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Dissertacao de P.O Base

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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ 
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO 
MESTRADO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO 
 
 
 
 
 
CARLOS ALESSANDRO NEIVERTH OLISZESKI 
 
 
 
 
 
MODELOS DE PLANEJAMENTO AGRÍCOLA: UM CENÁRIO PARA 
OTIMIZAÇÃO DE PROCESSOS AGROINDUSTRIAIS 
 
 
 
 
 
DISSERTAÇÃO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PONTA GROSSA 
2011
CARLOS ALESSANDRO NEIVERTH OLISZESKI 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MODELOS DE PLANEJAMENTO AGRÍCOLA: UM CENÁRIO PARA 
OTIMIZAÇÃO DE PROCESSOS AGROINDUSTRIAIS 
 
 
 
 
Dissertação apresentada como requisito 
parcialà obtenção do título de Mestre em 
Engenhariade Produção, do Programa de 
Pós-Graduaçãoem Engenharia de 
Produção,Universidade 
TecnológicaFederal do Paraná, Área 
deConcentração: Produção e 
Manutenção. 
 
Orientador: Prof. Dr. João Carlos 
Colmenero 
 
 
 
 
PONTA GROSSA 
2011
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ficha catalográfica elaborada pelo Departamento de Biblioteca 
da Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Campus Ponta Grossa 
n.29/11 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1.1.1.1 
 
1.1.1.2 O46 
Oliszeski, Carlos Alessandro Neiverth 
 
 Modelos de planejamento agrícola: um cenário para otimização de processos 
agroindustrial / Carlos Alessandro Neiverth Oliszeski. -- Ponta Grossa: [s.n.], 2011. 
97 f.: il. ; 30 cm. 
 
Orientador: Prof. Dr. João Carlos Colmenero 
 
Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção) - Universidade Tecnológica 
Federal do Paraná, Campus Ponta Grossa. Programa de Pós-Graduação em Engenharia 
de Produção. Ponta Grossa, 2011. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedico este trabalho à pequena Júlia, por ter 
preenchido nossas vidas com alegria e orgulho.
AGRADECIMENTOS 
 A Deus, por sempre estar comigo, reger a sinfonia de minha vida e por me dar 
forças para enfrentar os desafios da jornada de cada dia. A ele, sou eternamente 
grato. 
Agradeço avidamente a minha tão amada família. A Flávia, pelo apoio, 
dedicação, pela garra empenhada na tripla jornada e claro, por zelar pelo meu bem 
mais precioso, minha filha, meu porto seguro, minha fonte de inspirações, 
conquistas e realizações. A vocês, muito obrigado. 
A meu pai, Afonso Oliszeski, pelo apoio incondicional em todas as horas e a 
minha mãe, Adnir Neiverth Oliszeski, por ser exemplo de dedicação e perseverança. 
 A minha irmã Carla e sua família (Garça, Ian e Klaus) pelo companheirismo e 
parceria. 
 Agradeço em especial, a quem confiou em meus projetos e propiciou minha 
entrada no PPGEP dentro da Universidade Tecnológica Federal do Paraná, o meu 
estimado orientador, professor Dr. João Carlos Colmenero, por ter acreditado em 
mim desde o princípio, pelo companheirismo desses anos e pelas dicas e 
ensinamentos, os quais nunca esquecerei. 
 A meu mestre, amigo e mais uma vez, parceiro de caminhada acadêmica, 
professor Dr. Eduardo de Freitas Rocha Loures, por sempre estar do meu lado e 
nunca se recusar a me auxiliar, no que fosse preciso. 
 Aos professores Dr. Aldo Braghini Junior e Dr. Ivanir Luiz de Oliveira pelos 
conselhos e por atuarem durante o processo de minha qualificação. 
 A minha médica Dra. Maria Clarícia Parati Wambier, por seu conhecimento, 
amizade, por sempre me incentivar a encarar os desafios da vida e pela dedicação 
durante todo esse tempo. 
 Aos colegas de luta em busca do conhecimento da Engenharia de Produção, 
em especial ao Álamo, por ter virado mais que um confidente, e também pelos 
conselhos. Ao Antão, pela parceria nos seminários e por partilhar seu conhecimento. 
A Sandra e ao Paulo pela cumplicidade, simplicidade e pela luta na busca do 
entendimento coletivo. 
 A todos vocês, muito obrigado! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Nem tudo que se enfrenta pode ser 
modificado, mas nada pode ser 
modificado até que seja enfrentado. 
 
(Albert Einstein)
RESUMO 
OLISZESKI, Carlos Alessandro Neiverth. Modelos de planejamento agrícola: um 
cenário para otimização de processos agroindustriais.2011. 99 f. Dissertação 
(Mestrado em Engenharia de Produção) – Programa de Pós-Graduação em 
Tecnologia, Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Ponta Grossa, 2010. 
 
Os setores agroindustriais, cada vez mais, buscam o aprimoramentoe o 
conhecimento tecnológico dentro de suas áreas de atuação. Não somente pela 
concorrência, que é cada vez mais acirrada, mas também pela própria e simples 
sobrevivência no mercado. Isso faz com que haja uma necessidade de se conseguir 
uma otimização de ações, que no caso da agroindústria é traduzido como produzir e 
cultivar alimentos com economia de investimentos, evitando o desperdício de 
matéria-prima, insumos e mão-de-obra, agravado pelo fato de ser um setor que 
conta com as adversidades do clima. A pesquisa operacional, como ciência, 
estrutura processos, propondo um conjunto de alternativas de ação, fazendo a 
previsão e a comparação de valores, de eficiência e de custos. Já os modelos de 
otimização, são utilizados quando existe o interesse em se encontrar a alternativa 
que melhor atenda a um ou simultaneamente a vários objetivos, dado um conjunto 
de restrições, geralmente lineares. Tendo como princípio a obtenção de soluções 
ótimas para os processos agroindustriais de planejamento e escolha de culturas 
agrícolas, o objetivo do presente trabalho foi realizar a construçãode modelos de 
otimização que devem ser considerados para que haja a maximização de lucros em 
propriedades agrícolas, com melhor aproveitamento de terras, capital e mão-de-
obranos sistemas de produção propostos, bem como a maximização do sucesso de 
se optar por determinadas culturas.Os modelos desenvolvidos, mostraram ser 
capazes de planejarem e orientarem o tomador de decisão no que dizem respeito ao 
tipo de sistema de produção a ser utilizado e também sob qual cultura fazer-se os 
devidos investimentos.No entanto, osmesmos modelos propostos, servem apenas 
como ferramentas de auxilio a tomada de decisão, não descartando a interpretação 
técnica ou o conhecimento tácito do empreendedor. 
 
 
Palavras-chave: Otimização, Agroindústria, Pesquisa Operacional, Culturas 
Agrícolas
ABSTRACT 
OLISZESKI, Carlos Alessandro Neiverth. Models for agricultural planning: a 
scenario for process agribusiness optimization. 2011. 99f. Dissertation (Master in 
Production Engineering) - Graduate Program in Production Engineering, Federal 
Technological University of Paraná. Ponta Grossa, 2010. 
 
The agro industrial sectors, increasingly, seek to improve knowledge and technology 
within their areas. Not only the competition, which is increasingly fierce, but also by 
the very simple and survival in the market. This means that there is a need to 
achieve an optimization of actions, which in the case of agribusiness is translated to 
produce and cultivate food with economy investments, avoiding the waste of raw 
materials, supplies and manpower, aggravated by being an industry with the 
adversities of climate. The operational research as a science, structure processes, 
proposing a set of alternative actions, making the prediction and comparison of 
values, efficiency and cost. Since the optimization models are used when there is 
interest in finding the alternative that best meets one or several goals simultaneously, 
given a set of constraints, usuallylinear. Having as a principle to obtain optimal 
solutions for the agro industrial processes of planning and choice of crops, the aim of 
this work was the construction of optimization models that should be considered so 
that there is profit maximization in agricultural properties, with improved use of land, 
capital and manpower in production systems proposed, as well as maximizing the 
success of opting for certain crops. These models have proved to be able to plan and 
guide the decision maker as they relate to the type of production system used and 
also from culture to do what is proper investment. However, they proposed models 
only serve as tools to aid the decision-making, not discarding the technical 
interpretation or tacit knowledge of entrepreneurs. 
Keywords: Optimization, Agribusiness, Operational Research, Croplands 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE ILUSTRAÇÕES 
Figura 1– Estrutura do Desenvolvimento do Modelo Matemático ............................. 16 
Figura 2 – Etapas da Modelagem de Processos ....................................................... 22 
Figura3 – Exemplo de Otimização Agrícola .............................................................. 25 
Figura 4 – Fluxo de Ação para o Ajuste .................................................................... 28 
Figura 5 – Fatores de Evolução da Gestão Estratégica ............................................ 28 
Figura 6 – Cultivo Convencional ................................................................................ 37 
Figura 7 – Fases do Plantio Convencional ................................................................ 38 
Figura 8 – Cultivo Orgânico. ...................................................................................... 39 
Figura 9 – Cultivo em Plantio Direto .......................................................................... 41 
Figura 10 – Cultivo Irrigado ....................................................................................... 43 
Figura 11 – Formas de Cultivo Protegido .................................................................. 44 
Figura 12 – Fluxograma de modelagem .................................................................... 63 
Figura 13 – Distribuição das Culturas de Cereais ..................................................... 69 
Figura 14 – Lucro das Culturas de Cereais ............................................................... 71 
Figura 15 – Sucesso das Culturas de Cereais .......................................................... 71 
Figura 16 – Distribuição das Culturas de Cereais ..................................................... 73 
Figura 17 – Lucro das Culturas de Hortaliças ........................................................... 75 
Figura 18 – Sucesso das Culturas de Hortaliças....................................................... 76 
Figura 19 – Distribuição das Culturas de Frutas ....................................................... 77 
Figura 20 – Lucro das Culturas de Frutas ................................................................. 79 
Figura 21 – Sucesso das Culturas de Frutas ............................................................ 79 
Figura 22 – Distribuição do Planejamento Agrícola ................................................... 80 
 
 
 
LISTA DE TABELAS 
Tabela 1 - Lucro e Sucesso dos Cenários de Cereais .............................................. 68 
Tabela 2 - Lucro e Sucesso dos Cenários de Hortaliças ........................................... 72 
Tabela 3 - Lucro e Sucesso dos Cenários de Hortaliças sem Batatas ...................... 72 
Tabela 4 - Lucro e Sucesso dos Cenários de Frutas ................................................ 76 
 
 
 
 
LISTA DE QUADROS 
Quadro 1 - Valores Típicos de Agricultores e Pecuaristas ........................................ 29 
Quadro 2 - Custos de Produção Agrícola .................................................................. 52 
Quadro 3 - Coeficientes Técnicos Agrícolas ............................................................. 60 
Quadro 4 - Restrições sujeitas às culturas agrícolas ................................................ 62 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 13 
1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO ....................................................................................... 14 
1.2 OBJETIVOS DO ESTUDO .................................................................................. 15 
1.2.1 Objetivo Geral .................................................................................................. 15 
1.2.2 Objetivos Específicos ....................................................................................... 15 
1.3 JUSTIFICATIVA .................................................................................................. 15 
2 REVISÃO DE LITERATURA ................................................................................. 17 
2.1 O PLANEJAMENTO NO EMPREENDIMENTO RURAL ..................................... 17 
2.1.1 O que produzir .................................................................................................. 17 
2.1.2 Quanto Produzir ............................................................................................... 18 
2.1.3 Para Quando Produzir ...................................................................................... 19 
2.2 ADMINISTRAÇÃO DE PROPRIEDADES E ATIVIDADES RURAIS ................... 19 
2.2.1 Representação Quantitativa dos Custos Rurais ............................................... 20 
2.3.A TOMADA DE DECISÃO NA AGRICULTURA .................................................. 21 
2.3.1 Tomada de Decisão Multicritério ...................................................................... 22 
2.3.2 Modelos de Planejamento Agrícola e Otimização Agroindustrial ..................... 22 
2.4 GERENCIAMENTO AGRÍCOLA ......................................................................... 26 
2.4.1 Planejamento e Implementação ....................................................................... 26 
2.4.2 Controle e Ajuste .............................................................................................. 27 
2.5 GESTÃO ESTRATÉGICA DA FAZENDA ............................................................ 28 
2.5.1 Definindo a missão do negócio ........................................................................ 28 
2.5.2 Formulação dos Objetivos do Negócio ............................................................. 28 
2.5.3 Avaliação dos Recursos do Negócio ................................................................ 31 
2.5.4 Gestão Tática ................................................................................................... 32 
2.5.5 Identificação, Definição do Problema e Soluções ............................................ 32 
2.5.6 Coletar dados e informações ............................................................................ 33 
2.5.7 Execução da decisão ....................................................................................... 33 
2.6 DECISÃO NA AGRICULTURA E NO MEIO AMBIENTE..................................... 33 
2.7 NECESSIDADE HÍDRICA DE CULTURAS AGRÍCOLAS ................................... 35 
2.8 SISTEMAS DE CULTIVO .................................................................................... 37 
2.8.1 Cultivo Convencional ........................................................................................ 37 
2.8.2 Cultivo Orgânico ............................................................................................... 39 
2.8.3 Cultivo em Plantio Direto ..................................................................................41 
2.8.4 Cultivo Irrigado ................................................................................................. 42 
2.8.5 Cultivo Protegido .............................................................................................. 44 
2.8.6 Custos de Produção Agrícola ........................................................................... 45 
2.8.7 A Função Produção .......................................................................................... 46 
2.8.8 Agrotóxicos ....................................................................................................... 47 
2.8.9 Fertilizantes ...................................................................................................... 47 
2.9 RISCO CLIMÁTICO E ZONEAMENTO AGRÍCOLA ........................................... 48 
3 METODOLOGIA DA PESQUISA ........................................................................... 49 
3.1 MÉTODO CIENTÍFICO ....................................................................................... 49 
3.2 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA ...................................................................... 49 
3.3 POPULAÇÃO E AMOSTRA ................................................................................ 49 
3.4 ESTRUTURA DA METODOLOGIA APLICADA .................................................. 50 
3.5 CARACTERIZAÇÃO DA PRODUÇÃO AGRÍCOLA ............................................ 50 
3.5.1 Matriz de Componentes e Coeficientes Técnicos ............................................ 51 
3.6 DEFINIÇÃO DE PARÂMETROS ......................................................................... 53 
3.6.1 Dados Técnicos Necessários para o Zoneamento Agrícola de Risco Climático53 
3.7 COLETA DE DADOS .......................................................................................... 54 
3.8 DEFINIÇÃO DAS CULTURAS ............................................................................ 55 
3.9 CULTURAS EMPREGADAS PARA OS MODELOS ........................................... 55 
3.9.1 Hortaliças ......................................................................................................... 55 
3.9.2 Cereais ............................................................................................................. 56 
3.9.3 Frutas ............................................................................................................... 56 
3.10 DESCRIÇÃO DO MODELO .............................................................................. 57 
3.10.1 Variáveis de Decisão ...................................................................................... 58 
3.10.2 Funções Objetivo ........................................................................................... 58 
3.10.3 Restrições ...................................................................................................... 59 
3.11 FORMULAÇÃO DO MODELO .......................................................................... 61 
4 ANÁLISE DOS RESULTADOS ............................................................................. 68 
4.1 CENÁRIO C1 – SEM CONHECIMENTO TÉCNICO DO TOMADOR DE 
DECISÃO EM CEREAIS .......................................................................................... 69 
4.2 CENÁRIO C2 – CEREAIS COM SISTEMA DE PRODUÇÃO EM CULTIVO DE 
PLANTIO DIRETO .................................................................................................... 70 
4.3 CENÁRIO C3 – CEREAIS COM SISTEMA DE PRODUÇÃO EM CULTIVO 
CONVENCIONAL ..................................................................................................... 70 
4.4 CENÁRIO C4 – SEM CONHECIMENTO TÉCNICO DO TOMADOR DE 
DECISÃO EM HORTALIÇAS .................................................................................... 73 
4.5 CENÁRIO C5 – HORTALIÇAS EM SISTEMA DE PRODUÇÃO CONVENCIONAL 
 .................................................................................................................................. 74 
4.6 CENÁRIO C6 – HORTALIÇAS EM SISTEMA DE PRODUÇÃO ORGÂNICA ..... 74 
4.7 CENÁRIO C7 – HORTALIÇAS EM SISTEMA DE PRODUÇÃO ORGÂNICA SEM 
CULTURA DA BATATA ............................................................................................ 74 
4.8 CENÁRIO C8 – HORTALIÇAS EM SISTEMA DE PRODUÇÃO CONVENCIONAL 
SEM CULTURA DA BATATA .................................................................................... 75 
4.9 CENÁRIO C9 – SEM CONHECIMENTO TÉCNICO DO TOMADOR DE 
DECISÃO EM FRUTAS ............................................................................................ 77 
4.10 CENÁRIO C10 – FRUTAS COM LUCRO E SUCESSO COM PESOS IGUAIS 78 
4.11 CENÁRIO C11 – FRUTAS COM PESO MAIOR EM SUCESSO DE CULTURAS 
MAIS SUSCETÍVEIS ................................................................................................. 78 
5 CONCLUSÃO ........................................................................................................ 81 
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 83 
APÊNDICE A ............................................................................................................ 89 
APÊNDICE B ............................................................................................................ 92 
13 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
Os setores da agroindústria sejam eles, de processamento, insumos, 
distribuição e produção primária vêm como em outros setores, aprimorando o 
conhecimento tecnológico dentro de suas áreas de atuação, não somente pela 
concorrência que é cada vez mais acirrada, mas também pela simples sobrevivência 
no mercado. Seja por questões de gerenciamento, controladoria ou tomadas de 
decisão, a evidência da empresa do futuro deverá ser baseada no equilíbrio entre a 
gestão, o controle de seus projetos e a constante busca por tecnologias e o 
desenvolvimento de novos produtos. 
Tomar decisões exige um embasamento muito forte, principalmente quando 
estão envolvidos grandes investimentos. Caso contrário, corre-se o risco de se 
realizar investimentos de forma indevida, ou deixar de fazê-los quando eram 
necessários. 
Paralelamente a essa situação estão os pequenos produtores, que 
geralmente possuem uma baixa renda e retiram seu sustento do pequeno espaço de 
terra que dispõem em sua propriedade. Essa classe normalmente não possui base 
científica ou conhecimento necessário para planejar adequadamente o seu processo 
produtivo e dele retirar os melhores resultados possíveis, mesmo com o auxílio de 
um profissional. 
Por diversas vezes, as pessoas ligadas ao ramo da agroindústria não 
conseguem selecionar as melhores culturas a serem cultivadas em seus solos, não 
atentam para os melhores resultados de produtividade com relação ao espaço 
disponível ou simplesmente, deixam de lado a possibilidade de obter maior lucro 
com a mesma quantidade de recursos disponíveis. 
Mas, tomar boas decisões raramente é uma tarefa fácil. Os problemas 
enfrentados pelos tomadores de decisão no ambiente comercial competitivo e de 
ritmo frenético de hoje em dia são geralmente de extrema complexidade e podem 
ser resolvidos por vários cursos de ação possíveis. A avaliação dessas alternativas e 
a escolha do melhor curso de ação representam a essência da análise de decisão. 
A utilização de técnicas de otimização fundamentadas em processos que 
envolvem múltiplos objetivos vem crescendo de forma significativa em diversas 
14 
 
áreas, especialmente no que se refere a problemas de tomada de decisão no setor 
agrícola. 
Partindo desse princípio, o desenvolvimento de modelos que contribuam 
para a compreensão mais eficaz dos problemas enfrentados por propriedades rurais, 
e que, proponham sistemas e métodos que deem suporte às atividades da 
agroindústria, seria de grande auxílio para prover um melhor planejamento dosprocessos. 
Assim, a construção de modelos matemáticos como ferramentas de 
pesquisa e promotora de eficiência decisória pode ser um passo importante para 
atingir, com maior exatidão, determinados resultados, bem como prever e controlar 
possíveis falhas. 
 
1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO 
 
Numa época em que os processos de produção agrícola constituem fator 
importante da economia, algumas questões vêm à tona: O que produzir? Quanto 
produzir? Para quando produzir? Como produzir? 
A obtenção de um modelo para especificar as exigências técnicas e a 
quantidade de recursos utilizados para cada tipo de cultura seria de grande valia 
para auxiliar não somente pequenos, mas também médios e grandes produtores e 
outras organizações do ramo agroindustrial, ou ainda, qualquer pessoa que 
disponha de uma área para cultivo e que pretenda montar ali uma área produtiva. 
Contini et al, (1986),dizem que o processo de tomada de decisão do 
agricultor é geralmente árduo, dada à complexidade inerente à atividade. Neste 
processo incluem-se elementos de tradição e aprendizado, condições de 
infraestrutura, motivos psicológicos e sociais, para não dizer o maior de todos, a 
realização de maiores lucros. 
Este ambiente de risco exige do empreendimento agrícola a capacidade de 
adaptação a novos contextos, traduzidos em condições mercadológicas, 
econômicas, políticas e sociais nas quais sua atividade está inserida. 
Embasado por essas considerações, é possível lançar uma pergunta de 
pesquisa: Qual é a melhor forma de otimizar a distribuição de culturas agrícolas em 
15 
 
uma propriedade, de modo que retorne os maiores lucros, adaptados às condições 
de cada região? 
 
1.2 OBJETIVOS DO ESTUDO 
 
1.2.1 Objetivo Geral 
 
Construir um modelo matemático que auxilie a tomada de decisão 
considerando a melhor alternativa em maximizar o lucro (receita líquida) e maximizar 
o sucesso das culturas em sistemas de produção agrícola. 
 
1.2.2 Objetivos Específicos 
 
• Analisar os parâmetros indicadores de consumo de insumos e fatores de 
produção utilizados nos sistemas de cultivo e os custos de produção de algumas 
culturas agrícolas de interesse econômico. 
• Definir cenários de planejamento para culturas agrícolas, fornecendo ao 
tomador de decisão a melhor estratégia de produção a ser adotada para 
determinado período. 
• Avaliar, através da construção do modelo matemático, o custo, ciclo e risco 
das operações agroindustriais inerentes a cada diferente tipo de cultivo. 
 
1.3 JUSTIFICATIVA 
 
Os últimos desenvolvimentos no setor industrial e de produção têm 
aumentado a necessidade de maior sofisticação no planejamento de estratégias e 
ferramentas para a agroindústria. Porém, a escassez de modelos de planejamento é 
uma realidade que prejudica diversos produtores, principalmente os pequenos. 
Em um passado não muito distante, a ciência da gestão era um campo 
altamente especializado que, em geral, podia ser praticado apenas por aqueles com 
acesso a computadores ou que possuíssem conhecimento avançado de matemática 
e linguagens de programação de computador. 
16 
 
No entanto, a proliferação dos computadores pessoais e o desenvolvimento 
de planilhas eletrônicas fáceis de usar, tornaram as ferramentas de gestão muito 
mais práticas e disponíveis para um público muito maior. 
Gameiro et al. (2008), desenvolveram um modelo que permite visualizar 
ganhos no processos no processo de suprimento de tomates para processamento 
industrial. 
Neste contexto, Tanure et.al (2009),declararam que, a utilização de modelos 
vem a auxiliar efetivamente a tomada de decisão pelo produtor rural, constituindo-se 
num valioso instrumento de persuasão para implantação de novas tecnologias e 
descarte daquelas já ultrapassadas. 
Em complemento, o desenvolvimento de modelos para o auxílio ao 
planejamento agrícola, seria mais uma ferramenta a produtores e gerentes de 
propriedades rurais, dando suporte às atividades da agroindústria e ao planejamento 
desses processos. 
Para esclarecer a estrutura seguida na elaboração deste trabalho, a Figura 
1demonstra os passos adotados para obtenção do modelo proposto. 
Figura 1 – Estrutura do Desenvolvimento do Modelo Matemático 
Fonte: Autoria Própria 
 
 
17 
 
2 REVISÃO DE LITERATURA 
2.1 O PLANEJAMENTO NO EMPREENDIMENTO RURAL 
 
Segundo Vilckas (2004), a elaboração e implementação do planejamento no 
setor rural representam um desafio muito grande, tendo em vista que os 
empreendimentos desse setor estão sujeitos a um grande número de variáveis, 
como a dependência de recursos naturais, a sazonalidade de mercado, a 
perecibilidade dos produtos, o ciclo biológico de vegetais e de animais eo tempo de 
maturação dos produtos. 
Já para Batalha (2007), outro fator importante é a possibilidade de 
mudanças imediatas na produção, pois uma vez realizado o investimento, é 
necessário aguardar o resultado da produção e escoá-la rapidamente, mesmo em 
condições desfavoráveis de mercado, a menos que o produto possa ser estocado à 
espera de melhores condições de venda. 
Essas particularidades resultam em uma maior complexidade no 
gerenciamento do empreendimento rural, que pode ser reduzida com o emprego de 
técnicas gerenciais que garantam sua competitividade em longo prazo. 
De acordo com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) a 
utilização de ferramentas gerenciais pelos produtores ainda é reduzida, mas que 
estes, têm percebido que só os conhecimentos técnicos de produção/criação, 
embora fundamentais, não bastam, e estão reconhecendo a importância da 
administração, em especial a do planejamento, em suas atividades. 
Os benefícios da administração para o desempenho econômico das 
propriedades rurais são muitos e significativos. 
 
2.1.1 O Que Produzir? 
 
Em qualquer empreendimento rural, a primeira questão que se coloca é qual 
ou quais serão os produtos a serem produzidos e em quais quantidades, tendo em 
vista os recursos disponíveis e o retorno desejado. 
 
18 
 
Participam dessa decisão diversos fatores que podem ser alinhados 
segundo suas principais vertentes: características dos recursos disponíveis e 
condições de mercado. 
 
A primeira vista, o espectro de alternativas possíveis, na escolha do elenco 
de produtos pelo qual se pode optar, parece bastante amplo. Entretanto, 
esse elenco se restringe à medida que se analisem as características dos 
recursos disponíveis. Assim, o primeiro estágio de análise supõe que se 
faça uma avaliação do potencial natural, sem o uso do que se poderia 
denominar como adequadores de produtividade muito complexos ou caros, 
tais como corretores de solo, equipamentos ou construções sofisticadas. 
(CAIXETA-FILHO, 2004). 
 
2.1.2 Quanto Produzir? 
 
É evidente que quando se fala em empresa rural a quantidade a produzir 
estará inicial e fortemente vinculada a decisão do que produzir (mínimo 
economicamente aceitável), a área disponível (máximo possível) e a demanda ou 
restrições do mercado, isto é, quantidade recomendável ou contratada. 
Se o máximo recomendável ou contratado for compatível com o máximo 
possível, tanto melhor, ocupa-se toda a área disponível. Deve-se observar que o 
máximo disponível também estará condicionado às necessidades de recuperação do 
solo ou cobertura de áreas degradadas pelo uso, exigindo uma rotatividade dos 
espaços de produção. 
Dependendo do produto da empresa rural e da capacidade econômica do 
produtor, deve-se considerar também a hipótese de estocar o produto em face de 
condições melhores de venda futura. Desta forma, restrições de mercado podem ser 
atenuadas. 
A diversidade produtiva tem por vantagens a economia de escopo, 
consorciada ou intercalada (produção com menores custos), redução do risco 
(eventos que atinjam um produto não atingem necessariamenteos outros), uso mais 
balanceado dos recursos produtivos ou ainda alguma auto-suficiência para a 
empresa rural. Entretanto, essas alternativas podem introduzir complexidade 
administrativa, dispersão de esforços e em algumas situações concorrência pelos 
recursos produtivos (equipamentos e mão-de-obra). Alguma diversidade é sempre 
positiva, tendo em vista a redução de riscos. 
19 
 
Quando dedicados a produtos únicos, estes devem ser tais que ocupem 
nichos específicos de mercado ou tenham demandas contratadas com 
exclusividade. 
 
2.1.3 Para Quando Produzir? 
 
Como para todos os demais produtos, houve época em que a demanda de 
produtos primários era superior a oferta e produzia-se tanto quanto fosse possível, 
pois se tinha a certeza de que comercializar era só uma questão de ter os meios 
para transportar e atingir os mercados. Assim, "quando entregar" não era uma 
questão tão relevante. 
 
Havia demanda para receber todos os produtos primários ou 
artesanalmente manipulados e estocar era uma preocupação do cliente ou 
usuário. Entretanto, ao longo do tempo, em face da grande oferta, 
modernização dos meios de transporte e exigências do mercado 
consumidor, uma gama significativa de produtos primários passou a fazer 
parte de cadeias agroindustriais tornando-se insumo para enorme 
diversidade de produtos industrial. (CAIXETA-FILHO, 2004). 
 
Estocar deixou de ser uma preocupação do cliente ou usuário para ser uma 
preocupação da indústria transformadora e do comércio. Estes segmentos, 
entretanto, muito mais atentos as economias de escala, passaram a pressionar as 
empresas rurais a fornecer seus produtos com a frequência requerida pelo 
processamento industrial, evitando-se ao máximo estoque e perdas desnecessárias. 
Assim, passou-se a exigir entregas de matérias-primas mais constantes em prazos 
determinados. 
 
2.2 ADMINISTRAÇÃO DE PROPRIEDADES E ATIVIDADES RURAIS 
 
Brossier (1990), diz que, não é o indivíduo sozinho que toma as decisões, e 
muitas vezes o critério de decisão não é a otimização, mas a obtenção de uma 
solução satisfatória ou aceitável, ou seja, a empresa tem relações com o ambiente e 
isso lhe garante benefícios e lhe impõe limitações. 
Segundo Callado (2009), facilmente, pode-se constatar que, embora não 
seja verdade absoluta, a administração das empresas ligadas ao agronegócio 
20 
 
brasileiro ainda se desenvolve dentro de critérios tradicionais que apresentam um 
padrão de desempenho restrito, considerando seu potencial global. 
Sobre a importância de um sistema de custos, Marion (2000), destaca seus 
objetivos dentro da empresa afirmando que refletem sua importância como 
ferramenta básica para a administração de qualquer empreendimento, 
especialmente na agropecuária, cujos espaços de tempo entre produção e vendas, 
ou seja, entre custos e receitas, fogem a simplicidade de outros tipos de negócios. 
 A classificação proposta por Marion (2000) contempla as principais 
expectativas conceituais sobre custos rurais por sua adequação, referencias e 
enfoque, apresentando três tipos: 
 
a) Quanto a Natureza: Classificação que se refere à identidade daquilo que foi 
consumido na produção. 
 
b) Quanto à identificação com o Produto: Classificação que se refere a maior ou 
menor facilidade de identificar os custos com os produtos, através de uma 
medição precisa dos insumos utilizados, da relevância do seu valor ou da 
apropriação dos gastos por rateio. 
 
c) Quanto a sua Variação Quantitativa: Classificação que se refere ao fato de os 
custos permanecerem inalterados ou variarem em relação às quantidades 
produzidas. Ou seja, os custos podem variar proporcionalmente ao volume 
produzido ou podem permanecer constantes, independentemente do volume. 
 
2.2.1 Representação Quantitativa dos Custos Rurais 
 
Os custos de fabricação encontrados dentro das atividades produtivas de 
uma organização agroindustrial podem ser classificados entre custos diretos e 
indiretos. 
Callado et al (2001), apresentam um modelo para estruturar 
quantitativamente os custos globais e parciais de produção rural para uma empresa 
agroindustrial. Para identificar o valor das margens de contribuição para cada um 
dos produtos se deve encontrar seus respectivos custos unitários. 
21 
 
O planejamento das operações, demandado pela crescente competitividade 
sugere que uma perspectiva analítica sobre o comportamento dos custos de 
fabricação deve ser desenvolvida e aperfeiçoada. Mais importante se torna o 
processo de apuração e alocação dos custos indiretos de fabricação. 
Para visualizar a perspectiva que a apuração dos custos globais de uma 
determinada empresa rural oferece, observa-se a estrutura da equação: 
 
 
Onde: 
Cg – Custos Globais 
V – Elemento de custo das atividades vegetais; 
A - Elemento de custo das atividades animais; 
I - Elemento de custo das atividades agroindustriais; 
C - Elemento de custo das atividades complementares; 
P – Custo unitário do item de custo; 
i – Quantidade de elementos de custos das atividades vegetais; 
k – Quantidade de elementos de custos das atividades animais; 
m – Quantidade de elementos de custos das atividades agroindustriais 
q – Quantidade de elementos de custos das atividades complementares. 
 
2.3 A TOMADA DE DECISÃO NA AGRICULTURA 
 
Conforme Brossier (1990) são antigos os esforços no sentido de modelar o 
processo de tomada de decisão. A teoria microeconômica da firma constitui o 
primeiro esforço de elaboração de um modelo que foca o comportamento dos 
produtores (o quê, quanto, por que e para quem produzir). Seu objetivo não é 
compreender o funcionamento das unidades e sim conhecer como funciona uma 
economia global que age sobre pequenas unidades. 
Com esse modelo é possível determinar quais são os produtos que serão 
produzidos (o que), em que nível (quanto) e com quais fatores de produção (como). 
Assim, a decisão de produzir será tomada quando os custos de uma unidade 
suplementar são inferiores às receitas, ou seja, quando for possível obter lucro com 
a atividade. 
22 
 
 Os agricultores gerenciam fatores e técnicas para produzir bens e serviços. 
Assim, eles tomam decisões técnicas e econômicas, baseados em regras e 
princípios escolhidos rapidamente. 
Pindyck e Rubinfeld (1994) dizem que é preciso escolher o grau de risco que 
se está disposto a assumir. Ou seja, no momento em que as condições futuras são 
incertas, tomar decisão envolve riscos. Assim, a escolha do grau de risco a ser 
assumido dependerá de alguns fatores pelos quais os administradores poderão ser 
influenciados. Esses fatores podem ser a busca de maiores rendimentos, melhores e 
maiores oportunidades, probabilidade de ocorrência, etc. 
No caso dos produtores rurais, a falta de informações sobre o 
comportamento do mercado e sua composição de custos de produção, os deixa à 
mercê de posições especulativas, as quais multiplicam em muito os riscos e 
incertezas de suas atividades. 
 
2.3.1 Tomada de Decisão Multicritério 
 
Conforme (Gomes et.al, 2002) nos problemas multicritério, é bastante 
comum que, para o agente de decisão, alguns critérios sejam mais relevantes do 
que outros. 
Por motivos diversos, entre os quais estão suas preferências pessoais 
(razoavelmente explicitadas ou completamente subjetivas), o agente de decisão 
pode considerar alguns critérios menos ou mais importantes do que os demais. 
 
2.3.2 Modelos de Planejamento Agrícola e Otimização Agroindustrial 
 
Com base em programação matemática, um modelo visa compreender 
recursos,socioeconômicos e políticos dos principais objetivos do agricultor e deve 
seguir os passos como descrito na figura 2. 
Figura 2- Etapas da Modelagem de Processos 
Fonte: Adaptado de Ragsdale (2009) 
 
23 
 
O trabalho de Gameiro et al. (2008), apresenta resultadosque permitem 
avaliar positivamente a otimização de modelos em processos agroindustriais, pois, 
visualizaram potenciais ganhos no processo de suprimento a partir de sua revisão. 
Ainda, disseram que, a gestão de pessoas, máquinas, frotas e dos tempos é 
fundamental no contexto. A coordenação das atividades, objetivando maior sincronia 
entre as etapas interdependentes, foi capaz de gerar resultados financeiros bastante 
significativos no segmento de processamento industrial de tomates. 
Ahumada e Villalobos (2008) construíram um modelo em que o objetivo era 
maximizar o valor líquido das receitas, e sua principal contribuição era a de 
determinar em simultâneo a otimização discreta das despesas e de capital para 
ambos os padrões, período único e período. 
Segundo (Heckelei e Wolff (2003), o uso de uma abordagem de programação 
matemática tem a vantagem de modelar explicitamente condições tecnológicas e 
políticas (obrigações, cotas de produção e restrições) em que as funções de 
comportamento não podem ser derivadas facilmente. 
Louhichi et al. (2004),dizem que os principais componentes que devem 
englobar a construção de um modelo para o planejamento rural são: 
 
- Um conjunto de variáveis de decisão que descrevem as atividades 
agrícolas e do estado do sistema. 
- Uma função objetivo que descreve o comportamento do agricultor e os 
objetivos em particular sobre o risco. 
- Um conjunto de restrições físicas, financeiras, técnicas, econômicas e 
agronômicas, representando as especificações de funcionamento do sistema. 
- Um conjunto de políticas e medidas ambientais (preço e mercado), cotas e 
obrigações, restrições à condicionalidade, etc. 
 
As primeiras aplicações da programação linear (PL) à economia agrícola 
realizaram-se no contexto da empresa agrícola (Throsby, 1974), apud Fragoso et al 
(2008). 
Esses modelos, fáceis de construir, revelaram-se muito úteis para 
compreender a realidade. 
A sua ampla utilização no estudo de problemas econômicos aplicados à 
agricultura deve-se principalmente à facilidade com que incorporam na sua estrutura 
24 
 
os princípios da teoria econômica do produtor e ao fato das necessidades de 
informação serem substancialmente inferiores às dos métodos econométricos. 
HOWITT, (1995). 
O problema econômico do produtor agrícola é geralmente formulado sob a 
forma primal da PL, em que o objetivo é determinar a combinação das atividades 
agrícolas que maximizam o lucro e que são admissíveis relativamente à 
disponibilidade dos recursos fixos. 
Segundo Howitt (1995) a origem do problema de sobre-especialização da 
solução do modelo de PL, principalmente nos modelos agregados, está no reduzido 
número de restrições empíricas comparado com o número observado de atividades 
agrícolas na situação de referência, na falta de especificação da não linearidade das 
tecnologias agregadas e no fato de ser difícil considerar os preços endógenos dos 
produtos e o risco no comportamento dos agentes econômicos. 
Caixeta Filho (2004), diz que uma das aplicações mais clássicas da 
programação linear, ramo da pesquisa operacional, diz respeito ao planejamento 
agrícola, ou mais genericamente, planejamento agroindustrial. 
Segundo Engau (2009), muitos problemas na decisão de gestão ou 
financiamento, bem como várias outras áreas exigem a consideração simultânea de 
vários critérios e, assim, são muitas vezes modelados e resolvidos por meio de 
métodos multiobjetivo de programação e de tomada de decisão multicritério. 
Uma característica comum a todos estes problemas é que, em geral, não 
existe uma única solução ideal, mas sim um conjunto dos chamados soluções de 
Pareto, entre os quais, o decisor escolhe, com base em preferências pessoais ou 
critérios adicionais não incluídos no modelo de otimização original. 
Como exemplo, a figura 3 mostra o resultado de uma otimização agrícola, 
onde se pretende produzir um tipo de cereal, de forma que se saiba quanto plantar 
ou produzir, dispondo de uma área Q de terreno para plantio. 
Sendo seu rendimento R e seu custo de produção C, deseja-se saber como 
maximizar a produção, obtendo o maior lucro de retorno e também como minimizar 
riscos em função do clima Z, obtendo a melhor área para cultivo. 
 
 
 
 
25 
 
A região delimitada pelo trapézio demonstra a área ideal de plantio e cultivo 
de um determinado tipo de cereal, o qual teve seus objetivos focados em 
maximização de lucro e minimização de riscos, baseados nas condições de restrição 
do produtor. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 3–Exemplo de Otimizacão Agrícola 
Fonte: Adaptado de Huseby e Haavardsson (2009, P. 245) 
 
Alencar et al (2009), desenvolveram um sistema de apoio à decisão que 
utiliza programação linear para otimização multiobjetivo de áreas irrigadas baseados 
no CISDERGO (Curi e Curi; 2001a), no ORNAP (Curi e Curi; 2001)e no modelo de 
Santos (2007), onde foi realizado um comparativo entre dois paradigmas distintos: o 
manejo agrícola convencional (utilizando agrotóxicos e adubação química) e o 
manejo agrícola orgânico, levando em conta critérios financeiros, sociais e 
ambientais. 
Pinheiro, Coelho & Aguiar (2005) conseguiram encontrar em seu trabalho 
resultados que mostram que o método de programação por metas ponderadas é 
superior ao de programação linear (com um único objetivo), por ser mais realista na 
medida em que atende com maior precisão os interesses dos produtores, que quase 
sempre perseguem objetivos múltiplos. 
O trabalho de Recio et al. (2003) incorpora uma programação inteira mista 
(PIM) para uma decisão de sistemas de apoio (DSS) que fornecem planos 
detalhados para os agricultores "atividades como a seleção das culturas, agendando 
26 
 
tarefas de campo, análise de investimento, seleção de máquinas e outros aspectos 
do processo de produção. O objetivo do modelo é a minimização dos custos 
decorridos pelos agricultores durante a campanha agrícola. O modelo foi utilizado 
com sucesso como parte da ampliação de serviços na Espanha, fornecendo 
recomendações sobre culturas e rentabilidade. 
Vitoriano et al. (2003), desenvolveram um modelo usado para planejar a 
exploração dos recursos e para programar as diferentes atividades necessárias para 
o cultivo das culturas. 
O objetivo global do modelo é minimizar custos totais. O modelo considera o 
tempo, precedência e recursos, para restringir a programação de produção 
e atividades na exploração. O documento considera duas abordagens de 
modelagem, uma em que são particionadas em discretas unidades, e uma segunda 
que usa um horizonte temporal contínuo. A primeira é preferida para horizontes de 
planejamento em curto prazo, enquanto o último é utilizado por longos horizontes de 
planejamento 
soltas com janelas temporais. 
Ayala et al. (1996) analisaram diversos fatores envolvidos no planejamento 
agrícola para identificar áreas aptas e seus riscos na província de Almaria, Espanha. 
Silva et al. (1999) utilizaram-se de um modelo de simulação para análise e apoio à 
decisão em agrossistemas. 
 DE GES 
2.4 GERENCIAMENTO AGRÍCOLA 
 
De acordo com Duffy e Kayg (2007), gestores de fazendas exercem muitas 
funções, e grande parte do seu tempo é gasto fazendo trabalhos de rotina. No 
entanto, as funções que distinguem um gerente de um simples trabalhador são 
aquelas que envolvem uma quantidade considerável de pensamento e julgamento. 
 
2.4.1 Planejamento e Implementação 
 
A fundamental função é o planejamento. Isso significa escolher um curso de 
ação, política ou procedimento. 
27 
 
Para formular um plano, os gestores devem primeiro estabelecer metas ou 
ter certeza de que eles entendem claramente os objetivos do proprietário e do 
negócio. 
Em segundo lugar, devem identificar a quantidade e a qualidade dos 
recursosdisponíveis para se cumprir as metas. 
Na agricultura, esses recursos incluem a terra, água, máquinas, animais, 
capital e trabalho. 
Terceiro, os recursos devem ser alocados entre as várias utilizações 
concorrentes. 
O gestor deve identificar todas as alternativas possíveis, analisá-las e 
selecionar aquelas que mais se aproximam do cumprimento das metas do negócio, 
e todos estes passos requerem ao gestor tomar decisões de longo e curto prazo. 
Uma vez que um plano é desenvolvido, ele deve ser implementado. Isso 
inclui a aquisição de recursos e materiais necessários para colocar o plano em vigor, 
além de supervisionar todo o processo. 
 
2.4.2 Controle e Ajuste 
 
A função de controle inclui o monitoramento de resultados, o registro de 
informações, e a comparação dos resultados com um padrão. 
Ele garante que o plano está sendo seguido e produzirá os resultados 
desejados, ou fornece um aviso antecipado para que os ajustes possam ser feitos 
ou não. 
Os resultados e outros dados relacionados podem ser uma fonte de novas 
informações para melhorar os planos futuros. 
Se a informação recolhida durante o processo de controle mostra que os 
resultados não estão atendendo aos objetivos do gerente, ajustes precisam ser 
feitos. Isso pode envolver uma afinação na tecnologia que está sendo utilizada, ou 
pode exigir mudanças nas empresas. 
 
 
 
 
 
 
 
28 
 
A Figura 4 ilustra o fluxo de ação desde o planejamento até a implementação 
e controle para o ajuste. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 4–Fluxo de Ação para o Ajuste 
Fonte: Turban, 1990 apud Porto, 2002 
 
2.5 GESTÃO ESTRATÉGICA DA FAZENDA 
 
 Em princípio, a gestão estratégica de uma propriedade agrícola pode ser 
estabelecida com a evolução dos fatores indicados como na figura 5. 
 
 
 
 
 
 
Figura 5–Fatores de Evolução da Gestão Estratégica 
Fonte: Vilckas, 2004 
2.5.1 Definindo a missão do negócio 
 
A declaração da missão é uma breve descrição do motivo pelo qual uma 
empresa existe. Para algumas fazendas e sítios, a missão pode incluir estritamente 
realizações de negócios. 
Para uma família proprietária e que tenha negócios em operações, a missão 
de exploração pode ser apenas um componente da missão global da família, que 
podem refletir os valores sociais, religiosos e culturais, bem como considerações de 
ordem econômica. 
29 
 
As declarações da missão devem enfatizar os talentos especiais e as 
preocupações de cada exploração agrícola e de seus gestores. 
 
2.5.2 Formulação dos Objetivos do Negócio 
 
Duffy e Kayg (2007) dizem que os objetivos fornecem um ponto de 
referência para a tomada de decisões e medem o progresso. 
Para uma fazenda familiar proprietária e operante, os objetivos do negócio 
podem ser um subconjunto de metas para a família em geral. 
Para as propriedades maiores, onde os gestores contratados são 
empregados, os proprietários podem definir os objetivos, enquanto o gerente se 
esforça para atingi-los. 
Nem todos os administradores de fazenda têm os mesmos objetivos, mesmo 
quando seus recursos são semelhantes. Isso ocorre porque as pessoas têm valores 
diferentes. Valores de influenciar as pessoas, a definição de metas e que prioridades 
puseram sobre elas. 
O Quadro 1 apresenta alguns valores típicos de agricultores e pecuaristas. 
Como eles se sentem sobre como cada um deles afetará o seu negócio e os 
objetivos da família. 
1 Uma fazenda é um bom lugar para se estabelecer uma família. 
2 Uma fazenda deve ser administrada como uma empresa. 
3 É aceitável que os agricultores peçam dinheiro emprestado. 
4 O agricultor deve ter pelo menos duas semanas de férias a cada ano. 
5 É melhor ser independente do que trabalhar para alguém. 
6 É aceitável que um agricultor também trabalhe fora da fazenda. 
7 É mais agradável trabalhar sozinho do que com outras pessoas. 
8 
Os agricultores devem se esforçar para conservar o solo e manter os 
recursos de água e ar limpos. 
9 A agricultura familiar deve ser transferida para a próxima geração. 
10 Todos os membros da família devem ser envolvidos nas operações. 
Quadro 1–Valores Típicos de Agricultores e Pecuaristas 
Fonte: Zarifian (1999) apud Fleury e Fleury (2004). 
Quando mais de uma pessoa está envolvida no estabelecimento de metas, é 
importante reconhecer as diferenças de valores e de estar disposto a se 
30 
 
comprometer, se necessário, para se chegar a um conjunto de objetivos 
mutuamente aceitáveis. 
Quando as metas estão sendo estabelecidas, é necessário ter em mente os 
seguintes pontos importantes: 
 
1. Os objetivos devem ser escritos. Isso permite que todos os envolvidos possam ver 
e concordar com um registro para a revisão em datas posteriores. 
2. Metas devem ser específicas. "Possuir 240 hectares de terras agrícolas classe X 
no município Y". Elas ajudam o gerente a determinar se uma meta pode ser atingida 
e possibilitar um senso de compreensão e uma oportunidade de pensar sobre as 
definições das novas metas. 
3. Os objetivos devem ter indicadores. O objetivo de possuir, por exemplo,240 
hectares é mensurável, e cada ano o gestor pode avaliar o progresso em direção à 
meta. 
4. As metas devem ter um calendário. "Para possuir 240 hectares dentro de cinco 
anos" é mais útil do que uma meta com uma data de conclusão em aberto, ou vago. 
O prazo ajuda a manter o gestor focado em alcançar a meta. 
Raramente existe um único objetivo; operadores agrícolas geralmente têm 
múltiplos objetivos. Quando isso ocorre, o gerente deve decidir quais metas são 
mais importantes. 
Algumas combinações de metas podem ser impossíveis de alcançar 
simultaneamente, o que torna o processo de classificação ainda mais importante. 
Outro trabalho do gestor é equilibrar as compensações entre objetivos 
conflitantes. 
Qualquer um dos objetivos listados pode ocupar a primeira posição para 
uma determinada pessoa, dependendo do tempo e das circunstâncias. 
As metas podem e devem mudar com as alterações da idade, condição 
financeira, situação familiar, e experiência. Além disso, as metas de longo prazo 
podem diferir das metas de curto prazo. 
31 
 
A maximização do lucro é frequentemente assumida como sendo um dos 
principais objetivos de todos os proprietários de negócios, particularmente no estudo 
da economia. 
No entanto, os operadores agrícolas, muitas vezes optam pela sobrevivência 
ou permanência no negócio acima de maximização do lucro. 
O lucro é necessário para pagar as despesas da família e os impostos, 
aumento de capital do proprietário, a dívida diminui, e possibilitar a expansão da 
produção. 
No entanto, vários objetivos possíveis na lista implicam minimização ou 
prevenção de riscos, que podem conflitar com a maximização do lucro. 
Os planos de produção mais rentáveis em longo prazo e estratégias estão 
abertos a maiores riscos também. 
Lucros altamente variáveis de ano para ano podem reduzir 
consideravelmente as chances de sobrevivência, em conflito com o desejo de um 
rendimento estável. Por essas e outras razões, a maximização do lucro nem sempre 
é o objetivo mais importante para todos os operadores agrícolas. 
O lucro pode ser maximizado sujeito a atingir níveis mínimos aceitáveis de 
outros objetivos, tais como segurança, lazer e proteção ambiental. No entanto, a 
maximização do lucro tem a vantagem de ser facilmente mensurado, quantificado e 
comparado entre diferentes negócios. 
 
2.5.3 Avaliação dos Recursos do Negócio 
 
Fazendas variam muito em quantidade e qualidade dos recursos físicos, 
humanos e financeiros disponíveis. 
Uma avaliação honesta e profunda desses recursos vai ajudar o gerente de 
escolher estratégias realistas para alcançar os objetivos do negócio. Este processo é 
frequentementechamado de varredura interna. 
A base de recursos físicos da terra é provavelmente o recurso mais crítico. 
Produtividade, drenagem, topografia e fertilidade são apenas algumas das 
qualidades que determinam o potencial das terras para uso agrícola. 
O número de hectares disponíveis e sua localização também são 
importantes. Em muitos estados, existem bancos de dados detalhados que 
descrevem as características importantes de um tratamento especial da terra. 
32 
 
Outros recursos físicos que devem ser avaliados incluem a criação de gado, 
construções de cercas, máquinas e equipamentos, instalações de irrigação e o 
estabelecimento de culturas perenes, tais como pomares, vinhedos e pastagens. 
As competências dos recursos humanos, dos operadores e demais 
funcionários, muitas vezes determinam o sucesso ou o fracasso de determinadas 
empresas. 
 Alguns trabalhadores são talentosos com máquinas, outros se destacam em 
marketing ou contabilidade. Igualmente importante, é o grau que cada pessoa gosta 
ou não de fazer determinados trabalhos. 
Realizar uma auditoria completa das habilidades e preferências pessoais de 
cada um, antes de identificar as estratégias competitivas de uma empresa agrícola 
poderia ser viável. 
Especial atenção deve ser dada à identificação de recursos, que dará a 
fazenda uma vantagem competitiva sobre outras empresas. 
Se alguns recursos fundamentais são considerados em falta, as estratégias 
para preencher essas lacunas podem ser formuladas. 
 
2.5.4 Gestão Tática 
 
Depois de uma estratégia global para a propriedade, o gerente deve tomar 
decisões táticas sobre como implementá-la. 
Decisões táticas incluem quando, onde e quais culturas agrícolas serão 
selecionadas, quais máquinas e quem contratar. 
 
2.5.5 Identificação, Definição do Problema e Soluções 
 
Muitos problemas confrontam um gerente de fazenda. A maioria são 
decisões táticas, como, escolher qual semente será utilizada, decidir a forma de 
produção para o mercado e decidir a forma de obter acesso à terra. 
O segundo passo é começar a lista de soluções possíveis para o problema. 
Alguns podem ser evidentes, uma vez que o problema é definido, embora alguns 
possam exigir mais tempo e pesquisa. Ainda outros podem tornar-se evidentes 
durante o processo de coleta de dados e informações. Este é o momento para 
discutir e listar ideias. 
33 
 
Costume, tradição, hábito ou não devem restringir o número ou tipos de 
alternativas consideradas. 
 
2.5.6 Coletar dados e informações 
 
O próximo passo é coletar dados, informações e fatos sobre as alternativas. 
Os dados podem ser obtidos a partir de muitas fontes, incluindo os serviços 
de extensão universitária, boletins e panfletos de estações experimentais agrícolas, 
serviços eletrônicos de dados, comerciantes de insumos agrícolas, vendedores de 
insumos agrícolas, rádio e televisão, redes de computadores, revistas, boletins e 
normas de recomendações de melhores práticas. 
Talvez a fonte mais útil de dados e informações é um conjunto preciso e 
completo dos registros do passado para a própria exploração do gestor. 
A tomada de decisão geralmente requer informações sobre eventos futuros, 
porque os planos para a produção de lavouras devem ser feitos muito antes de o 
produto final estar pronto para o mercado. 
O tomador de decisão pode ter que formular algumas estimativas ou 
expectativas sobre preços futuros e os rendimentos. 
Observações passadas fornecem um ponto de partida, mas muitas vezes, 
precisa, ser ajustadas para as condições atuais e previstas. 
 
2.5.7 Execução da decisão 
 
Nada vai acontecer e a meta não será cumprida se simplesmente não for 
tomada uma decisão. Essa decisão deve ser correta e atentamente executada, o 
que significa tomar algumas medidas. 
Os recursos devem ser adquiridos, financiamentos devem ser arranjados, 
um calendário construído, e as expectativas comunicadas aos parceiros e 
funcionários. 
 
2.6DECISÃO NA AGRICULTURA E NO MEIO AMBIENTE 
 
Gerenciar uma fazenda ou uma propriedade agrícola não é muito diferente 
de gerir outros tipos de negócios. 
34 
 
 As funções básicas, princípios e técnicas de gestão são as mesmas em 
todos os lugares, mas uma típica fazenda de negócios tem algumas características 
que afetam o modo como as decisões são tomadas. 
Uma das características mais marcantes da agricultura é a limitação imposta 
sobre as decisões de um gestor pelas leis biológicas e físicas da natureza. 
Há algumas que não podem ser feitas, como por exemplo, as culturas 
requerem um tempo mínimo para atingir a maturidade. 
Mesmo as tentativas de controlar os efeitos das alterações climáticas com o 
equipamento de irrigação e cultivo protegido podem ser frustradas por tempestades 
repentinas. 
A imprevisibilidade do processo de produção é exclusiva da agricultura. 
Nem mesmo o melhor gerente pode prever com certeza os efeitos das 
variações na precipitação, temperatura, doenças, ou combinações genéticas. Isso 
introduz um elemento de risco que a maioria das empresas não agrícolas não 
enfrenta. 
Na maioria das indústrias, uma empresa pode comprar mais matérias-primas 
ou replicar instalações de produção quando a demanda por seus produtos aumenta. 
No entanto, o fornecimento do recurso mais valioso na produção agrícola, a terra, é 
essencialmente fixo. 
 
No planejamento da exploração agrícola, normalmente, o objetivo será o de 
maximizar a margem bruta total. 
Em termos matemáticos podemos escrever a função objetivo desta maneira: 
 
0BJ = MB (1) x unidades (1) +MB (2) x unidades (2) + MB (3) x unidades (3) 
 
Quando MB (1) é a margem bruta por unidade (por exemplo, acre de 
culturas), da primeira empresa e unidades (1) é o número de unidades da empresa 
(hectares) produzidas e sucessivamente para todas as empresas a ser considerada 
no plano. 
Cada cultura, milho, soja, e as outras, devem ser representadas por um 
termo na equação. 
A ordem das culturas não importa, mas devem ser consistentes durante todo 
o modelo de programação linear. 
35 
 
Desenvolver as restrições de recursos para o modelo de programação linear 
exige a utilização dos coeficientes técnicos e os limites de recursos em geral. 
 
 A forma geral das restrições é: 
 
X1 x UNIDADES(1) + X2 x UNIDADES (2) + X3 x UNIDADES (3) ≤ 
RECURSO 
 
Onde X1 representa a quantidade de um determinado recurso necessário 
para produzir uma unidade da cultura, e assim por diante. 
O montante total dos recursos disponíveis para todas as utilizações, 
representada por RECURSO na equação, limita o número de unidades das três 
culturas possíveis que a propriedade pode produzir. 
Cada cultura a ser considerada deve ser incluída nas equações e a restrição 
deve ser desenvolvida para cada recurso limitado. 
O gestor também poderá impor restrições subjetivas, e arbitrariamente 
definir um nível mínimo ou máximo em algumas culturas agrícolas. 
 
2.7 NECESSIDADE HÍDRICA DE CULTURAS AGRÍCOLAS 
 
Conforme Mello e Silva 2007, o termo evaporação designa a transferência 
de água para a atmosfera sob a forma de vapor que se verifica em um solo úmido 
sem vegetação, nos oceanos, lagos, rios e outras superfícies de água. 
De maneira geral, o termo evapotranspiração é utilizado para expressar a 
transferência de vapor d’água que se processa para a atmosfera proveniente de 
superfícies vegetadas. 
Fundamentalmente, a evapotranspiração é proveniente de duas 
contribuições: a evaporação da umidade existente no substrato (solo ou água) e a 
transpiração resultante das atividades biológicas dos vegetais. 
Quando a superfície-fonte é vegetada, os fatores intervenientes no processo 
de evapotranspiração aumentam, uma vez que diversos fatores passam a interferir 
neste.36 
 
Dentre estes fatores destacam-se a fase de desenvolvimento da cultura, o 
índice de área foliar, as condições fitossanitárias e as condições de umidade do 
solo. 
Informações da quantidade de água evaporada e ou evapotranspirada são 
necessárias em diversos estudos hidrológicos e para adequado planejamento e 
manejo. 
O conhecimento da evapotranspiração é essencial para estimar a 
quantidade de água requerida para irrigação. 
O conhecimento do consumo de água nas diversas etapas de 
desenvolvimento das plantas cultivadas permite que a administração da irrigação 
seja feita de forma mais racional, de acordo com a real exigência da cultura. 
Esse conhecimento também tem a sua importância na agricultura não 
irrigada, pois permite o planejamento de 
épocas de semeadura em função da disponibilidade hídrica média da região 
considerada, permitindo maior eficiência no aproveitamento das precipitações. 
Para realizar estimativas de evapotranspiração da cultura (ETc) o 
procedimento usual é utilizar estimativas da evapotranspiração de referência 
(ETo),corrigidas por um coeficiente de cultura (Kc). Esse coeficiente de ajuste é 
determinado pela relação: 
 
Kc = ETc / ETo 
 
Os valores de Kc variam com a cultura e com seu estágio de 
desenvolvimento, sendo apresentado em tabelas por Doorenbos e Pruitt (1977) e 
descritopara diferentes culturas por Doorenbos e Kassam(1994). 
Esses valores foram baseados em pesquisas desenvolvidas em diferentes 
regiões do mundo, porém, sabe-se que os valores de Kc variam de acordo com as 
condições edafoclimáticas, assim como com a cultivar ou variedade empregada. 
Os valores de Kc são muito utilizados para a determinação das 
necessidades hídricas das culturas, tanto em termos de manejo da água de irrigação 
como também no planejamento de sistemas hidro agrícolas. 
 
 
 
37 
 
2.8 SISTEMAS DE CULTIVO 
 
2.8.1 Cultivo Convencional 
 
Em geral, o termo convencional denomina o cultivo dos campos utilizando as 
técnicas tradicionais de preparo do solo e controle fitossanitário. No sistema 
convencional, o cultivo agrícola segue basicamente a seguinte ordem: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 6–Cultivo Convencional 
Fonte: Autoria Própria 
a) Remoção da vegetação nativa (desmatamento): processo de 
desaparecimento de massas florestais. 
b) Aração: processo de revolver o terreno agrícola com um arado, 
equipamento mecânico tracionado. Sua finalidade é descompactar a terra para um 
melhor desenvolvimento das raízes. Também enterra restos de culturas agrícolas 
anteriores ou ervas daninhas, porventura existentes. Melhora ainda a infiltração de 
água no solo. 
c) Calagem: etapa do preparo do solo para cultivo agrícola na qual se 
aplica calcário com os objetivos de elevar os teores de cálcio e magnésio, 
neutralização do alumínio trivalente (elemento tóxico para as plantas) e corrigir o pH 
do solo, para um desenvolvimento satisfatório das culturas. 
d) Gradagem: Após a aração, o solo ainda poderá conter muitos torrões, o 
que dificultaria a emergência das sementes e o estabelecimento das culturas. Com a 
utilização do implemento grade, os torrões são desfeitos e a superfície do solo torna-
se mais uniforme. 
38 
 
e) Semeadura: Operação que consiste em colocar sementes no solo ou 
em recipientes para que germinem e formem plantas. No solo, as sementes podem 
ser colocadas a lanço ou dispostas nas linhas ou em covas. 
f) Adubação mineral: prática agrícola que consiste no fornecimento de 
adubos ou fertilizantes ao solo, de modo a recuperar ou conservar a sua fertilidade, 
suprindo a carência de nutrientes e proporcionando o pleno desenvolvimento das 
culturas vegetais. 
g) Aplicação de defensivos agrícolas: substâncias venenosas utilizadas 
no combate às pragas, que atacam as plantações. Sendo: Herbicidas; usados para 
matar ervas daninhas, Fungicidas; utilizados no combate de fungos parasitas, 
Inseticidas; usados contra insetos, e Nematócidos; que controlam nematódios 
parasitas. 
h) Capinas: procedimento agrícola que consiste na remoção parcial ou 
total da cobertura vegetal existente em determinados locais, com utilização de 
ferramenta manual ou produtos químicos, de modo a privilegiar o desenvolvimento 
da cultura de interesse. 
i) Colheita: Operação que consiste em retirar o efetivo da produção dos 
campos, hortas e pomares para eventual comercialização. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 7–Fases do Plantio Convencional 
Fonte: Autoria Própria 
 
39 
 
2.8.2 Cultivo Orgânico 
 
De acordo com o Sebrae (2011), agricultura orgânica é o sistema de 
produção que não usa fertilizantes sintéticos, agrotóxicos, reguladores de 
crescimento ou aditivos sintéticos para a alimentação animal. 
O manejo na agricultura orgânica valoriza o uso eficiente dos recursos 
naturais não renováveis, bem como o aproveitamento dos recursos naturais 
renováveis e dos processos biológicos alinhados à biodiversidade, ao meio-
ambiente, ao desenvolvimento econômico e à qualidade de vida humana. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 8–Cultivo Orgânico 
Fonte: Acervo do Autor 
Segundo Erlers (1999), os sistemas agrícolas orgânicos dependem de 
rotação de culturas, de restos de culturas, estercos animais, de leguminosas, de 
adubos verdes e de resíduos orgânicos, bem como de cultivo mecânico. 
 Ainda, estariam presentes no sistema de produção orgânico, rochas e 
minerais e outras formas de controle biológico de pragas e doenças, para manter a 
produtividade e a estrutura do solo. 
Em destaque, a prática do cultivo orgânico preocupa-se com a saúde dos 
seres humanos, dos animais e das plantas, entendendo que seres humanos 
saudáveis são frutos de solos equilibrados e biologicamente 
ativos, adotando técnicas integradoras e apostando na diversidade de culturas. Para 
tanto, apoia-se em quatro fundamentos básicos: 
40 
 
• Respeito à natureza: reconhecimento da dependência de recursos 
naturais não renováveis; 
• A diversificação de culturas: leva ao desenvolvimento de inimigos 
naturais, sendo item chave para a obtenção de sustentabilidade; 
• O solo é um organismo vivo: o manejo do solo propicia oferta constante 
de matéria orgânica (adubos verdes, cobertura morta e composto orgânico), 
resultando em fertilidade do solo; e 
• Independência dos sistemas de produção: ao substituir insumos 
tecnológicos e agroindustriais. 
 
A importância que a produção orgânica vem assumindo no mercado de 
alimentos exige regulamentação que assegure ao consumidor a garantia de 
que está adquirindo um item que obedece às normas legais estabelecidas 
para o produto orgânico. Entre os atributos de qualidade, cada vez mais os 
produtos relacionados à preservação da saúde ganham força. Emergem 
também atributos de qualidade ambiental dos processos produtivos, em 
especial os relacionados à proteção dos mananciais e da 
biodiversidade. Como decorrência crescem as demandas por processos de 
certificação de qualidade e sócio ambiental para atender a rastreabilidade 
do produto e dos respectivos sistemas produtivos a partir de movimentos 
induzidos pelos consumidores. (SEBRAE, 2011). 
 
 
Dentro do objetivo final da produção orgânica, pode-se dizer que estaria o 
equilíbrio sustentável do meio ambiente. 
Nela, não é permitido o uso de agrotóxicos, adubos químicos e sementes 
transgênicas. 
A grande vantagem disso, além da produção de alimentos mais 
saudáveis e naturais, é a preservação do solo, que fica mais fértil e livre da 
toxicidade. 
 Conforme atesta o MDA (2006), além de conservar o solo, o cultivo de 
alimentos orgânicos garante a sobrevivência do trabalhador rural e de sua família, 
fortalecendo o vínculo do homem com a terra.41 
 
2.8.3 Cultivo em Plantio Direto 
 
De acordo com Instituto Agronômico de Campinas (2005), o sistema de 
plantio direto (SPD) é um sistema de manejo do solo onde a palha e os restos 
vegetais são deixados na superfície do solo. 
O solo é revolvido apenas no sulco onde são depositadas sementes e 
fertilizantes. As plantas infestantes são controladas por herbicidas. Não existe 
preparo do solo além da mobilização no sulco de plantio. 
Considera-se que para o sucesso do sistema são fundamentais a rotação de 
culturas e o manejo integrado de pragas, doenças e plantas invasoras. 
O plantio direto é uma técnica de cultivo conservacionista na qual procura-
se manter o solo sempre coberto por plantas em desenvolvimento e por 
resíduos vegetais. Essa cobertura tem por finalidade protegê-lo do impacto 
das gotas de chuva, do escorrimento superficial e das erosões hídrica e 
eólica. Existem diversos sinônimos ou termos equivalentes para plantio 
direto: plantio direto na palha, cultivo zero, sem preparo ("no-tillage"), cultivo 
reduzido, entre outros. Efetivamente, poderia considerar-se o plantio direto 
como um cultivo mínimo, visto que o preparo do solo limita-se ao sulco de 
semeadura, procedendo-se à semeadura, à adubação e, eventualmente, à 
aplicação de herbicidas em uma única operação. (EMBRAPA, 2006). 
 
 
 
 
 
 
Figura 9–Cultivo em Plantio Direto 
Fonte: Acervo do Autor 
Dentre as vantagens agronômicas do cultivo em sistema de plantio direto 
estariam o controle da erosão, o aumento da água armazenada no solo, a redução 
da oscilação térmica, o aumento da atividade biológica, 
o aumento dos teores de matéria orgânica e a melhoria da estrutura do solo. 
 
42 
 
De acordo com Primavesi (2000), o plantio direto compreende um conjunto 
de técnicas integradas que visam melhorar as condições ambientais (água-solo-
clima) para explorar da melhor forma possível o potencial genético de produção das 
culturas. 
Seguindo a afirmação do autor, é possível afirmar que com a adoção do 
plantio direto deve seguir pelo menos três requisitos, sendo eles, o não revolvimento 
do solo, a rotação de culturas e uso de culturas de cobertura para formação de 
palhada, tudo isso associado ao manejo integrado de pragas, doenças e plantas 
daninhas. 
Além disso, o plantio direto não deve ser visto como uma receita universal, 
mas como um sistema que exige adaptações locais. 
 Essas têm sido executadas por iniciativa dos próprios agricultores, por meio 
da integração contínua de esforços com pesquisadores e técnicos, possibilitando 
avanços palpáveis no desenvolvimento e na transferência de tecnologias. 
Conforme a EMBRAPA (2000), a adoção do plantio direto expressa a 
perfeita harmonia do homem com a natureza e proporciona economias significativas 
para a sociedade como um todo. 
Assim torna-se possível a minimização de custos de produção e também a 
maximização da produtividade de insumos e de mão-de-obra. 
O cultivo em plantio direto permite também o cumprimento do calendário 
agrícola, que no caso de bens de consumo é evidenciado como de extrema 
importância, validando as recomendações do zoneamento e sendo um atrativo para 
seguradoras, viabilizando a atividade agrícola. 
 
2.8.4 Cultivo Irrigado 
 
Em todo sistema de cultivo, uma necessidade básica de todas as culturas é 
a água. 
Segundo (Pires et al, 2008, p.99), esta necessidade é devida ao processo 
metabólico desempenhado pelas plantas, principalmente no processo de 
transpiração. 
No entanto, algumas espécies necessitam de complemento em suas taxas 
de pluviosidade total quando atingidos por longos tempos de estiagem, ou períodos 
de seca. 
43 
 
As plantas absorvem água do solo pelas raízes e apenas uma pequena 
parte dela é incorporada na matéria vegetal, na forma de água constituinte, e grande 
parte é perdida pelas folhas através dos estômatos, para a atmosfera, na forma de 
vapor de água. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 10–Cultivo Irrigado 
Fonte: Bernardo Salassier (2009) 
Quando não há água disponível no solo, ocorre o estresse hídrico. 
 A elevada exigência de água, portanto, é intrínseca da planta, que, se não 
satisfeita, afeta o crescimento e a produção. 
O conhecimento disso é fundamental para se entender por que a agricultura 
irrigada, mesmo a mais racional e eficiente, é grande demandadora de água, dentre 
os diferentes setores da sociedade. 
Os principais métodos de irrigação utilizados no Brasil são: gotejamento, 
Figura (A),pivô central, Figura (B), aspersão convencional, Figura (C) e por sulcos, 
Figura (D). 
Christofidis (2006) diz que são irrigados no Brasil 3,44 milhões de hectares, 
que correspondem a 5,9% da área cultivada no país. 
 A região Sul é a que apresenta a maior área irrigada no Brasil em função do 
cultivo do arroz irrigado por inundação, principalmente no Rio Grande do Sul. 
A irrigação tem importante papel a cumprir, garantindo à atividade agrícola, 
sustentabilidade econômica, minimizando, sobretudo os riscos tecnológicos, 
representados pela escassez de água. 
A B 
C 
C D C 
44 
 
O método considerado ideal é aquele que melhor se adequar às condições 
locais de topografia, clima, tipo de solo e de cultivo, disponibilidade e qualidade de 
água, mão-de-obra e energia. 
 
2.8.5 Cultivo Protegido 
 
A decisão de se cultivar em ambiente protegido deve vir depois de uma 
avaliação criteriosa do mercado e das necessidades climáticas e sanitárias da 
cultura em questão. 
Inúmeros são os fatores a serem levados em conta ao se projetar o 
ambiente protegido. A estrutura deve ser tal que atenda a exigência do cultivo. 
A primeira indagação que se faz é: do que proteger o cultivo? Excesso de 
radiação, chuvas, geada, insetos? 
A segunda pergunta é: O benefício da produção protegida dará sobre preço? 
O lucro vem da produção fora de época, do produto sem uso de defensivos, 
ou do aumento da produtividade? 
A terceira pergunta é: O custo da estrutura que é necessária para produzir 
tal hortaliça em tal época é pagável pela produção? Só uma estrutura coberta com 
plástico é suficiente, ou será preciso acessórios para modificar o microclima? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 11–Formas de Cultivo Protegido 
Fonte: Acervo do Autor 
45 
 
Uma vez respondidas tem-se o tipo de estrutura de proteção para se cultivar, 
e só então se fará a pergunta: como manejar o ambiente protegido? 
Segundo Cermeño (1990) a produtividade dentro do ambiente protegido 
pode ser 2 a 3 vezes maior que as observadas no campo e com qualidade superior. 
Além do controle parcial das condições climáticas, o ambiente protegido 
permite a realização de cultivos em épocas que normalmente não seriam escolhidas 
para a produção ao ar livre. 
Esse sistema também auxilia na redução das necessidades hídricas 
(irrigação), através de uso mais eficiente da água pelas plantas. 
 Outro bom motivo para produzir em ambiente protegido é o melhor 
aproveitamento dos recursos de produção (nutrientes, luz solar e CO2), resultando 
em precocidade de produção (redução do ciclo da cultura) e redução do uso de 
insumos, como fertilizantes e defensivos. 
 
2.8.6 Custos de Produção Agrícola 
 
O custo de produção agrícola é uma excepcional ferramenta de controle e 
gerenciamento das atividades produtivas e de geração de importantes informações 
para subsidiar as tomadas de decisões pelos produtores rurais e, também, de 
formulação de estratégias pelo setor público. 
Para administrar com eficiência e eficácia uma unidade produtiva agrícola, é 
imprescindível, dentre outras variáveis, o domínio da tecnologia e do conhecimento 
dos resultados dos gastos com os insumos e serviços em cada fase produtiva da 
lavoura, que tem no custo um indicador

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