Buscar

Direito Tributário Apostila Completa

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 36 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 36 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 36 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Direito Tributário
Professora conteudista: Fabiana Scandiuzi
Sumário
Direito Tributário
Unidade I
1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................................................................1
1.1 Conceitos fundamentais ......................................................................................................................2
1.1.1 Conceito de tributo ...................................................................................................................................2
1.1.2 Classificação de tributo como gênero ...............................................................................................3
1.1.3 Espécies tributárias e exemplos ...........................................................................................................4
2 PRINCÍPIOS TRIBUTÁRIOS ...............................................................................................................................5
3 COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA ...........................................................................................................................7
3.1 Competência tributária dos impostos da união .........................................................................9
3.2 Competência tributária dos impostos dos estados-membros
e do Distrito Federal ................................................................................................................................... 14
Unidade II
4 COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA DOS IMPOSTOS DOS MUNICÍPIOS ................................................... 17
4.1 Da competência tributária das contribuições da união ....................................................... 19
4.1.1 De intervenção no domínio econômico: ....................................................................................... 20
4.1.2 De interesse de categoria profissional ou econômica: ............................................................ 20
4.1.3 De Seguridade Social: ........................................................................................................................... 20
5 LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA ............................................................................................................................. 22
5.1 Constituição Federal ........................................................................................................................... 22
5.2 Lei complementar ................................................................................................................................ 23
5.3 Lei ordinária ............................................................................................................................................ 23
5.4 Medida provisória ................................................................................................................................. 23
5.5 Decretos/Regulamentos .................................................................................................................... 24
5.6 Normas complementares .................................................................................................................. 24
5.7 Tratados e convenções internacionais ......................................................................................... 24
6 OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA ............................................................................................................................. 24
6.1 Conceito de obrigação tributária ................................................................................................... 25
6.2 Espécies de obrigação tributária .................................................................................................... 25
6.3 Elementos da obrigação tributária ................................................................................................ 25
7 CRÉDITO TRIBUTÁRIO (GARANTIA E PRIVILÉGIO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO) .......................... 27
8 ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA ................................................................................................................... 30
1
DIREITO TRIBUTÁRIO
Re
vi
sã
o:
 N
íz
ia
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: L
éo
 -
 2
2/
02
/2
01
0
Unidade I
5
10
15
20
1 INTRODUÇÃO
Essa apostila tem por objetivo os fundamentos do direito 
tributário visando assim conceder ao aluno os parâmetros 
necessários para a compreensão dessa vertente do direito 
público. Demonstraremos a importância do direito tributário 
em nosso cotidiano, uma vez que ele está presente em todas as 
atividades que realizamos, como a compra de leite, a venda de 
um automóvel.
O direito tributário é um complexo de leis e normas que 
se relacionam direta e indiretamente com outros ramos do 
direito, seja por meio de sua legislação, ou, ainda, por meio 
da relação que provocam entre os contribuintes e o Governo 
Público.
Note-se que estamos diante de um ramo do direito que visa 
à arrecadação financeira para a manutenção das atividades 
governamentais, motivo pelo qual, em inúmeras situações 
nos deparamos com emaranhados legais e ainda com a ganha 
tributária dos entes governantes, estes na ordem nacional, 
estadual ou municipal.
Nessa seara, temos por interesse trazer ao conhecimento 
os conceitos básicos do direito tributário, a classificação dos 
tributos, a competência que cada órgão governante tem para 
tributar e quais são os instrumentos legislativos corretos para a 
regulamentação do direito tributário.
2
Unidade I
Re
vi
sã
o:
 N
íz
ia
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: L
éo
 -
 2
2/
02
/2
01
0
Serão abordados ainda o conceito e a regulamentação da 
obrigação tributária, em que momento o crédito é gerado e qual 
a forma e como a administração tributária é realizada.
Conforme acima mencionado, estamos diante de um ramo 
do direito de tamanha complexidade, que não temos a pretensão, 
neste livro, de esgotar todas as possibilidades e discussões que 
se formam em volta desse tema.
1.1 Conceitos fundamentais
1.1.1 Conceito de tributo
O Código Tributário Nacional em seu artigo 3º estabelece 
que tributo é:
toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou 
cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua 
sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante 
atividade administrativa plenamente vinculada.
Da leitura desse artigo podemos extrair os seguintes 
elementos que são essenciais para a caracterização de tributo:
• “prestação pecuniária”: a legislação pode somente exigir 
o pagamento do tributo em dinheiro, não sendo possível 
que a dívida do contribuinte seja quitada, por exemplo, por 
prestação de serviços ou fornecimento de mercadorias;
• “compulsória”: é obrigatória, sendo irrelevante a 
consideração da vontade do contribuinte;
• “em moeda”: novamente nos deparamos com a necessidade 
de que o tributo deve ser quitado mediante pagamento, 
cabendo aqui o comentário de que é obrigatório que a 
moeda usada para quitação seja a corrente em território 
nacional, ou seja, não podemos quitar com dólares 
americanos um tributo brasileiro;
5
10
15
20
25
3
DIREITO TRIBUTÁRIO
Re
vi
sã
o:
 N
íz
ia
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: L
éo
 -
 2
2/
02
/2
01
0
• “que não constitua sanção”: o que o legislador tem 
interesse em deixar claro é que o tributo não tem qualquer 
vinculação com o caráter punitivo, ou seja, não está 
correlacionado ao fato de um contribuinte praticar um 
ato ilícito, sendo que, nesse caso, estamos diante de multa 
e não de tributo;
• “instituído em lei”: o que se buscou é demonstrar o rigor 
com que os tributos são tratados, não cabendo que sua 
instituição seja tratada de forma aleatória através de 
um simples ato de um governante. Ao contrário,busca-
se com isso que, antes da criação ou alteração de um 
tributo, o Senado Federal e a Câmara dos Deputados 
analisem atentamente a sua necessidade e se há o respeito 
necessário aos princípios tributários.
• “cobrada através de atividade administrativa vinculada”: 
a administração pública deve prestar contas de sua 
arrecadação, bem como da destinação que dá aos tributos 
arrecadados, ainda mais levando em conta que algumas 
espécies têm intrínsecas a sua constituição e a sua 
destinação específica.
1.1.2 Classificação de tributo como gênero
O conceito de tributo é utilizado de forma genérica 
para definição das formas de arrecadação da administração 
pública, sendo que, dependendo da espécie, há necessidade 
de observâncias distintas aos princípios tributários e ainda à 
destinação da origem de sua arrecadação.
O artigo 5º do Código Tributário Nacional regulamenta as 
espécies de tributos, sendo que essa, por sua vez, designa apenas 
três espécies, quais sejam: os impostos, as taxas e as contribuições 
de melhoria. Atualmente, conforme será demonstrado abaixo, 
esse conceito está ultrapassado, cabendo acrescentar como 
espécie as contribuições e os empréstimos compulsórios, isso 
principalmente após a promulgação da Constituição Federal 
5
10
15
20
25
30
4
Unidade I
Re
vi
sã
o:
 N
íz
ia
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: L
éo
 -
 2
2/
02
/2
01
0
de 1988, onde tais contribuições foram mencionadas e 
regulamentadas por meio do capítulo do Sistema Tributário.
1.1.3 Espécies tributárias e exemplos
a. Impostos: trata-se de uma espécie tributária que não 
está vinculada a qualquer atividade ou serviço do poder 
público para ser cobrada, ou seja, o fato gerador é uma 
situação independente de qualquer atuação estatal. A 
aplicação de sua arrecadação é para a manutenção geral 
da atividade estatal. Ex. IPTU, ICMS, IR. Fundamentação 
legal: CTN, artigo 16.
b Taxas: essa espécie tributária tem que necessariamente 
relacionar-se a uma determinada prestação de 
serviços por parte da administração pública para um 
beneficiário com possibilidade de identificação. Em 
algumas taxas não é necessária a prestação de serviços 
direta; basta que o serviço seja colocado à disposição 
do contribuinte, que é o caso do exercício regular do 
poder de polícia administrativa ou a utilização de um 
serviço público prestado ao contribuinte, desde que 
esse, por sua vez, seja específico e possa ser divisível. 
Ex. taxa de fiscalização e funcionamento cobrada por 
diversas prefeituras. Fundamentação legal: CTN, artigo 
77 e segs.
c. Contribuições de melhoria: a sua cobrança está 
vinculada à existência de um fato gerador que é a 
valorização do imóvel do contribuinte que será compelido 
ao seu recolhimento, desde que esta, por sua vez, ocorra 
em decorrência da existência de uma obra pública (CTN, 
artigo 81).
d. Contribuições especiais: são as contribuições 
instituídas com fundamento na Constituição Federal para 
financiamento de determinadas situações específicas, 
tendo em vista que a destinação específica é uma das 
5
10
15
20
25
30
5
DIREITO TRIBUTÁRIO
Re
vi
sã
o:
 N
íz
ia
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: L
éo
 -
 2
2/
02
/2
01
0
obrigações dessa espécie tributária (CF, artigos 149 e 
195).
d1. Contribuições sociais: têm ainda uma subdivisão de 
acordo com a sua finalidade que pode ser de intervenção 
de domínio econômico e também as contribuições 
profissionais, que são aquelas instituídas em favor de 
determinadas categorias profissionais ou econômicas.
d2. Contribuições de seguridade social: são financiadas 
por toda a sociedade, direta ou indiretamente. Deve-se 
entender como seguridade social o sistema que engloba a 
assistência social, a previdência social e o sistema público 
de saúde.
As contribuições sociais previstas no artigo 195 da 
Constituição Federal (vinculadas à seguridade social) podem 
ser exigidas após 90 dias da data da publicação da lei que as 
houver instituído ou modificado, não se sujeitando ao princípio 
da anterioridade que será trazido abaixo.
2 PRINCÍPIOS TRIBUTÁRIOS
Tendo em vista que a relação que norteia o direito tributário é 
constituída entre o estado e os contribuintes, torna-se essencial 
que essa relação seja baseada por princípios fundamentais os 
quais visam dar um norte regulador a essa relação, deixando 
os contribuintes protegidos contra possíveis abusos do Poder 
Público.
Note-se que todos os princípios abaixo trazidos constam 
de nossa Constituição Federal e não podem ser alterados ou 
revogados por lei.
a. Princípio da igualdade: (CF, artigo 150, II) – é tido como 
um importante princípio e é o que reflete a proibição 
para que haja um tratamento tributário desigual para 
contribuintes que estejam em situações de equivalência.
5
10
15
20
25
30
6
Unidade I
Re
vi
sã
o:
 N
íz
ia
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: L
éo
 -
 2
2/
02
/2
01
0
b. Princípio da capacidade contributiva: (CF, artigo 
145, parágrafo 1) – sempre que for possível, os tributos 
devem ser estipulados segundo os recursos financeiros 
do contribuinte; atualmente, o exemplo que melhor 
demonstra a aplicação desse princípio é a tabela 
progressiva do imposto de renda.
c. Princípio da legalidade: (CF, artigo 150, I) – nenhum 
tributo pode ser instituído, nem aumentado, a não ser 
através de lei. Considera-se majoração a alteração da 
base de cálculo ou da alíquota que implique direta ou 
indiretamente majoração do tributo em si.
d. Princípio da irretroatividade: (CF, artigo 150, III, “a”) 
– os fatos jurídicos ocorridos antes da vigência de uma 
determinada lei não poderão ser regulados pela mesma, 
ou seja, somente a partir de sua vigência é que os 
contribuintes ficam vinculados a ela.
e. Princípio da anterioridade: (CF, artigo 150, III, “b”) – de 
acordo com esse princípio é proibido que a União, os 
estados e municípios cobrem tributos no mesmo exercício 
em que foram instituídos, ou seja, se uma lei criadora de 
um novo tributo é publicada em abril de um determinado 
exercício, a validade da cobrança somente será em janeiro 
do exercício imediatamente posterior. Cabe, aqui, destacar 
a exceção trazida para os casos das contribuições cujo 
prazo de cobrança limita-se a 90 (noventa) dias, contados 
da data da sua publicação.
f. Princípio da liberdade de tráfego: (CF, artigo 150, V) 
– dispõe sobre a proibição de barreiras tributárias entre 
estados e municípios, ou seja, não se pode proibir o 
tráfego de pessoas ou bens dentro do território nacional, 
liberando-os apenas através do pagamento de tributos 
interestaduais ou intermunicipais. Vale esclarecer que 
através desse princípio não está proibida a cobrança de 
pedágios ou, ainda, a cobrança dos impostos incidentes 
sobre a circulação de mercadorias.
5
10
15
20
25
30
35
7
DIREITO TRIBUTÁRIO
Re
vi
sã
o:
 N
íz
ia
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: L
éo
 -
 2
2/
02
/2
01
0
g. Princípio da vedação de confisco: (CF, artigo 150, 
IV) – é proibida a utilização de tributos com o efeito 
de confiscar de forma integral ou praticamente integral 
os bens dos contribuintes; por exemplo, o imposto de 
renda incidente sobre o salário não pode ter como base 
todo o salário recebido pelo contribuinte e a alíquota 
ser de 100%, pois nesse caso estaríamos diante de um 
recolhimento integral dos ganhos do contribuinte a 
título de tributo.
h. Princípio da não cumulatividade: (CF, artigo 153, 
parágrafo 3, II) – proíbe-se a cobrança do IPI e do ICMS, 
sem o aproveitamento dos valores dessa natureza pagos 
anteriormente na cadeia produtiva.
3 COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA
Tendo em vista o rigor que norteia as relações originadas 
pelo direito tributário, mais umavez estamos diante de 
regulamentações que devem, obrigatoriamente, ser cumpridas, 
sob pena de as relações jurídicas perecerem de vícios que não as 
deixaram existir.
É assim com a competência tributária. Sabemos que a 
federação brasileira é constituída pela União, estados-membros, 
Distrito Federal e municípios e não é possível que qualquer um 
deles, de forma indiscriminada, institua tributos, pois deve-se 
respeitar o que é disposto em nossa Constituição Federal, na 
qual consta a disciplina da competência tributária.
Ou seja, a competência tributária é o poder que a Constituição 
Federal atribui a um determinado ente político para que este 
institua um tributo, descrevendo, assim, em instrumento 
legislativo próprio, todos os elementos necessários para o seu 
cálculo, sua cobrança e fiscalização, ou seja, determinação de 
sua hipótese de incidência, seu sujeito ativo e passivo da relação, 
sua base de cálculo e sua alíquota.
5
10
15
20
25
30
8
Unidade I
Re
vi
sã
o:
 N
íz
ia
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: L
éo
 -
 2
2/
02
/2
01
0
Em caso de não estar expressamente contida na Constituição 
Federal, a quem cabe a tributação, caberá à União Federal a 
instituição dos tributos.
Assim, temos que a competência para tributar foi conferida 
pela Constituição Federal: o artigo 153 atribuiu à União, o artigo 
155 definiu a competência cabível aos estados e Distrito Federal, 
enquanto que pelo artigo 156 as imposições tributárias podem 
ter a regulamentação realizada pelo município.
As contribuições e os empréstimos compulsórios são de 
competência exclusiva da União, não cabendo, inclusive, o 
repasse de receita proporcional aos demais entes tributantes.
Vale ainda esclarecer que a competência tributária tem 
seis características básicas e que devem ser estritamente 
observadas:
a. privatividade: revela a exclusividade de determinado ente 
com relação à competência que lhe foi nessas condições 
atribuída;
b. indelegabilidade: determinado ente político não pode 
delegar sua competência tributária para que seja exercida 
por outro ente político;
c. incaducabilidade: a competência tributária perdura no 
tempo ainda que não tenha sido exercida;
d. inalterabilidade: não pode ser alterada sob qualquer 
hipótese ou justificativa;
f. irrenunciabilidade: ainda que não queria exercer, o ente 
político não pode a ela renunciar ou dela dispor, sendo, 
portanto, indisponível;
g. facultatividade: do exercício, que decorre da existência ou 
não, de interesse em tributar, pela pessoa política, para 
tanto, constitucionalmente habilitada.
5
10
15
20
25
30
9
DIREITO TRIBUTÁRIO
Re
vi
sã
o:
 N
íz
ia
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: L
éo
 -
 2
2/
02
/2
01
0
Por tudo o que foi trazido, podemos concluir que a 
competência tributária é a capacidade legislativa em matéria 
tributária.
3.1 Competência tributária dos impostos da 
união
a. Imposto sobre a renda e proventos de qualquer natureza 
– IR (CF, artigo 153, III e CTN, artigos 43 a 45).
a.1. Função: sua função é fiscal, ou seja, representa uma 
importante fonte de renda para a União.
a.2. Fato gerador: é a aquisição de disponibilidade econômica 
ou jurídica da renda e de proventos de qualquer 
natureza.
Como conceito de renda, podemos, em linhas gerais, 
considerar o produto do capital, do trabalho ou da combinação 
de ambos; a principal caracterização é que haja para esse 
conceito a periodicidade.
Já como proventos de qualquer natureza temos qualquer 
acréscimo que não seja compreendido no conceito de renda, 
haja vista que a simples disponibilidade jurídica já possibilita a 
incidência do imposto de renda; portanto, não se faz necessário 
que o contribuinte efetivamente receba a renda ou aufira o 
acréscimo patrimonial para que se tenha a incidência do imposto 
de renda.
a.3. Base de cálculo: note-se que existem várias formas de 
apuração do imposto de renda, dependendo, inclusive, se 
o sujeito passivo é uma pessoa jurídica ou uma pessoa 
física.
Via de regra, a base é o montante real da renda e dos 
proventos tributáveis (CTN, artigo 44). Em caso de pessoa 
jurídica, há uma sistemática ao seu recolhimento, podendo o 
contribuinte optar pelo lucro real, presumido ou arbitrado.
5
10
15
20
25
10
Unidade I
Re
vi
sã
o:
 N
íz
ia
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: L
éo
 -
 2
2/
02
/2
01
0
a.4. Alíquota: a alíquota do imposto de renda varia de acordo 
com o contribuinte. Para pessoa física, atualmente, na 
tabela progressiva estipulada, dependendo do rendimento, 
a alíquota a ser aplicada será de 15% a 27,5%.
Já nos casos de os contribuintes serem pessoas jurídicas, a 
alíquota é de 15%, e, dependendo do valor do lucro apurado (de 
acordo com a opção do contribuinte), deverá ainda o contribuinte 
efetuar um recolhimento com uma alíquota excedente de 10%.
a.5. Contribuinte: qualquer pessoa física ou jurídica, 
independente de qualquer ato de regularidade ou 
habitualidade na realização do fato gerador.
b. IPI: Impostos sobre Produtos Industrializados
b.1. Função: têm função fiscal, representando grande fator 
de arrecadação federal. No mais, têm ainda a função 
extrafiscal para o Governo quanto à regularização da 
economia.
b.2. Fato gerador: (CTN, artigo 46): o desembaraço aduaneiro 
do produto quando importado, a saída do produto 
industrializado do estabelecimento importador, do 
industrial, do comerciante ou arrematante e a arrematação 
do produto quando abandonado e levado à leilão.
b.3. Base de cálculo: são várias as formas de apuração da base 
de cálculo, dependendo do item em que o fato gerador 
esteja alocado. Assim, no caso da mercadoria importada, a 
base de cálculo será a mesma do Imposto de Importação, 
acrescida deste e de todas as taxas utilizadas quando do 
desembaraço da mercadoria.
Nos casos em que o produto é industrializado em território 
nacional, a base de cálculo levará em conta o valor da saída 
do produto do estabelecimento, ou, em caso de não existência 
de comprovação do mesmo, o valor da mercadoria similar no 
mercado.
5
10
15
20
25
30
11
DIREITO TRIBUTÁRIO
Re
vi
sã
o:
 N
íz
ia
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: L
éo
 -
 2
2/
02
/2
01
0
Por fim, para os produtos leiloados, o fato gerador se dará 
pelo valor do preço da arrematação.
b.4. Alíquota: por se tratar de um imposto com função 
parafiscal, ou seja, com a possibilidade de regulação do 
mercado, a alíquota do IPI, a título de exceção, pode ser 
alterada através de Decreto, independentemente de lei 
que regulamente a nova alíquota.
Dessa forma, e, em respeito ao princípio da seletividade, em 
relação à essencialidade do produto, que regulamenta que a 
alíquota do IPI deva ser menor ou até zero para produtos que 
sejam essenciais para a população, verificamos que atualmente 
as alíquotas variam de acordo com o produto, podendo ser de 
0% a 350%.
b.5. Contribuinte: (Artigo 51, CTN): o importador ou a 
quem se equipare ao mesmo; o industrial ou a quem a 
ele se equiparar ou, ainda, o arrematante de produtos 
apreendidos ou abandonados, que forem objeto de leilão.
Com relação a esse imposto, cabe a consideração de que 
é respeitado e aplicado para o seu cálculo o princípio da 
não cumulatividade, em que se compensa o que for devido 
em cada operação com o montante cobrado nas operações 
anteriores.
c. II – Imposto de Importação (CF, artigo 153, I e CTN, artigo 
19 a 22)
c.1. Função: sua principal função é ser extrafiscal, já que 
serve, primordialmente, para que haja um controle da 
balança comercial de nosso país, não sendo visto pela 
União como grande fonte arrecadatória.
c.2. Fato gerador: (CTN, artigo 19): a entrada em território 
nacional de produtosoriundos de outros países.
5
10
15
20
25
30
12
Unidade I
Re
vi
sã
o:
 N
íz
ia
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: L
éo
 -
 2
2/
02
/2
01
0
c.3. Base de cálculo: é o preço normal que o produto 
alcançaria, quando de sua importação, em operação de 
livre concorrência, revelada pelo valor da fatura comercial 
correspondente.
c.4. Alíquota: por se tratar de um imposto com função 
parafiscal, ou seja, com possibilidade de regulação da 
balança comercial, a alíquota do II, a título de exceção, 
pode ser alterada através de Decreto, independentemente 
de lei que regulamente a nova alíquota.
c.5. Contribuinte: (Artigo 22, I, CTN): o sujeito passivo desse 
imposto é o importador ou quem se equipare ao mesmo 
através de força legal.
e. IOF: Imposto sobre operações de crédito, câmbio e seguro 
e sobre operações relativas a títulos e valores imobiliários 
(CF, artigo 153, V e CTN, artigo 63 a 67).
e.1. Função: sua principal função é ser extrafiscal, já que serve, 
primordialmente para que haja um controle do mercado 
de crédito, câmbio e seguro, embora não se descarte a 
fiscal (arrecadatória), inclusive o que foi recentemente 
comprovado: com o fim da cobrança da CPMF, houve uma 
majoração na alíquota desse imposto, para suprir o déficit 
arrecadatório trazido pela ausência do recolhimento da 
CPMF aos cofres públicos.
e.2. Fato gerador: (CTN, artigo 63): o IOF incide sobre as 
operações mencionadas. E também sobre o ouro, desde 
que definido por lei como ativo financeiro.
e.3. Base de cálculo (CTN, artigo 64): é variada de acordo com 
o fato gerador desse imposto; por exemplo, em operações 
de crédito é o montante da obrigação, compreendendo o 
principal e os juros e, ainda, quando se tratar de operações 
de seguro, é o montante do prêmio.
e.4. Alíquota: o IOF não tem obrigatoriedade em respeitar 
o princípio da anterioridade, motivo pelo qual o Poder 
5
10
15
20
25
30
13
DIREITO TRIBUTÁRIO
Re
vi
sã
o:
 N
íz
ia
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: L
éo
 -
 2
2/
02
/2
01
0
Executivo pode, a partir do momento em que majorar 
ou alterar a alíquota, iniciar a sua cobrança imediata. 
No mais, quanto à fixação das alíquotas, elas podem ser 
variadas, dependendo do momento econômico do País e 
do fato gerador praticado.
e.5. Contribuinte: (CTN, artigo 26): qualquer das partes 
envolvidas numa das operações hipoteticamente 
descritas, ensejadoras de imposição tributária pelo IOF, 
pode ser definida na figura de contribuinte tributário pelo 
legislador.
f. ITR: Imposto sobre a Propriedade Rural (CF, artigo 153, VI 
e CTN, artigo 29).
f.1. Função: sua principal função é ser extrafiscal, uma vez 
que também pode ser utilizado como instrumento de 
controle da propriedade rural.
f.2. Fato gerador: (CTN, artigo 29): é a propriedade, domínio 
útil ou posse de terra, fora da zona urbana, tomando 
por base o 1º de janeiro de cada ano. Não importa a 
destinação efetiva do imóvel, agrícola ou residencial, 
o que é considerado para efeito desse imposto é a sua 
localização, em área fora da zona urbana.
f.3. Base de cálculo (CTN, artigo 30): é o valor fundiário do 
imóvel, o que pode também ser considerado como o valor 
venal do imóvel, deste subtraídos os valores dos bens a ele 
incorporados.
Pode ser concedido um benefício fiscal ao contribuinte que 
utilizar o seu latifúndio, acarretando redução de até 90% do 
imposto devido.
f.4. Alíquota (Lei n. 9.393/93): a alíquota varia de acordo com 
o tamanho da área e sua utilização, respeitando, assim, os 
limites de 0,3% até 20%.
5
10
15
20
25
30
14
Unidade I
Re
vi
sã
o:
 N
íz
ia
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: L
éo
 -
 2
2/
02
/2
01
0
f.5. Contribuinte: (CTN, artigo 31): são os proprietários 
de imóveis e os titulares de seu domínio útil, ou seus 
possuidores a qualquer título.
3.2 Competência tributária dos impostos dos 
estados-membros e do Distrito Federal
a. ITCMD: Imposto sobre Heranças e Doações (CF, artigo 155, 
I e CTN, artigos 35 a 42)
a.1. Função: sua principal função é puramente fiscal, ou seja, 
visa prover recursos para a manutenção dos estados e do 
Distrito Federal.
a.2. Fato gerador: no caso de herança, é a transmissão de 
bens de pessoa falecida para os seus herdeiros. Já nos casos 
de doação, o fato gerador dá-se por realizado, quando se 
aperfeiçoa a doação.
a.3. Base de cálculo (CTN, artigo 30): fica a critério de cada 
estado, ou do Distrito Federal, onde se realize o fato 
gerador, destacando que a mesma não poderá ser superior 
ao valor venal do imóvel.
a.4. Alíquota (Resolução n. 9/92): fixou-se a alíquota máxima 
de 8%, mas cabe ao Ente Tributante dispor, na legislação 
estadual, a quem entende que deva ser aplicada em seu 
território.
a.5. Contribuinte: (CTN, artigo 42): será sempre o doador ou 
donatário, para os casos de doação, e, no caso de herança, 
será o beneficiário do bem ou direito transmitido.
b. ICMS: Imposto sobre Operações relativas à Circulação de 
Mercadorias e prestação de serviços (CF, artigo 155, II).
b.1. Função: sua principal função é puramente fiscal, ou seja, 
visa prover recursos para a manutenção dos estados e 
do Distrito Federal, sendo atualmente uma das maiores 
fontes de arrecadação destes.
5
10
15
20
25
15
DIREITO TRIBUTÁRIO
Re
vi
sã
o:
 N
íz
ia
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: L
éo
 -
 2
2/
02
/2
01
0
b.2. Fato gerador (LC 87/96, artigo 2): a circulação de 
mercadorias, inclusive o fornecimento de alimentação, 
desde que com o intuito de venda, ainda que a 
título gratuito; prestação de serviços de transporte 
interestadual e intermunicipal, por qualquer via ou 
pessoa; prestação onerosa de serviços de comunicação, 
por qualquer meio; fornecimento de mercadorias 
com prestação de serviços não compreendidos na 
competência tributária dos municípios; fornecimento 
de mercadorias com prestação de serviços sujeitos ao 
imposto sobre serviços, quando a Lei Complementar 
aplicável expressamente o sujeitar à incidência do 
imposto estadual; sobre a entrada de mercadoria 
importada do exterior, por pessoa física ou jurídica, 
ainda que se trate de bem destinado a consumo ou 
ativo permanente do estabelecimento; sobre o serviço 
prestado no exterior ou cuja prestação se tenha 
iniciado no exterior; sobre a entrada, no território do 
estado destinatário, de petróleo, inclusive, lubrificantes 
e combustíveis líquidos e gasosos dele derivados, e de 
energia elétrica, quando destinados a comercialização 
e à industrialização, decorrentes de operações 
interestaduais, cabendo o imposto ao estado onde 
estiver localizado o adquirente.
b.3. Base de cálculo: considera-se como regra que a base 
de cálculo será o valor da operação a que deu origem a 
circulação ou o preço do serviço respectivo, cabendo o 
destaque para a situação de substituição tributária, em 
que o valor da base de cálculo é presumida.
b.4. Alíquota (CF, 155, parágrafo 2, V): cabe aos estados e ao 
Distrito Federal fixar as alíquotas a serem aplicadas para 
cálculo do ICMS, e cabe ao Senado Federal estabelecer 
alíquotas mínimas para as operações, internas ou ainda a 
fixação de alíquotas máximas para as operações, visando 
resolver conflito específico decorrente de interesse de 
estados.
5
10
15
20
25
30
35
16
Unidade I
Re
vi
sã
o:
 N
íz
ia
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: L
éo
 -
 2
2/
02
/2
01
0
Levando em conta que as operações de circulação de 
mercadorias podem envolver vários estados, é obrigatória a 
existência de alíquotas-padrão para todos, motivo pelo qual, 
estas são dispostas pelo Senado Federal.
Tendo em vista que o ICMS respeita o princípio da 
seletividade e da essencialidadeem razão do produto, estamos 
diante do fato de que as alíquotas a serem aplicadas pelo Ente 
Tributante deverão ser menores a produtos de primeira ordem 
de necessidade, tais como determinados tipos de alimentos.
b.5. Contribuinte: o contribuinte do ICMS é o estabelecimento 
que remete a mercadoria na operação de circulação.
Com relação a esse imposto, cabe a consideração de que 
é respeitado e aplicado para o seu cálculo o princípio da não 
cumulatividade, em que se compensa o que for devido em cada 
operação com o montante cobrado nas operações anteriores, 
tendo grande semelhança, nesse ponto, com o IPI.
c. IPVA: Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores 
(CF, artigo 155, III).
c.1. Função: sua principal função é puramente fiscal, embora 
haja no texto legal a seletividade de acordo com o tipo de 
combustível empregado.
c.2. Fato gerador: propriedade de veículo automotor, 
abrangendo veículos terrestres, aeronaves e embarcações; 
o conceito de veículos terrestres abrange também os 
automóveis, motocicletas, ônibus, caminhões etc.
c.3. Base de cálculo: o valor do veículo a cada ano.
c.4. Alíquota: estipulada em cada estado, podendo variar de 
acordo com a utilidade do veículo.
b.5. Contribuinte: o proprietário do veículo, o que, na prática, 
representa a pessoa na qual está licenciado o veículo.
5
10
15
20
25
30
17
DIREITO TRIBUTÁRIO
Re
vi
sã
o:
 N
íz
ia
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: L
éo
 -
 2
2/
02
/2
01
0
Unidade II
5
10
15
20
4 COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA DOS IMPOSTOS 
DOS MUNICÍPIOS
a. IPTU: Imposto sobre a propriedade predial e territorial 
urbana (CF, artigo 156, I e CTN, artigos 32 a 34).
a.1. Função: sua principal função é puramente fiscal.
a.2. Fato gerador CTN, artigo 32): é a propriedade de imóvel 
urbano, bem como a posse ou o domínio útil de imóvel 
urbano. De acordo com o artigo 32 do CTN, tem-se 
“como fato gerador a propriedade, o domínio útil ou a 
posse de bem imóvel por natureza ou por acessão física, 
como definido na lei civil, localizado na zona urbana do 
município”.
a.3. Base de cálculo (CTN, artigo 33): é o valor venal do 
imóvel, a cada ano.
a.4. Alíquota: a fixação das alíquotas pelos municípios é feita 
por lei, sem que haja necessidade de delimitação quanto a 
alíquota mínima e máxima constitucional.
a.5. Contribuinte: (CTN, artigo 34): o proprietário do imóvel, 
o titular de seu domínio ou o seu possuidor a qualquer 
título.
b. ITBI: Imposto sobre a transmissão inter vivos de bens 
imóveis e direitos a eles relativos (CF, artigo 156, II e CTN, 
artigo 35 a 42).
b.1. Função: sua principal função é puramente fiscal, ou seja, 
visa prover recursos para a manutenção dos municípios.
18
Unidade II
Re
vi
sã
o:
 N
íz
ia
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: L
éo
 -
 2
2/
02
/2
01
0
b.2. Fato gerador (CTN, artigo 35, I, II e III): configura-se a 
hipótese de incidência do imposto de transmissão pela:
• transmissão, a qualquer título, da propriedade ou do 
domínio útil de bens imóveis, por natureza ou por 
acessão física, como definidos na lei civil;
• transmissão, a qualquer título, de direitos reais sobre 
imóveis, exceto os direitos reais de garantia; e
• cessão de direitos relativos às transmissões referidas 
nos incisos acima.
b.3. Base de cálculo (CTN, artigo 38): considera-se o valor 
venal do imóvel, nos mesmos moldes da base de cálculo 
aplicada para o IPTU.
b.4. Alíquota: cabe a liberdade do município de tributar de 
acordo com as suas necessidades de arrecadação, inclusive, 
podendo abrir mão de sua arrecadação quando entender 
necessário.
b.5. Contribuinte (CTN, artigo 42): em regra, as leis locais 
atribuem o pagamento do imposto ao adquirente.
c. ISSQN – Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (CF, 
artigo 156, III e LC 116/2003).
c.1. Função: sua principal função é puramente fiscal.
c.2. Fato gerador (CF, artigo 156, III): prestação habitual e 
remunerada, por empresa ou profissional autônomo, 
de qualquer atividade ou serviço constante na lista de 
serviços que está disposta na LC 116/03, desde que essa 
legislação seja ratificada através de legislação municipal, 
pois cabe aos municípios a sua cobrança.
c.3. Base de cálculo: é o preço do serviço prestado pela 
empresa ou, em caso de profissional autônomo, a base de 
cálculo é um valor fixo de forma estipulada.
5
10
15
20
25
30
19
DIREITO TRIBUTÁRIO
Re
vi
sã
o:
 N
íz
ia
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: L
éo
 -
 2
2/
02
/2
01
0
c.4. Alíquota (CF, artigo 156, parágrafo 3, I): é de 
competência dos municípios a fixação por lei da 
alíquota do ISS, mas tendo em vista a existência de 
vários municípios que se valiam dessa regra para trazer 
empresas para suas localidades, mediante a cobrança 
de alíquotas ínfimas ou ainda através da concessão de 
isenção, o que foi intitulado como “guerra fiscal”, se 
determinou por bem, através da EC n. 37/2002, deliberar 
que a Lei Complementar delimite as alíquotas máximas e 
mínimas a serem aplicadas pelos municípios, sendo que, 
atualmente, nos termos da Lei Complementar 116/2003, 
temos a variação entre 2% a 5%.
b.5. Contribuinte: a empresa ou o profissional autônomo que 
preste serviços tributáveis pelo ISS, incorrendo assim, no 
fato gerador tributário.
Com relação a esse tributo, vale mencionar que o local 
do recolhimento é, via de regra, o local onde o prestador de 
serviços possui seu estabelecimento, valendo, aqui, algumas 
exceções, tais como, os serviços de construção civil, de limpeza 
e de segurança, os quais atualmente são cobrados no local onde 
se efetiva a prestação de serviços.
No mais, atualmente, em decorrência do que foi acima 
citado, temos a existência de vários problemas de arrecadação, 
oriundos da guerra fiscal, motivo pelo qual algumas prefeituras, 
tais como, a de São Paulo e a do Rio de Janeiro, exigem, por meio 
de legislação própria que os contribuintes estejam registrados 
nessas prefeituras, sendo que, do contrário, o tomador dos 
serviços se torna responsável tributário e obrigado a efetuar 
o desconto na ordem da alíquota local do ISS e proceder ao 
recolhimento ao Erário Público.
4.1 Da competência tributária das 
contribuições da união
É um dos gêneros da espécie tributária mais utilizados nos 
dias atuais em razão de não ter qualquer obrigatoriedade de 
5
10
15
20
25
30
20
Unidade II
Re
vi
sã
o:
 N
íz
ia
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: L
éo
 -
 2
2/
02
/2
01
0
repasse do ente arrecadador com os demais entes federativos, 
ou seja, o valor arrecadado pela União deve ser aplicado em sua 
destinação específica, mas sem qualquer repasse aos estados ou 
municípios.
4.1.1 De intervenção no domínio econômico:
Decorrem da necessidade do Poder Público intervir na 
economia privada e a regulamentar através dessa contribuição, 
a qual, tem como sua destinação o retorno ao próprio domínio 
econômico que sofreu a intervenção.
Nesse sentido, temos que a sua principal função é parafiscal, 
pois se trata de instrumentos específicos de atuação do Estado 
no sentido de regulamentar a economia, ou seja, estamos diante 
de uma função extrafiscal.
4.1.2 De interesse de categoria profissional ou 
econômica:
A sua finalidade é a arrecadação de fundos para uma 
determinada categoria profissional, uma vez que o valor 
arrecadado não tem destinação para a União, mas sim à 
entidade representativa da categoria profissional ou econômica 
do contribuinte.
4.1.3 De Seguridade Social:
Conforme acima mencionadas, essas contribuições visam à 
manutenção e ao custeio da Seguridade Social como um todo e 
devem ser mantidas pela sociedade direta ou indiretamente.
Todas as contribuições acima mencionadas são de 
competênciada União de legislar e arrecadar, já que as formas 
de cálculo não serão por nós abordadas, restando os nossos 
comentários abaixo nos conteúdos das Contribuições da 
Seguridade Social.
5
10
15
20
25
21
DIREITO TRIBUTÁRIO
Re
vi
sã
o:
 N
íz
ia
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: L
éo
 -
 2
2/
02
/2
01
0
Atualmente, de acordo com a Constituição Federal, as 
contribuições que estão vigentes e sujeitam o contribuinte ao 
recolhimento são:
• INSS: é a contribuição à previdência social de forma 
direta; cabe aos empregadores e empregados/autônomos 
procederem ao recolhimento dos valores pagos a título 
de folha de pagamento. Há a contribuição mútua, 
respeitado o percentual das alíquotas, uma vez que para 
os funcionários há uma tabela progressiva a ser aplicada; 
dependendo do valor da remuneração as alíquotas variam 
de 9 a 11%.
• PIS/PASEP: sua disposição legal trazida pela LC n. 7/70 
é a manutenção do seguro-desemprego e o abono 
concedido aos funcionários que recebam salário 
mínimo anual. Note-se que, atualmente, temos 02 
tipos de cálculo para apuração dessa contribuição, 
cujas denominações são a não cumulatividade e a 
cumulatividade, cabendo aqui o esclarecimento de 
que a não cumulatividade aplicada nesse caso não é 
exatamente a mesma que versa sobre o ICMS e o IPI. 
As alíquotas aplicadas também sofrem variação, sendo, 
1,65% e 0,65% respectivamente. Quanto à base de 
cálculo, é disposto através do artigo 195, I, c, da CF, ao 
dispor sobre a possibilidade de a base de cálculo ser a 
receita ou o faturamento da Empresa.
• COFINS: goza de grande semelhança com o PIS/PASEP, 
valendo da mesma sistemática de apuração sobre a 
cumulatividade e não cumulatividade, a mesma base de 
cálculo e, portanto, os mesmos contribuintes (pessoa 
jurídica); suas diferenças versam sobre as alíquotas que 
são 3% e 7,60%, respectivamente.
• CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido): Foi 
instituída pela Lei n. 7.689/1998 e, posteriormente 
alterada, tendo sua incidência sobre o lucro líquido das 
5
10
15
20
25
30
22
Unidade II
Re
vi
sã
o:
 N
íz
ia
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: L
éo
 -
 2
2/
02
/2
01
0
empresas, delimitando os seus contribuintes como pessoas 
jurídicas.
Vale aqui mencionar a semelhança com o Imposto de Renda, 
principalmente, no tocante à apuração da base de cálculo pelo 
lucro real ou lucro presumido. Sua alíquota é de 9%, não havendo 
adicional como no caso do Imposto de Renda.
5 LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA
O fato de o direito tributário ser um dos ramos do direito que 
envolve a administração pública e os contribuintes propicia uma 
mistura do direito público com o direito privado, resultando, 
assim, em uma necessidade de se ter a relação estritamente 
regulamentada através de legislações. Estas, por sua vez, têm 
a sua hierarquia e devemos conhecê-la para respeitar a sua 
aplicação.
Dessa feita, abordaremos a seguir os veículos legislativos 
em ordem hierárquica trazendo além de sua conceituação um 
resumo de seu ramo de atuação, quais sejam:
5.1 Constituição Federal
É a principal fonte do direito tributário. Deve ser estritamente 
respeitado o que resta consignado nesse instrumento 
legislativo, não cabendo qualquer alteração em seu conteúdo 
que não seja por meio de outro veículo legislativo da mesma 
grandeza.
Vale destacar que nesse aspecto a Constituição Federal traz 
a regulamentação de forma ampla e genérica, e as legislações 
complementares trazem a sua disposição concreta, analisando 
as casuísticas da relação tributária.
Não cabe à Constituição Federal a criação de tributos, 
propriamente ditos, mas, sim, distribuir a competência aos 
5
10
15
20
25
23
DIREITO TRIBUTÁRIO
Re
vi
sã
o:
 N
íz
ia
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: L
éo
 -
 2
2/
02
/2
01
0
Entes Tributantes e delimitar a eles os princípios que devam ser 
respeitados quando da instituição e arrecadação dos tributos.
5.2 Lei complementar
Por exigir quorum legislativo especial para a sua aprovação, 
esse texto legal trata apenas de algumas matérias de ordem 
tributária, tais como o estabelecimento de normas gerais da 
matéria tributária, a definição do que vem a ser entendido como 
tributo e suas espécies, o que é tido como fato gerador, bases de 
cálculo, contribuintes, obrigação tributária, lançamento, crédito, 
prescrição e decadência tributária.
5.3 Lei ordinária
Normalmente é o recurso legislativo pelo qual há a criação, 
alteração, majoração, extinção, enfim, a regulação prática da 
relação tributária.
Cabe mencionar que alguns casos específicos que demandem 
maior notoriedade da legislação, podem, por meio de disposição 
constitucional, determinar que a matéria acima disposta seja 
regulamentada por Lei Complementar.
5.4 Medida provisória
De acordo com o entendimento da doutrina, as medidas 
provisórias somente poderão ser utilizadas pelo Poder Executivo 
(nesse caso não é necessária a discussão e aprovação desse 
veículo pelo Congresso Nacional), em caso de estrita necessidade, 
o que não se entende pela criação de tributo.
Embora haja toda essa discussão técnica em torno dessa 
matéria, a Medida Provisória já foi muito utilizada por nossos 
governantes para a criação e alteração de tributos, de tal 
forma que atualmente se determina que a Medida Provisória 
tenha vigência por um prazo limitado e que deva ser votada 
5
10
15
20
25
24
Unidade II
Re
vi
sã
o:
 N
íz
ia
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: L
éo
 -
 2
2/
02
/2
01
0
imediatamente pelas Casas Legislativas, sob pena de travar a 
pauta do Congresso e impedir que qualquer outra matéria seja 
votada antes dela.
Em caso de não ser convertida em lei, ela perde a sua validade 
imediata.
5.5 Decretos/Regulamentos
Sua aplicação limita-se a consolidar as legislações que 
regulamentam uma determinada matéria em um único texto.
5.6 Normas complementares
São os veículos legislativos utilizados para complementar a 
legislação, cabendo sua aplicação para casos de interpretações, 
regulamentações de procedimentos operacionais. Ex.: Portarias, 
Instruções Normativas, Atos Declaratórios Interpretativos.
5.7 Tratados e convenções internacionais
São utilizados para a regulamentação de matérias tributárias 
internacionais, ou seja, sua aplicação destina-se a acordar com 
outros países a forma de tributação de determinados atos 
realizados, que envolvam as partes de dois países distintos e 
cujo principal objetivo é evitar que nesses atos ou operações 
haja a incorrência de bitributação.
Os tratados e as convenções prevalecem sobre a legislação 
vigente local, a qual, pelo período em que perdurarem os 
tratados, não poderá ser aplicada para tais relações.
6 OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA
Neste capítulo, estudaremos o que vem a ser conceituado 
como obrigação tributária e qual é o alcance desta perante o 
cidadão, na qualidade de contribuinte.
5
10
15
20
25
DIREITO TRIBUTÁRIO
Re
vi
sã
o:
 N
íz
ia
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: L
éo
 -
 2
2/
02
/2
01
0
Aproveitaremos também para trazer a definição de alguns 
conceitos que são importantes para o direito tributário, 
especialmente para tipificar se há a incidência tributária e, 
consequentemente, o recolhimento do tributo.
6.1 Conceito de obrigação tributária
Obrigação tributária é o surgimento da relação jurídica, 
pela qual o Estado poderá exigir do contribuinte a prestação 
pecuniária contida em lei, ou seja, em decorrência de uma 
regulamentação legal, a pessoa que realiza determinado ato 
é compelida ao recolhimento de um determinado tributo aos 
cofres públicos.
6.2 Espécies de obrigação tributária
É subdividida em principal e acessória;no primeiro caso, é 
o recolhimento do tributo propriamente dito, em sua essência 
pecuniária, e, quanto à segunda espécie, esta se refere ao 
preenchimento de algum documento a ser fornecido ao 
ente arrecadador. Geralmente essas declarações visam trazer 
facilidade para a conferência, se o valor recolhido a título 
tributário é condizente com o que é devido pelo contribuinte.
6.3 Elementos da obrigação tributária
Não é possível tratar de obrigação tributária sem o 
entendimento de seus componentes e sem saber quais os 
elementos essenciais para a sua caracterização. Sem esses, 
não se pode conceituar a obrigação tributária, ou seja, não há 
recolhimento dos tributos.
a) fato gerador (CTN artigos 114 a 117): é uma situação que 
consta de lei e a sua ocorrência enseja obrigação tributária.
Quando a situação está apenas descrita em lei, temos o fato 
gerador abstrato, ou seja, “se fizer tal coisa, pago tal tributo”.
5
10
15
20
25
26
Unidade II
Re
vi
sã
o:
 N
íz
ia
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: L
éo
 -
 2
2/
02
/2
01
0
Se essa situação ocorre no plano real, ou seja, há uma 
determinada pessoa realizando determinado ato e, portanto, 
acarretando obrigação tributária, estamos diante do que os 
doutrinadores denominam fato gerador in concreto.
Para que haja o fato gerador, é necessário que haja a perfeita 
coadunação dos fatos concretos com aquele contido em lei, 
compondo assim o que os doutrinadores denominam regra 
matriz de incidência tributária.
Portanto, é fundamental a análise dos seguintes elementos:
• Aspecto material: refere-se aos dados objetivos do fato 
gerador. Geralmente seu núcleo se concentra no verbo da 
ação que deve ser praticada para que haja a incidência 
tributária.
• Aspecto espacial: correspondente ao território em que 
deve haver a realização do ato para a configuração do 
fato gerador.
• Aspecto temporal: é o momento em que ocorre o fato 
gerador. É muito importante para que haja o efetivo respeito 
ao princípio da anterioridade e da irretroatividade;
• Aspecto pessoal ou subjetivo: trata-se das pessoas 
envolvidas na obrigação tributária e que serão objeto de 
alguns comentários abaixo.
• Aspecto quantitativo: são elementos utilizados para 
quantificar e transformar em pecúnia o valor que deva 
ser recolhido pelos contribuintes aos cofres públicos. Os 
elementos que compõem o aspecto quantitativo são a 
alíquota e a base de cálculo.
Quanto ao aspecto pessoal, podemos considerar:
• Sujeito ativo: via de regra são os representantes 
governamentais, na qualidade de entes tributantes. 
5
10
15
20
25
30
27
DIREITO TRIBUTÁRIO
Re
vi
sã
o:
 N
íz
ia
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: L
éo
 -
 2
2/
02
/2
01
0
Somente pode ser considerado como ente tributante 
aquele que possui a competência tributária trazida através 
da Constituição Federal.
• Sujeito passivo: conceitualmente é aquele que realiza o 
fato gerador e, portanto, se vê compelido ao pagamento 
do tributo.
Ocorre que, por força da legislação e do interesse cada vez 
mais frequente acerca da fiscalização e de atos para impedir a 
sonegação, temos a divisão do sujeito passivo em: contribuinte 
(aquele que efetivamente realizou por ação ou omissão uma 
determinada ação e precisa, por força de lei efetuar o pagamento 
do imposto) e o responsável (não realizou a ação, mas está 
ligado com a mesma ainda que de forma indireta e é nomeado 
pelo legislador a efetuar o recolhimento do tributo aos cofres 
públicos).
Normalmente quem fica com o ônus financeiro é o 
contribuinte; ao responsável cabe apenas o cumprimento dos 
rigores do recolhimento.
7 CRÉDITO TRIBUTÁRIO (GARANTIA E 
PRIVILÉGIO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO)
Com a realização de todos os atos acima mencionados, 
estamos diante da ocorrência da obrigação tributária, ou seja, 
nesse momento o contribuinte vê-se obrigado a realizar um 
recolhimento pecuniário futuro ao Fisco.
Ocorre que a obrigação somente passa a ser exigível pelo 
ente tributante quando houver a atividade privativa da União 
de lançar o crédito tributário, ou seja, é necessário que o Estado 
constitua um crédito tributário, através da realização de atos 
internos deliberados por lei própria.
O crédito tributário é, pois, nada mais do que a materialização 
pecunária da obrigação tributária acima mencionada.
5
10
15
20
25
28
Unidade II
Re
vi
sã
o:
 N
íz
ia
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: L
éo
 -
 2
2/
02
/2
01
0
Conforme mencionado, o lançamento tributário é o 
procedimento administrativo vinculado única e exclusivamente 
à Administração Pública; através dele verifica-se a ocorrência 
do fato gerador, identifica-se o sujeito passivo da obrigação 
tributária, determina-se a matéria tributável, aponta-se o 
montante do crédito e aplica-se, quando for o caso, e se 
necessário, a penalidade cabível.
De acordo com a legislação vigente, temos três modalidades 
de lançamentos que podem ser praticados pela Administração 
Pública. São eles:
• lançamento direto (ex officio): o Fisco já é possuidor de 
todas as informações necessárias para a constituição do 
crédito tributário e, sem qualquer ato do contribuinte, 
procede ao lançamento sozinho. Ex: IPTU – o contribuinte, 
recebe diretamente em sua residência o carnê com o valor 
devido mediante a aplicação do valor da base de cálculo 
em confronto com a alíquota aplicada;
• lançamento por declaração: o sujeito passivo tem a 
obrigação legal de prestar informações para a Fazenda 
Pública, que depois efetuará o lançamento;
• lançamento por homologação: nesse tipo de lançamento 
há praticamente uma transferência quase que integral da 
função da Administração Pública ao contribuinte (sujeito 
passivo), pois é esse, que além de prestar informações, deve 
também pagar antecipadamente o tributo, sem o prévio 
exame da autoridade administrativa. Posteriormente, a 
Fazenda faz a verificação do procedimento realizado pelo 
contribuinte, cabendo aqui, em caso de sua anuência, a 
homologação do que foi feito e, do contrário, a Fazenda 
lançará a diferença e iniciará o procedimento de cobrança 
devido.
Neste tópico é ainda oportuno abordar alguns aspectos que 
são vinculados ao crédito tributário, quais sejam: a suspensão 
5
10
15
20
25
30
29
DIREITO TRIBUTÁRIO
Re
vi
sã
o:
 N
íz
ia
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: L
éo
 -
 2
2/
02
/2
01
0
da exigibilidade do crédito tributário e a extinção do crédito 
tributário.
Conceitualmente, podemos concluir que a suspensão da 
exigibilidade do crédito tributário é uma situação em que o 
crédito tributário existe, devidamente constituído (lançado), não 
podendo ser cobrado pela administração pública, uma vez que 
por força de atos da Administração Pública ou do contribuinte 
tem-se a suspensão da sua exigibilidade até que a determinada 
situação cesse.
Dessa forma, temos que a suspensão da exigibilidade do 
crédito tributário acontece nos seguintes casos:
• Moratória: é a alteração para um prazo maior do 
vencimento do tributo, o que pode ser concedido pela 
Administração Pública de forma individual ou geral.
• Depósito integral do valor do tributo: é quando o 
contribuinte não entende ter acontecido a obrigação 
tributária e, nesse sentido, dispõe-se a realizar uma 
discussão ou na esfera administrativa ou na esfera 
judicial, o que determina ausência de possibilidade de 
cobrança pelo Fisco a esse contribuinte. Até que se resolva 
a demanda, o pagamento do tributo está vinculado à ação 
cujo objeto é a sua discussão, não podendo essa quantia 
ser utilizada pela Administração Pública.
• Apresentação de recursos administrativos: nessa situação, 
o contribuinte não realizou o recolhimento do tributo 
devido,e, via de regra, há uma autuação do Fisco ou 
ainda a intimação desse órgão para que o sujeito passivo 
pratique o lançamento. Nesse ato, o contribuinte por 
não concordar com a cobrança propõe um recurso 
administrativo contra o Fisco para que possa discutir a 
legitimidade dessa cobrança.
5
10
15
20
25
30
30
Unidade II
Re
vi
sã
o:
 N
íz
ia
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: L
éo
 -
 2
2/
02
/2
01
0
• Concessão de liminar em mandado de segurança: em ação 
própria, o contribuinte dispõe-se a discutir a legitimidade 
de determinado tributo e, mediante medida liminar 
concedida por decisão judicial, tem-se a suspensão 
da exigibilidade do crédito até a decisão final sobre 
determinada ação.
Quanto à extinção do crédito tributário, temos que é o final 
da relação entre o contribuinte e fiscal, no tocante a determinada 
obrigação tributária.
Suas espécies são:
• Pagamento: deve ser a quitação, através de pecúnia, do 
valor total da dívida, acrescido de juros e multa quando 
devidos.
• Compensação: ocorre quando há a reciprocidade de 
créditos, ou seja, o contribuinte é credor do Fisco e vice-
versa. Vale esclarecer que existem várias regras a serem 
respeitadas para que a compensação tenha-se por válida.
• Transação: ocorre quando as partes fazem concessões 
recíprocas para evitar ou terminar um litígio, extinguindo-
se uma obrigação. O Código Tributário Nacional prevê 
que a lei pode facultar a transação e indicar a autoridade 
competente para autorizar o acordo, em cada caso.
• Remissão ou Perdão: é o ato pelo qual há, por parte do 
Fisco, o perdão da dívida tributária e, conclusivamente, o 
credor dispensa o devedor de pagar a dívida, não cabendo 
futuramente qualquer exigência quanto a ela.
8 ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA
Podemos entendê-la como toda a parte operacional 
da máquina tributária, ou seja, é através dela que temos o 
lançamento tributário (quando necessário), a fiscalização e 
5
10
15
20
25
31
DIREITO TRIBUTÁRIO
Re
vi
sã
o:
 N
íz
ia
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: L
éo
 -
 2
2/
02
/2
01
0
a arrecadação de tributos, envolvendo ainda atividades, tais 
como emissão de certidão de regularidade fiscal em nome do 
contribuinte, orientação e esclarecimentos aos contribuintes 
para o cumprimento da legislação tributária.
Para tanto, não basta o contribuinte efetuar o recolhimento 
dos tributos. Ele tem que proceder ao cumprimento de todas 
as obrigações tributárias, que são, via de regra, as entregas de 
declarações.
Referências bibliográficas
FABRETTI, Láudio Camargo. Código tributário nacional: 
comentado. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2007.
FABRETTI, Láudio Camargo e FABRETTI Dilene Ramos. Direito 
tributário para os cursos de administração e ciências contábeis. 
6. ed. São Paulo: Atlas, 2007.
MARTINS, Sergio Pinto. Manual de direito tributário. 6. ed. São 
Paulo: Atlas, 2007.
5
32
Unidade II
Re
vi
sã
o:
 N
íz
ia
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: L
éo
 -
 2
2/
02
/2
01
0

Outros materiais