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Administração de empresas Ciências Contábeis Prof. João Henrique Scaff e Profª Natalia Branco Lopes Krawczun Direito Empresarial TA 02 TÍTULOS DE CRÉDITO E AS PESSOAS JURÍDICAS Resumo Unidade de Ensino: Direito Empresarial Competência da Unidade de Ensino: Conhecer e compreender as relações comerciais e seus reflexos entre empresa, empresário e mercado consumidor. Resumo: Aprofundar o estudo sobre os títulos de créditos, abordando o direito bancário. Palavras-chave: Título; crédito; endosso; aval. Título da teleaula: Títulos de Crédito e as Pessoas Jurídicas Teleaula nº: 02 Neste momento, vamos concentrar esforços na compreensão do que vem a ser os títulos de crédito e seus reflexos de acordo com as exigências previstas no Código Civil e na legislação específica a cada título de crédito para a atividade empresarial, já que a maioria das negociações no comércio de compra e venda de produtos ocorre utilizando tal instituto! Convite ao estudo VA Caminho de Aprendizagem Saber distinguir as pessoas que podem exercer os atos da vida civil, o que é compreendido em nosso ordenamento jurídico como capacidade civil (artigo 3º e 4º do Código Civil) e conhecer a aplicação quanto à responsabilidade civil e seus pressupostos (artigo 186 do Código Civil). Conhecimentos prévios João, ao sair de uma empresa que trabalhou por 10 anos, decidiu ser dono de seu próprio negócio, materializando este sonho no pet shop “Dog&Cat”. Contudo, é necessário ao Sr. João compreender os aspectos legais quanto aos títulos de crédito, bem como as questões bancárias, pois são pontos que afetam de forma direta a saúde financeira do seu negócio. Pensando a aula: situação geradora de aprendizagem TA 02 TÍTULOS DE CRÉDITO E AS PESSOAS JURÍDICAS Grazi, esposa de seu João está auxiliando quanto à estrutura da empresa. Um fato que ela desconhecia é que seu João locou o prédio no qual localiza o seu pet shop, mas o contrato ainda não estava formalizado por ausência de fiador. Assim, Dona Grazi está preocupada e tem dúvidas sobre: Quem pode ser fiador? Há exigências legais? Quais são as obrigações do fiador? Situação-Problema 1 Problematizando a Situação-Problema 1 A fiança é instituto do Direito Civil de natureza contratual e conceitua-se como garantia pessoal prestada por determinada pessoa pelo qual esta garante o pagamento ao credor por obrigação não paga pelo devedor principal. O AVAL consiste em uma garantia dada por um terceiro a um título de crédito, prevista nos artigos 897 e 898 do Código Civil. Ao se tornar avalista, a pessoa traz para si a obrigação pelo que avaliou, devendo assim satisfazê-la junto ao devedor, é o que chamamos de solidariedade. Problematizando a Situação-Problema 1 AVAL FIANÇA Garante títulos de crédito Garante contratos Basta a assinatura do avalista Precisa de cláusulas específicas ou de um contrato específico Responsabilidade solidária Responsabilidade subsidiária, salvo se houver previsão expressa de solidariedade Precisa da vênia conjugal, salvo se os cônjuges forem casados no regime de separação total de bens Precisa da vênia conjugal, salvo se os cônjuges forem casados no regime de separação total de bens A fiança, prevista no Código Civil, em seus artigos 818 a 826, trata de uma garantia de contratos, que necessita da concordância do cônjuge, respondendo o fiador de forma solidária, isto é, se o devedor principal do contrato não cumprir, poderá o credor exigir que o fiador arque com as responsabilidades contidas no contrato. Assim, no caso de seu João, ele deverá arrumar um fiador que tenha anuência de sua esposa para que possam configurar como fiador no contrato de alocação do pet shop, sendo que devem o fiador e a esposa estar cientes de suas responsabilidades quanto ao contrato e possíveis despesas judiciais. Resolvendo a Situação-Problema 1 TA 02 TÍTULOS DE CRÉDITO E AS PESSOAS JURÍDICAS Um novo contratempo tomou conta do cotidiano empresarial de seu João, um título protestado no valor de R$ 500,00. Tratava-se de um título no qual seu João tinha sido avalista de sua primeira funcionária, que não mais trabalhava com ele em seu pet shop. Uma série de perguntas se formou na cabeça de seu João, sendo a principal delas: “o que fazer agora?” Situação-Problema 2 Aval: Ato cambiário pelo qual um terceiro (avalista) se responsabiliza pelo pagamento da obrigação constante no título. O avalista ao garantir o cumprimento da obrigação do avalizado, responde de forma equiparada a este! Arts: 897, C.C e art 30 da Lei Uniforme. Seu João avalista Problematizando a Situação-Problema 2 Local: Anverso do título, bastando a simples assinatura do avalista! Protesto: Ato formal destinado a atestar um fato relevante para a relação cambial em decorrência de: I. Falta de aceite do título; II. Falta de devolução do título; III. Falta de pagamento do título. O protesto é indispensável para a execução de codevedores: Problematizando a Situação-Problema 2 NECESSÁRIO FACULTATIVO Contra coobrigados /devedores indiretos (endossante). Contra devedor principal do título e seu avalista Atende outras finalidade além da relação cambial. EX: Impontualidade justificada/falência. Ação cambial: Cobrança judicial do título crédito (Ex: cheque, a nota promissória, a letra de câmbio, a duplicata, dentre outros). O portador do título de crédito tem o direito de ingressar com a ação cambiária contra todos os obrigados e coobrigados, sem a necessidade de observar a ordem em que se obrigam (art 47 Lei Uniforme). A ação cambial direta: contra o deve- dor principal e seus avalistas. Sr. João avalista. Problematizando a Situação-Problema 2 Ao ser avalista de um título, seu João tornou-se garantidor do título junto ao devedor principal, o que o obriga ao pagamento dos direitos expressos no título, de acordo com o Código Civil, em seu artigo 897. Assim, deverá o seu João realizar o pagamento a fim de evitar uma ação cambial, que consiste na execução judicial do título de crédito, visto que responde de forma solidária por meio do aval dado ao título. Resolvendo a Situação-Problema 2 TA 02 TÍTULOS DE CRÉDITO E AS PESSOAS JURÍDICAS João ao chegar ao banco “DinDin&Money”, dirige-se ao caixa, como de rotina e, ao finalizar os pagamentos, Ricardo, caixa e cliente de seu João, informa que há um cheque que foi devolvido em sua conta e já reapresentado, não tendo o emitente provisão de fundos para o pagamento. Ao pegar o cheque em mãos no valor de R$ 700,00, verifica que foi um cheque pego em pagamento de seu Manoel, mas sendo o seu emitente dona Suzana, dona da mercearia da esquina. Quais as medidas cabíveis para o recebimento? Situação-Problema 3 CHEQUE Cheque é a ordem de pagamento à vista emitida contra um banco em razão de fundos que a pessoa (emitente) tem naquela instituição financeira. (RAMOS, 2015, p. 467). • REQUISITOS do cheque (art. 1º da Lei 7.357/85): I - a denominação ‘’cheque’’ inscrita no contexto do título e expressa na língua em que este é redigido; II - a ordem incondicional de pagar quantia determinada; III - o nome do banco ou da instituição financeira que deve pagar (sacado); IV - a indicação do lugar de pagamento; V - a indicação da data e do lugar de emissão; VI - a assinatura do emitente (sacador), ou de seu mandatário com poderes especiais. Problematizando a Situação-Problema 3 Problematizando a Situação-Problema 3 sacador sacado tomador correntista Instituição Financeira credor Problematizando a Situação-Problema 3 ENDOSSO É o ato cambiário mediante o qual o credor do título decrédito (endossante) transmite seus direitos a outrem (endossatário). Efeitos do endosso: a) transfere a titularidade do crédito. b) responsabiliza o endossante CHEQUE PRÉ-DATADO (ou pós-datado). Ocorre quando temos a emissão de um cheque para ser pago em data futura. Nesse caso, perderia o cheque a natureza de ordem de pagamento à vista? Responsabilidade STJ, Súm. nº 370 "caracteriza dano moral a apresentação antecipada de cheque pré-datado”. STJ, Súm. nº 388 "a simples devolução indevida de cheque caracteriza dano moral". Problematizando a Situação-Problema 3 Seu João poderá buscar junto ao seu Manoel a troca deste cheque, devendo ele se responsabilizar pelo pagamento, já que é garantidor do cheque pelo instituto do endosso, respondendo de forma solidária. Caso o seu Manoel se negue a realizar o pagamento dos direitos contidos no título, caberá ao seu João realizar o protesto do cheque, tornando a insolvência pública, buscando assim o pagamento do título de crédito junto ao cartório de protestos. Caso mesmo protestado não ocorra a efetivação do pagamento, deverá procurar um advo- gado para que uma ação cambial, execu- ção judiciária, seja efetivada de forma so- lidária em face de D. Suzana e Sr. Manoel. Resolvendo a Situação-Problema 3 TA 02 TÍTULOS DE CRÉDITO E AS PESSOAS JURÍDICAS Genaro em um bate-papo no café com o João, disse: “É, seu João mal começou com a lojinha e já está ganhando muito dinheiro, é até cliente VIP, depósitos gordos... hein?!”. Essa indagação deixou o seu João preocupado, visto que acreditava que a filha do seu Genaro trabalhava no banco e poderia ter comentado algo sobre as questões bancárias da empresa dele. Caso esta conduta por parte do banco Tenha ocorrido, será que está cor- reta? Situação-Problema 4 X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação; XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabele- cer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal. Problematizando a Situação-Problema 4 SIGILO BANCÁRIO: Fundamentos – Art 5º CF/88 (...) o sigilo bancário se caracteriza como sendo a obrigação do banqueiro – a benefício do cliente – de não revelar certos fatos, atos, cifras e ouras informações de que teve conhecimento por ocasião de sua atividade bancária e notadamente aqueles que concernem a seu cliente, sob pena de sanções muito rigorosas, civis, penais ou disciplinares (ABRÃO, 2010, p. 98). REGRA GERAL SIGILO Problematizando a Situação-Problema 4 O banco tem a obrigação de manter as informações de forma sigilosa quanto aos dados e à situação financeira, ou o estado dos negócios ou atividades dos contribuintes ou de terceiros, ressalvada a requisição regular da autoridade judicial e nos interesses da justiça, de acordo com o artigo 198 CTN. Problematizando a Situação-Problema 4 Quem precisa de autorização judicial para ter acesso as informações bancárias Polícia Precisa Ministério Público Precisa TCU Precisa Receita Federal Não Precisa Fisco estadual, distrital, municipal Não Precisa CPI Não Precisa As falas do seu Genaro podem não passar de simples especulações para saber a quantas anda a empresa do seu João. Se houver a devida comprovação de que a instituição financeira ou algum de seus funcionários possibilitaram a divulgação ou o vazamento de informações, deverão responder nas esferas cível, administrativa, e criminal, nos termos da lei. Resolvendo a Situação-Problema 4 TA 02 TÍTULOS DE CRÉDITO E AS PESSOAS JURÍDICAS José compra um carro de Pedro, sendo esta compra instrumentalizada por meio da emissão de uma nota promissória no valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais). Pedro, por sua vez, tem uma dívida perante Antônio no valor aproximado de R$ 10.000,00 (dez mil reais) e resolve dar como pagamento a nota promissória, endossando-a com a finalidade de transferir a sua titularidade. Diante do caso, Antônio poderá cobrar de José e de Pedro o valor constante na nota promissória? José poderá alegar eventual irregu- laridade na venda que Pedro rea- lizou, visando não pagar a nota ofer tada? Provocando novas situações Diante da definição, podemos conceituar e compreender os princípios que constituem os títulos de crédito, os quais são: • Cartularidade ou incorporação. • Literalidade. • Autonomia. • Abstração. PRINCÍPIO DA AUTONOMIA: Por esse princípio, entende-se que o título de crédito configura-se docu- mento constitutivo de direito novo, autô- nomo, originário e completamente desvin culado da relação que lhe deu origem. Provocando novas situações PRINCÍPIO DA INOPONIBILIDADE DAS EXCEÇÕES PESSOAIS Encontra amparo legal no art. 17 da Lei Uniforme (Decreto n° 57.663/66): As pessoas acionadas em virtude de uma letra não podem opor ao portador exceções fundadas sobre as relações pessoais delas com o sacador ou com os portadores anteriores, a menos que o portador ao adquirir a letra tenha procedido conscientemente em detrimento do devedor. Provocando novas situações Diálogo do professor com alunos DÚVIDAS??? VE Caminho de Aprendizagem
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