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O REGISTRO FOSSILIFÉRO DO CRETÁCIO DA SERRA DO GALGA, PEIRÓPOLIS, UBERABA
Adriane Abreu; Bruno Nunes; Carolina Gonçalves Bessa; João Henrique; Rafael Gonçalves Simões e Viviane Silvia
 Marcia Rodrigues Marques – Professora - Orientador 
1 Curso de Geologia . Centro Universitário de Belo Horizonte - UniBH, Belo Horizonte, MG. 
adriane_cadar@hotmail.com; nunes_2630@hotmail.com; cgoncalvesbessa@gmail.com; jhmendes93@gmail.com; ra_fasimoes@hotmail.com e vivianesilva_nl@yahoo.com.br  
Resumo O Sítio Paleontológico de Peirópolis, localizado a 21km do centro de Uberaba, possui um dos maiores e mais importantes jazigos fossilíferos do Brasil. Toda essa importância foi resultado de várias explorações feitas pelo paleontólogo Llewellyn Ivor Price, considerado o pai da paleontologia de vertebrados do Brasil, que realizou várias descobertas. Esses fósseis são encontrados, principalmente, nos afloramentos sedimentares da formação Marília e Adamantina, Grupo Bauru, Bacia Bauru, e encontram-se em excelente estado de preservação devido a condições ambientais, possuindo tanto somatofósseis (restos de animais) como icnofósseis (vestígios deixados pelos animais). Através de métodos específicos, foi possível chegar à datação dos fósseis, sendo de 85 a 60 milhões de anos, no período Cretáceo Superior. A paleofauna de Peirópolis é muito diversificada, possuindo fósseis de vários répteis, dinossauros, principalmente de titanossauros, moluscos, tartarugas e até mesmo de anfíbios. As informações coletadas desses animais indicam um ambiente quente e árido, ou seja, a partir de informações coletadas dos fósseis é possível fazer uma reconstrução ambiental da época em que viveram, tornando se importantes ferramentas para compreender a interação dos seres com o meio ambiente e também extrair informações sobre a evolução.
Palavras-chave: Peirópolis, Cretáceo, dinossauros. 
____________________________________________________________________________
1 Introdução
Desde meados do século passado o município de Uberaba vem sendo alvo de intensas investigações 
paleontológicas. O motivo é que toda a região abrange um dos maiores e mais importantes sítios paleontológicos do Brasil, com registros fósseis datados de 80 a 65 milhões de anos. A principal unidade fossilífera na região dos sítios é a Formação Marília, notadamente o membro Serra do Galga. Nela encontram-se os principais jazigos fossilíferos do Cretáceo continental brasileiro no município de Uberaba. Em virtude da importância deste sítio foi realizado um estudo de caso a fim de investigar os eventos geológicos que ocorreram no local, e desenvolver um levantamento em conjunto com outras ciências além da geologia, como a matemática, paleontologia e química, para assim poder concluir todos os processos ocorridos ao longo dos anos. Segundo a CPRM (2012), a paleontologia é uma ciência que está ligada entre a biologia e a geologia, conseguindo assim atuar em uma área maior e teorias mais dinâmicas, e apesar de toda "dificuldade" a se tratar com vidas de milhares de anos ela consegue correlacionar tudo com grande "exatidão”. O paleontólogo Llewellyn Ivor Price (1905-1980) foi o primeiro a disponibilizar resultados de suas pesquisas na região de Uberaba, e hoje essa região é um dos principais depósitos fossilíferos do país, sendo que nessa região foi feita uma das maiores descobertas paleontológicas brasileiras ao encontrar um fóssil de crocodilo com cerca de 80% de seu esqueleto intacto (RIBEIRO, 2007). E hoje conta com a Rede Nacional de Paleontologia, um moderno centro de pesquisa que une os principais sítios paleontológicos brasileiros. O presente estudo, tem por objetivo abordar a região de Peirópolis no estado de Minas Gerais, sendo escolhida a Serra do Galga, localizada na região de Uberaba, devido a grande quantidade de depósitos fossilíferos, especialmente formados por macrofósseis de répteis do período Cretáceo. As análises e resultados obtidos têm por intuito revelar a importância dos estudos paleontológicos para a geologia moderna, assim como a identificação da fauna local e processos de fossilização. O conteúdo programático está dividido em parte teórica, leitura e produção de artigo, e prática, a qual abrange aulas práticas e visitas a sítios geológicos.
A pesquisa será realizada com o intuito de aprofundar os conhecimentos sobre o período e as espécies em 
questão, assim como adquirindo conhecimento sobre o acervo cultural e científico do país. A pesquisa tem como ponto de partida identificar a natureza geocronológica da Serra do Galga para assim compreender melhor a idade das rochas e a natureza dos sedimentos. A partir dessa pesquisa descrever o sítio fossilífero, identificar a região do sítio da Serra do Galga citado na literatura científica e localizar a área que possui registro fossilífero. O sítio paleontológico de Peirópolis e Serra do Galga apresenta uma das mais ricas faunas de vertebrados e invertebrados do Cretáceo Superior brasileiro. A região começou a ser explorada em 1945, após a descoberta acidental de operários que estavam construindo um trecho da linha férrea. Foi encontrado o primeiro registro de ovo de dinossauro do país em 1951 pelo paleontólogo Llewellyn Ivor Price do Departamento Nacional da Produção Mineral, que comandou as pesquisas até 1974. Os depósitos fossilíferos estão estratigraficamente interligados com a Bacia Bauru, abrangendo uma ampla área geográfica do município de Uberaba, Minas Gerais. São descritos vários crocodilomorfos, dinossauros e outros répteis e até mesmo anfíbios provenientes destas localidades. Os fósseis apresentam excelente estado de preservação e juntamente com as rochas da região retratam os ecossistemas terrestres que antecederam às grandes transformações ambientais do final da Era Mesozoica (80 a 65 milhões de anos de idade). Com o avanço das pesquisas paleontológicas no Brasil, torna-se indispensável um aprofundamento maior, principalmente em um assunto no qual existe muito interesse em âmbito nacional e mundial. As pesquisas relacionadas à origem das espécies e sua evolução biológica interligada com a geologia torna-se mediante as novas descobertas um assunto de grande importância. Os dinossauros foram os últimos grandes “colonizadores” do planeta antes do Homo sapiens sendo assim uma pesquisa que aborda o tema indispensável para o enriquecimento cultural e cientifico do país.
2. METODOLOGIA
Sabe-se que as formações Marília e Adamantina possuem uma completude fossilífera bem vasta, da Era Mesozoica do período cretáceo. O desenvolvimento do tema foi abordado por meio de levantamento bibliográfico de dados secundários decorrentes dos objetivos propostos. Após o levantamento dos dados foi feita uma saída de campo, que teve por finalidade conhecer o sítio de escavação da Serra do Galga, a natureza geológica e sedimentar do sítio, bem como visitar o acervo fóssil do Museu dos Dinossauros, ambos localizados no município de Peirópolis, cuja gestão administrativa é feita pelo geólogo Luiz Carlos Ribeiro, auxiliado pelos paleontólogos Augustine Martinelli e Thiago Marinho. Em uma segunda etapa do projeto, todo o levantamento dos dados obtidos foi convertido em um blog que além de conter textos com o estudo da região é enriquecido por um mural de fotos obtidos através da visita a região.
3. A GEOCRONOLOGIA 
Fosseis são vestígios ou restos de seres vivos, animais ou vegetais, preservados em vários materiais. Porém para saber em que parte da história aquele ser vivo pertence ou quantos anos têm o fóssil é necessária a realização da datação (CARNEIRO, 2005).
Os métodos de datação relativa foram os primeiros a serem desenvolvidos, pois não dependiam de desenvolvimento tecnológico e sim do entendimento de processos geológicos básicos e do registro desses processos. Com a descoberta da radioatividade e de alguns elementos químicos presentes nas rochas que emitiam radiação a taxas constantes, foi desenvolvido o método da datação absoluta das rochas. 
No método dedatação de um fóssil, são utilizados elementos denominados radioisótopos. O fenômeno de isotopia ocorre quando um elemento químico apresenta o mesmo número de prótons, porém diferentes números de nêutrons. O isótopo radioativo pode emitir três formas de radiação, neste processo de desintegração, os produtos formados podem continuar sendo instáveis. Desintegrando posteriormente até alcançar um equilíbrio, gerando um elemento filho estável. (MUNDO ESTRANHO, 2012).
Os métodos de datação radiométrica baseiam-se no fato de que o decaimento de cada tipo de átomo ocorre em proporções constantes, segundo taxas exponenciais, que não são afetadas por agentes físicos ou químicos externos. A velocidade de decaimento depende apenas da estabilidade dos núcleos radioativos e é constante para cada tipo de isótopo radioativo (FRANCISCO, 2002). 
A lei probabilística que rege o decaimento não permite prever quando um determinado átomo deve decair, mas permite afirmar com precisão, que em determinado tempo a metade de uma amostra de isótopos radioativos terá decaído para o isótopo radiogênico. O tempo é denominado de Meia-vida (t½) ( MARSHALL BRAIN, 2007).
Como a meia-vida do carbono 14 é de 5.700 anos, ela só é confiável para datar objetos de até 60 mil anos. No entanto, o princípio usado na datação por carbono 14 também se aplica a outros isótopos (CARNEIRO, 2005).
Em uma amostra a meia vida do carbono 14 é de 5.700 anos, enquanto a quantidade de carbono 12, por outro lado, permanece constante. Ao olhar a relação entre carbono 12 e carbono 14 na amostra e compará-la com a relação em um ser vivo, é possível determinar a idade de algo que viveu em tempos passados de forma bastante precisa .Uma fórmula usada para calcular a idade de uma amostra usando a datação por carbono 14 é:
t = [ ln (Nf/No) / (-0,693) ] x t1/2
em que In é o logaritmo neperiano, Nf/No é a porcentagem de carbono 14 na amostra comparada com a quantidade em tecidos vivos e t1/2 é a meia-vida do carbono 14 (5.700 anos).
Por isso, um fóssil com 10% de carbono 14 em comparação com uma amostra viva, o fóssil teria:
t = [ln (0,10)/(-0,693)] x 5.700 anos
t = [(-2,303)/(-0,693)] x 5.700 anos
t = [3,323] x 5.700 anos
t = 18.940 anos de idade 
( MARSHALL BRAIN, 2007).
Segundo o geólogo Luiz Carlos, diretor do Museus dos Dinossauros de Peirópolis, e os Paleontólogos do museu Thiago Marinho e Agustine Martinelli, a determinação da idade tanto da Bacia Bauru e dos fosseis ali encontrados são controversos. A bacia é formada por outras pequenas bacias secundárias, e cada uma delas possui uma determinada idade e característica de formação, sendo difícil delimitar o término de uma bacia e o início da outra. Pesquisas já dataram a região entre 80 a 65 milhões de anos, porém outras afirmam que existência dos dinossauros datam de 70 a 65 milhões de anos. Sendo assim a datação da região é feita pelo método relativo.
4. LITOESTRATIGRAFIA
A Serra do Galga, localizada na cidade de Uberaba no triângulo mineiro é um membro da formação Marília e pertence à Bacia Bauru, aflorando em seis estados brasileiros, sendo eles: Minas Gerais, São Paulo, Mato Groso, Mato Groso do Sul, Paraná e Goiás sendo dividido em dois grupos, o Grupo Bauru e o Caiuá de acordo com Fernandes (2001), sabe-se que a bacia pode ter sido originada de um derramamento basáltico causado pela ruptura da Godwana a cerca de 175m.a. 
O Grupo Caiuá é divido em três formações, sendo elas: Rio Paraná, Goio Erê e Santo Anastácio correspondendo a um depósito arenoso associado a um sistema eólico (FERNANDES 2001).
Segundo Fernandes (2001), o Grupo Bauru é aflorante nos estados de Minas Gerais, São Paulo, Mato Grosso do Sul e Goiás. Não há um consenso entre os pesquisadores sobre a divisão litoestratigráfica deste grupo, porém, as unidades mais aceitas são: Adamantina, Araçatuba, Marília, e Uberaba. 
Fonte: Revista brasileira de geociências
É possível analisar todas as formações do Grupo Bauru que estão presentes no triângulo mineiro. As formações Uberaba e Marília afloram nas proximidades de Peirópolis que é um distrito de Uberaba e também em torno da cidade.
A formação Adamantina é constituída por arenitos finos a muito finos subordinadamente médios de cor rosa e marrom clara sempre maciços, que tem por sua vez uma estratificação plano paralela, cruzada acanalada ou tabular tangencial, alternando-se com lamitos de estratificação plano paralela. De acordo com Fernandes (1994) é uma unidade com ampla completude fossilífera e apresenta restos de moluscos, ostracodes e também de alguns dinossauros de acordo com Thiago Silva (pesquisador do Centro de Pesquisas Ivor Price). 
Segundo Fernandes (1998), a formação Araçatuba consiste em arenitos finos a muito finos cinza-esverdeados, apresentando frequente cimentação carbonática. Os estratos são geralmente maciços, ocorrendo às vezes estratificação plana paralela.
A formação Marília é uma das mais importantes devido a sua completude fossilífera ser bem extensa. Compreende o período Cretáceo superior, mais especificamente o Maastrichtiano Superior entre 70,6 e 65,5 milhões de anos, segundo a revista brasileira de geociências. A formação foi dividida em três subformações, são elas: Serra do Galga, Echaporã e Ponte Alta, sendo que a Serra do Galga e Ponte Alta são restritas ao triângulo mineiro. A formação Marília é composta por grosso a conglomeráticos, e mineralogicamente imaturo com incipiente estratificação subparalela e mais raramente estratificação cruzada (FERNANDES, 1998)
Fonte: Peirópoles 19 de Abril de 2013
De acordo com Barbosa (1970), o membro Serra do Galga ocorre apenas nas bordas noroeste da bacia. Segundo Fernandes (2004) e os pesquisadores que atuam no sítio paleontológico de Peirópolis (Thiago silva, Luiz Carlos e Agustine Martinelli) foi possível observar que é uma formação constituída a partir de estratos lenticulares de arenito e arenito conglomerado de grossos a finos, com grande estratificação cruzada, tabular acanalada de médio a pequeno porte, possui uma cor amarelada um tanto quanto pálida e também avermelhado. Feldspático apresenta-se em grãos de baixa qualidade, baixa angularidade e subarredondados. A formação Ponte Alta pode ser observada na área oriental do triângulo mineiro abrangendo a área de Uberaba nas proximidades de Uberlândia.
 O Membro Serra do Galga é formado por conglomerados polimíticos, sustentados por clastos, brancos a amarelados na base passando para conglomerados sustentados por matriz arenosa com clastos subangulosos a sub-arredondados e mal selecionados. Percorrendo uma área que abrange as régios das cidade de Uberaba , Uberlândia, Frutal.
A Formação Marília é aflorante nas demais regiões da bacia representada pelo Membro Echaporã (Barcelos 1984). É composta por arenitos finos a grossos, com intercalações conglomeráticas, cimentados por carbonato de cálcio (FERNANDES, 1988).
A formação Uberaba constitui-se por arenitos finos esverdeados, subordinadamente por lamitos, siltitos e conglomerados. Apresentam-se na forma de corpos lenticulares, com espessuras que variam de 20 cm a 1,5 m e está presente apenas ao redor da cidade de Uberaba.
5. PALEOFAUNA
Segundo os dados bibliográficos de Candeiro e Bergqvist (2004) o Sítio Paleontológico de Peirópolis, localizado no Grupo Bauru, Bacia Bauru, é caracterizado por abrigar um dos mais importantes jazigos fossilíferos, abrigando os melhores registros fósseis do Cretáceo no Brasil. Esses fósseis são datados de 60 a 85 milhões de anos, abrigando uma paleofauna bastante diversificada. Essa diversidade foi possível devido a estratégias ecológicas que permitiram a sobrevivência em um clima quente e árido (CARVALHO, 2011). 
Os fosseis são encontrados em um contexto paleoambiental de arenitos finos depositados em inundações repentinas em planícies aluviais após longas secas. Lagos de água doce e rios foram raros, geralmente secando durante longos períodos de estiagem. Esse foi um fator restritivo à fauna e à floradesta região, as quais deveriam estar adaptadas com as condições severas deste ambiente muito árido (CPRM, 2007).
Os fosseis são encontrados nas camadas das rochas sedimentares cretáceas da Bacia Bauru. O afloramento dessas rochas sedimentares é representado pelas formações Uberaba, Adamantina e Marília, sendo as duas últimas as mais fossilíferas (CARVALHO,2011). 
A assembleia fossilífera encontrada na região contém vários restos de vertebrados, sendo os mais conhecidos os acrossauros (répteis representados por crocodilianos, aves, pterossauros, dinossauros e outros grupos), tartarugas, peixes, anfíbios, vegetais (carófitas, pteridófitas e esporos), moluscos, ostracodes e conchostráceos (UFRJ). O conjunto de todos os fosseis encontrados indica que o ambiente era de água doce (CANDEIRO; BERGQVIST, 2004).
6. CARCTERIZAÇÃO DA ÁREA 
A principal unidade fossilífera na região dos sítios é a Formação Marília, principalmente na região da Serra do Galga. Nela encontram-se os principais jazigos fossilíferos do Cretáceo continental brasileiro, que está localizado no município de Uberaba. Na região já foram identificadas diversas espécies de macrofósseis e também microfósseis, os quais são relevantes cientificamente. Algas carófitas, esporocarpos de pteridófitas (Marsiliaceae), ostracodes, gastrópodes, biválvios, icnofósseis de invertebrados e vertebrados, assim como uma fauna diversificada freqüente de peixes,anfíbios, répteis (CPRM, 2007).
Segundo Ferdandes (1998), os processos de fossildiagênese na região da Serra do Galga, Peirópolis, foi quase sempre com perfeita preservação da estrutura óssea e manutenção da natureza fosfática original, independente das litofácies ou unidades geológicas de origem. Os ossos são constituídos por fluorapatita de baixa birrefringência, com laminação concêntrica, canais haversianos e camadas fibrosas, similares às estruturas dos ossos de vertebrados atuais. Não foram verificadas mecânicas após o soterramento, provavelmente devido ao baixo grau de diagênese a que foram submetidas as rochas, além da proteção fornecida pela cimentação carbonática precoce, presente em muitos casos. Este cimento ocorre frequentemente associado, permineralizando ou substituindo parcialmente a estrutura orgânica sendo que algumas vezes os espaços internos estão preenchidos por material clástico. 
 Fig: Mapa dos três principais pontos com fosseis 
Fonte: CPRM, 2012
Os pontos de Llewelyn Ivor Price
 Llewelin Ivor Price foi um dos primeiros paleontólogos do Brasil, e um dos responsáveis pela descoberta do primeiro dinossauro brasileiro (Staurikosaurus pricei). Durante seus anos de pesquisa, ele fez a descobertas de três depósitos fossilíferos, os quais nomeou de “Ponto 1”, “Ponto 2” e “Ponto 3”. Depósitos dos quais foram feitas grandes descobertas como, por exemplo, a descoberta do Uberabasuchus terrificus (que possui aproximadamente 70% do fóssil preservado) no Ponto 3. Nestes três pontos são coletados uma paleofauna cretácea em excelente estado de preservação.
Os fósseis depositados no Centro de Pesquisa Llewelin Ivor Price foram recentemente inventariados, totalizando 456 exemplares catalogados e 1100 sem catalogação. Entre os fosseis nota-se uma grande quantidade de dentes de peixes e de arcossauros e a presença expressiva de vértebras (cervicais, caudais e torácicas) costelas de titanossauros. Os crocodilomorfos e quelônios são os grupos melhores estudados, enquanto os dinossauros, peixes e moluscos merecem uma investigação científica mais detalhada (CANDEIRO, 2004).
No Ponto 1 são encontrados principalmente ossos, dentes, fragmentos de ovos e coprólitos de dinossauros (saurópodes e terópodes), crocodilomorfos, tartarugas, anfíbios, osteícties e moluscos. Está localizados a 3km a noroeste de Peirópoles, na Serra do Veadinho. Já o Ponto 2 está situado 3,5 Km a norte de Peirópoles e 500m a noroeste do “Ponto 1”, na região são encontrados dentes de donossauros, dentes de peixes osteíctes e placas de tartarugas. No Ponto 3 há ossos não identificados e fragmentos de escamas de osteíctes. O ponto está localizado a 4,2 Km a norte de Peirópoles e 700m a noroeste do “Ponto 1”.
A partir da análise do gráfico percebe-se que a maioria dos fosseis encontrados são de Osteichtys e de Dinossauria, sendo juntos responsáveis por 89% do acervo catalogado. Dentro do grupo dos Dinossauria encontra-se três icnofósseis, sendo eles um ovo de dinossauro e dois coprólitos de dinossauros. 
7. ACERVO FOTOGRÁFICO DA VIAGEM À PEIRÓPOLES
 
8. REFERÊNCIAS
Artigos:
ANJOS, C. A. (20 de Agosto de 2004). Paleofauna Cretácia do Centro de Pesquisa Paleontologicas de Llewellyn Ivor Price, Peirópoles, Uberaba, Minas Gerais. Siciedade & Natureza, Uberlândia , pp. 1-10.
CARVALHO. (14 de Maio de 2010). A new Late Cretaceous baurusuchid . Zootaxa.CARVALHO, I. d. (23 de Setembro de 2007). Peirópolis e Serra do Galga, Uberaba. Sítios Geológicos e Palentológicos do Brasil, pp. 389-402.
CANDEIRO , C. R. (Julho de 2009). Vertebrates of the Marília Formation. Earth Sciences, pp. 6-15.
CANDEIRO, C. R. (8 de Março de 2004). Paleofauna Cretácia do Centro de Pesquisas Paleontológicas LLewellyn Ivor Price.
RIBEIRO, L. C. (2009). Terra dos Dinossauros . SINGEP, pp. 1-13.
Revistas eletrônicas: 
2012. CPRM. Serviços Geologicos do Brasil. [Online] CPRM, 10 de Outubro de 2012. [Citado em: 1 de Abril de 2013.] http://www.cprm.gov.br/publique/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=526&sid=8.
CARNEIRO, C.D.R, Mizusaki, A.M.P., Almeida, F.F.M. 2005. A determinação da idade das rochas. TERRÆ DIDATICA p.6-35.
EMERSON, C. de Oliveira, A. R. (2006). Sistema Eletrônico de Editoração de Revistas - UFU. Acesso em 01 de Abril de 2013, disponível em Revista Sociedade & Natureza: http://www.seer.ufu.br/index.php/sociedadenatureza/article/view/9255
FAGUNDES, V. (Setembro-Novembro de 2008). Revista Fapemig. Acesso em 01 de Abril de 2013, disponível em Minas faz Ciencias : http://revista.fapemig.br/materia.php?id=541
FERDANDES, L. A. (1998). Estatigrafia e Evolução Geológica da . PRPG-USP.
FERNANDES, Luiz Alberto. 2004. MAPA LITOESTRATIGRÁFICO DA PARTE ORIENTAL DA. Boletim Paranaense de Geociências. 2004.
FRANCISCO, J.A.S. 2002. Portal São Franscisco . Portal São Franscisco . [Online] 2002. [Citado em: 04 de Maio de 2013.] http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/carbono-14/carbono-14.php.
ROSSI, A. (03 de Março de 2013). Paleontologia . Acesso em 01 de Abril de 2013, disponível em Paleo Neus: http://www.adrianarossi.com/homePaleo.php
MARSHALL BRAIN. 2007. Como Funciona Tudo . Ciencia.HSW. [Online] HowStuffWorks, 2007. [Citado em: 29 de Abril de 2013.] http://ciencia.hsw.uol.com.br/carbono-14.htm.
MUNDO ESTRANHO. 2012. Mundo Estranho. Mundo Estranho. [Online] Editora Abril, 2011 (EspaçoReservado1)http://mundoestranho.abril.com.br/materia/como-edeterminada-a-idade-de-um-fossil.
UFRJ. (s.d.). Arcossauros do Mesozóico Brasileiro. Acesso em 14 de Abril de 2013, disponível em PaleoVertebrados: Arcossauros do Mesozóico Brasileiro.
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Gráf1
		3
		5
		256
		15
		5
		22
		151
Fosseis Catalogados
Plan1
				Fosseis Catalogados
		Vegetias		3
		Mollusca		5
		Osteichtyes		256
		Lissemphibia		15
		Testedomorpha		5
		Crocodilomorpha		22
		Dinossauria		151
Plan2

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