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Aula 01 DIREITOS HUMANOS - RESUMO

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2 
DIREITOS HUMANOS × DIREITOS FUNDAMENTAIS 
 
Os “direitos humanos” e os “direitos fundamentais” formam o centro mais valioso dos direitos e se relacionam à 
vida, à liberdade, à propriedade, à segurança e à igualdade, com todos os seus desdobramentos. 
 
Entretanto, a expressão “direitos humanos” é utilizada pela Filosofia do Direito e ainda pelo Direito Internacional 
Público e Privado. Já “direitos fundamentais” referem-se aos direitos humanos positivados em um sistema consti-
tucional, analisados sob o enfoque do direito interno. Ambos estão a serviço da dignidade da pessoa humana. 
 
 DIREITOS FUNDAMENTAIS × GARANTIAS FUNDAMENTAIS 
 
“Direito”, em sua acepção clássica, seria a disposição meramente declaratória que imprime existência legal ao 
direito reconhecido. É a proteção ao bem, ao interesse tutelado pela norma jurídica, configurando verdadeiro pa-
trimônio jurídico. 
 
As “garantias”, por sua vez, traduzem-se no direito dos cidadãos de exigir dos poderes públicos a proteção de 
seus direitos. Servem para assegurar os direitos através da limitação do poder, possuindo caráter instrumental, 
atuando como mecanismos prestacionais na tutela dos direitos. As garantias constitucionais, segundo a visão 
clássica bipartida de José Afonso da Silva, classificam-se em gerais e específicas: 
 
a) garantias fundamentais gerais: são aquelas que vêm convertidas em normas constitucionais que proíbem os 
abusos de poder e todas as espécies de violação aos direitos que elas asseguram e procuram tornar efetivos. 
 
Realizam-se por meio de princípios, tais como: 
 
o da legalidade, o da liberdade, princípio do devido processo legal etc. 
 
b) garantias fundamentais específicas: são aquelas que instrumentalizam, verdadeiramente, o exercício dos direi-
tos, fazendo valer o conteúdo e a materialidade das garantias fundamentais gerais. São exemplos: o habeas cor-
pus, o mandado de segurança, o habeas data, o mandado de injunção, a ação popular, o direito de petição etc. 
São chamados de “remédios constitucionais” por designar um recurso aquilo que combate o mal, qual seja, o des-
respeito ao direito fundamental. 
 
Remédios Constitucionais: 
 
Administrativos: direito de petição e de certidão (art. 5º, inciso XXXIV) 
Judiciais: HC, HD, MS, MI e Ação Popular (art. 5º, incisos LXVIII a LXXIII) 
 
TITULARIDADE 
 
De acordo com o art. 5º caput, são destinatários dos direitos fundamentais os brasileiros e os estrangeiros resi-
dentes no Brasil. No entanto, não há dúvidas de que a interpretação literal do texto não encerra toda a essência 
da norma, pois, segundo orientação da doutrina e da jurisprudência, todas as pessoas naturais, independente de 
sexo, idade, nacionalidade ou de quaisquer outros fatores de discriminação, também possuem seus direitos fun-
damentais garantidos. Além do mais, as pessoas jurídicas também recebem a proteção de certos direitos funda-
mentais, como a honra objetiva e a imagem, por exemplo. 
 
DUPLA DIMENSÃO DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS 
 
Os direitos fundamentais sob a perspectiva subjetiva significam que as pessoas podem exigir de outrem (particula-
res e Estado) uma determinada prestação que pode ser comissiva ou omissiva. 
 
Além da natureza facultativa de sua exigência, os direitos fundamentais encontram uma tutela também objetiva. 
É como se todo direito fundamental trouxesse um valor que deverá se irradiar pelo ordenamento. É a chamada 
força irradiante dos direitos fundamentais. 
 
Com base nesse conceito, fala-se também na teoria dos deveres de proteção aos direitos fundamentais. 
 
 
 
 
 
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O Estado, mesmo em relação aos direitos fundamentais de caráter clássico, individuais, que eram vistos tradicio-
nalmente como direitos a uma abstenção, deve agir, manifestando-se objetivamente para proteger o direito diante 
de ameaças vindas de terceiros. 
 
CARACTERÍSTICAS 
 
As características a seguir expostas identificam algumas peculiaridades do núcleo dos direitos fundamentais, ou 
seja, do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, e não de suas manifestações con-
cretas. Por exemplo, a pessoa pode renunciar à herança – que é um dos desdobramentos concretos da proprie-
dade – mas não poderá renunciar ao direito que tem à propriedade. 
 
a) Relatividade 
 
Os direitos fundamentais não são absolutos, pois podem ser relativizados diante de situações em conflito, como 
por exemplo: apesar de o Estado brasileiro proteger o direito à vida como direito fundamental, vedando-se, como 
exemplo, a pena de morte, é possível que num caso excepcional, de guerra, a vida seja sacrificada em prol de 
outras vidas e dos valores da nação. É esse o entendimento do STF, nas palavras do Min. Celso de Mello, abaixo 
transcritas: Os direitos e garantias individuais não têm caráter absoluto. Não há, no sistema constitucional brasilei-
ro, direitos ou garantias que se revistam de caráter absoluto, mesmo porque razões de relevante interesse público 
ou exigências derivadas do princípio de convivência das liberdades legitimam, ainda que excepcionalmente, a 
adoção, por parte dos órgãos estatais, de medidas restritivas das prerrogativas individuais ou coletivas, desde que 
respeitados os termos estabelecidos pela própria Constituição. O estatuto constitucional das liberdades públicas, 
ao delinear o regime jurídico a que estas estão sujeitas – e considerado o substrato ético que as informa – permite 
que sobre elas incidam limitações de ordem jurídica, destinadas, de um lado, a proteger a integridade do interesse 
social e, de outro, a assegurar a coexistência harmoniosa das liberdades, pois nenhum direito ou garantia pode 
ser exercido em detrimento da ordem pública ou com desrespeito aos direitos e garantias de terceiros
1
 (grifamos). 
Segundo a Declaração Universal dos Direitos Humanos
2
 existiriam alguns direitos fundamentais que não poderiam 
em hipótese alguma ser desrespeitados, como por exemplo, a vedação à escravidão e à tortura. Não há posicio-
namento formal do STF à respeito do assunto, então prevalece o entendimento de que a sua natureza, apesar de 
especial, é relativa. 
 
b) Complementariedade 
 
Os direitos fundamentais não são analisados sob o prisma isolado, pois estão numa relação de complementação, 
ou seja, os direitos sociais reforçam os direitos individuais, os direitos difusos ampliam as garantias para a tutela 
coletiva e é nessa simbiose que eles devem ser compreendidos e respeitados. 
 
c) Indisponibilidade 
 
Como não possuem natureza econômico-financeira, o núcleo dos direitos fundamentais não poderá ser transacio-
nado por inteiro, ainda que alguns aspectos concretos dos direitos fundamentais possam ser eventualmente pas-
síveis de negociação, como nos contratos de reality show, por exemplo. 
 
d) Imprescritibilidade 
 
Os direitos fundamentais não estão sujeitos ao decurso do tempo, por isso se diz que são imprescritíveis, o que 
não quer dizer que algumas manifestações concretas dos direitos não possam prescrever, como por exemplo, a 
reclamação trabalhista que deverá ser ajuizada no prazo fatal de até dois anos após extinto o contrato de trabalho 
(art.
 
7
o
, XXIX, CF/88). 
 
e) Universalidade 
 
1 STF, MS 23.452/RJ, Plenário, j. 16.09.99, Rel. Min. Celso de Mello, DJ 12.05.2000. 
 
2 Adotada e proclamada pela Resolução no 217-A (III), da Assembleia Geral das Nações Unidas em 10 de dezem-
bro de 1948. Assim dispõe sobre o assunto: 
“Artigo IV Ninguém será mantido em escravidão ou servidão, a escravidão e o tráfico de escravos serão proibidos 
em todas as suas formas. 
Artigo V Ninguém será submetido à tortura, nem a tratamento ou castigo cruel, desumano ou degradante”. 
 
 
 
 
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Essa característicaestá em harmonia com o envolvimento dos países com a comunidade jurídica internacional 
depois da Segunda Guerra Mundial de uma maneira muito contundente e pode ser analisada sob dois enfoques. 
Inicialmente, a titularidade deverá proteger o maior número de destinatários, sem preconceitos de raça, cor, sexo, 
idade, nacionalidade ou condição social. Em segundo lugar, podemos falar na relativização do próprio conceito de 
soberania estatal, em prol da soberania do indivíduo. Quando o Estado estiver prejudicando os direitos fundamen-
tais do seu povo, da sua gente, a comunidade jurídica internacional poderia se organizar para atuar naquele Esta-
do, para tentar restabelecer e resgatar a dignidade das pessoas que lá habitam, independente da vontade do go-
vernante do país. Esse assunto está em harmonia com o próprio art.
 
4
o
, II, da CF/88, quando pela primeira vez o 
Brasil inseriu o princípio da prevalência dos direitos humanos como guia nas relações internacionais. 
 
f) Irrenunciabilidade 
 
Não há possibilidade de alguém renunciar ao núcleo do seu direito fundamental, esvaziando-o por completo. Com 
isso, o Estado estaria protegendo o indivíduo contra si mesmo, quando, por exemplo, proíbe a eutanásia. 
 
g) Historicidade 
 
Os direitos fundamentais não têm natureza definitiva, pois continuam sendo construídos ao longo da história e se 
encontram em constante processo de modificação. Enfrentaram guerras, morte, lutas, ficaram no ápice e em ver-
dade as gerações dos direitos fundamentais explicam justamente isso, o ganho pontual que os direitos foram re-
cebendo ao longo da história. 
 
h) Aplicabilidade imediata 
 
Na forma do art.
 
5
o
, §
 
1
o
, da CF/88, os direitos fundamentais possuiriam aplicação imediata, daí se infere que não 
podem ser entendidos como meras proclamações retóricas, devendo o intérprete extrair o máximo de efeitos jurí-
dicos que eles podem produzir para a sociedade. 
 
GERAÇÕES OU DIMENSÕES DOS DIREITOS 
 
De acordo com a sua natureza histórica, os direitos foram sendo garantidos pelos ordenamentos jurídicos de ma-
neira gradual. Em alguns momentos receberam tratamento jurídico adequado e, à altura de sua natureza e impor-
tância, outros tantos foram completamente desconsiderados, como durante o período das grandes guerras mun-
diais. 
 
Em que pese os momentos de involuções enfrentados pelos direitos fundamentais, pode-se dizer que formam 
uma categoria aberta e potencialmente ilimitada. Não são estanques, imutáveis, pois seu conteúdo é entendido de 
formas diferentes dependendo do período histórico em que houve a sua evolução ou retrocessos. 
 
Dentro dessa perspectiva transformadora, a doutrina resolveu dividi-los em gerações para apontar quando e como 
foram sendo consagrados na história do constitucionalismo. 
 
O termo “gerações” recebe algumas críticas, tendo em vista que pode gerar uma visão erro-nea de substituição de 
direitos com o tempo, ou de superação de direitos. Hoje o termo mais aceito seria o que traz a ideia de “dimen-
sões”. 
 
Tradicionalmente as dimensões se dividem em 1ª – a das liberdades públicas, civis e polícias, 2 ª – a dos direitos 
sociais, econômicos e culturais e 3 ª – a da proteção aos direitos difusos, e, modernamente, ainda se fala em 4ª e 
5ª dimensões, todas tratadas em seguida: 
 
a) Direitos de primeira dimensão 
 
A primeira dimensão é conhecida por inaugurar o movimento constitucionalista, fruto dos ideários iluministas do 
século XVIII. Os direitos defendidos nessa geração cuidam da proteção das liberdades públicas e dos direitos 
políticos. Atualmente, quase todas as constituições existentes os consagram, mesmo aquelas de Estados onde 
impera a sua escancarada violação como, por exemplo, os ditatoriais. Os titulares são os indivíduos, que os exer-
cem contra os poderes constituídos dos Estados. Nesta fase, o Estado teria um dever de prestação negativa, isto 
é, um dever de nada fazer, a não ser respeitar as liberdades do homem. Seriam exemplos desses direitos: o direi-
to à vida, à liberdade, à propriedade, à manifestação, à expressão, ao voto, ao devido processo legal. 
 
 
 
 
 
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b) Direitos de segunda dimensão 
 
Sob a inspiração da Constituição Mexicana de 1917, a Constituição de Weimar, de 1919, a Declaração Soviética 
dos Direitos do Povo Trabalhador e Explorado, de 1918, nasce a denominada segunda dimensão de direitos fun-
damentais, que traz proteção aos direitos sociais, econômicos e culturais, onde do Estado não mais se exige uma 
abstenção, mas, ao contrário, impõe-se a sua intervenção, visto que a liberdade do homem sem a sua participa-
ção não é protegida integralmente. Esta necessidade de prestação positiva do Estado corresponderia aos chama-
dos direitos sociais dos cidadãos, direitos que transcendem a individualidade e alcançam um caráter econômico e 
social, com o objetivo de garantir à sociedade melhores condições de vida. Nesse diapasão, seriam exemplos 
clássicos desses direitos: o direito à saúde, ao trabalho, à assistência social, à educação e o direito dos trabalha-
dores. 
 
c) Direitos de terceira dimensão 
 
Marcada pelo espírito de fraternidade entre os povos com o fim da Segunda Guerra Mundial, a terceira geração 
representa a evolução dos direitos fundamentais para alcançar e proteger aqueles direitos decorrentes de uma 
sociedade já modernamente organizada, que se encontra envolvida em relações de diversas naturezas, especial-
mente aquelas relativas à industrialização e densa urbanização. Nesta perspectiva, são exemplos desses direitos: 
direito ao desenvolvimento, o direito à paz, o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado. 
 
d) Direitos de quarta e quinta dimensões 
 
Sob a influência da globalização (política e de direitos fundamentais), Paulo Bonavides ainda sustenta a existência 
de uma quarta geração de direitos, que seria formulada pelos avanços tecnológicos, o pluralismo político, a infor-
mação, a sedimentação do modelo político democrático e o próprio futuro da cidadania152. Poderíamos ainda 
incluir nessa análise a manipulação do patrimônio genético, como os advindos da clonagem, da fertilização in 
vitro, dentre outros avanços da ciência e da tecnologia. Segundo o autor, o direito à paz seria uma quinta dimen-
são de direitos fundamentais, sendo condição indispensável ao progresso de todas as nações, grandes e peque-
nas, em todas as esferas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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