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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE HUMANIDADES DEPARTAMENTO DE LETRAS ESTRANGEIRAS HISTÓRIA DA LÍNGUA INGLESA SAMUEL COSTA O USO DA LINGUAGEM E A CENSURA COMO CONTRAPONTO A linguagem é qualquer forma que temos para expressar determinados pensamentos, ideias e sentimentos. Logo, a linguagem está estritamente ligada à comunicação, pois onde há comunicação, há linguagem. A censura é o exame o qual trabalhos artísticos como filmes, livros, músicas, entre outros, e os trabalhos informativos, como notícias, são submetidos. Esse exame tem critérios de base política e ideológica e tem como função definir o que será liberado para o público. No filme Howl (2010), podemos ver uma contraposição desses dois conceitos quando o livro é mandado para ser julgado e passar pelo processo de censura por conta de sua linguagem repleta de palavrões e também por falar de forma muito explícita sobre sexo, drogas e homossexualidade, que na época era vista como uma doença e por isso, homossexuais assumidos precisavam passar por tratamentos desumanos, que envolviam até choques. Em um regime ditatorial, a censura é bastante usada como uma forma de manter o controle, conseguir manipular informações, e consequentemente manipular a população e a forma como pensam. Não precisamos ir muito longe quando o assunto é linguagem e censura. Aqui mesmo em nosso país tivemos vários exemplos de censura na época da ditadura (1964-1985). Um desses exemplos é a música “Caminhando (Pra não dizer que falei das flores)”, de Geraldo Vandré, lançada em 1968, alguns anos após o golpe. Vandré foi um dos primeiros artistas a ser perseguido e censurado pelo governo militar. A canção foi a sensação em um festival de música brasileira, e acabou por se transformar em um hino para todos aqueles que lutavam contra o regime ditatorial. Com ela, Vandré incentivava o público a não aceitar a condição em que o país se encontrava e a lutar contra ela, como no refrão da canção que diz “Vem, vamos embora, que esperar não é saber. Quem sabe faz a hora, não espera acontecer.” Além de também fazer fortes provocações ao exército, como no trecho “Há soldados armados, amados ou não. Quase todos perdidos, de armas na mão. Nos quartéis lhes ensinam uma antiga lição: De morrer pela pátria e viver sem razão”, podemos ver a clara crítica ao regime vigente na época. A liberdade de expressão por meio da linguagem é um direito de todos e não pode ser censurada por conta de interesses maiores.
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