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Planejamento Contábil Tributário Professor conteudista: Rubens Pardini Sumário Planejamento Contábil Tributário Unidade I 1 OBJETIVO DO PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO ............................................................................................1 2 SOCIEDADES SIMPLES E EMPRESÁRIA ......................................................................................................4 2.1 As sociedades simples ............................................................................................................................5 2.2 As sociedades organizadas como empresárias ............................................................................6 3 O ENQUADRAMENTO FISCAL DAS EMPRESAS .......................................................................................6 3.1 As microempresas e as empresas de pequeno porte ................................................................6 3.1.1 Microempresa - ME ...................................................................................................................................7 3.1.2 Empresa de Pequeno Porte - EPP ........................................................................................................7 3.2 Recolhimento Unificado de Tributos ...............................................................................................7 3.3 Impedimentos a optar pelo Simples Nacional ............................................................................8 3.4 Não impedidas a optar pelo Simples Nacional .........................................................................11 3.5 Opção pelo Simples Nacional .......................................................................................................... 12 3.6 Alíquotas .................................................................................................................................................. 12 Unidade II 4 EMPRESAS TRIBUTADAS PELO LUCRO PRESUMIDO ......................................................................... 22 4.1 A tributação pelo lucro presumido .............................................................................................. 22 4.2 Opção pelo regime de lucro presumido ...................................................................................... 22 4.3 Necessidade de escrituração contábil .......................................................................................... 22 4.4 Determinação do lucro presumido ............................................................................................... 23 4.5 Base de cálculo para apuração do Imposto de Renda sobre o lucro presumido ....... 24 4.6 Determinação da base de cálculo da contribuição social ................................................... 25 4.7 Período de apuração ........................................................................................................................... 27 4.8 Alíquotas de Imposto de Renda e contribuição social sobre o lucro .............................. 27 4.9 A Tributação do PIS e da Cofins para empresas optantes pelo lucro presumido ....... 29 5 EMPRESAS TRIBUTADAS COM BASE NO LUCRO REAL .................................................................... 30 5.1 O lucro real .............................................................................................................................................. 30 5.2 Adições ao lucro contábil .................................................................................................................. 31 5.3 Pessoas jurídicas obrigadas à tributação do lucro real ......................................................... 34 5.4 Forma de pagamento e apuração ................................................................................................ 36 5.5 Contribuição Social sobre o lucro líquido .................................................................................. 43 5.6 Regra geral de dedutibilidade ......................................................................................................... 43 5.7 Pagamento mensal com base na receita bruta e acréscimos ............................................ 44 5.7.1 Conceito de receita bruta .................................................................................................................... 44 6 INCENTIVOS FISCAIS ..................................................................................................................................... 47 6.1 Incentivos Fiscais de redução ou isenção ................................................................................... 47 1 PLANEJAMENTO CONTÁBIL TRIBUTÁRIO Re vi sã o: A m an da - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 6/ 08 /1 0 -| |- 2 ª R ev is ão : A m an da - C or re çã o: F ab io - 3 1/ 08 /1 0 Unidade I 5 10 15 20 25 1 OBJETIVO DO PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO “O planejamento tributário é uma conjunto de sistemas legais com o objetivo de diminuir o pagamento dos tributos.” (Julio César Zanluca, 100 ideias práticas de economia tributária, s.d.) O contribuinte tem o direito de estruturar o seu negócio de tal forma que deva procurar minimizar os custos gerais e entres eles procurar minimizar o impacto da carga tributária. Sua intenção deve ser ganhar cada vez mais competitividade, principalmente quando da formação de seus preços de vendas e de seus bens e serviços. Além dos diversos itens que compõem o custo dos produtos e serviços, um principal componente são os diversos impostos que incidem sobre os preços de vendas, ainda que em nosso sistema tributário nacional os impostos recaiam sobre o consumidor final. O princípio constitucional não deixa dúvidas de que, dentro da lei, o contribuinte pode agir segundo o seu interesse. Planejar tributos é um direito tão essencial quanto planejar o fluxo de caixa, fazer investimentos etc. A forma legal de planejamento tributário é chamada elisão. Tipos de Elisão Há duas espécies de elisão fiscal: • Decorrente da própria lei. No caso da elisão decorrente da lei, o próprio dispositivo legal permite ou, até mesmo, induz a economia de tributos. 2 Unidade I Re vi sã o: A m an da - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 6/ 08 /1 0 -| |- 2 ª R ev is ão : A m an da - C or re çã o: F ab io - 3 1/ 08 /1 0 Existe uma vontade clara e consciente do legislador de dar ao contribuinte determinados benefícios fiscais. Os incentivos fiscais são exemplos típicos de elisão induzida por lei, uma vez que os próprios textos legais dão aos seus destinatários determinados benefícios. É o caso, por exemplo, dos Incentivos à Inovação Tecnológica, conforme a Lei 11.196/2005, que concede incentivos fiscais de IPI, como a redução de 50% do Imposto sobre Produtos Industrializados (o IPI incidente sobre equipamentos, máquinas, aparelhos e instrumentos, bem como sobre acessórios sobressalentes e ferramentas que acompanhem esses bens, destinados à pesquisa e ao desenvolvimento tecnológico). A partir de 18 de setembro de 2008, com a conversão da MP 428/2008 na Lei 11.774/2008, poderá ser utilizada a depreciação integral, no próprio ano da aquisição, de máquinas, equipamentos, aparelhos e instrumentos novos, destinados à utilização nas atividades de pesquisa tecnológica e desenvolvimento de inovação tecnológica, para efeito de apuração do IRPJ e também da CSLL. Já a segunda espécie, contempla a hipótese em que o contribuinte opta por configurar seus negócios de tal forma que se harmonizem com um menor ônus tributário, utilizando- se de elementos que a lei não proíbe ou que possibilitem evitar o fato gerador de determinado tributo com elementos da próprialei. • Que resulta de lacunas e brechas existentes na própria lei. É o caso, por exemplo, de uma empresa de serviços que decide mudar sua sede para determinado município, visando a pagar o ISS com uma alíquota mais baixa. A lei não proíbe que os estabelecimentos escolham o lugar onde exercerão atividades, pois os contribuintes possuem liberdade de optar por aqueles mais convenientes a si mesmos, se a definição do local for exclusivamente com objetivos de planejamento fiscal. 5 10 15 20 25 30 3 PLANEJAMENTO CONTÁBIL TRIBUTÁRIO Re vi sã o: A m an da - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 6/ 08 /1 0 -| |- 2 ª R ev is ão : A m an da - C or re çã o: F ab io - 3 1/ 08 /1 0 • Diferença entre sonegação fiscal e elisão fiscal. A fraude ou sonegação fiscal consiste em utilizar procedimentos que violem diretamente a lei fiscal ou o regulamento fiscal. É uma fraude dificilmente perdoável porque, além de ser flagrante, o contribuinte se opõe conscientemente à lei. Os juristas a consideram como repreensível. Já no planejamento tributário, sem ter relação com a fraude propriamente dita, se admite que os contribuintes tenham o direito de recorrer aos seus procedimentos preferidos, autorizados ou não proibidos pela lei, mesmo quando este comportamento prejudica o Tesouro. • Finalidades do planejamento tributário. O planejamento tributário objetiva a diminuição legal da quantidade de dinheiro a ser entregue ao governo. Os tributos (impostos, taxas e contribuições) representam uma grande parcela dos custos das empresas, se não for a maior delas. Com a globalização da economia, tornou-se questão de sobrevivência empresarial a correta administração do ônus tributário. Em média, 33% do faturamento empresarial são dirigidos ao pagamento de tributos. Do que corresponde ao lucro, 34% vão para o governo. Mais da metade do valor do somatório dos custos e despesas é representado pelos tributos. Assim, se torna imprescindível a adoção de um sistema de economia legal. Finalidades do planejamento tributário Três são as finalidades do planejamento tributário: • Evitar a incidência do fato gerador do tributo. Exemplo: substituir a maior parte do valor do pró-labore dos sócios de uma empresa por distribuição de lucros, pois a partir 5 10 15 20 25 4 Unidade I Re vi sã o: A m an da - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 6/ 08 /1 0 -| |- 2 ª R ev is ão : A m an da - C or re çã o: F ab io - 3 1/ 08 /1 0 de janeiro de 1996 eles não sofrem incidência do IR nem na fonte nem na declaração. Dessa forma, evita-se a incidência do INSS (20%) e do IR na Fonte (27,5%) sobre o valor retirado dos lucros em substituição do pró-labore. • Retardar o pagamento do tributo, postergando o seu pagamento, sem a ocorrência da multa. Exemplo: transferir o faturamento da empresa do dia 30 ou 31 para o 1º dia do mês subsequente. Com isto, ganha-se trinta dias adicionais para o pagamento dos impostos. • O planejamento tributário é previsto na própria Lei das Sociedades Anônimas, em seu artigo 153. “O administrador da companhia deve empregar, no exercício de suas funções, o cuidado e a diligência que todo homem ativo e probo costuma empregar na administração dos seus próprios negócios”. 2 SOCIEDADES SIMPLES E EMPRESÁRIA De acordo com o novo Código Civil, as empresas podem ser constituídas como sociedades simples e sociedades empresárias. Quanto à natureza jurídica, elas podem constituir-se em sociedades simples limitada, sociedade empresária limitada e sociedade anônima. Existem, ainda, as sociedades em nome coletivo, sociedade em comandita simples e sociedade em comandita por ações, estas, em razão da complexidade e atribuição de maior responsabilidade aos seus sócios, estão em extinção. Há também a Sociedade em Conta de Participação (SCP) e sua constituição não está sujeita às formalidades legais prescritas para as demais sociedades, não sendo necessário o registro de seu contrato social na Junta Comercial. Normalmente as sociedades em nome coletivo são constituídas por um prazo limitado, no objetivo de explorar 5 10 15 20 25 5 PLANEJAMENTO CONTÁBIL TRIBUTÁRIO Re vi sã o: A m an da - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 6/ 08 /1 0 -| |- 2 ª R ev is ão : A m an da - C or re çã o: F ab io - 3 1/ 08 /1 0 um determinado projeto. Após o cumprimento do objetivo, a sociedade se desfaz e a sua formação pode ocorrer quando duas ou mais pessoas, sendo ao menos uma comerciante, se reúnem, sem firma social, para obter lucro comum, em uma ou mais operações de comércio determinadas, trabalhando um, alguns ou todos em seu nome individual para o fim social, em que a associação assume o nome de sociedade em conta de participação, sendo regulada, a partir do Novo Código Civil, pelos artigos 991 a 996 do referido código (Lei 10.406/2002). 2.1 As sociedades simples As sociedades simples são um tipo societário introduzido pelo Código Civil de 2002, vindo, de certa forma, a substituir a antiga sociedade civil. Com a vigência do atual diploma civil, que diminuiu a flexibilidade da sociedade limitada, observou-se uma crescente adoção da forma típica de sociedade simples nos pequenos negócios. A sociedade simples, caracterizada como personificada e não empresária, quer dizer que é constituída como uma pessoa jurídica, com fins econômicos, e o termo “não empresária” identifica que as sociedades simples são de caráter pessoal, ou seja, existe uma estreita relação entre as atividades desenvolvidas e a especialidade de seus sócios. Nessa condição estão as sociedades de dentistas, médicos, advogados, engenheiros etc. Os objetivos sociais são realizados pelo atrelamento e pela supervisão de seus sócios. É importante, ainda, mencionar que o surgimento da sociedade simples reduziu a flexibilidade quando a mesma se organizava no antigo conceito de sociedade civil limitada, pois agora a responsabilidade de seus sócios podem se caracterizar como “responsabilidade ilimitada”, ou seja, os sócios podem responder ilimitadamente pelo saldo devedor na proporção de suas participações. O registro da sociedade simples é feito no Registro Civil das Pessoas Jurídicas. 5 10 15 20 25 30 6 Unidade I Re vi sã o: A m an da - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 6/ 08 /1 0 -| |- 2 ª R ev is ão : A m an da - C or re çã o: F ab io - 3 1/ 08 /1 0 2.2 As sociedades organizadas como empresárias Determinam que o caráter econômico ou o objetivo social é impessoal, ou seja, as atividades que são desenvolvidas estão apartadas da figura dos seus sócios. A sociedade empresária adquire vida própria independentemente de seus sócios. Nessa condição, estão as empresas comerciais, cujos registros constitutivos são feitos nas Juntas Comerciais dos seus respectivos estados. 3 O ENQUADRAMENTO FISCAL DAS EMPRESAS De acordo com os objetivos sociais, as empresas podem enquadrar-se para fins tributários em microempresas, empresas de pequeno porte e empresas que podem ser tributadas pelo lucro presumido e lucro real. 3.1 As microempresas e as empresas de pequeno porte Podem aderir ao Simples Nacional, que é um regime tributário diferenciado, simplificado, favorecido e previsto na Lei Complementar nº 123 de 14/12/2006 e aplicável a partir de 01 de julho de 2007. Por ser uma lei complementar, abrange e estabelece normas gerais paras as microempresase empresas de pequeno porte no âmbito da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios. Abrangendo, não somente o regime tributário diferenciado e denominado Simples Nacional, como, também, os aspectos relativos às licitações públicas, às relações de trabalho, ao estímulo ao crédito, à capitalização e à inovação, ao acesso à justiça, dentre outros. Existe, ainda, um Comitê Gestor do Simples Nacional (CGSN), instituído pelo Decreto nº 6.038, de 07 de fevereiro de 2007, 5 10 15 20 25 7 PLANEJAMENTO CONTÁBIL TRIBUTÁRIO Re vi sã o: A m an da - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 6/ 08 /1 0 -| |- 2 ª R ev is ão : A m an da - C or re çã o: F ab io - 3 1/ 08 /1 0 que está vinculado ao Ministério da Fazenda, e é composto por representantes da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios. 3.1.1 Microempresa - ME Considera-se microempresa, para efeito do Simples Nacional, a pessoa jurídica, ou a ela equiparada, que aufira, em cada ano- calendário, receita bruta igual ou inferior a R$ 240.000,00. 3.1.2 Empresa de Pequeno Porte - EPP Considera-se EPP, para efeito do Simples Nacional, o empresário ou a pessoa jurídica, ou a ela equiparada, que aufira, em cada ano-calendário, receita bruta superior a R$ 240.000,00 e igual ou inferior a R$ 2.400.000,00. 3.2 Recolhimento Unificado de Tributos O Simples Nacional implica o recolhimento mensal, mediante documento único de arrecadação, dos seguintes tributos: • Imposto sobre a Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ) • Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) • Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) • Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS) • Contribuição para o PIS/Pasep • Contribuição para a Seguridade Social (cota patronal) • Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação (ICMS) • Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISSQN) 5 10 15 20 8 Unidade I Re vi sã o: A m an da - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 6/ 08 /1 0 -| |- 2 ª R ev is ão : A m an da - C or re çã o: F ab io - 3 1/ 08 /1 0 Observações: 1. O recolhimento na forma do Simples Nacional não exclui a incidência de outros tributos não listados acima. 2. Mesmo para os tributos listados acima, há situações em que o recolhimento dar-se-á à parte do Simples Nacional. 3.3 Impedimentos a optar pelo Simples Nacional Nos casos de Microempresa (ME) e Empresa de Pequeno Porte (EPP): • que tenham auferido, no ano-calendário imediatamente anterior, receita bruta superior a R$ 2.400.000,00; • de cujo capital participe outra pessoa jurídica; • que sejam filial, sucursal, agência ou representação no País, de pessoa jurídica, com sede no exterior; • de cujo capital participe pessoa física que seja inscrita como empresário ou seja sócia de outra empresa que receba tratamento jurídico diferenciado nos termos da Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006, desde que a receita bruta global ultrapasse o limite de R$ 2.400.000,00; • cujo titular ou sócio participe com mais de 10% do capital de outra empresa não beneficiada pela Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006, desde que a receita bruta global ultrapasse o limite de R$ 2.400.000,00; • cujo sócio ou titular seja administrador ou equiparado de outra pessoa jurídica com fins lucrativos, desde que a receita bruta global ultrapasse o limite de R$ 2.400.000,00; • quando constituídas sob a forma de cooperativas, salvo as de consumo; 5 10 15 20 25 9 PLANEJAMENTO CONTÁBIL TRIBUTÁRIO Re vi sã o: A m an da - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 6/ 08 /1 0 -| |- 2 ª R ev is ão : A m an da - C or re çã o: F ab io - 3 1/ 08 /1 0 • que participem do capital de outra pessoa jurídica; • que exerçam atividade de banco comercial, de investimentos e de desenvolvimento, de caixa econômica, de sociedade de crédito, financiamento e investimento ou de crédito imobiliário, de corretora ou de distribuidora de títulos, valores mobiliários e câmbio, de empresa de arrendamento mercantil, de seguros privados e de capitalização ou de previdência complementar; • quando resultantes ou remanescentes de cisão ou qualquer outra forma de desmembramento de pessoa jurídica, que tenha ocorrido em um dos cinco anos-calendário anteriores; • quando constituídas sob a forma de sociedade por ações; • que explorem atividade de prestação cumulativa e contínua de serviços de assessoria creditícia, gestão de crédito, seleção e riscos, administração de contas a pagar e a receber, gerenciamento de ativos (asset management), compras de direitos creditórios resultantes de vendas mercantis a prazo ou de prestação de serviços (factoring); • que tenham sócio domiciliado no exterior; • de cujo capital participe alguma entidade da administração pública, direta ou indireta, federal, estadual ou municipal; • para os fatos geradores até 31 de dezembro de 2008, que preste serviço de comunicação; • que possuam débito com o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), ou com as Fazendas Públicas Federal, Estadual ou Municipal, cuja exigibilidade não esteja suspensa; • que prestem serviço de transporte intermunicipal e interestadual de passageiros; • que sejam geradoras, transmissoras, distribuidoras ou comercializadoras de energia elétrica; 5 10 15 20 25 30 10 Unidade I Re vi sã o: A m an da - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 6/ 08 /1 0 -| |- 2 ª R ev is ão : A m an da - C or re çã o: F ab io - 3 1/ 08 /1 0 • que exerçam atividade de importação ou fabricação de automóveis e motocicletas; • que exerçam atividade de importação de combustíveis; • que exerçam atividade de produção ou venda no atacado de cigarros, cigarrilhas, charutos, filtros para cigarros, armas de fogo, munições e pólvoras, explosivos e detonantes, além das bebidas a seguir descritas: – alcoólicas; – refrigerantes, inclusive águas saborizadas gaseificadas; – preparações compostas, não alcoólicas (extratos concentrados ou sabores concentrados), para elaboração de bebida refrigerante, com capacidade de diluição de até dez partes da bebida para cada parte do concentrado; cervejas sem álcool; • que tenham por finalidade a prestação de serviços decorrentes do exercício de: atividade intelectual, de natureza técnica, científica, desportiva, artística ou cultural, que constitua profissão regulamentada ou não, bem como a que preste serviços de instrutor, de corretor, de despachante ou de qualquer tipo de intermediação de negócios; • que realizem cessão ou locação de mão de obra; • que realizem atividade de consultoria; • que se dediquem ao loteamento e à incorporação de imóveis; • que realizem atividade de locação de imóveis próprios, exceto quando se referir a prestação de serviços tributados pelo ISS. (lista atualizada em função da Lei Complementar nº 128, de 19 de dezembro de 2008). 5 10 15 20 25 30 11 PLANEJAMENTO CONTÁBIL TRIBUTÁRIO Re vi sã o: A m an da - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 6/ 08 /1 0 -| |- 2 ª R ev is ão : A m an da - C or re çã o: F ab io - 3 1/ 08 /1 0 3.4 Não impedidas a optar pelo SimplesNacional • creche, pré-escola e estabelecimento de Ensino Fundamental, escolas técnicas, profissionais e de Ensino Médio, de línguas estrangeiras, de artes, cursos técnicos de pilotagem, preparatórios para concursos, gerenciais e escolas livres; • agência terceirizada de correios; • agência de viagem e turismo; • centro de formação de condutores de veículos automotores de transporte terrestre de passageiros e de carga; • agência lotérica; • serviços de instalação, de reparos e de manutenção em geral, bem como de usinagem, solda, tratamento e revestimento em metais; • construção de imóveis e obras de engenharia em geral, inclusive sob a forma de subempreitada, execução de projetos e serviços de paisagismo, bem como decoração de interiores; • transporte municipal de passageiros; • empresas montadoras de estandes para feiras; • produção cultural e artística; • produção cinematográfica e de artes cênicas; • cumulativamente administração e locação de imóveis de terceiros; • academias de dança, de capoeira, de ioga e de artes marciais; • academias de atividades físicas, desportivas, de natação e escolas de esportes; 5 10 15 20 25 12 Unidade I Re vi sã o: A m an da - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 6/ 08 /1 0 -| |- 2 ª R ev is ão : A m an da - C or re çã o: F ab io - 3 1/ 08 /1 0 • elaboração de programas de computadores, inclusive jogos eletrônicos, desde que desenvolvidos em estabelecimento do optante; • licenciamento ou cessão de direito de uso de programas de computação; • planejamento, confecção, manutenção e atualização de páginas eletrônicas, desde que realizados em estabelecimento do optante; • escritórios de serviços contábeis; • serviço de vigilância, limpeza ou conservação; • laboratórios de análises clínicas ou de patologia clínica; • serviços de tomografia, diagnósticos médicos por imagem, registros gráficos e métodos óticos, bem como ressonância magnética; • serviços de prótese em geral. 3.5 Opção pelo Simples Nacional A opção pelo Simples Nacional poderá ser realizada, exclusivamente, por meio da Internet, no Portal do Simples Nacional, sendo irretratável para todo o ano-calendário e somente no mês de janeiro, até o seu último dia útil, produzindo efeitos a partir do primeiro dia do ano-calendário da opção. 3.6 Alíquotas A determinação das alíquotas ou percentuais aplicáveis sobre a receita bruta mensal a ser tributada no Simples Nacional são determinadas tendo como base as tabelas específicas por ramo de atividades, contidas nos Anexos de I a V, conforme segue abaixo: Anexo I – Comércio 5 10 15 20 25 13 PLANEJAMENTO CONTÁBIL TRIBUTÁRIO Re vi sã o: A m an da - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 6/ 08 /1 0 -| |- 2 ª R ev is ão : A m an da - C or re çã o: F ab io - 3 1/ 08 /1 0 Anexo II – Indústria Anexo III – Serviços com inclusão da Contribuição Patronal Previdenciária – CCP, conforme listagem a seguir: a) Creche, pré-escola e estabelecimento de Ensino Fundamental, escola técnicas, profissionais e de Ensino Médio, de línguas estrangeiras, de artes, cursos técnicos de pilotagem, preparatórios para concursos, gerenciais e escolas livres. Outros serviços, tais como, academias de dança, de capoeira, de ioga e de artes marciais; academias de atividades físicas, desportivas, de natação e escolas de esportes serão tributadas pela tabela do Anexo V. b) Agência terceirizada de correios; c) Agência de viagem e turismo; d) Centro de formação de condutores de veículos automotores de transporte terrestre de passageiros e de carga; e) Agência lotérica; f) Serviços de instalação, reparos e de manutenção em geral, bem como de usinagem, solda, tratamento e revestimento em metais; g) Transporte municipal de passageiros; h) Escritório de serviços contábeis. Anexo IV – Serviços sem inclusão da Contribuição Patronal Previdenciária – CCP, conforme segue abaixo: a) Construção de imóveis e obras de engenharia em geral, inclusive, sob a forma de subempreitada, execução de projetos e serviços de paisagismo, bem como decoração de interiores; 5 10 15 20 25 14 Unidade I Re vi sã o: A m an da - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 6/ 08 /1 0 -| |- 2 ª R ev is ão : A m an da - C or re çã o: F ab io - 3 1/ 08 /1 0 b) Serviço de vigilância, limpeza ou conservação. Anexo V – Serviços com inclusão da Contribuição Patronal Previdenciária – CCP, conforme segue abaixo: a) Administração e locação de imóveis de terceiros; b) Academia de dança, capoeira, de ioga e de artes marciais; c) Academia de atividades físicas, desportivas, de natação e escolas de esportes; d) Elaboração de programas de computadores, inclusive jogos eletrônicos, desde que desenvolvidos em estabelecimento do optante; e) Planejamento, confecção, manutenção e atualização de páginas eletrônicas, desde que realizados em estabelecimento do optante; f) Empresas montadoras de estandes para feiras; g) Produção cultural e artística; h) Produção cinematográfica e de artes cênicas; i) Laboratórios de análises clínicas ou de patologia clínica; j) Serviços de tomografia, diagnósticos médicos por imagem, registros gráficos e métodos óticos, bem como ressonância magnética; k) Serviços de prótese geral. As tabelas por ramo de atividades referem-se à receita bruta acumulada dos últimos doze meses, obedecendo ao regime de competência ou à receita bruta dos últimos doze meses pelo regime de caixa. Somente é permitida a aplicação do regime de caixa a partir do exercício de 2009. Quando uma empresa tiver o início de suas atividades para efeito de determinação da receita bruta nos últimos doze meses, a empresa deverá tomar como receita acumulada a do mês de início de suas atividades, multiplicadas por meses. 5 10 15 20 25 30 15 PLANEJAMENTO CONTÁBIL TRIBUTÁRIO Re vi sã o: A m an da - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 6/ 08 /1 0 -| |- 2 ª R ev is ão : A m an da - C or re çã o: F ab io - 3 1/ 08 /1 0 Exemplificando: uma microempresa comercial, no mês de janeiro de 2010, obteve a receita de vendas de mercadorias no valor de R$ 10.000,00. Para determinação da alíquota que deverá ser aplicada sobre a base de cálculo de R$ 50.000,00, deverá obter a sua receita acumulada dos últimos doze meses. Assumindo que a receita acumulada dos últimos doze meses, ou seja, de janeiro de 2009 a dezembro de 2009, é de R$ 120.000,00, a alíquota aplicável é a contida no Anexo I – Partilha do Simples Nacional - Comércio, e para a faixa de receita acumulada até R$ 120.000,00, o percentual aplicável é de 4%. Quanto às tabelas do Simples Nacional por ramo de atividades, as mesmas, atualmente, encontram-se na Resolução nº 51 do Comitê Gestor do Simples Nacional de 22 de dezembro de 2008. Algumas complexidades de cálculo devem ser levadas em consideração em relação às empresas que se enquadram no Anexo V, e que se referem aos serviços de: a) Administração e locação de imóveis de terceiros; b) Academia de dança, capoeira, de ioga e de artes marciais; c) Academia de atividades físicas, desportivas, de natação e escolas de esportes; d) Elaboração de programas de computadores, inclusive jogos eletrônicos, desde que desenvolvidos em estabelecimento do optante; e) Planejamento, confecção, manutenção e atualização de páginas eletrônicas,desde que realizados em estabelecimento do optante; f) Empresas montadoras de estandes para feiras; g) Produção cultural e artística; h) Produção cinematográfica e de artes cênicas; i) Laboratórios de análises clínicas ou de patologia clínica; j) Serviços de tomografia, diagnóstico médicos por imagem, registros gráficos e métodos óticos, bem como ressonância magnética; k) Serviços de prótese geral. 5 10 15 20 25 30 16 Unidade I Re vi sã o: A m an da - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 6/ 08 /1 0 -| |- 2 ª R ev is ão : A m an da - C or re çã o: F ab io - 3 1/ 08 /1 0 Essas empresas, que se classificam no Anexo V, devem estabelecer um cálculo percentual, denominado Fator “r”, que é apurado pela divisão da folha de salários, incluídos os encargos (em doze meses) pela receita bruta de doze meses. Determinar o Fator “r” torna-se necessário para comparação com a tabela do Anexo V, na qual se encontram as diversas faixas de receitas brutas que determinarão a alíquota a ser aplicada sobre a base de cálculo mensal. Além desse percentual encontrado na tabela do Anexo V, a empresa ainda acrescentará o percentual relativo ao ISS devido, cuja alíquota deverá ser obtida na tabela do Anexo IV, que se refere a outros serviços. Exemplificando: determinada empresa de serviços de prótese em geral tem as seguintes informações: a) Receita do mês de janeiro de 2010 no valor de R$ 15.000,00. b) Receita bruta acumulada, nos doze meses anteriores (de janeiro a dezembro de 2009), de R$ 130.000,00. c) Folha de salário dos últimos doze meses no valor de R$ 40.000,00. Cálculo do Fator “r” Folha de salário dos últimos 12 meses Fator “r = ----------------------------------------------- Folha de salário dos últimos 12 meses Receita bruta acumulada dos últimos 12 meses Fator “r” = 40.000/ 130.000 = 0,31 De acordo com a tabela do Anexo V, a alíquota é de 10,72%, que serão aplicados sobre a base de cálculo do mês de janeiro de 2010, no valor de R$ 15.000,00 = R$ 1.608,00, acrescido de 2,79% a título de ISS - Imposto Sobre Serviços, obtido na tabela anexo IV, para a faixa de receita bruta de R$ 120.000,00 até R$ 240.000,00. Portanto, o recolhimento total será de: 13,51% (10,72% + 2,79%) x R$ 15.000, 00 = R$ 2.026,00 5 10 15 20 25 30 17 PLANEJAMENTO CONTÁBIL TRIBUTÁRIO Re vi sã o: A m an da - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 6/ 08 /1 0 -| |- 2 ª R ev is ão : A m an da - C or re çã o: F ab io - 3 1/ 08 /1 0 Veja, a seguir, a tabela do Anexo IV até a faixa de receita bruta de R$ 240.000,00, na qual enquadra-se a empresa de prótese em geral, cuja receita bruta nos últimos doze meses correspondem a R$ 150.000,00. Trecho retirado do Anexo IV – Partilha do Simples Nacional – Serviços. Receita bruta total em 12 meses (em R$) Alíquota IRPJ CSLL COFINS PIS/PASEP ISS Até 120.000,00 4,50% 0,00% 1,22% 1,28% 0,00% 2,00% De 120.000,01 a 240.000,00 6,54% 0,00% 1,84% 1,91% 0,00% 2,79% Outra situação especial que existe no Simples Nacional é o estabelecimento de “sublimites” para fins de recolhimento do ICMS – Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços. De acordo com a Lei Complementar 123/06, existe a possibilidade de os estados, os municípios e o Distrito Federal adotarem todas as faixas de receitas previstas nos Anexos de I a V, ou a possibilidade de aplicarem, para efeito de recolhimento do ICMS em seus respectivos territórios, as faixas de receita bruta de até R$ 1.200.000,00 (um milhão e duzentos mil reais), cujo estado tenha participação de até 1% no PIB – Produto Interno Bruto. Para os estados cuja participação no PIB – Produto Interno Bruto – seja de mais de 1% e até 5%, a faixa de receita bruta é até R$ 1.800.000,00 (um milhão e oitocentos mil reais). Para os estados cuja participação no PIB seja superior a 5%, ficam obrigados a adotar todas as faixas de receita bruta. O Conselho Gestor do Simples Nacional, por meio de resoluções, lista em todos os anos a participação dos estados no PIB – Produto Interno Bruto. Isto significa que para os estados cuja participação no PIB seja de até 1%, e a empresa cuja receita bruta dos últimos doze meses seja superior a R$ 1.200.000,00 (um milhão e duzentos mil reais), a alíquota de ICMS será aquela estabelecida para esse limite, ou seja, de 3,10% (vide as tabelas dos Anexos I e II). 5 10 15 20 25 30 18 Unidade I Re vi sã o: A m an da - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 6/ 08 /1 0 -| |- 2 ª R ev is ão : A m an da - C or re çã o: F ab io - 3 1/ 08 /1 0 Igualmente, para os estados cujo PIB esteja situado acima de 1% e abaixo de 5%, a receita bruta será até R$ 1.800.000,00 (um milhão e oitocentos mil reais) para determinação do percentual de ICMS, que é de 3,82%. Ainda quanto à aplicação das tabelas dos Anexos de I a V, deve ser verificada a condição da empresa participante do Simples Nacional, se a mesma está na condição ou não de substituição tributária, que pode ocorrer de acordo com o seu ramo de atividade, em qualquer modalidade de tributo, ou seja, substituição tributária do IPI, ICMS, PIS, COFINS, ISS e outros tributos. Existem aproximadamente 59 tabelas aplicáveis a todas as possibilidades de tributação. Ainda com relação aos créditos do ICMS (Impostos sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), as empresas que adquirem mercadorias de empresas optantes pelo Simples Nacional podem creditar-se do ICMS calculado na operação, observada a seguinte situação: Lei Complementar 123/06 – Artigo 23 a) As pessoas jurídicas e aquelas equiparadas pela legislação tributária não optante do Simples Nacional terão direito a crédito correspondente ao ICMS incidente sobre as suas aquisições de mercadorias de microempresas ou de empresas de pequeno porte optante do Simples Nacional. As alíquotas aplicáveis são aquelas representadas nos Anexos I e II e devem estar destacadas no documento fiscal pela microempresa ou empresa de pequeno porte. Exceções são feitas com relação ao aproveitamento de créditos do ICMS, entre as quais destacamos apenas duas: 1) Não poderá ser aproveitado crédito de ICMS quando a empresa submetida ao Simples Nacional for tributada pelo ICMS por valores fixos mensais. Nota: os estados e municípios, no âmbito de suas respectivas competências, poderão, independentemente 5 10 15 20 25 30 19 PLANEJAMENTO CONTÁBIL TRIBUTÁRIO Re vi sã o: A m an da - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 6/ 08 /1 0 -| |- 2 ª R ev is ão : A m an da - C or re çã o: F ab io - 3 1/ 08 /1 0 da receita bruta auferida no mês pelo contribuinte, adotar valores fixos mensais, inclusive por meio de regime de estimativa fiscal ou arbitramento, para o recolhimento do ICMS e do ISS devido por Microempresa (ME) que aufira receita bruta, no ano-calendário anterior, de até R$ 120.000,00, ficando a ME sujeita a esses valores durante todo o ano-calendário. 2) Não poderá ser aproveitado o crédito de ICMS quando a empresa enquadrada no Simples Nacional não informar a alíquota de ICMS relativa ao mês anterior, no documento fiscal. Outros aspectos relevantes em relação às empresas participantes do Simples Nacional são aqueles relativos a retenções ou não de diversos impostos. Artigo 21 § 4º da Lei Complementar 128/08: A retenção na fonte de ISS das microempresas ou das empresas de pequeno porte optantes pelo SimplesNacional somente será permitida se observado o disposto no art. 3º da Lei Complementar nº 116, de 31 de julho de 2003, e deverá observar as seguintes normas: I – a alíquota aplicável na retenção na fonte deverá ser informada no documento fiscal e corresponderá ao percentual de ISS previsto nos Anexos III, IV ou V desta Lei Complementar para a faixa de receita bruta a que a microempresa ou a empresa de pequeno porte estiver sujeita no mês anterior ao da prestação; II – na hipótese de o serviço sujeito à retenção ser prestado no mês de início de atividades da microempresa ou empresa de pequeno porte, deverá ser aplicada pelo tomador a alíquota correspondente ao percentual de ISS referente à menor alíquota prevista nos Anexos III, IV ou V desta Lei Complementar; 5 10 15 20 25 30 20 Unidade I Re vi sã o: A m an da - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 6/ 08 /1 0 -| |- 2 ª R ev is ão : A m an da - C or re çã o: F ab io - 3 1/ 08 /1 0 III – na hipótese do inciso II deste parágrafo, constatando-se que houve diferença entre a alíquota utilizada e a efetivamente apurada, caberá à microempresa ou empresa de pequeno porte prestadora dos serviços efetuar o recolhimento dessa diferença no mês subsequente ao do início de atividade em guia própria do município; IV – na hipótese de a microempresa ou empresa de pequeno porte estar sujeita à tributação do ISS no Simples Nacional por valores fixos mensais, não caberá a retenção a que se refere o caput deste parágrafo; V – na hipótese de a microempresa ou empresa de pequeno porte não informar a alíquota de que tratam os incisos I e II, deste parágrafo no documento fiscal, aplicar-se-á a alíquota correspondente ao percentual de ISS referente à maior alíquota prevista nos Anexos III, IV ou V desta Lei Complementar; VI – não será eximida a responsabilidade do prestador de serviços quando a alíquota do ISS informada no documento fiscal for inferior à devida, hipótese em que o recolhimento dessa diferença será realizado em guia própria do município; VII – o valor retido, devidamente recolhido, será definitivo, não sendo objeto de partilha com os municípios, e sobre a receita de prestação de serviços que sofreu a retenção não haverá incidência de ISS a ser recolhido no Simples Nacional. § 4º - A. Na hipótese de que tratam os incisos I e II do § 4º, a falsidade na prestação dessas informações sujeitará o responsável, o titular, os sócios ou os administradores da microempresa e da empresa de pequeno porte, juntamente com as demais pessoas que para ela concorrerem, às penalidades previstas na legislação criminal e tributária. 5 10 15 20 25 30 21 PLANEJAMENTO CONTÁBIL TRIBUTÁRIO Re vi sã o: A m an da - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 6/ 08 /1 0 -| |- 2 ª R ev is ão : A m an da - C or re çã o: F ab io - 3 1/ 08 /1 0 Resumindo: uma das exceções é a relativa aos serviços prestados de conserto de máquinas e equipamentos, em que o recolhimento do ISS corresponde ao município no qual está estabelecido o prestador de serviço, ainda que o prestador execute o serviço em município diverso, ou seja, se o tomador estiver localizado em outro município, não poderá pagar os serviços prestados com a retenção do ISS. Nas demais situações previstas a retenção pela fonte pagadora observará os contidos nos itens de I a VII acima mencionados. PIS, COFINS e CSLL Com relação aos tributos federais PIS (Programa de Integração Social), Cofins (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social) e CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido) as empresas participantes do Simples Nacional não retêm e não são retidas dessas contribuições federais. INSS A pessoa jurídica optante pelo Simples Nacional, que prestar serviço mediante cessão de mão de obra ou empreitada, está sujeita à retenção de 11% sobre o valor bruto da nota fiscal, da fatura, ou do recibo de prestação de serviços (segundo a Instrução Normativa da Receita Federal do Brasil 761/07). IRRF A Instrução Normativa da Receita Federal do Brasil nº 765/2007 dispensou a retenção do imposto de renda na fonte sobre as importância pagas ou creditadas à pessoa jurídica inscrita no Simples Nacional. 5 10 15 20 25 22 Unidade II Re vi sã o: A m an da - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 6/ 08 /1 0 -| |- 2 ª R ev is ão : A m an da - C or re çã o: F ab io - 3 1/ 08 /1 0 Unidade II 5 10 15 4 EMPRESAS TRIBUTADAS PELO LUCRO PRESUMIDO 4.1 A tributação pelo lucro presumido É uma modalidade optativa que apura o lucro e, consequentemente, o Imposto de Renda das pessoas jurídicas que, observando determinados limites e condições, dispensam a escrituração contábil, exceto a do livro de registro de inventário e do livro-caixa, que está baseada em valores globais da receita para presumir o lucro a ser tributado. 4.2 Opção pelo regime de lucro presumido a) cuja receita bruta total tenha sido igual ou inferior a R$48.000.000,00 (quarenta e oito milhões de reais), no ano- calendário anterior, ou a R$4.000.000,00 (quatro milhões de reais) multiplicados pelo número de meses em atividade no ano- calendário anterior (Lei nº 10.637, art. 46, de 2002); b) que não esteja obrigada à tributação pelo lucro real em função da atividade exercida ou da sua constituição societária ou natureza jurídica. 4.3 Necessidade de escrituração contábil A pessoa jurídica habilitada à opção pelo regime de tributação do lucro presumido deverá manter escrituração contábil nos termos da legislação comercial. Poderá, também, ficar dispensada da escrituração contábil desde que escriture o livro-caixa. 23 PLANEJAMENTO CONTÁBIL TRIBUTÁRIO Re vi sã o: A m an da - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 6/ 08 /1 0 -| |- 2 ª R ev is ão : A m an da - C or re çã o: F ab io - 3 1/ 08 /1 0 4.4 Determinação do lucro presumido A base de cálculo do imposto e do adicional no regime do lucro presumido será o montante determinado pela soma das seguintes parcelas: • valor resultante da aplicação dos percentuais de presunção de lucro (variáveis conforme o tipo de atividade operacional exercida pela pessoa jurídica) sobre a receita bruta auferida nos trimestres encerrados em 31 de março, 30 de junho, 30 de setembro e 31 de dezembro de cada ano-calendário (RIR/1999, art. 518 e §§ 1º ao 6º do art. 519); • ao resultado obtido na forma do item anterior, deverão ser acrescidos: - os ganhos de capital, os rendimentos e ganhos líquidos auferidos em aplicações financeiras (renda fixa e variável); - as variações monetárias ativas; - todos os demais resultados positivos obtidos pela pessoa jurídica, inclusive os juros recebidos como remuneração do capital próprio, descontos financeiros obtidos e os juros ativos não decorrentes de aplicações, e outros como: - os rendimentos auferidos nas operações de mútuo realizadas entre pessoas jurídicas controladoras, controladas, coligadas ou interligadas; - os ganhos auferidos em operações de cobertura (hedge) realizadas em bolsas de valores, de mercadorias e de futuros ou no mercado de balcão; - a receita de locação de imóvel, quando não for este o objeto social da pessoa jurídica; 5 10 15 20 25 24 Unidade II Re vi sã o: A m an da - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 6/ 08 /1 0 -| |-2 ª R ev is ão : A m an da - C or re çã o: F ab io - 3 1/ 08 /1 0 - os juros equivalentes à Taxa Selic, para títulos federais, acumulada mensalmente, relativos a impostos e contribuições a serem restituídos ou compensados; - o valor correspondente ao lucro inflacionário realizado no período em conformidade com o disposto no art. 36 da IN SRF nº 93, de 1997, sobre realização do lucro inflacionário, multas e outras vantagens por rescisão contratual; - os valores recuperados correspondentes a custos e despesas, inclusive com perdas no recebimento de créditos, salvo se o contribuinte comprovar não os ter deduzido em período anterior no qual tenha se submetido à tributação com base no lucro real, ou que tais valores se refiram ao período a que tenha se submetido ao lucro presumido ou arbitrado (RIR/1999, art. 521, § 3o); - a diferença entre o valor em dinheiro ou o valor dos bens e direitos recebidos de instituição isenta, a título de devolução de patrimônio, e o valor em dinheiro ou o valor dos bens e direitos que tenha sido entregue para a formação do referido patrimônio. 4.5 Base de cálculo para apuração do Imposto de Renda sobre o lucro presumido Segue abaixo a tabela aplicável conforme o ramo de atividade para determinação da Base de Cálculo para apuração do Imposto de Renda sobre o lucro presumido. Atividades Percentuais (%) Atividades em geral (RIR/1999, art. 518) 8,0 Revenda de combustíveis 1,6 Serviços de transporte (exceto o de carga) 16,0 Serviços de transporte de cargas 8,0 Serviços em geral (exceto serviços hospitalares) 32,0 Serviços hospitalares 8,0 Intermediação de negócios 32,0 Administração, locação ou cessão de bens e direitos de qualquer natureza (inclusive imóveis) 32,0 5 10 15 20 25 PLANEJAMENTO CONTÁBIL TRIBUTÁRIO Re vi sã o: A m an da - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 6/ 08 /1 0 -| |- 2 ª R ev is ão : A m an da - C or re çã o: F ab io - 3 1/ 08 /1 0 As pessoas jurídicas, exclusivamente, prestadoras de serviços, exceto as que prestam serviços hospitalares e as sociedades civis de prestação de serviços de profissão legalmente regulamentada, cuja receita bruta anual não ultrapassar R$120.000,00 (cento e vinte mil reais), terão o percentual considerado na apuração do lucro presumido de 16% sobre a receita bruta de cada trimestre (RIR/1999, art. 519, § 4º). A pessoa jurídica que houver utilizado o percentual reduzido, cuja receita bruta acumulada até determinado mês do ano- calendário exceder o limite de R$120.000,00 ficará sujeita ao pagamento da diferença do imposto, apurada em relação a cada mês transcorrido, até o último dia útil do mês subsequente aquele em que ocorrer o excesso, sem acréscimos (RIR/1999, art. 519, §§ 6o e 7o). O exercício de profissões legalmente regulamentadas, como as escolas, inclusive as creches, mesmo com receita bruta anual de até R$120.000,00 (cento e vinte mil reais), não podem aplicar o percentual de 16% sobre a receita bruta para fins de determinação do lucro presumido, devendo, portanto, aplicar o percentual de 32% (ADN Cosit no 22, de 2000). 4.6 Determinação da base de cálculo da contribuição social A base de cálculo da contribuição social corresponderá à soma dos seguintes valores: I – 12% da receita bruta auferida no trimestre; • ao resultado obtido na forma do item anterior, deverão ser acrescidos: - os ganhos de capital, os rendimentos e ganhos líquidos auferidos em aplicações financeiras (renda fixa e variável); 5 10 15 20 25 26 Unidade II Re vi sã o: A m an da - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 6/ 08 /1 0 -| |- 2 ª R ev is ão : A m an da - C or re çã o: F ab io - 3 1/ 08 /1 0 - as variações monetárias ativas; - todos os demais resultados positivos obtidos pela pessoa jurídica, inclusive os juros recebidos como remuneração do capital próprio, descontos financeiros obtidos e os juros ativos não decorrentes de aplicações, e outros como: - os rendimentos auferidos nas operações de mútuo realizadas entre pessoas jurídicas controladoras, controladas, coligadas ou interligadas; - os ganhos auferidos em operações de cobertura (hedge) realizadas em bolsas de valores, de mercadorias e de futuros ou no mercado de balcão; - a receita de locação de imóvel, quando não for este o objeto social da pessoa jurídica; - os juros equivalentes à Taxa Selic, para títulos federais, acumulada mensalmente, relativos a impostos e contribuições a serem restituídos ou compensados; - o valor correspondente ao lucro inflacionário realizado no período em conformidade com o disposto no art. 36 da IN SRF nº 93, de 1997, sobre realização do lucro inflacionário, multas e outras vantagens por rescisão contratual; - os valores recuperados correspondentes a custos e despesas, inclusive com perdas no recebimento de créditos, salvo se o contribuinte comprovar não os ter deduzido em período anterior no qual tenha se submetido à tributação com base no lucro real, ou que tais valores se refiram ao período a que tenha se submetido ao lucro presumido ou arbitrado (RIR/1999, art. 521, § 3o); - a diferença entre o valor em dinheiro ou o valor dos bens e direitos recebidos de instituição isenta, 5 10 15 20 25 30 27 PLANEJAMENTO CONTÁBIL TRIBUTÁRIO Re vi sã o: A m an da - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 6/ 08 /1 0 -| |- 2 ª R ev is ão : A m an da - C or re çã o: F ab io - 3 1/ 08 /1 0 a título de devolução de patrimônio, e o valor em dinheiro ou o valor dos bens e direitos que tenha sido entregue para a formação do referido patrimônio. 4.7 Período de apuração O regime de apuração do Lucro Presumido é trimestral. 4.8 Alíquotas de Imposto de Renda e contribuição social sobre o lucro As alíquotas do Imposto de Renda e contribuição social sobre o lucro presumido são: • 15% de Imposto de Renda sobre o lucro presumido trimestral; • 10% de adicional de Imposto de Renda sobre o lucro presumido trimestral que ultrapassar R$ 60.000; • 9 % de contribuição social sobre o lucro presumido trimestral. Exemplos: Dados relativos ao trimestre Dados Reais Receita bruta - revenda de mercadorias 3.000.000,00 Prestação de serviços em geral 600.000,00 Total 3.600.000,00 Rendimentos de aplicações financeiras 50.000,00 Juros ativos 20.000,00 Total 3.670.000.00 Cálculos: a) Contribuição social sobre o lucro presumido. 5 10 15 28 Unidade II Re vi sã o: A m an da - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 6/ 08 /1 0 -| |- 2 ª R ev is ão : A m an da - C or re çã o: F ab io - 3 1/ 08 /1 0 b) Imposto de Renda sobre o lucro presumido. d) PIS e Cofins — regime cumulativo. Cálculo da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) Vendas de mercadorias (12%) sobre R$ 3.000.000,00.............. R$ 360.000,00 Serviços (32%) sobre R$ 600.000,00 (32%).................................. R$ 192.000,00 Outras receitas........................................................................................... R$ 70.000,00 Base de cálculo.......................................................................................... R$ 592.000,00 Contribuição devida de 9% sobre R$ 592.000,00......................... R$ 53.280,00 Cálculo do Imposto de Renda sobre o lucro presumido Vendas de mercadorias (8%) sobre R$ 3.000.000,00...................R$240.000,00 Serviços (32%) sobre R$ 600.000,00 (32%).....................................R$ 192.000,00 Outras receitas..............................................................................................R$ 70.000,00 Base de cálculo........................................................................................... R$ 502.000,00 Calculo do Imposto devido 15% sobre R$ 502.000,00..................................................................... R$ 75.300,00 Adicional de 10% que ultrapassar R$ 60.000,00 no trimestre 10% sobre (502.000,00 – 60.000,00) = 442.000,00..................... R$ 44.200,00 Total do Imposto de Renda devido.................................................... R$ 119.500,00 Há, ainda, a incidência do PIS e da Cofins sobre o faturamento ou a receita bruta apurada no trimestre: PIS de 0,65% sobre R$ 502.000,00...........................R$ 3.263,00 Cofins de 3% sobre R$ 502.000,00.........................R$ 15.060,00 5 10 15 20 29 PLANEJAMENTO CONTÁBIL TRIBUTÁRIO Re vi sã o: A m an da - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 6/ 08 /1 0 -| |- 2 ª R ev is ão : A m an da - C or re çã o: F ab io - 3 1/ 08 /1 0 4.9 A Tributação do PIS e da Cofins para empresas optantes pelo lucro presumido Conforme a Lei 10.637/2002 e a Lei 10.833/2003, que regem o assunto de tributação do PIS e da Cofins, as pessoas jurídicas optantes pela tributação sobre o lucro presumido ficam sujeitas ao regime cumulativo, cujas alíquotas são de 0,65% para o PIS (Programa de Integração Social) e 3% para a Cofins (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social). Nesse regime são vedados os créditos decorrentes de custos, despesas e encargos vinculados às receitas. Da base de cálculo das contribuições devidas na modalidade cumulativa serão excluídos, entre outros: • O IPI nas empresas contribuintes do imposto. • As vendas canceladas e os descontos concedidos incondicionalmente. • O ICMS, quando cobrado pelo vendedor dos bens ou prestador de serviços na condição de substituto tributário. • As reversões de provisões e recuperações de créditos baixados como perda, que não representam ingresso de novas receitas, o resultado positivo da avaliação de investimentos pelo valor do patrimônio líquido e os lucros e dividendos derivando de investimentos avaliados pelo custo de aquisição, que tenham sido computados como receita. • Receita decorrente da venda de ativo permanente (imobilizado). • Receitas decorrentes dos recursos recebidos a título de repasse, oriundos do Orçamento Geral da União, 5 10 15 20 25 30 Unidade II Re vi sã o: A m an da - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 6/ 08 /1 0 -| |- 2 ª R ev is ão : A m an da - C or re çã o: F ab io - 3 1/ 08 /1 0 dos estados, do Distrito Federal e dos municípios, pelas empresas públicas e sociedades de economia mista. • As receitas da exportação de mercadorias para o exterior. • As receitas dos serviços prestados à pessoa física ou jurídica residente ou domiciliada no exterior, cujo pagamento represente ingresso de divisas. • As receitas de fornecimento de mercadorias ou serviços para uso ou consumo de bordo em embarcações e aeronaves em tráfego internacional, quando o pagamento for efetuado em moeda conversível. • As receitas auferidas por estaleiros navais brasileiros nas atividades de construção, conservação, modernização, conversão e reparo de embarcações pré-registradas no Registro Especial Brasileiro. • As receitas de fretes de mercadorias importadas entre o País e o exterior pelas embarcações registradas no Registro Especial Brasileiro. • As receitas de vendas realizadas pelo produtor-vendedor às empresas comerciais exportadoras. • As receitas de vendas, com o fim específico de exportação para o exterior, a empresas exportadoras, registradas na Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio. 5 EMPRESAS TRIBUTADAS COM BASE NO LUCRO REAL 5.1 O lucro real O lucro real é o resultado (lucro ou prejuízo contábil) do período de apuração, ajustado pelas adições, exclusões e compensações prescritas ou autorizadas pela Legislação Tributária ou do Imposto de Renda. 5 10 15 20 25 31 PLANEJAMENTO CONTÁBIL TRIBUTÁRIO Re vi sã o: A m an da - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 6/ 08 /1 0 -| |- 2 ª R ev is ão : A m an da - C or re çã o: F ab io - 3 1/ 08 /1 0 Verifica-se que, pela definição, o lucro ou o prejuízo é aquele apurado na escrituração comercial, em que as pessoas jurídicas tributadas pelo lucro real são obrigadas a manter- se em boa ordem e guarda, com estrita observância das leis comerciais e fiscais e dos princípios contábeis geralmente aceitos. 5.2 Adições ao lucro contábil Sabemos que as empresas, em geral, contabilizam uma série de receitas de despesas que fazem parte do seu sistema de informação contábil, econômico e financeiro, porém a legislação fiscal restringe, principalmente, a contabilização de determinadas despesas, ou seja, não aceita a sua dedução do lucro contábil para fins de cálculo do Imposto de Renda e da Contribuição Social sobre o lucro. Dessa limitação existem as diferenças permanentes e as diferenças temporárias. Diferenças permanentes são as despesas e receitas que não são dedutíveis atualmente e jamais serão. Da mesma forma, existem as receitas que não são tributáveis atualmente e também não serão no futuro. Exemplos: • Receita de dividendos recebidos de outras sociedades. • Multas por infração de trânsito. Diferenças temporárias são as despesas e as receitas que não são dedutíveis atualmente, porém serão no futuro, desde que cumpridos os ordenamentos legais. Da mesma forma, existem as receitas que não são tributáveis atualmente, mas serão no futuro. 5 10 15 20 25 32 Unidade II Re vi sã o: A m an da - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 6/ 08 /1 0 -| |- 2 ª R ev is ão : A m an da - C or re çã o: F ab io - 3 1/ 08 /1 0 Exemplos: • Receita da venda de imóveis (para empresas do ramo imobiliário), ainda que tenha contabilizado o lucro pelo regime de competência o lucro pelo recebimento (regime de caixa) poderá ser tributado; • Despesas de amortização de ágio na aquisição de investimentos avaliados pelo método da equivalência patrimonial. Não é dedutível na data da contabilização, porém será quando da venda ou baixa do investimento. Nesse sentido, foi criado, pela legislação fiscal e tributária, o livro LALUR (Livro de Apuração do Lucro Real). O LALUR é constituído pela parte A e pela parte B (sendo a primeira subdivida em duas outras partes) e é escriturado a partir do lucro contábil antes da constituição da provisão para o Imposto de Renda e da Contribuição Social sobre o lucro. Parte A: A primeira parte é denominada Adições ao Lucro, em que são copiados ou adicionados os lançamentos de despesas que não são dedutíveis. A segunda parte é denominada Exclusões ao Lucro, em que são copiados ou excluídos os lançamentos de receitas que não são tributáveis. Lucro líquido antes do IR......... + Adições............................................. (-) Exclusões....................................... + Lucro Real...................................... 5 10 15 20 25 33 PLANEJAMENTO CONTÁBIL TRIBUTÁRIO Re vi sã o: A m an da - D ia gram aç ão : F ab io - 2 6/ 08 /1 0 -| |- 2 ª R ev is ão : A m an da - C or re çã o: F ab io - 3 1/ 08 /1 0 Exemplo 1: Lucro líquido antes do Imposto de Renda.................... 300.000 Adições Multas de trânsito.................................................................... 20.000 Exclusões Dividendos recebidos................................................................ 50.000 Lucro Real.................................................................................... 270.000 Imposto devido IR 15 % sobre 270.000 =......................................................... 40.500 Adicional IR 10% sobre o excesso de 240.000 anuais = 3.000 Contribuição Social sem lucro % sobre 270.000......................................................................... 24.300 Total de Imposto devido.......................................................... 67.800 Exemplo 2: Lucro antes do Imposto de Renda.................................... 300.000 Adições Multas de trânsito..................................................................... 20.000 Exclusões Dividendos recebidos................................................................ 50.000 Lucro Real antes das compensações................................ 270.000 * (-) Compensações de prejuízos 30% do Lucro de 270.000...................................................... 81.000 Lucro real................................................................................... 189.000 5 10 15 20 34 Unidade II Re vi sã o: A m an da - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 6/ 08 /1 0 -| |- 2 ª R ev is ão : A m an da - C or re çã o: F ab io - 3 1/ 08 /1 0 • Os prejuízos fiscais de períodos anteriores podem ser compensados com lucro real dos períodos seguintes à razão de 30% sobre o lucro real do período. Admitindo-se, nesse exemplo, que a empresa possua prejuízos acumulados de anos anteriores de R$ 500.000,00, então é possível para a empresa compensar 30% sobre o lucro real de R$ 270.000, igual a R$ 81.000 e, então, o saldo de prejuízos a compensar para os períodos seguintes corresponderá a R$ 419.000,00 (R$ 500.000,00 (–) R$ 81.000,00). As alíquotas de Imposto de Renda e adicionais são as mesmas do lucro presumido, a exceção é feita sobre a Contribuição Social, cuja alíquota é de 9% sobre o lucro real, enquanto que no lucro presumido a alíquota é de 12%. 5.3 Pessoas jurídicas obrigadas à tributação do lucro real Estão obrigadas ao regime de tributação com base no lucro real, em cada ano-calendário, as pessoas jurídicas: I – que tiverem receita bruta total, no ano-calendário anterior, superior a R$ 48.000.000,00 (quarenta e oito milhões de reais), ou a R$ 4.000.000,00 (quatro milhões de reais) multiplicados pelo número de meses de atividade do ano- calendário anterior, quando inferior a doze meses (limite fixado pela Lei 10.637/2002); II – cujas atividades sejam de bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos de desenvolvimento, caixas econômicas, sociedades de crédito, financiamento e investimento, sociedades de crédito imobiliário, sociedades corretoras de títulos, valores mobiliários e câmbio, distribuidora de títulos e valores mobiliários, empresas de arrendamento mercantil, cooperativas de crédito, empresas de seguros privados e de capitalização e entidades de previdência privada aberta; 5 10 15 20 25 30 35 PLANEJAMENTO CONTÁBIL TRIBUTÁRIO Re vi sã o: A m an da - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 6/ 08 /1 0 -| |- 2 ª R ev is ão : A m an da - C or re çã o: F ab io - 3 1/ 08 /1 0 III – que tiverem lucros, rendimentos ou ganhos de capital oriundos do exterior; Notas: com base no Ato Declaratório Interpretativo 5/2001 SRF: 1) Não confundir rendimentos ou ganhos de capital oriundos do exterior com receitas de exportação. As exportadoras podem optar pelo Lucro Presumido, desde que não estejam nas hipóteses de vedação. A restrição deste item alcança aquelas empresas que tenham lucros gerados no exterior (como empresas Offshore, filiais controladas e coligadas no exterior etc.). 2) A prestação direta de serviços no exterior (sem a utilização de filiais, sucursais, agências, representações, coligadas, controladas e outras unidades descentralizadas da pessoa jurídica que lhes sejam assemelhadas) não obriga à tributação do lucro real. IV – que, autorizadas pela legislação tributária, usufruam de benefícios fiscais relativos à isenção ou redução do imposto; Nota: alguns exemplos de benefícios fiscais foram: o programa BEFIEX (isenção do lucro de exportação), redução do IR pelo Programa de Alimentação do Trabalhador, projetos incentivados pela SUDENE e SUDAM etc. V – que, no decorrer do ano-calendário, tenham efetuado pagamento mensal pelo regime de estimativa, na forma do art. 2 da Lei 9.430/1996; Nota: o regime de estimativa é a opção de pagamento mensal, estimado, do Imposto de Renda, para fins de apuração do Lucro Real em Balanço Anual. 5 10 15 20 25 36 Unidade II Re vi sã o: A m an da - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 6/ 08 /1 0 -| |- 2 ª R ev is ão : A m an da - C or re çã o: F ab io - 3 1/ 08 /1 0 VI – que explorem as atividades de prestação cumulativa e contínua de serviços de assessoria creditícia, mercadológica, gestão de crédito, seleção e riscos, administração de contas a pagar e a receber, compras de direitos creditórios resultantes de vendas mercantis a prazo ou de prestação de serviços (factoring). Também estão obrigadas ao lucro real as empresas imobiliárias, enquanto não concluídas as operações imobiliárias para as quais haja registro de custo orçado (IN SRF 25/1999). O custo orçado é a modalidade de tratamento contábil dos custos futuros de conclusão de obras. 5.4 Forma de pagamento e apuração A apuração e o recolhimento do Imposto de Renda e da Contribuição Social sobre o lucro é trimestral, ou seja, o imposto apurado e devido no trimestre, é pago até o último dia do mês subsequente ao trimestre encerrado. A legislação ainda permite que o imposto devido no trimestre encerrado seja pago em três parcelas ou quotas mensais iguais e sucessivas, vencíveis no último dia dos três meses subsequentes ao encerramento do trimestre. Nenhuma dessas quotas podem ser inferior a R$ 1.000,00 e, caso o imposto apurado no trimestre seja inferior a R$ 2.000, deverá ser pago de uma única vez ou em uma única quota. De acordo com a legislação tributária, as quotas serão acrescidas de juros correspondentes: a) à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia para títulos federais (Taxa SELIC), acumulada mensalmente, calculada a partir do primeiro dia do segundo mês subsequente ao encerramento do período de apuração até o último dia do mês anterior ao pagamento; b) a 1% no mês de pagamento. Tomando um exemplo do Livro Curso prático de Imposto de Renda de pessoa jurídica e tributos conexos, de Silveiro das Neves, Paulo E. Vioeconti e Francisco Aguiar, temos: 5 10 15 20 25 30 37 PLANEJAMENTO CONTÁBIL TRIBUTÁRIO Re vi sã o: A m an da - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 6/ 08 /1 0 -| |- 2 ª R ev is ão : A m an da - C or re çã o: F ab io - 3 1/ 08 /1 0 Lucro apurado no 1º trimestre.............................. $ 40.000,00 Imposto de Renda de 15%....................................$6.000,00 Parcelamento em 3 quotas de...............................$ 2.000,00 Taxa Selic Vencimento Juros Abril 1,75% maio 1,70% junho 1,65% Cotas Vencimento Juros Principal e Juros 1ª 30 abril Não há 2.000,00 2ª 31 maio 1,0% 2.020,00 3ª 30 junho 2,7% 2.054,00 Total 6.074,00 Os 2,7% correspondem a 1,7% da Selic de maio mais 1 %. • Alternativamente à apuração trimestral a empresa tributada pelo lucro real poderá optar pelo pagamento do imposto mensal por estimativa e determinar o lucro real somente em 31 de dezembro do ano-calendário. A diferença entre o imposto devido apurado de forma anual e o pago pelas importâncias estimadas será: a) Havendo diferença ao recolher, a mesma deverá ser efetuada até o último dia do mês de março, em uma única quota, acrecida de juros equivalentes à soma: 1) Taxa Selic a partir de 1º de fevereiro até o último dia do mês anterior ao pagamento. 2) 1% no mês do pagamento. 5 10 15 38 Unidade II Re vi sã o: A m an da - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 6/ 08 /1 0 -| |- 2 ª R ev is ão : A m an da - C or re çã o: F ab io - 3 1/ 08 /1 0 b) Havendo recolhimento, o maior entre o valor do imposto sobre o lucro real apurado e o pago por estimativa, o mesmo poderá ser compensado a partir de janeiro do ano-calendário seguinte. De acordo com o artigo 858 do Decreto 3.000/99 (Regulamento do Imposto de Renda), estabeleceu-se que a compensação será feita a partir de abril do ano subsequente ao do período de apuração, entretanto a Secretaria da Receita Federal editou o Ato Declaratório Normativo nº 3 de 7 de janeiro de 2000, estabelecendo que a compensação ou a restituição possa ser feita a partir do mês de janeiro do ano-calendário subsequente ao período de apuração. • A opção por estimativa é apurada com base nos balancetes mensais a partir do mês de janeiro ou do início da atividade, sendo a opção feita durante o ano calendário irretratável. A pessoa jurídica não pode alterar para o regime de apuração trimestral. Entretanto, pode suspender ou reduzir o recolhimento por estimativa, caso os valores recolhidos demonstrem ou excedam o valor do imposto devido. O balancete deverá ser levantado em observância das leis comerciais e fiscais, transcrito no livro-diário. O resultado contábil do período será ajustado pelas adições, exclusões e compensações admitidas pela legislação do Imposto de Renda, chegando-se, assim, ao lucro real ou ao lucro tributável. • Registro no livro de apuração do lucro real: o livro de apuração do lucro real deverá ser escriturado mensalmente, determinando a cada período ou mês um novo lucro real e considerando sempre os resultados acumulados. 5 10 15 20 25 30 39 PLANEJAMENTO CONTÁBIL TRIBUTÁRIO Re vi sã o: A m an da - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 6/ 08 /1 0 -| |- 2 ª R ev is ão : A m an da - C or re çã o: F ab io - 3 1/ 08 /1 0 Exemplo: Janeiro Lucro Contábil......................................................................100.000,00 Ajustes Adições Despesas não dedutíveis.....................................................10.000,00 Exclusões Ganho na equivalência patrimonial...........................(60.000,00) Lucro real................................................................................. 50.000,00 março Lucro contábil (janeiro a março)................................. 250.000,00 Ajustes Adições Despesas não dedutíveis (janeiro a março)................15.000,00 Exclusões Ganho na equivalência patrimonial (janeiro a março).......................................................................(90.000,00) Lucro real.............................................................................. 175.000,00 Com relação à apuração do lucro real mensal, os resultados decorrentes de investimentos no exterior em filiais, sucursais, coligadas ou controladas devem ser considerados no balancete do mês de dezembro de cada ano-calendário (Artigo 7º da Instrução Normativa SRF 213 de 07 de outubro de 2002). Isto quer dizer que as exclusões ou inclusões, confome as disposições da legislação tributária, devem ser aplicadas ao balancete do mês de dezembro. 5 10 15 20 25 40 Unidade II Re vi sã o: A m an da - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 6/ 08 /1 0 -| |- 2 ª R ev is ão : A m an da - C or re çã o: F ab io - 3 1/ 08 /1 0 Exemplificando: A empresa tem por hábito, e em observância ao regime de competência, contabilizar o resultado da equivalência patrimonial mensalmente. Dados: Quadro 1 Data 31/12/X8 Investimento em US$ 100.000,00 31/12/X8 Taxa de câmbio 1,20 31/12/X8 Investimento em reais 120.000,00 Taxa de câmbio vigente em: Data 31/01/X9 1,25 30/06/X9 1,50 31/12/X9 2,00 Lucros acumulados no período em dólar: Data US$ 31/01/X9 15.000,00 30/06/X9 22.000,00 31/12/X9 30.000,00 Contabilização controladora no Brasil em: 31/01/X9 Data Histórico Reais Saldo em 31/12/X8 100.000 US$ a 1,20 120.000,00 31/01/X9 100.000 US$ a 1,25 125.000,00 31/01/X9 Variação cambial ativa 5.000,00 31/01/X9 Lucro de US$ 15.000 a 1,25 18.750,00 5 10 41 PLANEJAMENTO CONTÁBIL TRIBUTÁRIO Re vi sã o: A m an da - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 6/ 08 /1 0 -| |- 2 ª R ev is ão : A m an da - C or re çã o: F ab io - 3 1/ 08 /1 0 Conta de investimentos Data Histórico Reais Saldo em 31/12/X8 Saldo inicial 120.000,00 31/01/X9 Variação cambial ativa 5.000,00 31/01/X9 Equivalência patrimonial 18.750,00 31/01/X9 Saldo final 143.750,00 Os R$ 143.750,00 correspondem aos US$ 115.000,00 em 31/01X09 com taxa de 1,25. Data Histórico Reais Saldo em 31/12/X8 100.000 US$ a 1,20 120.000,00 30/06/X9 100.000 US$ a 1,50 150.000,00 30/06/X9 Variação cambial ativa 30.000,00 30/06/X9 Lucro de US$ 22.000 a 1,50 33.000,00 Conta de investimentos Data Histórico Reais Saldo em 31/12/X8 Saldo inicial 120.000,00 30/06/X9 Variação cambial ativa 30.000,00 30/06/X9 Equivalência patrimonial 33.000,00 31/01/X9 Saldo final 183.000,00 Os R$ 183.000,00 correspondem aos US$ 122.000 com taxa de 1,50. Nesse exemplo os resultados parciais de janeiro e junho não devem ser considerados na apuração do lucro real dos respectivos meses, mas somente no final do ano, em dezembro/X9. Data Histórico Reais Saldo em 31/12/X8 100.000 US$ a 1,20 120.000,00 31/12/X9 100.000 US$ a 2,00 100.000,00 31/12/X9 Variação cambial ativa 80.000,00 31/12/X9 Lucro de US$ 30.000 a 2.00 60.000,00 5 42 Unidade II Re vi sã o: A m an da - D ia gr am aç ão : F ab io - 2 6/ 08 /1 0 -| |- 2 ª R ev is ão : A m an da - C or re çã o: F ab io - 3 1/ 08 /1 0 Conta de investimentos Data Histórico Reais Saldo em 31/12/X8 Saldo inicial 120.000,00 31/12/X9 Variação cambial ativa 80.000,00 31/12/X9 Equivalência patrimonial 60.000,00 31/12/X9 Saldo final 260.000,00 Os R$ 260.000,00 correspondem aos US$ 130.000 com taxa de 2,00. Observar que, de acordo com os dispositivos legais da medida provisória 243 de 31 de março de 2005, somente são acrescidos ao lucro real ou ao LALUR o ganho na equivalência patrimonial de R$ 60.000,00. Se a atualização cambial for positiva terá isenção de tributação, se for negativa não terá dedução. Por ausência
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