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PLANO DE ESTUDOS OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM • Conhecer a função das Calungas e das Figuras Humanas. • Compreender a disposição e as atividades das calungas, no desenho de arquitetura. • Conhecer os elementos do paisagismo. • Compreender o projeto de paisagem. • Conhecer as representações gráficas de vegetação. Calungas e Figuras Humanas Calungas no Desenho de Arquitetura Projeto de Paisagismo Símbolos de Vegetação Elementos do Paisagismo Me. Cássio T. de Menezes Jr. Esp. Murilo Zampieri Figuras Humanas e Elementos de Paisagismo Calungas e Figuras Humanas Caro(a) aluno(a), podemos considerar que o ob- servador de um desenho ou de um projeto arqui- tetônico se correlaciona com as figuras humanas inseridas nas imagens, conhecidas como calungas; assim, o observador se transfere dentro do con- texto da cena ilustrada. A calunga é uma forma de medida referencial, utilizada na arquitetura com o embasamento do corpo humano. O ser humano, como observador, tem uma noção in- tuitiva das proporções do seu corpo e utiliza esta noção como parâmetro comparativo. Por meio disso, a aplicação e inclusão de pessoas no dese- nho de arquitetura e de espaços urbanos têm a finalidade de: • Indicar escalas e proporção dos espaços. • Demonstrar a volumetria espacial, deixan- do claro profundidade e nível. • Transmitir habitabilidade, vivacidade e animação nos espaços. 161UNIDADE VIII Segundo Ching (2012), as figuras que usamos para animar um desenho devem estar na escala do ambiente; desse modo, devemos desenhar figuras humanas no tamanho e na proporção adequados. Na criação e representação das calungas, pre- cisamos nos atentar em pequenos detalhes que podem fazer toda a diferença na interpretação do nosso desenho de arquitetura, como: • A cabeça é o elemento mais importante, ela que vai estabelecer a altura da figura. • Nos desenhos de arquitetura, a representa- ção detalhada da figura humana, como a de dedos, olhos, bocas etc., não é necessária. Sugiro uma leve presença dos elementos, utilizando um sombreado sutil. • Evite calungas muito detalhadas que pos- sam distrair e tirar o foco do seu desenho de arquitetura. • Adote gestos, ações e atitudes que transmi- tem mais realismo e vivência no desenho. • Represente e empregue as pessoas gesticu- lando com braços. Figura 1 – Desenho espaço urbano Figura 2 – Habitabilidade e vivacidade Figura 3 – Calungas 162 Figuras humanas e elementos de paisagismo Tenha sua dose extra de conhecimento assistindo ao vídeo. Para acessar, use seu leitor de QR Code. Figura 4 – Ambiente interno humanizado Nos desenhos em perspectiva, a aplicação das calungas podem ser um indicativo de profundidade e nível. Por essa razão, precisamos pensar nas posições em que cada figura humana vai estar. 163UNIDADE VIII O uso das figuras humanas e calungas é um indi- cador de escala, vivacidade e espaços, tornando-se elementos de grande importância na composição do desenho de arquitetura. Devemos sempre lem- brar que as figuras humanas não devem ocultar ou distrair o foco e as características do desenho de arquitetura apresentado, sempre buscando uma boa dosagem na humanização. Além disso, ao utilizar grupos ou aglomerado de pessoas ou até mesmo figuras isoladas, busca-se representar e expressar profundidade e vivência. Calungas no Desenho de Arquitetura Figura 5 – Indicador de profundidade 164 Figuras humanas e elementos de paisagismo Segundo Ching (2012), as calungas de um desenho devem transmitir a natureza da atividade em um espaço e estarem adequadas ao contexto, e a maneira como as desenhamos deve responder a uma pergunta fundamental: qual deve ser a função deste cômodo ou espaço? Existem outros elementos além da figura humana que podemos usar para gerar e sugerir um contexto de habitabilidade e vivacidade no desenho de arquitetura. Podemos e devemos incluir a topografia do entorno, como o jardim e outras características do paisagístico, ressaltado e representado na ambien- tação de uma edificação arquitetônica. Figura 6 – Contexto do espaço Além do contexto físico, devemos indicar a escala e o uso dos espaços, incluindo calungas e mobi- liário, podemos descrever a ambientação de um lugar, representando a qualidade da luz, as cores, as texturas dos materiais, a escala e a proporção dos espaços. Fonte: Ching (2012). 165UNIDADE VIII Os elementos da paisagem, como as árvores e outras características, têm a função de retratar as características geográficas e de topografia dos lugares, sendo arborizado ou árido, urbano ou rural. Nosso entorno nunca deve competir com o desenho de arquitetura, mas sim ser uma ferra- menta de contraste para o projeto que está sendo desenhado. A representação de desenho de árvo- res e arbustos também contribui para uma boa ilustração e construção de cena na arquitetura. Figura 7 – Elementos da paisagem Elementos do Paisagismo 166 Figuras humanas e elementos de paisagismo Segundo Ching (2012), na estruturação das vegetações, podemos adicionar o formato geral e a massa de folhagem, prestando grande atenção à textura, à tonalidade e aos graus de opacidade e de transpa- rência. O nível de detalhamento empregado deve ser coerente com a escala e com o estilo do desenho. Quando desenhamos as árvores, devemos prestar muita atenção em sua estrutura, seu formato e sua escala. Como todos os desenhos de reprodução, o segredo está no observador, isto é, em nossos olhos. O paisagismo é composto por elementos importantes no fornecimento de texturas e tonalidades. No desenho de arquitetura, a forma como desenhamos e retratamos estes elementos naturais tem um grande reflexo nos tons e padrões da composição do desenho final. Figura 8 – Estruturação da vegetação 167UNIDADE VIII Caro(a) aluno(a), o desenho de paisagismo e de vegetação é um instrumento muito utilizado para disseminar informações projetuais e conceituais sobre uma determinada área e local, como área de uso, distribuição, dimensões, formas e, o mais importante, a relação entre paisagem e o espaço urbano e a edificação, a paisagem como um todo. Podemos ilustrar ideias de materiais, circulação, vegetação, iluminação, paisagem e arquitetura. O projeto de paisagismo pode fornecer dados so- bre o ambiente e a atmosfera do local, buscando uma combinação atrás de uso de cores, sombras, vegetação, desenho e texturas, sendo uma infor- mação complementar, incluindo características projetuais específicas. Projeto de Paisagismo Figura 9 – Projeto de paisagismo 168 Figuras humanas e elementos de paisagismo Segundo Doyle (2006), as cores não só deixam as diferenças funcionais de um projeto de paisagismo mais visíveis, como também podem ser usadas para ilustrar os tipos dos materiais, seus desenhos e sua textura, usados sobre pisos, gramados, arbustos, árvores e veículos. Figura 10 – Sombreado na composição de projeto Lembrando que temos a composição do sombreado em nossos desenhos para nos dar uma sensação de tridimensionalidade para nosso projeto transmitir, além da informação, uma experiência. Segundo Doyle (2006), podemos também usar qualquer combinação de cores, desde que haja uma diferenciação adequada entre os elementos e os materiais. O tipo e a distribuição dos móveis são indicadores muito importantes do uso e da atividade de um espaço; seu posicionamento deve nos lembrar que há lugares nos quais as pessoas possam se sentar, encostar, apoiar seus cotovelos ou pés. Fonte: Ching (2012). 169UNIDADE VIII Os símbolos de vegetação são desenhos de rápida execução, buscando uma representação gráfica mais livre e artística. Na reprodução de uma ár- vore em planta baixa, podemos iniciar com um simples esboço de modelo circular com linhas simplesou duplas. Com esta forma circular básica, podemos adicionar internamente ramificações de galhos e finalizar adicionando texturas de folha- gem internas e externas. Símbolos de Vegetação Figura 11 – Símbolos de vegetação 170 Figuras humanas e elementos de paisagismo Figura 12 – Formas orgânicas Figura 13 – Tipos de folhagem e material 171UNIDADE VIII É importante respeitar e reproduzir a influência da luz natural do terreno, demonstrando com sombras e até mesmo aplicando folhagem mais densa nas laterais mais sombreadas e folhagens mais afastadas e abertas na direção ensolarada. A aplicação de cor segue a mesma linha de raciocí- nio referente à sombra, sendo representados com tons mais escuros e tons mais claros. As vegetações podem ser representadas de vários formatos, sendo eles mais geométricos – como círcu- los – ou mais orgânicas, mais livres e soltas, mas sem- pre buscando uma proximidade do real observado. Podemos montar uma biblioteca contendo imagens de materiais e texturas em geral, como de folhagem, troncos, pedra, gramados, arbustos, flores etc., tudo que poderá nos assessorar no de- senvolvimento do desenho de paisagismo. Devemos lembrar que é preciso desenhar as vegetações em planta baixa e também em vista, seguindo as informações visuais que você está Figura 14 – Vegetação em vista Figura 15 – Arquitetura e Paisagem extraindo como observador e desenhista. Segundo Hutchison (2012), ao criar um novo projeto paisagístico, o arquiteto assume uma grande responsabilidade de encontrar uma solução que redefina e regenere um lugar. Os desenhos precisam transmitir equilíbrio entre uma abordagem racional e um compromisso emocional genuíno e exigem muita habilidade ao serem passados para o papel. 172 1. Com um lápis e um bloco de desenho, observe a imagem que apresenta um lugar público com uma grande quantidade de pessoas. Desenhe as figuras humanas que você vê, pessoas em pé e sentadas, distantes e mais próximas e esquematize croquis pequenos. 2. Com um lápis e um bloco de desenho, observe a imagem que apresenta um parque público e sua variação paisagística. Desenhe todas as variedades de árvores e de outras plantas apresentadas na imagem em aspecto de croqui. 173 3. Como os exercícios 1 e 2, utilize o lápis e bloco de desenho para unificar as representações de figuras humanas e de paisagismo realizados anteriormente em um único desenho. Reproduza a imagem abaixo. 174 O Desenho no projeto da paisagem Autor: Edward Hutchison Editora: Gustavo Gili Sinopse: o livro discorre sobre a importância do desenho para aprender a visualizar e a explicar projetos de grande escala e demonstra que, ao longo do processo de projeto, os desenhos feitos à mão são um importante complemento para os desenvolvidos em computador. LIVRO Desenho Para Arquitetos Autor: Francis D. K. Ching. E Steven P. Juroszek Editora: Ediouro Publicações S/A Sinopse: o livro é destinado a arquitetos e projetistas, desenhistas, artistas em geral, ilustradores, professores e estudantes. Desenho para Arquitetos é uma ferramenta eficaz e de valor inestimável, demonstrando conceitos e técnicas por meio de um formato visualmente estimulante. LIVRO 175 CHING, Francis D. K. Desenho para Arquitetos. 2. ed. Porto Alegre: Bookman, 2012. DOYLE, Michael E. Desenho a Cores: técnicas de desenho de projeto para arquitetos, paisagistas e designer de interiores. Porto Alegre: Editora Bookman, 2006 HUTCHISON, Edward. O Desenho no projeto da paisagem. Barcelona: Gustavo Gili, 2012. 176 1. Este exercício desenvolve noções de proporção em relação à figura humana e o espaço que ela ocupa. 2. Este exercício desenvolve noções de proporção e reprodução gráfica em relação aos elementos paisagís- ticos e vegetação. 3. O aperfeiçoamento do desenho de figura humana interagindo na paisagem e no espaço pode agregar muito na qualidade final dos desenhos de arquitetura. 177 178
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