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Minerais

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MINERAIS: FUNÇÕES,
DEFICIÊNCIAS, TOXIDEZ E
OUTROS ASPECTOS DA
SUPLEMENTAÇÃO1
Dimas Estrasulas de Oliveira, MSc., DSc.
Nutricionista de Ruminantes
Depto. Técnico da Agroceres Nutrição Animal Ltda
 
1
 Material Técnico sobre Minerais - 1
2
MINERAIS: FUNÇÕES, DEFICIÊNCIAS, TOXIDEZ E OUTROS ASPECTOS
DA SUPLEMENTAÇÃO
INTRODUÇÃO
Todos os seres vivos necessitam de minerais para o funcionamento
normal dos processos metabólicos.
Segundo McDowell (1992), os minerais podem ser classificados em
macrominerais (Cálcio, Fósforo, Potássio, Magnésio, Sódio, Enxofre e
Cloro) quando são exigidos em quantidades relativamente grandes pelo
organismo (gramas) e, microminerais (Cobalto, Cobre, Iodo, Ferro,
Manganês, Molibdênio, Selênio, flúor e Zinco) quando são exigidos em
quantidades muito pequenas (miligramas). Ainda de acordo com o referido
autor, há outros microminerais chamados de novos microminerais
descobertos desde 1970 (Arsênico, Boro, Chumbo, Lítio, Níquel, Silício,
Estanho e Vanádio) que são essenciais para algumas espécies, mas ainda não
há consenso na determinação das exigências nutricionais com as espécies
domésticas com interesse produtivo.
DISTRIBUIÇÃO NO ORGANISMO
Os macro e microminerais compõem em torno de 3,5% do peso vivo do
animal, sendo deste percentual 46% de Cálcio, 29% de Fósforo, não sendo a
distribuição dos minerais dentro dos tecidos corporais uniforme, uma vez que
alguns tecidos e órgãos seletivamente concentram elementos específicos.
Tabela 1. Composição corporal (%)
MINERAL PERCENTUAL
Cálcio 1,33
Fósforo 0,74
Potássio 0,19
Sódio 0,16
Enxofre 0,15
Cloro 0,11
Magnésio 0,04
Microminerais 0,3
3
Entretanto, sob condições normais de nutrição e alimentação, as
proporções de cada mineral expressa em matéria seca desengordurada são
muito similares entre as espécies de mamíferos e aves.
FUNÇÕES GERAIS
Ao contrário de outros nutrientes, os minerais não podem ser
sintetizados pelos seres vivos e, no organismo animal os minerais atuam
basicamente como: 1) componentes estruturais nos órgãos e tecidos corporais
(por exemplo o cálcio e o fósforo do esqueleto e, o fósforo que compõe as
camadas das células); 2) constituintes dos líquidos corporais como eletrólitos
(como por exemplo o ferro existente no sangue atuando no transporte de
oxigênio e, o cálcio e o potássio existentes no líquido que banha o coração) e
3) como catalisadores (substâncias que podem modificar a velocidade de
reações no organismo) nos sistemas enzimáticos e hormonais.
A função mais óbvia dos minerais no corpo é dar suporte estrutural
(esqueleto). Somente pequenas frações de Cálcio, Magnésio e Fósforo, e a
maior parte do Sódio, Potássio e Cloro estão presentes como eletrólitos nos
fluídos corporais e tecidos moles (órgãos, músculos). Os eletrólitos presentes
no sangue e líquido da medula espinhal mantêm o equilíbrio ácido-base
(equilíbrio que deve existir entre os produtos oriundos das reações do
organismo), o equilíbrio hídrico e a pressão osmótica (quantidade de
partículas/litro). Os eletrólitos regulam a permeabilidade das membranas das
células e exercem efeitos sobre a excitabilidade de músculos e nervos (por
exemplo, o balanço necessário entre o Cálcio, Sódio e Potássio, no líquido que
banha o coração, sendo essencial para o funcionamento normal durante o
batimento cardíaco, ou seja, a contração e o relaxamento).
EXIGÊNCIAS E TOLERÂNCIA AOS MINERAIS
Normalmente as exigências de minerais são expressas de duas
maneiras: a) em quantidades por dia ou por unidade de produto (por kg de leite
ou kg de ganho); b) ou em proporções do consumo de matéria seca da dieta.
As exigências mostradas em tabelas nutricionais sugerem o limite
inferior no qual não haverá sintomatologia clínica de deficiência e, devem ser
usadas como faixa de utilização e não como um valor absoluto. Há vários
4
fatores que afetam as exigências de minerais tais como: a idade, o tipo e o
nível de produção, o nível e a forma química do mineral, inter-relações com
outros nutrientes, raça e a variação individual.
Com relação a toxidez ou tolerância aos minerais, as informações
existentes ainda são incompletas (NRC, 1980) e os níveis tóxicos são
altamente variáveis, entre 10 e 1500 vezes o recomendado.
DETECÇÃO DO STATUS MINERAL DOS ANIMAIS
A detecção de deficiências ou toxidez por minerais envolve critérios
clínicos, patológicos e analíticos, juntamente com a resposta à uma
suplementação específica do elemento em questão, sendo este último o
método mais confiável usado.
INCIDÊNCIA DE DEFICIÊNCIAS OU TOXIDEZ
De acordo com McDowell (1992), deficiências e imbalanços de minerais
para ruminantes domésticos são relatadas em quase todas as regiões do
mundo, sendo, a perda e despigmentação de pêlos, doenças de pele, aborto
não infeccioso, diarréia, anemia, perda de apetite, anormalidades ósseas, baixa
fertilidade e depravação do apetite (comer ou lamber terra, casca de árvores,
ossos, madeira, etc..) são os sintomas clínicos sugestivos de deficiências de
minerais.
Os problemas nutricionais com minerais variam desde uma deficiência
ou toxidez aguda, bem caracterizada com sintomas clínicos e/ou mudanças
patológicas, até uma condição de má aparência aparentemente ou estados
de crescimento e reprodução insatisfatórios. Este último parece ser mais
preocupante porque muitas vezes ocorre em grandes áreas e é detectado
quando há algum tipo de controle de desempenho de rebanho.
Os sintomas de deficiências podem muitas vezes confundirem-se com
deficiências de outros nutrientes, com sintomas de vários tipos de parasitismo,
de intoxicação por plantas tóxicas e até com sintomas de doenças infecciosas.
5
Tabela 2. Deficiências ou toxidez por alguns minerais em países tropicais
(Adaptado de McDowell, 1992).
MINERAL PAÍS
Cálcio Argentina, Bolívia, Brasil, Colômbia, Costa Rica, México
Fósforo Argentina, Bolívia, Brasil, Colômbia, Costa Rica, México,
Chile, Cuba, Paraguai, Peru, Uruguai, Venezuela
Cobalto Argentina, Bolívia, Brasil, Colômbia, Costa Rica, México,
Cuba, Peru, Uruguai
Manganês Argentina, Brasil, Costa Rica
Selênio Bolívia, Brasil, Colômbia, Costa Rica, México, Paraguai, Peru,
Uruguai, Venezuela
Zinco Argentina, Bolívia, Brasil, Colômbia, Costa Rica, México,
Peru, Uruguai, Venezuela
FUNÇÕES, DEFICIÊNCIAS E TOXIDEZ
CÁLCIO e FÓSFORO (Ca e P)
O cálcio e o fósforo são considerados conjuntamente porque constituem
a maior parte dos minerais dos ossos. Estão intimamente relacionados e uma
deficiência ou excesso de um irá interferir na utilização do outro. A deficiência
de fósforo é predominante em animais criados à pasto.
O cálcio é mais abundante em forragens e deficiente nos grãos e
subprodutos de cereais e oleaginosas e, o inverso ocorre com o fósforo.
A homeostase do Ca é feita de várias formas e influenciada por alguns
fatores como idade (quanto mais velho o animal, menor é a absorção),
modificando a taxa e a eficiência da absorção, aumentando ou diminuindo a
excreção. Muitos desses mecanismos são mediados por hormônios (calcitonina
e paratohormônio) ajustando os níveis séricos do Ca e P.
Funções: Cálcio: formação dos ossos e dentes (98-99%), contração muscular
e permeabilidade de membranas celulares, coagulação do sangue, como
participante ativando ou estabilizando reações enzimáticas, na secreção de
hormônios. Fósforo: envolvido na maior parte das reações metabólicas do
organismo, no metabolismo de gorduras, carboidratos e proteínas, nas reações
metabólicas como a formação de energia (ATP), na transmissão genética
6
formando os ácidos nucleicos (RNA e DNA), como tampão no sangue, fluídos
corporais e no rúmen.
Deficiências: raquitismo em animais jovens e osteomalácia em adultos, fratura
dos ossos, má formação dos ossos, redução do crescimento, perda de peso,
redução no apetite (consumo), diminuiçãodo desempenho reprodutivo
(provavelmente a maior perda insensível ). Os sinais de deficiência não são
facilmente reconhecidos exceto em casos muito agudos.
OBS: Algumas das possíveis formas de ocorrer a redução no consumo,
oriunda da deficiência de Fósforo em ruminantes:
1) Uma baixa concentração de P no líquido ruminal limitaria a atividade
microbiana e resultaria em uma diminuição da digestão de fibra;
2) Uma baixa concentração ruminal de P reduziria a síntese de proteína
microbiana reduzindo então a absorção de aminoácidos pelo intestino;
3) Haveria uma baixa concentração de P em tecidos metabolicamente ativos
(músculo, fígado) resultando em redução de P para o metabolismo
intermediário;
4) Baixo P em tecidos metabolicamente ativos resultaria em uma reduzida
síntese de RNA afetando a atividade metabólica das células;
Toxidez: Nem Ca ou P são considerados tóxicos quando grandes doses são
consumidas. Um alto nível de Ca pode levar a disfunções ósseas (osteoporose,
osteoartrite), redução consumo e desempenho (diminuição da digestão de
energia, proteína e gordura), deficiência de outros minerais: Mg, Fe, I, Zn, Mn,
vitamina K. Quando grandes doses de P são fornecidas, pode ocorrer diarréia,
problemas metabólicos (perda óssea, calcificação de tecidos moles) porque
afeta a absorção do Ca, cálculo urinário (urolitíase)
SÓDIO E CLORO (Na e Cl)
A fonte principal de Sódio e Cloro é o sal comum e estes dois minerais
são considerados conjuntamente em função das exigências e interações. O sal
comum é o único mineral pelo qual os animais têm avidez para consumi-lo.
7
Funções: Juntamente com o Potássio (K) mantém a pressão osmótica e
regulam o equilíbrio ácido-base, manutenção do volume de líquido do corpo,
transmissão de impulsos nervosos, contração muscular e do coração. Auxiliam
ainda na passagem de nutrientes e na retirada de resíduos das células, na
absorção de várias vitaminas hidrossolúveis (riboflavina, tiamina, ácido
ascórbico).
Deficiências: O primeiro e principal sintoma e o apetite depravado. Com vacas
leiteiras de alta produção, devido ao elevado teor de Na no leite (0,38%) um
desbalanço em sal pode levar rapidamente a deficiência. Outros sintomas são
a perda do apetite, diminuição do crescimento, perda de peso, incoordenação
motora, arritmia até a morte.
OBS: deficiência de Cloro pode levar os animais a lamberem a urina de outros,
a ingestão de material da cama, mastigar as divisórias (réguas) do estábulo e
lamber o metal que muitas vezes separa as camas em galpões. Podem
ocorrer graves problemas nos olhos (olhos fundos, descamação em torno dos
olhos).
Toxidez: O sal (NaCl) pode ser tóxico quando grandes quantidades são
ingeridas e quando o consumo de água é restrito, é mais perigoso. Como
sintomas pode-se notar aumento no consumo de água, anorexia, perda de
peso, edema, paralisia. Quando o alto consumo vem do alimento, o animal
pode compensar aumentando o consumo de água e aumentando a excreção
via rins.
POTÁSSIO (K)
O Potássio é o 3° mineral mais abundante no organismo, presente
principalmente dentro das células (musculares, nervosas, ..).
Funções: Juntamente com o sódio e cloro são os principais eletrólitos no
organismo para manter o balanço iônico e o equilíbrio ácido-base. É
extremamente importante no transporte de O2 e CO2 no sangue (é o
responsável por no mínimo 50% do transporte do CO2 do sangue), importante
na transmissão de impulsos nervosos e na contratilidade nas fibras musculares.
8
É co-fator em várias enzimas utilizadas na reações de transferência e utilização
de energia, na síntese de proteínas e no metabolismo de carboidratos.
Deficiências: Redução e depravação do apetite (podem lamber os pêlos de
outros animais, lamber o piso e divisórias), redução no consumo de água,
diminuição do crescimento, fraqueza muscular, baixa elasticidade da pele,
diminuição do brilho dos pêlos, degeneração de órgãos vitais.
Toxidez: Difícil de ocorrer sob condições práticas; insuficiência cardíaca,
edema, fraqueza muscular e morte.
MAGNÉSIO (Mg)
Deficiências não são comuns com animais estabulados mas, com
animais a pasto há a chamada tetania das pastagens ou hipomagnesemia .
Em ruminantes o magnésio é absorvido principalmente no retículo-rúmen e a
proporção absorvida diminui com o aumento nos níveis na dieta.
Funções: é importante para a manutenção da Integridade dos ossos e dentes.
É um componente ativo de várias enzimas sendo portanto muito importante no
metabolismo de proteínas, carboidratos e gorduras. Atua também na regulação
do equilíbrio ácido-base, na contração muscular, sobrevivência das células
vermelhas, no sistema imune.
Deficiências: Tetania magnesiana ou Tetania das Pastagens ou
Hipomagnesemia é uma doença metabólica complexa afetada pela
composição mineral das forragens, propriedades do solo, práticas de
fertilização, estação do ano, temperatura. A doença ocorre em função dos
menores níveis de Mg em plantas no estádio vegetativo, em relação aos níveis
de Potássio (K), que pode ser maior em função de níveis elevados de
adubação. Outros sintomas são diminuição do crescimento, incoordenação,
mastigação e hipersalivação.
Toxidez: intoxicação devido a ingestão por fontes naturais não tem sido
reportada e parece não ser muito comum. Sinais clínicos são apatia,
9
sonolência, distúrbios de locomoção, diarréia, diminuição do consumo e no
desempenho.
ENXOFRE (S)
O enxofre é conhecidamente componente dos aminoácidos essenciais:
metionina, cistina e cisteína e é encontrado no organismo animal sob a forma
de sulfatos. Uma dessas formas é o sulfato de condroitina , um importante
componente das cartilagens, ossos, tendões e paredes de vasos sangüíneos.
Os microrganismos do rúmen necessitam de enxofre para o
desempenho de suas funções normais, sem o qual há uma diminuição da
digestibilidade dos alimentos e uma menor retenção de nitrogênio. Eles podem
incorporar enxofre inorgânico (das forragens e sais mineralizados) em
compostos orgânicos e, este é utilizado para a síntese de aminoácidos
sulfurados que são incorporados na proteína microbiana. Assim sendo, há uma
relação considerada ótima entre Nitrogênio : Enxofre (N:S) de 15:1 (variando
segundo a literatura entre 9 e 16:1) para que os microrganismos ruminais
possam sintetizar os aminoácidos sulfurados, a partir de fontes de nitrogênio
não-protéico (NNP).
Funções: Síntese de aminoácidos sulfurados e vitaminas do complexo B,
componente de várias enzimas, hormônios (insulina e ocitocina), essencial
para o crescimento microbiano.
Deficiências: Perda do apetite, diminuição do crescimento, redução do
crescimento da lã, fraqueza, diminuição da digestibilidade e consumo.
Toxidez: Pode acontecer quando os animais são suplementados com
substâncias que contêm altas concentrações de enxofre (sulfato de amônio)
em dietas onde há muito NNP. Outros sintomas são anorexia, depressão da
gordura do leite.
FERRO (Fe)
A deficiência de Ferro (Fe) é muito comum em suínos e humanos. Em
ruminantes domésticos a deficiência praticamente não existe, exceto em
10
situações onde haja perda de sangue ou distúrbios oriundos de infestação por
parasitas.
Funções: É fundamental em muitas reações bioquímicas e é componente de
várias enzimas dentre elas aquelas envolvidas no transporte de elétrons (nos
citocromos), na ativação e transporte do oxigênio (oxidases, oxigenases e,
hemoglobina, mioglobina).
Deficiências: Mais provável de acontecer com animais jovens e lactentes em
função da baixa concentração de Fe no leite. Os principais sintomas são:
anemia (pode ser causada por parasitismo, principalmente interno), diminuição
do ganho de peso, apatia, dificuldade respiratória após exercício leve,
diminuição da resistência a doenças.
Toxidez: Raramente é problema com ruminantes domésticos. Os sintomas
característicos são diminuição do consumo, redução do crescimento, anorexia,diarréia e morte.
COBRE (Cu) e MOLIBDÊNIO (Mo)
O Cobre é um micromineral essencial mas também pode ser tóxico. Já o
Molibdênio é considerado como essencial mas o seu papel no metabolismo
ainda é pouco entendido. Sob condições práticas, ruminantes em pastejo têm
mais probabilidades de sofrerem deficiência de Cu e/ou excesso de Mo.
Funções: Cobre: é exigido para a respiração celular, formação de ossos,
funcionamento cardíaco, formação do tecido conectivo (sem o Cu ocorre uma
falha na maturação e ligação do colágeno com a elastina) e da mielina da
medula espinhal, pigmentação de tecidos e queratinização de pêlos e lã (a
acromotriquia: falta de pigmentação, é a principal manifestação de deficiência e
pode ser notada em pêlos e lã). Componente de várias enzimas (junto com o
Fe é necessário para a síntese da hemoglobina). É importante para a
integridade do Sistema Nervoso Central (SNC), em função da atuação de
enzimas que atuam na formação da mielina. Além disso está relacionado a
11
outros dois neurotransmissores (dopamina e norepinefrina). Outra funções
seriam na atividade reprodutiva, no Sistema Imune, no metabolismo de lipídios.
Molibdênio: tem sido relacionado como componente de 6 enzimas
envolvidas no metabolismo celular (transporte de elétrons), no metabolismo da
Niacina.
Deficiências: Cobre: além dos comentados acima, anemia, diarréia, falhas
reprodutivas, problemas ósseos, problemas cardiovasculares, despigmentação
ou mudança na cor de pêlos e lã, diminuição do crescimento, perda de apetite.
Molibdênio: baixos níveis têm mostrado redução do crescimento e
infertilidade em novilhas.
Toxidez: Cobre: Há considerável variação na tolerância a altos níveis de Cobre
entre as várias espécies. Por exemplo ovinos da raça Merino Australiano são
mais tolerantes à intoxicação do que outras raças de lã. A resistência a
intoxicação pode ser mostrada como: eqüinos > bovinos > suínos > ovinos >
aves. Os principais sintomas são: salivação, dor abdominal, convulsões,
paralisia, anemia, distrofia muscular, diminuição do crescimento, falhas
reprodutivas e morte.
Molibdênio: redução na quantidade de proteína bruta que chega ao
intestino, com redução da absorção. Há também uma relação entre os níveis
de Cu, Zn, S e aminoácidos sulfurados com a susceptibilidade à intoxicação
por Mo.
COBALTO (Co)
O cobalto é essencial para ruminantes porque os microrganismos
incorporam o Co em vitamina B12.
Funções: A única função fisiológica do Co é a participação na Vit. B12 (faz
parte do núcleo). E, a vitamina B12 participa de várias enzimas importantes no
metabolismo de proteínas, carboidratos e gorduras. A vit. B12 auxilia na
síntese de células vermelhas e na manutenção da integridade do sistema
nervoso.
12
Deficiências: Apatia, perda de apetite, pêlos arrepiados, fezes secas, perda de
peso, desmielinização de nervos periféricos.
Toxidez: Tem uma baixa toxidez para a maioria das espécies. Há estudos
mostrando que ovinos toleraram níveis 1000 vezes superiores às exigências.
Dentre os sintomas que podem aparecer estão: redução no consumo de
alimentos, perda de peso, anemia, emaciação (magreza), o animal urina,
defeca e produz saliva excessivamente, dificuldade respiratória.
IODO (I)
É único entre os microminerais exigidos, que é constituinte dos
hormônios da tireóide {tiroxina (65% de I) e tri-iodotironina}, sendo esta a única
função fisiológica conhecida.
Funções: Os hormônios da tireóide têm papel fundamental na termoregulação,
metabolismo celular, funcionamento muscular, reprodução, crescimento e
desenvolvimento, circulação, função muscular. Eles controlam a taxa de
oxidação de todas as células, influenciam a diferenciação e maturação dos
tecidos, afetam o funcionamento de outras glândulas como a hipófise e as
gônadas.
Deficiências: Bócio (papeira), fraqueza, maior susceptibilidade ao estresse,
cegueira ao nascer, perda de pêlos, redução do crescimento e na qualidade da
lã, diminuição da manifestação do estro e concepção. Em machos há relatos
de diminuição do libido, deterioração na qualidade do sêmen em machos
bovinos e suínos.
Toxidez: Há variabilidade na tolerância, entre as espécies de animais. Em
termos de tolerância temos: eqüinos < bovinos < ovinos < suínos < aves.
Outros sintomas incluem: perda de apetite, lerdeza, lacrimejamento excessivo,
descamação da pele, dificuldade para deglutição, diminuição de resposta do
sistema imune.
13
MANGANÊS (Mn)
Normalmente as forragens tropicais contêm níveis adequados e/ou em
excesso das exigências de ruminantes em pastejo.
Funções: Participa de várias enzimas e ativa outras. É essencial para o
desenvolvimento da matriz orgânica dos ossos (tamanho e grossura), sobre o
sistema reprodutivo (defeito congênito caracterizado por distúrbio no equilíbrio,
diminuição da viabilidade da prole, distúrbio do ciclo estral com cios irregulares,
no funcionamento do corpo lúteo. Em machos há relatos de degeneração
testicular. No metabolismo de gorduras e carboidratos, fundamental para o
funcionamento do cérebro.
Deficiências: Diminuição do desenvolvimento ósseo, fraqueza muscular,
excesso de acúmulo de gordura, diminuição da produção, falhas reprodutivas
(cio irregular, diminuição da concepção no 1
 
serviço, esterilidade, maior
reabsorção fetal, anormalidades fetais e baixo peso ao nascimento).
Toxidez: É considerado como o menos tóxico dos microminerais, para aves e
mamíferos. Quando há ingestão de grandes quantidades de Mn os principais
sintomas são: diminuição do crescimento, anemia, lesões no trato digestivo,
diminuição dos níveis de ferro do organismo diminuindo os níveis de
hemoglobina (antagonismo entre Mn e Fe). Há estudos mostrando diminuição
na percentagem de parição e aumento no n° de serviços/prenhez.
ZINCO (Zn)
Funções: É participante (anidrase carbônica possui 0,3% de Zn) ou ativador de
enzimas. Sua função estrutural é estabilizar a estrutura quaternária das
enzimas, do RNA, DNA e ribossomos. O Zinco possui atividade em mais de
200 enzimas, participa de hormônios, principalmente reprodutivos
(testosterona), da insulina, de corticoesteróides. Participa da espermatogênese
e desenvolvimento dos órgãos sexuais primários e secundários no macho e,
em todas as fases do processo reprodutivo nas fêmeas. Essencial para a
utilização de aminoácidos e síntese protéica. É essencial para a manutenção
14
da integridade da pele (rica em Zn), é essencial para a manutenção do Sistema
Imune (quantidade de linfócitos e células T ). Mantêm as concentrações
normais de vit. A no plasma e é fundamental para o funcionamento normal do
epitélio do ovário.
Há alguns estudos mostrando o benefício de altas concentrações de Zn
na melhora da utilização de uréia por bovinos, tendo sido relatado uma
diminuição na liberação de amônia no rúmen. Supõe-se que através de um
efeito sobre a atividade da urease (enzima que quebra a uréia) ou sobre os
microrganismos, diminuindo seu crescimento é que consegue-se uma menor
quebra da uréia no rúmen. O Zn tem efeito também sobre a fermentação
ruminal aumentando a concentração de ácido propiônico indicando uma
fermentação mais eficiente.
Deficiências: Inflamação da boca e nariz, com hemorragia submucosa, má
aparência, pêlos grosseiros, engrossamento das juntas, descamação e
rachaduras na pele, falha do sistema imune, falha do balanço hídrico e de
cátions; diminuição da conc. de Vit. A. Paraqueratose (engrossamento e
queratinização excessiva da pele), inibição do crescimento testicular. Em
ovinos a perda do brilho e das ondulações da lã.
Toxidez: Bovinos, ovinos, suínos e aves possuem considerável tolerância a
níveis altos de Zn. Altos níveis de Zn podem acentuar as deficiências de Fe e
Cu. Dentre os sintomas estão: diminuição do consumo, do crescimento e
apetite, depravação do apetite, redução do ganho de peso e da eficiência
alimentar, diminuição da produção de leite.SELÊNIO (Se)
Durante a década de 30 foi identificado como tóxico, em forragens
(plantas seleníferas) que quando consumidas pelos animais causavam a perda
de pêlos, unhas e cascos.
Funções: Fisiologicamente está intimamente ligado a Vit. E. É essencial na
formação da enzima Glutationa Peroxidase que protege as membranas
celulares da degeneração oxidativa. A vit. E é um antioxidante natural solúvel
15
em lipídios que funciona como uma primeira linha de defesa das membranas
celulares contra a peroxidação. Mas, mesmo com adequados níveis de vit. E
alguns peróxidos são formados e o Se (como parte da Glutationa Peroxidase)
agiria como uma segunda linha de defesa destruindo os peróxidos formados
antes que sejam causado algum dano nas membranas celulares. Há estudos
que comentam que o Se teria um efeito economizador de vit. E de 3 formas:
a) preserva a integridade do pâncreas, que permitiria uma digestão normal das
gorduras e assim uma absorção normal da vit. E; b) reduz a quantidade de vit.
E exigida para manter a integridade das membranas (fosfolipídios), via atuação
da Glutationa Peroxidase; c) auxilia (de forma ainda não conhecida) a retenção
de vit. E no plasma.
Outras funções do Se seriam: 1) componente de uma seleno-proteína
presente no músculo cardíaco; 2) componente de uma seleno-enzima presente
no tecido muscular relacionada à atuação dos hormônios da tireóide; 3)
componente de uma seleno-proteína específica dos espermatozóides; 4) tem
função no RNA; 5) tem função específica na síntese de prostaglandinas e no
metabolismo de ácidos graxos essenciais; 6) participa, junto com a vit. E para
que seja dada resposta adequada pelo Sistema Imune (proteção dos leucócitos
e macrófagos durante o processo de fagocitose), havendo estudos que
mostram benefícios de níveis superiores às exigências. Assim sendo, há
demonstrações de benefícios na reação imune em bovinos confinados
vacinados contra pasteureloze, em vacas leiteiras reagindo contra mastite; 7)
possui tendência para complexar-se com metais pesados (Cádmio, Mercúrio,
Prata, Arsênio e menor contra Chumbo) exercendo uma ação de proteção.
Deficiências: O principal sintoma é o desenvolvimento da Doença do Músculo
Branco (fraqueza geral, rigidez e deterioração muscular, com estrias brancas
nos músculos e coração), anemia, diarréia, diminuição do desempenho
reprodutivo com aumento do n
 
de serviços/concepção, diminuição da
motilidade espermática, aumentos de retenção de placenta, ovários císticos e
metrites, baixos ganhos de peso.
Toxidez: movimentação anormal, com a cabeça baixa e orelhas caídas, hálito
de alho como uma característica, dispnéia, espasmos, cegueira, dor
16
abdominal, salivação excessiva, dentes ásperos, alongamento e perda dos
cascos, perda de pêlos, laminite e morte por falha respiratória.
CROMO (Cr)
Está presente como componente ativo no composto chamado de Fator
de Tolerância a Glicose (FTG) que melhorou a utilização da glicose sangüínea
em ratos. Há estudos sugerindo que a ação do Cr seria a formação de um
complexo entre a insulina e os receptores nos tecidos. O metabolismo da
glicose é diferente entre animais não-ruminantes e ruminantes. A glicose em
ruminantes é oriunda de um processo chamado gliconeogênese (em torno de
2/3) via fígado e não da absorção via intestino delgado. Como o Cr teria pouca
importância para os processos metabólicos da insulina nos ruminantes, a
deficiência de Cr, em nível celular é de difícil avaliação (Tedeschi, 2000). Em
ruminantes há estudos mostrando que houve uma melhoria na eficiência
alimentar em terneiros submetidos a estresse devido a uma melhoria do
desempenho do Sistema Imunológico, mas esse efeito dura poucas semanas.
Há na literatura vários trabalhos mostrando resultados variados da
suplementação com Cr sobre parâmetros como crescimento, ganho de peso,
ingestão, conversão alimentar e parâmetros sangüíneos como concentrações
de glicose, colesterol, corticóides no sangue. Há também, alguns estudos que
mostram um efeito espermicida de alguns microminerais (Cr, Cu e Zn) a
medida que se aumenta a concentração na dieta e então recomenda-se
cautela no fornecimento de Cr suplementar para touros em reprodução. Souza
e Boin (2003) comentaram que não há dados suficientes sobre o efeito da
adição de Cr orgânico e também porque a faixa entre o benefício e os efeitos
negativos, é muito estreita, para animais em confinamento.
NÃO HÁ EXIGÊNCIAS DE CROMO ESTABELECIDAS PARA RUMINANTES.
Toxidez: Redução do crescimento, câncer, danos ao fígado e rins, congestão
do trato digestivo, úlceras no rúmen e abomaso.
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OBJETIVOS E FATORES QUE AFETAM A SUPLEMENTAÇÃO MINERAL
Podemos considerar que a suplementação mineral é necessária para
corrigir deficiências tanto em dietas de humanos como de animais. Para muitas
classes de animais domésticos, tais como aves, suínos, bovinos de corte ou
leiteiros criados em sistemas de confinamento, os suplementos minerais são
muitas vezes incorporados aos alimentos concentrados da dieta, garantindo na
maioria das vezes que os animais recebam todos os minerais necessários.
Contudo, com ruminantes que desenvolvem todo ou parte do ciclo produtivo
sob condições extensivas de pastejo onde o fornecimento de alimentos
concentrados é ocasional ou antieconômico é necessário contar com outras
formas de suplementação para garantir o aporte de minerais.
O método mais eficiente e que representaria a forma ideal de
suplementação seria incorporar o suplemento mineral a um concentrado, o qual
caracteriza-se por ser uma mistura de ingredientes formulado para garantir uma
ingestão pré-estabelecida de nutrientes. Assim, garantir-se-ia um consumo
adequado de elementos minerais por cada animal a medida que ele estivesse
consumindo os outros nutrientes. Entretanto, ruminantes em regime de pastejo
normalmente não recebem nenhum outro tipo de alimento e na maioria das
vezes contam somente com o aporte vindo da forragem disponível.
De forma indireta, o fornecimento de minerais para ruminantes em
pastejo pode ser feito através de adubações, uma vez que altera-se a
disponibilidade de nutrientes no solo e com isso a absorção de minerais pela
planta, promovendo crescimento das forragens. Entretanto, segundo
Underwood (1991) esse método indireto de controle de deficiências de minerais
tem problemas em virtude da inter-relação de grande complexidade envolvendo
sistema solo-planta-animal, bem como das dificuldades relacionadas a fatores
climáticos e econômicos. Além disso, o consumo indireto de minerais pode ser
influenciado pela fertilidade do solo, tipo de forragem, estação do ano entre
outros fatores.
Logo, objetivando-se contornar os problemas relacionados a variação no
consumo, o uso direto de suplementos minerais fornecidos à livre acesso , têm
sido a forma mais comum aplicada em ruminantes domésticos em pastejo.
Mas, o consumo de minerais vindos da suplementação pode variar em função
da forma física, palatabilidade e frescor da mistura mineral ofertada.
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Dos fatores citados acima, a palatabilidade, o suprimento de uma
mistura mineral fresca , bem como a forma física são aspectos muito
importantes e podem de certa forma ser controlados. Em virtude da
palatabilidade e da avidez natural existente por parte dos animais ruminantes,
o sal comum (cloreto de sódio) é o agente regulador do consumo mais
comumente utilizado nas misturas minerais, de tal forma a permitir que os
animais consumam, em quantidades adequadas, todos elementos minerais
necessários para o atendimento das exigências para crescimento, reprodução
e manutenção da saúde.
FATORES QUE AFETAM O CONSUMO DE UMA MISTURA MINERAL
Fertilidade do solo e tipo de forragem consumida: usualmente quanto maior
for a fertilidade do solo, menor será o consumo da mistura mineral (sal
mineralizado). Há mostrando que para bovinos o consumo de cloreto de sódio,
cálcio, fósforo e magnésio pareceestar relacionado com a quantidade desses
elementos na forragem. Há relatos também que animais consumindo forragens
de baixa qualidade ou superpastejadas e/ou nativas consomem mais sal
mineralizado do que aqueles em pastagens cultivadas.
Estação do ano: relatos mostram que o consumo de misturas minerais são
maiores durante o inverno ou estação seca quando as forragens cessam o
crescimento e têm altos teores de fibra e lignina, menor digestibilidade e baixa
disponibilidade de minerais. Também pode ocorrer que em condições de seca
o consumo da mistura mineral seja aumentado para compensar a baixa
disponibilidade de minerais e o baixo consumo de forragem devido a uma
redução na palatabilidade.
Disponibilidade de outros tipos de suplementos: o tipo e a quantidade de
suplementos protéicos-energéticos influenciam o consumo das misturas
minerais. Suplementos que também contenham minerais diminuem a vontade
de consumir misturas à livre acesso.
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Exigências individuais: os diferentes estados fisiológicos (mantença,
gestação e lactação), taxas de ganho de peso modificam as exigências e
consequentemente o consumo de uma mistura mineral. Relatos da literatura
mostram que quanto maior o nível de produtividade maior o consumo. Estudos
mostram que o consumo de minerais tende a diminuir com o avanço da idade
em vacas de corte.
Conteúdo de sal na água de beber: se há uma concentração elevada de sal
na água de beber, o consumo da mistura mineral será menor.
Palatabilidade da mistura: os bovinos não possuem avidez, vontade de
consumir a maioria dos minerais com exceção do sal comum devido a sua
palatabilidade. Outras fontes de fósforo, como o fosfato dicálcico que possui
um pH ácido pode ser preferida em relação a uma fonte mais alcalina (fosfato
desfluorizado). Há outras fontes de minerais que não são palatáveis, como
óxido de magnésio.
Disponibilidade de uma mistura sempre fresca no cocho: a dieta ou o
acesso prévio a suplementos minerais afetam, a curto prazo, o consumo de um
suplemento mineral. Quando os animais não tem acesso a mistura por
períodos relativamente longos o consumo pode ser de 2 a 10 vezes maior.
Saleiros que não molham a mistura ajudam na manutenção do consumo. A
localização e altura (acessíveis para terneiros, por exemplo) dos cochos
(próximos a aguadas, áreas sombreadas, áreas sem barro e áreas de melhor
pastejo) tendem a ser visitados mais freqüentemente mantendo um consumo
mais homogêneo. O fornecimento mais freqüente mantêm uma mistura mineral
mais nova no cocho e aumenta o consumo. A distância entre cochos (em
torno de 2400 m) e o n° de animais/cocho (em torno de 50) também auxiliam
na manutenção do consumo.
Forma física do suplemento mineral: o consumo do suplemento é menor (em
torno de 10%) quando fornecido na forma de blocos vs. mistura solta .
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CARACTERÍSTICAS DE UM BOM SUPLEMENTO MINERAL
Uma boa mistura mineral deve conter sal comum, uma fonte de fósforo
reconhecidamente baixa em flúor, cálcio, cobalto, cobre, manganês, iodo, ferro,
zinco, selênio, magnésio, potássio e enxofre. Em regiões tropicais o ferro e
manganês, na maioria das vezes, podem ser retirados. Deve conter ainda:
1) conter um mínimo de 6 a 8% de fósforo total. Em regiões onde as forragens
têm níveis menores que 0,2% de P, aconselha-se um suplemento na faixa
de 8 a 10% de P;
2) ter uma relação Ca : P não muito maior que 2:1;
3) fornecer um mínimo de 50% das exigências dos microminerais;
4) possuir fontes dos minerais com alta biodisponibilidade, com um mínimo de
contaminantes e, com tamanho de partículas que permitam uma boa
mistura;
5) ser palatável para permitir um ótimo consumo em relação as exigências;
6) ser fabricada por firma idônea que tenha um bom controle de qualidade;
7) ser econômica;
Há muitas vezes no campo a discussão sobre qual sal mineralizado é
melhor em termos de fabricantes e, conforme o exposto anteriormente
sabemos que somente a discussão em termos de composição de produtos
(níveis de rótulo) muitas vezes é infrutífera e cai no senso comum do menor
preço . Sabemos também que não há milagres em mineralização e que muitas
vezes outros fatores interferem sem que o produtor se de conta (quantidade de
forragem, lotação, ...) sem contar na qualidade dos produtos. Em rebanhos de
cria, deve-se sugerir que sejam medidos alguns parâmetros produtivos através
dos quais pode-se refletir sobre a possível qualidade da mistura mineral
utilizada.
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Desempenho Reprodutivo: Indicadores
1) Taxa de Prenhez (TP): (n° vacas prenhes/ n° vacas expostas) x 100; é
muito importante também em novilhas de 1ª cria.
2) Taxa de Natalidade (TN): (n° terneiros nascidos/n° vacas expostas) x 100;
mostra efeitos da nutrição e sanidade das vacas e/ou novilhas, quando há
diferenças entre TP e TN; é muito importante também em novilhas de 1ª
cria.
3) Taxa de Desmama (TD): (n° terneiros desmamados/n° vacas expostas) x
100; mostra efeitos de nutrição das vacas e/ou novilhas e seus terneiros;
4) N° de doses por vaca prenhe: (n° doses utilizadas/TP); é usado quando do
uso de IA; mede a eficiência do rebanho, mostrando efetividade do estro, do
inseminador e dos observadores de cio;
5) Produtividade (P):(n° de terneiros desmamados x peso à desmama (kg)/ n°
vacas expostas);
6) Eficiência (E): quociente entre P e cada 100 kg de vaca acasalada;
REFERÊNCIAS
Lee Russell McDowell. Minerals in animal and human nutrition, 1992, 524p.
Luis Orlindo Tedeschi. Suplementação de Cromo (Cr) para bovinos, 2000.
Artigo do BeefPoint.
André Alves de Souza e Celso Boin. Efeitos da suplementação de cromo
orgânico para bovinos de corte em confinamento, 2003. Artigo do BeefPoint.
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