Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
28 6. RECURSOS NATURAIS A palavra recurso se refere a algum bem, não necessariamente financeiro, o qual se tem à disposição. Neste caso, recurso natural se refere a bens ambientais. Recurso natural é diferente de riqueza natural, que representa valores não tangíveis, como diversidade, complexidade e também quantidade expressa na fauna e flora. Por outro lado, recurso ambiental embora não sendo propriamente moeda, pode retratar valores, como petróleo, água, matas, minerais, florestas e solo produtivo. Não é apropriado consumir o que se considera riqueza. Já os recursos são consumíveis. Eles se dividem em renováveis e não renováveis. Os não renováveis, conforme o nome sugere, não podem ser repostos, são finitos, acabam. Por exemplo: petróleo, água e minerais. Se consumidos e repostos com responsabilidade, os recursos renováveis poderão ser usados infinitamente. Exemplo: madeiras e derivados, artigos de origem animal como óleo e peles. A partir daqui, serão individualmente considerados os principais recursos: água, terra, ar, matas e florestas. 6.1 Água De uma maneira ou de outra, todos usufruem da água em suas atividades, porem são poucos os que o fazem de modo racional. O uso desregrado de água acontece até na execução das mais corriqueiras tarefas, como por exemplo, deixar a torneira aberta enquanto se escova os dentes, deixar o chuveiro aberto enquanto se ensaboa e assim por diante. O fato é que falta informação (Educação Ambiental) para a maioria absoluta da população do Brasil e do mundo, pois está claro que a cultura do desperdício inicia-se na infância e segue a pessoa até a sua maior idade. È por isso que os especialistas sugerem que a Educação Ambiental seja integrada as demais disciplinas desde o inicio, desde o “jardim de infância”, seguindo até as graduações universitárias. A Educação Ambiental é transversal às outras matérias, e funciona muito bem em conjunto. Neste caso, quanto mais cedo se conhecer a realidade, melhor é o aproveitamento, porque a resistência natural que costuma ser maior em adultos, é pequena ou quase nula nesta fase da vida. È evidente que a água é um motivo de alegria, mas sua ausência pode ser frustrante e até desesperadora, tendo em vista que muitos não param para pensar que o fato vai muito alem de ter ou não ter água, envolve questões sociais, questões de sobrevivência! A água representa vida. Muitos querem água para lavar roupas, outros para tomar banho, alguns para lavar carro, mas há os que necessitam dela simplesmente para matar sua sede e evitar a morte. 29 A água é fonte da existência, dela depende toda a natureza e não há vida onde não há água. A maior parte do nosso corpo, cerca de 70%, é composto por água. Isso comprova o quão ela é importante. De 1800 a 1994, a quantidade de dióxido de carbono (CO2) jogado na atmosfera pela queima de combustíveis fosseis e por outros meios, fez com que este CO2 aumentasse cerca de 35% quando na verdade, segundo cálculos estimados, deveria ser basicamente 70%, ou seja, o dobro. Então, onde foi parar essa outra metade que foi arremessada no ar? A resposta é que os oceanos absorveram nos últimos 200 anos aproximadamente 50% do CO2 que o homem emitiu para a atmosfera. Em outras palavras são os mares e não as florestas, os maiores seqüestradores de CO2. Registrando-se um exagerado aumento desse volume absorvido, obviamente se presenciará riscos as espécies marinhas. Ao contrario do que se imaginava, a água é um bem finito, e se algo não for feito haverá escassez. O assunto é grave e mais complexo do que se imaginava, por isso há uma corrente formada por ONG’S, empresas, entidades civis, comunidades e governos, onde todos têm se juntado para agir e emitir alertas sobre o delicado assunto. Apesar de todos os esforços, infelizmente ainda prevalece a cultura de que a água nunca acabará. Talvez o homem tenha essa idéia em mente porque o planeta Terra é composto de 2/3 de água, porem sabe-se que isso é pura ilusão. A quantidade de água doce (própria para consumo humano e animal) no planeta é de apenas 3%. Deste percentual, apenas 0,007% está acessível, estando o restante congelado na Antártica ou presa em rios e lagos de cavernas subterrâneas. Esta água deve ser dividida com mais de 6 bilhões de habitantes. O Brasil detêm cerca de 13% de toda a água potável do mundo. Porem, não contrariando a regra, a maioria está indisponível nos lençóis subterrâneos da Amazônia. Segundo o IBGE, o mau uso da água chega a desperdiçar cerca de 40% (5 bilhões de m3/ano) de toda a água tratada que utiliza. O Brasil também faz parte do que se imagina ser a maior reserva de água doce do mundo, o aqüífero Guarani, que fica sob quatro paises (Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai) com uma reserva aproximada de 50 quatrilhões de litros. Esse aqüífero atinge oito estados no Brasil. Alem do desperdício, existem outros dois vilões que também muito contribuem para a escassez da água, que é a destruição de mananciais e a impermeabilização do solo. As construções irregulares e a depredação de matas que rodeiam os córregos extinguem os mecanismos que funcionam como um filtro. Desta forma, as águas são desviadas pelo lixo ou levam algum tipo de impureza para o lençol freático. Já a impermeabilização do solo desvia a água que iria abastecer o lençol freático, concentrando e desviando-a para o mar, onde normalmente são desaguadas as águas fluviais. No Brasil existe uma serie de entidades governamentais que estão estritamente direcionadas para a questão da água. Juntas são responsáveis por um verdadeiro universo de 30 legislação. O assunto água também tem seus interesses assegurados por constituição federal. A legislação de um modo geral é boa, considerada até como uma das melhores do mundo. Falta apenas fazer cumprir, afirmam alguns especialistas. Organismos envolvidos: ANA – Agencia Nacional das Águas CNRH – Conselho Nacional de Recursos Hídricos CONAMA – Conselho Nacional do Meio Ambiente MMA – Ministério do Meio Ambiente PNRH – Política Nacional de Recursos Hídricos SRH – Secretaria de Recursos Hídricos SERLA – Superintendência Estadual de Rios e Lagoas Segundo a visão de alguns especialistas, a qual infelizmente não se pode classificar como pessimista e sim como mera realidade, num futuro bem próximo a busca por água será alvo de verdadeiros empenhos por parte de governos e entidades privadas. É provável que haja plataformas de exploração semelhante às de petróleo. Haverá guerra e desarmonia entre as nações por causa da escassa água, que terá um altíssimo valor comercial, muito superior que qualquer outro líquido, incluindo combustíveis. Por fim servirá como um referencial econômico, uma moeda, conclui a previsão. Que o planeta está na eminência de uma crise de água potável é de conhecimento público, mas a questão é que provavelmente as próximas gerações (filhos e netos) já tenham dificuldades em acessá-la. Não se deve esquecer também que a água é fonte de energia e que sua ausência poderia esvaziar os reservatórios das hidroelétricas causando uma serie de apagões. Hoje, a falta de água já faz vitimas. Segundo o relatório do IBGE de 2006, se o saneamento básico fosse eficazmente implantado evitaria cerca de 832 mil casos de doenças. O relatório estimou que 40,6 milhões de pessoas não contam com água encanada e apenas 4 em cada 10 brasileiros são atendidos por redes de esgoto. A Organização Mundialde Saúde – OMS – relata que no Brasil morrem atualmente 29 pessoas/dia por doenças direta e indiretamente decorrentes da qualidade da água e da falta de tratamento de esgotos. Estima-se ainda que cerca de 70% dos leitos dos hospitais estejam ocupados por pessoas que contraíram doenças transmitidas pela água. Ainda segundo a OMS, são necessários em média 180 litros de água por dia para cada pessoa atender suas necessidades. 31 O consumo residencial de água, geralmente se divide em: 14% - destinada a vaso sanitário; 12% - ao lavatório; 47% – chuveiro; 5% - tanque; 8% - maquina de lavar; 14% - pia (lavar loucas e beber). Somente 1% das indústrias brasileiras reaproveitam a água de seus processos (cerca de 1,65 bilhões de litros/dia). O uso racional desses recursos poderia reduzir até 70% das perdas na região de São Paulo, que equivale a 4% do total captado. Mas é a agricultura que arremata cerca de 70% de toda a água superficial ou tratada em seu processo de irrigação. Tendo em mente que um simples gotejamento pode superar a marca de 1000 litros de desperdício ao final do mês e que um banho demorado pode consumir até 120 litros de água, isso sem dizer que uma torneira aberta por 15 minutos consome, em média, 120 litros e que um simples fazer de barba (com a torneira permanentemente aberta) gasta cerca de 40 litros, resta dizer que a solução é economizar! Certamente não de modo inconseqüente e impensado, mas sim de modo racional. Torna-se importante prestar atenção em todos os detalhes dos momentos em que se usa água, verificando se há desperdício, se há realmente um uso racional mesmo nas tarefas que parecem corriqueiras como lavar louças, automóveis e calçadas, entre outras. A captação de água da chuva nos grandes condomínios também pode ser vista como uma boa saída. O próprio reaproveitamento da água de processos nas indústrias, assim como a aplicação de novas tecnologias que permitam gastar menos água, também devem ser considerados. Em síntese, primeiramente deve-se proteger a natureza, a fonte de água. Segundo, reduzir o consumo, evitar o desperdício e reaproveitar a água ao máximo. 6.2 Atmosfera O ar é um conjunto de gases e vapores de água que interagem entre si harmoniosamente. Igualmente aos demais elementos da natureza ele é perfeito em todos os sentidos, tendo sua eficácia nitidamente comprovada. Ele é incolor e inodoro, mas pode ser sentido através de seu movimento, que é o vento. Há outros meios de senti-lo, através da pressão e da umidade. A pressão atmosférica é um fenômeno que se origina da concentração do ar (quantidade, independente da qualidade). É menor em lugares mais altos como montes e montanhas, e maior em lugares mais baixos 32 como nas cavernas subterrâneas. Isso porque o volume de ar se altera, a concentração maior está sempre nas partes baixas. A ausência de impureza e a umidade também são importantes fatores. A umidade representa a quantidade de água presente no ar, regula a temperatura local e pode ser determinante na condição de vida. Todo o planeta é coberto por essa mistura de gases, que comumente é chamado de ar. Esses gases são imprescindíveis ao planeta e seus habitantes, e atingem cerca de 11 km a partir da superfície. O homem não sobrevive sem ar, absorvendo em media 10 litros de ar por minuto, porem não aproveitando tudo que inspira. De tudo que entra nos pulmões, apenas 21 % é utilizado. Isso acontece porque o homem só precisa do oxigênio do ar, cuja composição é 78% de nitrogênio (N2), 21% de oxigênio ( O2) e 1% de outros gases (CO2, O3, vapor de água, entre outros). A atmosfera cuida da terra possibilitando a manutenção da vida, sendo responsável pela regulagem da temperatura do planeta, por meio dos gases estufas e dos vapores de água, que é condensada e transportada do mar para os continentes. Dessa forma, se não houvesse um controle da temperatura ou se ela fosse um pouco maior os oceanos se evaporariam, se menor congelariam, e em ambas as formas seria praticamente impossível viver no planeta. As outras camadas também contribuem nesse sentido, porem de forma extrínsecas, ou seja, elas formam um espécie de capa protegendo o planeta contra os excessos das irradiações do sol e das demais energias contidas no espaço, alem de filtrar os raios ultra- violetas entre outros. Os componentes da atmosfera são de suma importância para a vida na Terra: O2 – Para o metabolismo ( respiração ) H2O- Controle do clima ( circulação da água) CO2- Fotossíntese N2- Nutrientes para planta. 6.3 Solo O solo é um recurso muito precioso, principalmente porque é sobre ele que o homem anda e constrói sua casa, e também é nele que cresce a principal fonte de alimento (vegetais) dos seres vivos. Dele se retira elementos que são especiais ao homem, como alumínio, ferro, argila, etc... È no solo que se armazena e recicla elementos importantes como nutrientes e água. Todas estas características destacadas é que tornam o solo valioso, disputado, necessário. Entretanto, se ele é considerado rico por ter tais atributos, é bom saber que ele também pode ficar pobre por perdê-los. Isto é, se ele é rico em nutrientes, ele pode ficar pobre (sem 33 nutrientes), se ele é um bom filtrante e escoador de água, ele pode deixar de ser e assim por diante. As razões para esses acontecimentos são as mais variadas possíveis e na maioria das vezes são causadas antropicamente. Atualmente pode-se observar a degradação do solo em diversos processos tais como: redução de sua fertilidade natural, diminuição da matéria orgânica do solo, perda por erosão hídrica e eólica, contaminação por resíduos urbanos e industriais, alteração para obra civil, decapeamento para fins de exploração mineral, etc... Todavia, o fator que mais contribui para essa perda é o incontrolável avanço da impermeabilidade. A impermeabilização do solo é altamente degradante, pois alem de causar a sua infertilidade é também responsável por impedir a alimentação do lençol freático via solo, direcionando o escoamento dessas águas, principalmente de chuvas, para mares e rios, ocasionando uma alta concentração nesses. Muitas vezes, a comunidade esquece que o solo faz parte do ambiente, e é essencial à existência da vida sobre os continentes. Neste sentido, o conhecimento do solo se torna algo muito importante para o homem. É preciso conhecer o que se está impactando, de modo a evitar sua degradação. O estudo do solo envolve várias áreas, iniciando por sua formação, passando pela química, física, biologia, uso, classificação, etc... As analises de solo são utilizadas para diagnosticar o seu grau de fertilidade, sua capacidade de armazenar água, suas condições físicas e demais parâmetros, a fim de avaliar suas potencialidades e necessidades para um melhor aproveitamento. Geralmente as análises buscam: Fertilidade Salinidade Irrigação De acordo com as análises executa-se as seguintes determinações: * Granulometria * Complexo sortivo(Ca, Mg, Na, K, H) * Condutividade hidráulica * Saturação de base * Carbono organico * Densidade real * Matéria orgânica * Curva de retenção de umidade * Condutividade elétrica * Sugestão de adubação * Ph O solo é o resultado de algumas interações, como base (degradação de rochas, restos de animais e vegetais), clima (sol, chuva, calor, frio, vento), organismos (bactérias, insetos, fungos) e tempo (várias dezenas, centenas ou milhares de anos).Ele pode ser plano, montanhoso, ondulado ou inclinado, entre outros, pode ser instável ou firme a ponto de agüentar uma edificação, pode ser ou não fértil, que nesse caso depende de alguns fatores como nutrientes, água, bactérias, etc... Existem no Brasil alguns locais onde o solo é preservado, conservando sua originalidade, incluindo-se fauna e flora. Essas áreas são conhecidas como Áreas de Preservação Ambiental – APA, que pode ser permanente, acessível e/ou intocável. Embora o assunto 34 tenha regência por legislação própria, as divergências são inúmeras, com uma grande dificuldade de se manter esses locais protegidos. Segundo levantamento do Ministério da Minas e Energia, 80% dos minérios no Brasil encontra-se em algum tipo de Área de Preservação Permanente. Essas correspondem exatamente àquela vegetação original que deve ser mantida ao redor de nascentes, rios, cursos de águas, lagos, mangues e topos de morros, por exemplo. O solo é o laboratório, onde pela ação dos decompositores, a matéria orgânica é transformada em nutrientes utilizáveis pelas plantas, retornando esses materiais às cadeias alimentares, possibilitando uma constante renovação. 6.4 Matas e Florestas As matas e florestas do planeta constituem-se em uma verdadeira riqueza ambiental. Elas contribuem com a restauração do oxigênio, servem de moradia para animais e outras espécies de vida, de certo modo ajudam na regulagem da temperatura e agem na recomposição do lençol freático, entre outros benefícios. As florestas e matas do mundo inteiro têm sofrido ameaças de existência, pelo comercio irregular de madeiras, quer pela inapropriada exploração agrícola, ou mesmo por habitação irregular, sem mencionar as queimadas que acontecem com a intenção de renovar a pastagem para a prática de agropecuária. Em 1980, a cobertura florestal do mundo chegava a 3.604 milhões de hectares, o que representa 28% da superfície de terra do planeta. Deste total, 1.986 milhões de hectares, correspondentes a 15% da superfície da Terra, são florestas tropicais naturais, tendo a América Latina o percentual de 46%. Hoje, o Brasil participa com 22% da área coberta com florestas tropicais úmidas em todo o mundo e com 58% em relação a América do Sul e se distingue dos demais paises pela exuberância e pela diversidade biológica de seus recursos naturais. Seus ecossistemas variados e distintos representam 1/3 da fauna dos trópicos. A cobertura florestal caracteriza-se ainda pela sua extensão, tipos e diversidade. Abrange todas as regiões geopolíticas do país, com climas que vão desde os de temperatura média em torno de 25 ºC e chuvas torrenciais distribuídas ao longo do ano (Região Amazônica), até do tropical ao subtropical (demais regiões), com temperatura média de 22 ºC a 18 ºC com chuvas em época definida e intervalos anuais de seca. As florestas ainda remanescentes constituem hoje uma imensa reserva de recursos naturais, cuja preservação e uso sustentável interessam não somente ao Brasil, mas toda a humanidade. Entretanto, um conjunto de ações envolvendo descaso, falta de informações e ganância tem levado ao encolhimento dessa riqueza. Segundo relatório do IBGE sobre o desmatamento da floresta amazônica divulgado em maio de 2005, a região perdeu cerca de 26.130 Km2 entre 2003 e 2004. 35 Isso tem acontecido mesmo sob protestos e reivindicações contrarias. No resto do mundo a situação não é diferente, a minimização das matas e florestas avança a cada dia. A legislação contra esse desmatamento no mundo, em geral, é bem elaborada e controlam o fato satisfatoriamente. No Brasil existe o código florestal, decretos, resoluções, leis e artigos constitucionais que contribuem para que sua legislação seja até considerada como superior as existentes no mundo. Porem, essa legislação não consegue ser eficiente para conter o desmatamento que avança mais do que em qualquer outro país. Provavelmente, a falta de fiscalização extensiva e punição exemplar seja os principais motivos do fracasso. Embora haja também atitudes positivas nesse assunto, como o replantio, as demarcações de áreas de proteção ambiental e outros movimentos, alguns cientistas alegam que a reprodução desses biomas é impossível. A questão não é tão simples, pois há muitas coisas envolvidas, como a perfeita interação existente nos ecossistemas: os seres vivos, os habitat’s naturais e nichos de um modo geral. Apenas para exemplificar a grandiosidade do que está envolvido, se aponta que um único pássaro é capaz de em 1 ano espalhar 100 mil sementes de árvores, ou seja, um único pássaro ou morcego é capaz de produzir mais mudas de árvores nativas do que muitos viveiros dessas árvores. Sem falar das plantas aéreas que vivem fixadas nas árvores, como as bromélias, orquídeas e cactos-de-árvores, cada uma com sua função ecológica tão importante quanto as árvores que as suportam. Portanto, é urgente a necessidade de preservar as matas e florestas, tendo em vista a oportunidade de existência da própria flora e até a fauna, visto que uma reconstituição teria um preço alto demais, ou mesmo seria impossível. 7. POLUIÇÃO Poluição, que em certas ocasiões é chamada de contaminação, é o resultado do ato de sujar, manchar, macular, corromper, prejudicar ou ser nocivo à saúde. A poluição de um modo geral transforma a característica original ou natural do elemento ou local com o qual ela interage. De forma conotativa é colocado que a poluição caminha junto ao chamado progresso, embora haja situações em que comprovadamente isso não ocorra. Ela é semelhante a uma praga global, que não se limita em fronteiras, entrando mesmo nos países que não participam da sua geração, avançando indiscriminadamente, destruindo lenta e silenciosamente. O rastro deixado pela poluição é sombrio, surpreendente, como uma marcha que incansavelmente segue deteriorando as condições ambientais. Ela, cuja existência não raro está vinculada a algum tipo de operação comercial, pode ocorrer na água, solo ou atmosfera. 36 A figura abaixo mostra as principais poluições e seus respectivos impactos: Meio Estado Tipo Causa (algumas) Efeito (alguns) Afetado Gases Queima de combustíveis Redução da camada de Ar Gasoso e fosseis e outros, ozônio; Aquecimento pequenas principalmente por global; Diversas doenças partículas veículos e industrias. como o câncer de pele; Desequilíbrio na Biosfera. Água Especialmente por Contaminação do lençol Liquido, acidentes com freático; Morte e Sólido transportes; desaparecimento de e Produtos Armazenamento e fauna e flora; Solo uso inapropriado de Infertilidade do solo; Semi- Químicos pesticidas; Processos Proliferação de sólido industriais irregulares; doenças Resíduos de ummodo geral, como os de serviços de saúde. Anaeração é o fenômeno da redução ou mesmo da ausência do oxigênio na água. Esse fenômeno acontece porque o meio usa esse oxigênio para deteriorar os detritos encontrados na água. Assim, como em grande parte dos países, o Brasil tem se respaldado em diversas leis para combater os abusos contra o meio ambiente. A poluição pode ser por ocorrência química, física, biológica, radioativa ou nuclear, podendo ter incidência na forma sólida, semi-sólida, liquida ou gasosa, as quais podem ser ocasionadas antrópica ou naturalmente. A seguir, serão consideradas as principais formas de poluição: 37 7.1 Poluição Física A poluição física se divide basicamente em 3 importantes pontos: Visual: Consiste em aglomerados de figuras e/ou cores, que independentes de seu tamanho ou formas são percebidos pelos olhos, mas não propriamente entendidos pelo cérebro, causando alguns transtornos nesse sentido. Essa poluição é causada pelo homem geralmente por meio de outdoors, cartazes, estilos multicoloridos ou multifigurativos e outros fatores que causam prejuízos estéticos à paisagem original ou natural, tendo variação de acordo com o local onde se está, cuja intensidade pode ser maior ou menor. Sonora: é qualquer alteração das propriedades físicas do meio ambiente causada por ruído puro ou conjugação, auditíveis ou não, que direta ou indiretamente seja nocivo à saúde, segurança e ao meio ambiente (inclusive animais e plantas). Geralmente a poluição sonora acontece por meio de um som auditível indesejado, que varia nos termos de freqüência, intensidade e tipo de vibração se dividindo em graves, agudos, continuo, intermitente e de impacto, representados pelas inúmeras ondas que são captadas pelos ouvidos. A poluição sonora causada pelo homem pode ser de varias forma. Nos grandes centros urbanos o homem a gera por meio de transito, feiras livres, locais de eventos abertos (como espaços para shows e igrejas), etc... Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o limite tolerável ao ouvido humano é de 65 dB. Acima disso, o nosso organismo sofre estresse, o qual aumenta o risco de doenças. Com ruídos acima de 85 dB, aumenta o risco de comprometimento auditivo. Sabe-se também que quanto mais tempo exposto, maior também será o risco da pessoa sofrer danos pela perda total ou parcial da audição, como em diversos distúrbios emocionais e físicos. É importante salientar que o ouvido humano é mais sensível à faixa de freqüência entre 2 KHz e 5 KHz. Térmica: Ocorre quase que exclusivamente no lançamento de água aquecida antropicamente em lagos, lagoas, rios e etc... Usualmente essas águas são utilizadas em processos de refrigeração em refinarias, siderúrgicas, e usinas. Embora na maioria dos casos essas águas estejam livres de qualquer contaminação biológica ou química, quando lançadas no corpo hídrico com uma temperatura diferente da existente ali, provocam um desequilíbrio no comportamento biótico culminando em morte ou mutações de algumas espécies, alem de facilitar a proliferação de espécies alienígenas àquele convívio. Não há propriamente um tratamento especifico para esse tipo de poluição, que poderia ser evitada sendo instalados nas industrias sistemas de refrigeração para essas águas. 38 7.2 Poluição Química A poluição química basicamente se divide em 2 itens: Olfativa: Essa poluição já foi considerada rara, mas hoje é comum, ganhando espaço como nunca. Consiste na alta concentração de aromas, que independente de ser nocivo, acarreta alterações no meio ambiente (considerando-se também seus indivíduos). Por exemplo, uma fábrica de essências inicialmente pode ser bem vinda na região, mas com o passar do tempo ela torna-se completamente indesejada, devido aos próprios aromas que antes, provavelmente, eram até cobiçados. No caso de recintos fechados torna-se necessário a utilização de Equipamentos de Proteção Individual (EPI), pois mesmo não contendo substancias nocivas, o excesso de certos cheiros pode provocar náuseas, dentre outros sintomas. Produtos Químicos: Existe um número realmente grande de substancias químicas. Alguns produtos não são nocivos ao passo que outros o são de forma intensa. Não raro, ouve-se relatos sobre contaminação ambiental por meio de algum acidente envolvendo petróleo, gasolina, solventes, óleos e uma diversidade de gases, cujos danos resultantes dessas contaminações geralmente são imprevisíveis. Esta poluição tem se mostrado como a mais impactante, e também pode ocorrer em forma liquida, sólida, semi-sólida ou gasosa, incidindo em água, solo ou atmosfera. Exemplos: poluição atmosférica devido a queima de combustíveis; praias contaminadas devido a vazamento em dutos; solo improdutivo devido a vazamento ou armazenamento inadequado de pesticidas. A poluição com agrotóxicos é uma das práticas mais agressivas ao solo, que infelizmente acontece com a plena conivência do homem. 7.3 Poluição Biológica A poluição biológica ocorre através de agentes contaminantes, seja por fungos, bactérias ou qualquer outro meio. Essa contaminação pode ocorrer de varias formas, dentro das esferas sólidas, liquidas e atmosféricas. Por exemplo: Um aparelho de ar condicionado pode conter agentes contaminantes, gerando uma poluição atmosférica biológica; o lixo hospitalar também é um contaminante sólido; a água de poços artesianos próximos de redes clandestinas de esgoto pode ter seu líquido contaminado por agentes. A poluição biológica é mais comum acontecer quando no descarte incorreto dos resíduos de serviços de saúde. 39 7.4 Poluição radioativa e nuclear Esta poluição ocorre através de produtos e serviços radioativos e tem a característica de ser geralmente de longo alcance no que tange ao tempo dos efeitos. Entretanto, é cada vez mais rara, pois as empresas estão cada vez mais adotando altos critérios de segurança. É importante lembrar que são poucos os relatos de acidentes dessa natureza, que geralmente acontecem com vazamentos em equipamentos hospitalares e com reatores em usinas nucleares. 8. FONTES DE ENERGIA Energia é a propriedade de um sistema que lhe permite realizar trabalho. Cientificamente não existe um conceito exato para energia. Sabe-se que ela é o fenômeno que capacita as maquinas e os motores a funcionarem, as lâmpadas a ascenderem, a televisão a ligar, a caldeira e o fogão a queimarem, entre outros. Fato esse que acontece através de um fluxo que sai de um estado para o outro, de um corpo para o outro. Por exemplo: do gás do fogão para a água da panela, do sol para a terra, da pilha para o radio, etc... A principio a energia está disponível em duas formas: Cinética e Potencial. A cinética é efetivamente a usada, ativa, encontra-se no consumo, na ação, no movimento, no calor, no som e na luz. A potencial é aquela que se encontra armazenada no carvão, na pilha, na gasolina, na madeira, etc..., aquela que pode se transformar em cinética. A fonte de energia pode ser renovável ou não-renovável, natural ou artificial. A renovável é aquela que não se esgota (como o sol ) ou aquela que se pode restaurar ( como o carvão vegetal que pode advir de arvores replantadas, madeiras cortadas e replantadas, e assim sucessivamente ). Por outro lado, a não-renovável é finita, não háreposição, como por exemplo, o combustível fóssil (petróleo). Costuma-se dizer que a energia é limpa quando ela não causa dano ao meio ambiente no momento de sua geração ou utilização, como a solar e a eólica. O combustível fóssil (petróleo) é a fonte de energia mais utilizada no planeta. Através de um processo de refinamento, dele são extraídos muitos produtos, como a gasolina, o diesel, o querosene, a nafta, entre outras dezenas de produtos. Fator positivo: Sua exploração é relativamente fácil devido à estrutura atualmente existente. Fator negativo: Altíssimo índice de poluição. 40 Dos combustíveis fosseis advém os maiores poluentes (principalmente o dióxido e monóxido de carbono), salvo o gás liquefeito de petróleo (GLP), que é um combustível limpo. Estima-se que as reservas de petróleo durem aproximadamente 40 anos. A natureza leva milhares de anos para produzir o petróleo, que é basicamente formado de restos de animais e plantas, depositados no fundo dos oceanos sob condições específicas. A força da água quando sai da represa faz girar certas turbinas produzindo energia elétrica. Esse sistema é integrante de usinas hidroelétricas. No Brasil, ao contrario de muitos países, a principal fonte de energia advém de usinas hidroelétricas. Para gerar energia essas usinas não precisam propriamente poluir, no entanto sua construção gera um imenso impacto ambiental. É comum inundar grandes áreas destruindo a fauna e a flora da região, entre outros organismos, mudando total e definitivamente a característica do local. Mesmo causando todo um impacto para sua construção, sua energia gerada é considerada limpa. Ao menos em teoria, esta fonte de energia é renovável levando-se em conta que a água, de um modo geral é abundante no planeta. O álcool combustível já foi considerado como “o combustível do futuro“. Essa fonte de energia revolucionária que conquistou seu espaço definitivo na década de 80, veio com a promessa de substituir ou ao menos dividir o espaço absolutamente dominado pelo petróleo. O programa do álcool combustível não atingiu as proporções desejadas, porém o Brasil que foi pioneiro dessa fonte de energia, conquistou o respeito de outros paises nesse sentido e se beneficiou em larga escala com o seu uso. Esse combustível pode ser considerado como uma fonte de energia renovável e limpa, apesar dos problemas gerados pela monocultura, principalmente queimadas e condições primitivas do emprego da mão-de-obra utilizada. A energia nuclear, pouco utilizada no Brasil, é bastante explorada em outros paises. Essa energia advém do interior dos átomos que é liberada por meio da quebra do seu núcleo, emitindo grandes quantidades de calor. Para gerar esse tipo de energia é necessário um pequeno espaço para a construção de usinas, por isso que pequenos paises como a França a constrói. Essa energia não é considerada limpa devido ao resíduo radioativo resultante de sua geração, que não tem por definido o seu descarte. A energia eólica é produzida a partir dos ventos, sendo capitada por grandes cata- ventos, que fazem mover um gerador. Essa fonte de energia é uma das mais limpas existentes, pois não há qualquer resíduo ou impacto para a sua geração. Entretanto há uma 41 imensa dificuldade para produzi-la, pois é difícil de se encontrar ventos de forma permanente ou contínua. Paises como a Dinamarca, Alemanha e Espanha estão se empenhando na busca por essa energia. No Brasil, essa técnica de usar os ventos para gerar energia já esta sendo utilizada, principalmente no Ceará, Minas e Paraná, mas ainda é pouco difundida. O carvão mineral é uma fonte de energia com bastante oferta. A energia gerada a partir desse elemento é bastante utilizada no mundo inteiro, tendo como a Austrália o maior exportador desse mineral. Apesar da sua atual abundancia, o carvão mineral é uma fonte de energia não-renovável e bastante poluente. As usinas termoelétricas que são alimentadas por ele, causam impactos ambientais com seus resíduos e emissões, além do dano constituído na sua capitação (exploração de minas). O sol é uma das mais abundantes fontes de todas as energias existentes, é também considerada como uma das mais limpas existentes, entretanto, apesar de todos esses benefícios, essa fonte é pouquíssima explorada pelo homem. As células fotovoltáicas são as placas produzidas pelo homem para captar e transformar a luz do sol em energia elétrica. Essa fonte de energia é considerada renovável, mas nem sempre está disponível, porque em dias nublados sua disponibilidade é muito baixa ou quase nula. Outro fator negativo é o alto custo para fabricar tais células. Nas suas composições são usadas substâncias químicas tóxicas, como o sulfato de cádmio e o arsênico de gálio. Energia oriunda da fusão nuclear, o hidrogênio é o gás combustível mais abundante no universo. Na Terra, o hidrogênio é parte fundamental do tecido animal e vegetal, está vinculado aos combustíveis fosseis e é um dos componentes da água. Essa fonte de energia é avaliada como limpa e renovável, sendo hoje considerada como o combustível que irá substituir grande parte dos não-renováveis. Porem, o seu grande problema é o alto custo para fabricar as células que produzem a eletricidade a partir desse elemento. Atualmente esse combustível, que não gera qualquer tio de poluição, já é utilizado em alguns tipos de motores de combustão interna e em outros, mesmo sendo uma tecnologia muito recente. Milhões de dólares são investidos no desenvolvimento desse “combustível do futuro”. O homem tem uma grande quantidade de opção no que se refere a fontes de energia, algumas pouco utilizadas, outras bastantes exploradas. O fato é que o conhecimento do homem lhe permitiu descobrir tais alternativas. Alem dos meios alternativos já citados, podemos observar ainda: Lenha e carvão: Apesar de hoje ser pouco utilizada no mundo industrial, é um combustível bastante poluente, mas renovável. 42 Energia advinda das marés: No Brasil não há esse tipo de geração de energia, talvez pelo tipo de ondas proporcionadas ou pelo seu alto custo. O fato é que o país possui um grande litoral que lhe proporciona marés, mas aparentemente não são consideradas. Gás: O gás é um combustível pouco poluente. Acredita-se que haja boas reservas desse combustível no mundo, porém nada comprovado. O gás pode ser adquirido em conexão com a exploração do petróleo(GLP) ou por exploração individual ( Natural). Geotérmicas: A energia geotérmica é bem explorada no mundo. Incluem-se nesse grupo a Islândia e Austrália que a usam bastante por explorarem o calor terrestre através de profundos buracos ou de pontos favorecidos como os vulcânicos. Sabe-se que em 58 países a água ou vapor quente produzido por pontos quentes da crosta terrestre é usado para aquecer lares ou gerar eletricidade. Biomassa: A biomassa é um combustível em que os cientistas muito apostam. É gerado a partir de substâncias orgânicas (animal e/ou vegetal), que quando armazenados se decompõem liberando gases e também combustíveis sólidos. O Brasil é pioneiro nessa empreitada, com a adição desse combustível no diesel. Esse projeto é conhecido como biodiesel. Todas essas energias são relacionadas quanto à sua utilização. O conjunto desses principais meios de onde se obtém e usa energia é chamado de matriz energética. 9. LEGISLAÇÃO E POLÍTICAS AMBIENTAIS A legislação,juntamente com a política ambiental, caminhou junta na estrada da evolução. Gradativamente foram se alterando e aperfeiçoando-se até atingir o nível de hoje, que é considerado bom. Quando se fala em legislação, na realidade se está referindo a um conjunto de leis, decretos, artigos constitucionais, resoluções e portarias, entre outros. Considerando as três esferas de poder: federal, estadual e municipal.Esse aglomerado de prescrições que determina princípios, direitos e deveres é chamado então de legislação. De modo similar, quando se refere a políticas ambientais há uma gama de assuntos envolvidos, incluindo legislação, os quais podem ir alem das fronteiras dos paises, se tornando internacionais ou global. 43 Cada país tem ou deveria ter sua própria legislação ambiental. O Brasil tem um dos maiores acervos nesse sentido. Dentre a legislação ambiental brasileira, há o antigo código florestal, pioneiro, que é baseado na Lei N° 4.771, de 15 de Setembro de 1965-(D.O.U. DE 16/09/65). Outras foram emitidas na ocasião do governo militar, também conhecido como “regime autoritário” A legislação dessa época, por causa do regime empregado, era centralizadora, ou seja, todo o exercício, principalmente a permissão para legislar, ficava restrito ao militarismo. Por exemplo, a Constituição de 1981, que foi feita dentro do regime militar, não desmembrava esse poder a outras esferas de competência, limitava-se a federal, ao contrário do que fez a de 1998. Embora a legislação ambiental tivesse dado um grande passo para modernidade, ele ainda continha brechas que permitia o esquivo do infrator. Por exemplo, se uma empresa contaminasse irresponsavelmente o meio ambiente e fosse por isso condenada, o responsável legal pela empresa decretava falência, fechava a empresa, fugia da pena. Depois estabelecia uma outra empresa. A partir da lei 9.605 de 1998 a responsabilidade pelo dano não mais se restringia à pessoa jurídica, se estenderia até a pessoa física, onde o responsável pela empresa também passaria a ser criminalmente indiciado. Com o aprimoramento da legislação, o ciclo foi se fechando e as empresas que antes tratavam o meio ambiente com descaso tiveram de se adequar. Inicialmente tiveram que se licenciar, depois monitorar os resultados e por fim, melhorar seu desempenho ambiental. Mecanismos como esses, impostos na legislação, ficaram conhecidos como “instrumentos de controle”. O licenciamento no órgão ambiental do estado do Rio de Janeiro (FEEMA), é um bom exemplo de instrumento de controle, pois para se adquirir a licença de operação - LO, antes é necessário adquirir a licença de instalação - LI, que é antecedida pela licença prévia - LP. 1° Licença prévia (LP) - Trata de localização, onde o empreendimento irá se instalar. Hoje não é possível instalar uma industria num bairro residencial, por exemplo; 2° Licença de instalação (LI) - Trata da instalação do empreendimento propriamente dito, onde são considerados os processos e as tecnologias, entre outros, que serão utilizados na operação daquele empreendimento; 3° Licença de operação (LO) - É a licença que permite o funcionamento do estabelecimento. É somente a partir dessa fase que o estabelecimento esta devidamente liberado para iniciar suas atividades; 44 Hoje há no Brasil um número surpreendente de leis, decretos, resoluções e portarias voltadas para o meio ambiente. De um modo geral, essas se harmonizam entre si, podendo até se completar por serem mais restritiva. Eventualmente pode existir o que se considere como ligeiros conflitos, porém a situação acaba sendo prontamente resolvida. Uma das maiores dificuldades hoje das empresas é justamente o cumprimento da legislação em vigor, nem sempre pela má fé, mas pela dificuldade, devido à diversidade e complexidade delas. Deste modo, observa-se que a legislação é o conjunto de regras obrigatórias, estabelecidas pela(s): Constituição Federal e suas emendas; Leis complementares; Leis Ordinárias; Medidas Provisórias; Decretos; Resoluções; Normas; e Portarias. Inicialmente são emitidas com vistas a regular as atividades e inter-relações humanas sobre a natureza, de acordo com os princípios dados pelo Direito Ambiental. A Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 e suas regulamentações (no destaque): Capitulo VI - Do Meio Ambiente Art. 225 “Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as futuras gerações”. § 1° Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao poder público: I - Preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o manejo ecológico das espécies e ecossistemas; II - preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do País e fiscalizar as entidades dedicadas a pesquisas e manipulações de material genético; III - definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e seus componentes a serem especialmente protegidos, sendo a alteração e a supressão permitidas somente através de lei, vedada qualquer utilização que comprometa a integridade dos atributos que justifiquem sua proteção; 45 IV - exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de significativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará publicidade; Ação preventiva V - controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos e substâncias que comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente; Privilegia o uso e aplicação de Tecnologias Limpas Ex: Lei dos Agrotóxicos (n° 7802/89) e Lei de Controle das Biotecnologias (n° 8974/95) VI - promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública para a preservação do meio ambiente; Lei n° 9795/99 - Política Nacional de Educação Ambiental Conscientização: ensino formal e não formal VII - proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam os animais a crueldade. Necessidade de atualizar as leis com o conhecimento disponível Lei n° 5197 - Animais Silvestres Lei n° 9605/98 - Lei dos Crimes Ambientais § 2°- Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar o meio ambiente degradado, de acordo com a solução técnica exigida pelo órgão público competente, na forma da lei. Parte do pressuposto que o dano é inevitável No entanto, cabe ao órgão público exigir os requisitos em que este dano deva ocorrer e a forma de recuperação mais apropriada. 46 § 3° - As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas e jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos causados. Não se discute a legalidade dos atos O reparo não inibe sanções A Lei 6938/81 e suas referências: Institui a Política Nacional Do Meio Ambiente. Organiza todo o sistema nacional de controle, planejamento e fiscalização do meio ambiente. Cria ou reorganiza o SISNAMA, o CONAMA e o IBAMA. Poluidor (Art. 3°, incisivo IV)A pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado, responsável direta ou indiretamente, por atividade causadora de degradação ambiental. Art. 9° - São instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente I - o estabelecimento de padrões de qualidade ambiental; II - o zoneamento ambiental III - a avaliação de impacto ambiental IV - o licenciamento e a revisão de atividades efetiva ou potencialmente poluidoras; V - os incentivos à produção e instalação de equipamentos e a criação ou absorção de tecnologia , voltadas para a melhoria da qualidade ambiental; VI - a criação de espaços territoriais especialmente protegidos pelo Poder Público federal, estadual e municipal, tais como áreas de proteção ambiental, de relevante interesse ecológico e reservas extrativistas; VII - o sistema nacional de informações sobre o meio ambiente; VIII - o Cadastro Técnico Federal de Atividade e Instrumentos de Defesa Ambiental; IX - as penalidades disciplinares ou compensatórias devidas ao não cumprimento das medidas necessárias à preservação ou correção da degradação ambiental; X - a instituição do Relatório de Qualidade do Meio Ambiente, a ser divulgado anualmente pelo IBAMA; XI - a garantia da prestação de informações relativas ao Meio Ambiente, obrigando-se o poder público a produzi-las, quando inexistente; XII - o Cadastro Técnico Federal de atividades potencialmente poluidoras e /ou atividades utilizadoras dos recursos ambientais. O Poder Executivo incentivará as atividades voltadas para a proteção do meio ambiente, visando: 47 I- o desenvolvimento no País de pesquisas e processos tecnológicos a reduzir a degradação de qualidade ambiental; II.- a instalação de equipamentos antipoluidores; e, III.- a outras iniciativas que propiciem a racionalização do uso de recursos naturais. Resolução CONAMA 001/86 (EIA - RIMA) Resolução CONAMA 237/97 Licenciamento Ambiental O Poder Executivo incentivará as atividades voltadas para a proteção do meio ambiente, através dos instrumentos estabelecidos pela PNMA, no seu Art. 9° , sendo os principais seguintes: Avaliação e impacto ambiental; Licenciamento e a revisão de atividades efetivas ou potencialmente poluidoras; Zoneamento ambiental; e Fiscalização. O cidadão, individualmente ou em grupo, dispõe da Ação Popular Constitucional. O Artigo 5° da Constituição Federal do Brasil de 1988 estabelece que: “LXXIII - qualquer cidadão é parte legitima para propor uma ação popular que vise anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência”. Regida pela Lei n° 4717(29/06/65), alterada pelas Leis n° 6014/73 e n° 6513/77 Diversas são as alterações, com acréscimos e vetos parciais ou totais, nas legislações citadas, bem como são diversas outras existentes. Recomenda-se o site do Ministério do Meio Ambiente e dos órgãos ambientais estaduais. LICENCIAMENTO: O licenciamento Ambiental é o procedimento administrativo pelo qual o órgão ambiental competente licencia a localização, instalação, ampliação e a operação de empreendimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais, consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras, que sob qualquer forma possam causar degradação ambiental. Trata-se de um instrumento prévio de controle ambiental para o exercício legal de atividades modificadora do meio ambiente. 48 No licenciamento ambiental são avaliados impactos causados pelo empreendimento, tais como: Potencial ou sua capacidade de gerar líquidos poluentes (despejos e efluentes); Resíduos sólidos; Emissões atmosféricas; Ruídos; e Potencial de risco, como por exemplo, explosões, incêndios e contaminações (Ex.: biológica ou radioativa). É importante lembrar que as licenças ambientais estabelecem as condições para que a atividade ou empreendimento cause o menor impacto possível ao meio ambiente. Por isso, qualquer alteração significativa que implique na expansão na área abrangida, deve ser submetida a novo licenciamento, com a solicitação de licença á um dos respectivos órgãos: Secretaria Municipal do Meio Ambiente, no caso de impacto local e onde os municípios possuam um Conselho Municipal do Meio Ambiente; Secretaria ou Conselho Estadual do Meio Ambiente (no Rio de Janeiro: CECA, FEEMA), no caso de impactos que ultrapassam o limite do município; IBAMA, no caso de significativo impacto ambiental em âmbito nacional ou regional; Departamento ou órgão estadual de Florestas, no caso de empreendimentos que exigem desmatamento; Departamento Nacional de Produção Mineral, para empreendimentos de extração mineral; Comissão Nacional de Estudos Nuclear - CNEN, para empreendimentos envolvidos com atividades nucleares; Vigilância sanitária - ANVISA, para empreendimentos envolvidos com atividades na área de saúde; 9.1 Desenvolvimento Sustentável Já não é mais oculto (ou nunca foi) o fato de que o atual modelo de desenvolvimento econômico é desequilibrado, desigual, injusto e danoso ao planeta (estendendo-se a seus integrantes). A expressão “crescimento a qualquer custo” nunca foi tão praticada: arrancar florestas e implantar indústrias; inundar regiões e fazer usinas hidroelétricas; matar animais e vender 49 suas peles; queimar combustíveis fósseis e poluir o ar; produzir lixos e os deixar espalhados por aí. Infelizmente, essas são apenas algumas práticas que assistimos diariamente. Nisso, surgem perguntas importantíssimas, tais como: - Onde isso vai parar? - O que se deixará como herança para as próximas gerações? É notório que o planeta não está mais suportando essa situação, se pode perceber isso por meio de suas próprias manifestações evidenciadas nas mais diferentes formas de catástrofes, como enchentes, aquecimento global, secas, desaparecimentos de espécies, chuvas ácidas, Tsunames, etc. Também se pode perceber isso através dos meios de comunicação, que todos os dias trazem notícias sobre o assunto. O fato é que o homem empreendedor deveria buscar outras formas de explorar a natureza ou pelo menos ouvir algumas sugestões propostas para melhorias, tal como o próprio “Desenvolvimento Sustentável”. O “Desenvolvimento Sustentável” nada mais é do que o inverso do modelo de vida e exploração praticado hoje, ou seja, uma forma responsável de extração e uso dos recursos naturais, dando ao meio ambiente a plena condição de recuperação. Trata-se de implantar indústrias, criar empregos, gerar riqueza, de forma consciente, buscando combustíveis alternativos para se poluir menos, criando mecanismos que permitam minimizar a geração de resíduos, aplicar os 3R’s e coisas do gênero. O Desenvolvimento Sustentável é claramente a favor do progresso, porém visa um crescimento organizado e justo, considerando plenamente as questões ambientais, antecipando-se e corrigindo os problemas potenciais que possam vir a ser gerados. Sobretudo, se assegurar de que o planeta terá condições de sustentar a vida das próximas gerações. Assim como o álcool (combustível alternativo que deu certo), existem outros projetos de boas perspectivas, como o biodiesel e o hidrogênio combustível. Essa preocupação elogiável é a base parao desenvolvimento sustentável, gerando riquezas e satisfazendo desejos, sem necessariamente causar impacto ambiental negativo, deixando uma herança ao menos as condições mínimas para se sobreviver. 50 3 R’s, descrição: Reduzir consumo, como por exemplo, de energia elétrica, água, embalagens, roupas, alimentos (consumir apenas o ideal ou necessário). Isso evitaria novas explorações e produções impactantes. Reaproveitar, transformar coisas que ocupariam lugares em aterros ou lixões (ou ficariam jogadas por aí), em coisas úteis. Reciclar. Utilizar matérias prima, que já circularam e foram descartadas, em produtos novos. Por exemplo, usar latinhas de alumínio usadas para fabricar novas, usar sucata de ferro para fabricar peças novas, etc. A figura abaixo ilustra o esquema de reaproveitamento e reciclagem: Exploração Matéria-prima dos recursos naturais Utilização e Insumos Produção Produto vida do Produto Reciclagem Lixo Descarte Tratamento Poluição Reaproveitamento (aterros) (por reutilização) 51 Um outro importante instrumento nesse sentido é a Agenda 21, que é resultante da Conferencia das Nações Unidas para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento - UNCED/Rio-92. Este documento foi discutido e negociado exaustivamente entre dezenas de países ali presentes, sendo, portanto, um produto diplomático contendo consensos e propostas. Em 1994, o Senado Federal publicou a versão deste documento em português. A Agenda 21 propõe que os diversos paises do mundo tomem medidas para que se garantida a sustentabilidade das atividades humanas e principalmente que seja alcançada a melhoria da qualidade de vida para as atuais e futuras gerações. Trata de transformações culturais e de valores, estimulando a adoção de padrões sustentáveis de produção e consumo. Identifica também problemas, propõe soluções e estima custos de investimento. É um guia de planejamento que se deve ser internalizado em qualquer política setorial de governo (agricultura, cultura, educação, saúde, etc...) sendo valioso para reelaborar idéias sobre desenvolvimento, formular propostas e capacitar recursos. O capitulo 15 da Agenda 21 enfatiza a necessidade de aprimorar e estimular, em nível planetário, a conservação e o uso sustentável dos recursos naturais. O documento Agenda 21 que nasceu da Conferencia Rio 92, retrata um compromisso dos governantes que na ocasião estavam presentes para a fomentação da educação ambiental e desenvolvimento sustentável. No Brasil, este documento é bem praticado na esfera municipal. Embora as ações e tentativas de ajustes ocorressem de forma reativa, pois sempre os acidentes de um modo geral aconteciam primeiro, as intenções foram boas e ao longo do tempo aprimoraram-se e se tornaram eficientes. As nações mundiais, em parte reconheceram que o descaso e a ausência da conscientização ambiental eram nocivos ao Meio Ambiente. Então, após perceberem o alerta, alguns países foram aos poucos começando a se organizarem em prol do meio ambiente. Desencadeou-se assim uma série de movimentos, que inicialmente foram fracos, mas que gradativamente foram ganhando forças. Alguns movimentos mundiais: Conferência de Estocolmo – 1972 (Conferencia das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente) Recomendou-se a criação do Programa Internacional de Educação Ambiental – PIEA. Conferência de Belgrado – 1975 Formulação dos primeiros princípios orientadores da EA e implantação do PIEA. 52 Conferência de Tibilise – 1977 (Conferência intergovernamental de Educação Ambiental) Estabelecimento de definições, objetivos, princípios e estratégias. Conferência de Moscou – 1987 (Conferência internacional sobre educação e formação ambiental). Confirma as referências de Tibilise. ECO 92/ Rio 92 (Conferência sobre meio ambiente e desenvolvimento) Promoção do desenvolvimento sustentável, ensino e conscientização ambiental (Agenda 21). Conferência de Berlim – 1985 Revisão da adequação dos compromissos dos países desenvolvidos. As partes decidiram sobre o compromisso dos países desenvolvidos de voltar suas emissões para os níveis de 1990, ate o ano 2000. Conferência de Quioto – 1997 Gerou um Protocolo, segundo o qual os países industrializados deveriam reduzir suas emissões combinadas de gases de efeito estufa em pelo menos 5% em relação aos níveis de 1990 até o período entre 2008 e 2012. Conferência da África (Rio + 10) – 2002 (Conferencia sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável) Revisão e análise sobre os assuntos resolvidos na Rio 92. 53 10. LIXOS/RESÍDUOS E SEUS TRATAMENTOS A princípio o tema “lixo” nos faz lembrar de objetos quebrados, sujeiras, lâmpadas queimadas, embalagens descartadas de produtos, restos de alimentos, tudo cercado de um considerável mau cheiro. Todavia, o lixo não se limita somente a isso. Para alguns, o lixo significa trabalho, fonte de renda, empreendimento, integração social. Definitivamente o lixo não é só essa sobra doméstica que se joga fora todos os dias. Ele pode ser um ponto entre a saúde e a doença, entre a riqueza e a miséria, entre a sociedade e a marginalidade. O que realmente se entende como lixo? Segundo alguns dicionários, lixo é tudo aquilo que se joga fora, ciscos, restos, coisas velhas, sem valores, inúteis, inaproveitáveis. A palavra “lixo” geralmente é substituída pela “resíduo” quando a origem do material é resultante, ou simplesmente integra, algum processo de produção. Sendo assim, se pode, por exemplo, dizer que os resíduos de uma fábrica de roupas são os retalhos dos tecidos. Estima-se que o Brasil produz cerca de 125 milhões de quilos de lixo por dia, resultando em aproximadamente 45 bilhões de quilos por ano, sendo que mais da metade são de alimentos desperdiçados. Só no município do Rio de Janeiro, a estimativa de produção diária chega a 11 milhões de quilos por dia. Esses números são claros indícios de práticas de um modelo de vida inadequado, de uma sociedade consumista. Pelo lixo da população de um país, podemos saber qual é sua condição econômica e cultural. Estudos recentes mostram que o Brasil deixa de ganhar por ano cerca de 4,6 bilhões de reais em materiais que de alguma maneira poderiam ser aproveitados. Vale acrescentar que isso é muito importante para o meio ambiente. Por exemplo, quando reciclamos uma tonelada de papel, deixamos de cortar no mínimo 20 árvores. Um outro exemplo é a reciclagem de latinhas de alumínio: A energia economizada na reciclagem de apenas 10 latinhas (ao invés de utilizar matéria prima virgem) é suficiente para manter um aparelho de televisão ligado um dia inteiro! 54 As principais características do lixo estão descritas na figura abaixo: Urbano Domiciliar, comercial, industrial, limpeza pública hospitalar, radioativo, nuclear e químico. Rural Agrícolas, lixo comum e eventualmente de Pequenas atividades industriais.Sólido Molhado Líquido Seco Gasoso PH ácido Orgânico PH neutro Inorgânico PH Alcalino Perigoso Não perigoso: a) Não inerte b) Inerte Tratamento especial refere-se a meios e condições específicas aplicadas em processos, com a finalidade de eliminar ou reduzir sua periculosidade e seu volume. Alguns resíduos ainda não têm uma definição segura de sua destinação, por isso encontram-se armazenados nas fontes geradoras. De um modo geral, o manuseio do lixo requer alguns processos e padrões especiais, tais como: Segregação, identificação, armazenamento, transporte, destinação final e/ou tratamento. Atualmente existem varias definições científicas para o tempo de degradação do lixo, haja vista que ainda não houve tempo satisfatório para se ter uma comprovação real (natural) desse tempo previsto. 55 Tempos estimados de degradação natural do lixo: Jornais 2 a 6 semanas Revistas, papéis e papelões 1 a 6 meses Resíduos orgânicos 1 a 3 meses Tecidos 6 a 12 meses Filtro de cigarro 3 a 5 anos Chiclete 3 a 5 anos Nylon 30 a 40 anos Sacos e copos de plástico 100 a 450 anos Latas de Alumínio 100 a 500 anos Pilhas 100 a 500 anos Frascos de vidro ± 1 milhão de anos Garrafas plásticas Indeterminado Borracha Indeterminado Aterro Sanitário: é um método de engenharia para disposição de resíduos sólidos no solo, de modo a proteger o meio ambiente. Os resíduos são espalhados em camadas finas, compactados até o volume praticável e cobertos com terra ao final de cada jornada. Tanto o chão como as superfícies são envolvidas por uma manta protetora de lona ou borracha, de modo a não permitir contato com a água da chuva. Compostagem: é o processo de decomposição do lixo (somente matéria orgânica) que, por ação de bactérias aeróbicas (que necessitam de oxigênio, essencial ao processo) e de determinados fungos, produzem um produto final semelhante a húmus 56 (fertilizante natural). O composto pode ser aplicado como adubo em plantações e lavouras, sendo um importante corretivo orgânico para o solo. Incineração: É o ato de queimar resíduos sólidos, semi-sólidos ou líquidos, deixando-os de forma inerte, de modo que passem a conter pouca ou nenhuma propriedade que o considere como perigoso. Há também uma considerável redução no volume dos resíduos que são incinerados. Co-processamento: é a técnica de destruição térmica a alta temperatura em fornos de fabricação de clínquer (principal matéria-prima do cimento), com aproveitamento de conteúdo energético e/ou fração mineral, sem a geração de novos resíduos e contribuindo para a economia de combustíveis e matérias primas minerais não-renováveis. Outros Tratamentos: Existem ainda os tratamentos específicos, direcionados exatamente para um determinado resíduo. Tais processos visam levar os resíduos a uma condição de inertes, ou seja, deixar de ser corrosivo, inflamável, reativo ou patogênico. Os principais tipos de descarte estão descritos na figura abaixo: Domiciliar Aterro Sanitário, Compostagem Comercial Aterro Sanitário Industrial Compostagem, Incineração, Co-processamento Limpeza Pública Aterro Sanitário, Compostagem Hospitalar Incineração Radioativo, Nuclear Tratamento especial Químico Tratamento especial 57 11. GRANDES CONSEQUÊNCIAS 11.1 O Processo de Desertificação Desertos são regiões naturais caracterizadas por terreno arenoso e seca quase total. Essas caracteristicas fazem com que os animais e vegetais desenvolvam adaptações para sobreviver em climas muito secos. A desertificação é um processo de transformação de uma região em deserto. Pode ser causada por desmatamentos, aplicação de técnicas agropecuarias inadequadas e exploração descontrolada de áreas. Sabe-se que uma das características mais importantes das florestas é a presença constante de chuvas. A água das chuvas é recebida pelo solo, que se encharca. Mas, nem toda a água das chuvas é retida pelo solo: parte dela escorre pela surficie e uma outra parte dela evapora imediatamente, voltando para a atmosfera. A água retida pelo solo é em parte cedida aos rios e em parte absolvida pelas raízes dos vegetais. Posteriormente, os vegetais perdem essa água para a atmosfera pela transpiração. Assim, ou por evaporação direta ou por transpiração vegetal, a água volta à atmosfera onde se condensa e forma as nuvens que proporcionarão novas chuvas. Portanto, quando há desmatamento, a quantidade da água transferida para a atmosfera é menor, diminuem as chuvas e há seca. Esta leva ao desaparecimento de espécies vegetais e animais, não só na área desmatada como em regiões vizinhas. Outro efeito do desmatamento é que, com a retirada das árvores, o solo fica diretamente exposto aos raios solares. Como conseqüência deste aquecimento, ocorre contínua evaporação, até mesmo da água localizada nas regiões mais profundas. Essa água, vindo para a superfície, traz consigo sais de ferro e outros minerais, formando crostas duras com o aspecto de ladrilhos. Essas crostas são impermeáveis e dificultam ainda mais a entrada de água no solo, contribuindo para a desertificação. 11.2 O Efeito Estufa Chama-se efeito estufa a elevação da temperatura da Terra provocada pela introdução na atmosfera de quantidades excessivas de gases que nela se encontram normalmente ou, ainda, de gases estranhos. O maior causador do efeito estufa é o gás carbônico (CO2), que existe normalmente no ar atmosférico, sendo indispensável aos vegetais na realização da fotossíntese. Contudo, torna-se nocivo em quantidades exageradas, uma vez que não se deixa atravessar pelas radiações infravermelhas do Sol. Desse modo, o gás carbônico resultante direto da combustão de carvão, lenha e petróleo, absorve e reflete de volta para a Terra o 58 calor que deveria ser liberado para o espaço, provocando a elevação da temperatura terrestre. A principal conseqüência do efeito estufa é o degelo de calotas polares. Isto propiciará o aumento do volume das águas dos oceanos, inundando as regiões costeiras de baixas altitudes. 11.3 As Chuvas Ácidas As chuvas ácidas, provocadas pela concentração dos gases tóxicos lançados diariamente na atmosfera, são decorrentes da queima incompleta de combustíveis fósseis como o petróleo e o carvão mineral. Esta queima produz gases como o dióxido de enxofre, que ao se combinar com o oxigênio da atmosfera e com o vapor d’água, forma o ácido sulfúrico. Dióxido de enxofre + Oxigênio + Vapor d’água = Ácido Sulfúrico SO2 O H2O H2SO4 No final da década de 70, constatou-se que inúmeros lagos em todo o mundo tinham se tornado ácidos. Na maioria deles não se encontra qualquer forma de vida. Inicialmente, as reservas de carbonato de cálcio que os lagos possuíam neutralizavam os ácidos contidos nas gotas de chuva. Contudo, com o final dessas reservas esta neutralização deixou de ocorrer, tornando-os ácidos. Carbonato de Cálcio+Ácido Sulfúrico=Sulfato de Cálcio+Dióxido de Carbono+Água CaCO3 H2SO4 CaSO4 CO2 H2O Contudo, com o final dessas reservas esta neutralização deixou de ocorrer,tornando os lagos ácidos. O mesmo efeito pode ser observado em relação à cobertura vegetal. As indústrias químicas e siderúrgicas lançam excessos de dióxido de enxofre na atmosfera. Com isso, a vegetação recebe chuvas ácidas, causando a morte principalmente das árvores de maior porte, cujas folhas de maior tamanho estão mais expostas aos ácidos. As chuvas ácidas têm afetado também importantes patrimônios culturais da humanidade, ao cair sobre templos, pedras, esculturas e outras obras de arte expostas a elas. 59 11.4 O Buraco na Camada de Ozônio A camada de ozônio situa-se entre 15 e 50 km de altitude. O ozônio (O3) é um gás capaz de absorver os raios ultravioletas emitidos pelo sol, que são extremamente prejudiciais à vida, funcionando como um escudo protetor. A existência de um buraco na camada de ozônio foi descoberta no final da década de 70. Para alguns cientistas o buraco é decorrente da própria dinâmica da atmosfera, enquanto outros acreditam que isso ocorreu devido à liberação de um composto químico, o clorofluorcarbono (CFC), conhecido como Gás Freon, que era utilizado em larga escala em inseticidas, tintas, cosméticos, produtos de limpeza, ou como refrigerador em geladeiras, aparelhos de ar condicionado, etc... O CFC é um gás inerte, mas que pode ser “quebrado“ pela radiação ultravioleta do sol. Nesta quebra, há a liberação de átomos de cloro, que reagem com o ozônio, decompondo-o. A radiação ultravioleta atinge então diretamente a Terra, podendo alterar a composição de moléculas de seres vivos, contribuindo diretamente para o aumento dos casos de câncer de pele, entre outros problemas. 12. GESTÃO E SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL O termo “gestão” é bastante abrangente, geralmente conotando a idéia de “gerenciamento especializado”. Refere-se também, a um conjunto de ações e tarefas de natureza diversas, que são executadas de um modo bem próprio à luz de um certo conhecimento. A gestão ambiental visa um aprimoramento permanente das organizações junto ao meio ambiente de modo a minimizar os impactos causados. Apóia-se na busca da qualidade ambiental na fabricação e fornecimento de produtos e serviços. Refere-se também a um conjunto de políticas, programas e práticas administrativas e operacionais que consideram o meio ambiente, saúde e segurança dos profissionais e comunidades. A gestão ambiental geralmente acontece sob adversidades, possivelmente pela falta de percepção ou conscientização ambiental dos proprietários e funcionários, pela forma tradicional de produção não absorvendo novas tecnologias, pela burocracia imposta pelos próprios órgãos ambientais e pela falta de informação ou mesmo recursos. 60 O controle ambiental dentro de uma empresa pode ser feito de duas formas: Gestão Ambiental ou Sistema de Gestão Ambiental. Apesar de serem os nomes parecidos, os mecanismos de atuação são estritamente distintos, como se observa: A Gestão Ambiental é constituída de um gerenciamento pró-ativo dos assuntos ambientais dentro da empresa. Utiliza-se de instrumentos próprios para registrar e controlar seus processos, tais como mapas gerenciais e planilhas, geralmente elaborados pelo próprio gestor. Trabalha-se para atender a legislação, pura e simplesmente. Ocasionalmente abrange outros assuntos como Coleta Seletiva e Responsabilidade Social. Características: Raramente segue normas técnicas não exigíveis por lei; Não baseia-se em normas de sistemas(específicas); Não tem necessariamente uma política ambiental definida, documentada; Geralmente não elabora manuais, procedimentos ou Instrução Operacional; Limita-se a auditoria de conformidade legal (saber se está sendo cumprida a legislação); Os resultados são mensuráveis, mas não focam objetivos e metas. Fases da Gestão Ambiental: Qualificação do Gestor; Formalizar a gestão ambiental (reuniões, procedimentos, registro, controle, etc...); Treinar dirigentes e colaboradores; Identificar os pontos que não atendem a legislação vigente, se possível por meio de auditoria independente; Tratar os pontos que não atenderam (conforme auditoria); Monitorar todo o processo, o que atende (para continuar atendendo) e o que não atente (para ajustar); Aumentar sistematicamente o controle (gerar indicadores); Gerar programas de redução de desperdício e poluentes; Aumentar áreas de abrangência: planilha de aspectos e impactos ambientais, atenção extra-muros, adotar normas voluntárias. O Sistema de Gestão Ambiental, diferentemente da pura Gestão Ambiental, é um gerenciamento sistêmico, baseado em norma específica, neste caso a NBR ISO 14.000. Cabe lembrar que sistema é o funcionamento de um conjunto de partes (processos) relacionadas ou não entre si, pertencentes a uma só estrutura. O corpo humano, por exemplo, pode ser considerado um sistema, existem nele várias partes trabalhando independentemente para uma só estrutura. 61 Um sistema é a integração de varias partes. Quando acontece de uma dessas deixar de funcionar, o sistema é interrompido temporariamente ou até definitivamente. Um exemplo típico no mundo das modernas ferramentas de gestão é o conhecido “Ciclo do PDCA”, que significa Plan, Do, Check and Action (Planejamento, implantação, avaliação e ação corretiva). DO PLAN PDCA CHECK ACTION A Gestão Ambiental é particularmente um gerenciamento próprio, definido a contento da própria organização, ao passo que o Sistema de Gestão Ambiental segue minuciosamente a norma ISO 14.000. Para implantar um Sistema de Gestão Ambiental – SGA – baseando-se nesta norma, a organização precisará seguir alguns passos fundamentais descritos na própria norma. Sobretudo, é importante fazer um diagnóstico inicial visando identificar em que estado ou situação a organização se encontra, ou seja, “onde se está?”. Posteriormente defini-se “Para onde se quer ir?”, levando-se em conta o estabelecimento de metas, objetivos, prazos, responsabilidade e autoridade, alem do método que será aplicado no trabalho. A norma em si é um conjunto de requisitos que a empresa deve cumprir caso almeje a certificação ambiental. Pode-se entender que a norma se divide em três partes: 1 o Momento: Cumprimento das exigências legais e normativas; 2 o Momento: Integração de uma função gerencial de controle de poluição; 3 o Momento: Implementação da Gestão Ambiental, com ênfase na prevenção dos acidentes de degradação ambiental. 62 Sua aplicação deve acontecer de modo organizado e contínuo, observando os seguintes princípios: Princípio 1: Conhecer o que deve ser feito; assegurar o comprometimento com o SGA e definir a política ambiental; Princípio 2: Elaborar um plano de ação para atender aos requisitos da política ambiental; Princípio 3: Assegurar as condições para o cumprimento dos objetivos e metas ambientais e implementar as seqüências de sustentação necessárias; Princípio 4: Realizar avaliações qualitativas e quantitativas periódicas das conformidades e não-conformidades ambientais da empresa; Princípio 5: Revisar e aperfeiçoar a política ambiental, os objetivos e metas, e as ações implementadas para assegurar a melhoria contínua do desempenho ambiental da empresa. No tocante a finalidade da norma, é interessante salientar que cada organização define sua necessidade para implanta-la. A ISO 14.000
Compartilhar