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Material preparado sob a forma de Roteiros de Aula exclusivamente para aMaterial preparado sob a forma de Roteiros de Aula exclusivamente para a
Disciplina de Neuroanatomia do Curso de Psicologia da Universidade Veiga de
Almeida / Campus Cabo Frio – RJ.
Autor. Prof. Dr. Waldemiro de Souza Romanha
www.microsintonias.blogspot.com
wromanha@gmail.com
Coordenadora do Curso de Psicologia. Profa. Luciana Marques
Diretor Acadêmico. Prof. José Daniel Barcellos
ÍNDICE 
I - Evolução do Sistema Nervoso. A origem dos arcos reflexos e evolução dos três 
tipos de neurônios fundamentais do sistema nervoso. Pgs. 5 -17 ; 22-23.
II - Divisões do sistema nervoso. Organização morfofuncional do sistema nervoso. 
Neurônios, sinapses, neuróglia, fibras nervosas e nervos. Pg. 18-33; 76-81.
III - Anatomia macroscópica da Medula Espinhal e seus envoltórios. Forma e 
estrutura geral da medula. Pgs. 68-75;
IV - Conexões com os nervos espinhais. Segmentos medulares. Envoltórios da 
medula. Espaços meníngeos. Líquor e as meninges. Pg. 68-75; 108-115.
V - Anatomia macroscópica do tronco encefálico. Bulbo, ponte, quarto ventrículo, 
mesencéfalo. Pgs. 34-41; 109.
VI - Nervos cranianos. Componentes funcionais dos nervos cranianos. Pgs. 81-83.
VII – Impulso Nervoso. Pgs. 55-67.
VIII - Anatomia macroscópica do diencéfalo. Tálamo, hipotálamo, epitálamo e 
subtálamo. Pg. 34-43
IX - Anatomia macroscópica do Telencéfalo. Morfologia das faces dos hemisférios 
cerebrais. Morfologia dos ventrículos laterais. Organização interna dos 
hemisférios cerebrais. Pgs 34-43.
X - Grandes vias aferentes. Vias que penetram no SNC por nervos espinhais e 
por nervos cranianos. Grandes vias eferentes. Pgs. 45-54.
XI - Áreas encefálicas relacionadas com as emoções. O sistema límbico. Tronco 
encefálico, hipotálamo, tálamo e área pré-frontal. Pgs. 34-43encefálico, hipotálamo, tálamo e área pré-frontal. Pgs. 34-43
XII - Estrutura e função do córtex cerebral. Classificação das áreas corticais. 
Áreas de projeção. Áreas de associação do córtex. Áreas relacionadas com a 
linguagem. Pgs. 35-36.
XIII – Anestásicos. 99-103.
XIV - Principais Distúrbios do Sistema Nervoso. 104-121.
XV – Bibliografia. 122.
NEUROANATOMIA
ROTEIRO I
Evolução do Sistema Nervoso. A origem dos arcos reflexos e 
evolução dos três tipos de neurônios fundamentais do sistema 
nervoso.
CURSO DE 
PSICOLOGIA
Prof. Dr. Waldemiro Romanha
5
Quanto mais se aprofunda o conhecimento dos 
segredos da “caixa preta”, mais incontornável se torna 
a “hipótese espantosa” e mais se confirma a 
conclusão desconcertante de que os nossos estados 
mentais estão para o nosso cérebro assim como o 
Discussão em Sala
mentais estão para o nosso cérebro assim como o 
apitar de uma panela de pressão está para o seu 
mecanismo de funcionamento (Francis Crick).
6
Circuito Neural
NEURÔNIO
7
Aspectos fundamentais do Sistema Nervoso
Os seres vivos para se ajustarem ao meio ambiente dependem de três propriedades
essenciais:
1. Irritabilidade – propriedade de ser sensível a um estímulo. Permite a uma célula
detectar as modificações do meio ambiente.
2. Condutibilidade – reação a um determinado estímulo dando origem a um impulso que
é conduzido através do protoplasma determinado uma resposta em outra parte da
célula.
3. Contratilidade – resposta a partir de um encurtamento da célula, visando fugir de um
estímulo nocivo.
Exemplos: pseudópodesExemplos:
1. As amebas reagem ao
toque de uma micro-agulha
se afastando do ponto
onde foi tocada. Ela é
sensível e conduz a
informação a outras partes
da célula, determinando a
retração de um lado e a
emissão de pseudópodes
do outro.
estímulo
pseudópodes
8
Em seres um pouco mais
complexos como as esponjas
(Phylum Porifera), vamos
encontrar células em que uma
parte do citoplasma se
especializou para contração e
outra, situada na superfície,
desenvolveu mais as
propriedades de irritabilidade e
condutibilidade.
Estas células muscularesEstas células musculares
primitivas são encontradas no
epitélio que reveste os orifícios
que permitem a penetração da
água no interior da esponja.
Substâncias irritantes colocadas
na água são detectadas por
estas células, que se contraem
fechando os orifícios.
9
Nos metazoários mais complexos, as células
musculares adquiriram uma posição mais
profunda no tecido, perdendo o contato direto
com o meio externo. Surgiram, então, células
que se diferenciaram para receber os
estímulos do meio ambiente, transmitindo-os
às células musculares subjacentes.
Estas células especializadas em irritabilidade
(ou excitabilidade) e condutibilidade foram os
primeiros neurônios que provavelmente
surgiram nos celenterados.
Exemplo: Anêmonas
Nos tentáculos das anêmonas do mar
Os Primeiros Neurônios
Nos tentáculos das anêmonas do mar
existem células nervosas unipolares, ou seja,
com um só prolongamento denominado
axônio, que faz contato com células
musculares situadas mais profundamente
(figura).
Na extremidade destas células nervosas,
situadas na superfície, desenvolveu-se uma
formação especial denominada receptor. O
receptor transforma vários estímulos físicos
ou químicos em impulsos nervosos, que
podem ser transmitidos ao efetuador,
músculo ou glândula.
O dispositivo neuromuscular do tentáculo das
anêmonas do mar permite respostas apenas
locais, no caso relacionadas com deslocamento
de partículas de alimento em direção à boca do
animal.
Em outras partes do corpo dos celenterados
existe uma rede de fibras nervosas formadas
principalmente por ramificações dos neurônios
da superfície, permitindo difusão dos impulsos
nervosos em várias direções.
10
Nos Platelmintos (vermes achatados) e anelídeos
(minhocas), desenvolveu-se um sistema nervoso
mais avançado, no qual os elementos nervosos
tendem a se agrupar em um sistema nervoso
central.
Exemplos: Anelídeos
Nas minhocas, o sistema nervoso é segmentado
(como é o corpo das minhocas), sendo formado por
um par de gânglios cerebróides, e uma série de
gânglios unidos por uma corda ventral
correspondendo aos segmentos do animal.
O estudo do arranjo dos neurônios em um destes
segmentos mostra que existem neurônios no epitéliosegmentos mostra que existem neurônios no epitélio
do animal que, por meio de seu axônio, estão ligados
a outros neurônios cujos corpos estão situados no
gânglio. Estes, por sua vez, possuem axônios que
fazem conexão com os músculos.
Os neurônios situados na superfície são
especializados em receber estímulos e conduzir os
impulsos ao centro. Por isto são denominados
neurônios sensitivos ou neurônios aferente.
Os neurônios situados no gânglio e especializados na
condução do impulso do centro até o efetuador, no
caso, o músculo, denominam-se neurônios motores
ou eferentes. 11
Neurônios Aferentes:
São aferentes os neurônios, fibras ou feixes de fibras 
que trazem impulsos a uma determinada área do 
sistema nervoso.
Neurônios Eferentes:
São eferentes os neurônios que levam impulsos do 
Portanto, aferente se refere ao que entra, e eferente ao que sai de uma
determinada área do sistema nervoso.
Assim, neurônios cujos corpos estão no cérebro e terminam no cerebelo são
eferentes ao cérebro e aferentes ao cerebelo
São eferentes os neurônios que levam impulsos do 
sistema nervoso para outra área.
12
Sinapses são as regiões de comunicação entre os neurônios
ou mesmo entre neurônios e células musculares e epiteliais
glandulares.
Sinapses nervosas são os pontos onde as extremidades de
neurônios vizinhos se encontram e o estímulo passa de um
neurônio para o seguinte por meio de mediadores chamados
de neurotransmissores.
As sinapses ocorrem no contato das terminações nervosas
(axônios com os dendrito). O contato físico não existe
realmente, pois as estruturas estãopróximas, mas há um
espaço entre elas (fenda sináptica). Dos axônios são
libertadas os neurotransmissores, que atravessam a fenda e
estimulam receptores nos dendritos e assim transmitem o
impulso nervoso de um neurônio para o outro
13
A conexão do neurônio sensitivo com o neurônio motor no exemplo da minhoca se
faz através de uma sinapse localizada no gânglio. Esta sinapse é exemplo clássico
de Arco Reflexo Simples.
Arco reflexo simples: Dispositivo constituído por um neurônio aferente com seu
receptor, um centro onde ocorre a sinapse e um neurônio eferente que se liga ao
efetuador, no caso, os músculos.
Tal dispositivo permite a minhoca contrair a musculatura do segmento por estímulo
no próprio segmento.
Este arco reflexo é intra-segmentar, pois a conexão entre o neurônio aferente e o
eferente envolve apenas um segmento. 14
Considerando que a minhoca e muitos animais são segmentados, existe, no
sistema nervoso destes animais, um terceiro tipo de neurônio, denominado
neurônio de associação (ou internuncial), que faz a associação de um segmento
com outro.
Assim, o estímulo aplicado em um segmento dá origem a um impulso que é
conduzido pelo neurônio sensitivo ao centro (gânglio). O axônio deste neurônio faz
sinapse com o neurônio de associação, cujo axônio, passando pela corda ventral
do animal, estabelece sinapse com o neurônio motor do segmento vizinho.
Deste modo, o estímulo se inicia em um segmento e a resposta se faz em outro.
Temos um arco reflexo intersegmentar. 15
Arco Reflexo Inter-segmentar
Dispositivo constituído por duas sinapses e três neurônios: 
1. Neurônio sensitivo
2. Neurônio motor
3. Neurônio de associação
16
Alguns Reflexos da Medula Espinhal dos Vertebrados
Reflexo Patelar como um exemplo de arco
reflexo simples do tipo intra-segmentar.
Quando o neurologista bate com o martelo
no joelho de um paciente a perna se
projeta para a frente. O martelo estimula
receptores no músculo quadríceps, dando
origem a impulsos nervosos que seguem
pelo neurônio sensitivo.
O prolongamento central destes neurôniosO prolongamento central destes neurônios
penetram na medula e termina fazendo
sinapses com neurônios motores aí
situados. O impulso sai pelo axônio do
neurônio motor e volta ao membro inferior,
onde estimula as fibras do músculo
quadríceps, fazendo com que a perna se
projete para a frente.
Neste caso, trata-se de um reflexo intra-
segmentar, pois a parte aferente do arco
reflexo se ligou à parte eferente no mesmo
segmento
17
NEUROANATOMIA
ROTEIRO II
Divisões do sistema nervoso. Organização morfofuncional do sistema 
nervoso. Neurônios, sinapses, neuróglia, fibras nervosas e nervos.
CURSO DE CURSO DE 
PSICOLOGIA
Prof. Waldemiro S.Romanha
18
TECIDO NERVOSO
Função – Coordenar, juntamente com o sistema endócrino, as funções dos vários órgãos
especializados dos animais.
Estrutura – O Sistema Nervoso compreende um rede de comunicação distribuída pelo
organismo interligando todos os sistemas. Anatomicamente este sistema está dividido em:
1. Sistema Nervoso Central (SNC) – Formado pelo encéfalo e medula espinhal.
2. Sistema Nervoso Periférico (SNP) – Formado pelos nervos e por pequenos agregados de
células nervosas denominadas gânglios nervosos. O tecido nervoso apresenta
dois componentes
principais:
1. Neurônios – células
geralmente com longos
prolongamentos.
2. Glia ou Neuroglia –
Vários tipos de células
que sustentam os
neurônios e participam
de outras funções
importantes.
19
20
NEURÔNIOS
As células nervosas ou neurônios são formadas por um corpo celular ou pericárpio, que
contém o núcleo e do qual partem prolongamentos.
Morfologia:
Dendritos: prolongamentos numerosos,
especializados na função de receber os estímulos
do meio ambiente, de células epiteliais sensoriais
ou de outros neurônios;
Corpo celular ou Pericário: É o centro trófico da
célula e é também capaz de receber estímulos;
Axônio: Prolongamento único, especializado na
condução de impulsos que transmitem
informações do neurônio para outras células
(nervosas, musculares, glandulares).
Neurônio motor – A mielina que envolve o axônio no sistema
nervoso central é produzida pelos oligodendrócitos e no sistema
nervoso periférico pelas células de Schwann. O corpo celular do
neurônio contém um núcleo grande, claro, com um nucléolo bem
visível. O Pericário contém corpúsculos de Nissl encontrados
também nos dendritos mais grossos. A parte superior direita
mostra um axônio de outro neurônio, com três botões terminais,
um dos quais faz sinapse com o neurônio do desenho. O axônio
deste neurônio termina em três placas motoras que transmitem o
impulso nervoso para as fibras musculares estriadas esqueléticas.
As setas indicam a direção do impulso nervoso.
21
Tipos de Neurônios
1. Neurônios multipolares – apresentam mais de dois prolongamentos celulares;
2. Neurônios bipolares – possuidores de um dendrito bipolar e um axônio;
3. Neurônios pseudo-unipolares – apresentam, próximo ao corpo celular,
prolongamento único, mas este logo se divide em dois, dirigindo-se um ramo para a
periferia e outro para o sistema nervoso central.
22
Os neurônios pseudo-
unipolares aparecem na
vida embrionária sob a
forma de neurônios
bipolares, com um axônio e
um dendrito nascendo de
extremidades opostas do
pericário.
A grande maioria dos
neurônios é multipolar.
Neurônios bipolares são
encontrados nos gânglios
coclear e vestibular, na
retina e na mucosa olfatória.retina e na mucosa olfatória.
Neurônios pseudo-
unipolares são encontrados
nos gânglios espinhais, que
são gânglios sensitivos
situados nas raízes dorsais
dos nervos espinhais.
Os neurônios podem ainda ser classificados segundo sua função. Os neurônios motores
controlam órgãos efetores, tais como glândulas exócrinas e endócrinas e fibras musculares. Os
Neurônios sensoriais recebem estímulos sensoriais do meio ambiente e do próprio organismo.
Os interneurônios estabelecem conexões entre outros neurônios, formando circuitos
complexos. 23
Corpo Celular ou Pericário
É a parte do neurônico que
contém o núcleo e o
citoplasma.
Função: Sua principal função
é receptora e integradora de
estímulos excitatórios ou
inibitórios gerados em outras
células nervosas.
Na maioria do neurônios os
cromossomos se acham muito
distendidos
(descompactados), indicando
alta atividade sintética dessasalta atividade sintética dessas
células.
Próximo ao nucléolo ou à
membrana nuclear observa-
se, no sexo feminino, a
cromatina sexual, sob a
forma de um grânulo esférico
bem distinto. A cromatina
sexual é constituída por um
cromossomo X que
permanece condensado e
inativo na interfase.
24
Corpúsculos de Nissl: conjunto
formado por retículo
endoplasmático rugoso rico em
ribossomos livres. Apresenta-se
em maior quantidade nos
neurônios motores.
Aparelho de Golgi: Localiza-se
exclusivamente no pericário,
consistindo em grupos de
cisternas localizadas em torno
do núcleo.
Mitocôndrias: existem em
quantidade moderada noquantidade moderada no
pericário, mas estão presentes
em grande quantidade no
terminal axônico.
Neurofilamentos: são
filamentos intermediários (10nm
de diâmetro), abundantes tanto
no pericário quanto nos
prolongamentos. Também estão
presentes neurofibrilas e
microtúbulos.
A superfície do neurônio é completamente coberta por
terminações sinápticas de outros neurônios ou por
prolongamentos de células da glia. Nas sinapses, a membrana do
neurônio é mais espessa, sendo chamada membrana pós
sináptica. O prolongamento do neurônio sem ribossomos (parte
inferior da figura) é o cone de implantação do axônio. Os outros
prolongamentos da célula são dendritos.
25
Substância Branca e Cinzenta
Substância Cinzenta: É assim chamada porque
apresenta esta coloração macroscopicamente. É
formada principalmentepor corpos celulares dos
neurônios e células da glia, contendo também
prolongamentos de neurônios.
Substância branca: Não contém corpos celulares
de neurônios, sendo constituída por
prolongamentos de neurônios e por células da glia.
Seu nome origina-se da presença de grande
quantidade de um material esbranquiçado
denominado Mielina, que envolve certos
prolongamentos dos neurônios (axônios).prolongamentos dos neurônios (axônios).
26
Dendritos são numerosos prolongamentos
dos neurônios especializados na recepção
de estímulos nervosos, que podem ser do
meio ambiente ou de outros neurônios.
A grande maioria dos neurônios possui
numerosos dendritos, pois estes aumentam
a sua superfície celular, tornando possível
receber e integrar impulsos trazidos por
numerosos terminais axônicos de outros
neurônios.
27
Dendritos
Os dendritos vão afinando à medida que se ramificam. A grande maioria dos impulsos
que chegam a um neurônio são recebidos por pequenas projeções dos dendritos, de
nome espinhas ou gêmulas. Estas são compostas de uma pequena parte alongada
do dendrito formada por uma pequena dilatação; a quantidade de gêmulas em cada
dendrito varia de um para outro, mas elas são sempre muito numerosas. Elas são o
primeiro local de processamento dos impulsos nervosos.
As gêmulas dendríticasAs gêmulas dendríticas
participam da plasticidade
dos neurônios relacionada
com a adaptação,
memória e aprendizado.
Neurônio com seu corpo celular recebendo dendritos que por sua vez
fazem sinapses com botões terminais de outros neurônios. 28
Axônio
Cada neurônio possui apenas um axônio de comprimento e diâmetro variáveis. Ex.: Os
axônios das células motoras da medula espinhal que inervam os músculos do pé têm cerca de
um metro de comprimento.
Cone de implantação – Local de “nascimento” do axônio a partir de uma estrutura piramidal
do corpo celular.
Segmento Inicial - Parte do axônio entre o cone de implantação e o início da bainha de
mielina.
Impulso nervoso – Estímulos dependentes de canais iônicos, tanto excitatórios quanto
inibitórios, a partir do segmento inicial, cujo resultado origina um potencial de ação que se
propaga.
Telodendro – Porção final do axônio, em geral ramificada.Telodendro – Porção final do axônio, em geral ramificada.
29
Comunicação Sináptica
Sinapse – Sinapses são pontos onde as extremidades de neurônios vizinhos se encontram e
o estímulo passa de um neurônio para o seguinte por meio de mediadores químicos, os
neurotransmissores. Ocorrem no “contato” das terminações nervosas (axônios) com os
dendritos. O contato físico não existe realmente, pois as estruturas estão próximas, mas há
um espaço entre elas (fenda sináptica). Dos axônios são liberadas substâncias
(neurotransmissores) que atravessam a fenda e estimulam receptores nos dendritos e assim
transmitem o impulso nervoso de um neurônio para outro.
O contato pode ocorrer entre os neurônios ou entre neurônios e outras células efetoras, por
exemplo, células musculares e glandulares.
30
Função – Transformar um sinal elétrico (impulso nervoso) do neurônio pré-sináptico em um
sinal químico que atua sobre a célula pós-sináptica.
Assim, o terminal pré-sináptico do axônio traz o sinal, gerando no terminal pós-sináptico da
outra célula um novo sinal.
31
Neurotransmissores – são substâncias que, quando se combinam com proteínas
receptoras, abrem ou fecham canais iônicos ou então desencadeiam uma cascata
molecular na célula pós-sináptica que produz segundos mensageiros
intracelulares.
Neuromoduladores – são mensageiros químicos que não agem diretamente
sobre as sinapses, porém modificam a sensibilidade neuronal aos estímulos
sinápticos excitatórios ou inibitórios. Exemplos: neuropeptídios (imagem abaixo)
ou esteróides produzidos no tecido nervoso; esteróides circulantes nos sangue.
32
33
NEUROANATOMIA
ROTEIRO III
Divisões do Sistema Nervoso
CURSO DE CURSO DE 
PSICOLOGIA
Prof. Waldemiro S. Romanha
34
O CÉREBRO
O cérebro é o centro da maioria das atividades conscientes e inteligentes e é
composto pelos hemisférios cerebrais direito e esquerdo, unidos pelo corpo caloso.
O hemisfério esquerdo é responsável pela linguagem verbal, pelo pensamento
lógico e pelo cálculo. O hemisfério direito controla a percepção das relações
espaciais (distâncias entre objetos), a formação de imagens e o pensamento lógico,
entre outros.
Em geral as funções motoras e sensitivas são “cruzadas”, ou seja, a metade direita
do cérebro controla a metade esquerda do corpo e vice-versa. 35
Lobos Cerebrais
Em cada hemisfério existem quatro Lobos:
Lobo temporal - Recebe e processa
informação auditiva. As áreas
associativas deste lobo estão envolvidas
no reconhecimento, identificação e
Lobo frontal - É o córtex motor primário,
associado ao movimento de mãos e da
face. As funções associativas deste lobo
estão relacionadas com o planejamento.
nomeação dos objetos.
Lobo parietal - É o córtex somato-sensorial
primário, recebe informação através do tálamo
sobre o toque e a pressão. A nível associativo
este lobo é responsável pela reação a estímulos
complexos.
Lobo occipital - recebe e processa informação visual. As suas áreas associativas
estão relacionadas com a interpretação do mundo visual e do transporte da experiência
visual para a fala. 36
Divisões do Sistema Nervoso com base em Critérios Anatômicos
1. Sistema Nervoso Central (SNC) – Localiza-se dentro do esqueleto axial
(cavidade craniana e canal vertebral);
2. Sistema Nervoso Periférico (SNP) – Localiza-se fora deste esqueleto,
entretanto, os nervos e raízes nervosas, para fazer conexão com SNC, penetram
no crânio e no canal vertebral. Além disso, alguns gânglios localizam-se dentro do
esqueleto axial.
37
ENCÉFALO
1. Encéfalo - O encéfalo é
parte do SNC situado dentro do
crânio neural.
2. Medula – É aquela que se
localiza dentro do canal
vertebral.
Encéfalo e Medula 
constituem o neuro-eixo.
No encéfalo, temos o cérebro,
cerebelo e tronco encefálico.
No tronco encefálico, a ponte
separa o bulbo do mesencéfalo.
Dorsalmente à ponte e ao bulbo
localiza-se o cerebelo.
38
Telencéfalo - Compreende os dois hemisférios cerebrais, direito e esquerdo. 
Diencéfalo - O diencéfalo é uma estrutura ímpar que só é vista na porção mais
inferior de cérebro.
Ao diencéfalo compreendem 
as seguintes partes: 
Tálamo
Hipotálamo
Cérebro
O cérebro é a parte mais desenvolvida do encéfalo e ocupa cerca de 80% da cavidade craniana. 
O diencéfalo e o telencéfalo formam o cérebro, que corresponde ao prosencéfalo.
Hipotálamo
Epitálamo 
Subtálamo 
O hipotálamo - desempenha um
papel fundamental na regulação da
temperatura do corpo, da fome, da
sede, do comportamento sexual, na
circulação sanguínea e no
funcionamento do sistema endócrino
(regulação hormonal).
39
Relações do córtex com o tálamo
O córtex opera em íntima associação
com o tálamo e pode ser considerado
uma unidade tanto anatômica quanto
funcional. Basta dizer que todas as
áreas do córtex cerebral mantém
extensas conexões eferentes e
aferentes com as estruturas mais
profundas do cérebro, particularmente
o tálamo.
Todas as vias provenientes dos órgãosTodas as vias provenientes dos órgãos
sensoriais para o córtex (com exceção
da maioria das olfativas) atravessam o
tálamo.
Quando o tálamo é lesado junto com o
córtex, a perda da função cerebral é
muito maior que quando apenas o
córtex é lesado, pois é necessária a
excitação talâmica para quase toda
atividade cortical.
O tálamo é uma região de substância
cinzenta do encéfalo. São duas
massas neuronais situadas na
profundidade dos hemisférios
cerebrais.
A principal função do tálamo é servir
de estação de reorganização dos
estímulos vindos da periferia, do
troco encefálico e centros superiores.
Lá fazemsinapse, os axônios dos
neurônios situados nesses locais, eneurônios situados nesses locais, e
daí partem novos axônios que vão
efetuar ligações com outros centros
superiores, principalmente o córtex.
Quase todos os sinais ascendentes
que vão para o córtex fazem sinapse
nos núcleos do tálamo onde são
reorganizados e/ou controlados, com
exceção do sentido do olfato.
Tronco Encefálico
O tronco encefálico interpõe-se entre a medula e o diencéfalo, situando-se
ventralmente ao cerebelo. Possui três funções gerais;
2 - Contém circuitos nervosos que transmitem 
informações da medula espinhal até outras regiões 
encefálicas e, em direção contrária, do encéfalo 
para a medula espinhal (lado esquerdo do cérebro 
controla os movimentos do lado direito do corpo; 
lado direito de cérebro controla os movimentos do 
1 - Recebe informações sensitivas de estruturas cranianas e controla os músculos da 
cabeça; 
lado direito de cérebro controla os movimentos do 
lado esquerdo do corpo);
Além destas 3 funções gerais, as várias divisões do tronco encefálico desempenham
funções motoras e sensitivas específicas.
3 - Regula a atenção. Função que é 
mediada pela formação reticular (agregação
mais ou menos difusa de neurônios de tamanhos
e tipos diferentes, separados por uma rede de fibras 
nervosas que ocupa a parte central do tronco encefálico).
42
O bulbo é o ponto de passagem dos nervos que ligam a medula ao 
cérebro. Contém grupos de neurônios especializados no controle de 
funções fisiológicas vitais, como o ritmo cardíaco, a respiração, a pressão 
arterial ou funções motoras básicas como engolir. Esta região também 
influencia o sono e a tosse.
Cerebelo - O cerebelo é uma zona dorsal e desempenha um papel Cerebelo - O cerebelo é uma zona dorsal e desempenha um papel 
importante na manutenção do equilíbrio e na coordenação da atividade 
motora. Esta região recebe ordens do cérebro sobre os músculos e “ajusta-
as” para uma melhor atuação motora.
43
DIVISÃO DO SISTEMA NERVOSO COM BASE EM CRITÉRIOS EMBRIOLÓGICOS
Nesta divisão, as partes do SNC do adulto recebem o nome da vesícula
primordial que lhes deu origem.
Os termos telencéfalo, diencéfalo e mesencéfalo são os mais empregados.
Não existe uma designação anatômica que corresponda exatamente ao termo
embriológico mesencéfalo.
44
DIVISÃO DO SISTEMA NERVOSO COM BASE EM CRITÉRIOS FUNCIONAIS
Sistema nervoso somático (SNS): é
composto por neurônios que estão
submetidos ao controle consciente para
gerar ações motoras voluntárias,
resultantes da contração de um músculo
esquelético.
Sua principal função é inervar a
musculatura esquelética, responsável
pelas ações voluntárias, como a
movimentação de um braço ou perna.
Apresenta um componente aferente e outroApresenta um componente aferente e outro
eferente.
O componente aferente conduz aos
centros nervosos impulsos originados em
receptores periféricos, informando-os sobre
o que se passa no meio ambiente.
O componente eferente leva aos
músculos estriados esqueléticos o
comando dos centros nervosos, resultando
nos movimentos voluntários.
45
Sistema Nervoso Visceral (SNV):
Está relacionado com a inervação e
controle das estruturas viscerais.
É muito importante para a integração
das diversas vísceras no sentido da
manutenção da constância do meio
interno. O SNV também apresenta
componentes aferente e eferente.
O aferente conduz os impulsosO aferente conduz os impulsos
nervosos originados em receptores
das vísceras (visceroreceptores) a
áreas específicas do SN.
O eferente é denominado Sistema
Nervoso Autônomo e pode ser
subdividido em simpático e
parassimpático.
46
DIVISÃO DO SISTEMA NERVOSO COMO BASE NA SEGMENTAÇÃO OU 
METAMERIA
Pode-se dividir o Sistema Nervoso em
Segmentar e Supra-segmentar:
Sistema Nervoso Segmentar (SNS):
Quando ocorre conexão com os nervos.
Pertencem ao SNS todo o sistema
nervoso periférico e as partes do SNC
que estão em relação direta com os
nervos típicos, ou seja, a Medula
Espinhal e o Tronco Encefálico.Espinhal e o Tronco Encefálico.
47
Sistema nervoso simpático
O sistema nervoso simpático (SNS) faz parte do SN autônomo (SNA), que
também inclui o SN parassimpático (SNP).
o sistema nervoso simpático pode acelerar os batimentos cardíacos; dilatar as
passagens dos brônquios; diminuir a motilidade do intestino grosso;
constringir vasos sanguíneos; aumentar o peristaltismo do esôfago; causar a
dilatação da pupila, piloereção e transpiração; além de aumentar a pressão. As
mensagens aferentes (que chegam ao sistema) podem transmitir sensações como
calor, frio ou dor.
48
Descrição
O sistema nervoso simpático estimula ações que permitem ao organismo
responder a situações de estresse, como a reação de lutar, fugir ou discutir.
Essas ações são: a aceleração dos batimentos cardíacos, aumento da pressão
arterial, o aumento da adrenalina, da concentração de açúcar no sangue e pela
ativação do metabolismo geral do corpo e processam-se de forma automática,
independentemente da nossa vontade.
49
Anatomicamente ele é formado por dois
grupos de neurônos pré e pós-
ganglionares. Seus neurônios pré-
ganglionares se situam na medula
espinhal, mais precisamente nos níveis de
T1 a L2. Já os seus neurônios pós-
ganglionares se situam próximo a coluna
vertebral. Fato que justifica a existência devertebral. Fato que justifica a existência de
uma fibra pré-ganglionar curta e uma pós-
ganglionar longa.
Seu principal neurotransmissor nas fibras
pré-ganglionares é a acetilcolina, já em
suas fibras pós-ganglionares é a
noradrenalina.
50
Sistema nervoso parassimpático
Chama-se sistema nervoso parassimpático a parte do SN autônomo cujos
neurônios se localizam no tronco encefálico ou na medula sacral, segmentos S2,
S3 e S4.
É o responsável por estimular ações que permitem ao organismo responder a
situações de calma, como fazer yoga ou dormir. Essas ações são:
•desaceleração dos batimentos cardíacos,
•diminuição da pressão arterial,•diminuição da pressão arterial,
•diminuição da adrenalina
•diminuição do açúcar no sangue.
51
Problemas associados à alterações no sistema nervoso
parassimpático
Defeitos no controle dos esfíncteres e motilidade da bexiga e reto.
Exemplo:
Se um indivíduo vê um carro vindo em sua direção, ele fica nervoso (pronto para
agir) devido à ação do sistema nervoso simpático. Após o indivíduo ter
conseguido escapar ileso ao acidente, por via da noradrenalina dar-se-á inicio ao
processo de regressão ao estado inicial de todas as alterações desencadeadasprocesso de regressão ao estado inicial de todas as alterações desencadeadas
pelo sistema nervoso simpático: as descargas eletroquímicas de noradrenalina
farão com que os sistemas voltem a um estado de equilíbrio no seu
funcionamento habitual (homeostático), fazendo por exemplo com que a
frequência cardíaca, a circulação sanguínea e a expressão facial voltem ao
normal.
52
Sistema Nervoso Supra-Segmentar:
O Cérebro e o cerebelo pertencem ao SN
supra-segmentar. Neste órgãos, a
substância cinzenta localiza-se por fora da
substância branca e forma uma camada
fina, o córtex, que reveste toda a superfície
do órgão.
As comunicações entre o sistema nervoso
supra-segmentar e os órgãos periféricos,
receptores e efetuadores, se fazem através
do sistema nervoso segmentar.do sistema nervoso segmentar.
Com base nesta divisão, pode-se
classificar os arcos reflexos em:
Supra-segmentares: quando o
componente aferente se liga ao eferente no
sistema nervoso supra-segmentar.
Segmentares: quando isto se faz no
sistema nervoso segmentar.
53
ORGANIZAÇÃO MORFOFUNCIONAL DO SISTEMA NERVOSO
Os neurônios sensitivos, cujos corpos estão
nos gânglios sensitivos, conduzem à
medula ou ao tronco encefálico (sistema
nervoso segmentar) impulsos nervososoriginados em receptores situados na
superfície (ex.: pele) ou no interior,
(vísceras, músculos e tendões) do animal.
Os prolongamentos centrais destes
neurônios ligam-se diretamente (reflexo
simples) ou por meio de neurônios de
associação aos neurônios motoresassociação aos neurônios motores
(somáticos e viscerais), os quais levam o
impulso ao músculo ou glândulas, formando
assim, arcos reflexos mono ou
polissinápticos.
Para que o sistema supra-segmentar seja
informado, os neurônios sensitivos ligam-se
a neurônios de associação situados no
sistema segmentar. Estes levam o impulso
ao cérebro, onde o mesmo é interpretado,
tornando-se consciente e manifestando-se
como dor.
54
NEUROANATOMIA
ROTEIRO IV
Impulso Nervoso
CURSO DE CURSO DE 
PSICOLOGIA
Prof. Waldemiro S. Romanha
55
Impulso Nervoso
Neurônios:
Os neurônios são células altamente excitáveis que se comunicam entre si ou com 
células efetuadoras (células musculares e secretoras) usando basicamente uma 
linguagem elétrica chamado de potencial de membrana.
Muito Importante Saber:
A membrana celular separa dois ambientes que apresentam composições
próprias:
1. Meio intracelular (citoplasma) = predomínio de íons inorgânicos com cargas1. Meio intracelular (citoplasma) = predomínio de íons inorgânicos com cargas
negativas e potássio (K+);
2. Meio Extracelular = predomínio de sódio (Na+) e cloro (Cl-).
As cargas elétricas dentro e fora da célula são responsáveis pelo 
estabelecimento de um potencial elétrico de membrana. Na 
maioria dos neurônios, o potencial de membrana em repouso está 
em torno de -60 a -70mV, com excesso de cargas negativas 
dentro da célula. Isto ocorre devido à ação da bomba de sódio e 
potássio. 56
A membrana plasmática do neurônio transporta alguns íons, ativamente, do líquido
extracelular para o interior da célula (fibra), e outros, do interior, de volta ao líquido
extracelular. Assim funciona a bomba de sódio e potássio, que bombeia ativamente o sódio
para fora, enquanto o potássio é bombeado ativamente para dentro. Porém esse
bombeamento não é eqüitativo: para cada três íons sódio bombeados para o líquido
extracelular, apenas dois íons potássio são bombeados para o líquido intracelular.
A Bomba de Sódio e Potássio
Somando-se a esse fato, em repouso a membrana da célula nervosa é praticamente
impermeável ao sódio, impedindo que esse íon se mova a favor de seu gradiente de
concentração (de fora para dentro); porém, é muito permeável ao potássio, que, favorecido
pelo gradiente de concentração e pela permeabilidade da membrana, se difunde livremente
para o meio extracelular. 57
58
Em repouso os canais de sódio estão fechados. Assim, a membrana é
praticamente impermeável ao sódio, impedindo sua difusão a favor do gradiente
de concentração. Para manter a polaridade da célula o sódio é bombeado
ativamente para fora pela bomba de sódio e potássio.
O potencial eletronegativo criado no interior da fibra nervosa devido a ação da
bomba de sódio e potássio é chamado potencial de repouso da membrana,
ficando o exterior da membrana positivo e o interior negativo. Dizemos, então, que
a membrana está polarizada.
59
Potencial de Repouso
Membrana 
PlasmáticaMeio Externo Meio Interno
Proteínas 
negativas
Na
K+
+
Positivo Negativo 60
Dendritos:
Os dendritos são especializados em receber estímulos, traduzindo-os em
alterações do potencial de repouso da membrana. Tais alterações envolvem
entrada ou saída de determinados íons e podem expressar-se por pequena
despolarização ou hiperpolarização.
A despolarização é excitatória e significa redução da carga negativa do lado
citoplasmático da membrana. Hiperpolarização é inibitória e significa aumento
da carga negativa do lado de dentro da célula ou, então, aumento da positiva
do lado de forado lado de fora
O Axônio é especializado em conduzir o 
potencial de ação
61
O início do estímulo:
Ao ser estimulada, uma pequena região da membrana torna-se permeável ao
sódio (abertura dos canais de sódio). Como a concentração desse íon é maior
fora do que dentro da célula, o sódio atravessa a membrana no sentido do interior
da célula. A entrada de sódio é acompanhada pela pequena saída de potássio.
Esta inversão vai sendo transmitida ao longo do axônio, e todo esse processo é
denominado onda de despolarização.
62
Zona de Gatilho
Denomina-se zona de gatilho o local onde o primeiro potencial de ação é 
gerado.
Tal especialização da membrana plasmática se deve à presença de canais de
sódio e potássio sensíveis à voltagem, isto é, canais iônicos que ficam fechados
no potencial de repouso da membrana e se abrem quando despolarizações de
pequenas amplitudes os atingem.
63
O potencial de ação originado na zona do gatilho repete-se ao longo do axônio
porque ele próprio origina distúrbio local eletrotônico que se propaga até novos
locais ricos em canais de sódio e potássio sensíveis à voltagem.
64
PROPAGAÇÃO DO IMPULSO NERVOSOPROPAGAÇÃO DO IMPULSO NERVOSOPROPAGAÇÃO DO IMPULSO NERVOSOPROPAGAÇÃO DO IMPULSO NERVOSO
PotencialPotencialPotencialPotencial dededede repousorepousorepousorepouso:::: diferençadiferençadiferençadiferença dededede potencialpotencialpotencialpotencial entreentreentreentre aaaa superfíciesuperfíciesuperfíciesuperfície externaexternaexternaexterna eeee
interna,interna,interna,interna, mantidamantidamantidamantida pelapelapelapela BombaBombaBombaBomba NaKATPaseNaKATPaseNaKATPaseNaKATPase....
PotencialPotencialPotencialPotencial dededede açãoaçãoaçãoação:::: inversãoinversãoinversãoinversão (despolarização)(despolarização)(despolarização)(despolarização) dodododo potencialpotencialpotencialpotencial dededede repouso,repouso,repouso,repouso,
ocasionadoocasionadoocasionadoocasionado pelapelapelapela mudançamudançamudançamudança temporáriatemporáriatemporáriatemporária dededede permeabilidadepermeabilidadepermeabilidadepermeabilidade aosaosaosaos íonsíonsíonsíons Na/KNa/KNa/KNa/K....
+ + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + ++ + + + + + + + + + + + + + +
_ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ 
- - - - - - -
+ + + + +
- - - - - - -
+ + + + +
- - - - - - -
+ + + + +
65
66
Impulso Nervoso
A despolarização e a regularização de um neurônio ocorrem devido as modificações na
permeabilidade da membrana plasmática. Em um primeiro instante, abrem-se "portas de
passagem" de Na+, permitindo a entrada de grande quantidade desses íons na célula. Com
isso, aumenta a quantidade relativa de carga positiva na região interna na membrana,
provocando sua despolarização. Em seguida abrem-se as "portas de passagem" de K+,
permitindo a saída de grande quantidade desses íons. Com isso, o interior da membrana
volta a ficar com excesso de cargas negativas (repolarização). A despolarização em uma
região da membrana dura apenas cerca de 1,5 milésimo de segundo (ms).
O estímulo provoca, assim, uma onda de despolarizações e repolarizações que se propaga
ao longo da membrana plasmática do neurônio. Essa onda de propagação é o impulso
nervoso, que se propaga em um único sentido na fibra nervosa. Dendritos semprenervoso, que se propaga em um único sentido na fibra nervosa. Dendritos sempre
conduzem o impulso em direção ao corpo celular, por isso diz que o impulso nervoso no
dendrito é celulípeto. O axônio por sua vez, conduz o impulso em direção às suas
extremidades, isto é, para longe do corpo celular; por isso diz-se que o impulso nervoso no
axônio é celulífugo.
A velocidade de propagação do impulso nervoso na membrana de um neurônio varia entre
10cm/s e 1m/s. A propagação rápida dos impulsos nervosos é garantida pela presença da
bainha de mielina que recobre as fibras nervosas. A bainha de mielina é constituída por
camadas concêntricasde membranas plasmáticas de células da glia, principalmente células
de Schwan. Entre as células gliais que envolvem o axônio existem pequenos espaços, os
nódulos de Ranvier, onde a membrana do neurônio fica exposta
67
NEUROANATOMIA
ROTEIRO V
Anatomia macroscópica da Medula Espinhal e seus envoltórios. 
Forma e estrutura geral da medula.
CURSO DE CURSO DE 
PSICOLOGIA
Prof. Waldemiro S. Romanha
68
SISTEMA NERVOSO
CENTRAL
Encéfalo
Medula Espinhal
Organização Estrutural do Sistema NervosoOrganização Estrutural do Sistema Nervoso
SISTEMA NERVOSO
PERIFÉRICO
Nervos
Gânglios
69
PROTEÇÃO DO S. N. C.
O encéfalo e a medula estão protegidos pelos elementos ósseos
(crânio e vértebras), por membranas finas chamadas meninges e
pelo líquor (cerebroespinal)
Existem três meninges:
- A dura–máter, a camada mais
externa, é espessa, dura e fibrosa, e
protege o tecido nervoso do ponto deprotege o tecido nervoso do ponto de
vista mecânico.
- A aracnóide, a camada intermédia
- A pia-máter, a camada mais interna, é
muito fina e é a única membrana
vascularizada. Cobre, intimamente, a
face externa do encéfalo e da medula.
70
71
72
Proteção da Medula Espinhal
73
Anatomia Macroscópica da Medula Espinhal e seus 
Envoltórios
A medula espinhal mede no homem aproximadamente 45cm. Cranialmente a
medula limita-se com o bulbo. O limite caudal no adulto situa-se geralmente na
segunda vértebra lombar (L2). A medula termina afilando-se para formar um cone,
o cone medular, que continua com um delgado filamento meníngeo, o filamento
terminal.
74
Medula espinhal
- Coluna vertebral é longa e
medula espinhal curta. A
medula não ocupa todo o
comprimento do canal vertebral.
- No adulto, a medula se estende
desde o forame magno e,
geralmente, termina na L1 ou
L2. Nos recém-nascidos podeL2. Nos recém-nascidos pode
alcançar a L3 ou L4.
75
SISTEMA NERVOSO 
PERIFÉRICO
• O sistema nervoso periférico está formado
por todas as estruturas localizadas fora do
sistema nervoso central. Especificamente:
• Nervos: conectam as diferentes partes do• Nervos: conectam as diferentes partes do
corpo com o sistema nervoso central.
Corresponde a uma coleção de axônios.
• Gânglios: grupo de corpos de células
nervosas associado aos nervos.
76
- Os nervos espinhais originam-
se na medula espinhal em
ângulos cada vez mais
oblíquos. Seu nível de origem
na medula torna-se cada vez
mais dissociado de seu nível de
saída na coluna.
77
Nervos Sensitivos:
são os nervos que tem o papel de transmitir os
impulsos nervosos do órgão receptor até ao SNC.
Ex.:alguns nervos cranianos (I, olfativo; II, óptico;
VIII, vestíbulo-coclear).
Nervos Motores:
conduzem o impulso codificado no encéfalo (SNC),
até ao órgão efetor. Ex.: alguns nervos cranianos
(III, oculomotor; IV, troclear; VI, abducente; XI,
Os nervos são cordões esbranquiçados que unem o SNC aos órgãos periféricos. Os
nervos se dividem em três tipos:
(III, oculomotor; IV, troclear; VI, abducente; XI,
acessório; XII, hipoglosso).
Nervos Mistos:
tem o mesmo papel que os nervos sensitivos e
motores ao mesmo tempo. Os órgãos receptores
são os órgãos dos sentidos (visão, audição, olfato,
paladar e corpúsculos táteis). Já os órgãos
efetores são basicamente as glândulas e os
músculos. Ex.: alguns nervos cranianos (V,
trigêmeo; VII, facial; IX, glossofaringeo; X, vago) e
todos os nervos espinhais. 78
Nervo
79
GRUPOS DE NERVOS
Nervos Cranianos
Nervos que unem os órgãos periféricos ao
encéfalo;
Nervos Espinhais
Nervos que unem os órgãos periféricos à
medula;
Gânglios
Dilatações constituídas principalmente deDilatações constituídas principalmente de
corpos de neurônios relacionadas a
alguns nervos e raízes nervosas. Do ponto
de vista funcional existem gânglios
sensitivos e gânglios motores viscerais (do
sistema nervoso autônomo).
Na extremidade das fibras que constituem
os nervos situam-se as terminações
nervosas, que, do ponto de vista funcional,
são de dois tipos: sensitivas (ou aferentes)
e motoras (ou eferentes). 80
O sistema nervoso periférico inclui :
-12 pares de nervos cranianos.
-31 pares de nervos espinhais, que se originam da
medula espinhal e deixam o canal vertebral
através dos forames intervertebrais.
81
Nervo craniano Função 
I-OLFATÓRIO sensitiva Percepção do olfato.
II-ÓPTICO sensitiva Percepção visual.
III-OCULOMOTOR motora Controle da movimentação do globo ocular, da pupila e do 
cristalino.
IV-TROCLEAR motora Controle da movimentação do globo ocular.
V-TRIGÊMEO mista Controle dos movimentos da mastigação (ramo motor);
Percepções sensoriais da face, seios da face e dentes 
VI-ABDUCENTE motora Controle da movimentação do globo ocular.
VII-FACIAL mista Controle dos músculos faciais – mímica facial (ramo motor);
Percepção gustativa no terço anterior da língua (ramo sensorial).
VIII-
VESTÍBULOCOCLEAR
sensitiva Percepção postural originária do labirinto (ramo vestibular);
Percepção auditiva (ramo coclear).
IX-GLOSSOFARÍNGEO mista Percepção gustativa no terço posterior da língua, percepções 
sensoriais da faringe, laringe e palato.
X-VAGO mista Percepções sensoriais da faringe, laringe, tórax e vísceras. 
Inervação das vísceras torácicas e abdominais.
XI-ACESSÓRIO motora Controle motor da faringe, laringe, palato, dos músculos 
esternocleidomastóideo e trapézio.
XII-HIPOGLOSSO motora Controle dos músculos da faringe, da laringe e da língua. 82
Nervos Cranianos
12 pares
83
Nervos Espinhais
(31 pares)
8 cervicais, 12 torácicos, 
5 lombares, 5 sacrais e 1 nervo 
coccígeo.
84
Nervo Espinhal Típico
RadículasRadículas
85
Nervo Espinhal Típico
Radículas 
Raiz anterior (fibras motoras)
Raiz posterior (fibras sensitivas)
Ramo 
anterior
Nervo misto
Ramo 
posterior
-Ramos posteriores- enviam fibras nervosas para as articulações
sinoviais da coluna vertebral, músculos profundos do dorso e para
a pele suprajacente.
-Ramos anteriores- enviam fibras nervosas para a grande área
restante, que consiste em regiões anterior e lateral do tronco e
membros superiores e inferiores.
86
Cada nervo espinhal se 
desenvolve e inerva uma 
faixa específica de pele e 
um grupo de fibras 
musculares esqueléticas.musculares esqueléticas.
87
Gânglio Espinhal Típico
RadículasRadículas
88
Anatomia Externa da Medula Espinhal e dos Nervos Espinhais
89
Plexos
• Os ramos anteriores dos nervos espinhais
não vão diretamente para as estruturas
que inervam. Pelo contrário, formam
redes ao lado da coluna, unindo umaredes ao lado da coluna, unindo uma
quantidade variável de axônios
provenientes dos ramos anteriores dos
nervos adjacentes.
90
Plexo cervical
-C1-C4, com contribuições de C5.
-Supre pele e músculos da cabeça, pescoço, ombros e tórax. Os nervos frênicos
surgem do plexo cervical e fornecem fibras motoras para o diafragma (C3, C4 e
C5).
91
Nervo frênico
92
Plexo Braquial
-C5 – C8 e T1.
-Suprimento para os ombros e MS. 
93
O nervo ulnar é uma ramificação do plexo
braquial, mais exatamente do fascículo medial.
Ele pode ser apalpado na parte medial do
cotovelo, entre o epicôndilo medial do úmero e
o olécrano (pertencente à ulna). A inervação
dele é responsável por metade do 4º dedo e
todo o 5º dedo, além do músculo flexor ulnar
do carpo e parte medial dos músculos flexores
profundo dos dedos.
94
Plexo Lombar
-L1-L4.
-Inerva a parede abdominal e os órgãos genitais externos e parte dos MI.
95
Plexo sacral e coccígeo
-L4-L5 e S1-S4
-Inerva as nádegas, períneo e parte do MI. 
-Nervo Isquiático L4-S3
-S4-S5 e Co1 – inerva uma pequena área de pele na região coccígea.
96O nervo ciático ou nervo isquiático é o mais
logo do corpo humano e o principal nervo dos
membros inferiores. Ele controla as
articulações do quadril, joelho e tornozelo, e
também os músculos posteriores da coxa e os
músculos da perna e do pé.
O ciático é responsavel pela citalgia, que
atinge cerca de 15% da população e pode
causar muito desconforto. A dor pode ocorrer
em vários lugares; os mais comuns, no
entanto, são a região glútea posterior, o dedãoentanto, são a região glútea posterior, o dedão
do pé e a face lateral da coxa e da perna.
Patologia
A dor causada por compressão ou irritação do
nervo ciático por causa de um problema nas
costas é chamada de ciática. As causas mais
comuns de ciática incluem os problemas na
região lombar: hérnia de disco, doença discal
degenerativa, estenose espinhal e
espondilolistese.
97
98
NEUROANATOMIA
ROTEIRO VI
CURSO DE CURSO DE 
PSICOLOGIA
Prof. Waldemiro S. Romanha
99
Processos anestésicos e doenças relacionadas ao 
Sistema Nervoso
Os anestésicos de ação local sobre os axônios são moléculas que se ligam aos
canais de sódio, inibindo o transporte desse íon e, conseqüentemente, inibindo
também o potencial de ação responsável pelo impulso nervoso. Assim, ficam
bloqueados os impulsos que seriam interpretados no cérebro como sensação de dor.
100
Anestesia nos Espaços Meníngeos
Em relação com as meninges que
envolvem a medula existem três
cavidades ou espaços: epidural,
subdural e subaracnóideo.
O espaço epidural ou extradural
situa-se entre a dura-máter e o
periósteo do canal vertebral. Contém
tecido adiposo e um grande número
de veias que constituem o plexo
venoso vertebral interno.venoso vertebral interno.
O espaço subdural, situado entre a
dura-máter e a aracnóide, é uma
fenda estreita contendo uma
pequena quantidade de líquido,
suficiente apenas para evitar a
aderência das paredes.
O espaço subaracnóideo é o mais
importante e contém uma
quantidade razoavelmente grande
de líquido cérebro-espinhal ou líquor. 101
A exploração clínica do espaço subaracnóideo ao nível da medula é facilitada por
certas particularidades anatômicas da dura-máter e da aracnóide na região lombar
da coluna vertebral.
Nesta região não há perigo de lesão da medula pois esta termina na L2. Alem disso,
entre a L2 e a S2, o espaço subaracnóideo é maior, contendo maior quantidade de
líquor. Assim, esta área é ideal para a introdução de uma agulha no espaço
subaracnóideo que é feito com as seguintes finalidades:
a. Retirada de líquor para fins
terapêuticos ou de diagnóstico nas
punções lombares
b. Medida de pressão do líquor
c. Introdução de substâncias que
aumentam o contraste das
radiografias, tais como ar, hélio e
certos sais de iodo, visando o
diagnóstico de processos patológicos
da medula na técnica denominada
mielografia;
d. Introdução de anestésico nas
chamadas anestesias raquidianas. 102
Anestesias nos Espaços Meníngeos
Objetivos: bloquear as raízes nervosas que os atravessam. É praticada
especialmente em cirurgias das extremidades inferiores, do períneo, da cavidade
pélvica e em algumas cirurgias abdominais. Tipos:
Anestesias Raquidianas:
Neste tipo de anestesia, o
anestésico é introduzido no espaço
subaracnóideo por meio de uma
agulha que penetra o espaço entre
as vértebras L2-L3, L3-L4 ou L4-
L5. No seu trajeto, a agulha perfura
Anestesias Epidurais (ou Peridurais):
São feitas geralmente na região lombar,
introduzindo-se o anestésico no espaço
epidural, onde ele se difunde e atinge os
forames intervertebrais, pelos quais passam
as raízes dos nervos espinhais.
Certifica-se que a ponta da agulha atingiu o L5. No seu trajeto, a agulha perfura
sucessivamente a pele e a tela
subcutânea, o ligamento
interespinhoso, o ligamento
amarelo, a duramater e a
aracnóide.
Certifica-se que a ponta da agulha atingiu o
espaço epidural quando se observa uma
súbita baixa de resistência, indicando que ela
acabou de perfurar o ligamento amarelo.
Essas anestesias não apresentam alguns
inconvenientes das anestesias raquidiana,
como, por exemplo, o aparecimento
freqüente de dores de cabeça, que resultam
da perfuração da dura-máter e do vazamento
de líquor. Entretanto, elas exigem uma
habilidade técnica muito maior. 103
PRINCIPAIS DISTÚRBIOS DO SIST. NERVOSO
Esclerose múltipla: uma doença auto-imune. Destruição da bainha de mielina. problemas
visuais, distúrbios da linguagem, da marcha, do equilíbrio, da força.
104
PRINCIPAIS DISTÚRBIOS DO SIST. NERVOSO
Alzheimer: Formação defeituosa de uma proteína (tau) que participa dos microtúbulos com
conseqüente destruição dos neurônios. Afeta a memória, aprendizado e a fala.
105
PRINCIPAIS DISTÚRBIOS DO SIST. NERVOSO
Parkinson: acentuada redução de dopamina nos centros motores, causando tremores,
lentidão e dificuldade de locomoção
106
PRINCIPAIS DISTÚRBIOS DO SIST. NERVOSO
AVC: obstrução de uma artéria. Lesão irreversível. Fatores de risco: pressão arterial
elevada, alto colesterol, obesidade.
107
NEUROANATOMIA
ROTEIRO VII
Líquor e Meninges
CURSO DE CURSO DE 
PSICOLOGIA
Prof. Waldemiro S. Romanha
108
LÍQUOR
O líquor ou líquido cérebro-espinhal é um fluido aquoso e incolor que ocupa o
espaço subaracnóideo e as cavidades ventriculares.
O espaço subaracnóideo faz com que todo o sistema nervoso fique envolto em líquido,
o que reduz o risco de traumatismo encefálico resultante do contato com os ossos do
crânio.
A função do líquor é de proteção
mecânica do SNC, formando uma
espécie de amortecedor líquido entre
este e o estojo ósseo.
Qualquer choque ou pressão que ocorra
se distribuirá igualmente em todos os
pontos.
109
FORMAÇÃO DO LÍQUOR
O líquor é formado pelo epitélio ependimário dos plexos corióides. Existem plexos 
corióides nos ventrículos laterais e no teto do II e IV ventrículos. 
110
Os ventrículos laterais são os que
produzem maior quantidade de líquor,
que passa para o III ventrículo pelos
forames interventriculares e daí ao IV
ventrículo através do aqueduto
cerebral.
Através das aberturas medianas e
laterais do IV ventrículo, o líquor
formado no interior dos ventrículos
ganha o espaço subaracnóideo,
sendo reabsorvido no sangue
principalmente através dasprincipalmente através das
granulações aracnóides que se
projetam no interior dos seios da
dura-máter.
No espaço subaracnóideo da medula,
o líquor desce em direção caudal,
mas apenas uma parte volta, pois há
reabsorção liquórica nas pequenas
granulações aracnóides existentes
nos prolongamentos da dura-máter
que acompanham as raízes dos
nervos espinhais. 111
O estudo do líquor é especialmente valioso para o 
diagnóstico dos diversos tipos de meningites. O líquor 
normal do adulto é límpido e incolor, apresenta de zero a 
quatro leucócitos por mm3 a uma pressão de 5 a 20cm de 
água, obtida na região lombar com paciente em decúbito 
lateral.
Embora o líquor tenha mais cloretos que o sangue, a 
quantidade de proteínas é muito menor do que a quantidade de proteínas é muito menor do que a 
existente no plasma. O volume total do líquor é de 100 a 
150cm3, renovando-se completamente a cada oito horas.
Existem tabelas muito minuciosas com as características 
do líquor normal e suas variações patológicas, permitindo 
a caracterização das diversas síndromes liquóricas.
112
Patologias Associadas ao Líquor e as Meninges
Hidrocefalia: aumento da quantidade e da
pressão do líquor, levando a uma dilatação
dos ventrículos e compressão do tecido
nervoso de encontro ao estojo ósseo, com
conseqüências muito graves.
Em pessoas normais, o LCR flui através de
vias de um ventrículo ao próximo, e então
para fora do cérebro, descendo para a
medula espinhal. Se as vias de drenagemmedula espinhal. Se as vias de drenagem
do líquido forem obstruídas em algumponto,
o fluído se acumula nos ventrículos do
cérebro, causando neles um inchaço –
resultando na compressão do tecido ao
redor. Em bebês e crianças, a cabeça se
alargará; em crianças mais velhas e adultos,
o tamanho da cabeça não aumenta porque
os ossos que formam o crânio já estão
completamente unidos.
113
CAUSAS
A Hidrocefalia é causada pela dificuldade da drenagem do
líquido à corrente sanguínea. Existem diferentes razões
pelas quais isto pode acontecer:
Tumor cerebral – Tumores do cérebro causam inchaço
dos tecidos vizinhos, resultando em pobre drenagem do
líquido.
Meningite – Infecção das membranas que recobrem e
protegem ao cérebro. A inflamação e expansão desta
infecção pode bloquear as vias de drenagem do líquido,
causando hidrocefalia.
Conferencia mundial sobre conseqüências
de armas radioativas. Vítimas da guerra
no sul do Iraque. Hamburgo, outubro
2003.
causando hidrocefalia.
Hidrocefalia Congênita – A hidrocefalia, neste caso, está
presente no nascimento mas isto não acusa que ela seja
hereditária.
Prematuridade – Bebês nascidos antecipadamente são
mais vulneráveis ao desenvolvimento de hidrocefalia do
que aqueles nascidos a termo, desde que muitas partes do
corpo ainda não estão amadurecidas. A atividade da área
que está logo abaixo da linha dos ventrículos no cérebro
apresenta um rico suprimento sanguíneo. Seus vasos
sanguíneos podem ser facilmente rompidos se o bebê
sofrer uma mudança na pressão sanguínea ou na
quantidade de fluído no sistema.
114
TIPOS DE HIDROCEFALIA
Hidrocefalia Comunicante – Obstrução do fluxo do
líquor no espaço subaracnóide após sair do quarto
ventrículo. As causas incluem infecções como
meningite (a fibrose obstrui o espaço subaracnóide e
o fluxo do líquor), bem como falha de absorção,
hemorragia subaracnóide ou bloqueio do sangue
através de aneurismas.
Hidrocefalia Não-Comunicante – Obstrução do
fluxo do líquor no sistema ventricular ou na parte
externa do forâmen. Geralmente, os sítios de
estreitamento são obstruídos. Exemplos incluemestreitamento são obstruídos. Exemplos incluem
cistos colóides os quais obstruem o terceiro
ventrículo e tumores do tronco encefálico os quais
comprimem o canal entre o terceiro ventrículo e o
quarto ventrículo (Aqueduto cerebral, ou de Sylvius).
Tratamento – Existem vários tipos de
procedimentos cirúrgicos visando diminuir a pressão
liquórica nas hidrocefalias. Pode-se drenar o líquor
por meio de um cateter, ligando um dos ventrículos
cerebrais à veia jugular interna, ao átrio direito ou à
cavidade peritoneal (Derivação - Shunts) – .
115
Três espécies de bactérias são as principais responsáveis por
causar meningite.
A Neisseria meningitidis - Em qualquer momento da vida,
cerca de 5 a 15% das pessoas têm estas bactérias na garganta
ou nariz, porém não ficam doentes. A transmissão ocorre pela
saliva por meio do beijo, do compartilhamento de alimentos, de
bebidas ou de cigarros, assim como por contato próximo a
pessoas infectadas que estejam tossindo ou espirrando. As
pessoas que tiveram contato íntimo com a saliva de alguém
com meningite causada por este tipo de bactéria podem
necessitar de tratamento preventivo com antibiótico para não
adoecer.
Meningite por N. meningitidis - A meningite
causada por estas bactérias é chamadaO Haemophilus influenzae – Trata-se de um Cocobacilo Gram- causada por estas bactérias é chamada
“meningocócicanegativo que provoca meningites e septicemias, ambas
geralmente em crianças(menores de 5 anos de idade);
infecções do ouvido médio; da garganta; celulite e, mais
raramente, outras doenças como pneumonia. A vacina
chamada “Hib”, contra o tipo b, evita esta doença em bebês
muito novos e crianças. Pessoas que tiveram contato íntimo
com a saliva de pessoas com meningite causada por este tipo
de bactéria podem necessitar de tratamento com antibiótico
para não adoecer.
116
O Streptococcus pneumoniae (Gram +) - causa infecções nos
pulmões e no ouvido, mas também podem causar a meningite
“pneumocócica”. A maioria das pessoas que tem estas bactérias
na garganta continua saudável. No entanto, indivíduos com
problemas crônicos de saúde ou com o sistema imune
enfraquecido, assim como os muito jovens ou muito velhos, têm
risco aumentado de apresentar meningite pneumocócica. A
meningite causada pelo Streptococcus pneumoniae não é
transmitida de pessoa para pessoa. As pessoas com contato
próximo com alguém que tenha meningite pneumocócica não
precisam tomar antibióticos, preventivamente.
Sintomas de meningite?
Os sintomas de meningite podem surgir repentinamente.Os sintomas de meningite podem surgir repentinamente.
Febre, dor de cabeça forte e constante, rigidez ou dor no pescoço,
náuseas e vômitos, podem ser sinais e sintomas de meningite.
Manchas vermelhas pequenas ou grandes na pele, podem ser sinal
de gravidade e de “meningococcemia”. Mudanças de
comportamento como confusão, sonolência e dificuldade para
acordar podem também ser sintomas importantes. Em recémnascidos
e lactentes, os únicos sinais e sintomas de meningite
podem ser febre, irritação, cansaço e falta de apetite. Sempre que
alguém apresentar ou observar esses sintomas deve procurar
imediatamente assistência médica, para assegurar-se do
117
Acidente Vascular Cerebral (AVC)
Uma das principais causas do AVC é a
aterosclerose. A aterosclerose afeta
primariamente as artérias elásticas (por
exemplo, artérias aorta, artérias carótidas e
ilíacas) e as artérias musculares de grande e
médio calibres (por exemplo, artérias
coronárias e poplíteas). A doença quase
sempre começa na infância; entretanto, os
sintomas habitualmente só se tornam
evidentes na meia-idade ou mais tarde,
quando as lesões arteriais precipitam lesão
orgânica.
A aterosclerose caracteriza-se por lesões da
íntima, denominadas ateromas ou placa
fibrogordurosa, que fazem protrusão na
luz, enfraquecem a média subjacente e
sofrem uma série de complicações. A
aterosclerose contribui esmagadoramente
para uma taxa de mortalidade – cerca da
metade ou mais de todas as mortes – e
morbidade, no mundo ocidental, que
ultrapassa a de qualquer outra doença.
Embora qualquer órgão ou tecido do corpo possa ser afetado, a
doença aterosclerótica sintomática localiza-se mais
freqüentemente nas artérias que suprem o coração, o cérebro, os
rins, os membros inferiores e o intestino delgado. As principais
conseqüências desta doença consistem em infarto do miocárdio
(ataque cardíaco), infarto cerebral (acidente vascular cerebral)
aneurismas da aorta, gangrena das pernas, oclusão mesentérica,
morte cardíaca súbita, cardiopatia isquêmica crônica e
encefalopatia isquêmica.
118
A lesão complicada da aterosclerose, definida pelas seguintes alterações, possui grande
importância clínica:
1. Quase sempre, os ateromas, nas doenças avançadas, sofrem calcificação focal ou
maciça. Os pacientes com elevado conteúdo de cálcio nas artérias coronárias parecem
apresentar um risco aumentado de eventos coronários. As placas de ateromas também
podem romper a íntima do vaso e causar trombose (obstrução total do fluxo
sanguíneo). A trombose impede o fluxo de sangue para os tecidos adjacentes que,
com a falta de oxigênio e glicose, evoluem rapidamente para a morte celular por
necrose. Esse fenômeno é chamado de infarto. A tomografia computadorizada e a
ultra-sonografia intravascular podem fornecer um meio não-invasivo e preciso para oultra-sonografia intravascular podem fornecer um meio não-invasivo e preciso para o
diagnóstico.
2. A ruptura focal e/ou ulceração macroscópica da superfície luminal das placas
ateromatosas podem resultar em exposição de substâncias altamente trombogênicas,
que induzem a formação de trombo ou a liberação de restos na corrente sangüíneas,
produzindo microêmbolos (êmbolos de colesterol ou ateroêmbolos).
3. Pode ocorrer hemorragia no interior de umaplaca, particularmente nas artérias
coronárias, devido à ruptura da cápsula fibrosa ou dos capilares de paredes finas que
vascularizam a placa. O hematoma contido pode induzir ruptura da placa.
119
Hipertensão Craniana
A cavidade crânio-vertebral e seu revestimento de dura-máter é completamente
fechada, não permitindo a expansão de seu conteúdo. Assim, o aumento do
volume de qualquer componente da cavidade craniana reflete-se sobre as demais,
levando a um aumento de pressão intra-craniana. Ex.:
Tumores,
Hematomas
Neste caso, as estruturas vizinhas, bem como todas as estruturas da cavidade
craniovertebral, serão comprimidas determinando um quadro de hipertensão
craniana com sintomas característicos, entre os quais sobressai a dor de cabeça.
Pode ocorrer também a formação de hérnias do tecido nervoso.
120
Havendo suspeita de hipertensão craniana, deve-se fazer um exame de fundo de
olho.
O nervo óptico é envolvido por um prolongamento do espaço subaracnóide, levando
à compressão do nervo óptico. Isso causa obliteração da veia central da retina, que
passa em seu interior, o que resulta em ingurgitamento das veias da retina com
edema da papila óptica. Essas modificações são facilmente detectadas no exame
do fundo do olho, permitindo diagnosticar o quadro da hipertensão craniana e
acompanhar sua evolução.
121
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. MACHADO, Angelo. Neuroanatomia funcional. 2.ed. Rio de Janeiro: Atheneu, 2006.
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Trad. Jorge Alberto Quillfeldt. 2. Ed. Porto Alegre: Artemed, 2002
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5. Guyton (2002). Tratado de fisiologia médica. Rio de Janeiro: 10ª.ed. Guanabara 
Koogan.
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Koogan.
6. Entczak, S. E. (2005). Fisiopatologia básica. Rio de Janeiro. Guanabara Koogan, 
340pp.
7. Guyton & Hall (1998). Fisiologia humana e mecanismos das doenças. 6a ed. Rio de 
Janeiro. Guanabara Koogan, 639pp.
8. Harriet Swain - Grandes descobertas da ciência. Rio de Janeiro. José Olympio. 2010.

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