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Relatório Final Tiago

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8
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO 
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE RONDÔNIA
CAMPUS JI-PARANÁ
CURSO TÉCNICO EM QUÍMICA INTEGRADO AO MÉDIO
 
NATURALIS FARMÁCIA DE MANIPULAÇÃO
Ji-Paraná
Junho de 2016.
�
TIAGO DE OLIVEIRA LIMA
RELATÓRIO FINAL DO ESTÁGIO 
Relatório Final de Estágio do Curso Técnico em Química integrado ao médio do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Rondônia – Campus Ji-Paraná, realizado na Naturalis Farmácia de Manipulação, município de Ji-Paraná, com duração de 103 horas, apresentado como requisito para a conclusão do estágio.
Orientador: Alice Sperandio Porto.
Ji-Paraná
Junho de 2016.
�
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE RONDÔNIA 
CAMPUS JI-PARANÁ
CURSO TÉCNICO EM QUÍMICA INTEGRADO AO MÉDIO
FOLHA DE APROVAÇÃO
RELATÓRIO FINAL DE ESTÁGIO 
Autor: Tiago de Oliveira Lima
Orientador: Alice Sperandio Porto
Situação: ( ) Aprovado ( ) Reprovado
Aprovado em: __ / __ / __ 
______________________________
Nome do estagiário
______________________________
Nome do professor Orientador
Ji-Paraná
2016
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus por depositar em mim o dom da ciência;
À minha mãe, mulher guerreira e batalhadora, por todo o amor que me oferece;
À professora M.ª Alice Sperandio Porto por ter aceitado ser orientadora e sempre me atender de maneira compreensiva e muito paciente;
Às minhas irmãs pelo incentivo aos estudos;
Aos meus amigos que sempre são suporte em momentos de alegria ou tristeza;
Por último, mas não menos importante, ao todo corpo docente do IFRO, por serem sensacionais e inspirarem a nós, alunos, a transformar o mundo em que vivemos.
DEDICATÓRIA
Dedico este relatório a todos aqueles que me encorajam a enfrentar os desafios da vida em busca de meus sonhos.
“O que eu faço é uma gota no meio do oceano.
Mas sem ela, o oceano será menor. ”
Madre Tereza de Calcutá
SUMÁRIO
71.	INTRODUÇÃO	�
82. HISTÓRICO E CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA	�
83 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS	�
93.1 Paramentação	�
93.2 Assepsia de materiais e instrumentos	�
103.3 Organização do almoxarifado	�
113.4 Manipulação de fármacos	�
123.5 Encapsulamento	�
193.6 Produção de repelentes de insetos	�
203.7 Peróxido de benzoíla	�
204 CONSIDERAÇÕES FINAIS	�
205. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS	�
�
	
�
INTRODUÇÃO 
A evolução do ser humano enquanto ser racional foi possível em virtude de inúmeras mutações que ocorreram em seu genoma ao longo da história (PARADELA et. al., 2008). Por essa razão, em milhões de anos do curso evolutivo da espécie, a natureza selecionou características favoráveis à sua sobrevivência, dentre elas, a investigação farmacêutica (MACIEL et. al., 2002). Nesse cenário, destaca-se o uso de ervas e demais recursos naturais no tratamento de enfermidades (DAVIENNE et. al., 2004).
Na atualidade, a utilização de técnicas de análises de substâncias descobertas já no século XIX favoreceu o estudo do comportamento biológico de compostos químicos e seu potencial farmacológico, o que contribui na experimentação e descoberta de novos princípios ativos no tratamento de patologias (PIRES, 2016).
No intuito de atender à demanda da população em medicamentos, a indústria farmacêutica tem crescido no mundo financiando pesquisas e projetos de desenvolvimento de tratamento de doenças que atingem a sociedade. No entanto, a produção de medicamentos de maneira padronizada – como elaborados na indústria – não satisfaz as necessidades de todos os pacientes, para isso existem as farmácias magistrais – popularmente conhecidas como farmácias de manipulação (ICTQ, 2015).
As farmácias de manipulação são aquelas as quais são especializadas na produção de medicamentos sob receita médica, como cápsulas, cosméticos e homeopáticos, sendo que o receituário obedece a necessidades específicas de cada paciente. 
A empresa Naturallis Farmácia de manipulação, atual L’Essence, é uma das quais está há anos nesse ramo localizada na cidade de Ji-Paraná (RO), e busca o bem-estar e conforto do cliente por meio dos produtos oferecidos com elevada qualidade. O presente documento relatará as atividades desenvolvidas na referida empresa como cumprimento do estágio obrigatório para certificação de diploma do curso técnico em química integrado ao médio do Instituto Federal de educação, ciência e tecnologia de Rondônia – Campus Ji-Paraná.
2. HISTÓRICO E CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA
Com as portas abertas desde 2004, a empresa Naturallis farmácia de manipulação é marca de qualidade na cidade de Ji-Paraná (RO). Com o intuito de fornecer serviço de medicamentos e cosméticos de qualidade em custo acessível, a senhora Cleide Rosemar Persona – administradora e farmacêutica – decidiu investir na sustentação da empresa. Atualmente, desde dezembro de 2016, conta com uma estrutura ainda mais moderna atendendo por “L’Essence farmácia de manipulação”, contando com a mesma equipe cada vez mais preparada na manipulação e atendimento aos clientes. Devido a competência dos serviços, pacientes de toda a região vizinha de Ji-Paraná também adquirem aos produtos.
NOME FANTASIA: Naturalis Farmácia de Manipulação.
RAMO DE ATIVIDADE: Manipulação de fármacos e cosméticos.
LOCALIZAÇÃO: Av. Aracajú, 1072 - Riachuelo, Ji-Paraná - RO, 78960-000.
3 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS
Inicialmente, foi necessário o conhecimento dos setores da empresa. A figura abaixo apresenta a planta adaptada do estabelecimento.
Figura 01: Estrutura da Farmácia
Em (01) está representada a recepção, local em que os clientes são acolhidos, fazem os pedidos e também os recebem. O ponto (02) indica o laboratório de sólidos, é nele que os medicamentos são encapsulados conforme a receita já conferida e matéria-prima pesada no setor de passagem de matéria-prima (06). Porém, para realizar qualquer processo nas dependências da área limpa – ambiente em que os procedimentos são executados – é importante que todos os EPI’s estejam em uso, são eles: camiseta, calça e sapatos brancos; jaleco, luva, propé, máscara, óculos e touca. Estes são devidamente paramentados na área representada em (05), enquanto aqueles são trocados na área de transição (04) entre a área suja – fluxo comum – e área limpa. O ponto (07) indica o almoxarifado da empresa, onde toda matéria-prima e demais materiais são armazenados. O laboratório de homeopatia é indicado em (8), enquanto os reagentes para o uso neste são armazenados em (9). O setor de higienização de equipamentos e vidrarias do ambiente farmacêutico é apresentado em (10). O controle de qualidade, laboratório de semissólidos e lavanderia estão indicados em 11,12 e 13, respectivamente.
3.1 Paramentação
O estabelecimento é dividido em duas áreas: área limpa e área suja. Nesta, o fluxo de pessoas ocorre naturalmente, enquanto aquela apresenta exigência quanto a circulação de indivíduos. Isso porque a área limpa deve estar maximamente possível livre de sujeiras e outros fatores externos que possam interferir no fármaco manipulado. Inicialmente, é necessário que se vista camiseta, calça e sapatos brancos exclusivos para o uso na área limpa da farmácia. Em seguida, coloca-se o jaleco e lava-se as mãos com água e sabão líquido, respingando-se álcool ao término do processo, como medida de desinfecção das mãos e eliminação de micro-organismos. Utiliza-se álcool etílico – etanol – 70%, concentração ideal para tal finalidade – haja vista que a diluição intermediária aumenta o período para volatilização do álcool e contribui para a absorção pelo transporte de membrana.
3.2 Assepsia de materiaise instrumentos
No ambiente farmacêutico, é primordial que os materiais utilizados estejam em condições adequadas para a manipulação dos fármacos. Dessa forma, todo o material utilizado durante um processo deve ser higienizado antes de ser utilizado novamente, afim de se eliminar os resíduos persistentes. A figura 02 apresenta o ambiente do estabelecimento em que todos os instrumentos são devidamente limpos.
Figura 02: Setor de limpeza de materiais e equipamentos.
Nesse processo, os instrumentos são lavados com água e detergente e, em seguida, desinfetados com solução alcóolica – etanol – 70%. 
3.3 Organização do almoxarifado
O almoxarifado é o ambiente em que são armazenados materiais-estoque utilizados em processos farmacêuticos, como matéria-prima, cápsulas e embalagens. Conforme ilustram as figuras 02 e 03 a disposição dos instrumentos de maneira higienizada e ordenada é fundamental para as atividades em exercício por diversos fatores, tais como a exigência de condições assépticas para procedimentos de saúde e controle de contaminação.
Figura 03: Almoxarifado – armazenamento de cápsulas.
Figura 04: Almoxarifado – armazenamento de reagentes e matéria-prima.
Posto isso, organizei o almoxarifado da farmácia de modo a cumprir com as referidas necessidades.
3.4 Manipulação de fármacos
A manipulação de fármacos é entendida como a técnica em que determinado medicamento é produzido de acordo com as necessidades individuais do paciente. Esse pode ser encontrado sob formas de cremes, como loções e sabonetes, balas de colágeno, chocolate e, principalmente, em cápsulas. É um processo longo que tem início no controle de qualidade, onde todos os medicamentos, bem como informações como lote e período de validade, e demais produtos são conferidos a fim de serem estocados e armazenados no almoxarifado. Até aqui, esse método é essencial, porém, esse método não é repetido todas as vezes em que um medicamento será controlado.
No ambiente de pesagem o manipulador recebe as instruções escritas e ordem de manipulação. Em uma balança analítica a pesagem é realizada e, quando concluída, o fármaco é triturado em um cadinho de porcelana, bem como, os demais medicamentos que contam na ordem. Após esse processo, todo o medicamento é encapsulado.
Figura 05: Setor de pesagem e manipulação.
3.5 Encapsulamento
O encapsulamento é um processo que demanda atenção do agente, isso porque existem cápsulas de diversos tamanhos e cores. Estas não influenciam na forma com a qual o medicamento reagirá no organismo, porém, o tamanho da cápsula é um ponto importante devido ao fato de alguns pacientes não conseguirem deglutir cápsulas maiores.
Figura 06: Laboratório de sólidos. Nota-se na bancada ao fundo diversos recipientes contendo diferentes tipos de cápsulas. 
O conjunto equipamento utilizado no processo de encapsulamento é composto por um tabuleiro equilibrado por dois palitos em um suporte (base para as cápsulas), além de um separador, espátula e socador de pó, demonstrados na figura abaixo.
Figura 07: Encapsuladora.
Iniciando o trabalho com as cápsulas, o operador as seleciona conforme a ordem da manipulação indica, colocando-as no tabuleiro adequado. Para cada tamanho de cápsula existe um tabuleiro específico, sendo importante que as cápsulas estejam arranjadas de maneira apropriada. 
Figura 08: Disposição das cápsulas no tabuleiro.
Após seu ordenamento, desencaixa-se a película superior da cápsula para que seja possível introduzir o fármaco já manipulado em seu interior.
Figura 09: Retirada do encaixe superior das cápsulas.
Após estarem todas cápsulas destapadas, o medicamento é semeado sobre o tabuleiro, seguido de movimentos por meio de uma espátula a fim de espalhar medicamento entre todas as cápsulas de modo igualitário. 
Figura 10: Operador semeando a matéria-prima prima para encapsulá-la.
Figura 11: Com auxílio de uma espátula, o material é distribuído entre as cápsulas.
Quando a dispersão do fármaco é concluída, a peça superior da cápsula que fora retirada é encaixada novamente e lacrada por meio da pressão exercida pelos dedos sobre si.
Figura 12: Tendo distribuído todo fármaco entre as cápsulas, tampa-se-as novamente.
Figura 13: Exercendo pressão, as cápsulas são travadas para que não externe material sólido.
Em seguida, são retiradas e armazenadas nos frascos.
Figura 14: Tendo concluído o processo, as cápsulas são retiradas do equipamento.
Figura 15: As cápsulas são armazenadas em frascos, sempre contendo pelo menos uma sílica. Logo após, os recipientes são lacrados.
Posteriormente, a bancada é higienizada com solução alcóolica 40% (v/v), retirando-se o excesso de resíduos sólidos acumulados que possam interferir em demais processos.
Figura 16: Limpeza da bancada.
Por fim, o frasco é etiquetado com um rótulo contendo informações do medicamento manipulado, como compostos químicos presentes, posologia, além da identificação do paciente. 
Figura 17: Os frascos são rotulados.
Nesse ambiente, diversas receitas são recebidas por dia, sendo que algumas delas possuem especificações em virtude dos riscos que o medicamento pode ocasionar ao organismo do indivíduo, para isso, tarjas são utilizadas para alertá-lo a respeito disso.
Dentre as principais fórmulas manipuladas, destacam-se como recorrentes: maracujá, kawa-kawa, espironolactona, l-cisteína, maleato de enalapril, clonazepam, codeína, UC-II e isoflavona.
A farinha de maracujá é um composto muito conhecido por sua abundância em pectina, fibra formada por monômeros de ácido galacturônico que dificulta a absorção e o armazenamento de gordura consumida (PINHEIRO, 2007). Assim, seu consumo auxilia a digestão e favorece a perda de peso, além de reduzir os níveis de colesterol e triglicérides no organismo. Segundo Janebro et. al. (2008), isso acontece porque, devido à alta solubilidade da pectina em água, favorecida por ligações de hidrogênio entre as moléculas do solvente e os grupos hidroxila da fibra, estas moléculas se ligam a ácidos de açúcares e de frutas de modo a formarem uma espécie de gel que contém a gordura consumida, aumentando a sensação de saciedade. Embora seja rica em fibras, a farinha de maracujá não apresenta grandes quantidades de carboidratos, proteínas e gorduras (AYRES, 2013).
A kawa-kawa, Piper methysticum G. Forst, é um arbusto de aplicação farmacêutica composto de substâncias como taninos, ácido benzoico, ácido cinâmico, açúcares, flavocavaínas, sais minerais e, principalmente, as pironas. Estudos demonstram que a kawa-kawa contribui em diversos efeitos sobre o sistema nervoso central: proporciona sensação de prazer e ameniza o medo, além de agir como sedativo, anticonvulsinante, anestésico e analgésico (BARBOSA et. al., 2013). Dessa forma, esse fármaco tem sido utilizado no tratamento de ansiedade, insônia, agitação, epilepsia, psicose e depressão (M.D., 1998). Entretanto, popularmente, é utilizada no processo de cicatrização de feridas e tratamento de enxaquecas, entre outras aplicações. 
A espironolactona é um medicamento chamado diurético – elimina sal e água do corpo por meio do aumento significativo na produção de urina – utilizado no tratamento de hipertensão arterial e inchaços provocados por insuficiência cardíaca, além de manter os níveis de potássio e magnésio no organismo (M.D. et. al., 2003). Por causa disto, o paciente que faz tratamento com espironolactona deve evitar o consumo de alimentos ricos em potássio e magnésio. O uso desse medicamento pode provocar uma série de efeitos colaterais, tais como: inchaço, coceira, aumento de pelos no corpo, diarreia, cólica, aumentos das mamas e confusão mental.
A l-cisteína, aminoácido não-essencial, é um composto que possui capacidade de inativar os radicais livres, assim, é uma espécie antioxidante (NATUE, 2017). No organismo, essa capacidade pode estar vinculada à desintoxicação e proteção do cérebro e do fígado das toxinas, tais como álcool e entorpecentes. Além disso, esseaminoácido é fundamental para a manutenção da pele e dos cabelos, podendo ser usado como suprimento alimentar; recentemente também tem apresentado resultados significativos em tratamentos oftalmológicos (PHARMA NOSTRA, 2010)
O maleato de enalapril é um medicamento prescrito com duas possíveis finalidades: controle da pressão arterial para hipertensos e melhora no desempenho do coração. Quando presente no organismo, o composto dilata os vasos sanguíneos e, consequentemente, o coração bombeia sangue com mais facilidade – o que diminui a pressão arterial do indivíduo. Em virtude dessa circunstância, também contribui para o melhor funcionamento do coração de pacientes que sofram insuficiência cardíaca (SANDOZ, 2016).
O clonazepam é um composto químico, pertencente à classe dos benzodiazepínicos, utilizado no tratamento de transtorno de pânico. De acordo com Nardi (2001), O clonazepam potencializa o efeito inibitório do ácido gama-aminobutírico e reduz a utilização da serotonina, regulando os receptores 5HT1 e 5HT2 do córtex frontal, ação que distingue dos demais BZDs, e que tem importância para o efeito antipânico. A posologia desse medicamento deve ser avaliada pelo médico e supervisionada em cada caso.
Derivada da papoula, a codeína é um alcaloide de estrutura heterocíclica, apresentando quatro anéis em sua estrutura e o grupo amina dá à estrutura a característica alcalina da molécula. No organismo, apresenta dois efeitos principais: antitussígeno e hipoanalgésico. O uso crônico pode desencadear dependência física e psíquica (MISODOR, 2006).
O UC-II é um nutriente farmacêutico (nutracêutico), do grupo dos colágenos, que possui função de diminuir o desgaste nas articulações. No sistema imunológico, o fármaco age a fim de amenizar dores, desconforto e inflamações, portanto, melhora a flexibilidade e a mobilidade articular. Esse colágeno é extraído, em sua forma ativa, do esterno do frango em um processo cuidadoso não enzimático e a baixas temperaturas, para que a proteína não seja desnaturada (NELSON & COX, 2014).
Fitoestrogênios são substâncias químicas encontradas em plantas que possuem a capacidade de imitar o hormônio sexual feminino humano, um exemplo é a classe das isoflavonas (ANDRES, 2012). Estas, por sua vez, são os fitoestrogênios de maior potencial abundantemente encontrados no gérmem de soja. Um estudo conduzido no ano de 2003 verificou que o consumo de 60mg/dia de isoflavona contribui positivamente sobre os sintomas climatéricos e o perfil lipídico de mulheres, sendo interessante alternativa terapêutica para mulheres em menopausa (NAHÁS et. al., 2003).
3.6 Produção de repelentes de insetos
A transmissão de doenças por insetos vetores, além do incômodo ocasionado pela infestação daqueles, ainda que não sejam intermediários de micro-organismos patológicos, fomenta a procura de produtos que atuem como repelentes a tais (BOECHAT, 2014). Nesse cenário, a farmácia de manipulação possui influência no mercado do ramo, portanto, buscou-se testar novos repelentes para produção e venda.
O mecanismo de ação desses produtos foi recentemente descoberto em um estudo conduzido por pesquisadores da Universidade de Califórnia, nos Estados Unidos no ano de 2014. O diagnóstico teve como base a ação do DEET, N,N-dietil-meta-toluamida, popular repelente, sabendo-se somente que a aplicação da substância repele os insetos em virtude da interferência no funcionamento de receptores sensoriais em suas antenas (FREIRE, 2014).
Em estudos com a espécie Culex quinquefasciatus, pernilongo, a equipe identificou o receptor olfativo afetado, sugerindo ainda que muitos outros organismos sejam sensíveis ao DDE pela presença do mesmo receptor (FREIRE, 2014). Além disso, essa molécula imita ao metil jasmonato, molécula orgânica liberada por alguns vegetais para defesa à ataques de insetos (DEUNER et. al., 2015).
Diante disso, fora produzido repelente fitoterápico a base de óleo de citronela - Cymbopogon nardus ou Cymbopogon winterianus. Segundo Dias (2016), a ação medicinal da erva deve-se à presença de três moléculas em sua composição – citrolenal, geraniol e limoneno. No inseto, os canais receptores de transientes de potencial reconhecem as moléculas e enviam informações químicas ao seu cérebro, por meio de sinapse, o que resulta na aversão.
Para a produção de tal repelente, usa-se:
	Composição
	Medida (mL)
	Óleo de citronela
	15
	Glicerina líquida
	15
	Álcool de cereais
	35
	Água destilada
	100
Após medir o volume dos componentes, juntá-los todos em um béquer e misturá-los com auxílio de um bastão de vidro até que o sistema se apresente monofásico. Para a metodologia utilizada, espera-se volume de 100 mL de loção repelente.
3.7 Peróxido de benzoíla
O peróxido de benzoíla é tipicamente aplicado em cremes combinados com antibióticos – como eritromicina ou clindamicina. De acordo com Brenner at. al., a ação antibacteriana e ceratolítica do medicamento reduz gradativamente 90% de micro-organismo e 40% de ácidos graxos, que pode ser observada em poucos dias no tratamento de acne. Recomenda-se uma aplicação diária em toda a pele da face.
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Tendo apresentado as atividades desenvolvidas durante o estágio na empresa Naturallis Farmácia de manipulação, observa-se aproveitamento do conhecimento teórico, absorvido ao longo do curso, aplicado ao dia-a-dia de um estabelecimento do ramo. A experiência possibilitou intercâmbio para crescimento profissional, bem como ético e social, encorajando o estudante para o cenário do mercado de trabalho na profissão de técnico químico.
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ANDRES, Francieli Gediane. Uso da Isoflavona no climatério e na pós-menopausa. Trabalho de conclusão de curso, UNIJUÍ. Ijuí, RS, 2012.
AYRES, Nathalie. Farinha de maracujá: fibras para controlar o colesterol e o diabetes. Disponível em<http://www.minhavida.com.br/alimentacao/tudo-sobre/17049-farinha-de-maracuja-fibras-para-controlar-o-colesterol-e-o-diabetes>. Acesso em 12 mai. 2017.
BARBOSA, Diomara Resende, LENARDON, Layane, PARTATA, Anette Kelsei. Kava-Kava (Piper methysticum): Uma revisão geral. Instituto Tocantinense Presidente Antônio Carlos. Araguaína, TO, 2013.
BIYKEM BOZKURT, MD, ILDICO AGOSTON, MD, A.A KNOWLTON, MD. Complications of inappropriete use of Spironolactone in heart failure: when an old medicine spirals out of new guidelines. Houston, 2002.
BOECHAT, Breno. Repelentes ajudam no combate ao mosquito da dengue; conheça as diferenças entre eles. Disponívem em< https://extra.globo.com/noticias/saude-e-ciencia/dengue/repelentes-ajudam-no-combate-ao-mosquito-da-dengue-conheca-as-diferencas-entre-eles-11531870.html>. Acesso em 16 mai. 2017.
BRENNER, Fabiane Milinari, ROSAS, Fernanda Manfron Batista, GADENS, Guilherme Augusto, SULZBACH, Martha Lenardt, CARVALHO, Victor Gomide, TAMASHIRO, Vivian. Acne: Um tratamento para cada paciente. Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2016.
CHAPMAN, Neil, DOBSON, Joanna, WILSON, Sarah, DAHLÖF, Björn, SEVER, Peter S., WEDEL, Hans, POULTER, Neil R. Effect of Spironolactone on blood pressure in subjects with resistant hypertension. Londres, Inglaterra, 2007.
COELHO, Pedro. Cisteína – aminoácido. Disponível em<http://www.engquimicasantossp.com.br/2014/07/cisteina-aminoacido.html>. [S.I], 2014. Acesso em 30 jun. 2017.
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