espermatozoides) e testosterona. 
Eles trabalham em temperaturas de 1 a 3°C mais baixas do que a corporal, já que altas 
temperaturas podem matar os espermatozoides. 
Os testículos são envoltos por uma cápsula de natureza conjuntiva chamada de túnica albugínea, 
que envia para o interior do testículo delgado septos conhecidos como séptulos dos testículos, os 
quais subdividem-nos em lóbulos. 
→ Antes de nascer, os testículos ficam alojados no abdômen. 
9.2. Epidídimos 
Se localizam posteriormente aos testículos (também dentro do escroto) e têm como função 
armazenar e maturar (concentrar) os espermatozoides. 
São divididos em cabeça, corpo e cauda (por onde sai o ducto deferente). 
→ Ducto deferente: ducto muscular que leva os espermatozoides dos testículos para a próstata 
(durante a ejaculação). 
→ Vasectomia: é a secção (o corte) dos ductos deferentes. 
9.3. Funículo espermático 
São cordões por onde passam artérias, veias e os ductos deferentes. Eles são compostos pelo 
músculo cremaster. 
→ Músculo cremaster: age suspendendo os testículos. Se estiver frio, ele se contrai para aproximar 
os testículos da cavidade pélvica e os aquecer. Se estiver calor, ele relaxa para afastar os testículos 
da cavidade pélvica e os esfriar. 
9.4. Próstata 
É uma glândula masculina anexa inferior à bexiga urinária, anterior ao reto, e posterior ao púbis e 
sínfise púbica; responsável por receber os espermatozoides dos ductos deferentes e o líquido 
seminal das glândulas seminais. 
Além disso, a próstata secreta o líquido prostático que tem anticoagulante e pH alcalino (para 
proteger os espermatozoides da acidez da vagina e da uretra masculina). 
Internamente à próstata, está o ducto ejaculatório (que se abre na parte prostática da uretra). 
Por conter grande quantidade de receptores de testosterona, alterações na próstata indicam 
problemas. Uma próstata normal, tem a consistência dos lábios e uma alterada tem a consistência 
mais dura e é maior; o que é constatado no exame de toque retal. 
→ Líquido seminal: é rico em vitamina C (o que impede a oxidação dos gametas), carboidratos e 
etc; oferece nutrição (energia) aos espermatozoides. 
→ O sêmen é constituído por espermatozoides (10%), líquido seminal (30%) e por líquido prostático 
(60%). 
9.5. Glândulas bulbouretrais 
São glândulas responsáveis por secretar líquido bulbouretralna uretra, antes da ejaculação, para 
deixar a uretra menos ácida, mais neutra. 
9.6. Pênis 
Órgão masculino da cópula que, assim como os testículos, é envolto pela túnica albugínea. 
Internamente, tem três hastes: corpo esponjoso (por onde passa a uretra) e dois corpos cavernosos 
(que se enchem de sangue durante a ereção). 
O corpo esponjoso tem duas dilatações, a externa (forma a glande do pênis) e a interna (forma o 
bulbo do corpo esponjoso). 
 
 
→ O frênulo do prepúcio é uma prega que prende o prepúcio à glande do pênis; a glande do pênis 
é envolta pelo prepúcio. 
→ Circuncisão: é a exposição da glande do pênis, para favorecer a higienização. 
 
10. Sistema genital feminino 
É responsável por produzir hormônios, liberar o gameta feminino e por fornecer local propício para 
fecundação, implantação e desenvolvimento do embrião. 
a) Órgãos genitais internos 
10.1. Gônadas (ovários) 
Os ovários são órgãos que se localizam na cavidade pélvica e têm como função produzir estrógeno 
e progesterona. Eles trabalham na temperatura corporal. 
Eles são presos e mantidos no local por dois ligamentos (ligamento útero-ovário e ligamento 
suspensor do ovário) e pelo mesovário. 
As mulheres nascem com cerca de 500.000 folículos ovarianos e, a cada 28 dias, alguns são 
selecionados para ovular. Dentre estes, o melhor ovula e os outros são degenerados. 
10.2. Tubas uterinas 
São tubas musculares responsáveis por captar o gameta feminino (ovócito/óvulo) e fornecer local 
para fecundação dele. 
Elas são divididas em quatro porções: parte intramural (parte no interior do útero); istmo da tuba 
uterina (parte de estreitamento); ampola da tuba uterina (dilatação, onde ocorre fecundação); e 
infundíbulo (parte que lembra a morfologia de um funil, é por onde o gameta masculino entra). 
Na abertura do infundíbulo, são encontradas as fímbrias da tuba uterina. Estruturas que 
varrem/captam o gameta masculino, como se fossem dedinhos. 
As tubas uterinas são envolvidas por uma reflexão de peritôneo denominada mesosalpinge. 
10.3. Útero 
É um órgão pélvico constituído por músculo liso que recebe a implantação do embrião e fornece 
local para ele se desenvolver. Se localiza anteriormente ao reto, superior e posteriormente à bexiga, 
e superiormente à vagina. 
Ele fica preso às paredes da cavidade pélvica pelo ligamento largo do útero, que é uma sobra do 
peritôneo refletido. 
O útero tem 3 porções, na pré-puberdade: o fundo, o corpo e o colo. Já na pós-puberdade, ele 
passa a ter 4: o fundo, o corpo, o colo e o istmo (uma espécie de cintura). 
O útero tem 3 estratos (camadas): a camada externa, denominada perimétrio (é a parte do 
peritôneo que reveste o útero); a camada média, denominada miométrio (espessa camada de 
fibras musculares lisas que se distribuem, da periferia para a profundidade – onde ocorrem 
miomas); e a camada interna, denominada endométrio (parte que descama durante a 
menstruarão); 
→ O colo do útero tem um óstio, denominado óstio uterino, que funciona como uma porta de entrada 
e saída. 
10.4. Vagina 
É o órgão feminino da cópula, constituído por músculo estriado esquelético, com tamanho médio 
de 12 cm e paredes coladas (na mulher virgem). 
A lubrificação interna da vagina se dá por glândulas do colo uterino. 
 
b) Órgãos genitais externos 
10.5. Monte púbico 
O monte púbico ou monte de vênus é uma colcha gordurosa que serve como proteção mecânica 
(impede atrito durante o coito) e física (pelos pubianos impedem infecção). 
10.6. Vulva 
O pudendo feminino ou vulva é limitado pelos lábios maiores do pudendo (grandes lábios), que 
protegem os lábios menores. Os lábios menores, por sua vez, delimitam o vestíbulo da vagina. 
Diferente dos lábios maiores do pudendo, os lábios menores não têm pelos. 
10.7. Vestíbulo da vagina 
O vestíbulo da vagina é a região composta pelo clitóris (órgão homólogo ao pênis, as vezes coberto 
pelo prepúcio) e por dois óstios (óstio da vagina e óstio externo da uretra). 
No óstio da vagina, na parte inferior, encontram-se as glândulas vestibulares (também conhecidas 
como glândulas de Bartholin). Elas são responsáveis por secretar muco alcalino (para diminuir 
acidez) e por lubrificar o vestíbulo da vagina (para facilitar coito). 
→ Bartholinite é a inflamação das glândulas vestibulares. 
10.8. Hímen 
É um diafragma mucoso que obtura parcialmente o óstio da vagina nas mulheres virgens. 
 
11. Sistema nervoso 
É o sistema responsável por controlar e coordenar todas as funções orgânicas. Ele coordena e 
controla a vida de relação (interação do indivíduo com o ambiente) e a vida vegetativa (funções 
viscerais, “automáticas”). 
Junto com as glândulas endócrinas e o sistema circulatório, o sistema nervoso forma o chamado 
sistema de integração. 
11.1. Neurônios 
Os neurônios são células altamente excitáveis que se comunicam entre si ou com outras células 
efetuadoras, usando basicamente uma linguagem elétrica. A maioria dos neurônios possui três 
regiões responsáveis por funções especializadas: corpo celular, dendritos e axônios. 
São considerados com a unidade funcional do sistema nervoso, responsáveis por captar, processar 
e responder aos estímulos. Dependendo do estímulo, eles configuram aminoácidos para gravar a 
informação (a memória). 
Nós, seres humanos, temos cerca de 90 bilhões de neurônios. Mas, nos homens, há 2/3 bilhões a 
mais do que nas mulheres. 
11.2. Bainha de mielina 
A bainha de mielina é uma estrutura que envolve os axônios facilitando e acelerando a propagação 
do estímulo elétrico. Nos nervos periféricos a bainha é formada pelas células de Schwann e no 
sistema nervoso central por células chamadas oligodendrócitos. 
Fazendo uma analogia com um fio elétrico, o axônio seria o fio de cobre e a bainha de mielina a 
capa plástica que o envolve. Assim como um fio elétrico desencapado pode provocar curto-circuito, 
o axônio com lesão da bainha de mielina não funciona bem. As doenças que provocam a perda da 
bainha de mielina, ou seja, da capa do fio, são denominadas doenças desmielinizantes. 
Sem a bainha de mielina a velocidade de propagação dos estímulos elétricos diminui de 10 a 20 
vezes. 
Na gravidez, a ingestão de vitamina B12 e de ácido fólico favorecem a mielinização, e a desnutrição 
a desfavorece. 
11.3. Circuitos neuronais 
Os circuitos neuronais são as conexões entre distintos neurônios (sinapses) que se referem 
especialmente ao controle de uma função corporal (ex.: circuito da fome, circuito do movimento 
corporal, etc). Essas sinapses são ativadas com treino/estímulos. 
A quantidade de neurônios, somada ao número de sinapses ativas e combinada com um bom 
processo de mielinização determinam a inteligência de um indivíduo. 
11.4. Corpo caloso 
O corpo caloso é um conjunto de fibras neuronais que conecta os hemisférios cerebrais direito e 
esquerdo. É área em que a mulher tem mais neurônios que os homens, cerca de 200 milhões a 
mais. 
11.5. Massa branca e massa cinzenta 
A massa branca corresponde aos axônios dos neurônios, a parte da bainha de mielina. Já a massa 
cinzenta corresponde ao corpo dos neurônios, é a parte que fica na periferia (chamada de córtex 
cerebral). 
a) Divisão anatômica do sistema nervoso 
11.6. Parte central/sistema nervoso central (SNC) 
É o que constitui o chamado neuro-eixo, a parte alojada no estojo ósseo (crânio e coluna vertebral) 
que tem como função processar e armazenar informações. O encéfalo fica alojado no crânio e a 
medula espinal fica alojada na coluna vertebral. 
 
I - Encéfalo: cérebro + cerebelo + tronco encefálico; 
II - Cérebro: construído pelos lobos do telencéfalo (lobo frontal + lobo parietal + lobo temporal + 
lobo occipital+ lobo da insula) e pelo diencéfalo (tálamo + hipotálamo). 
*Cérebro apresenta giros e sulcos que aumentam a área de armazenamento de neurônios; 
→ Telencéfalo 
III - Lobo frontal: participa da parte psíquica comportamental (caracteriza o caráter, a 
bipolaridade, a esquizofrenia, etc), da parte de planejamento e execução motora, do 
pensamento, memória recente, do sistema límbico e é onde se localiza, especialmente do lado 
esquerdo, a área de Broca (centro da fala); 
IV - Lobo parietal: está relacionado com a sensibilidade geral (percepção espacial), com o gosto 
e com a memória recente; 
V - Lobo temporal: está relacionado com a audição, equilíbrio, com o controle da postura, 
memória remota, aprendizado, bom senso, com o olfato e é onde se localiza a amigdala cerebral 
(“alarme” que desencadeia reações de proteção em caso de alguma emergência); 
VI - Lobo occipital: é a área de associação visual; 
VII - Lobo da ínsula: participa do controle cardiovascular (e outras funções autônomas) e da 
memória tátil. 
 
→ Diencéfalo 
VIII - Tálamo: centro receptor e transmissor de informações sensitivas (dor, tato, temperatura... 
exceto visão e olfato) ao córtex cerebral, controle motor, controle de algumas funções 
autônomas e participa do sistema límbico; 
IX - Hipotálamo: centro de associação autônoma (determina fome, sede, sono, libido...), 
responsável pelo controle hormonal e participa do sistema límbico; 
 
X - Tronco encefálico: mesencéfalo + ponte + bulbo; 
XI - Mesencéfalo: participa da audição, do movimento dos olhos e na produção de dopamina*. 
*No interior do mesencéfalo, forma-se a substância negra que secreta dopamina. O excesso de 
dopamina causa alucinações e esquizofrenia, já a falta dela causa o mal de Parkinson; 
 
XII - Ponte: está relacionada com a sensibilidade e motricidade (movimento) da face e dos 
músculos da mastigação; 
XIII - Bulbo: principal conexão da medula espinal, controla a respiração e a frequência cardíaca. 
*No bulbo, ocorre a chamada decussação das pirâmides (cruzamento de 90-95% das fibras 
nervosas), o que determina que hemisfério cerebral direito controle o lado esquerdo do corpo e que 
hemisfério cerebral esquerdo controle o lado direito do corpo; 
 
XIV - Cerebelo: responsável pelo controle do equilíbrio, coordenação motora, automatização 
motora (andar de bike, dirigir, marchar, tocar violão...) e pela manutenção e coordenação do 
tônus muscular (impede que os músculos “desliguem” para que eles respondam mais rápido aos 
comandos de movimento). 
*O cerebelo é folheado para aumentar ainda mais a área de armazenamento neuronal, ele tem 
mais neurônios que o cérebro; 
 
XV - Medula espinal: via de condução de impulsos nervosos. 
Obs.: o sistema límbico controla comportamentos ligados à nossa sobrevivência, é a unidade 
responsável pelas emoções. 
Obs. 2: área de Broca (centro da fala) e área de Wernicke, também no hemisfério cerebral 
esquerdo (centro de interpretação da fala). A disfunção dessas áreas causa afasias (deficiências 
na compreensão e produção da linguagem). 
 
 
11.7. Parte periférica/sistema nervoso periférico (SNP) 
É a parte do sistema nervoso que fica ao redor, na periferia, com função de captar informações 
através dos nervos (espinhas ou cranianos), dos gânglios nervosos e das terminações nervosas. 
 
11.7.1. Nervos espinhais cranianos 
Os nervos espinhais (originados na medula espinal) e os cranianos (originados no encéfalo) fazem 
a ligação dos diversos tecidos do organismo com o sistema nervoso central. 
11.7.2. Gânglios nervosos 
Os gânglios nervosos são acúmulos de corpos celulares de neurônios situados fora do sistema 
nervoso central. 
11.7.3. Terminações nervosas 
As terminações nervosas são responsáveis por captar estímulos térmicos, mecânicos ou dolorosos. 
11.8. Ventrículos do encéfalo 
Há quatro ventrículos juntos no cérebro humano (ventrículos laterais, terceiro ventrículo e quarto 
ventrículo), que constituem o sistema ventricular. O sistema ventricular pode ser definido como a 
estrutura que contém o líquido cefalorraquidiano no cérebro. 
 
11.9. Meninges 
As meninges são membranas fibrosas que envolvem o encéfalo e a medula espinhal (sistema 
nervoso central), os protegendo e fixando. A dura-máter (camada mais externa) tem consistência 
de couro, situa-se imediatamente sob a superfície do crânio e tem duas camadas separadas por 
um espaço virtual. A aracnoide máter (camada média) é uma membrana fina e trabeculada 
localizada profundamente. A pia-máter (camada interna) é uma membrana fina que adere aos 
contornos do córtex cerebral. 
Entre a aracnoide máter e a pia-máter, no espaço subaracnóideo, está o líquido cerebrospinal. 
Esse líquido, que é produzido no interior do encéfalo (nos ventrículos encefálicos e no canal neural), 
serve como proteção física (amortece impactos) e como proteção química (forma barreira entre o 
sangue e o tecido nervoso). 
 
→ Plexo coroide (pia-máter + vasos sanguíneos) compreende um tufo de capilares que secreta 
o liquido cerebroespinal, no interior dos ventrículos. 
b) Divisão funcional do sistema nervoso 
11.10. Parte somática/sistema nervoso somático (SNS) 
É a parte responsável pela interação do indivíduo com o ambiente, pela vida de relação. 
Apresenta um componente aferente e outro eferente. O componente aferente conduz aos 
centros nervosos impulsos originados em receptores periféricos, informando-os sobre o que 
passa no meio ambiente. O componente eferente leva aos músculos estriados esqueléticos o 
comando dos centros nervosos resultando em movimentos voluntários. 
 
Ex.: falar, gesticular, dobrar braço, mexer dedos, etc. 
11.11. Parte visceral/sistema nervoso autônomo (SNA) 
A parte eferente do sistema nervoso visceral, denominada sistema nervoso autônomo, é a 
parte responsável pelas funções vitais, pela vida vegetativa. 
O sistema nervoso autônomo leva os impulsos originados em centros nervosos até as 
vísceras, regula funções subconscientes tais como: pressão arterial, frequência cardíaca, 
peristaltismo, filtração dos rins, libido, fome, sono, etc. E pode ser dividido em sistema nervoso 
autônomo simpático e parassimpático. 
O sistema nervoso simpático (luta/fuga) participa nas respostas do corpo ao stress, excitando 
e ativando os órgãos necessários a respostas em momentos de tensão. Há liberação de 
adrenalina. 
Ex.: broncodilatação, diminuição da salivação, inibição no peristaltismo intestinal, orgasmo, 
ejaculação, dilatação da pupila, etc. 
Já o sistema nervoso parassimpático (repouso/digestão) atua na conservação das energias do 
corpo e nas respostas necessárias a períodos de repouso e relaxamento, mantendo o equilíbrio 
homeostático. Há liberação de acetilcolina (ACh). 
Ex.: bronconstrição (contração dos brônquios), aumento da salivação, estimulação do 
peristaltismo intestinal, ereção, contração das pupilas, etc. 
Obs.: aferente = componente sensitivo, capta informações / eferente = dá resposta. 
 
11.12. Estruturas para identificar 
Verme do cerebelo, hemisfério esquerdo do cerebelo, hemisfério direito do cerebelo, córtex 
cerebral/substância cinzenta, centro branco medular/substância branca, aracnoide máter, dura-
máter, tálamo, mesencéfalo, ponte, bulbo, canal neural, medula espinal, hipófise, hipotálamo, 
quarto ventrículo, lobo da ínsula, lobo occipital, lobo frontal, lobo parietal, lobo temporal, cauda 
equina (conjunto de nervos inferiores), corpo caloso, fissura longitudinal do cérebro (separa os 
dois hemisférios do cérebro), sulco lateral, giro pré-central (área motora primária), sulco central, 
giro pós-central (área sensitiva primária), fissura longitudinal do cérebro.

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