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QUEIXA CRIME SEMANA 02

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ___ JUIZADO ESPECIAL CRIMINAL DA COMARCA DE NITERÓI/RIO DE JANEIRO.
Pedro, nacionalidade, estado civil, profissão, RG sob número, inscrito no CPF número, endereço, Niterói/RJ, vem por seu advogado que subscreve, cujo o instrumento de procuração com poderes especiais segue anexo (documento 01), vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência oferecer:
 QUEIXA-CRIME
Com fundamento legal nos artigos 100, §2º, 145 e 167 ambos do código penal, em face de Helena, nacionalidade, estado civil, profissão, RG sob número, inscrita no CPF número, endereço, Niterói/RJ, pelos motivos a seguir expostos.
I – DOS FATOS
Pedro, querelante, comemora seu aniversário no dia 19/04/2016, planejou uma reunião à noite com parentes e amigos para festejar a data em uma famosa churrascaria de Niterói.
Na manhã de seu aniversário, resolveu enviar o convite por meio de uma rede social, publicando postagem alusiva a comemoração em seu perfil pessoal, para todos os seus contatos.
Ocorre que Helena, querelada, vizinha e ex-namorada do querelante, onde tem perfil na referida rede social, soube da festa. Então, a querelada de seu computador pessoal e em sua residência, publicou na rede social uma mensagem no perfil do querelante, publicando o seguinte comentário: “Pedro não passa de um idiota, bêbado, porco, irresponsável e sem vergonha” e, com proposito de prejudicar a imagem do querelante em frente aos seus colegas, acrescentou “ele trabalha todo dia embriagado e vestindo saia! No dia 10 do mês passado, ele cambaleava bêbado pelas ruas do Rio, inclusive, estava tão bêbado no horário do expediente que a empresa em que trabalhava teve que chamar uma ambulância para socorrê-lo” 
O querelante estava na companhia de seus amigos Marcos, Miguel e Manuel, quando leu o comentário da querelada em seu tablete. Muito envergonhado, o querelante disfarçou o constrangimento que sofreu e procurou uma delegacia.
Por tanto dano a sua honra, o querelante solicita a Vossa Excelência a condenação da querelada nas penas previstas nos artigos 139 a 140 do Código Penal.
II – DO DIREITO 
Excelência, em conformidade com os fatos já narrados nesta petição, a querelada praticou os crimes previstos nos artigos 139 e 140 do Código penal, mediante concurso formal.
Art. 139 – Difamar alguém, imputando-lhe fato ofensivo à sua reputação:
Pena – detenção, de três meses a um ano, e multa.
Art. 140 – Injuriar alguém, ofendendo lhe a dignidade ou o decoro:
Pena – detenção, de um a seis meses, ou multa.
Tais condutas penais são conceituadas por Cezar Roberto Bitencourt como sendo:
“Difamação é a imputação a alguém de fato ofensivo a sua reputação. Difamar consiste em atribuir fato ofensivo à reputação do imputado – acontecimento concreto – e não conceito ou opinião, por mais gravosos ou aviltantes que possam ser.”
“Injuriar é ofender a dignidade ou o decoro de alguém. A injúria, que é a expressão da opinião ou conceito do sujeito ativo, traduz sempre desprezo ou menoscabo pelo injuriado. É essencialmente uma manifestação de desprezo e de desrespeito suficientemente idônea para ofender a honra da vítima no seu aspecto interno.” (Tratado de Direito Penal, Parte Especial 2, Dos Crimes Contra a Pessoa, Ed. Saraiva, 12ª ed. – 2012, São Paulo, páginas. 839-840/864.)
Nesse sentido, vale ressaltar que as penas aplicadas nos artigos mencionados, onde a pena máxima, em abstrato, não ultrapassam de 2 anos, constituindo crime de menor potencial ofensivo, estabelecendo-se, assim, o Juizado Especial Criminal competente para julgar esta ação, conforme artigo 61 da lei 9099/95.
Diante as infrações penais cometidas pela a querelada, houve concurso formal dos crimes conforme artigo 70 Código Penal, pois é sabido que suas ações caracterizam dois crimes, vejamos:
Art. 70 – Quando o agente, mediante uma só ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não, aplica-se-lhe a mais grave das penas cabíveis ou, se iguais, somente uma delas, mas aumentada, em qualquer caso, de um sexto ate metade. As penas aplicam-se, entretanto, cumulativamente, se a ação ou omissão é dolosa e os crimes concorrentes resultam de desígnios autônomos, consoante o dispositivo no artigo anterior.
Excelência, não resta dúvidas de que a querelada, por meio de mensagem ofensiva enviada mediante rede social, abalou à honra do querelante, tornando o elemento subjetivo a intenção de ofender a dignidade ou o decoro da vítima, portanto, a injúria configura quando o autor manifesta opinião ofensiva contra a vítima, em evidente intenção de macular sua honra.
II – DO DIREITO 
Ante o exposto, requer a Vossa Excelência: 
Que seja procedente a ação mediante os artigos 139, 140 e 70 ambos do Código Penal.
Requer a citação da querelada para apresentar resposta à acusação.
A intimação do representante do Ministério Público para se manifestar no feito.
A intimação e oitiva das testemunhas abaixo arroladas.
Requer, outrossim, a produção de todas as provas admitidas em direito.
Pleiteia, por fim, nos termos do artigo 387, inciso IV, do Código de Processo Penal, que seja ao final fixado valor mínimo de indenização à querelada.
Neste termo, pede deferimento.
LOCAL/DATA.
ASS ADVOGADO
 OAB N/UF
Rol de Testemunhas: 
Marcos, (nome completo), RG: sob nº(...) e CPF: (...), (nacionalidade), (estado civil) e (profissão), residente e domiciliado na cidade e Comarca de (...), (rua, número, bairro e CEP).
Miguel, (nome completo), RG: sob nº(...) e CPF: (...), (nacionalidade), (estado civil) e (profissão), residente e domiciliado na cidade e Comarca de (...), (rua, número, bairro e CEP).
Manuel, (nome completo), RG: sob nº(...) e CPF: (...), (nacionalidade), (estado civil) e (profissão), residente e domiciliado na cidade e Comarca de (...), (rua, número, bairro e CEP).

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