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UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS CURSO DE PSICOLOGIA CAMPUS - SWIFT A IMPORTÂNCIA DO ACOMPANHAMENTO PSICOLÓGICO PARA AS PESSOAS COM FAMILIARES NA UTI. Amanda Letícia da Silva - RA: B699BE-1 Cristiane Rocha Cardoso - RA: B803FJ-3 Mauricio Pantarotti Junior - RA: B7640G-3 CAMPINAS 2017 A IMPORTÂNCIA DO ACOMPANHAMENTO PSICOLÓGICO PARA AS PESSOAS COM FAMILIARES NA UTI. Projeto de pesquisa Apresentado à disciplina: Psicologia hospitalar do Curso de Psicologia da Universidade Paulista sob orientação do Prof. Dr. Eduardo Kahter. CAMPINAS 2017 SÚMÁRIO Apresentação 4 Introdução A psicologia nos hospitais 5 A UTI no Brasil 6 A atuação do psicólogo em unidade de terapia intensiva (UTI) 7 Objetivo Objetivo Geral 8 Objetivo Especifico 8 Justificativa 9 Referências bibliográficas 10 APRESENTAÇÃO: A Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) é um ambiente de cuidados da saúde, com potencial de gerar estados emocionais que podem interferir na evolução do paciente. A inserção do psicólogo neste ambiente objetiva identificar e atuar sobre aspectos que possam interferir na adaptação do paciente junto a sua família ao período de hospitalização e na sua recuperação, contribuindo ainda para a promoção de saúde nesse ambiente. O estágio de saúde que no qual realizamos na Irmandade de Santa Casa de Misericórdia de Valinhos através da Universidade Paulista – UNIP, pôde nos trazer vivências ricas, experiências e interesse em relação à UTI, por isso decidimos desenvolver tal projeto. O tema em si nos traz a capacidade de perceber a necessidade da psicologia para os pacientes e familiares que os acompanham durante a hospitalização. Portanto, nos fez pensar na assimilação entre as duas áreas, pois a psicologia visa compreender o enfermo e os sentimentos tanto do paciente quanto os familiares que ficam no aguardo de uma notícia. Através deste trabalho acadêmico iremos relatar sobre a necessidade e a importância do acompanhamento psicológico diante deste contexto. Iremos abordar quando surgiu a Unidade Tratamento Intensiva (UTI) e qual seria a necessidade do acompanhamento psicológico ao paciente, com a sua família e à equipe que o acompanha. O papel do psicólogo inserido na UTI propõe o apoio psicossocial e psicoterapêutico diante do impacto do diagnóstico e de suas consequências e mostra a possibilidade de auxílio para melhor enfrentamento e qualidade de vida do enfermo e de seus familiares. INTRODUÇÃO: 2.1 A PSICOLOGIA NOS HOSPITAIS: Para o profissional da psicologia que trabalha no contexto da saúde em geral existem dois termos possíveis de serem encontrados no Brasil, a psicologia da saúde e a psicologia hospitalar. No entanto, Yanamoto, Trindade e Oliveira (2002) questionam o termo “Psicologia Hospitalar” dizendo ser inadequado, pois pertence à lógica que toma como referência o local para determinar as áreas de atuação, e não prioritariamente às atividades desenvolvidas. Se já existe fragmentação das práticas e dispersão teórica da Psicologia, a adoção do termo Psicologia Hospitalar caminha no sentido contrário à busca de uma identidade para o psicólogo como profissional da saúde que atua em hospitais. Já a Psicologia da Saúde, como apontado por More, Crepaldi, Golçalves e Menezes (2009), fundamenta-se no princípio da integralidade, uma concepção dinâmica que enfatiza a inter-relação de aspectos envolvidos no processo saúde e doença e na interdisciplinaridade. Essa área fundamenta seu trabalho principalmente na promoção e na educação para a saúde, que objetiva intervir com a população em sua vida cotidiana antes que haja riscos ou se instale algum problema de âmbito sanitário, enfatizando, dessa forma, as implicações psicológicas, sociais e físicas da saúde e da doença. Segundo o CFP (resolução nº 013/2007, VII), o psicólogo hospitalar desenvolve diferentes tipos de intervenção, atende pacientes que se encontram em ambientes distintos (como a unidade de terapia intensiva, enfermarias, ambulatórios etc.) e aponta que os procedimentos utilizados precisam priorizar a relação paciente, família e equipe de saúde por meio do contato interdisciplinar com os profissionais para compartilhar informações úteis para o direcionamento de estratégias. Dessa forma, segundo Gioia-Martins e Rocha Júnior (2001), o trabalho de psicólogos em instituições de saúde surgiu com a proposta de integrar a Psicologia na educação médica, cujo objetivo principal era trazer mais humanização aos atendimentos. Uma vez que a saúde física e a saúde mental não eram mais vistas de forma distintas criou-se novos princípios que embasam os cuidados à saúde mental valorizando o atendimento do paciente dentro do seu contexto e o trabalho em equipe e multiprofissional e, sendo assim, o psicólogo clinico é parte importante dessa equipe (Pires e Braga, 2009). 2.2 A UTI NO BRASIL: A Unidade de Terapia Intensiva, ou seja UTI, é destinada ao acolhimento de pacientes em estado grave, com qualquer tipo de ameaça vital, com chances de sobrevida, que requerem monitoramento constante (24 horas por dia) e cuidados muito mais complexos que o de outros pacientes, oferecendo um ambiente hospitalar adequado, requerendo disponibilidade e infraestrutura própria, com materiais e equipamentos disponíveis, além da capacitação de recursos humanos para desenvolver o trabalho de uma forma segura (Abrahão, 2010). Sua história no Brasil começou em meados dos anos 70, onde o mesmo passava por mudanças politico-socio-econômicas importantes e foi implantada primeiramente no hospital Sírio Libanês em São Paulo com apenas dez leitos. O profissional que trabalha nas UTI`s é chamado de intensivista e a equipe é sempre formada por diversos profissionais como fisioterapeutas, psicólogos, nutricionistas, assistentes sociais e outros, além dos médicos. Outra função dos intensivistas, principalmente dos psicólogos e assistentes sociais, é dar conforto e suporte aos familiares dos pacientes uma vez que a situação de internação de algum parente em UTI é sempre delicada para estes (Pereira Junior, et al, 1999). Essa diversidade de profissionais dentro da UTI tornou o seu gerenciamento mais complicado, uma vez que o esforço de todos os profissionais deve ser canalizado para o melhor cuidado possível com o paciente e há diferenças de interpretação e de condutas entre as diversas áreas. Pereira Junior e colaboradores (1999) ainda aponta que o contato da equipe médica e de não médicos da Unidade de Terapia Intensiva com as famílias é um ponto muito importante a ser considerado, pois, sendo um local onde o risco de mortalidade é elevado, os sentimentos estão bastante frágeis, sendo que a exposição dos fatos e o cuidado em confortar os familiares deve ser cautelosa. 2.3 A ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO NA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA - UTI: Ao pensar sobre a atuação do profissional da psicologia nas práticas intensivistas, algumas questões foram levantadas: “como é estar em uma UTI por uma situação limite, entre a vida e a morte? O que é a vida após passar pela UTI?”. Na UTI tudo é muito urgente e grave. Decat de Moura (1996) explica que na urgência, o sujeito é lançado no estado inicial de desamparo, estado que pode repetir-se em qualquer momento de vida, revelando a precariedade da condição humana. Ponderando sobre essa resposta emocional decorrente desse estado, a própria equipe multidisciplinar da Unidade de Terapia Intensiva é bastante exposta, emocionalmente, pelo vínculo criado com pacientes e familiares, gerando ansiedade e desajustes individuais. Produzindo a necessidade de reuniões periódicas, de preferênciasob a supervisão profissional de um psicólogo ou psiquiatra, para a discussão desses fatos e melhor resolução dos conflitos (Pereira Junior et al, 1999). Para oferecer uma assistência com qualidade busca-se então criar um vínculo entre quem cuida e quem é cuidado, resgatando sempre o respeito à vida humana no processo de humanização, pois, a UTI é um ambiente estressante, por diversos fatores, tanto para o paciente, quanto para os familiares, bem como para os profissionais que ali atuam. Assim, Carlos, Rodrigues e Souza (2004) explicam que a humanização está além de cuidar de sinais e sintomas físicos apresentados pelo paciente, mas é identificar os problemas e assistir o indivíduo em sua plenitude, visando suprir suas necessidades básicas, procurando avaliar a assistência prestada para garantir a eficácia do trabalho e o contato mais próximo com os familiares. Acreditando que o paciente é um seguimento da família, e que essa tem um papel fundamental na sua recuperação, é de extrema importância atender as reais necessidades dos familiares. Ferreira e Mendes (2013) esclarecem que o familiar deve ser visto como paciente secundário, pois chega à UTI desconfiado e inseguro frente à realidade vivenciada e precisa ter a oportunidade de falar sobre a doença, seus medos, fantasias sobre a morte e expressar seus sentimentos. Além da família sofrer um impacto pela doença de um dos seus entes queridos, ela necessita manter o equilíbrio para poder assegurar o cumprimento das tarefas e das necessidades do membro doente (Fonseca, 2004). A apreensão constante o pensamento de morte iminente adicionados ao sofrimento da pessoa internada, como dor, medo e ansiedade, segundo Fonseca (2004), trazem fortes fatores psicológicos a serem trabalhados com os pacientes e seus familiares. Simonetti (2011) aponta o objetivo da comunicação psicológica com o paciente não apenas em dar informações, mas marcar presença ao lado desse paciente, facilitando a expressão de sentimentos e emoções na tentativa de diminuir a solidão que existe na UTI. Estudando todos os aspectos expostos acima e outros se conclui que a relevância da assistência psicológica na UTI vai além da atenção ao paciente, mas acompanhar a vivência da família durante esse período, bem como dar apoio aos demais profissionais que também trabalham nesse ambiente de estresse e tensão. OBJETIVO 3.1 OBJETIVO GERAL: Investigar qual é o impacto emocional durante e após a entrada do paciente na UTI, junto a sua família na Irmandade de Santa Casa de Misericórdia de Valinhos. 3.2 OBJETIVO ESPECÍFICO: Identificar quais são os impactos psicológicos durante e após a entrada do enfermo na UTI, investigar quais são as dificuldades enfrentadas diante deste contexto e quais são os recursos que auxiliaram o paciente e sua família no enfrentamento das demais dificuldades. JUSTIFICATIVA: Acreditamos que a seguinte pesquisa poderá contribuir positivamente diante do contexto hospitalar tanto diretamente aos enfermos mas, principalmente aos familaires. O apoio psicológico aos familiares que acompanham este momento delicado e de muita tensão é extremamente importante e essêncial diante do contexto hospitalar e para a recuperação do paciente. Enfrentar a situação em que o enfermo está envolvido traz circunstancias difíceis, tanto para ele em si quanto para os familiares que acompanham o decorrer deste processo. Porém, até depois da doença surgirá medos, angústias, inseguranças e anseios que na qual na maioria dos casos podem trazer o sofrimento psíquico. Esse trabalho poderá servir como meio para futuras pesquisas acadêmicas, em relação à um tema tão atual assim sendo a importância do acompanhamento psicológico para as pessoas com familiares na UTI. E servirá também como uma forma de positividade diante de um acompanhamento psicológico nesse momento frágil aos envoldidos, desde enfermo, familiares e a equipe no geral. O acompanhamento em si servirá para abordar os aspectos psicológicos, pois compreendemos que tal período acarretará, tanto para o paciente quanto para a sua família, e trará consequências em seu cotidiano. Sendo assim um tema usual e de extrema importância diante dessas circusntâncias, acreditamos que este seria o motivo por nossa escolha do assunto abordado em tal pesquisa. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: Yamamoto, O., Trindade, L., & Oliveira, I. O psicólogo em hospitais no Rio Grande do Norte. Psicologia USP - 2002, 13(1), 217-246. More, C. L. O. C.; Crepaldi, M. A.; Golçalves, J. R.; Menezes, M.; Contribuições do pensamento sistêmico à prática do psicólogo no contexto hospitalar. Psicol. estud. vol.14 no.3 Maringá July/Sept. 2009. Conselho Federal de Psicologia. Resolução CFP N.º 013/2007. Disponível em: https://site.cfp.org.br/wp-content/uploads/2008/08/Resolucao_CFP_nx_013-2007.pdf Acesso em: 22/05/2017 Gioia-Martins, D., & Rocha Júnior, A. Psicologia da saúde e o novo paradigma: Novo paradigma? Psicologia: Teoria e Prática - 2001, 3(1), 35-42. Pires, A. C. T., & Braga, T. M. S (2009). O psicólogo na saúde pública: formação e inserção profissional. Temas em Psicologia, 17, 151-162. Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/pdf/tp/v17n1/v17n1a13.pdf Acesso em: 22/05/2017 Abrahão, A. L. C. A unidade de Terapia Intensiva. Em A. L. Cheregatti & C. P. Amorim (Orgs.), Enfermagem. Unidade de Terapia Intensiva (pp. 16-39). São Paulo: Martinari – 2010. Pereira Junior, G.A.; Coletto, F.A.; Martins, M.A.; Marson, F.; Pagnano, R.C.L.; Dalri M.C.B. & Basile-Filho, A. O papel da unidade de terapia intensiva no manejo do trauma. Medicina, Ribeirão Preto, 32: 419-437, out./dez. 1999. Decat de Moura, M. (Org.). Psicanálise e hospital. Rio de Janeiro: Revinter – 1996. Carlos, C. L.; Rodrigues, C. M. C.; Souza, G. F. Humanização na unidade de terapia intensiva: enfermeira, paciente e família. São Paulo: UNIFESP, 2005. Ferreira, D. P.; Mendes, T. N.; Família em UTI: importância do suporte Psicológico diante da iminência de morte. Rev. SBPH vol.16 no.1 Rio de Janeiro jun. 2013 Fonseca, J. P. Luto Antecipatório.Campinas: Livro Pleno – 2004. Simonetti, A. Manual de Psicologia Hospitalar. O Mapa da Doença. São Paulo: Casa do Psicólogo – 2011.
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