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JORGE JOSÉ ELIAS PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO ORGANIZACIONAL COMENTÁRIOS E APONTAMENTOS METODOLÓGICOS 1ª EDIÇÃO CAPIVARI - SP 2012 FICHA CATALOGRÁFICA E41m Elias, Jorge José Planejamento Estratégico Organizacional: comentários e apontamentos metodológicos/ Jorge José Elias. Capivari-SP: 2012 25p. 1.Planejamento Estratégico. I. Título CDD 648.4012 Sumário Histórico do Planejamento Estratégico ............................................................... 4 Estratégia e planejamento estratégico ............................................................... 5 Por onde começar: ........................................................................................... 11 Visão, Missão, Metas e Objetivos .................................................................... 11 Análise SWOT .................................................................................................. 12 Análise das Forças Ambientais ........................................................................ 14 Etapas do Plano Estratégico ............................................................................ 17 Um negócio precisa ser visto em 3 dimensões: ............................................... 17 Identificação de uma oportunidade de negócio: ............................................... 18 Exemplos de “declaração de missão” .............................................................. 20 Exemplos de “visão” ......................................................................................... 21 Exemplos de “objetivo” ..................................................................................... 21 A sinergia ......................................................................................................... 24 Tipos de sinergia: ............................................................................................. 24 Referências bibliográficas ................................................................................ 25 4 Histórico do Planejamento Estratégico Desde os primórdios, o homem já se organizava em grupos tribos, igreja e a família. Esse grupo sente a necessidade de organizar-se, pois cada indivíduo possui objetivos e graus de satisfação diferentes. Sob esse aspecto, um plano, tem por objetivo orientar ações humanas. A evolução dos sistemas de Administração A era da produção em massa 1900 – 1930 A empresa que oferecesse um produto homogêneo (padronizado) ao preço mais baixo sairia vencedora. Ex.: Modelo T da Ford, em qualquer cor desde que seja preto. Nessa era destaca-se a capacidade de produzir ao menor custo. A era do marketing em massa (Pós 1930) Nessa fase a demanda por bens de consumo aproximava-se da saturação, então os produtos padronizados, cedem lugar aos produtos diferenciados. Assim passa-se de uma orientação para a produção para uma orientação para marketing. Ex.: General Motors (GM) com sua política de modelos múltiplos, com promoções, propaganda, preço, etc. A era Pós Industrial A partir de meados da década de 1950 o ambiente empresarial começa a mudar entrando na Era da descontinuidade (Era da Incerteza). Onde: As mudanças tecnológicas produzem obsolescência; A sociedade chega a um novo nível de riqueza em termos econômicos (elevação do poder aquisitivo) e conseqüentemente altera-se o padrão de consumo da sociedade; A prática de exploração pelas empresas é contestada pela sociedade; Surgimento de novos concorrentes. 5 Neste momento gera-se um conflito entre a administração: centrada no negócio da empresa (visão interna), não voltada para o mercado; e paralelamente começam a surgir novas indústrias para atender o consumidor, agora mais rico (nova realidade social). Ou seja, nesse momento começam a surgir mudanças no ambiente: Consumidores mais exigentes Mudanças no comportamento de compra Mudança no comportamento de trabalho Exigem-se pós-venda por parte do fabricante Movimentos de defesa do consumidor Pressões da sociedade sobre o governo. A era da aceleração da mudança No século vinte as mudanças do ambiente tornaram-se mais complexas e variadas. Essa maior freqüência de mudanças trouxe impactos cada vez maiores sobre as empresas, tais como velocidade com que novos produtos e serviços, e tecnologias invadem o mercado. CONCEITOS: ESTRATÉGIA E PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO PORQUE PLANEJAR Nesse cenário mundial surge a adoção do uso do PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO cuja tarefa é preparar-se para o futuro. A complexidade do mundo atual exige novas e dinâmicas abordagens no sentido de acompanhar a velocidade das transformações daí surge a necessidade de planejar. Planejar uma organização consiste na escolha de alternativas a fim de se alcançar um objetivo para a empresa a partir de sua situação atual. Para as organizações encontrarem o caminho adequado, é preciso entender a si mesma, ou seja, conhecer os seus pontos fracos e os seus pontos fortes. Faz-se necessário fazer o planejamento estratégico que vão delinear as ações estratégicas. Surge então o conceito de Planejamento Estratégico: 6 Traçar o caminho com antecedência Antecipar ações voltadas para determinado alvo É um guia de conduta e deve ser flexível Deve mostrar o caminho para se chegar lá. O que realmente a empresa deseja? E também o conceito de Estratégia, que é a ação, ou seja, à busca de um caminho para a empresa, sob o aspecto da operacionalização. A finalidade das estratégias empresariais é estabelecer quais serão os caminhos, os cursos, os programas de ação que devem ser seguidos para alcançar os objetivos ou resultados estabelecidos pela empresa. Consiste no: Como fazer ? Como o ambiente está em constante mutação, a estratégia quase sempre é uma resposta empresarial às demandas do ambiente externo. Assim podemos entende-la “como um conjunto de decisões que constrói ou modela o caminho para se atingir o objetivo”. A estratégia necessita ser planejada, portanto o planejamento estratégico é a maneira pela qual a estratégia é articulada e preparada, devendo ser formulada e entendida por todos os membros da empresa. Quanto maior for a força do ambiente externo à empresa, mais deverá ser feito e revisto o planejamento estratégico. (MINTZBERG, AHLSTRAND e LAMPEL, 2000) Para Rebouças de Oliveira (2005, p.28) “Estratégia Empresarial é a ação básica estruturada e desenvolvida pela empresa para alcançar, de forma adequada e, preferencialmente, diferenciada, os objetivos idealizados para o futuro, no melhor posicionamento da empresa perante o ambiente”. Para ter sucesso a estratégia precisa ser colocada em ação por todas as pessoas da empresa em todos os dias e em todas as suas ações (CHIAVENATO E SAPIRO, 2004, p.38). Diante dessas abordagens o planejamento estratégico procura: Mexer com as estruturas das empresas Sacudir suas tradições Desobstruir canais de comunicação Abrir as portas para a renovação e a inovação. 7 A Estratégia não é um conceito recente. Desdeos tempos das cavernas o homem se pôs a caçar, pescar ou lutar para sobreviver, a estratégia portanto sempre esteve presente como um plano antecipado do que fazer para ser bem sucedido. O termo estratégia – do grego strátegos – referia-se a uma posição do general no comando do exército, mais tarde veio a designar “a arte do general”, significando a aplicação das competências do general no exercício de sua função militar. Segundo Chiavenato e Sapiro, (2004, p. 26) ao tempo de Péricles (450 a.C), “a estratégia designava as habilidades gerenciais de administração, liderança, oratória e poder”. Com Alexandre, o Grande (330 a.C), já significava emprego de forças para vencer o inimigo. Traduzindo para o mundo dos negócios seria uma simples metáfora da guerra militar. As empresas enfrentam “diversos exércitos” (concorrentes) no campo de batalha (mercado), com suas armas (produtos e serviços) e estratégias (planos de negócios). Entretanto, diante das rápidas mudanças no ambiente externo as decisões estratégicas ficam difíceis. Com efeito a disputa pelo mesmo consumidor, a proliferação de produtos não diferenciados, o crescente poder de barganha de fornecedores e compradores e a ameaça do aparecimento de novos concorrentes (entrantes) ou de produtos substitutos transformam a competição mais que uma simples metáfora. Segundo os mesmos autores, a estratégia requer a compreensão da complexa trama da competição natural (CHIAVENATO e SAPIRO, 2004, p.34). Assim podemos depreender que, os negócios não podem crescer indefinidamente, pois os concorrentes em número cada vez mais crescente acabam eliminando uns aos outros, dentro de um planeta finito e com recursos limitados. Nesse cenário cada um precisa ser diferente o suficiente para possuir uma vantagem única. Segundo Chiavenato e Sapiro (2004, p.35-36), Os primeiros conceitos de planejamento estratégico formal e tradicional surgem após segunda guerra mundial transferidos da área militar para o mundo empresarial. Em 1956, 8% das grandes empresas norte-americanas utilizavam o planejamento estratégico. Sendo que esse percentual subiu para 85% em 1966. 8 O Planejamento Estratégico surgiu na década de 1960, como resposta ao declínio de crescimento de muitas empresas, em função da necessidade de lidar com a complexidade dos negócios. Entretanto o uso nas empresas foi bastante lento, somente após 10 anos passou a ser adotado por elas. A fim de alcançar os seus objetivos, as empresas aplicam suas estratégias a partir do planejamento estratégico. Nesse sentido, planejar uma organização, consiste na escolha de alternativas para se alcançar um objetivo para a empresa a partir de sua situação atual. Em um mundo globalizado, com a concorrência acirrada, o planejamento estratégico está se tornando fundamental para o sucesso das empresas. Nos dias atuais o planejamento estratégico passa a se tornar contínuo deixando de ser rígido para se tornar flexível e adaptável, deixa de ser monopólio da alta direção para alcançar o compromisso e a dedicação de todos os membros da organização (CHIAVENATO e SAPIRO, 2004, p.37). Portanto é oportuno ressaltar que o planejamento é um processo que corresponde ao estabelecimento de um conjunto de providências a serem tomadas pelo executivo para a situação em que o futuro tende a ser diferente do passado. Para Rebouças de Oliveira (2002,p.35), “O planejamento não deve ser confundido com previsão, projeção, predição, resolução de problemas ou plano, pois”: - previsão corresponde ao esforço para verificar quais serão os eventos que poderão ocorrer, com base no registro de uma série de probabilidades; - projeção corresponde à situação em que o futuro tende a ser igual ao passado, em sua estrutura básica; - predição corresponde à situação em que o futuro tende a ser diferente do passado, mas a empresa não tem nenhum controle sobre o seu processo e desenvolvimento; - resolução de problemas corresponde a aspectos imediatos que procuram tão-somente a correção de certas descontinuidades e desajustes entre a empresa e as forças que lhe sejam potencialmente relevantes; e 9 - plano corresponde a um documento formal que se constitui na consolidação das informações e atividades desenvolvidas no processo de planejamento; é o limite da formalização do planejamento; é uma visão estática do planejamento; é uma decisão em que a relação custo- benefício deve ser observada. (2002, p.35) O Planejamento estratégico começa com algumas questões: Qual é a nossa missão? O que queremos ser? Quais os nossos objetivos, metas e políticas? Resumindo: Onde, quando, com quem e como a empresa realizará seus negócios? Missão: Qual a razão de ser da empresa? Porquê estamos aqui? Visão: Onde queremos chegar? Estratégia: Que caminhos vamos escolher para atingir a missão e a visão da empresa? Objetivos estratégicos: Que resultados esperamos atingir com a estratégia escolhida? Segundo Chiavenato e Sapiro, (2004, p.39) “o planejamento estratégico é um processo contínuo no qual se busca a inserção da organização e de sua missão no ambiente em que ela está atuando”. O Planejamento estratégico é um processo que consiste na análise sistemática dos pontos fortes e fracos da empresa, e das oportunidades e ameaças do meio ambiente como intuito de estabelecer objetivos, estratégias e ações que possibilitam um aumento da competitividade empresarial. Para Chiavenato e Sapiro (2004) o “Planejamento Estratégico está relacionado com os objetivos estratégicos de médio e longo prazo que afetam a direção ou a viabilidade da empresa”. Considerando-se os grandes níveis estratégicos, pode-se distinguir três tipos de planejamento estratégico, conforme figura 1. 10 Tipos de planejamento (Figura 1) Fonte: Adaptado de Oliveira (2002, p. 45) Planejamento Estratégico Nível Estratégico – decisões estratégicas Planejamento Tático Nível Tático (por área) – decisões táticas Planejamento Operacional Nível operacional – decisões operacionais 11 Planejamento Tático Planejamento Operacional Retro-alimentação (Feedback) e avaliação Figura 2: Planejamentos Tático e Operacional decorrentes do planejamento Estratégico Chiavenato e Sapiro, 2004 Por onde começar: O planejamento estratégico começa pela análise do ambiente, conhecida como a análise SWOT, sigla de Strengths, Weaknesses, opportunities, threats, ou seja, forças, fraquezas, oportunidades e ameaças, que pode ser visualizada na figura 3. Visão, Missão, Metas e Objetivos É preciso fazer uma avaliação da situação antes do planejamento detalhado, de forma habilidosa e cuidadosa, no sentido de avaliar as próprias forças e fraquezas frente à concorrência. “O Planejamento Estratégico é um processo de formulação de estratégias organizacionais no qual se busca a inserção da organização e de sua missão no ambiente em que ela esta atuando” (CHIAVENATO e SAPIRO, 2004, p.39). Segundo Ambrósio (1999, p.4) “o planejamento estratégico consiste na escolha dos objetivos maiores da empresa, das estratégias a serem adotadas para se alcançarem esses objetivos e na definição das fontes de recursos. Ele aborda questões globais, amplas, genéricas e de longo prazo. Uma vez definidas tais questões, é preciso elaborar o plano estratégico, que manterá coerência com essas questões. Em outraspalavras, o planejamento Planejamento Estratégico Planejamento Financeiro Planejamento de Marketing Planejamento de Recursos Humanos Planejamento da Produção Fluxo de caixa, Plano de Investimento Plano de vendas, Plano de Propaganda Plano de treinamento, Plano de carreira Plano de produção, abastecimento Resultados esperados pelas unidades da empresa Resultados apresentados pelas unidades 12 estratégico é materializado sob a forma de um documento chamado plano estratégico”. Pontos Fortes Variáveis Controláveis Pontos Fracos (ambiente interno) Oportunidades Variáveis Incontroláveis Ameaças (ambiente externo) Figura 3: Análise SWOT Fonte: Elaborado pelo autor Oportunidades: Novos mercados, novos produtos potenciais, queda de barreiras comerciais, etc.. Ameaças: Novos concorrentes, crescimento lento do mercado, novas regulamentações, etc... Pontos Fortes: Recursos Financeiros, marcas conhecidas, tecnologia Pontos Fracos: Falta de direção estratégica, Aumento de custos, instalações obsoletas, etc... Considerando as diversas áreas de uma organização Chiavenato e Sapiro (2004) apresentam um check-list dos pontos fortes e ponto fraco fracos: 1. Marketing Qualidade do Produto Número de linhas de produto Diferenciação de produto Participação de mercado Políticas de determinação de preço Canais de distribuição Programas promocionais Serviço ao cliente Pesquisa de Marketing Propaganda Planejamento Estratégico Planejamento Estratégico 13 Força de vendas 2. Pesquisa e Desenvolvimento Capacidade de P&D de produto Capacidade de P&D de processo Capacidade da fábrica-piloto 3. Sistema de Informações Gerenciais Velocidade e Resposta Qualidade das Informações Correntes Capacidade de Expansão Sistema Orientado para o usuário 4. Time Gerencial Habilidades Congruência de valores Espírito de Time Experiência Coordenação de esforços 5. Operações Controle de matérias-primas Capacidade de Produção Estrutura do Custo de Produção Instalações e Equipamentos Controle de Estoques Controle de Qualidade Eficiência Energética 6. Finanças Alavancagem Financeira Alavancagem Operacional Proporções do balanço Relações com acionistas Situação fiscal 7. Recursos Humanos Capacidade dos Funcionários Sistemas de Pessoal Turnover de pessoal Moral dos funcionários Desenvolvimento dos funcionários 14 Análise das Forças Ambientais 1- FORÇAS SOCIAIS: Mudanças no comportamento do consumidor Mudanças nos padrões de preferência, compra e consumo Mudanças nas relações sociais Tendências Populacionais – Impactando a distribuição, a demanda ou o design do produto 2- FORÇAS GOVERNAMENTAIS: Novas leis – Impactando os custos dos produtos Novas prioridades de cumprimento de leis – Impactando os investimentos, os produtos e a demanda A governabilidade 3- FORÇAS ECONÔMICAS: Taxa de juros – Impactando a expansão, os custos financeiros Taxa de Câmbio – Impactando a demanda doméstica e externa, os lucros Mudanças na estrutura e distribuição de renda – Impactando a demanda A vocação e o crescimento econômicos 4- FORÇAS DO AMBIENTE COMPETITIVO: Emergência e adoção de novas tecnologias: de processos e de produtos Novos concorrentes Novas estratégias Partindo desta dimensão é de fundamental importância para a organização a elaboração do plano estratégico. E ele se inicia com a definição do negócio e termina com a estipulação das metas. Os diversos elementos que compõem esse planejamento (e podem ser vistos na figura 4), segundo Ambrósio (1999, p.5) são: 1) Definição do negócio – Nesta fase do planejamento, são estabelecidos os propósitos do negócio: o ramo do mercado em que a empresa atua ou irá atuar, os produtos oferecidos ao mercado e as necessidades dos clientes em que pretendem atender. 2) Análise externa: Esta é uma atividade de levantamento e análise dos fatores ambientais que afetam a empresa, da forma como podem evoluir e do surgimento de novos fatores que venham a ter influência na vida dela. 15 3) Análise interna: Neste ponto, todos os envolvidos no processo empreendem esforços para ampliar o conhecimento que se tem da firma e do sistema em que ela está enquadrada. 4) Cenários: É a previsão da evolução dos fatores que influenciam ou podem influenciar o desempenho de uma empresa. O termo cenário é definido como um esboço de uma série proposta de eventos. Os Cenários apresentam situações futuras possíveis para a indústria ou setor de atuação, no qual a empresa realiza seus negócios atuais, bem como setores potenciais, nos quais a empresa poderá atuar no futuro. São os cenários que proporcionam os critérios e as medidas para a preparação do futuro da empresa. Cenários representam critérios e medidas alternativas para a preparação do futuro da empresa. (CHIAVENATO e SAPIRO, 2004) 5) Valores éticos: Nesta fase, se fazem a identificação e a definição dos valores éticos que norteiam as atividades da companhia. Além da tentativa de elucidar a missão e a visão da empresa, muitas equipes lutam para definir os valores essenciais, isto é, as crenças ou ideologias com base nas quais a empresa negocia. Os valores corporativos devem ser expressos de forma clara para facilitar a tomada de decisões (Levesque, 1999, p. 38). Os valores não só ajudam a tomar decisões corretas como também contribuem para que decisões certas a partir das razões corretas sejam tomadas. Para esse autor deve-se na empresa perguntar: Algum dos procedimentos viola um de nossos valores essenciais? 6) Missão: Etapa que define a missão da empresa, razão de sua existência, a função que ela desempenha de modo a se tornar útil e justificar seus lucros, atendendo as expectativas de seus acionistas e da sociedade onde ela atua. A missão expressa onde e como a empresa espera obter lucro, por meio da oferta de um produto ou prestação de um serviço útil e desejável. Missão, “é o propósito fundamental da organização, que forma as bases de todas as atividades organizacionais. Ao olhar para à frente na direção de onde a empresa deseja estar daqui a 5, 10 ou 15 anos, os administradores de topo podem definir a missão de forma a fazer daquele futuro uma realidade. Para que a missão possa ser comunicada dentro e fora da organização, os administradores trabalham com os funcionários para preparar uma declaração de missão, um enunciado com o propósito e a direção”. Nickels e Wood (1999,p.21). a MISSÃO da organização representa a sua razão de ser, o seu papel na sociedade. É o elemento que mostra as pretensões da empresa junto ao ambiente e define o negócio. Para Oliveira (2005) e Chiavenato e Sapiro (2004, p.56) em geral a MISSÃO está alinhada com os seguintes aspectos: 1. Qual é a razão de ser da empresa. 2. Qual é o papel da organização na sociedade. 3. Qual é a natureza do negócio da organização. 4. Quais os tipos de atividades em que a organização deve concentrar seus esforços no futuro. A declaração da missão (mission statement) de uma empresa, incorpora o mercado nas considerações sobre a visão de negócios. A missão deve responder a qual demanda genérica da sociedade a que a organização deverá 16 atender. Nesse sentido é muito importante a identificação das competências essenciais da empresa, que as distingue das outras empresas do mesmo gênero –ou seja, aquilo que lhe é essencialmente peculiar. 7) Visão: Nesta fase, estabelece-se a visão de futuro da empresa, da maneira mais precisa possível, procurando determinar elementos que a ajudem a controlar o próprio destino. A visão organizacional é o sonho acalentado pela organização. Refere-se àquilo que a organização deseja ser no futuro. É a explicação de por que, diariamente, todos se levantam e dedicam a maior parte de seus dias para o sucesso da organização onde trabalham, investem ou fazem negócios. Para atender a seus propósitos de maneira ampla, deve estar alinhada aos interesses de todos os seus agentes (funcionários, acionistas, fornecedores, gerentes, etc...) A visão proporciona um estado futuro ideal da empresa. Trata-se do quadro futuro que a organização pretende alcançar dentro de uma perspectiva de prazo que ofereça o tempo para se chegar lá e conseguir os resultados desejados. A visão mostra uma imagem da empresa para o futuro. A VISÃO de negócios de uma empresa diz o que será a organização, e a MISSÃO diz o que ela fará nesse sentido. 8) Objetivos: Aqui são escolhidos os objetivos: determinadas situações que a empresa quer atingir e tem razoáveis condições de fazê-lo para cumprir sua missão e conseguir alcançar sua visão. 9) Estratégias: Busca-se neste tópico responder à pergunta: “Como fazer?” As estratégias existem associadas a objetivos e mostram como a empresa vai empregar seus recursos para alcançar seus objetivos. Se o objetivo é aumentar 10% as vagas do curso superior, a estratégia pode ser ampliar Y% a capacidade das salas e o número de professores. 10) Metas: Uma vez definidos os objetivos e escolhidas as estratégias, é necessário definir uma programação de execução para estipular que resultados devem ser alcançados, quando devem ser alcançados e por quem devem ser alcançados. Devem ser quantificadas e com prazo. Definição do Negócio ANÁLISE EXTERNA ANÁLISE INTERNA cenários Valores Éticos VISÃO MISSÃO OBJETIVOS ESTRATEGIAS METAS 17 Figura 4 – Etapas do Plano Estratégico Fonte: Ambrósio, 1999, p.5 Para Levesque (1999, p.63) a missão define o que a organização objetiva cumprir. O plano esboça, em detalhes, tudo o que é preciso ser feito para se cumprir a missão. A visão descreve como será quando a missão for cumprida. Os valores articulam os princípios a serem incorporados em todo o processo de realização da visão. Para este autor fica claro que os valores corporativos devem ser expressos de maneira clara a fim de facilitar a tomada de decisões. Para a elaboração da missão deve-se entender o conceito do negócio. Ao definir o negócio, é necessário entender o produto ou serviço total que o cliente esta comprando e evitar a armadilha de olhar apenas para o produto físico oferecido (CHIAVENATO e SAPIRO, 2004, p.58). Um negócio precisa ser visto como um processo de satisfação de clientes, não como um processo de produção de mercadorias. Os produtos são transitórios, mas as necessidades básicas e os grupos de clientes são eternos. Há muitos exemplos de organizações que adotaram um enfoque míope ao definir os seus negócios. As ferrovias acreditavam que estavam no negócio ferroviário, e não no de transportes, e deixaram de prestar atenção a outros meios de transportes. A indústria petrolífera julgava-se participante do negócio de extração de petróleo, e não do negócio de produção e venda de energia. Há cem anos os fabricantes de carruagens puxadas a cavalo tiveram de fechar suas portas logo após a invenção do automóvel. No entanto, os fabricantes de correias para atrelar cavalos, que também fechariam as portas, redefiniram seus negócios como beneficiadores de couro e mudaram o produto principal – as rédeas – e passaram a ser fornecedores da emergente indústria automobilística, fabricando correias e cintas para os motores dos carros. Um negócio precisa ser visto em 3 dimensões: 18 Necessidades dos clientes Grupos de clientes Tecnologias utilizadas Os homens têm necessidades e a satisfação delas é a base da viabilidade do negócio. As oportunidades estão relacionadas à capacidade de atender as necessidades de consumo em 3 níveis: Necessidades atendidas Necessidades mal atendidas Necessidades não atendidas IDENTIFICAÇÃO DE UMA OPORTUNIDADE DE NEGÓCIO: CICLO DE CRIATIVIDADE: Fonte: Chiavenato e Sapiro (2004) IDÉIA Identificar um interesse por setor/segmento negócio Compreender um setor Descobrir a oportunidade Focar um nicho de forma diferenciada Imaginar e definir um contexto organizacional Planejar o atendimento da oportunidade de negócio 19 ENCADEAMENTO DE UMA OPORTUNIDADE DE NEGÓCIO: IDÉIA – DESCOBERTA – OPORTUNIDADE – PLANEJAMENTO E ESTUDO – NEGÓCIO Tudo significa conhecer com precisão: Clientes Concorrentes Fornecedores E o seu negócio REDEFINIÇÃO DO NEGÓCIO Quando mudam as condições de mercado ou quando durante um longo período não se observou o direcionamento apresentado pela missão, é chegada a hora de mudar a declaração de missão, ou seja repensar os mercados de atuação e os produtos e serviços oferecidos e talvez propor uma alteração. Por exemplo: Atenta ao desenvolvimento tecnológico que ocorre desde o inicio da década de 1990, no setor digital, a Kodak deixou de ser uma empresa de filmes que incluía principalmente o processamento fotoquímico de imagem para se tornar uma empresa de processamento de imagem, pois não podia ignorar o perigo dos significados digitais de armazenar e manipular imagens. Ela está migrando do foco químico para o foco eletrônica. Exemplos de redefinição de negócios: de produtos para mercados. XEROX: de fazer cópias para ajudar a aumentar a produtividade de escritórios. STANDARD OIL: de vender gasolina para fornecer energia. COLUMBIA PICTURES: de fazer filmes para comercializar entretenimento. 20 A liderança de mercado hoje não significa a liderança de mercado amanhã. Nesse sentido é importante a empresa aproveitar as oportunidades de valor que aparecem e percorrer a lista de avaliação (check-List) e considerar o conhecimento disponível do momento: Quadro 1- Check – list (Lista de avaliação) HOJE PRÓXIMOS CINCO ANOS Que clientes são atendidos hoje? Que clientes estarão sendo atendidos amanhã? Quais são os canais utilizados hoje? Por quais canais os clientes serão atendidos amanhã? Quais são os concorrentes hoje? Quais serão os concorrentes, amanhã? Qual a base da vantagem competitiva hoje? Qual será a base da vantagem competitiva amanhã? Quais são as habilidades que tornam única a organização hoje? Quais são as habilidades que tornarão única a organização amanhã? De onde vêm os lucros hoje? De onde virão os lucros amanhã? De quais mercados de produtos finais a organização participa hoje? De quais mercados de produtos finais a organização participará amanhã? FONTE: CHIAVENATO & SAPIRO, 2004, p.63 EXEMPLOS DE “DECLARAÇÃO DE MISSÃO” A Missão define a razão de ser da Instituição refletindo os motivos pelos quais foi criada e é mantida. Porque existimos? Exemplo: NiKe: “Experimentar a emoção da competição, da vitória e de vencer adversários” Exemplo: 3M: “Resolver problemas não solucionados de forma inovadora” Exemplo: Walt Disney: “Fazer as PessoasFelizes” Exemplo: Secretaria de Educação da Prefeitura de Joinville “Oportunizar à população de Joinville educação de qualidade nos ensinos infantil e fundamental, para jovens e adultos” Exemplo: SEBRAE “Trabalhar de forma estratégica, inovadora e pragmática para fazer com que o universo das micro e pequenas empresas no Brasil tenha as melhores condições possíveis para uma evolução sustentável, contribuindo para o desenvolvimento do país como um todo“ 21 Exemplo: UNICAMP “Formar profissionais capazes de constante aprendizado preparados para atuar em uma sociedade cada vez mais orientada pelo conhecimento. Cultivar sua capacidade de identificar e resolver problemas de maneira crítica, eficaz e criativa dentro de referenciais de excelência em seus campos de especialização. Desenvolver suas habilidades de liderança e valorizar o seu compromisso com a sociedade, o meio ambiente e a cidadania”. Criar e disseminar o conhecimento na ciência, na tecnologia, na cultura e nas artes através do ensino, da pesquisa e da produção cultural, contribuindo para o desenvolvimento social e econômico Exemplo: UNIVERSIDADE FEDERAL DE STA. MARIA (RS) "promover ensino, pesquisa e extensão formando lideranças capazes de desenvolver a sociedade" EXEMPLOS DE “VISÃO” A visão consiste em definir o estado que a Instituição deseja atingir no futuro, para propiciar o direcionamento dos seus rumos. EXEMPLOS: (UFSM) "ser reconhecida como referencial de excelência no ensino, pesquisa e extensão pela comunidade científica e pela sociedade em geral" (FURG) "...fortalecerá sua posição na região e no país de instituição de ensino superior reconhecida pela alta qualidade de seu trabalho acadêmico e pela relevância da sua ação comunitária..." EXEMPLOS DE “OBJETIVO” O objetivo expressa, de forma qualitativa, uma situação que a Instituição deseja atingir no futuro e tem razoável possibilidade de fazê-lo, através de meios adequados. Representam o que será realizado para construir a visão e cumprir a missão. EXEMPLO: (FURG) Buscar a excelência acadêmica: o contexto atual exige que se busque de forma integrada objetiva e consciente, a melhoria contínua dos cursos ofertados, através de um ensino de qualidade inserido na realidade de atividades de pesquisa e de serviços prestados à comunidade. Trata-se de um compromisso da instituição e de seus integrantes como forma de atingir níveis educacionais mais elevados. EMPRESA É uma organização social com objetivos próprios. 22 Ela utiliza 3 tipos de recursos básicos: Físicos – estoques, fábricas e equipamentos RECURSOS Humanos – talentos Monetários – dinheiro e crédito São todos consumidos no processo, ou seja: A fábrica torna-se obsoleta O dinheiro é gasto Executivos envelhecem Assim a sobrevivência da empresa depende do lucro. Então ela deve reposicionar-se em termos de mercados e produtos. Que vão estar orientados pelas decisões estratégicas e operacionais. Olha para fora da empresa (ambiente externo) Olha para dentro da empresa (ambiente interno) Decisões Estratégicas Decisões Operacionais 23 É muito importante o processo decisório na formulação de estratégias que levam a decisões estratégicas, conforme pode ser observado na figura 5. Regras de decisão para busca de avaliação Figura 5 – Visão esquemática do processo decisório na formulação de estratégias FONTE: Ansoff (1991, p.45) O papel que os objetivos desempenham nas decisões estratégicas é muito importante. Que tipos de objetivos a empresa deve perseguir: Lucro máximo Maximização da riqueza dos acionistas Satisfação equilibrada dos grupos de interesse nela envolvidos Para Drucker (1997) a finalidade principal das empresas é a SOBREVIVÊNCIA Tem-se um conflito de interesses entre: proprietários e a administração. Para a sobrevivência da empresa são necessárias mudanças e os proprietários querem manter a estratégia e os administradores preferem mudanças, como a diversificação (novos produtos e novos mercados). Para Ansoff (1991) os objetivos tendem a contemplar: 1. Objetivos Econômicos 2. Garantia de retorno atraente sobre o investimento 3. Objetivos Sociais (não econômicos) que respondam às necessidades e aspirações dos participantes na empresa. 4. Objetivos que representam respostas às aspirações de grupos externos (acionistas) Para Ansoff (1991) um objetivo tem três elementos: 1. Atributo – escolhido como medida de satisfação do critério Formulação de objetivos, escolha de metas Avaliação Interna da Empresa Avaliação de oportunidades externas Decisão de diversifica ção Estratégia de Competição Estratégia de diversificação Componentes da estratégia 24 2. Unidade de medida – Segundo a qual o atributo é medido 3. Meta – O valor especifico que a empresa procura alcançar Ex.: Objetivo econômico: Atributo: Retorno sobre o patrimônio Medida de objetivo: Taxa média de retorno sobre o patrimônio Meta: Maximizar esse retorno OBS: A idéia pe selecionar a rentabilidade (retorno sobre os recursos) e não o lucro como atributo principal. A SINERGIA Sinergia é uma medida de efeitos conjuntos. É descrita na literatura da administração como o efeito 2 + 2 = 5 (ANSOFF, 1991). Ou seja o desempenho combinado é superior a soma das partes. A sinergia pode estar nos: Pontos Fortes, Pontos Fracos, Produtos e Mercados. A sinergia pode buscar novas oportunidades. ROI (Retorno sobre o investimento) = Receitas – custos operacionais Investimento A idéia da sinergia é a seguinte: o ROI de uma empresa integrada pode ser maior que com a fabricação dos mesmos produtos por uma série de empresas independentes. ROI (empresa integrada) > ROI (empresas independentes) Para um dado nível de investimento, uma empresa com linha completa de produtos pode, alcançar as vantagens de RT (receita total) mais elevadas e/ou custos operacionais inferiores aos de empresas independentes e concorrentes. Esse é o modelo 2 + 2 = 5, ou seja, o desempenho combinado é superior a soma das partes. Tipos de Sinergia: Sinergia Comercial – Os produtos usam canais de distribuição, armazenamentos vendas comuns. EX: As vendas vinculadas de produtos correlatos aumentam a produtividade da equipe de vendas. Sinergia Operacional - Maior utilização das instalações e pessoal. Sinergia de Investimento – Base tecnológica comum, uso do conjunto da planta, de estoques de matérias-primas comuns, etc. Sinergia de Administração – Sinergia entre os setores internos – competência funcional. Entretanto se a empresa integrar (diversificar) para outros setores (ramos) poderá gerar sinergia negativa, em função de uma insuficiente competência essencial para o setor (ramo). 25 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AMBRÓSIO, Vicente, Plano de Marketing passo a passo. Rio de Janeiro: Reichmann & Affonso, 1999. ANSOFF, H. Igor. A Nova Estratégia Empresarial. São Paulo Atlas, 1991. ANSOFF, H. Igor; McDonnell, Edward J. Implantando a Administração Estratégica. São Paulo Atlas, 1993. CHIAVENATO, Idalberto; SAPIRO, Arão. Planejamento Estratégico – Fundamentos e Aplicações. Rio de Janeiro: Campus, 2004. DRUCKER, F. Peter, Administrando em tempos de grandes mudanças. São Paulo: Pioneira, 1997. KOTLER, Philip. KELLER, Kevin Lane. Administração de Marketing. 12ª ed. São Paulo: Pearson, 2006. KOTLER, Philip; FOX, Karen F. A. Marketing Estratégico para InstituiçõesEducacionais. São Paulo: Atlas, 1994. LEVESQUE, Paul. Planejar para o Sucesso – 8 Estratégias para mudar os rumos de sua empresa. São Paulo: Futura, 1999. MINTZBERG, Henry; AHLSTRAND, Bruce; LAMPEL, Joseph. Safári de Estratégia – Um Roteiro pela Selva do Planejamento Estratégico. Porto Alegre: Bookman, 2000. MINTZBERG, Henry; QUINN, James Brian. O Processo da Estratégia. Porto Alegre: Bookman, 2001. NICKELS, G. William, WOOD, B. Marian. Marketing: Relacionamentos, Qualidade e Valor. São Paulo: Editora LTC, 1999. OLIVEIRA, Djalma de Pinho Rebouças de. Estratégia Empresarial & Vantagem Competitiva. São Paulo: Atlas, 2005. OLIVEIRA, Djalma de Pinho Rebouças de. Planejamento Estratégico: Conceitos, Metodologias e Práticas. São Paulo: Atlas, 2002. ZACCARELLI, Sergio B. Estratégia e Sucesso nas Empresas. São Paulo: Saraiva, 2000.
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