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AULA 12 IMUNIDADES TRIBUTÁRIAS II E III

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IMUNIDADES TRIBUTÁRIAS II E III
- Quais são os impostos sobre bens, rendas e serviços e quais são aqueles outros que não se enquadram nessa classificação.
- Vai mostrar se cabe ou não imunidades são para todos os impostos, que não patrimônio, rendas e serviços (no caso das alíneas “a e c” do Art. 150, VI, CF).
***IGF => Ainda não foi criado. Precisa de uma Lei Complementar para dizer o que são “grandes fortunas”.
-A imunidade que é dada pelo Constituinte no texto literal das alíneas “a” e “c” do art. 150, VI, seria apenas para os impostos sobre PATRIMÔNIO, RENDA e SERVIÇOS.
- Os impostos sobre CIRCULAÇÃO e COMÉRCIO EXTERIOR (II, IE, IPI, IOF e ICM), não estão abrangidos pela literalidade do texto constitucional.
- Essas entidades da alínea “c”, podem ou não ter imunidades tributárias quanto a impostos sobre circulação ou comércio exterior. 
- O que vai depender é o caso concreto (se é importante ou não que o imposto incida, e se vai prejudica-los ou não). 
 
- Não é assegurado na Constituição, imunidade a todos os impostos.
A conclusão é simples: é no sentido de que essas entidades da alínea “c” do Art. 150, VI, CF, bem como os Entes Federativos uns em relação aos outros e as Entidades das respectivas Administrações Indiretas, podem ou não, ter a imunidade tributária quando a impostos sobre circulação e comércio exterior, o que vai determinar é o caso concreto (o rol de impostos extrafiscais, interventivos e fiscalizatórios, e II, IE, IPI e IOF + ICMS), no caso concreto vai se analisar se tem a imunidade.
O STF reconheceu fazer uma interpretação extensiva para que as Entidades das alíneas “a e c” (os Entes Federativos e as Entidades Autárquicas Fundacionais e as Entidades Privadas) possam gozar da imunidade.
Existem diversos precedentes, no sentido de se fazer a interpretação extensiva para se conceder a imunidade dos impostos sobre circulação e comércio exterior para os Entes Políticos, Autarquias e Fundações Públicas, bem como para as Entidades Privadas.
- As imunidades das alíneas “a”, “b” e “c”, ficam atreladas aos §§ 2º, 3º e 4º.
- As imunidades do §2º vai se estender para alguns diferentes dos Entes Federativos, que se posicionam na Administração Indireta dos Entres Federativos (exercem atividades típicas de Estado).
- Já o §3º vem VEDAR que se estenda a imunidade para outras pessoas (em regra, particulares exercendo atividade econômica).
- O §4º cuida das imunidades das alíneas “b” e “c”, entidades privadas (para todas as igrejas, partidos políticos, fundações partidárias, Entidades Sindicais dos Trabalhadores, Entidades de Educação e Assistência Social e Saúde Sem Fins Lucrativos.).
EMPRESA DE CORREIOS E TELEGRÁFOS/CASA DA MOEDA BRASILEIRA/INFRAERO
EC 75/2013
VEDAÇÕES DE INCIDÊNCIA DE IMPOSTOS (ART, 150, VI, alíneas):
- Todas as alíneas do IV, apresentam todas as imunidades para Impostos. Nada abrange para Taxas e Contribuições.
- A Constituinte proíbe a incidência de impostos sobre algumas pessoas (imunidades subjetivas), ou quando se impulsiona operações de circulação de alguns bens (imunidades objetivas).
Imunidades Subjetivas: alíneas “a”, “b” e “c” – sujeitos que em razão de suas atividades fins mereceram proteção do constituinte. (Ora para pessoas de Direito Público, ora para pessoas privadas).
Imunidades Objetivas: “d’ e “e” – se listam quais bens e objetos que estão circulando e não é atingida pela incidência de impostos. 
- O que leva o constituinte a erguer essas normas que vedam a incidência de impostos sobre pessoas e bens?
- A razão inspiradora é a intenção de proteger a integridade de Direitos Fundamentais e as Estrutura Federativa do Estado.
- Evitar que o imposto ao incidir pudesse comprometer a sustentabilidade, a manutenção, a viabilidade existencial de pessoas (não empresárias) que são importantes para concretização de Direitos Fundamentais. 
- A se aceitar isso como uma verdade, elas são Cláusulas Pétreas, não sendo possível que o Poder Constituinte Derivado Reformador através de Emendas Constitucionais, viesse suprimir essas alíneas.
Art. 150, CF: Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
VI - instituir impostos sobre: 
a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros; (Entidades Públicas) 
b) templos de qualquer culto;
c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei; (Entidades privadas)
d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão.
e) fonogramas e videofonogramas musicais produzidos no Brasil contendo obras musicais ou literomusicais de autores brasileiros e/ou obras em geral interpretadas por artistas brasileiros bem como os suportes materiais ou arquivos digitais que os contenham, salvo na etapa de replicação industrial de mídias ópticas de leitura a laser. (Incluída pela Emenda Constitucional nº 75, de 15.10.2013)
Imunidade Recíproca:
- A imunidade recíproca, alcança a UNIÃO, ESTADOS, DF, MUNICÍPIOS (não podem cobrar um do outro, impostos sobre patrimônio, rendas e serviços, podendo estender a outros impostos), AUTARQUIAS, FUNDAÇÕES PÚBLICA, EMPRESAS DE ECONOMIA MISTA que prestam atividade do Estado (não se estende a Cartórios e Delegatários de Serviços Públicos - Concessionárias, Permissionárias, Autorizatários, nem Empresas Públicas de Economia Mista), OAB (Não tem imunidade tributária, não é Autarquia, não é mantida pelo Poder Público, tem receita própria, mas não alcança a Caixa Assistencial da OAB, tem a finalidade específica de proteger o advogado).
Pela alínea ‘a’ do art.150, VI, CF consagradora daquela que se apelidou como “imunidade recíproca dos entes federativos entre si”, imunizam-se pessoas ligadas ao regime de direito público, quais sejam, as que integram os quadros da Administração Pública dos próprios entes federativos, de sorte a que fica vedado que um ente possa cobrar impostos sobre o patrimônio, rendas ou serviços das pessoas que integram o processo de execução da atividade administrativa típica dos outros entes.
Exceção: O Estado age como particular (tem status de Autarquia) => Art. 175, CF: Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, sempre através de licitação, a prestação de serviços públicos.
Parágrafo único. A lei disporá sobre:
I - o regime das empresas concessionárias e permissionárias de serviços públicos, o caráter especial de seu contrato e de sua prorrogação, bem como as condições de caducidade, fiscalização e rescisão da concessão ou permissão;
II - os direitos dos usuários;
III - política tarifária;
IV - a obrigação de manter serviço adequado.
Art. 236, CF: Os serviços notariais e de registro são exercidos em caráter privado, por delegação do Poder Público. 
§ 1º Lei regulará as atividades, disciplinará a responsabilidade civil e criminal dos notários, dos oficiais de registro e de seus prepostos, e definirá a fiscalização de seus atos pelo Poder Judiciário.
§ 2º Lei federal estabelecerá normas gerais para fixação de emolumentos relativos aos atos praticados pelos serviços notariais e de registro.
§ 3º O ingresso na atividade notarial e de registro depende de concurso público de provas e títulos, não se permitindo que qualquer serventia fique vaga, sem abertura de concurso de provimento ou de remoção, por mais de seis meses.
A imunidade recíproca dos entes NÃO SE APLICA quanto às empresas públicas e sociedades de economia mista prestadoras de ATIVIDADE ECONÔMICA, as quais atuam no campo da livre concorrência, competindo normalmente com os particulares, não podendo, por lógico, serem favorecidas com incentivos fiscais que não se possam estender aos particulares, sob pena de total desequilíbrio na lealdade concorrencial. Essas pessoas serão regidas pelas regras gerais doregime de direito privado, incluindo-se o natural dever de pagar impostos. Do mesmo modo, a imunidade recíproca ora apreciada também não alcança os agentes empresários que atuam como concessionários, permissionários ou autorizatários do poder público, prestando serviços mediante concessão, permissão ou autorização. É que tais pessoas são remuneradas pela cobrança dos preços e tarifas dos usuários, manifestam capacidade contributiva, de sorte a que o Constituinte optou por não incluí-as no campo de alcance da benesse fiscal em comento (vale a observação ao disposto no art.150, §3º, CRFB/88).
- O Poder Público, possui um imóvel e resolve alienar um imóvel para um particular, mas não pode fazê-lo a vista. E realiza um contrato com promessa de compra e venda. Ex.: O Particular, quitando mês a mês durante 5 anos. Durante esse período, mesmo formalmente pertencente ao Poder Público, e na posse de particular, já se sujeita ao IPTU, não vigorando a imunidade recíproca (Súmula 583, STF).
Súmula 583, STF: Promitente-Comprador de imóvel residencial transcrito em nome de autarquia é contribuinte do imposto predial territorial urbano. A imunidade não alcança, não exonera o promitente comprador. O particular paga imposto, não fica imune.
Art. 150, §3º, CF: As vedações do inciso VI, "a", e do parágrafo anterior não se aplicam ao patrimônio, à renda e aos serviços, relacionados com exploração de atividades econômicas regidas pelas normas aplicáveis a empreendimentos privados, ou em que haja contraprestação ou pagamento de preços ou tarifas pelo usuário, nem exonera o promitente comprador da obrigação de pagar imposto relativamente ao bem imóvel.
- Em Contratos de Locação: Poder Público tem um imóvel alugado a um particular. Essa receita captada será convertida para a atividade fim, não cabendo ao município cobrar IPTU. Usa o bem para que com essa receita, possa ser revertida, para que possa custear a atividade fim, não tem porque negar essa imunidade.
- A pessoa imune que aluga o imóvel para particular, ela continua imune. Tem só que fazer a prova de que essa renda ($) está sendo aplicado na atividade fim.
- Igrejas com lojinha vendendo sovines religiosos, ela terá imunidade do ICMS.
- Aluguel de estacionamento de igreja, recebe imunidade desde que esteja para a atividade fim. Se cobrar o estacionamento, e o valor da tarifa e for revertido para atividade fim. Porém se privatiza o aluguel do estacionamento da igreja, ela perde a imunidade. Porém se o valor do aluguel do estacionamento for revertido para atividade fim, recebe a imunidade (mas tem que provar para que pessoa continue sendo beneficiada pela imunidade).
Súmula 52, STF: Ainda quando alugado a terceiros, permanece imune ao IPTU o imóvel pertencente a qualquer das entidades referidas pelo art. 150, VI, "c", da Constituição Federal, desde que o valor dos aluguéis seja aplicado nas atividades para as quais tais entidades foram constituídas. 
As Concessionárias de Energia Elétrica não serão imunes, paga impostos (é embutido o ICMS, IPI e o ISS). O Ente Federativo não cobra diretamente o particular e sim a Concessionária.
No art.150, VI, ‘b’, CF o constituinte protege os templos de qualquer culto, consagrando a chamada imunidade religiosa. Nesse compasso, almejando evitar prejuízos a tal exercício é que o constituinte blindou os templos, assegurando a norma da não incidência de impostos.
Art. 150, §4º, CF: As vedações expressas no inciso VI, alíneas "b" e "c", compreendem somente o patrimônio, a renda e os serviços, relacionados com as finalidades essenciais das entidades nelas mencionadas (em regra).
Desde que se enquadre nos parâmetros mínimos do que se possa compreender como religião, caberá à benesse fiscal, valorando-se aqui o princípio da laiciade¸ peculiar ao modelo de “Estado Laico” que o nosso regime jurídico consagra.
A imunidade religiosa não favorece os grupos maçônicos, já que temos a nítida convicção que a maçonaria não se traduz em uma religião própria, até porque tem como um de seus primórdios aceitar como seguidoras pessoas de todas as religiões. O STF vem mantendo o posicionamento, negando-se a imunidade às instituições maçônicas. 
Os cemitérios públicos possuem imunidade de Impostos (IPTU).
A aplicação da Imunidade quando das vendas de souvenires e produtos religiosos nas lojinhas que as próprias Igrejas possuem dentro de seus templos. Nessas situações, não incidem nem o ICMS e nem, se fosse o caso, o IPI sobre tais vendas. Pois a imunidade se defere quando as lojas forem de titularidade da instituição religiosa, em nada se atingindo o legítimo direito do Estado de cobrar o ICMS quando sociedades empresárias ou demais particulares comercializam tais bens, ainda que dentro da Igreja. 
Os demais particulares não gozam de qualquer imunidade em tais atos de comércio. A imunidade é estritamente em favor dos templos; logo, reitere-se, quando o templo estiver alienando ele é imune.
Súmula 724, STF: Ainda quando alugado a terceiros, permanece imune ao IPTU o imóvel pertencente a qualquer das entidades referidas pelo art. 150, VI, "c", da Constituição, desde que o valor dos aluguéis seja aplicado nas atividades essenciais de tais entidades.
No art.150, VI, ‘c’, CF Direitos de 1ª geração/dimensão: partidos políticos; fundações partidárias; entidades sindicais de trabalhadores; instituições de educação sem fins lucrativos; instituições de assistência social sem fins lucrativos.
À imunidade partidária que não apenas os Partidos Políticos (pluripartidarismo) são imunes, mas também as fundações privadas por eles mantidas. Em tal situação, importante perceber que além das fundações públicas, algumas fundações privadas que foram expressamente protegidas pela Carta (entidades Educacional, Assistencial e de Saúde). São as fundações mantidas por partidos políticos. 
Às entidades sindicais de trabalhadores, duas observações merecem atenção: a primeira, no sentido de que as entidades patronais não gozam de imunidade, mas apenas as entidades sindicais de TRABALHADORES; a segunda pontuação que merece cautela é no sentido de que a imunidade não é apenas para os SINDICATOS de trabalhadores e sim para todas as INSTITUIÇÕES SINDICAIS de trabalhadores, o que envolve toda a estrutura piramidal sindical dos obreiros, favorecendo Associações, Federações e Confederações sindicais de operários. 
Às instituições que atuam em alguns dos mais importantes planos de prospecção do Estado Social (educação, assistência social e saúde), necessário perceber que para que gozem da imunidade tributária quanto a seus bens, rendas e serviços, é crucial perceber que não basta atuarem nos referidos ramos, sendo vital que atuem sem fins lucrativos. Ou seja, elas até podem ter lucro, mas, o que lhes é vedado, é terem como finalidade a partilha desse lucro dente os mantenedores.
Art. 14, CTN: O disposto na alínea c do inciso IV do artigo 9º é subordinado à observância dos seguintes requisitos pelas entidades nele referidas:
I - não distribuírem qualquer parcela de seu patrimônio ou de suas rendas, a qualquer título; 
II - aplicarem integralmente, no País, os seus recursos na manutenção dos seus objetivos institucionais;
III - manterem escrituração de suas receitas e despesas em livros revestidos de formalidades capazes de assegurar sua exatidão.
Entidade Sem Fins Lucrativos ≠ Entidade Beneficente
As Entidades de educação, assistência social e saúde sem fins lucrativos gozam de imunidades de impostos (art.150, VI, ‘c’, c/c §4º, CF).
As Entidades Beneficentes elas gozam de imunidade das contribuições especiais para a seguridade social (Art. 195, §7º, CF).
No art.150, VI, ‘d’, CF: Consagra as imunidades objetivas, aquelas ligadas às operações de vendas de livros, jornais, periódicos e ainda, também, o papel destinado à impressão de tais bens. Dita norma constitucional busca proteger a efetividade de direitos de liberdade, prospectados em duas linhas de propagação: de um lado, a liberdade de expressão, porparte de quem escreve o conteúdo que circula por intermédio dos referidos bens; do outro, a liberdade de informação e educação, pela ótica de quem quer adquirir os citados objetos, nutrindo-se do conhecimento. Além de tais direitos, almeja-se proteger, também, sob a perspectiva do interesse coletivo, o desenvolvimento nacional, na medida em que a circulação da informação educa o povo, fomentando a culturização e a evolução social. 
Não podem incidir o ICMS e nem o IPI na venda de jornais; idem na venda de livros; também na venda de periódicos (revistas); e até mesmo o insumo, papel, quando destinado à impressão desses bens, circula imune à incidência dos impostos citados. 
O STF diz que quanto aos demais insumos utilizados no processo fabril podem incidir impostos nas vendas dos outros insumos, como a tinta alcalina, o látex, o barbante, etc.
IMPORTANTE!!! O julgamento favorável do STF que determinou a não incidência do Imposto de Importação, do IPI na importação, e, igualmente o raciocínio alcançaria o ICMS na importação.
IMPORTANTE!!! Aos insumos e em especial ao papel, fica o registro de que independente de qual seja a natureza do papel, caso se trate de papel e o mesmo seja de fato comercializado para a produção de livros, jornais ou periódicos, a imunidade será deferida. Nesse viés, o STF entendeu que as vendas de filmes fotográficos utilizados para a produção de livros, revistas e jornais principalmente, ficam abrangidas na órbita do benefício fiscal. Afirmou, por logo, que os filmes e papeis fotográficos são imunes ao ICMS. 
Súmula 657 do STF: A imunidade prevista no art. 150, VI, “d”, da CF/88 abrange os filmes e papéis fotográficos necessários à publicação de jornais e periódicos.
O que é “livro”? São alguns escritos e ilustrações, os quais oferecem conteúdo capaz de agregar valor no processo de formação e desenvolvimento humano, ou, noutra frente, informações que revelem utilidade social.
IMPORTANTE!!! O STF também vem entendendo que somente os LIVROS DE PAPEL gozam de imunidade tributária, de sorte a que a Corte Máxima ainda segue firme no posicionamento de negar a imunidade tributária aos livros eletrônicos, compreendendo que o público frequentador do chamado e-comerce, leitores dos e-books, ainda é um público de notória capacidade contributiva.
IMPORTANTE!!! O STF equiparou a “livro” para fins de gozo da imunidade apregoada no art.150, VI, ‘d’ da Carta os chamados “livros ilustrados de complementação cromada” (vulgos “álbuns de figurinha”), assim como as apostilas e encadernações acadêmicas e também as listas e catálogos telefônicos.
A Constituição concede imunidade apenas para o papel. Os demais insumos serão tributados (como a tinta alcalina, o látex, o barbante, etc).
IMPORTANTE!!! No ano de 2011 em relação ao caso pontual e específico em que foram importadas chapas offsets por uma produtora de jornais estrangeiros dentro do país, e o STF, em julgado da sua Primeira Turma (frise-se que não foi em Plenário) decidiu, por três votos a dois, que deveria se dar a imunidade para a importadora, que, no caso, estava importando insumos para a produção física dos jornais (as chapas offsets), e terminou contemplada com o julgamento favorável que determinou a não incidência do Imposto de Importação, do IPI na importação, e, igualmente o raciocínio alcançaria o ICMS na importação.
Tal caso foi excepcional, relativizando sólido entendimento do nosso Tribunal Constitucional no sentido de que os demais insumos que não o papel podem ser tributados quando comercializados, só valendo a imunidade para a venda de papel, único insumo prestigiado pelo texto constitucional.
Mas o entendimento que ficou mantido foi que a Constituição concede imunidade apenas para o papel para a impressão e as chapas offsets vão ser tributadas!!!
No art.150, VI, ‘e’, CF: fonogramas e videofonogramas musicais produzidos no Brasil contendo obras musicais ou literomusicais de autores brasileiros e/ou obras em geral interpretadas por artistas brasileiros bem como os suportes materiais ou arquivos digitais que os contenham, salvo na etapa de replicação industrial de mídias ópticas de leitura a laser (Incluída pela Emenda Constitucional nº 75, de 15.10.2013)
As alíneas “d” e “e” promove imunizações nas operações que promove circulação de livros, jornais, periódicos papel destinado a impressão, cd, dvd, as caixinhas dos CD’s e DVD’s (só não concede imunização no processo industrial para replicação de mídias óticas a laser). 
- A intenção do Constituinte ao vedar a incidência de impostos na circulação de livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão, é evitar que o imposto possa onerar o preço final dos bens, de forma a comprometer sua circulação.
APOSTILA DO PB
NOÇÕES INICIAIS E AS IMUNIDADES GENÉRICAS DO ART.150, VI, CRFB/88 
O constituinte através de um sistema também cuidadosamente traçado, disciplinou uma série de hipóteses em que optou por vedar a incidência de impostos, blindando as situações que quis proteger contra a oneração fiscal, imunizando-as. Trata-se das chamadas normas constitucionais imunizatórias, as quais determinam a proibição de incidência dos tributos em certas hipóteses. Em tais casos, costuma-se falar do campo das hipóteses de não incidência constitucionalmente qualificada, onde se vislumbra o deferimento das imunidades tributárias. 
Quanto aos impostos, o constituinte listou algumas pessoas que julgou importantes, ora de direito público e ora de direito privado, e determinou que não podem incidir impostos sobre o patrimônio das mesmas, bem como sobre suas rendas e ainda sobre os serviços que prestam, sempre que os bens, rendas e serviços estiverem atrelados às finalidades essenciais dessas pessoas. Ou seja, optou por blindar tais sujeitos contra a possibilidade dos entes federativos de lhes tributar mediante cobrança de impostos. São as imunidades genéricas dos impostos, previstas para uma quantidade considerável de pessoas. Estão previstas no art.150, VI da Carta, nas alíneas ‘a’, ‘b’ e ‘c’, as quais devem ser lidas em consonância com os parágrafos 2º, 3º e 4º do mesmo art.150. Já na alínea ‘d’do inciso VI do artigo em apreço, a lei das leis veda a incidência de impostos sobre operações que promovem a circulação de alguns bens, quais sejam, os livros, os jornais e os periódicos, bem como, papeis que se destinem à produção de tais bens. Nesse diapasão, o que se constata é que o legislador fundador consagrou nas três primeiras alíneas do importantíssimo inciso VI aquelas que foram apelidadas de imunidades subjetivas e na última alínea (alínea ‘d’) as que foram batizadas com a alcunha de imunidades objetivas. 
Pela alínea ‘a’ do art.150, VI, consagradora daquela que se apelidou como “imunidade recíproca dos entes federativos entre si”, imunizam-se pessoas ligadas ao regime de direito público, quais sejam, as que integram os quadros da Administração Pública dos próprios entes federativos, de sorte a que fica vedado que um ente possa cobrar impostos sobre o patrimônio, rendas ou serviços das pessoas que integram o processo de execução da atividade administrativa típica dos outros entes. Nesse linear, um ente não pode cobrar imposto sobre bens que pertencem a órgãos da Administração direta de outro ente, nem mesmo sobre autarquias ou fundações que integrem a administração indireta de outra unidade política da federação, desde que essas autarquias e fundações sejam realmente mantidas pelo próprio Poder Público (o que, como regra, ocorre). O alcance da vedação chega a açambarcar até mesmo algumas empresas públicas e sociedades de economia mista, quais sejam, as que atuam em caráter excepcional, executando atividades típicas do regime administrativo do Estado, como, por exemplo, prestando serviços públicos exclusivos da Administração Pública; é o exemplo clássico da Empresa Pública de Correios e Telégrafos, quando atua na execução da atividade postal, bem como da INFRAERO, quando atua na atividade de infra estruturação dos aeroportosdo país. Nesses casos, as empresas públicas citadas não estão cumprindo seu natural perfil, qual seja, o de atuarem como agentes econômicos, empresariando na livre iniciativa; não... Aqui, atuam no chamado regime público, estatal, típico da Administração Pública. A guisa de exemplo, se certo Estado ‘x’ da federação pretender cobrar IPVA sobre veículos utilizados pelos Correios para fins de executar a atividade postal, não poderá, pois aplicar-se-á a norma do art.150, VI, ‘a’ que defere a imunidade tributária, não se aplicando a regra de proibição de extensão da imunidade às empresas públicas, prevista nos arts.150,§3º e 173,§1º, II e §2º. Se cobrado o IPVA, tranquila é a defesa feita por um advogado da ECT, que, com provas documentais pré-constituídas, consegue, mediante simples impetração de Mandado de Segurança, invalidar a cobrança e livrar os Correios do gravame fiscal.
A conclusão inicial que se chega quanto a essa alínea ‘a’ do referido art.150, VI, é que todas as pessoas que atuem integrando o quadro de pessoas por via das quais a Administração Pública de certo ente federativo executa suas atividades típico-estatais, estarão protegidas pela imunização. Sobre essas pessoas, nenhum ente pode cobrar impostos que venham a onerar seus patrimônios, rendas ou serviços. Nesse linear, a imunidade alcança não só os próprios Órgãos de cada ente, mas, também, as autarquias e fundações públicas mantidas pelos entes, bem como, as empresas públicas e sociedades de economia mista que atuem na prestação de atividades públicas, exclusivas de Estado, como, por exemplo, as prestadoras de serviços públicos. 
Ainda na abordagem referente à alínea ‘a’ do art. 150, VI, oportuno frisar que, a contrario senso, a imunidade recíproca dos entes NÃO SE APLICA quanto às empresas públicas e sociedades de economia mista prestadoras de ATIVIDADE ECONÔMICA, as quais atuam no campo da livre concorrência, competindo normalmente com os particulares, não podendo, por lógico, serem favorecidas com incentivos fiscais que não se possam estender aos particulares, sob pena de total desequilíbrio na lealdade concorrencial. Essas pessoas serão regidas pelas regras gerais do regime de direito privado, incluindo-se o natural dever de pagar impostos. Do mesmo modo, a imunidade recíproca ora apreciada também não alcança os agentes empresários que atuam como concessionários, permissionários ou autorizatários do poder público, prestando serviços mediante concessão, permissão ou autorização. É que tais pessoas são remuneradas pela cobrança dos preços e tarifas dos usuários, manifestam capacidade contributiva, de sorte a que o Constituinte optou por não incluí-as no campo de alcance da benesse fiscal em comento (vale a observação ao disposto no art.150,§3º, CRFB/88). 
Ainda na abordagem sobre a alínea em comento, de se registrar que a imunidade recíproca também não alcança as entidades cartorárias, conforme orientação que prevaleceu na Suprema Corte (ADIN 3089), já que tal atividade, não obstante constitua serviço público, é excepcionalmente prestada em regime privado, de atividade econômica, mediante delegação, permitindo-se o fim lucrativo, conforme se constata no art.236 da Constituição. Logo, os impostos incidem normalmente sobre a atividade notarial e de registro, destacando-se aqui a licitude de se exigir o ISS sobre as remunerações percebidas com as prestações de tais serviços.
Por fim, finalizando a abordagem da alínea ‘a’, oportuno acrescer a informação de que a imunidade recíproca não favorece promitentes compradores de imóveis públicos, sendo legítima a incidência do IPTU contra tais adquirentes. Mesmo sendo incontroverso que durante toda a fase da promessa (antes da quitação e da assinatura da compra e venda definitiva) o adquirente figure como um mero “possuidor”, já que a propriedade, formalmente, continua sob o domínio do Poder Público (o bem só passará do nome do alienante – poder público – para o adquirente após ser quitado todo o saldo da promessa, assinada a escritura definitiva e registrada a mesma), o nosso ordenamento jurídico se posiciona no sentido de que a imunidade recíproca não será aplicável em tais hipóteses, já que a intenção da norma constitucional foi proteger os entes públicos e não os particulares. Nesse diapasão, legítimo o direito, por exemplo, do Município, de cobrar o IPTU contra o promitente comprador possuidor, já que dita posse é posse com animus domini, focada na conversão em propriedade, protegida juridicamente para virar propriedade ao fim da promessa quitada), e, logo, envolvida no campo da incidência do IPTU, que atinge, além da propriedade, as situações de posse com o animus de domínio (arts.32 e 34, CTN). Portanto, vale a leitura da Súmula 583, STF bem como da parte final do parágrafo terceiro do art.150, CRFB/88. 
Deixando de lado a alínea ‘a’, vale tecer alguns comentários quanto às alíneas ‘b’ e ‘c’ do art.150,VI da Carta. Em tais dispositivos, o legislador maior imunizou pessoas de direito privado, buscando proteger a efetividade de direitos fundamentais de liberdade, bem como direitos sociais, os quais, em favor da sociedade, são efetivados, também, mediante a atuação dessas entidades, quando atuam na persecução de suas finalidades essenciais, sua atividade fim. 
No art. 150, VI, ‘b’, o constituinte protege os templos de qualquer culto, consagrando a chamada imunidade religiosa, por via da qual, teoricamente, o que se pretende é evitar a oneração das Igrejas para que as mesmas não sofram dificuldades financeiras que comprometam a eficiência de suas atuações, o que, por certo, comprometeria a efetividade do direito de manifestação do pensamento religioso e exercício da fé por parte das pessoas do povo, as quais ainda buscam na Igreja o santuário habitual onde praticam a fé. Nesse compasso, almejando evitar prejuízos a tal exercício é que o constituinte blindou os templos, assegurando a norma da não incidência de impostos.
Com todo respeito à sustentação ora apresentada, compartilhada quase que unanimemente em nossa doutrina, peço humilde vênia para discordar, entendendo que a finalidade de tal norma foi meramente política, objetivando evitar a colisão do Estado com a Igreja, impedindo que o Estado possa tomar dinheiro da Igreja fazendo dela uma contribuinte, e, assim, impedir um tensionamento político extremamente perigos à estabilidade da governabilidade, primordialmente quando se reflete que ao longo da história, em todos e quaisquer momentos de colisão entre essas duas forças, a única vencedora, sempre, sempre, sempre, foi a Igreja. 
Quanto a dita imunidade religiosa, importante frisar que a benesse alcança os bens, rendas, e serviços de toda e qualquer instituição que exerça atividade religiosa, sendo irrelevante a crença desenvolvida, o credo pregado, a bandeira ideológica sustentada. Desde que se enquadre nos parâmetros mínimos do que se possa compreender como religião, caberá à benesse fiscal, valorando-se aqui o princípio da laiciade¸ peculiar ao modelo de “Estado Laico” que o nosso regime jurídico consagra. A contrário senso, se determinada atividade não puder ser enquadrada em tal conceito, somos de entender que a imunidade não pode ser reconhecida. Questão polêmica é a que envolve as organizações que desenvolvem rituais macabros e satânicos, nazistas, discriminatórias, pregando filosofias que atentam contra a dignidade humana, as quais, ao nosso pensar, não merecem em hipótese alguma o gozo do favor fiscal constitucional. Seria um contra senso sem precedentes interpretar a Carta entendendo que a mesma favorece e protege pessoas que usam suas liberdades para agredir o maior dos fundamentos de soerguimento constitucional da nossa ordem jurídica, qual seja, a dignidade da pessoa humana, insculpida no art.1º, III do texto genitor. Outra polêmica, de menor gravidade, mas de não menos discussão, envolve a maçonaria. Respeitando entendimentos contrários, somos de entender que a imunidade religiosa não favorece os grupos maçônicos, já que temos a nítida convicção que a maçonarianão se traduz em uma religião própria, até porque tem como um de seus primórdios aceitar como seguidoras pessoas de todas as religiões. Ao ser apelidada, habitualmente, por seus praticantes, como “a religião das religiões”, evidencia com logicidade que não é, em si mesma, uma religião propriamente dita, mas sim uma inteligente e saudável ideologia de vida, onde se compartilham alguns princípios e valores que buscam melhorar o ser humano e estimular a solidariedade no sistema de convívio plural. O STF vem enfrentando o tema, em julgamento ainda não concluso ao tempo da publicação dessa edição, e, a tendência natural é a de que realmente se siga o entendimento por nós sustentado, negando-se a imunidade às instituições maçônicas. 
Ainda sobre a imunidade religiosa, importante frisar que a Colenda Suprema Corte legitimou a aplicação da Imunidade quando das vendas de souvenires e produtos religiosos nas lojinhas que as próprias Igrejas possuem dentro de seus templos. Nessas situações, não incidem nem o ICMS e nem, se fosse o caso, o IPI sobre tais vendas. Merece cuidado a observação, pois a imunidade se defere quando as lojas forem de titularidade da instituição religiosa, em nada se atingindo o legítimo direito do Estado de cobrar o ICMS quando sociedades empresárias ou demais particulares comercializam tais bens, ainda que dentro da Igreja. Os demais particulares não gozam de qualquer imunidade em tais atos de comércio. A imunidade é estritamente em favor dos templos; logo, reitere-se, quando o templo estiver alienando ele é imune. 
Vale por fim, também acrescer, que quanto a essas instituições religiosas, a imunidade alcança todo o rol de bens, rendas e serviços que sejam direcionadas para a persecução da atividade religiosa. Nesse linear, a título de exemplo, se uma Igreja possui veículos que utiliza na atividade religiosa, não incide IPVA. Do mesmo modo, se possui imóveis em sua titularidade, desde que sejam utilizados para viabilizar a atividade religiosa, também estarão imunes os referidos bens, não incidindo, IPTU ou ITR. Interessante questão se ergue quando a instituição aluga seus imóveis a terceiros. Em farta jurisprudência o STF entende que casos os alugueis sejam revertidos na manutenção financeira da atividade religiosa, fica provado que o uso que está se dando aos bens, ainda por via indireta, é vinculado nas finalidades essenciais religiosas. Desse modo, se mantém o gozo da imunidade tributária não podendo incidir o IPTU sobre tais imóveis. Aplica-se analogicamente para as Igrejas o entendimento sumulado no verbete da Súmula 724, STF, previsto para as demais entidades privadas da alínea ‘c’ do art.150, VI. 
Passando a comentar a alínea ‘c’, registro que nela fica prevista a aplicação da norma imunizatória para as seguintes pessoas de direito privado: direitos de 1ª geração/dimensão partidos políticos; fundações partidárias; entidades sindicais de trabalhadores; instituições de educação sem fins lucrativos; instituições de assistência social sem fins lucrativos. Quanto a essas duas últimas pessoas, válido acrescer que o Supremo Tribunal Federal estendeu a aplicação da norma imunizatória de modo a que ela também favoreça as instituições de saúde que igualmente atuem sem fins lucrativos. 
Observe-se quanto à imunidade partidária que não apenas os Partidos Políticos são imunes, mas também as fundações privadas por eles mantidas. Em tal situação, importante perceber que além da fundações públicas, já protegidas por força da alínea ‘a’ (imunidade recíproca), algumas fundações privadas foram expressamente protegidas pela Carta. São as fundações mantidas por partidos políticos.
Quanto às entidades sindicais de trabalhadores, duas observações merecem atenção: a primeira, no sentido de que as entidades patronais não gozam de imunidade, mas apenas as entidades sindicais de TRABALHADORES; a segunda pontuação que merece cautela é no sentido de que a imunidade não é apenas para os SINDICATOS de trabalhadores e sim para todas as INSTITUIÇÕES SINDICAIS de trabalhadores, o que envolve toda a estrutura piramidal sindical dos obreiros, favorecendo Associações, Federações e Confederações sindicais de operários. 
No que tange às instituições que atuam em alguns dos mais importantes planos de prospecção do Estado Social (educação, assistência social e saúde), necessário perceber que para que gozem da imunidade tributária quanto a seus bens, rendas e serviços, é crucial perceber que não basta atuarem nos referidos ramos, sendo vital que atuem sem fins lucrativos. Ou seja, elas até podem ter lucro, mas, o que lhes é vedado, é terem como finalidade a partilha desse lucro dente os mantenedores. Nesse linear, o eventual lucro gerado deve ser todo reinvestido na atividade fim, e aplicado dentro do país, não podendo ser evadido para o exterior. Atuando com o propósito de apenas gerarem saúde, educação ou assistência social e não buscando vantagens com partilhas de lucros e rendimentos, bem como, respeitando mais alguns requisitos fixados em lei, gozarão da imunidade tributária. 
Por fim, passamos a comentar a alínea ‘d’, que consagra as imunidades objetivas, aquelas ligadas às operações de vendas de livros, jornais, periódicos e ainda, também, o papel destinado à impressão de tais bens. Dita norma constitucional busca proteger a efetividade de direitos de liberdade, prospectados em duas linhas de propagação: de um lado, a liberdade de expressão, por parte de quem escreve o conteúdo que circula por intermédio dos referidos bens; do outro, a liberdade de informação e educação, pela ótica de quem quer adquirir os citados objetos, nutrindo-se do conhecimento. Além de tais direitos, almeja-se proteger, também, sob a perspectiva do interesse coletivo, o desenvolvimento nacional, na medida em que a circulação da informação educa o povo, fomentando a culturização e a evolução social. 
A norma constitucional em análise, ao proibir que incidam impostos sobre as vendas de tais bens, intenta impedir que o tributo onere o que, por natureza, já é custoso, face os elevados gastos desde o processo fabril e distributivo dos referidos objetos, como as remunerações aos agentes intermediários da cadeia produtiva e circulatória (autor, distribuidor, livreiro, etc). Ou seja, os livros, revistas, jornais, já são caros pela sua simples produção e circulação. Caso ainda se incluísse no preço final uma parcela de valor referente aos impostos incidentes, de fato, poderia restar comprometida a circulação dos bens, face a inacessibilidade por parte do adquirente, vide ser excessivo o custo, o que, sem qualquer sombra de dúvidas, no que diz respeito a imensa gama de pessoas da população, aconteceria. Em especial, quanto aos jornais, que nãos e tenha a inocente ilusão de se crer que tais bens não são caros. São caríssimos. Informação e atualização é algo que se busca todo dia, a todo instante, de modo a que nãos e compra jornal uma vez por ano apenas... O preço verdadeiro deve ser avaliado sob o custo do consumo global... Por exemplo, avalie-se o valor que se paga todo ano por uma assinatura. Aí sim, se perceberá que é muito caro ler jornal todo dia, podendo tal custo, ao longo de um mês, significar, até mesmo, o equivalente a quase 10% do salário mínimo. 
Nesse contexto, não podem incidir o ICMS e nem o IPI na venda de jornais; idem na venda de livros; também na venda de periódicos (revistas); e até mesmo o insumo, papel, quando destinado à impressão desses bens, circula imune à incidência dos impostos citados. 
Importante registra que quanto aos demais insumos utilizados no processo fabril, o STF vem sendo bem conservador no que tange ao deferimento do gozo da imunidade, optando por dar prevalência ao entendimento de que podem incidir impostos nas vendas dos outros insumos, como a tinta alcalina, o látex, o barbante, etc. A idéia é a de que tais insumos são muito baratos e a intensidade com que o imposto incide sobre eles repercute de forma insignificante, bagatelar, no preço final dos bens. Todavia, para o orçamento, a arrecadaçãodesse valor é representativa, sendo importante a tributação. Enxergando portanto que a tributação sobre a venda de tais bens não teria o efeito concreto de realmente comprometer a venda do livro, onerando-lhe minimamente, a Corte vem admitindo a incidência do imposto, apoiando-se, principalmente, no argumento de que a Carta Magna somente se referiu ao papel, como único insumo protegido pelo privilégio fiscal constitucional. Tal posicionamento, todavia, já sofreu abrandamentos, como ocorreu no ano de 2011 em relação ao caso pontual e específico em que foram importadas chapas offsets por uma produtora de jornais estrangeiros dentro do país, e o STF, em julgado da sua Primeira Turma (frise-se que não foi em Plenário) decidiu, por três votos a dois, que deveria se dar a imunidade para a importadora, que, no caso, estava importando insumos para a produção física dos jornais (as chapas offsets), e terminou contemplada com o julgamento favorável que determinou a não incidência do Imposto de Importação, do IPI na importação, e, igualmente o raciocínio alcançaria o ICMS na importação. Registre-se, entretanto, com máximo zelo, que tal caso foi excepcional, relativizando sólido entendimento do nosso Tribunal Constitucional no sentido de que os demais insumos que não o papel podem ser tributados quando comercializados, só valendo a imunidade para a venda de papel, único insumo prestigiado pelo texto constitucional. 
Por fim, ainda quanto aos insumos e em especial ao papel, fica o registro de que independente de qual seja a natureza do papel, caso se trate de papel e o mesmo seja de fato comercializado para a produção de livros, jornais ou periódicos, a imunidade será deferida. Nesse viés, o STF entendeu que as vendas de filmes fotográficos utilizados para a produção de livros, revistas e jornais principalmente, ficam abrangidas na órbita do benefício fiscal. Afirmou, por logo, que os filmes e papeis fotográficos são imunes ao ICMS. Vale a leitura da Súmula 657 do STF. 
Quanto aos livros imunes, quando vendidos, o STF também vem entendendo que somente os livros de papel gozam de imunidade tributária, de sorte a que a Corte Máxima ainda segue firme no posicionamento de negar a imunidade tributária aos livros eletrônicos, compreendendo que o público frequentador do chamado e-comerce, leitores dos e-books, ainda é um público de notória capacidade contributiva. Nesse sentido, optou o Pretório Excelso por ainda se manter firme na restrição do deferimento da imunidade, seguindo a linha de que a Carta realmente não favorece as vendas de livros eletrônicos, as quais podem ser normalmente tributadas. A natural tendência é que ao longo do tempo, com a proliferação da inclusão digital no país, o que se fortalecerá muito e se concretizará como nova realidade na vida de praticamente todas as pessoas nas próximas duas décadas, o entendimento seja revertido. Por hora, a imunidade só alcança os livros de papel. 
Por fim, quanto ao conceito de “livro”, desde que seja papelificado, o STF vem sendo benevolente no sentido de equiparar a “livro” alguns escritos e ilustrações, os quais oferecem conteúdo capaz de agregar valor no processo de formação e desenvolvimento humano, ou, noutra frente, informações que revelem utilidade social. Nesse diapasão, a Casa Julgadora Mãe equiparou a “livro” para fins de gozo da imunidade apregoada no art.150, VI, ‘d’ da Carta os chamados “livros ilustrados de complementação cromada” (vulgos “álbuns de figurinha”), assim como as apostilas e encadernações acadêmicas e também as listas e catálogos telefônicos.

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