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REVISÃO processo de execução civil IV

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DISPOSIÇÕES GERAIS DA EXECUÇÃO, PRINCÍPIOS DA EXECUÇÃO
1.NULLA EXECUTIO SINE TITULO : Primeiramente, quanto ao princípio da nulla executio sine titulo, ensina Luiz Fux (2007), ministro de nosso Superior Tribunal de Justiça, que não há execução sem título que a embase, uma vez que na execução, além da permissão para a invasão do patrimônio do executado por meio de atos de constrição judicial, o executado é colocado numa situação processual desvantajosa em relação ao exequente. Ao lado deste princípio encontra-se o nulla titulus sine lege que elenca, em numerus clausus, os títulos executivos previstos na legislação, sem que o acordo de vontades das partes possibilite a criação de um novo título executivo. executável é a decisão interlocutória que concede a antecipação de tutela.
2.DESFECHO ÚNICO: Quanto a este princípio, cumpre destacar que pelo fato de o processo de execução ter um único escopo, qual seja, satisfazer o direito do exequente, ele acaba por ter desfecho único, podendo este ser normal: sentença declaratória ou com final anômalo: consubstanciado na extinção sem a resolução do mérito ou acolhimento integral dos embargos à execução com fundamento na inexistência do direito material do autor. Sendo assim, o executado nunca terá uma decisão de mérito ao seu favor, vez que não há discussão meritória, e, sim, uma busca da satisfação do direito do autor
3.DISPONIBILIDADE DA EXECUÇÃO: Quanto à disponibilidade da execução, leciona o art. 775, NCPC: é permitido ao exequente desistir de toda a execução ou de apenas alguma medida executiva a qualquer momento – ainda que pendentes de julgamento os embargos à execução – não sendo necessária a concordância do executado, presumindo a lei sua aceitação, vez que não há possibilidade de tutela em seu favor.
4.MENOR ONEROSIDADE: Este princípio processual vem como garantia de que o executado não sofra mais gravames do que o necessário para a satisfação do direito do exequente. Sempre que for possível a satisfação do direito do exequente por outros meios que sejam menos dolorosos ao executado estes devem ser adotados. A menor onerosidade vem como uma barragem a onda daqueles sujeitos que creem ser a execução um instrumento de vingança. O art. 805 do Novo Código de Processo Civil prevê que “quando por vários meios o exequente puder promover a execução, o juiz mandará que se faça pelo modo menos gravoso para o executado”, positivando, assim, o princípio da menor onerosidade no código processualista.
5.PATRIMONIALIDADE: O princípio da patrimonialidade traduz a proibição da execução pessoal, isto é, a execução nunca poderá recair sobre o corpo do devedor como se costumava fazer com a Lei das XII Tábuas, na qual dividir o corpo do devedor em números que correspondessem o número de credores que ele tivesse à espera da satisfação de seu crédito era a regra.Segundo o mestre Pontes de Miranda (2001) o executar é ir extra, é seguir até onde se quer. Compreende-se que se fale de execução, de ação executiva, quando se tira algo de um patrimônio e se leva para diante, para outro.
6.UTILIDADE: O princípio da utilidade vem como uma razão de ser do processo de execução, isto quer dizer, o processo de execução deve ter uma utilidade que traga benefícios ao exequente, fulminando com a satisfação do seu direito. Destarte, o processo de execução não tem seu escopo como um ato que vá prejudicar o devedor, mas sim na satisfação do direito do credor. Baseado neste princípio, o magistrado não deve submeter o exequendo às astreintes quando a obrigação é materialmente impossível.
7.LEALDADE E BOA-FÉ PROCESSUAL: Quanto aos princípios da lealdade e boa-fé processual, reforçam eles a ideia de que o sujeito processual deve sempre agir pautado pela conduta leal e de boa-fé no transcorrer do processo. Leciona Alexandre Freitas Câmara (2015) que na execução se exige de todos os sujeitos do processo, inclusive e especialmente do executado, que atuem de forma cooperativa e de boa-fé. Portanto, existem sanções previstas no art. 774, NCPC para caso o sujeito processual aja de maneira desleal ou imbuído de má-fé, praticando os chamados atos atentatórios à dignidade da justiça. Existem cinco espécies de atos atentatórios à dignidade da justiça, são eles: fraude à execução, oposição maliciosa à execução, com o emprego de ardis e meios artificiosos, resistência injustificada às ordens judicias, dificultar ou embaraçar a realização da penhora e quando intimado não indicar ao juiz quais são e onde estão os bens sujeitos à penhora e os respectivos valores, nem exibe prova de sua propriedade e, se for o caso, certidão negativa de ônus.
8.ATIPICIDADE DOS MEIOS EXECUTIVOS: Previstos em rol meramente exemplificativo, os meios executivos são os instrumentos pelos quais o direito do exequente será satisfeito. Este princípio, consagrado pelo art. 536, §1º do NCPC, ao se valer da expressão “entre outras medidas” permite ao juiz, no exercício de sua função, adotar outros meios executivos que não estejam expressamente previstos na legislação. Por fim, cumpre destacar que o Superior Tribunal de Justiça reconhece expressamente a existência deste princípio, que em oportunidade entendeu admissível o bloqueio ou sequestro de verbas públicas como medida coercitiva para o fornecimento de medicamentos pelo Estado, na hipótese em que a demora no cumprimento da obrigação acarrete risco à saúde e à vida do demandante (NEVES, 2015)
9.CONTRADITÓRIO: Ensina Fredie Didier Jr. (2014) que a função jurisdicional realiza-se processualmente, isso significa dizer que o método de exercício do poder jurisdicional pressupõe a participação efetiva e adequada dos sujeitos interessados ao longo do procedimento. Este direito à participação efetiva é o direito ao contraditório. No processo de execução, em razão de o magistrado partir de uma presunção de existência de direito do credor, sustenta-se que não há a presença da discussão meritória, fazendo com que o processo de execução fosse apelidado de “processo do credor”. Inclusive, uma doutrina hoje já superada, sustentava ser dispensável o contraditório no processo de execução. No entanto, apesar dessas sustentações, sabe-se que o processo de execução possui natureza jurisdicional, sendo que, por isso, ficará sob o crivo do princípio constitucional do contraditório. Além disso, inegável a existência de cognição acerca das questões incidentais no processo nas quais haverá nulidade se não observado o princípio constitucional supramencionado. Exemplos de questões incidentais que devem se desenrolar sob o crivo do contraditório são: o preço vil na arrematação, a avaliação do bem, a alienação antecipada de bens, a modificação ou reforço da penhora, decisão acerca da natureza do bem penhorado, entre outros.
COMPETÊNCIA E LEGITIMIDADE NA EXECUÇÃO
Legitimidade ativa: Credor a quem a lei confere título executivo (legitimidade ativa originária) pessoas ou entidades que sucedam o credor originário, MP nos casos previstos em lei (legitimidade ativa extraordinária). O espolio, os herdeiros, os sucessórios do credor, (legitimidade ativa derivada), o cessionário quando o título for transferido por ato entre vivos, o sub rogado nos caso de sub rogação legal ou convencional ART 346 347 CC 2002 ( EX: FIADOR).
Legitimidade passiva: O devedor reconhecido como tal no título executivo (originário), o espolio, herdeiros, sucessores do devedor ( derivada), PODE OCORRER A DESPERSONALIZAÇÃO DDA PESSOA JURIDICA OU FISICA, um novo devedor que assume a dívida de outra com o consentimento do credor, o fiador do debito constante do título extrajudicial, o responsável do bem dado em garantia real, hipoteca penhor ou anticrese. Responsável tributário definido em lei.
O EXEQUENTE PODE CUMULAR VARIAS EXECUÇÕES AINDA QUE FUNDADA EM TITULOS DIFERENTE, DESDE QUE:
O EXECUTADO SEJA O MESMO
COMPETENCIA DO MESMO JUIZO
PROCEDIMENTO IDENTICO
Atenção: a execução fundada em título extrajudicial tem procedimento diferente da fundada em título judicial. Logo, não podem ser cumuladas.
COMPETENCIA PARA TITULOJUDICIAL: ART 515 NCPC, Ação de competência originaria no tj da competência, ações que se iniciam no juízo da 1º instancia quem faz a execução é o juízo da causa originaria, juízo civil da mesma comarca para sentença penal condenatória, sentença estrangeira compete a vara federal. O exequente pode optar pelo juízo do domicilio do executado, juízo do local onde esteja os bens a execução, ou juízo do local onde se encontre a obrigação de fazer ou não fazer, 
COMPETÊNCIA DE TITULO EXTRAJUDICIAL: Domicilio do executado, se houver mais de um, em qualquer deles. Se estiver em local incerto, pode propor a execução onde esteja o executado ou onde esteja o exequente. Foro de Eleição constante do título. Onde se encontre os bens a serem executados. Havendo mais de um devedor em domicílios diferentes, fica a escolha do devedor. Poderá ser proposta no lugar onde se praticou o ato, ou do fato que deu origem aquele título.
 
PROCESSO DE EXECUÇÃO (TÍTULO EXTRAJUDICIAL): INICIAL, INCUMBÊNCIAS DO EXEQUENTE, DESPACHO INICIAL POSITIVO Art 771,
a) Petição inicial 
Petição inicial – art. 798 CPC:
1. deve observar os requisitos gerais do art. 319 CPC, com exceção dos meios de prova e da opção quanto à audiência de conciliação,
2. nos fatos, é necessário mencionar os dados do título executivo bem como o inadimplemento,
3. o fundamento jurídico decorre da previsão legal de que o documento é um título executivo,
4. o pedido é a satisfação do direito, ou seja, o cumprimento da obrigação,
5. deve vir acompanhada do título executivo, 
6. se a obrigação estava sujeita a termo ou condição ou se havia contraprestação, a prova de sua ocorrência também deve acompanhar a petição inicial.
 
Incumbências a cargo do exequente: pleitear medidas urgentes, quando necessário (art. 799, VIII, CPC). Averbar, em registro público, a propositura da execução, para conhecimento de terceiros (arts. 799, IX, e 828 CPC). No processo de execução, assim como no de conhecimento, a petição inicial pode ser emendada, no prazo de 15 dias (art. 801 CPC). Causas de nulidade da execução: art. 803 CPC (rol exemplificativo).
DESPACHO POSITIVO
DEFERIMENTO Da citação: se a petição estiver em termos, o juiz a despachará, ordenando a citação do réu para responder (art.285). É o chamado despacho positivo.
CERTIDÃO DO ART. 828, CITAÇÃO, ARRESTO (EXECUTIVO E CAUTELAR, DIFERENÇAS), ETC
Art. 828. O exequente poderá obter certidão de que a execução foi admitida pelo juiz, com identificação das partes e do valor da causa, para fins de averbação no registro de imóveis, de veículos ou de outros bens sujeitos a penhora, arresto ou indisponibilidade.
§ 1o No prazo de 10 (dez) dias de sua concretização, o exequente deverá comunicar ao juízo as averbações efetivadas.
§ 2o Formalizada penhora sobre bens suficientes para cobrir o valor da dívida, o exequente providenciará, no prazo de 10 (dez) dias, o cancelamento das averbações relativas àqueles não penhorados.
§ 3o O juiz determinará o cancelamento das averbações, de ofício ou a requerimento, caso o exequente não o faça no prazo.
§ 4o Presume-se em fraude à execução a alienação ou a oneração de bens efetuada após a averbação.
§ 5o O exequente que promover averbação manifestamente indevida ou não cancelar as averbações nos termos do § 2o indenizará a parte contrária, processando-se o incidente em autos apartados.
Se entra com a execução e o juiz dá despacho positivo, pode o exequente pegar certidão e averbar os bens do executado para evitar que estes sejam alienados (cartório de imóveis, DETRAN), tem eficácia erga omnes. É necessário analisar o dano e a má fé do executado. Portanto o exequente tem que averbar com cautela, apenas o suficiente para garantir a execução, o prazo para retirar as averbações desnecessárias é de 10 dias.
	Arresto executivo
- não acha o executado mas acha bens
- pode ser feito ex oficio pelo oficial de justiça
- antecipa o direito de preferencia. 
- só ocorre na execução
- arrestou, citou pessoalmente, por hora certa, por edital, sem retorno, se converte em penhora. 
	Arresto cautelar
- requisitos art 300, perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo.
- precisa de ordem judicial
-ocorre em qlqer momento do processo.
ATITUDES (POSTURAS) DO EXECUTADO (DENTRE ELAS MORATÓRIA LEGAL); 
PAGAR no prazo de 3 dias, embargar ou entrar com moratória legal. 
Moratória legal: Quando o devedor é citado, tem início o prazo de 15 dias para ele oferecer embargos à execução (procedimento através do qual ele irá apresentar sua defesa). Nesse mesmo prazo de 15 dias, o executado pode, ao invés de oferecer embargos, requerer o parcelamento do débito.
Condições para deferimento do parcelamento – o executado deve:
- reconhecer o crédito do exequente,
- depositar 30% do valor em execução, inclusive custas e honorários,
- se comprometer a pagar o restante do débito em até 6 parcelas mensais.
Ao valor das parcelas serão acrescidos correção monetária e juros de 1% ao mês.
O não pagamento de qualquer parcela implica em: 
- vencimento antecipado das parcelas subsequentes,
- multa de 10% sobre o valor das prestações não pagas,
- prosseguimento dos atos executivos.
A opção pelo parcelamento implica em renúncia ao direito de opor embargos.
O exequente será intimado para ser ouvido, e poderá demonstrar a falta de algum requisito. Se a moratória for indeferida o dinheiro se converte em penhora. 
EMBARGOS À EXECUÇÃO (REQUISITOS, PROCEDIMENTO, EFEITO SUSPENSIVO, ETC.) 914 a 920 CPC
Os embargos à execução são uma verdadeira ação de conhecimento, movida pelo devedor em face do credor, no caso de execução de título extrajudicial. Partes: o executado passa a ser denominado embargante; o exequente passa a ser denominado embargado. Garantia do juízo: os embargos são oponíveis independentemente de penhora, depósito ou caução.
Prazo: os embargos são opostos no prazo de 15 dias;
sendo vários os executados, o prazo é contado a partir da juntada do respectivo comprovante de citação, salvo no caso de cônjuges; não se aplica o prazo em dobro em caso de litisconsortes (art. 229 CPC).
Conteúdo: qualquer matéria, pois o art. 917 CPC contém rol exemplificativo, caso seja alegado excesso de execução, o embargante tem que indicar o valor que entende correto (art. 917, §§ 3º e 4º, CPC).
 EFEITO SUSPENSIVO (ART. 919 CPC): como regra, os embargos não têm efeito suspensivo; 
 requisitos para concessão de efeito suspensivo aos embargos:
 deve haver requerimento do executado,
 o juízo deve estar garantido,
 devem estar presentes os requisitos para concessão da tutela provisória,
mesmo que se atribua efeito suspensivo, não há impedimento para realizar-se atos de modificação da penhora ou de avaliação.
PROCEDIMENTO (ARTS. 918 E 920 CPC):
petição inicial dos embargos, o juiz pode rejeitar os embargos liminarmente (art. 918 CPC), embargos manifestamente protelatórios: configuram conduta atentatória à dignidade da justiça (art. 774 CPC), não sendo o caso de rejeição liminar, o embargado tem o prazo de 15 dias para se manifestar; após a manifestação do embargado, ou o pedido é imediatamente julgado ou designa-se audiência de instrução e julgamento, para posteriormente ser proferida a sentença. O artigo 917, § 1º, CPC prevê que, na execução de título extrajudicial, o executado pode alegar incorreção da penhora ou da avaliação por simples petição, no prazo de 15 dias, contados da ciência do ato (previsão semelhante é observada no artigo 525, § 1º, CPC, referentes ao cumprimento de sentença).
 PENHORA (EXCETO AS PENHORAS COM PROCEDIMENTOS DIFERENCIADOS);
Se o devedor, citado, não efetua o pagamento do débito em 3 dias, o oficial de justiça deve penhorar seus bens – art. 829, § 1º e 2º, CPC. Por meio da penhora, apreendem-se bens do executado, que serão utilizados na satisfação do crédito. Abrangência da penhora: art. 831 CPC.
Efeitos: A penhora garante o juízo: ela cria condições materiais que concretamente possibilitam a satisfação do direito.A penhora individualiza os bens que suportarão a atividade executiva: quando a execução tem início, a responsabilidade patrimonial é abstrata e genérica (art. 789 CPC), com a penhora, ela passa a ser concreta e específica. A penhora estabelece direito de preferência: arts. 797, 908 e 909 CPC, princípio do prior tempore portior in jure: a primeira penhora gera preferência ao credor, concurso de credores: para se estabelecer a preferência no recebimento do produto da alienação do bem penhorado, seguem-se primeiramente as regras de direito material (hipoteca, dívidas trabalhistas, dívidas tributárias, etc.) e depois as de direito processual (tem preferência o credor que primeiro realizou a penhora).
BENS ABSOLUTAMENTE IMPENHORÁVEIS, RELATIVAMENTE IMPENHORÁVEIS E BENS DE RESIDÊNCIA (FAMÍLIA);
Não é possível alegar impenhorabilidade se a dívida decorre da aquisição do próprio bem.
Imóvel residencial - bem de família (Lei 8.009/90):
- Regra: o imóvel residencial de propriedade da família é impenhorável,
- A impenhorabilidade de bem de família abrange também o imóvel pertencente a pessoas solteiras, separadas e viúvas (sum. 364 STJ),
- A impenhorabilidade decorre da lei, ou seja, não há necessidade de registrar no cartório de imóveis que aquele bem é de família,
- Em havendo 2 ou mais imóveis residenciais, a proteção automática do bem de família legal recairá no de menor valor, salvo se outro imóvel houver sido inscrito como bem de família voluntário,
- A Lei 11.382/06 possibilitava a penhora de imóvel de valor superior a mil salários mínimos, mas o artigo com essa previsão foi vetado. O imóvel é protegido mesmo que seja de alto luxo (STJ, Resp 1440786),
- Também há proteção se, embora o imóvel esteja alugado, a renda for revertida para o aluguel de outro imóvel para a família (sum. 486 STJ),
- Se for o único imóvel, mas não for utilizado em proveito da família, pode ser penhorado (STJ, AgRg no REsp 1232070),
- a vaga de garagem com matrícula própria no CRI não é bem de família (sum. 449 STJ),
- é possível penhorar o imóvel residencial no caso de: financiamento da habitação, pensão alimentícia, tributos sobre o imóvel, taxa de condomínio (sum. 478 STJ), quando o bem é produto de crime, quando o imóvel foi dado em hipoteca pela entidade familiar, em seu benefício (REsp 988.915/SP), em execução de fiança locatícia (STF, RE 407688, e sum. 549 STJ).
Originalmente, a Lei 8009/90 previa que o imóvel residencial também poderia ser penhorado em se tratando de crédito trabalhista dos empregados domésticos e respectivas contribuições previdenciárias, mas o inciso I do art. 3º foi revogado pela Lei 8009/90.
Remuneração do executado: em regra, é impenhorável, o § 2º do art. 833 CPC permite a penhora de salário que exceder 50 salários mínimos mensais. Dívida de prestação alimentícia: permite a penhora do imóvel residencial, de salário e de quantias depositadas na poupança.
ORDEM PREFERENCIAL DE PENHORA;
Ordem de preferência legal para a penhora:
Art. 835 CPC, Art. 835. A penhora observará, preferencialmente, a seguinte ordem:
I - dinheiro, em espécie ou em depósito ou aplicação em instituição financeira;
II - títulos da dívida pública da União, dos Estados e do Distrito Federal com cotação em mercado;
III - títulos e valores mobiliários com cotação em mercado;
IV - veículos de via terrestre;
V - bens imóveis;
VI - bens móveis em geral;
VII - semoventes;
VIII - navios e aeronaves;
IX - ações e quotas de sociedades simples e empresárias;
X - percentual do faturamento de empresa devedora;
XI - pedras e metais preciosos;
XII - direitos aquisitivos derivados de promessa de compra e venda e de alienação fiduciária em garantia;
XIII - outros direitos.
§ 1o É prioritária a penhora em dinheiro, podendo o juiz, nas demais hipóteses, alterar a ordem prevista no caput de acordo com as circunstâncias do caso concreto.
§ 2o Para fins de substituição da penhora, equiparam-se a dinheiro a fiança bancária e o seguro garantia judicial, desde que em valor não inferior ao do débito constante da inicial, acrescido de trinta por cento.
§ 3o Na execução de crédito com garantia real, a penhora recairá sobre a coisa dada em garantia, e, se a coisa pertencer a terceiro garantidor, este também será intimado da penhora.
A ordem é preferencial, mas pode ser invertida, de acordo com as circunstâncias do caso concreto, a prioridade é a penhora de dinheiro (§ 1º), se o crédito está garantido por direito real, a penhora deve recair sobre o bem objeto da garantia (§3º).
TITULOS EXECUTIVOS EXTRAJUDICIAIS
O seguinte rol de títulos executivos extrajudiciais do 784 do CPC é o seguinte: I – a letra de câmbio, a nota promissória, a duplicata, a debênture e o cheque; II – a escritura pública ou outro documento público assinado pelo devedor; III – o documento particular assinado pelo devedor e por 2 (duas) testemunhas; IV – o instrumento de transação referendado pelo Ministério Público, pela Defensoria Pública, pela Advocacia Pública, pelos advogados dos transatores ou por conciliador ou mediador credenciado pelo tribunal; V – o contrato garantido por hipoteca, penhor, anticrese ou outro direito real de garantia, e aquele garantido por caução; VI – o contrato de seguro de vida em caso de morte; VII – o crédito decorrente de foro e laudêmio; VIII – o crédito, documentalmente comprovado, decorrente de aluguel de imóvel, bem como de encargos acessórios, tais como taxas e despesas de condomínio; IX – a certidão de dívida ativa da Fazenda Pública da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, correspondente aos créditos inscritos na forma da lei; X – o crédito referente às contribuições ordinárias ou extraordinárias de condomínio edilício, previstas na respectiva convenção de condomínio ou aprovadas em assembleia geral, desde que documentalmente comprovadas; XI – a certidão expedida por serventia notarial ou de registro relativa a valores de emolumentos e demais despesas devidas pelos atos por ela praticados, fixados nas tabelas estabelecidas em lei; XII – todos os demais títulos aos quais, por disposição expressa, a lei atribuir força executiva.
Observa-se que o elenco apresentado por este dispositivo, como demonstra o seu inc. XII, não é exaustivo, encontrando-se outros títulos executivos extrajudiciais em leis extravagantes. Assim, exemplificativamente, constituem títulos extrajudiciais o termo de ajustamento de conduta elaborado pelos legitimados para as ações coletivas (art. 5.º, § 6.º, da Lei 7.347/1985), o contrato escrito de honorários advocatícios (art. 24 da Lei 8.906/1994), a cédula de crédito rural (art. 41 do Dec.-lei 167/1967) e a cédula de crédito industrial (art. 41 do Dec.-lei 413/1969). Por outro afirma Humberto Theodoro Júnior: O sistema do Código é o da taxatividade dos títulos executivos, de modo que só se revestem dessa qualidade aqueles instituídos pela lei. Quanto ao rol enunciado pelo art. 784, convém observar que alguns têm todos os requisitos formais e substanciais definidos em lei própria. É o caso dos títulos cambiários (inc. I). Outros são apenas parcialmente identificados, como ocorre com a escritura pública (inc. II) e o documento particular assinado pelo devedor e por duas testemunhas (inc. III). O mesmo se pode dizer dos demais títulos constantes dos incisos IV a XI, os quais ora se identificam pela forma documental, ora pelo conteúdo, sem que haja na previsão legal uma completa configuração. Isto quer dizer, que muito embora haja em rol “taxativo”, não quer dizer que não possa haver outras formas de títulos executivos, pois o art. 784 XII, afirma que são títulos executivos “todos os demais títulos aos quais, por disposição expressa, a lei atribuir força executiva”. Por outro lado, é importante destacar que alguns títulos, por exemplo, os títulos de créditos do art. 784 I do CPC – letra de câmbio, nota promissória, duplicata, debenture e o cheque –, apresentam requisitos especiais para autorizarem a execução, assim, há questões de direito material complexas envolvendo estetítulo, isto significa, que o legislador optou por conservar a materialidade do direito nos subsistemas de cada título de crédito. Portanto, para que se lhes reconheça a plena eficácia executiva, necessário se torna recorrer ao direito material para concluir sobre a retratação da certeza, liquidez e exigibilidade da obrigação titulada. 
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