Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO JOÃO DEL-REI CAMPUS ALTO PARAOPEBA CURSO DE ENGENHARIA CIVIL Projeto Geométrico Rodoviário Ortofotocarta 40-3 Gabíria Rafaela Rodrigues Ferreira – 174150056 Guilherme Gregório Arêdes Vieira – 174100053 Jaqueline de Carvalho Caires – 114150026 Jéssica Cristina Chaves Ramalho – 164150058 Joseane Silva de Souza – 134150042 Larissa Regina Costa Silveira – 174100034 Rhully Cristian Vidal Rocha – 164150070 Ouro Branco - MG Dezembro de 2017 UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO JOÃO DEL-REI CAMPUS ALTO PARAOPEBA CURSO DE ENGENHARIA CIVIL Projeto Geométrico Rodoviário Ortofotocarta 40-3 Trabalho apresentado à disciplina de Infraestrutura de Vias Terrestres do curso de Engenharia Civil da UFSJ como parte da avaliação. Professor: Paulo Roberto Borges Ouro Branco - MG Dezembro de 2017 Lista de Figuras Figura 1 - Localização da Rodovia no Brasil 7 Figura 2 - Localização da Rodovia no Distrito Federal 7 Figura 3 - Ortofotocarta 40-3. (Fonte: Terracap Map (DF)) 8 Figura 4 - Latossolo do Cerrado brasileiro. (Fonte: Código Florestal) 9 Figura 5 - Traçado (AutoCad Civil 3D) 12 Figura 6 - A x L 18 Lista de Tabelas Tabela 1 - Volume de Tráfegos / Critério de Classificação de Rodovias. (Fonte: Manual de Implementações Básicas de Rodovias, DNIT,2010). 13 Tabela 2 – Largura do Acostamento Externo (m) 14 Tabela 3 – Síntese das Características dos Sistemas Funcionais das Rodovias. (Fonte: Departamento de Estradas de Rodagem). 15 Tabela 4 - Valores Máximos Admissíveis para os Coeficientes de Atrito Transversal f. (Fonte: FONTES, 1995). 16 Tabela 5 – Valores dos Raios Acima dos quais é Dispensável a Superlargura. 17 INTRODUÇÃO O planejamento de uma via surge a partir da necessidade de interligar dois ou mais locais. A construção de uma nova via trás influências políticas, ecológicas, sociais e econômicas sobre a região em que será implantada, sendo assim, faz-se necessário maximizar os benefícios e minimizar os impactos e os custos, buscando melhor atender aos interesses da população na escolha do traçado. A infraestrutura de vias terrestres inclui o projeto geométrico de rodovias, e este relatório têm como objetivo expor um traçado do modal rodoviário a fim de solucionar uma necessidade exposta pela Ortofotocarta 40-3. O traçado final proposto por este projeto foi elaborado tendo em vista a relação de custo-benefício da infraestrutura da via rodoviária, assim como, aspectos sociais e ambientais. Este relatório apresentará o traçado desenvolvido, além de justificar a decisão de utilizar o mesmo para a elaboração do projeto. A partir dessa escolha, será desenvolvida uma solução para a construção da rodovia. O projeto necessitará de cortes e aterros que também serão expostos e detalhados neste trabalho. MAPA DE SITUAÇÃO Os pontos a serem ligados pela rodovia localizam-se no Distrito Federal. Os mapas de localização, representados pelas Figuras 1 e 2 mostram o detalhamento da área onde será executada a rodovia. Figura 1 - Localização da Rodovia no Brasil Figura 2 - Localização da Rodovia no Distrito Federal FASES INICIAIS Realizou-se um estudo da região para a implantação da Rodovia, levando em consideração a topografia do local e a demanda de projeto, visando ter um aproveitamento adequado do terreno e o máximo desempenho da rodovia. Alguns fatores foram levados em consideração, tais como, estudos aerofotogramétricos, estudos geotécnicos, estudos topográficos, estudo da fauna e flora. Mediante a realização do estudo, obtiveram-se duas alternativas de traçado do trecho. Estudos Aerofotogramétricos Toda base cartográfica e estudos realizados são oriundos da ortofotocarta 40-3 obtida através da Terracap Map (DF). Inicialmente, definiu-se uma área que levasse em consideração as características geológicas e geomorfológicas do terreno onde se situavam os cinco pontos pré-determinados para a passagem da rodovia. Na Figura 3, pode-se observar a ortofotocarta em questão, sendo que os círculos em vermelho representam os pontos de passagem da rodovia. Figura 3 - Ortofotocarta 40-3. (Fonte: Terracap Map (DF)) Estudos Geotécnicos e Topográficos A rodovia a ser construída será instalada em uma área localizada no Planalto Central brasileiro, que se situa na região Centro-Oeste do país. Esta região possui o clima tropical semiúmido, vegetação de cerrado e Mata Atlântica. Com relação ao relevo, este é composto de rochas cristalinas e sedimentares, além das grandes extensões de latossolos. Por ser um planalto, o relevo dessa região é plano e alto, com altitudes que variam de 300 a 1650 metros. Os estudos topográficos desenvolveram-se entre as estacas 00+00.00 e 109+00.00 das obras de execução do Projeto rodoviário, através de levantamento planialtimétrico cadastral referenciado ao sistema de coordenadas existente na obra, atendendo às normas da ABNT e especificações do DNIT. Em relação aos solos abrangentes nessa região, a maioria deles é classificada como latossolos, eles estão presentes em 46% da área. Esse tipo de solo é predominante nas áreas de cerrado e sua coloração varia entre o vermelho e o amarelo, são bem drenados em grande parte do ano, apresentam acidez e toxidez de alumínio. São pobres em nutrientes para as plantas. Mas outros tipos solos também se destacam, como os pedregosos e rasos, geralmente de encostas, os arenosos e os orgânicos, Figura 4. Figura 4 - Latossolo do Cerrado brasileiro. (Fonte: Código Florestal) O estudo geotécnico realizado no local da obra foi o de sondagem a percussão, este ensaio que tem como finalidade: Determinar o perfil geológico; Analisar a capacidade de suporte de carga das diferentes camadas de subsolo; Determinar o nível do lençol freático; Apontar eventuais zonas de ruptura que possam ocorrer na superfície em questão. A execução do ensaio respeitou as determinações da ABNT. Com os resultados obtidos: foi constado que o solo em questão, pertence ao grupo dos Latossolos, onde este possui uma boa resistência apresentando uma excelente capacidade a processos de compressão, proporcionando uma grande facilidade de suporte de cargas sem comprometer a fundação com fissuras ou cisalhamento em seu termo. Levando isso em consideração, chegou-se à conclusão de que não seria necessário a realização de estudos geológicos mais profundos no terreno. Estudo da Fauna e Flora O planalto central possui uma flora bem diversificada, com mais de 3 mil espécies de vegetais, das quais podemos citar o ipê, a aroeira, o pequi, a copaíba e as orquídeas. As características dessas espécies são seus galhos tortuosos e de pequeno porte, as raízes destes arbustos são profundas, as cascas destas árvores são duras e grossas e as folhas são cobertas de pelos. Além da flora, a fauna é muito rica com mais de 1500 espécies de animais desde aves, mamíferos, répteis, anfíbios e insetos. As principais espécies de animais encontradas no Cerrado são: anta, cervo, onça-pintada, suçuarana, tatu-canastra, lobo-guará, lontra, tamanduá-bandeira, gambá, ariranha, gato-palheiro, veado-mateiro, cachorro-do-mato vinagre, macaco-prego, quati, queixada, porco-espinho, capivara, tapiti e preá. Infelizmente, em função do avanço dos agronegócios, principalmente de soja, o cerrado vem diminuindo a cada dia. A pecuária de corte também tem colaborado para a diminuição deste tipo de vegetação. Segundo ambientalistas, nas últimas 5 décadas, a vegetação do cerrado diminuiu 50% de seu tamanho inicial. Dos 2.038.953 km² da área original do cerrado, apenas 1.038.605 km² (50,9%) encontra-se preservada. DESCRIÇÃO GERAL DA RODOVIA Descrição Técnica Com relação à rodovia, esta deve passar por cinco pontos (1, 2, 3, 4 e 5), suas respectivas cotas são 1.050 m, 1.045 m e 1.055m, 1.090m e 1.150m. A distância planimétrica em linha reta entre os pontos 1 e 2 é de 3,26 Km. A distância planimétrica entre os pontos 2 e 3 é de 3,16 Km. A distância planimétrica entre os pontos 3 e 4 é de 3,22 Km. A distância planimétrica entre os pontos 4 e 5 é de 1,53 Km. Há também entre os pontos 1 e 2 um córrego a ser transposto, portanto haverá a necessidade de uma ponte. Descrição Ambiental O terreno onde será construída a rodovia é composto principalmente por cerrado, tendo em alguns trechos margeando os Córregos Vereda e alguns trechos de mata, pastagens e campos. PROJETO GEOMÉTRICO Traçado Para o desenvolvimento do projeto geométrico baseou-se na melhor posição do traçado, respeitando-se todas as condicionantes técnicas normativas rodoviárias atendendo as necessidades de projeto. O traçado percorre os trechos de P1 a P2, P2 a P3, e P4 a P5 utilizando-se da menor distância entre os pontos, o que reduz a extensão da rodovia e possivelmente o seu custo. Além disso, no trecho de P3 a P4, projetamos uma curva menos sinuosa, tendo em vista adição de um novo ponto, o que favorece ao conforto do usuário. Em se tratando de um sistema arterial secundário, a rodovia projetada atenderá cidades com população entre 10.000 e 50.000 habitantes. Diante do fluxo de veículos esperado para a região, optou-se por uma via de pista simples sem barreira New Jersey. Figura 5 - Traçado (AutoCad Civil 3D) Diretrizes de Projeto As características referentes à Rodovia planejada encontram-se listadas abaixo: Projeto Geométrico Rodoviário Velocidade Diretriz: 70 km/h, Veículo de Projeto: SR, Sistema arterial secundário, Volume de tráfego projetado: 800 vpd, Rodovia de Classe II, Em que a velocidade está relacionada com a classe da rodovia e por sua vez ao volume de tráfego. Para essa determinação, utilizou-se a Tabela 1. Tabela 1 - Volume de Tráfegos / Critério de Classificação de Rodovias. (Fonte: Manual de Implementações Básicas de Rodovias, DNIT,2010). Para projeto da Rodovia em questão é primordial e necessário o estudo de tráfego. Como resultado do estudo de tráfego chegou-se a uma conclusão de que a rodovia planejada seria de classe II, que corresponde a projeto de rodovia em pista simples, cuja adoção é recomendada quando a demanda a atender é de 700 vpd a 1.400 vpd. O nosso volume de tráfego é de 800 vpd. A velocidade diretriz da via ficou fixada em 70 km/h e o veículo de projeto adotado foi o SR, Veículos comerciais articulados, compostos normalmente de unidade tratora simples e semi-reboque. A via de uma forma geral é classificada como sistema arterial secundário. No que se refere ao acostamento, para o projeto da rodovia Classe II, foi necessário planejar e acrescentar acostamentos, ao qual, através da Tabela 2, foi determinado um comprimento de 2,00 m. Tabela 2 – Largura do Acostamento Externo (m) Com relação ao sistema funcional da Rodovia, esta possui um Sistema Arterial Secundário, onde, através da Tabela 3 é possível dimensionar as funções básicas e o espaçamento da Rodovia a ser construída. Tabela 3 – Síntese das Características dos Sistemas Funcionais das Rodovias. (Fonte: Departamento de Estradas de Rodagem). Um projeto geométrico adequado deve evitar: Excesso de curvas e grande sinuosidade; Declives a aclives acentuados; Curvas com raios próximos ao valor mínimo admissível; Grandes intervenções no relevo. Raio Mínimo O Cálculo do Raio mínimo além de ser muito expressivo é primordial para a realização de um projeto Rodoviário, pois, o Raio Mínimo de curva apresenta o limite crítico para a projeção das curvaturas de rodovias, aos quais os valores dos raios dessas curvas devem ser evitados a aproximarem do valor do Raio mínimo. Para isso fez-se o cálculo do Raio mínimo utilizando a Equação 1. Equação (1) Onde: Rmín: Raio Mínimo da Curva Circular (m); V: Velocidade De Projeto (km/h); emáx: Superelevação Máxima Admissível (%); fmáx: Fator De Atrito Lateral Entre O Pneu E O Pavimento (Adimensional). Observa-se nesta formulação, portanto, que os raios mínimos estão sempre associados a uma superelevação máxima admissível e a valores máximos admissíveis de fatores de atrito lateral entre pneu e pavimento. Coeficiente de atrito transversal Para obter-se o valor de fmáx foi preciso analisar a Tabela 4. Os valores a adotar para o coeficiente de atrito f são fixados pelas normas de projeto geométrico. As normas do DNER fixam, como valores máximos admissíveis de coeficiente de atrito transversal, para fins de projeto e para diferentes velocidades diretrizes. Tabela 4 - Valores Máximos Admissíveis para os Coeficientes de Atrito Transversal f. (Fonte: FONTES, 1995). Superelevação Já para a seleção do valor máximo de superelevação, podem-se destacar as seguintes recomendações para os valores máximos admissíveis de superelevação a serem adotados: emáx = 8% em rodovias de padrão intermediário ou elevado; de acordo com diversos órgãos rodoviários, este é o valor máximo para a taxa de superelevação, pois tal limite tende a reduzir a probabilidade de que condutores mais lentos sejam submetidos, por efeito da força peso, a deslocamentos transversais em direção à parte interna da curva, os quais podem exigir esforços excessivos e afetar a dirigibilidade; emáx = 6% em projetos condicionados por urbanização adjacente e frequentes interseções, que provoquem redução da velocidade média; emáx = 4% em situações extremas, com intensa ocupação do solo adjacente e reduzida possibilidade para variar as declividades transversais da pista, sem vias marginais. Ainda são admissíveis, embora não recomendadas, taxas máximas de superelevação de 10% e, em casos excepcionais, 12%. Valores superiores a este limite são inadequados, devido a dificuldades construtivas, de manutenção e operação de veículos lentos. No entanto, para as características da Rodovia a ser projetada, o valor de emáx é igual a 6%. Superlargura Com relação ao dimensionamento de Superlargura, este foi analisado conforme Tabela 5. Deve ser observado que a necessidade de Superlargura aumenta com o porte do veículo e com a redução da largura básica da pista em tangente. Abaixo, segue a Tabela 5, onde apresenta os valores dos raios acima dos quais é dispensável a Superlargura. Tabela 5 – Valores dos Raios Acima dos quais é Dispensável a Superlargura. Perfil Projetado O comprimento inicial adotada para o Perfil Projetado (curvas verticais) foi de 200m. A curva foi traçada em conformidade com o terreno e com os critérios de projeto seguidos pelo próprio software. Pala Figura 6 abaixo, é possível saber a relação entre a largura e o greide das rampas. Considerando uma velocidade de 70km/h, o greide máximo admissível seria de 10%. No projeto, todos ficaram consideravelmente abaixo, sendo, portanto, adequados. Figura 6 - A x L Assim, de posse de todas essas informações e do valor de velocidade fornecida igual a 70 km/h, através da Equação 1, obteve-se um valor de aproximadamente Rmin=183,73 m. Então, foi adotado um Raio igual a 200m, a superelevação e foi de 5,4%, que é menor que a superelevação máxima, de 6%, o que significa que a escolha de 200m é adequada para o projeto. Composições do Trabalho O projeto geométrico é composto deste relatório aqui descrito, (01) planta com o traçado da via em A1, (01) perfil longitudinal da via em A1, (8) seções transversais em A3 - para os cálculos de volume de aterro e corte diagrama de massas e curvas verticais e está em acordo com as normas vigentes do DNIT. As tabelas relativas às curvas horizontais e verticais, além do estaqueamento e valores referentes aos cortes, aterros e terraplenagem se encontram em anexo a este documento, juntamente com a planta do projeto geométrico. CARACTERIZAÇÃO FUNCIONAL A implantação da rodovia tem como objetivos: Aumentar a competitividade dos produtos; Redução no preço final do produto; Geração de empregos. Diminuição dos custos de transportea aumento da eficiência energética; Fomentar o desenvolvimento da região Centro-Oeste; Aumentar a malha rodoviária brasileira. Cabendo ressaltar que a região Centro-Oeste é responsável por 42% (88 milhões de toneladas) da produção de grãos do Brasil. . RELATÓRIO DE VOLUME Foi gerado o relatório de volume do projeto (Anexo A) e foram obtidos os valores finais de corte e aterro, apresentados na Tabela x. Área 2D (m²) Corte (m²) Aterro (m²) Saldo (m²) 421390.85 3621334.24 94623.53 3526710.72 CONCLUSÃO A construção da Rodovia levou em questão os estudos geotécnicos, topográficos, aerofotogramétricos e da fauna e da flora localizado no Distrito Federal, na qual essa deve ser construída. O projeto buscou ser o mais completo e detalhado possível, a fim de garantir o seu fácil entendimento. Foi projetada para o deslocamento de veículos em geral, onde foi realizado um estudo do trafego atual, juntamente com a estimativa de tráfego futuro, com objetivo de escoar produtos e promover a mobilidade de pessoas. Para projetar uma rodovia, é de suma importância fazer um estudo minucioso com a finalidade de priorizar o custo-benefício. Portanto, elaborou-se então, o projeto geométrico para o traçado da rodovia, no qual consta a planta e o perfil longitudinal da via, juntamente com os cálculos de corte e aterro das seções transversais, distâncias dos transportes de materiais empregados, o diagrama de massas e curvas verticais. BIBLIOGRAFIA ABNT-Associação Brasileira de Normas Técnicas. (s.d.). DNIT - Departamento Nacional Infraestrutura de Transporte. (s.d.). (20 de Janeiro de 2017). Fonte: http://www.dnit.gov.br/download/sala-deimprensa/isf-205- estudos-de-tracado.pdf DNER - Departamento Nacional de Estradas de Rodagem. (21 de Janeiro de 2017). Normas para o Projeto das Estradas de Rodagem. Fonte: http://www.dnit.gov.br/download/rodovias/operacoes-rodoviarias/faixa-de- dominio/normas-projeto-estr-rod-reeditado-1973.pdf Projeto Geométrico Rodoviário - Ortofotocarta 40-3 Página 19
Compartilhar