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RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL E A GESTÃO DE PESSOAS

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A Responsabilidade Socioambiental e a Gestão de Pessoas: Um estudo sob a ótica do Direito Empresarial e do Trabalho
Daniel José Weber
Márcia Regina Ristow Guedes
Tobias Guedes Borba
Resumo
A escolha do setor automotivo para analise deste artigo, se justifica pelo crescimento acelerado do setor, onde existem muitas empresas de vários segmentos envolvidas, grande número de pessoas empregadas e da necessidade de gestão e controle ambiental, organizacional e de gestão de pessoas. Dentro deste contexto pretende-se mostrar as práticas que vem sendo adotadas pelas empresas, no sentido de amenizar os impactos e verificar aspectos de melhoramento para este segmento, analisando as posturas que vem sendo adotada pelas empresas, e os instrumentos de gestão aplicados. O presente estudo, de caráter exploratório e natureza qualitativa, objetivou identificar as competências profissionais relevantes ao setor automotivo, as práticas ambientais e suas certificações dentro de um novo processo de reestruturação organizacional, voltadas para as práticas sociais e de sustentabilidade. Os resultados indicam como as empresas se enquadram e se posicionam no mercado com processos de melhorias, de envolvimento e comprometimento no gerenciamento e administração de resíduos, gerados na fabricação e manutenção dos veículos. Observou-se a mudança de conceitos em relação a gestão de pessoas, onde a competência habilidades e atitudes agregam grande valor, priorizando a segurança e qualidade de vida do colaborador. Percebe-se uma grande competitividade no setor, em relação a mão de obra qualificada e ao que diz respeito ao meio ambiente, primeiramente as disputas era em relação ao lucro gerado no setor, de certa forma esta ideia ainda persiste, mas agora também está voltada para o capital intangível a certificação de qualidade ambiental num processo de sustentabilidade.
Palavras-chave: Setor Automotivo. Competência Profissional. Gestão de Recursos. Sustentabilidade.
Abstract
The choice of the automotive sector to analyze this article is justified by the rapid growth of the sector, where there are many companies from various segments involved, number of employed people and the need for management and environmental, organizational control and personnel management. In this context, we intend to show the practices that have been adopted by companies in order to mitigate the impacts and verify aspects of improvement for this segment, analyzing the positions that have been adopted by companies, and applied management tools. This study, exploratory and qualitative nature, aimed at identifying the relevant professional skills to the automotive industry, environmental practices and their certifications in a new process of organizational restructuring, aimed at the social practices and sustainability. The results indicate how companies fit and position themselves in the market with improved processes, involvement and commitment in the management and administration of waste generated in the manufacture and maintenance of vehicles. There was a change of concepts in relation to personnel management, where competence skills and attitudes add great value, prioritizing the safety and quality of life of the employee. We can see a great competition in the sector, for skilled labor and respect for the environment, primarily the dispute was in relation to the income generated in the sector, in a way this idea still persists, but is now also facing to intangible capital on environmental quality certification in sustainability process.
Key words: Automotive sector. Professional competence. Resource management. Sustainability.
Introdução
 O setor automotivo está no centro de uma grande evolução. Hoje adquirir um carro é o sonho que está na mente de muitas pessoas, como um dos principais itens de consumo. A busca por novidades tecnológicas, carros sofisticados, com alta tecnologia, redução de gases tóxicos, bicombustíveis, motores mais econômicos e com menos ruídos, são exigências de um mercado consumidor voltado a economia e preservação do meio ambiente. A mudança deste mercado acontece tão rapidamente, que a estrutura do setor automotivo precisa mudar rapidamente, para atender aos compradores que estão em busca de novidades e tecnologias.
Os consumidores de hoje não estão comprando em qualquer empresa, levando em consideração apenas preço e qualidade, estão olhando também os benefícios, a participação da empresa na melhoria da sociedade. As questões do meio ambiente também estão sendo muito cobrada pelos consumidores. 
Esse acelerado crescimento das empresas automobilísticas fez com que não se preocupassem apenas com a produtividade, passaram a se preocupar com a questão socioambiental. As organizações de pequeno, médio e grande porte são todas responsáveis pelo bem-estar da sociedade e do ambiente em que estão inseridas. 
O presente artigo tem como proposta demostrar a evolução das práticas de gestão ambiental e de pessoas, especialmente no setor automotivo, onde o avanço tecnológico abre novos oportunidades para as montadoras, indústrias e centros de reparação automotiva. Será observado dentro deste, seus aspectos, impactos e práticas ambientais, e sua visão sócio ambiental. Tendo como objetivo observar, as exigências ambientais frente aos fornecedores e outros parceiros.
materiais e métodos
O presente estudo, é de caráter exploratório e natureza qualitativa. A metodologia utilizada se baseou em pesquisa bibliográfica em livros, revistas, e materiais disponíveis na internet pertinentes ao setor automotivo, e sua fundamentação se deu através dos livros indicados pelos coordenadores das disciplinas e de outros autores. Objetivou identificar as competências profissionais relevantes ao setor automotivo, gestão de pessoas, as práticas ambientais gestão de resíduos Responsabilidade Social e sustentabilidade. 
fundamentação teorica
Na era Clássica as empresas tinham como principal característica a rigidez, pensavam apenas em produzir e não se preocupavam com o bem-estar de seus trabalhadores, este cenário começou a receber mudanças na era neoclássica em meados do ano de 1950, quando as empresas optaram por manter seus melhores funcionários, ou seja, os que melhor desempenhavam suas funções.
Com o aparecimento da era da informação nos anos 1990, as empresas começam a implantar a gestão de pessoas para criar uma melhor qualidade de trabalho, e esse episódio vem mudando o comportamento das empresas, no sentido de implantar esse novo método de gestão. 
Empresas que buscam o sucesso aproveitam os momentos de crise, como o atual, para mudar o pensamento, criar coisas novas e se reorganizar. Revisar os processos produtivos e operacionais, agregando valores corporativos. 
A administração de Recursos Humanos refere-se às práticas e as políticas necessárias para conduzir os aspectos relacionados às pessoas no trabalho de gerenciamento, especificamente à contratação, o treinamento, a avaliação, a remuneração e ao ambiente seguro aos funcionários da empresa. 
Entre estas práticas e políticas estão, conduzir a análise de cargo (determinar a natureza do trabalho de cada funcionário), prever a necessidade de trabalho e recrutar candidatos, selecionar candidatos, orientar e treinar novos funcionários, gerenciar recompensas e salários (como remunerar funcionários), oferecer incentivos e benefícios, avaliar o desempenho, comunicar-se (entrevistando, aconselhando, disciplinando), treinar e desenvolver, construir o comprometimento do funcionário.
Na visão Chiavenato (1999, p. 8) "Gestão de Pessoas ou ARH é o conjunto de decisões integradas sobre as relações de emprego que influenciam a eficácia dos funcionários e das organizações". 
Assim os colaboradores passam a trabalhar melhor, utilizando seus conhecimentos, habilidades e competências, seu entusiasmo e satisfação com suas atividades, seu senso de iniciativa para gerar valor e riqueza, tudo isso tem forte impacto na produtividade e lucratividadeda organização, no nível de serviços oferecidos ao cliente, na reputação, imagem e na competitividade. Desta forma fazem a diferença em um ambiente competitivo de negócios. (Chiavenato 2002, p. 20).
O capital intangível é o bem mais precioso dentro de uma organização, principalmente quando se refere a pessoas. A falta de mão de obra qualificada no setor automotivo, inclusive nos centros de reparação, de distribuição e de varejo de peças, exige das empresas que atuam neste setor, o investimento em profissionalização. 
Este quadro se agrava bastante no setor de reparação, que exige alto conhecimento dos profissionais, tanto técnico como eletrônico, devido à complexidade de recursos tecnológicos que equipam os veículos, bem como o que diz respeito as ferramentas usadas na reparação, são muito sofisticadas e exigem habilidades e conhecimento para seu manuseio. 
A busca por profissionais em que o diferencial é o talento, faz com que o recrutamento assuma papel de grande importância. Atrair candidatos potencialmente qualificados e capazes de ocupar cargos dentro da organização, com atenção voltada para o cliente e estar comprometido e contribuindo ativamente para a excelência em Qualidade, voltada para a responsabilidade individual, cria uma grande concorrência entre as organizações.
Desta forma a procura por profissionais talentosos, com formação superior, com ideias e ações que façam a diferença e que tenham espirito de liderança, são algumas das características observadas no recrutamento e seleção dos candidatos na hora da entrevista. Só que as maiores dificuldades não estão somente em encontrar profissionais com essa característica, mas sim fazer com que permaneçam nos cargos oferecidos.
Reforçar o conhecimento é a alternativa para esse novo mercado tecnológico. Empresas investem em treinamento e capacitação e usam ou já praticam o chamado treinamento on the job. Este treinamento visa usar os próprios conhecimentos para mudar o saber. Os principais fatores para investir na capacitação das equipes, consiste na disponibilidade do tempo e na demanda do mercado. 
Aproveitar a baixa demanda do mercado e ociosidade da mão de obra para capacitar, com um pensamento voltado para o ganho futuro, é investir em conhecimento nas horas disponíveis ao invés de conceder licenças remuneradas ou férias coletivas.
Buscando a excelência na gestão de pessoas, as grandes empresas do segmento investem em centros de treinamentos e desenvolvimento (T&D) nas próprias fabricas de suas redes para qualificar seus colaboradores, para que estes tenham mais segurança no desempenho de suas funções.
Na busca de investir na capacitação e também contribuir para o desenvolvimento de mão de obra qualificada de novos profissionais, bem como melhorar os serviços prestados em suas redes, investem em centros de treinamento.
Como exemplo de responsabilidade social interna temos a rede VW, que pretende com a implantação de oito Centros de Treinamento aumentar em 50% o volume de treinamentos a seus colaboradores no processo de fabricação e reparo de veículos, em relação a 2011, segundo dados da revista DEALER edição 48 de abril/maio de 2014.
Outra empresa do segmento a Hyundai Motor Brasil, em parceria com o SENAI, oferece módulo de treinamento técnico Hyundai no Distrito Federal, Pernambuco, Paraná e Rio Grande do Sul.
Segundo Willian Lee, presidente da Hyundai Motor Brasil, “Nosso objetivo é oferecer todo o conteúdo teórico, bem como as condições para que esse conhecimento seja aplicado na prática. Buscamos desenvolver os profissionais que hoje atuam em nossa rede, e ao mesmo tempo, criar uma forma de acesso para que os demais alunos do SENAI e pessoas interessadas também usufruam dessa estrutura”. 
A responsabilidade social das grandes empresas do segmento, não vai apenas em desenvolver ações de gestão que visam somente atender os requisitos legais e sua imagem externa, mas principalmente em desenvolver sua responsabilidade social com o seu público interno. Empresas que adotam de forma voluntária um compromisso de contribuir com o desenvolvimento econômico sustentável, trabalhando com os empregados, suas famílias, a comunidade local e a sociedade em geral para melhorar sua qualidade de vida, desenvolvem ações de sustentabilidade futuras.
A origem do movimento de qualidade de vida no trabalho remontou em 1950, com o surgimento da abordagem sócio técnica. Somente na década de 60, tomaram impulsos, iniciativas de cientistas sociais, líderes sindicais, empresários e governantes, na busca de melhores formas de organizar o trabalho a fim de minimizar só efeitos negativos do emprego na saúde e bem-estar geral dos trabalhadores. Entretanto, a expressão qualidade de vida no trabalho só foi introduzida, publicamente, no início da década de 70, pelo professor Louis Davis (UCLA, Los Angeles), ampliando o seu trabalho sobre o projeto de delineamento de cargos. 
Então, na década de 70, surge um movimento pela qualidade de vida no trabalho, principalmente nos EUA, devido à preocupação com a competitividade internacional e o grande sucesso dos estilos e técnicas gerenciais dos programas de produtividade japonesa, centrado nos empregados. Existia uma tentativa de integrar os interesses dos empregados e empregadores através de práticas gerenciais capazes de reduzir os conflitos. Outra tentativa era a de tentar maior motivação nos empregados, embasando suas filosofias nos trabalhos dos autores da escola de Relações Humanas, como Maslow, Herzberg e outros. 
Atualmente a busca da qualidade e produtividade tem constituído no fator principal para as empresas proporcionarem a qualidade de vida dentro das organizações, visando o comprometimento e promovendo a motivação dos colaboradores. A qualidade de vida no trabalho contribui também para a diminuição de custos de assistência médica, absenteísmo e rotatividade, além de constituir um meio de retenção dos profissionais na empresa. 
Proporcionar treinamentos e capacitação, faz com que as pessoas estejam melhor preparadas para os novos desafios, motivadas para vencer as dificuldades. Isso gera credibilidade, confiança e, motivação para buscar algo melhor. Mas para que estes treinamentos tenham efeito é preciso ter objetivos estratégicos claros e bem definidos atrelados ao planejamento da empresa.
Segundo, o presidente do Instituto da Qualidade Automotiva (IQA) Ingo Pelikan, existe um vigoroso crescimento, na busca pela qualidade através das certificações de sistemas de gestão, de produtos, de serviços automotivos, de treinamentos e publicações técnicas.
Melhorar a satisfação do trabalhador dentro de seu contexto laboral, melhora-se consequentemente a produtividade. Investir em segurança, sofisticação e técnica, faz com que as grandes marcas do setor desenvolvam pesquisas de novas tecnologias para proteger cada vez mais seus colaboradores.
O item segurança se encontra fortemente identificado na visão das montadoras, tanto no que diz respeito ao ambiente interno, onde acontece a fabricação dos veículos, itens de segurança no manuseio das peças, uso correto dos EPIs como no próprio veículo em elaboração.
A linha de montagem de veículos tem alta complexidade e um grande fluxo de pessoas que interagem com as maquinas automatizadas. O cuidado com a segurança começa no projeto da fabricação dos veículos, no treinamento dos funcionários, com equipamentos de segurança adequados para casa setor, inspeção de maquinas e equipamentos e com programas de conscientização e educação no transito para motoristas, funcionários, dirigentes e sociedade.
O setor de imprensa da empresa Volvo do Brasil que é referência em segurança informa que a excelência em Qualidade será obtida pela identificação, documentação, visualização e melhoria contínua dos processos da empresa. 
“ As necessidades do cliente serão transformadas em ações individuais e os resultados serão monitorados por objetivos quantificáveis. Desta forma, todos podem compreender como contribuímos para a satisfação do cliente e melhoriada Qualidade”. 
Eco-eficiencia, e eco-desing é a resposta que veio do setor empresarial, para gerenciar suas atividades ambientais, e encontra amparo legal na ISO 14045 e na ISO 14006. Este conceito liga o setor empresarial, meio ambiente e necessidades humanas presentes e futuras, traduzindo a real necessidade de produzir mais com menos recursos.
 Isto significa a redução do consumo dos recursos naturais e do impacto sobre o meio ambiente e a reutilização da matéria prima. Os aspectos ambientais são considerados em todos os estágios de desenvolvimento de um produto, colaborando para reduzir o impacto ambiental durante seu ciclo de vida.
Para atender clientes que procuram por empresas ecologicamente corretas, foi implantado o selo verde para empresas, como sinal de identificação de que as mesmas fazem a sua parte diante o mundo.
O governo fechou as bases de um acordo com as montadoras, para implementar o novo regime automotivo, que vai vigorar de janeiro de 2013 a dezembro de 2017. Este acordo tem como critério de referência o consumo de combustível por quilômetro rodado, que vai variar de acordo com tamanho e peso do veículo. Os automóveis vão receber um selo com indicação do consumo. 
Atualmente, já existe um programa de etiqueta veicular desenvolvido pelo Inmetro, mas que é voluntário e, por isso, tem pouca adesão. O programa classifica os veículos de acordo com a eficiência energética por categoria, ou seja, de quanto eles dependem de energia para se locomover (o Globo 08/09/2012). 
Os avanços tecnológicos e o crescimento do uso de recursos naturais, devido ao modelo de desenvolvimento adotado no setor automobilístico, trouxe a conscientização da realidade ambiental, e da necessidade da criação de mecanismos voltados para o consumo sustentável.
Para as grandes empresas do setor automotivo, respeitar o meio ambiente e atuar de forma responsável é um valor corporativo e um diferencial entre as empresas, para se destacarem com competitividade.
 São adotadas inúmeras práticas sustentáveis, como redução do ruído, poluição do ar, substituição de veículos movido por combustíveis, providos de recursos não renováveis, por veículos híbridos e elétricos, destino correto de resíduos gerados na fabricação e reparação dos veículos, separação correta do lixo, separação de resíduos recicláveis, reaproveitamento da agua e energia, e uso adequado de chaminés nas fabricas, como também a coleta da agua da chuva utilizada nos processos de limpeza.
O setor se encontra exposto a pressões de legislações ambientais, criando a necessidade de gestão ambientalmente correta no processo de produção, durante o uso, e nos pós uso dos veículos.
O guia ambiental desenvolvido para o setor automotivo, onde empresas de reparação legalmente constituídas, devem obedecer às regulamentações que se aplicam a esta atividade. Para poder exercer as atividades é preciso requer a Licença Ambiental e o Alvara de Funcionamento junto aos órgãos públicos, providenciar laudos ambientais com destino correto dos resíduos gerados pela produção e reparação automotiva, através de engenheiro ambiental.
As normas ambientais desenvolvidas com o intuito de conscientizar as empresas, da grande urgência em se tomar atitudes de preservação dos recursos naturais, se apoiam na parte legal da legislação. As resoluções mais importantes a serem citadas são:
Conama nº 258/99, que regulamenta o descarte de pneus usados, complementada pela 301, de março de 2002;
Conama nº 313, de 29 de outubro de 2002, sobre a classificação dos resíduos;
Conama nº 362, de 23 de julho de 2005, que regulamenta o descarte de óleo,
Conama nº 401, de 4 de novembro de 2008, sobre descarte de baterias, 
Conama 418, de 2009, que institui os prazos para Estados e Municípios montarem os Planos de Controle de Poluição Veicular (PCPV), de onde se originam os programas de inspeção ambiental veicular.
Porém, as leis não pararam por aí, e em 2 de agosto de 2010, o governo Federal promulgou a Lei 12.305, que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), que trata primordialmente da preocupação com a não geração ou redução, reutilização, reciclagem e tratamento dos resíduos sólidos, bem como a disposição ambientalmente adequada dos rejeitos.
A ABNT NBR ISO 14000 especifica os requisitos de um Sistema de Gestão Ambiental e permite a uma organização, desenvolver e praticar políticas e metas ambientalmente sustentáveis. A norma leva em conta aspectos ambientais influenciados pela organização e outros passíveis de serem controlados por ela, orientando a empresa sobre o que deve fazer para minimizar os impactos ambientais de suas atividades e melhorar continuamente seu desempenho ambiental. A ISO 14000 contempla as seguintes normas:
ISO 14001: trata dos principais requisitos para as empresas identificarem, controlarem e monitorarem seus aspectos ambientais, através de um sistema de gestão ambiental (MILAGRE, 2008);
ISO 14004: complementa a ISO 14001 provendo diretrizes adicionais para implantação de um sistema de gestão ambiental;
ISO 14031: guia para avaliação de desempenho ambiental;
ISO 14020: conjunto de normas que tratam de selos ambientais;
ISO 14040: conjunto de normas para conduzir análises de ciclo de vida de produtos e serviços;
ISO 14064: contabilização e verificação de emissões de gases de efeito estufa para suportar projetos de redução de emissões;
ISO 14065: complementa a ISO 14064 especificando os requisitos para certificar ou reconhecer instituições que farão validação ou verificação da norma ISO 14064 ou outras especificações importantes;
ISO 14063: trata de comunicação ambiental por parte das empresas (ISO, s.d.).
Além destas, já existem outras normas em desenvolvimento:
ISO 14045: requisitos para análises de Eco-eficiencia;
ISO 14051: norma para MFCA – Material Flow Cost. Accounting, ou em tradução literal, contabilidade de custos dos fluxos de materiais, uma ferramenta de gerenciamento que busca maximizar a utilização de recursos, principalmente em manufatura e processos de distribuição;
ISO 14067: norma para pegada de carbono em produtos, tratando de requisitos para contabilização e comunicação de emissões de gases de efeito estufa associados a produtos;
ISO 14069: guia para as empresas calcularem a pegada de carbono em seus produtos, serviços e cadeia de fornecimento;
ISO 14005: guia para a implementação em fases de um sistema de gestão ambiental para facilitar sua adoção por pequenas e médias empresas;
ISO 14006: norma para “eco-desing”;
ISO 14033: diretrizes e exemplos para compilar e comunicar informações ambientais quantitativas;
ISO 14066: requisitos para as empresas que farão a validação e a verificação de emissões de gases de efeito estufa.
A implementação dessa norma deve ser buscada por empresas que desejam estabelecer ou aprimorar um Sistema de Gestão Ambiental, estar seguras sobre políticas ambientais praticadas ou demonstrar estar de acordo com práticas sustentáveis a clientes e a organizações externas.
O INMETRO aqui no Brasil é o órgão que certifica as empresas que desenvolvem políticas de gestão ambiental politicamente corretas através da ISO 14001, que dispõe as diretrizes básicas de um sistema de gestão ambiental. Para a maior parte das empresas, obter a certificação da ISO 14001 é suficiente para demonstrar o comprometimento com práticas sustentáveis e mesmo exportar para o exterior.
Sendo certificada pela ISO 14001, a empresa passa a ser identificada como uma organização capaz de identificar e administrar seus impactos ambientais, melhorar suas operações, reduzir custos e minimizar riscos de responsabilidades ambientais e é reconhecida mundialmente, por que a ISO 14001 é padrão.
Os benefícios adquiridos pela ISO 14001, melhora a gestão ambiental, reduzindo os resíduos e a utilização de energia, melhorando a eficiência, reduzindo os custos de funcionamento da empresa. Demonstra conformidade, ampliando as suas oportunidades de negócios, preparando a empresa para mudançade cenário dos negócios com segurança.
O processo de implementação ISO 14001 dura, em geral, de um a dois anos. Em casos mais complicados e menos comuns, o tempo de implementação pode ser superior. Isso depende do tamanho da empresa, dos recursos humanos disponíveis para o trabalho e do grau de envolvimento da direção.
O assunto sustentabilidade vem com a preocupação de desenvolver a conscientização das empresas, da necessidade de mudar atitudes, adotando uma nova postura de gestão para se manter no mercado. O desenvolvimento sustentável não se restringe apenas a preservar o meio ambiente, ou cumprir com a legislação empresarial e trabalhista, pois engloba os funcionários, suas famílias e a comunidade em torno da empresa.
Atividade sustentável são ações desenvolvidas atualmente pela empresa, sem que haja o comprometimento das ações futuras. Significa o desenvolvimento de uma ideia de equilíbrio, criando práticas e habilidades que possam criar uma convivência harmoniosa entre empresa, sociedade e meio ambiente. 
Neste sentido o meio automobilístico, tem se mostrado atento as novas exigências ambientais, e adota ações que minimizam estes impactos, em atividades ambientais sustentáveis. Transformar carros movidos a gasolina que é extraído do petróleo, um produto natural que não se renova, por carros movidos a álcool, é uma atitude sustentável. O etanol é produzido pela cana de açúcar, podendo ser cultivada de forma benéfica ao meio ambiente, promove a geração de vários empregos, gera renda é de fonte renovável, tornando-o sustentável.
As atitudes positivas desenvolvidas, onde projetos mundiais foram desenvolvidos, para definir a forma de gestão que se define pela relação ética e transparente das empresas, com todos os públicos, é definida como Responsabilidade Social Corporativa, compatibilizando a exploração de recursos, o gerenciamento de investimento tecnológico e as mudanças institucionais com o presente e o futuro.
Começa a se desenhar no meio empresarial um novo quadro e conceito de gestão, que hoje chamamos desenvolvimento sustentável. No início, este atendia às diretrizes impostas pelo poder público, mas atualmente, percebe-se ser crescente a adoção de iniciativas empresariais voluntárias, bem como a proposição de diretrizes que têm como reflexo a melhoria do desempenho ambiental e social empresarial.
Conclusão
Símbolo de status, de liberdade, de qualidade de vida e de sucesso, o automóvel é o maior bem de consumo durável adquirido pelo homem. Concluímos assim que há uma forte ligação emocional dos consumidores com os automóveis e um desejo global em adquirir um. 
Um dos grandes desafios para o setor automotivo está em formar profissionais com grande conhecimento em eletrônica pois a alta tecnologia empregada nos veículos, exige que as oficinas reparadoras tenham equipamentos de alta geração para diagnosticar as falhas e os defeitos em sensores e componentes. A perspectiva é de que cada vez mais teremos carros com sofisticação e alto desenvolvimento de engenharia e tecnologias avançadas, exigindo profissionais com alta qualificação e experiência profissional.
Como ponto positivo desta pesquisa foi a observação de que algumas empresas deste ramo, já optam pelo treinamento e desenvolvimento do funcionário com a criação de centros de treinamento que visam capacitar seus colaboradores para que os mesmos executem suas atividades de forma eficaz. Já o desenvolvimento, tem o objetivo repassar ou reciclar o conhecimento, habilidade ou atitudes relacionadas diretamente à execução de tarefas, isso possibilita que se acompanhe o crescimento dos mesmos na organização. Esses processos auxiliam a verificação das necessidades de treinamento e dos resultados obtidos com os mesmos, até a efetivação do funcionário na organização.
Outro ponto observado nesta pesquisa, é quanto ao item segurança. As grandes marcas de montadoras do mercado automotivo, como também nos centros de reparação tem a segurança como um dos pontos fortes dentro da empresa. Trabalham a conscientização de seus colaboradores da necessidade de proteção, uso correto dos EPIs, e do respeito através da prudência no transito. Os veículos passam por um criterioso processo de teste, ondes são testados todos os quesitos relacionados a segurança do veículo e das pessoas.
No que diz respeito a gestão ambiental, temos por parte das empresas grande responsabilidade no armazenamento dos resíduos gerados, e sua conscientização a respeito da preservação do meio ambiente, com forte inclinação para o desenvolvimento sustentável, com ações socias e práticas de cidadania.
Como ponto negativo, foi observado que apesar de existir uma forte pressão por parte da legislação, em que as empresas cumpram o seu papel social na sociedade, respeitando o meio ambiente, dando destino correto aos resíduos produzidos, trabalhando a conscientização de seus colaboradores e da sociedade em geral, criando políticas que respeitem e preservem a saúde física e mental de seus colaboradores, preservando os recursos naturais e reaproveitando produtos descartáveis, num processo de gestão correta, ainda existe uma falha muito grande no sistema. Ainda existe muita desinformação, e incertezas e muitas vezes não é encontrado o feedback necessário para que estas atitudes tenham o seu pleno êxito, falhando na parte final do processo, por meros requisitos burocráticos.
Outro aspecto negativo para este momento é quanto ao desemprego. Muitas das grandes empresas não estão conseguindo acompanhar a crise econômica estabelecida no Brasil, e optam por férias coletivas, como ação imediata para manter a saúde financeira. Isso gera um período de instabilidade, insegurança e aumenta as demissões provocadas neste setor, devido resseção.
É um conjunto de atitudes adotadas para se tornar sustentável, que agrega valor corporativo e eleva a imagem da empresa perante a sociedade, solidificando sua marca. Empresas que adotam de forma voluntária um compromisso, de contribuir com o desenvolvimento econômico sustentável, trabalhando com os empregados, suas famílias, a comunidade local e a sociedade em geral para melhorar sua qualidade de vida, desenvolvem ações de gestão, que visam não somente em atender os requisitos legais e sua imagem externa, mas principalmente desenvolver sua responsabilidade social com o seu público interno e externo.
Apesar da crise econômica em nível global, o setor automotivo tem plena capacidade para superar as dificuldades e seguir crescendo. Adotando o gerenciamento ambiental, políticas sociais que beneficiam não somente a empresa, mas seus colaboradores, melhorando sua qualidade de vida familiar e no trabalho, como também da sociedade em geral. Percebe-se que as empresas estão aptas e tem capacidade de enfrentar os desafios, as novas tecnologias do mercado e uma política ambiental e organizacional bem definida. Sendo estes uns dos principais fatores que contribuem para a reputação do setor atualmente. 
REFERENCIAS
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Sistema de Ensino Presencial Conectado
BACHARELADO EM ADMINISTRAÇÃO
DANIEL JOSÉ WEBER
MÁRCIA REGINA RISTOW GUEDES
TOBIAS GUEDES BORBA
RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL E A GESTÃO DE PESSOAS: Um estudo sob a ótica do direito empresarial e do trabalho
IBIRUBÁ
2015
Ano
DANIEL JOSÉ WEBER
MÁRCIA REGINA RISTOW GUEDES
TOBIAS GUEDES BORBA
RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL E A GESTÃO DE PESSOAS: Um estudo sob a ótica do direito empresarial e do trabalho
Produção Textual em Grupo – RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL E A GESTÃO DE PESSOAS: Um estudo sob a ótica do direito empresarial e do trabalho apresentado à Universidade Norte do Paraná - UNOPAR, como requisito parcial para a obtenção de média bimestral na disciplina de Fundamentos e Teoria Organizacional, Comunicação e Linguagem, Homem, Cultura e Sociedade e Comportamento Organizacional.
Orientador: Prof.ª. Ana Celi Pavão
 Prof.ª. Elisete Alice Zanpronio de Oliveira
 Prof.ª. Fabiane T. Muzardo
 Prof.ª. Janaina Vargas S. Testa 
IBIRUBÁ
2015

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