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Matéria PENAL IV

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UNESA	Direito Penal IV	Professor: Marcelo Barucke
Título XI – Dos Crimes contra a Administração Pública
Dos crimes praticados por funcionários públicos contra a administração pública
Os crimes previstos nesses capítulos são classificados como crimes próprios uma vez que o sujeito ativo deve ser Funcionário Público, ou seja, possuir essa qualidade especial. No entanto, é possível que em concurso de pessoas alguém que não seja funcionário público responda por esse delito, mas se estiver em concurso de pessoas com um funcionário público colaborando de forma consciente e voluntária para o crime.
O que permite a responsabilidade penal de um cidadão comum por um crime dessa espécie é a regra do artigo 30, CP que autoriza a comunicabilidade das circunstâncias subjetivas e das condições de caráter pessoal quando são elementos do crime e como a condição funcionário público integra os conceitos desses crimes se comunica aos coautores e partícipes.
O que é Funcionário Público (Art. 327, CP)
Para efeitos penais, de acordo com o artigo 327, CP são considerados funcionários públicos todos que exercem cargo, emprego ou função pública remunerados ou não, concursados ou não, mesmo que a função seja temporária.
Peculato – apropriação indébita (Art. 312, CP)
No crime de peculato o funcionário público dolosamente aproveitando de sua função pública se apropria de bens móveis ou valores da administração pública que estão em sua posse em razão do cargo.
Também ocorre o peculato quando o funcionário público se vale da função para se apropriar de bens particulares que estão sobre a posse da administração pública, como por exemplo veículos locados e bens apreendidos (lembrar caso do juiz que utilizou o carro e o piano).
Peculato – furto (Art. 312, §1º, CP)
No peculato furto o agente subtrai bens ou valores da administração pública que não estão em sua posse aproveitando-se das facilidades de sua função.
O peculato é crime material porque se consuma com a ocorrência do resultado, ou seja, quando o funcionário público se apodera dos bens da administração como se seu dono fosse, mas no entanto não se caracteriza o crime na hipótese chamada peculato de uso porque não é crime usar temporariamente para fins particulares bens da administração, como por exemplo passear no final de semana com um carro de um órgão público, o que é mera infração disciplinar e administrativa.
Peculato culposo (Art. 312, §2º, CP)
No §2º, art. 312, CP temos o peculato culposo que se caracteriza de forma diferente, isto é, quando o funcionário público com sua negligência ou imprudência contribui para que um terceiro subtraia o patrimônio público. 
Neste caso, na forma do §3º, art. 312, CP, se houver o ressarcimento do prejuízo até a sentença pelo funcionário público, extingue-se a punibilidade do crime. Esta regra não se aplica ao peculato doloso do art. 312 e 312, §1º, CP.
Quando peculato é praticado por prefeito, o crime é tipificado pelo artigo 1º, I do decreto lei 201/67. Trata-se de crime de ação penal pública incondicionada, aliás como todos os delitos deste capítulo, isso em razão do interesse público.
Inserção de dados (Artigo 313-A, CP)
Nesse crime o agente deve ser funcionário autorizado a entrar no sistema que insere dados falsos, altera ou exclui indevidamente dados do sistema informatizado da administração pública com o fim de obter alguma vantagem ou simplesmente causar dano à administração.
Alteração de dados (Artigo 313-B, CP)
No crime de alteração de dados do artigo 313-B, CP o funcionário público modifica ou altera dados do sistema informatizado dolosamente, mas sem o fim específico. A diferença fundamental entre os dois artigos está no sujeito ativo uma vez que o primeiro delito só pode ser cometido pelo funcionário autorizado a entrar no sistema enquanto o segundo por qualquer funcionário.
Esses delitos são crimes materiais que se consumam com o resultado, ou seja, no momento que a inserção ou adulteração dos dados é efetivada no sistema, admitindo a forma tentada.
São de crimes de ação penal pública incondicionada.
Emprego irregular de verbas públicas (Artigo 315, CP)
Neste crime o agente, funcionário público efetua gastos com verbas públicas em uma finalidade diversa da prevista em lei. Não se trata de crime de corrupção, pois neste crime a verba é empregada no interesse público, mas em uma finalidade para a qual não há previsão legal para o gasto.
Caso o crime seja praticado pelo prefeito, incidirá o decreto lei 201/67, art. 1º, III
Concussão (Artigo 316,CP)
Neste crime o funcionário público exige vantagem indevida para si ou para outrem se valendo da função pública que está exercendo ou em perspectiva de exercer.
Caso o militar cometa esse crime, responderá pelas penas contidas no código militar.
Trata-se de crime formal, pois não é necessário que ocorra o resultadopara o crime estar consumado, ou seja, apenas por exigir o funcionário público realiza o crime, mesmo que o pagamento não seja efetuado.
Lei 8.137/90, Art. 3º, II (crimes contra a ordem tributária): Caso seja um funcionário público da área tributária, responderá pelo crime previsto na lei 8.137/90, Art. 3º, II.
Excesso de exação (Artigo 316, §1º,CP)
No excesso de exação, o funcionário público dolosamente exige para os cofres públicos que a vítima pague um tributo ou contribuição social que ele sabe não ser devido.
Este crime também se caracteriza se empregado na cobrança do tributo ou contribuição meio vexatório ou gravoso não autorizado pela lei.
Corrupção passiva (Artigo 317, CP)
 Na corrupção passiva o funcionário público solicita, recebe ou aceita a promessa de vantagem indevida em razão de sua função pública. Trata-se de crime formal que se consuma apenas por solicitar, mesmo que o pagamento não seja efetuado.
Quando o funcionário publico é da área fiscal, e solicita, recebe ou aceita a promessa de vantagem indevida, responderá pelo crime previsto na lei 8.137/90, Art. 3º, II.
Art. 317,§1º, CP
Se o funcionário público na corrupção passiva solicita ou recebe a vantagem para praticar irregularidade funcional, tal circunstância é causa de aumento de pena, pois não é elemento do crime a prática de atos irregulares, uma vez que também é crime receber vantagem indevida para praticar atos regulares da função.
Corrupção Ativa (Art. 333, CP)
Na corrupção ativa o agente oferece vantagem indevida à funcionário público para que pratique ou deixe de praticar ato de sua função. 
Trata-se de crime formal em que a simples oferta já consuma o delito, mesmo que o pagamento não seja efetuado por qualquer motivo.
Para configurar a corrupção ativa não é necessário que a oferta seja para o funcionário descumprir as obrigações da função. No entanto se em razão da oferta o funcionário público comete irregularidade funcional, aumenta a pena do crime.
De acordo com entendimento jurisprudencial nem toda hipótese de corrupção passiva envolve necessariamentecorrupção ativa porque se o funcionário solicita vantagem aquele que a paga não comete nenhum dos dois verbos típicos do artigo 333, CP, ou seja oferecer e prometer, pois a conduta de pagar não é mencionada no artigo.
Facilitação de Contrabando e descaminho (Art. 318, CP)
Neste crime o agente aproveitando de sua função, dolosamente, pratica conduta para facilitar a entrada e saída ilegal de mercadoria no país. Somente os funcionários públicos que atuam na área de fiscalização de importação e exportação podem cometer este crime. 
Consideramos descaminho (art. 334, CP), importar ou exportar mercadorias permitidas por lei sem o pagamento dos impostos devidos.
E consideramos contrabando (art. 334-A, CP), importação ou exportação de mercadoria proibida.
Prevaricação (Art. 319,CP)
Na prevaricação o funcionário público deixa de praticar um ato de sua função dolosamente para atender a um interesse pessoal que não seja vantagem indevida. Trata-se de crime omissivo (não fazendo algo que deveria ser feito)de mera conduta (basta a omissão em não cumprir um ato da função obrigatória para configuraro delito)e crime de mão própria (não é possível alguém praticar o crime por outra pessoa, nesse caso o funcionário público)
Condescendência criminosa (Art. 320, CP)
Neste crime o funcionário público deixa de punir subordinado que cometeu infração funcional ou deixa de comunicar ao órgão punitivo competente por sentimento de corporativismo (indulgência).
Trata-se de um crime omissivo, de mera conduta e crime de mão própria.
Advocacia administrativa (Art. 321,CP)
Neste crime o funcionário público se utiliza da função para patrocinar de qualquer forma interesse privado perante a administração pública, valendo-se da função.
Há divergência doutrinária em relação a configuração do crime, pois alguns entendem que o crime se consuma quando o agente patrocina um interesse apenas no órgão em que trabalha, enquanto outros entendem que também se consuma mesmo que o patrocínio seja perante outro órgão, mas valendo-se da função.
Abandono de função (Art. 323, CP)
Deixar o funcionário público o trabalho sem previa comunicação de dispensa/desoneração
Crime de resistência (Art. 329, CP)
No crime de resistência, o agente se opõe ao cumprimento de um ato legal, pelo funcionário público competente, usando de violência ou ameaça.
(2 requisitos legais: ato legal (observa-se o abuso de direito)
Se o funcionário público está praticando ato ilegal, como um abuso de autoridade, então resistir nada mais é que legítima defesa, o mesmo ocorrendo se ele não for o funcionário público competente para o ato.
Trata-se de crime de mera conduta, pois a simples oposição violenta caracteriza o delito, mesmo que o agente não consiga o resultado pretendido.
Crime de desobediência (Art. 330, CP)
Se o indivíduo se opõe a execução de uma ato legal de um funcionário público competente, sem violência ou ameaça, o crime é de desobediência, que também é delito de mera conduta.
Quando praticados no mesmo contexto fático o crime de resistência absorve o crime de desobediência tendo em vista o princípio da absorção, pois o crime fim absorve o crime meio.
Desacato (Art. 331,CP)
Ofensa à funcionário público em razão da sua função. Ação penal pública incondicionada.
No desacato o agente ofende funcionário público no exercício de sua função ou em razão dela através de palavras, escritos ou gestos, manifestando menosprezo pela função que exerce. Trata-se de crime de mera conduta, pois mesmo que o funcionário não se sinta ofendido o crime se caracteriza.
Atualmente, por controle de convencionalidade, em razão de tratados internacionais, há entendimento de que o crime de desacato está revogado e que neste caso a ofensa configura injúria.
Lei 4.898/65 – LEI DE ABUSO DE AUTORIDADE
Tráfico de influência (Art. 332,CP)
Neste crime, o agente solicita vantagem ou obtem para si ou para outrem, sob o pretexto de influenciar ato de funcionário público, trata-se de crime formal, que se consuma apenas com a solicitação, mesmo que nenhuma influência seja exercida
Se esta conduta é praticada com o fim de influenciar membro da justiça ou do ministério público o crime será de exploração de prestígio.
OBS.: EXPLORAÇÃO DE PRESTÍGIO (ART. 237)
Denunciação caluniosa (Art. 339,CP) =>crime contra a administração da justiça
Na denunciação caluniosa, temoscrime contra a administração da justiça, onde o agente imputa um fato criminoso, falso, contra a vítima, fazendo com que esta responda um processo, inquérito ou mesmo um procedimento administrativo, disciplinar e é crime de ação penal pública incondicionada.
Comunicação falsa de crime (Art. 340,CP)
Provocar ação de autoridade comunicando um crime ou uma contravenção que não ocorreu é o delito do art. 340 do CP. Consuma-se no momento da comunicação.
Auto acusação falsa (Art. 341,CP)
E também é crime, por este artigo, confessar perante autoridade, um crime que não cometeu.
Falso testemunho (Art. 342)
Neste crime o agente na qualidade de testemunha ao prestar depoimento dolosamente falta com a verdade ou se recusa a responder as perguntas em processo judicial, administrativo ou inquérito.
Trata-se de crime doloso, sendo necessário que a testemunha tenha a consciência da mentira que está falando.
De acordo com a jurisprudência majoritária, os informantes e a vítima como não são testemunhas também não configuram este crime se mentirem.
Tem que ser testemunha. (Mãe, cônjuge, ou amigo do réu é considerado informante).
Trata-se de ação penal pública incondicionada.
Caso a vítima falte com a verdade pode cometer crime de denunciação caluniosa.
O crime também pode ser cometido por perito, contador tradutor ou interprete que eventualmente são chamados a prestar depoimentos.
Este crime admite a retratação pela testemunha que extingue a punibilidade, mas quando for feita até a sentença no processo em que mentiu.
Suborno de testemunha (Art. 343)
Se a testemunha recebe suborno para mentir incorre no aumento de pena do parágrafo primeiro do artigo 342 e quem a suborna pratica o crime do artigo 343.
Coação no curso do processo (Art. 344) – crime contra a administração da justiça
Neste crime o agente usa de violência ou grave ameaça contra autoridade, parte ou qualquer outra pessoa que é chamada a intervir em processo judicial, administrativo, ou inquérito, com o fim de favorecer interesse próprio ou de terceiro. Trata-se de crime formal, com fim de favorecer ao réu e não é necessário para consumar o delito que o fim pretendido seja obtido. Mesmo que o coagido não seja intimidado ainda assim a coação está consumada.
Trata-se de crime de ação penal pública incondicionada uma vez que é crime contra a administração da justiça.
Exercício arbitrário das próprias razões (Art. 345)
Neste crime o agente exerce um direito legítimo mas através de um meio ilegal, além das penas do delito o agente responde também pela eventual violência utilizada.
Na hipótese do agiota que através de violência ou ameaça cobra o seu crédito o crime é de extorsão (artigo 158, CP) porque sua pretensão não é legítima, já que pessoa física não tem direito a cobrar juros extorsivos quando faz empréstimo. Este crime em regra é de ação penal privada, salvo quando ocorre lesões corporais, porque passa a ser de ação penal pública.
Fraude processual (Art. 347)
Neste crime o agente altera dolosamente a cenas dos fatos (caso Isabela Nardoni, em que o avô e a irmã foram condenados por adulterar a cena do crime) com o fim de iludir o juízo ou o perito. Caso o fato seja da esfera criminal, aumenta a pena do crime conforme o parágrafo único. Trata-se de crime formal que se consuma mesmo que a alteração da cena não consiga iludir o perito ou o juízo.
Favorecimento pessoal (Art. 348)
Neste crime o agente dolosamente auxilia alguém a fugir da ação das autoridades em razão de crime. O crime se configura mesmo que a fuga não seja bem sucedida. Trata-se de crime de ação pena pública incondicionada por atrapalhar a administração da justiça.
Favorecimento real (Art. 349,CP)
No favorecimento real o agente auxilia o autor de crime a ocultar ou tornar seguro o proveito do crime, desde que a hipótese não seja de coautoria ou participação no delito. Este crime só se configura na forma dolosa, portanto se alguém oculta proveito do crime sem saber o fato é atípico, porque o artigo 349, não prevê a modalidade culposa.
No que diz respeito à guarda de droga ou guarda de arma de fogo para terceiro não configura favorecimento real e sim tráfico de drogas e crime de posse ilegal de arma de fogo.
No art. 349-a, o código criminaliza a conduta de ingressar com aparelhos de comunicação em estabelecimento prisional, promover ou facilitar a entrada. No entanto este crime não se aplica aos agentes penitenciários, que neste caso responderiam pelo art. 319-A ou art. 317 se cobrarem vantagem indevida.
FUGA DE PRESO “Fugir é direito do preso”
O código penal não criminaliza a simples fuga de preso, salvo quando a fuga ou tentativa de fuga da cadeia tem uso de violência contra a pessoa, criminaliza também a conduta de promover ou facilitar fuga no art. 351, criminalizao arrebatamento de preso com fim de maltratar e o motim, quando os presos se rebelam perturbando a disciplina da prisão. No arrebatamento, na evasão e no motim, os agentes respondem também pelos crimes pela violência utilizada.
Patrocínio infiel/ Tergiversação (Art. 355, CP)
Consideremos patrocínio infiel ou tergiversação a conduta do advogado que trai em juízo o interesse do cliente que o contratou. A advocacia simultânea (no litígio) ou sucessiva (trocar de lado) na mesma causa. Trata-se de crime para advogado.
Violência ou fraude em leilão judicial (Art. 358,CP)
Pelo artigo 358, constitui crime o uso de violência, ameaça ou fraude para impedir ou perturbar leilão judicial ou afastar concorrente.
Desobediência Judicial (Art. 359, CP)
Neste crime o agente exerce função ou atividade que se encontra suspensa em razão de ordem judicial, tal crime somente se caracteriza a partir do momento que o agente é notificado oficialmente da decisão.
Em relação a violência doméstica contra a mulher a jurisprudência vem entendendo que a desobediência à ordem de medida protetiva, não configura o crime do art. 359 em razão do art. 313 do CPP, prever como consequência desse ato a prisão preventiva, que já é uma suficiente punição.
Lei de crimes hediondos (Lei 8.072/90)
De acordo com o art. 2º, I, é proibido aos condenados por crime hediondo, tráfico de drogas, tortura e terrorismo a concessão de anistia, graça ou indulto, sendo a anistia uma forma de clemência por lei federal que apaga todos os efeitos penais do crime anistiado, e a graça e o indulto, formas de clemência por decreto presidencial que antecipam o fim da pena.
Fiança e liberdade provisória (Art. 2º, II)
O art. 2º, II determina que esses crimes são inafiançáveis, ou seja, insuscetíveis de liberdade provisória mediante fiança, mas de acordo com a jurisprudência quando o juiz durante o processo criminal não vislumbrar mais necessidade da manutenção da prisão preventiva pode conceder liberdade provisória sem fiança.
Regime de cumprimento (Art. 2º, §1º)
De acordo com o art. 2º, §1º, os condenados por esses delitos devem sofrer na sentença sempre em regime fechado independente da quantidade de pena aplicada. No entanto, o STF vem entendendo que esta regra é inconstitucional por ofensa ao princípio da individualização da pena tendo em vista que ao aplicar a pena deve o juiz levar em conta as características individuais do réu e as características específicas do seu crime para fixar o regime mais justo.
Progressão de regime (Art. 2º, §2º)
Em relação à progressão de regime os condenados por crime hediondo, tráfico, tortura e terrorismo tem direito a requerer a progressão após cumprir 2/5 da pena ou 3/5 se reincidente, conforme art. 2º, §2º da lei 8.072/90.
No entanto esta regra foi criada pela lei 11.464/07 que entrou em vigor no dia 29/03/07, significa que o condenado por estes crimes que tenha cometido o delito até 28/03/07 continuam com o direito a progressão com base na fração de 1/6 da pena uma vez que a nova lei é mais severa e não pode por este motivo retroagir. 
Essa situação ocorreu porque o STF decidiu ser inconstitucional há anos atrás o antigo regime integralmente fechado que antes era previsto no artigo 2º, §1º da lei 8.072/90 e dessa forma passou a permitir a progressão de regime à todos condenados pelo artigo 112 da LEP (lei 7.210/84), tendo o congresso nacional aprovado a lei 11.464/07 que aumentou a fração de pena a ser cumprida para a progressão do regime.
Livramento condicional
Os condenados por esses crimes possuem direito a livramento condicional sendo necessário o cumprimento de 2/3 da pena com bom comportamento para que possam fazer o pedido, sendo certo que se o réu é reincidente específico em crimes dessa natureza, não tem direito a livramento condicional.
Prisão temporária – 5 dias, prorrogável por mais 5 dias (criada pela lei 7.960/89)
A prisão temporária é aquela que pode ser decretada durante o inquérito pelo juiz quando demonstrado que o indiciado está criando obstáculos à investigação, pela lei 7.960/89 a prisão temporária tem prazo de 5 dias prorrogável por mais 5 dias, sendo certo que sendo o crime hediondo, tráfico, tortura ou terrorismo, de acordo com o art. 2º, §4º da lei 8.072/90, esse prazo poderá ser de 30 dias prorrogável por mais 30 dias.
Revogação do art. 9º
O artigo 9º da lei de crimes hediondos que previa um aumento de ½ da pena quando a vítima estivesse nas circunstâncias do artigo 224, CP foi revogado de forma tácita pela lei 12.015/09, que revogou o art. 224, CP do código penal e consequentemente o artigo 9º, que a ele era vinculado.
Lei de Tortura (9.455/97)
Uso da intensa força física (aspecto objetivo)
Excesso de castigo, discriminação racial, entre outras finalidades (aspecto subjetivo).
O crime de tortura se caracteriza quando o agente emprega contra a vítima violência física ou psicológica causando intenso sofrimento físico ou mental com a finalidade de obter uma confissão, de coagir a praticar um crime, por discriminação racial ou religiosa, como excesso de castigo pessoal a quem está sob a sua guarda ou sob sua custódia na prisão com pena de 2 a 8 anos.
No artigo 1º, §2º, 9.455/97, temos o crime de tortura por omissão com pena de 1 a 4 anos quando uma autoridade que tem a função de evitar ou investigar uma tortura do seu conhecimento se omite e não toma as providências cabíveis. Trata-se de crime próprio que somente autoridades podem cometer.
O crime de tortura com resultado morte art. 1º, §3º, 9.455/97 é crime preterdoloso que tem dolo antecedente, ou seja, na tortura e culpa no consequente, o resultado morte que não é pretendido pelo agente.
No homicídio qualificado mediante tortura (Art. 121, §2º, III) o dolo é de matar e para este fim o assassino tortura a vítima até a morte.
Causas de aumento de pena (Art. 1º, §4º) – 1/6 a 1/3
A primeira causa de aumento de pena é ser o autor do crime agente público §4º, I, no entanto, ela não se aplica ao delito do artigo 1º,§2º, porque nesse crime especificamente, ser agente público é elemento do tipo (palavras e expressões empregadas no tipo do crime), e caso incida esta causa de aumento de pena então, haverá bis in idem, o que é vedado pelo direito penal.
A segunda hipótese art. 1º, §4º, II, aumenta a pena em até 1/3 se o crime é cometido contra gestante, criança, deficiente, adolescente ou idoso, maior de 60 anos.
No crime contra criança, idoso ou deficiente é preciso não confundir com maus-tratos (Art. 136, CP) que também é uma espécie de excesso nos métodos de correção, mas que envolve grau de violência menos intenso que o da tortura.
A terceira hipótese, §4º, III é o aumento de pena pelo sequestro, quando o agente sequestra a vítima para torturar. Neste caso, não aplicamos o artigo 148, CP e sim este aumento de pena em virtude do princípio da especialidade.
Perda de cargo público (Art. 1º,§5º)
Sendo o autor do crime agente público ainda é autorizado ao juiz decretar a perda do cargo na forma do artigo 1º, §5º desta lei.
Lei de drogas – Lei 11.343/07
Posse de droga para uso próprio (Art. 28)
Trata-se de crime contra a saúde pública em que o agente transporta, tem em depósito, guarda ou traz consigo drogas com o dolo de consumo pessoal.
Para definir se a droga é destinada ao usou ao tráfico o §2º do art. 28 determina que seja observada a quantidade a natureza, o local e as circunstâncias da prisão, além dos antecedentes e da conduta social do réu, não havendo na lei um tabelamento da quantidade que caracteriza tráfico ou uso.
Em hipótese alguma alguém pode ser preso o réu imputado deste crime, já que o delito não tem pena de prisão, mas somente advertência, prestação de serviço e tratamento.
Tráfico de drogas 
Os crimes do art. 28 ao 33, são normas penais em branco, porque dependem da complementação de outra norma jurídica para serem aplicadas, pois compete ao ministério da saúde relacionar quais são as drogas penalmente ilícitas no Brasil.
NESTE CRIME, o agente possui a droga de qualquer modo com o dolode traficar, com a finalidade de que seja entregue a terceira, sendo este crime equiparado a hediondo e também crime permanente.
No §1º, a lei equipara ao tráfico as condutas de posse da matéria-prima, o plantio em larga escala e a permissão para que o imóvel seja explorado.
No §§ 2º e 3º, não temos crime de tráfico, porque na primeira hipótese o crime é induzir alguém ao consumo e na segunda hipótese é crime é de uso compartilhado, ou seja, fornecer droga sem objetivo de lucro para juntos consumirem.
De acordo com o art. 33, §4º, o réu que é primário e de bons antecedentes, que não é vinculado a facções criminosas e que não pratica de forma constante essa atividade, tem direito a uma diminuição de pena de 1/6 a 2/3, podendo a pena, privativa de liberdade, ser substituída por pena restritiva de direito, esta hipótese é denominada tráfico privilegiado.
Art. 44 → não cabe sursis nem pena alternativa (foi tido como inconstitucional pelo STF), podendo haver tal hipótese no tráfico privilegiado.
O art. 44, desta lei, veda a aplicação de penas alternativas e o sursis em condenações por tráfico, mas foi declarado inconstitucional pelo STF que admite a pena alternativa para o tráfico privilegiado.
Posse de maquinário (Art. 34, lei 11.343/07)
No art. 34, temos o crime de posse ilegal de maquinários, instrumentos e aparelhos destinados a produção das drogas. No entanto se os maquinários são apreendidos junto com as drogas, o crime será do art. 33, que absorve o crime do art. 34.
Associação ao tráfico (Art. 35)
Este crime se caracteriza quando dois ou mais agentes se reunem de forma estável e permanente com divisão de tarefas e com a finalidade de explorar o crime de tráfico.
Trata-se de crime permanente que possa se caracterizar em concurso material com o tráfico e que não se configura por uma mera união eventual para o tráfico o simples concurso de pessoas, pois é necessário a estabilidade.
Financiamento (Art. 36)
O crime de financiar o tráfico é praticado por aquele que dolosamente investe valores para compra de drogas ou de maquinários para a produção de drogas. No entanto este agente não é traficante ou integrante de associação ao tráfico, pois se é o próprio traficante que investe seu capital na atividade criminosa de sua quadrilha então não responde pelo artigo 36, mas em sua condenação por tráfico sofrerá o aumento de pena do artigo 40, VII da lei 11.343/06.
Colaborador (Art. 37)
Neste crime o agente colabora prestando informações eventualmente para os traficantes. No entanto se o informante integrar de forma permanente o grupo criminoso o crime dele será de associação ao tráfico (Art. 35).
Causas de aumento de pena (Art. 40)
Transnacionalidade do delito
Prevalecer de função pública
Depende do local do tráfico: estabelecimento de ensino, estabelecimento prisional
Violência, grave ameaça, emprego de arma de fogo, intimidação coletiva
Tráfico entre Estados
Envolver criança ou adolescente
Financiar ou custear o crime
No artigo 40 temos as causas de aumento de pena que aumentam em 1/6 a 2/3 a pena do tráfico quando houver transnacionalidade da droga, o uso de função pública, o tráfico próximo a certos estabelecimentos educativos, prisionais, de espetáculo e etc., o tráfico com intimidação coletiva com uso de armas, se o tráfico é entre Estados, se envolve menor e se o agente traficante financia a atividade.
Trata-se de crime de ação penal incondicionada.
Estatuto do desarmamento (Lei 10.826/03)
Posse ilegal (Art. 12) – uso permitido
Este crime se caracteriza pela posse de arma de fogo na residência ou no local de trabalho sem o devido registro junto ao SINARM da Policia Federal, sendo este crime ligado às armas de uso permitido. Trata-se de norma penal em branco, crime permanente e crime de mera conduta.
Porte ilegal (Art. 14)
Neste crime o agente transita com a arma fora de sua residência ou de seu local de trabalho sem ter autorização para o porte de arma, sendo este crime relacionado às armas permitidas.
Trata-se de crime permanente, norma penal em branco e crime de mera conduta.
Também é criminalizado o porte de munição e acessório.
É um crime afiançável.
Disparo de arma de fogo (Art. 15)
Nesta hipótese o agente dolosamente efetua disparo de arma de fogo em local habitado ou em suas adjacências.
Trata-se de crime de perigo e crime de mera conduta já que não depende de qualquer resultado.
O parágrafo único do artigo 15 que proibia a concessão de fiança foi declarado inconstitucional pelo STF por ofensa ao princípio da proporcionalidade e da razoabilidade.
Posse ou porte ilegal de arma de uso proibido (Art.16)
Trata-se de norma penal em branco, pois é necessário um complemento jurídico para determinar qual arma é considerada de uso proibido.
Nesta hipótese o agente possui sem registro em sua residência ou local de trabalho arma classificada como de uso proibido e também configura este crime transitar com essa arma por locais públicos, sendo crime de mera conduta, permanente e norma penal em branco.
No artigo 16, parágrafo único inciso I e inciso IV o estatuto criminaliza a conduta de raspar a numeração da arma e possuir ou portar arma com numeração raspada, sendo enquadrado neste artigo independente do calibre da arma raspada.
No inciso artigo 16 II o estatuto criminaliza a conduta de modificar a arma de fogo para torna-la mais potente.
No inciso artigo III é criminalizado a posse ou porte ilegal de explosivos.
O artigo 16, parágrafo único, V, trata de conduta dolosa de entrega de armas à menores e o artigo 13 de conduta culposa, ou seja, falta de cautela na guarda da arma que vai parar na mão de um menor.
Lei 9.503/97 – Código de trânsito Brasileiro
Homicídio culposo (Art. 302)
No homicídio culposo, o §1º, I, aumenta a pena do crime quando o responsável pelo acidente com morte não possui habilitação, não sendo aplicável nessa hipótese o artigo 309 desta lei sob pena de bis in idem, pois seria uma hipótese de dupla punição.
No inciso III aumenta a pena do homicídio culposo quando o motorista responsável pelo acidente foge do local deixando de prestar socorro, não sendo aplicável nesta hipótese o artigo 304, que será aplicado quando o motorista que não é culpado pelo acidente deixe de prestar socorro à vitima.
Inciso IV = tipo de veículo que o motorista está conduzindo, para exigir maior prudência do motorista que dirige esses tipos de veículos.
Lesão culposa (Art. 303)
Trata-se de crime de lesão corporal culposa na direção de veículo automotor em que o motorista por imprudência, negligência ou imperícia ofende a integridade corporal da vítima, sendo certo que este crime é de ação penal pública condicionada a representação da vítima. 
Em razão do que dispõe o parágrafo único do artigo 303, se aplicam também as lesões culposas no trânsito às mesmas causas de aumento de pena previstas para o homicídio culposo, no §1º do artigo 302.
Se o veículo é usado como um instrumento de um crime doloso, o fato deve ser tipificado pelo CP, seja pelo artigo 21, CP ou pelo artigo 129, CP conforme a hipótese.
Também na lesão culposa é admitido o perdão judicial por analogia ao artigo 129, §8º, CP, quando o autor do crime sofreu tanto com o fato que a pena se mostra desnecessária.
Embriaguez no volante (Art. 306)
Trata-se de crime de mera conduta em que o agente conduz veículo automotor na via pública com quantidade de álcool no sangue ou outras substâncias acima da quantidade permitida, ou seja, 6 decigramas, podendo este crime ser comprovado por qualquer meio de prova em direito admitido, inclusive prova testemunhal.
Disputa não autorizada (Art. 308)
Trata-se de crime de perigo, de mera conduta em que os agentes praticam com veículos disputa não autorizada em via pública. A simples competição já configura o delito, mas se resultar em lesões graves ou morte os competidores responderão pelos parágrafos 1º e 2º do artigo 308.
Na disputa não autorizada que resulta em morte se demonstrado pelo comportamento dos agentes que houve um desprezo pelo resultado,então o crime será de homicídio doloso por dolo eventual.
Trata-se de crime de concurso necessário.
Dirigir sem habilitação (Art. 309)
Por este artigo considera-se crime dirigir na via pública sem ser habilitado perante o Detran. No entanto a jurisprudência majoritária vem entendendo que este crime é de perigo concreto que só se configura se o motorista estiver dirigindo perigosamente, gerando perigo de dano, pois do contrário será mera infração administrativa.
Emprestar veículo a pessoa que não pode dirigir (Art. 310)
Trata-se de crime de mera conduta em que o agente empresta veículo a quem não pode dirigir por embriaguez, falta de habilitação, etc. 
Trata-se de crime doloso que só se configura se o agente tem conhecimento de que o motorista a quem está emprestando o veículo não pode dirigir.
Lei Maria da Penha (Lei 11.340/06)
A lei Maria da Penha criou no âmbito do poder judiciário o juizado de violência doméstica contra a mulher, que tem competência absoluta em razão da matéria para o julgamento desses crimes sob pena de nulidade do processo.
Conceito (Art. 5º)
Configura violência doméstica e familiar, em regra, aquela praticada pelo homem contra a mulher dentro da unidade doméstica que é o espaço de convívio permanente entre pessoas com vínculo ou sem vínculo familiar, no âmbito da família que é a comunidade formada por pessoas que são ou se consideram aparentadas e nas relações íntimas de afeto entre pessoas que convivam ou tenham convivido mesmo sem coabitação.
Espécies de violência (Art. 7º)
A lei Maria da Penha incide sobre qualquer espécie de violência doméstica contra a mulher, violência física, psicológica, sexual patrimonial e violência moral, sendo certo que os crimes caracterizados por estas violências são aqueles já previstos em nossa legislação penal (CP), pois a lei Maria da Penha não prevê crimes e penas, mas sim um sistema jurídico de proteção mais eficaz à mulher no ambiente familiar. 
A natureza da ação penal com relação a esses crimes segue a regra do código penal sendo apenas diferente em relação a lesão leve, uma vez que é crime de ação penal condicionada por previsão do artigo 88 da lei 9.099/95, mas como o artigo 41da lei Maria da Penha proíbe a incidência da lei 9.099/95, então a lesão corporal de natureza leve em violência doméstica contra a mulher passa a ser crime de ação penal pública incondicionada. Súmula 542, STJ.
Como não cabe a aplicação da lei 9.099/95 no juizado de violência doméstica contra a mulher, então não é admissível transação penal, suspenção condicional do processo, e nem sentenças aplicando somente condenações em cesta básica ou multa.
Medidas protetivas (Art. 18 e seguintes)
Comunicado o crime à autoridade policial pode ser encaminhado pelo próprio delegado ao juiz o pedido de medidas protetivas que serão decididas em até 48 horas, podendo ser apreensão de armas, afastamento do lar, proibição de aproximação, contato ou frequentar determinados lugares, prestação de alimentos provisórios, entre outros, conforme artigo 22 ao 24 da lei 11.340/06.
A violação da medida protetiva tem como consequência o decreto de prisão preventiva, com base no artigo 313, CPP.
Lei 12.850/13
Conceito (Art. 1º)
Organização criminosa significa a reunião ou associação de quatro ou mais criminosos, de forma estável e permanente, com animus associativo de forma estável e permanente e divisões de tarefas e com a finalidade de praticar infrações penais com penas máximas superiores a quatro anos. 
Organização criminosa não se caracteriza quando quatro ou mais agentes se reúnem para a pratica de um crime pois neste caso haverá mero concurso de pessoas do artigo 29 do código penal.
Trata-se de crime permanente pois enquanto a organização está atuando o crime está se perpetuando no tempo e todos em flagrante delito.
Este crime é autônomo e punido independente dos demais delitos cometidos pela organização e o crime se caracteriza ainda que a organização criminosa não tenha iniciado suas atividades ilícitas.
Trata-se de crime de concurso necessário porque é preciso no mínimo 04 agentes para o crime de organização criminosa se caracterizar.
No artigo 288 do CP temos o crime de associação criminosa que se caracteriza quando 03 ou mais agentes se organizam para a prática de infrações penais, não sendo necessário que estes crimes tenham pena superior a quatro anos.
Art. 35 da lei 11.343/06 = associação para o tráfico.
Crime de organização criminosa (Art. 2º)
De acordo com o artigo 2º o crime de organização criminosa significa participar de qualquer forma de uma associação com as características do conceito legal do artigo 1º dessa lei.
Também caracteriza o crime na forma do art. 2º,§1º embaraçar de qualquer forma investigação de organização criminosa.
Meios de investigação (Art. 3º)
Lavagem de dinheiro (Lei 9.613/98)
Configura o crime de lavagem de dinheiro ocultar ou dissimular bens ou valores provenientes da atividade criminosa.
Trata-se de crime permanente, pois enquanto a verba está dissimulada o crime está em andamento.
Também incorre neste crime qualquer pessoa que de forma consciente e voluntária colabora para transformar em ativos lícitos os valores provenientes da criminalidade e também quem colabora para guardar ou movimentar de qualquer forma tais valores.
De acordo com o §4º do artigo 1º da lei 9.613/98 aumenta a pena desse crime de 1/3 a 2/3 se for cometido de forma reiterada ou por intermédio de organização criminosa.
Trata-se de crime de ação penal pública incondicionada, muitas vezes de atribuição do MPF (Ministério Público Federal).
Sonegação Fiscal (Lei 8.137/90 – Art. 1º)
Constitui crime de sonegação fiscal conforme artigo 1º da lei 8.137/90 suprimir ou reduzir tributo ou contribuição social por meio de omissão de informação, fraude à fiscalização, falsificação de nota fiscal, fatura ou outros documentos análogos e recusa no fornecimento de nota fiscal.
Súmula vinculante nº24 do STF: Configura o crime de sonegação fiscal no momento que ocorre o lançamento tributário definitivo do imposto ou contribuição social suprimidos (não pagos como deveria).
Conforme entendimento do STF como a sonegação fiscal somente consuma com o lançamento tributário definitivo, somente neste momento é que inicia a contagem do prazo prescricional.
De acordo com a jurisprudência do STF, feito o pagamento do imposto devido está extinta a punibilidade do crime de sonegação fiscal, sendo este entendimento atualmente estendido ao crime de apropriação indébita previdenciária (Art. 168-A, CP), e por analogia ao furto de energia elétrica se for quitado o valor do débito com a empresa fornecedora de energia.
Em relação ao descaminho do artigo 334, CP, este entendimento também vem sendo aplicado quando o réu paga o imposto de importação ou exportação que deixou de recolher.
Lei do Meio Ambiente (Lei 9.605/98)
Art.3º => a pessoa jurídica também está sujeita aos crimes previstos nesta lei.
De acordo com o artigo 3º da lei do meio ambiente é possível a responsabilidade penal da pessoa jurídica pelos crimes ambientais.
No entanto majoritariamente a doutrina tem se posicionado contra essa possibilidade já que pessoa jurídica é uma ficção e o crime depende pra se configurar de dolo ou culpa que são elementos psicológicos somente encontrados em seres humanos e, portanto, somente pessoas físicas cometem crimes.
Art. 4º - Desconsideração da pessoa jurídica
Conforme o artigo 4º dessa lei, para a responsabilidade civil para o ressarcimento dos danos ou pagamento das multas pode ser feita a desconsideração da pessoa jurídica, recaindo a indenização sobre os patrimônios pessoais dos sócios.

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