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Protel:	curto	prazo	e	Longo	prazo.	De	curto	prazo,	por	exemplo,	uma	interpretação	
mudou	 de	 um	 ano	 par	 ao	 outro,	 ou	 de	 uma	 década	 para	 outra	 através	 de	 um	
discurso	 vencedor.	 Entretanto,	 há	 de	 se	 perguntar	 se	 as	 razões	 deste	 discurso	
permanecem.	
	
A	 longo	prazo,	é	preciso	 levar	em	consideração	a	estrutura,	por	exemplo:	por	que	
tratamos	 precedentes	 de	 forma	 diferente	 dos	 EUA?	 Isto	 porque	 os	 nosso	
procedentes	 são	 tratados	 de	 forma	 abstrata,	 enquanto	 nos	 EUA,	 por	 exemplo,	 a	
decisão	se	dá	num	caso	concreto	e	não	se	foge	dele	(Comum	Low?).	Caso	concreto	
comparado	 a	 caso	 concreto	 e	 não	 uma	 descrição	 de	 um	 caso	 aplicado	 a	 um	 caso	
concreto.		
	
Dentro	desta	lógica,	portanto,	há	diferença	de	aplicar	uma	descrição	criada	a	
partir	de	um	caso	concreto	com	a	o	aplicar	num	caso	concreto	de	fato.		
	
Anglo-saxões:	sempre	que	criavam	leis	abstratas	para	casos	concretos,	logo	a	Corte	
aplica	algumas	vezes	essas	 leis	abstratas,	e	havendo	uma	série	de	decisões	a	partir	
destas	leis,	param	de	aplicar	a	Lei	abstrata	e	a	usar	as	decisões.		
	
Lei	uniforme:	os	países	acordam	um	tratado	e	criam	leis	para	aplicar	esse	tratado.		
	
Jurisdição:	dizer	o	direito	na	situação	concreta.	E	todo	aquele	que	tem	autorização	
para	aplicação	da	norma	vigente,	 tem	direito	de	aplicar	uma	norma	ao	caso.	Toda	
tomada	de	decisão	baseada	em	normas		
	
Esse	 movimento	 da	 elaboração	 da	 norma	 à	 sua	 aplicação	 influencia	 na	
estrutura	do	Direito.	
	
		 A	 história	 e	 suas	 particularidade,	 de	 longo	 prazo,	 tem	 influência	 na	
construção	do	Direito	no	Brasil.	
	
Há	uma	discussão	constitucionalizada	de	situações	privadas,	entre	indivíduos	
e	não	verticalizada.	
	
As	 normas	principiológicas	 passaram	 a	 ter	muita	 relevância,	mas	 estas	 são	
muito	abertas.	Principio	da	administração	pública,	da	Legalidade	Administrativa,	da	
proteção	 da	 pessoa	 humana,	 da	 liberdade,	 da	 isonomia.	 	 Eles	 tem	 uma	 natureza	
relativamente	 aberta.	 Tem	 plurivocidade	 semântica.	 Com	 base	 na	 mesma	 norma	
pessoas	podem	defender	coisas	bem	distintas.	Entretanto,	isso	não	anula	o	principio,	
mas	justamente	por	terem	essa	plasticidade	eles	podem	funcionar	como	referencia	
na	sociedade	para	um	debate	sobre	como	decidir	sobre	algo	que	envolva	conflitos	
de	interesses	e	direitos.	
	
Há	 também	quem	 imagine	 ser	 possível	 discutir	 esses	 princípios	 como	 pura	
lógica.	A	questão	é	que,	 se	 são	 tratados	 sem	história,	 não	é	possível	 chegar	 a	 um	
acordo	 de	 parâmetros	 de	 coerência.	 Eles	 são	 abertos	 suficientes	 para	 encontrar	
quatro,	cinco		explicações	que	podem	encontrar	coerência	em	si	mesmas.			
	
É	 possível	 ter	 uma	 narrativa	 coerente	 em	 si	 mesmo	 e	 sem	 ligação	 para	 a	
realidade,	levando	ao	absurdo	de	uma	afirmação	para	mostrar	que	a	afirmação	não	
é	verdade	 (lembrar	da	historinha	dos	pôneis	que	ele	contou	–	PS.:	não	me	 lembro	
mais)	
	
Hegel	 demonstrou	 que	 se	 o	 único	 critério	 de	 verdade	 for	 a	 coerência,	 é	
possível	haver	verdade	devido	a	coerência,	apartado	da	realidade.	Ou	seja,	pode-se,	
pela	razão,	criar	algo	bastante	coerente	mas	sem	nenhuma	ligação	com	a	realidade.	
Conhecer	a	história	 jurídica	do	assunto	tratado	é	 importante	para	aplicar	a	norma.		
Portanto,	estudar	a	história	do	pensamento	jurídico	é	importante	para	o	estudo	do	
direito,	bem	como	de	qualquer	área	das	ciências	sociais.		
	
Avaliação:	 um	 parte	 de	 múltiplas	 escolha	 e	 uma	 parte	 discursiva,	 objetivando	
mensurar	se	leu	o	texto	que	o	professor	passou.	Segundo	saber	se	viemos	à	sala	de	
aula	(o	que	ele	repete,	reafirma,	a	idéia	dele,	não	estando	no	livro).		Em	em	terceiro,	
se	 realmente	 estamos	 refletindo	 sobre	 o	 que	 estamos	 ouvindo	 na	 sala	 de	 aula	 e	
leitura	dos	textos.	As	vezes	separado	as	vezes	junto.	E	haverá	uma	ou	duas	questões	
pra	saber	se	pensou	sobre	tudo,	considerando	as	implicações,	conseqüências.	
	
Calendário:	 12	 encontros	 para	 debate	 dos	 conteúdos	 da	 matéria.	 2	 encontros	
provas.	Entre	os	dias	17/04	e	8/05	não	haverá	aulas.	3	segundas-feiras.	Serão	aulas	
repostas	 da	 seguinte	 forma:	 (1	 –	 História	 do	 constitucionalismo	 Brasília	 dia	 31	 de	
março	à	noite	–	0,5	ponto	para	quem	vier	na	palestra	e	07/04).	dias	antes	da	viagem	
e	1	depois.	
	
Matéria	da	Prova	
	
São	três	historias	de	longas	narração,	de	macro	história,	formação	do	direito	
antigo,	moderno	e	contemporâneo.		
	
A	história	não	é	um	passado,	é	uma	narrativa	sobre	o	passado,	a	partir	da	visão,	do	
contexto	de	quem	a	descreve.	É	uma	forma	de	ler	como	as	coisas	ocorrem.	A	forma	
de	 ler	que	 faremos	nesta	matéria	é	basicamente	 tentar	estudar	o	que	do	passado	
criou	 marcas	 na	 forma	 de	 ver	 o	 Direito	 hoje	 do	 ponto	 de	 vista	 da	 experiência	
jurídica;	ou	seja,	do	processo	de	criação	da	norma	jurídica,	interpretação	desta	e	sua	
aplicação.	 Portanto,	 da	 criação	 da	 norma	 	 à	 jurisdição.	 Isso	 pela	 história	 do	
pensamento	jurídico.	
	
Formação	do	Direito	Antigo:	da	pré-história	do	Direito	à	primeira	experiência	pré-
ocidental	propriamente	dita,	que	é	a	Romana.	
	
Direito	Moderno:	Da	queda	do	Império	romano,	da	Alta	Idade	Media	até	a	eclosão	
da	revoluções	burguesas	
	
Direito	 Contemporâneo:	 Envolve	 um	 debate	 sobre	 os	 três	 momentos	 do	 Direito	
contemporâneo	no	Estado	de	Direito.	
	
Trouxe	 para	 o	 direito	 um	debate	 sobre	 a	 perspectivas	 culturais.	 Ela	 encara	
um	certo	fenômeno	cultura	como	ele	se	dá	no	presente	numa	determinada	cultura,	
olhando	 para	 o	 passado	 para	 analisar	 quando	 os	 elementos	 estruturais	 deste	
fenômeno	apareceram	pela	primeira	vez.		É	uma	perspectiva	honesta,	já	que	parte-
se	da	nossa	situação	para	o	passado,	a	fim	de	olhar	a	partir	de	perspectivas	que	não	
são	nossas.	Tomaremos	como	base	fenomenológica	para	olhar	para	este	passado	o	
Direito	 Ocidental	 de	 nossa	 época.	 Verificamos	 qual	 a	 estrutura	 básica	 do	 Direito	
ocidental	 atual	 e	 com	esta	 olhamos	 para	 ver	 como	 este	 ocorreu	 no	 passado.	Não	
iremos	estudar	outras	 formas	não	ocidentais	priorizando	a	 forma	que	é	a	base	de	
nosso	direito.	
	
A	formação	de	uma	população	de	base	 imposta,	ocidental,	 impôs	o	modelo	
jurídico	 ao	 nosso	 pais,	 ocidental,	 europeu.	 Mesmo	 havendo	 na	 formação	 do	 pais	
matizes	afros,	estas	vieram	de	tribos	e	formas	normativas	diferentes,	desintegradas.	
Sendo	o	Direito	uma	forma	de	dominação,	à	época	não	se	permitiu	que	o	dominado	
fosse	construído	com	a	colaboração	destes.	Ou	seja,	o	Direito	se	fez	como	regras	de	
deveres	 aos	 dominados.	 Desta	 forma	 o	 Direito	 Brasileiro	 é	 eminentemente	
ocidental.		
	
Não	 concorda	 que	 construiremos	 nosso	 pensamento	 jurídico	 de	 uma	
experiência,	 de	 uma	 cultura	 que	 fora	 destruída,	 como	 a	 indígena,	 já	 que	 a	
recuperação	 desta	 comunidade	 quimérica,	 já	 que	 já	 tão	 pouco	 conhecimento	 do	
pensamento	 científico	 destas	 culturas	 e	 seu	 Direito.	 Desta	 forma,	 por	 que	 não	
partirmos	do	que	temos	para	a	reconstrução	de	nosso	pensar	jurídico?		
	
Dica:	 James	 Robson	 e	 Daro	 Acemoro	 Por	 que	 as	 nações	 fracassam:	 as	 origens	 do	
poder	da	prosperidade	e	da	pobreza	
		
	
27/03/2017	
	
Fudamentos	Travessoni	
	
Kante	e	Comti	fundamental	o	positivismo	do	direito.	
	
Aprovou	 a	 Lei	 com	 maioria,	 respeitando	 os	 prazos,	 quem	 pode	 fazer	 a	
proposta,	 então	 a	 Lei	 é	 válida	 independente	 do	 que	 esta	 diga.	 Decidiu	 o	 juiz,	
respeitando	as	formas,	então	é	válida,	independente	do	conteúdo.	Então	essa	é	uma	
concepção	formalista.	
	
O	iluminismo	ao	criticar	o	regime	absolutista	de	alguns	países	do	século	XVIII	
produz	um	otimismo	exagerado	de	que	se	o	povo	puder	produzir	suas	Leis	elas	serão	
justas.	 Isso	é	reducionismo.	Outro	é	a	 redução	de	que	Lei	 feita	pelo	povo	é	a	 feita	
pela	 assembléia	 eleita	 pelo	 povo.	 Logo	 Lei	 justae	 válida	 é	 a	 Lei	 feita	 pela	 forma	
correta.	Há,	portanto,	no	século	XIX,	um	certo	otimismo	neste	movimento	formalista	
procedimental,	ocorrendo	antes	de	se	 fundamentar	no	ponto	de	vista	da	ciência	o	
positivismo	antes	de	uma	avaliação	empírica	dos	resultados	de	uma	ciência.		
	
O	 positivismo	 é	 um	 fenômeno	 gnosiológico.	 Não	 é	 da	 forma	 que	
conhecemos,	mas	da	forma	que	concebemos.	Podemos	chamar	esse	movimento	de	
formalismo	positivista.		
	
Fundamento	Formal	de	validade:	podia	se	discutir	se	uma	norma	era	justa	ou	
não,	 haver	 debates	 antes	 da	 produção	 da	 Norma,	 mas	 não	 era	 uma	 discussão	
jurídica,	 já	 que	 o	 juiz	 e	 o	 advogado	 não	 participavam	 desta	 discussão,	 pois	 cabia	
apenas	ao	Parlamentar.	(Becarria	Dos	Delitos	e	das	Penas)	
	
Todo	debate	válido	dentro	do	próprio	direito	só	pode	se	pautar	em	critérios	
que	 já	 estão	postos	dentro	do	próprio	Direito.	 Essa	 leitura	organizará	 a	 açoes	dos	
positivistas.	
	
A	questão	mesmo	debatida	é	como	se	fundamenta	uma	norma.	Ela	se	fundamenta	
em	outra	norma	ou	na	religião,	discursos	filosóficos...	O	Autor,	Travessoni,	vai	dizer	
que	o	Período	jus-naturalista	se	divide	em	TRÊS	Períodos	válidos:	
	
1. Jus-naturalismo	cosmológico:	usou	como	referencia	a	civilização	Grega.	Esse	
Período	vai	até	Roma,	que	seria	uma	 forma	de	 transição.	No	pensamento	Grego	a	
Norma	 Justa,	 harmoniosa,	 é	 aquela	 que	 o	 Cosmo	 estabeleceu,	 e	 não	 um	 deus	
específico.	Por	isso	é	Cosmológica,	já	que	a	explicação	da	fundamentação	da	Norma	
é	do	Cosmo.	A	época	que	ele	utiliza	é	uma	na	qual	a	sociedade	Grega	está	em	crise	e	
os	filósofos	saem	da	reflexão	da	natureza	para	as	relações	humanas,	de	forma	critica	
da	ordem	normativa	estabelecida.		
	
2. Jus-naturalismo	 teológico:	 basicamente	 da	 idade	 média	 e	 uma	 parte	 do	
renascimento,	até	que	faça	parte	do	debate	jurídico	a	discussão	filosófica.	Do	ponto	
de	vista	da	analise	de	como	as	Normas	eram,	como	o	Naturalismo	religioso		está	na	
Idade	Media	e	não	na	antiguidade.	Ele	foca	no	discurso	de	fundamentação	da	Norma	
do	ponto	de	vista	de	análise	do	fenômeno.	Esse	é	um	pensamento	de	fundamento	
de	 normas	 onde	 uma	 boa	 parte	 da	 fundamentação	 das	 normas	 era	 religiosa	
cosmológica.	 Entretanto,	 a	 fundamentação	 da	 Norma	 aqui	 é	 que	 apenas	 uma	
religião,	um	único	Deus,	determina	coisas	e	o	que	Ele	determina	é	o	fundamento	da	
validade	 das	 Normas	 no	 Período	 Medieval.	 Isso	 a	 partir	 do	 discurso	 de	 quem	
escrevia	e	pensava,	ou	seja,	da	Igreja.	Entretanto,	há	várias	normas	da	Idade	media	
que	não	eram	controladas	pela	Igreja.		
	
3. 	Jus-naturalismo	antropológico	ou	racionalista:	em	primeiro	lugar	para	uma	
norma	 ser	 válida	 ou	 não	 passava	 a	 ser	 a	 própria	 racionalidade	 humana,	 a	 razão,	
aquilo	 que	 é	 racional.	 O	 que	 é	 racional	 é	 justo,	 o	 que	 é	 irracional	 é	 injusto.	 Isso	
passaria	ser	o	núcleo	do	debate	da	fundamentação	das	normas.	Há	a	ingenuidade	de	
que	 a	 razão	 seja	 universal.	 Segundo,	 reproduziam	 o	 que	 era	 consagrado	 pelos	
Romanos	 de	 acordo	 com	 a	 interpretação	 dada	 pelos	 europeus	 até	 o	 século	 XVIII.	
Será	 chamada	 de	 cultura	 romanista.	 Eles	 acreditavam	 que	 eram	 princípios	
universais,	 mas	 tais	 princípios	 não	 viam	 da	 razão.	 Vinham	 da	 cultura.	 Era	 uma	
construção	cultural.	Só	valerão	os	conceitos	romanísticos	que	passassem	pelo	crivo	
da	Razão.		
		
	
Estrutura	 Tipológica:	 tenta	 classificar	 os	 fenômenos	 segundo	 sua	 tipologia,	
conceitos,	conteúdos.		
	
Divisão	 cinzenta	 significa	 que	 entre	 um	 conceito	 e	 outro	 a	 divisão	 é	 difícil	 de	 ser	
clara.		
	
A	secularização	 tem	seus	primórdios	na	crise	da	antiguidade.	A	 filosofia	Grega	é	o	
inicio	 desta,	 já	 que	 é	 a	 forma	 de	 pensar	 sem	 categorias	 míticas.	 Em	 Roma,	 o	
fundamento	 normativo	 jurídico	 também	 não	 tinha	 fundamento	 nos	 conceitos	
religiosos.	
	
Este	 primeiro	 momento	 que	 vamos	 estudar	 ele	 vai	 ter	 foco	 num	 contexto	
territorial	pré-europeu	que	é	o	mediterrâneo.	Podemos	dividir	este	momento	em	três:	
	
1.	Pré-História:	Normatividades	tribais	no	mediterrâneo	
2.	 Formação	 da	 normatividades	 nos	 reinos	 antigos,	 normatividades	 religiosas,	 ou	
períodos	das	normativas	religiosas	da	antiguidade	
3.	Normatividade	jurídica	do	Império	Romano	
	
	
*	Conceitos	ditos	em	Sala	e	que	estão	no	livro	do	Saulo:	
	
Ordem	Normativa	 Tribal	 (Grupal)	 –	 Costumeira:	 	este	 seria	 o	 primeiro	momento,	
pensando	 no	Mediterrâneo	 no	 Período	 de	 10.000	 AC.	 Analisando	 isso	 a	 partir	 de	
uma	 dimensão	 da	 normatividade	 tridimensional	 (norma,	 estrutura	 normológica,	
estrutura	 fáctica,	 e	 epistemológica),	 podemos	 pensar	 que	 sempre	 a	 norma	 é	 um	
resultado	dialético	(produzirá	novas	tensões)	da	tensão	entre	valores	e	fatos	de	uma	
determinada	sociedade.	Da	implicação	entre	valores	e	fatos	numa	sociedade.	Frente	
a	certos	valores	(crenças	e	ideais)	e	fatos	uma	sociedade	projeta	normas	na	tentativa	
de	 que	 os	 fatos	 sociais	 (comportamentos	 concretos)	 se	 adéqüem	 aos	 valores	 na	
maior	 medida	 possível.	 Quando	 valores	 são	 fortes	 numa	 sociedade,	 e	
compartilhados	 amplamente,	 na	 	maioria	 das	 situações	 a	 sociedade	 consegue	que	
estes	 se	 espelhem	 em	 normas.	 Normas	 são	 tentativas,	 são	 comunicados	 de	
expectativas	 comportamentais.	 Quando	 são	 normas	 sociais	 as	 expectativas	 se	
tornam	coercitivas,	impositivas.		
	
Contudo,	só	isso	não	explica	o	fenômeno	do	direito.	
	
Desta	forma	podemos	entender	que	o	tribalismo	é	marcado	por	fatos-axiológicos.	E	
isso	traz	certas	características:	
	
	
-	Valor	Fonte	da	normativa	tribal:	o	valor	 fonte	é	o	grupo	e	o	grupo	é	a	 realidade	
social.	 Não	 há	 a	 existência	 ainda	 da	 subjetividade	 como	 experiência.	 É	 uma	
sociedade	que	tem	valores	de	5	mil	anos	atrás,	com	uma	outra	forma	diferente	de	
encarar	 a	 realidade,	 não	 havendo	 o	 “eu”	 separado	 ou	 fora	 do	 “nós”.	 O	 “eu”	 não	
existe	sem	o	“nós”;	ao	contrario	dos	dias	de	hoje	onde	o	“eu”	determina	as	ações,	
ainda	que	se	tenha	consciência	de	que	se	faz	parte	da	sociedade.			
Como	as	culturas	estavam	nascendo	enquanto	cultura	de	grupo,	o	instinto	de	
sobrevivência	 ao	 valor	 do	 grupo	 fazia	 o	 individuo	 entender	 que,	 se	 a	 felicidade	 do	
grupo	era	a	sua,	a	morte	grupo	também	seria	sua.	Isso	porque	as	condições	de	vida	
eram	tão	hostis	ao	individuo	que	a	única	forma	de	sobrevivência	era	a	em	grupo.	Ou	
seja,	 se	 não	 estava	 em	 grupo	 estava	morto.	 O	 ser	 humano	 como	 espécime	 à	 sua	
condição	como	membro,	como	parte	do	“todo”	grupal.		
	
Eram	agrupamentos	nômades,	e	a	dinâmica	normativa	era	 influenciada	por	
esta	característica.		
	
- Relação	Bio-político:	a	 relação	de	poder	ainda	estava	 intrínseca	às	 relações	
familiares.	O	Poder	político	está	fundamentado	no	patriarca,	na	matriarca.	Os	
anciãos,	 o	 conselho	 de	 anciãos,	 que	 desempenhavam	 esse	 poder	 em	
benefício	do	grupo	e	não	dele	mesmo.		
	
- Cosmovisão:	havia	homogeneidade	na	forma	de	ver	o	mundo.	Conhecem	os	
mesmos	 discursos,	 as	 mesmas	 narrativas,	 assimilam	 a	 mesma	 memória,	 e	
não	 se	 diferenciam	 pela	 divisão	 de	 trabalho,	 salário,	 praticamente	 não	
havendo	a	divisão	social.	Hoje	em	dia	o	trabalho	é	hiper-especializado.	Não	
há	um	núcleo	de	valores,	mas	diversidade	de	valores	com	a	idéia	de	criar	uma	
conversação	entre	estes,	como	no	caso	da	democracia.		
	
As	 normas	 neste	 Período	 eram	 costumeiras,	 ou	 seja,	 por	 existirem	 e	 serem	
respeitadas	a	muito	tempo,	tidas	como	algo	que	deveria	continuar	sendo	respeitada.		
	
Isto	vinha	do	fato	do	grupo	ser	coeso	e	não	haver	subjetividade	estruturada	
ainda.	 O	 valores	 eram,	 desde	 a	 infância,	 transmitidos	 como	 valores	 de	 grupo	 por	
meio	da	educação	e	por	meio	do	exemplo	(repetição)	pelo	comportamento.	
	
A	 eficácia	 das	 normasestava	 na	 educação	 e	 mecanismos	 pouco	
institucionalizados	 (quase	 espontâneos)	 de	 reação	 contra-fática	 do	 grupo	 .	
Questionar	 a	 norma	 era	 uma	 aberração.	 Descumprir	 era	 raríssimo.	 Quando	
descumprida	 havia	 sansão	 não	 pelo	 indivíduo	 ter	 descumprido	 simplesmente	 uma	
norma,	mas	porque	o	grupo	era	afetado	ou	colocado	em	risco.		
	
A	sansão,	 contudo,	não	era	escrita	em	seu	 conteúdo.	 Sabia-se	que	haveria,	
mas	a	sansão	era	definida	quando	ocorresse.	Ou	seja,	a	punição	era	certa	no	sentido	
de	haver,	mas	não	no	conteúdo.	Reagiam,	puniam,	de	forma	a	proteger	o	grupo	e	as	
suas	 necessidades.	 E	 quando	 o	 ancião	 decidida	 ele	 não	 dava	 explicação	 de	 suas	
decisões.	 Eram	 decisões	 exotéricas,	 no	 sentido	 de	 estar	 fora	 do	 debate	 da	 coisa	
mesma	ocorrida.		
	
A	 legitimação	era	ontológica,	 ou	 seja,	pelo	 simples	 fato	de	 ser	o	ancião,	e	
desta	forma	o	que	esse	decidia	era	aceito.	É	fundamental	entender	que	o	Comando	
comunicava	apenas	deveres	e	não	direitos.	Isso	porque	o	fundamento	é	o	grupo,	se	
as	 normas	 existem	 para	 o	 bem	 do	 grupo,	 para	 adequar	 os	 comportamentos	 dos	
membros	do	grupo	aos	valores	do	grupo,	então	não	era	necessário	nada	mais	que	
deveres	para	o	bem	do	grupo.		
	
Causalismo	normativo,	 ou	 seja,	 decisão	da	punição	 caso	a	 caso	 sem	vinculo	 entre	
eles,	pelo	ancião,	com	fixação	costumeira,	ou	seja,	com	o	passar	do	tempo,	tendo	em	
vista	que	 certas	 ilicitudes	 se	 repetiam,	então	passou	a	existir	certas	punições	para	
certos	 “crimes”,	 e	 isso	em	algumas	destas	populações	no	decorrer	da	história.	Por	
exemplo:	principio	da	retribuição:	olho	por	olho,	dente	por	dente.	
	
Imanente:	grupo	aplica	a	sanção	agora.	
Transcendente:	decisão	atribuídas	de	forma	transcendente:	maldições,	por	exemplo.	
O	que	fiz	para	receber	tal	punição.	Deus	está	me	punindo.	
	
Na	 comunicação	 normativa	 falta	 uma	 sanção	 definitiva.	 Falta	 também	
comunicação	 de	 direitos,	 só	 prevendo	 comunicação	 de	 deveres,	 já	 que	 todos	 na	
comunidade	 tem	 no	 grupo,	 na	 realização	 do	 grupo,	 o	 propósito	 da	 própria	
existência.	Desta	forma,	batava	ao	indivíduo	realizar	os	deveres	perante	o	grupo	que	
já	 se	 sentia	 satisfeito,	 e	 já	 estava	 legitimado	 o	 seu	 direito.	 	 Ou	 seja,	 se	 a	 minha	
existência	encontra	sentido	no	grupo,	basta	que	este	me	passe	os	deveres	que	há	a	
satisfação	nestes	deveres,	pois	o	que	importa	é	o	grupo.	
	
Numa	 estrutura	 tribal,	 as	 decisões	 não	 precisam	 ser	 justificadas,	 se	 dão	
ontologicamente,	ou	seja,	basta	a	pessoa	ser	legitimamente	reconhecida	pelo	grupo	
para	decidir.	Assim	sendo,	não	interessa	o	que	ela	decidiu.	É	legítimo.	As	motivações,	
os	 critérios	 destas	 decisões	 não	 eram	 necessárias.	 Desta	 forma,	 essa	 decisão	 não	
possui	fundamentação	e	não	há	processo.	Poderiam	haver	ritos	decisórios,	ou	seja,	o	
momento	 de	 uma	 decisão.	Mas	 esses,	 quando	 existiam,	 eram	 exotéricos	 (fora	 do	
debate	da	coisa	mesma	ocorrida).	
	
Veremos	a	frente	que,	para	uma	ordem	normativa	ser	considerada	jurídica,	é	
preciso	que	o	processo	esteja	regulado	na	própria	Ordem	Normativa	da	sociedade.		
	
	
Ordem	 Normativa	 Religiosa	 (3000	 a.c.	 a	 500	 a.c.):	 Várias	 normas	 de	 origem	
religiosas	 tem	 como	 origem	 o	 costume,	 mas	 passam	 a	 ter	 acrescida	 a	 esta	
característica	que	deus	deseja	que	seja	cumprida.		
	
03/04/2017	Cont...	 	Os	agrupamentos	vão	 se	 tornando	mais	 complexos,	e	 fundam	
outras	 tecnologias.	 Há	 um	 acumulo	 de	 experiências	 que	 vão	 permitir	 algumas	
transformações”	
	
1. Sedentarismo:	 alguns	 conhecimentos	 acumulados	 permitiram	 a	 fixação	 em	
terras	por	meio	da	tecnologia	do	plantio,	por	exemplo.	Ao	se	tornarem	sedentários,	
em	 paralelo,	 o	 que	 se	 permitiu,	 foi	 o	 desenvolvimento	 da	 língua	 escrita,	 já	 que	 o	
acúmlo	 de	 produção	 alimentícia	 permitirá	 o	 envolvimento	 e	 desenvolvimento	 de	
outras	tarefas,	permitindo	o	registro	normativo.		
	
A	divisão	social	do	trabalho	começa	a	surgir,	 já	que	as	tecnologias	permitirão	o	
surgimento	de	outras	 tarefas,	como	os	artífices	 (construções,	artesanado);	a	bélica	
devido	 a	 necessidade	 de	 defender	 as	 terras	 cultivadas	 e	 também	 conquistas	 de	
novas	 terras	ou	novos	 trabalhadores	para	 trabalharem	nas	 terras	 já	 possuídas	por	
estes	agrupamentos	(escravos	de	guerra);	Surge	o	grupo	de	pessoas	especializado	na	
religião,	literatura,	a	dança,	o	teatro.	Com	isso,	haverá	uma	divisão	do	trabalho	bem	
acentuado,	 criando	 assim,	 diferentes	 formas	 de	 ver	 o	 mundo,	 de	 priorizar	 os	
assuntos	sociais	(guerreiros	vêem	o	mundo	diferente	dos	agricultores)	
	
Dentro	 desta	 lógica,	 a	 normatização	 destas	 sociedades	 também	 sofrem	
transformações,	já	que	os	valores	também	sofrem	transformações.		
	
Vejamos	os	egípcios,	primeira	sociedade	a	sedentarisar.	Para	a	mentalidade	do	povo	
desta	época,	era	difícil	 imaginar	como	o	Rio	Nilo,	mesmo	diante	de	um	quadro	de	
falta	de	chuva,	ou	chuva	insuficiente,	como	este	alagava	as	terras	ao	redor	tornando-
as	férteis.	As	primeiras	populações	do	Nilo	não	conheciam	a	nascente	do	Nilo.	O	mar	
é	algo	infinito,	o	deserto	algo	infinito,	o	Nilo,	infinito.	Por	isso,	aquilo	que	não	tinha	
explicação	 natural	 passava	 a	 ter	 explicação	 sobrenatural	 para	 os	 fenômenos	
naturais.		
	
Assim	sendo,	o	sentido	da	vida	passa	a	ser	explicada	a	partir	de	certos	deuses	
que,	 por	 fazerem	 o	 Nilo	 transbordar,	 deveriam	 ser	 respeitados,	 venerados,	
receberem	 presentes.	 Começam	 a	 construir	 um	 complexo	 de	 explicações	
sobrenaturais	 ligadas	aquele	estilo	de	 vida.	Começa	a	 construir	nesta	 sociedade,	 a	
idéia	 de	 que,	 do	 ponto	 de	 vista	 do	 comportamento,	 prestar	 homenagem,	 culto	 a	
estes	deuses.	Era	preciso	criar	uma	estrutura	que	pudesse	garantir	esse	culto	a	esses	
deuses	visando	garantir	que	os	deuses	continuem	sendo	bons	para	com	a	população.		
	
Desta	 forma,	 os	 comportamentos	 sociais	 foram	 trabalhados	 para	 garantir	
que	os	deuses	fossem	agradados.	O	valor	fonte	passa	do	grupo	para	os	deuses,	para	
as	divindades.	Tem	valor	quem	respeita	e	cultua	os	deuses	e	não	 tem	valor	os	que	
não	cultuam	e	não	respeitam	os	deuses.		
Portanto,	se	no	contexto	tribal	não	se	questionava	os	valores	da	tribo,	ou	se	
fazia	 isso	 de	 forma	 rara,	 num	 contexto	 de	 norma	 religiosa	 a	 possibilidade	 de	
alguém	que	não	acreditava	era	algo	raríssimo.	E,	ao	acreditar	se	acatava	e	cumpria	
e	não	se	questionava,	já	que	a	desobediência	das	normas	que	agradavam	aos	deuses	
poderia	 fazer	 com	 que	 estes	 não	 continuassem	 dando	 as	 condições	 necessárias	 e	
ideais	para	a	vida.	
	
É,	 portanto,	 o	 elemento	 sobrenatural,	 a	 relação	 com	 a	 fé	 e	 a	 crença,	 que	
garante	 os	 benefícios	 na	 vida	 diária,	 a	 explicação	 da	 possibilidade	 da	 vida.	 Essa	
explicação	não	é	científica	ou	natural,	mas	sim	cultural.	Construída	culturalmente.	É	
claro	que	devido	ao	fato	de	ser	construída	culturalmente	por	várias	gerações,	pode	
ser	vista	como	algo	quase	natural,	totalmente	sedimentado,	estável,	pelo	imaginário	
daquela	comunidade.	Independentemente	do	sobrenatural	ser	ou	não	o	responsável	
pelas	condições	favoráveis	à	vida,	as	normatizações	foram	construídas	por	homens	e	
a	comunidade.	
	
Do	ponto	de	vista	natural,	homens	falaram	coisas	sobre	o	sobrenatural.	Se	o	
sobrenatural	disse	algo	para	os	homens,	não	o	podemos	saber.	Isso	já	não	é	ciência.	
E	como	esses	homens	dizem	coisas	sobre	esse	sobrenatural	muito	diferente	uma	das	
outras,	 a	 primeira	 coisa	 que	 podemos	 dizer	 é	 que	 alguém	 está	 errado,	 	 e	 não	
necessariamente	 que	 alguém	 está	 certo,	 pois	 empiricamente	 não	 é	 Possível	
descobrir	isso.		
	
Dica:	Abordagem	Secularizada	 não	é	 ser	agnóstico	ou	 ser	ateu.	É	
separar	 aquilo	 que	 pode	 ser	 tratado	 do	 ponto	 de	 visto	 da	
epistemologia,	do	 saber,da	 razão	humana,	da	 fé.	Mas	é	negação	
da	fé.	
	
Do	 ponto	 de	 vista	 secularizado,	 as	 religiões	 estruturavam	 as	 normas	 para	
que	o		sobrenatural	pudessem	manter	a	existência	do	grupo.	Ou	seja,	poder	existir	
era	 poder	 continuar	 sendo	 uma	 comunidade	 agrícola,	 capaz	 de	 se	 estabelecer,	
acumular,	desenvolver	outras	tecnologias	como	as	artes,	bélica,	e	assim	conquistar	
outros	para	ter	escravos	capazes	de	manter	o	estilo	de	vida	daquele	povo.	Por	isso,	a	
vida,	ela	mesma,	estava	vinculada	a	um	valor	sobrenatural.	E	deve-se	entender	que	
não	é	o	fato	de	ser	ter	crença	o	não	que	temos	uma	normativa	religiosa,	e	sim	uma	
estrutura	política	que	crie	normas	sociais	com	comandos	normativos	religiosas,	com	
sanções	vinculadas,	obrigando	o	cumprimento	destas	normas.		
	
Do	ponto	de	vista	do	valor	fonte	é	a	divindade.		
	
Característica	 do	 convívio:	 sedentarismo	 consolidado	 e	 aparecimento	 de	 cidades	
estados,	com	um	aumento	da	população,	de	forma	que	os	vínculos	de	sangue	já	não	
são	mais	capazes	de	manter	a	mesma	unidade	política,	e	sim	ter	a	mesma	religião.	É	
a	unidade	de	religião	que	forma	agora	a	unidade	política.		
	
Basicamente,	 a	 partir	 da	 cultura	 sedentária,	 com	 raras	 exceções,	 uma	
fundamentação	do	poder	que	é	religiosa,	mesmo	numa	ordem	jurídica.		Isto	porque	
mesmo	em	ordens	 normativas	 jurídicas,	 a	 forma	de	 chegar	 ao	 poder	 se	 dava	 pelo	
discurso	religioso.		
	
Institucionalizações	 das	 relações	 sociais,	 na	 organização	 da	 vida,	 criando	
prédios,	calendário,	como	forma	de	garantir	essa	unidade.	Na	Roma	que	se	formava,	
por	exemplo,	haviam	os	dias	fastos	(onde	se	podia	pratica	a	vida	publica	aos	deuses)	
e	nefastos	(onde	não	se	podia	praticar	a	vida	publica	aos	deuses).			
	
Dica	de	Leitura:	A	cidade	antiga.	Fustel	de	Coulange	
	
Consolidação	da	Lingagem	escrita	
	
	
Complexo	Normativo:	aparecimento	das	primeiras	 legislações	escritas	com	caráter	
religioso.	 Não	 são	 as	 primeiras	 normas	 jurídicas,	 e	 sim	 as	 legislações	 escritas	 de	
caráter	 religioso,	 já	 que	 os	 elementos	 pra	 construir	 normas	 jurídicas	 não	 estão	
estabelecidos.		
Pode-se	 se	 falar	 de	 Direito	 no	 sentido	 de	 equivalência	 funcional	 daquela	
época,	já	que	eram	as	normas	que	normatizavam	as	ações	no	dia	a	dia.	Muitas	só	
previam	os	deveres,	mas,	as	populações	que	prevaleceram	por	maior	tempo,	tinham	
nas	 legislações	 escritas	 não	 somente	 as	 normas,	 o	 comando,	 mas	 também	 as	
sanções.	Por	exemplo,	os	dez	mandamentos	só	tem	os	deveres.	Já	no	deuteronômio	
e	Levíticos,	já	há	comando,	sanção	e	atos	reabilitativos.		
	
Há	também	uma	caracterização	tipológica	dos	ordenamentos.	Ou	seja,	uma	
classificação	 mais	 específica,	 e	 comportamentos	 não	 diferenciados	 pela	 norma	
passam	 a	 ser	 normatizados,	 diferenciando	 os	 comportamentos	 antes	 vistos	 como	
sendo	 a	mesma	 coisa,	 tornando	mais	 complexa	 as	 normatizações.	 Isso	 ocorre	 em	
conjunto	com	a	diferenciação	das	tarefas,	funções	sociais.	Isso	ocorria	pela	repetição	
do	ilícito,	até	mesmo	apos	ser	punido,	ou	como	hábito.		
	
	
No	código	de	Murabe	há	diferenciação	de	réu	primário,	réu	reincidente		e	réu	
costumas,	 ainda	 que	 não	 na	 forma	 moderna	 de	 nomenclatura,	 havendo	 uma	
diferenciação	tipológica.			
	
No	 entanto,	 até	 esse	momento,	 normas	 religiosas,	 há,	 do	 ponto	 de	 vista	
normativo,	 apenas	 deveres.	 Afinal,	 se	 os	 deveres	 são	 identificados	 como	 deveres	
para	 com	 os	 deuses	 não	 há	 razão	 para	 normatizar	 direitos,	 afinal,	 o	 que	 basta	 é	
agradar	 a	 divindade.	 O	 outro,	 de	 uma	 forma	 ou	 outra,	 recebe	 por	 direito	 algo	
advindo	dos	deveres,	esse	o	recebe	de	forma	passiva.	O	Sujeito	ativo	é	aquele	que	
tem	 os	 deveres.	Não	 há	 ainda	 o	 direito	 como	 pessoa	 de	 direito,	 onde	 o	 sujeito	
adquire	direito	de	forma	ativa.		
Há	 uma	 certa	 relação	 bilateral,	 mas	 esta	 é	 precária	 de	 natureza	 moral.	
Novamente,	o	 sujeito	do	dever	nesta	 relação	é	ativo.	O	sujeito	destinatário	não	é	
ativo,	ou	seja,	não	pode	exigir	o	seu	direito,	e	portanto,	cumprimento	do	dever	do	
outro.	Não	há	bilateralidade	retributiva,	e	por	isso	não	há	o	sujeito	exigir	o	direito	
que	 não	 fica	 à	 cargo	 da	 escolha	 política.	 Na	Grécia,	 por	 exemplo,	 quando	 alguém	
exigia	um	direito,	a	decisão	era	político,	ou	seja,	não	havia	a	necessidade	de	explicar	
a	decisão,	o	voto.	Não	havia	o	respeito	ao	previsto	pela	norma	no	sistema	jurídico.	
Isso	 é	 fundamental	 para	 que	 haja	 uma	 normatização	 jurídica,	 ainda	 não	 presente	
nestas	normas	religiosas.		
	
Dica	 –	 tipo	 penal:	 descrição	 hipótese	 do	 comportamento	 penal	 que	 é	
considerado	 crime.	 Mas	 na	 verdade	 há	 tipos	 em	 todo	 canto	 do	 Direito,	 e	
seria	 uma	 descrição	 específica	 de	 um	 fato,	 onde	 vários	 fatos	 concretos	
podem	 ser	 enquadrados.	 Quando	 se	 fala	 em	 tipologia	 normativa	 é	 isso:	
descrições	 conceituais	 de	 comportamentos	 aos	 quais	 Irão	 se	 vincular	
sanções.		
	
O	 jurista	 devem	 saber	 perceber	 diferenciações	 no	 ato	 que	 descumpre	 a	
norma,	saber	ver	relevância	e	saber	demonstrar	isso.		
	
	
Pausa:	a	modernidade	troca	a	 identificação	das	normas	pela	publicação	das	
normas	 num	 livro.	 De	 certa	 forma,	 as	 normas	 são	 cumpridas	 mais	 pelas	
sociedades	que	se	identificam	com	as	normas	que	a	que	tem	estas	publicadas	
as	normas	e	suas	sanções.	Nas	primeiras	há	menor	grau	de	arbitrariedade.	A	
arbitrariedade	 se	 faz	 quando	 não	 há	 identificação	 com	 a	 norma	 e	 a	
interpretação	pode	levar	para	arbitrariedades.		
	
O	direito	não	é	somente	sua	estrutura	em	Leis	->	Sanções.	Há	a	interpretação	
que	dá	sentido	às	leis.		
	
As	 sanções	 diretas	 de	 uma	 norma,	 comando,	 não	 são	 necessariamente	
punitivas.	 Por	 exemplo,	 uma	 Lei	 que	 determina	 que	 todo	 contrato	 de	 compra	 e	
venda	deve	 ser	 registrado	 em	 cartório.	 EM	 caso	 de	 cumprimento,	 a	 sanção	 é	 que	
este	comando	é	válido.	Em	caso	de	descumprimento	é	nulo.		
	
Ordem	 Normativa	 Religiosas:	 as	 sansões	 são,	 como	 no	 período	 anterior,	 mas	 de	
forma	mais	estruturada,	são	imanentes	e	transcendentes.		
	
Nas	 transcendentes	atribui-se	algum	 tipo	de	evento	 sobrenatural	à	 sansão.	
Ou	 seja,	 no	 discurso	 cultural	 um	 evento	 não	 explicado	 é	 visto	 como	 um	
cumprimento	de	uma	sansão.	Esta	precisa	estar	garantida	pelo	monopólio	da	força,	
mas	não	necessariamente	ocorrer	pelo	uso	da	 força.	Essa	 sansão	 irá	 exercer	uma	
pressão	psicologia	no	sentido	que	as	pessoas	escolham	evitá-la.	Desta	forma,	a	fé,	
a	 crença,	 na	 explicação	 do	 mundo	 a	 partir	 do	 sobrenatural,	 essa	 sansão	
transcendente	acaba	exercendo	muita	força.			
O	sentimento	de	culpa,	no	contexto	cristão,	está	ligado	à	idéia	de	que	pode	
vir	uma	sansão	e	havia	o	medo	e	crença	de	que	esta	viria.	Então,	se	acontecia	certas	
coisas	essas	eram	em	decorrência	da	punição	do	sobrenatural	devido	a	algum	tipo	
de	pecado.	É	ainda	uma	sociedade	cuja	estrutura	normativa	 leva	ao	entendimento	
que	os	deveres	são	para	com	o	plano	sobrenatural,	razão	de	ser,	origem,	aquela	da	
qual	deriva	a	existência	daquela	comunidade.	Desta	 forma,	os	deveres	bastavam	e	
não	haviam	direitos.	
	
Entretanto,	 já	 há	 uma	 bilateralidade	 normativa,	 ainda	 precária,	 apenas	
moral.	 Nesta	 já	 havia	 uma	 consciência	 de	 que	 haveria	 um	 dever	 para	 o	 plano	
sobrenatural	de	forma	indireta,	ou	seja,	um	dever	para	com	Deus	que	se	realiza	no	
outro,	no	semelhante.	Para	este	era	direcionada	a	conduta	descrita	no	dever,	como	
por	 exemplo,	 a	 caridade.	 Imediatamente	 você	 identifica	 o	 outro,	 mas	 a	
responsabilidade	é	para	com	Deus.		Entretanto,	ainda	que	houvesse	a	caridade	como	
lógica	positiva	de	bilateralidade,	havia	também	o	apedrejamento.	Ou	seja,	ainda	não	
havia	o	sujeito	de	direito,	e	tão	somente	o	sujeito	passivo.		
	
Jáaparecem	algumas	 informações	sobre	como	a	punição	deva	ser	aplicada,	
ainda	que	não	do	 julgamento.	 Isso	porque	a	estrutura	do	 julgamento	ainda	é	uma	
mistura	do	que	a	norma	diz,	o	que	é	melhor	para	a	polis,	e	o	que	Deus	diz.	E,	se	o	
critério	 de	 decidir	 não	 estritamente	 o	 que	 diz	 a	 norma,	 mas	 há	 grande	 peso	 a	
vontade	 dos	 deuses,	 então	 o	 critério	 de	 decidir	 último	 é	 a	 própria	 vontade	
imediata	 destes	 deuses	 e	 não	 o	 padrão	 de	 conduta	 que	 se	 estabeleceram	 nas	
normas.		
É	 claro	 que	 há	 uma	 cultura	 que	 irá	 observar	mais	 a	 estrita	 observância	 da	
norma,	da	Lei.	Os	gregos,	por	exemplo,	quem	decidia	era	a	assembléia,	e	esta	não	
precisava	fundamentar	sua	decisão.	Ainda	que	exista	precariamente	o	elemento	do	
contraditório,	já	que	podia-se	por	o	ponto	de	vista	do	acusador	e	do	acusado,	quem	
tomava	decisão	não	precisava	fundamentá-la.	Ou	seja,	sem	precisar	demonstrar.		
	
Por	 volta	 de	 700	 a.c.	 há,	 em	Roma,	 a	 criação	de	 algo	 que	 se	 consolidará	 a	
partir	de	500	a.c.	a	400	a.c.	que	terá	uma	característica	um	pouco	diferente	destas	
culturas	 religiosas,	 aparecendo,	 pela	 primeira	 vez,	 os	 elementos	 culturais	 de	 uma	
ordem	jurídica	propriamente	dita.	Antes	disto	acontecer	em	Roma,	uma	fenômeno	
que	irá	contribuir	está	eclodindo	na	Grécia.	Essa	experiência	peculiar,	e	que	de	certa	
maneira	 promove	 uma	 cisão,	 de	 certa	 maneira,	 da	 religião,	 é	 a	 filosofia.	 Essa	 irá	
produzir	 uma	 série	 de	 elementos	 que	 serão	 absorvidos	 pela	 Cultura	 Romana,	
ajudando	 a	 consolidar	 uma	 consciência	 propriamente	 jurídica,	 na	 formação	 da	
racionalidade.		
	
Roma	é	uma	cidade	que	nasce	de	um	acordo	entre	diferentes	grupos,	tribos,	
já	 bastante	 consolidados	 do	 ponto	 de	 vista	 cultural	 (língua	 e	 cultura	 própria,	
religiosidade	 própria,	 normas	 estabelecidas),	 mas	 em	 risco	 bélico.	 Estas	 estão	 na	
transição	 entre	 ordem	normativa	 tribal	 costumeira	 e	 a	 ordem	normativa	 religiosa.	
Elas	já	tem	as	condições	para	serem	sedentárias,	mas	tinha	dificuldades	devido	a	alta	
disputa	da	região	pelos	africanos,	autóctones,	célticos	e	outras	etnias.		
	
Neste	contexto,	alguns	agrupamentos	já	vivendo	geograficamente	próximos,	
mesmo	 sendo	 tribos	 diferentes,	 resolvem	 se	 associar	 na	 construção	 de	 uma	
estrutura	comum,	 instrumento	de	defesa:	uma	Urbes	 (muro).	Esta	seria	construída	
para	proteger	um	território	dos	invasores.	Havia	cidades	com	muros	na	Grécia,	mas	
a	 lógica	não	era	a	mesma	da	 criação	de	Roma:	uma	associação	de	pessoas	para	a	
construção	de	um	instrumento	de	defesa.		
	
Quando	essas	pessoas	se	associam	elas	já	tem	sua	cultura,	religião,	sua	língua	
e	 sua	norma	própria,	 e	 agora	 viverão	no	mesmo	espaço,	 constituindo,	 aos	poucos	
uma	mesma	unidade	 territorial,	 e	posteriormente,	política.	 Essa	unidade	política	é	
peculiar,	 já	que	é	 formada	por	pessoas	que	são	 iguais	nesta	 sociedade	 (são	 todos,	
das	 populações	 originárias,	 patrícios,	 pais	 fundadores	 da	 cidade,	 mas	 de	 religiões	
diferentes.		Não	estão	incluídos	mulheres,	escravos	e	clientes	(pessoas	que	já	viviam	
entre	as	 tribos	mas	não	 tinham	as	mesmas	 religiões).	 	 Portanto,	 a	diferença	desta	
Cidade	é	terem	religiões	diferentes.	
	
Por	 terem	 religiões	 diferentes,	 uma	 Ordem	 Normativa	 Religiosa	 seria	
incapaz	de	alcançar	a	todos,	tratando	de	forma	igual,	já	que	seria	excludente.	Este	
estado	de	coisas	fez	com	que	fosse	necessário	pensar	uma	outra	forma	de	organizar	
a	vida	numa	cidade	que	não	existe	por	ela	mesma,	já	que	quando	Roma	nasce	ela	é	
para	a	proteção	destes	grupos,	e	não	por	ela	mesma.	Não	são	os	homens	que	devem	
dar	a	vida	por	Roma,	mas	sim	ela	por	estes.	Ou	seja,	não	justifica	que	pessoas	abram	
mão	de	sua	característica	de	vida,	sua	autonomia	privada	tribal,	pelo	ideal	da	Urbes.	
Desta	 forma,	 o	 direito	 irá	 nascer	 como	 substituto	 institucional,	 uma	 alternativa	
para	 a	 regulação	 social,	 tratando	 como	 iguais	 os	 diferentes.	 Na	 Grécia,	 por	
exemplo,	se	excluía	da	cidadania	os	que	tinha	religião	diferente	da	oficial.		
	
	
Alem	 disso,	 aqui	 há	 uma	 transformação	 na	 estrutura	 dos	 valores.	A	Urbes	
não	é	a	razão	de	ser	da	vida	social.	E	ainda	que	aqueles	deuses	fossem	relevantes	
nas	tribos,	eles	não	são	a	explicação,	a	razão	de	ser	da	Urbes.	Esta	é	simplesmente	
uma	associação	de	pessoas,	de	tribos.		Em	certo	sentido,	a	própria	manutenção,	por	
meio	 da	 associação,	 a	 autonomia	 de	 cada	 tribo	 e	 a	 autonomia	 de	 cada	 cidadão.	
Como	Roma	cresce,	as	 tribos	vão	se	diluindo	nas	 famílias:	um	cidadão	que	 fundou	
Roma	ou	herdeiro	de	quem	fundou	e,	neste	sentindo,	a	memória	desta	referencia,	
constrói	uma	sociedade	onde	esses	sujeitos	livros	querem	ser	tratados	como	iguais,	
autônomos	no	que	diz	respeito	a	sua	vida	priva,	e	autonomia	publica.	Ou	seja,	por	
meio	de	acordos	públicos	constituir	as	normas	reguladoras	da	vida	social.			
Os	valores	sociais,	a	 instrução	normativa,	devem	ser	para	a	promoção	dos	
indivíduos	e	não	dos	deuses	ou	da	 cidade	em	si.	E	 se	é	útil	 que	os	deuses	 serão	
respeitados,	o	cidadão	também.	Se	é	útil	que	a	cidade	seja	respeitada,	o	cidadão	
também.	Tanto	cidade	quanto	religiosidade	têm	um	outro	rival:	as	próprias	pessoas.	
	
A	norma	que	irá	surgir	em	Roma	irá	se	diferenciar	da	norma	religiosa	e	da	
costumeira.	 Em	Roma	a	norma	 costumeira	 é	 chamada	de	mos	 (norma	 tradicional,	
tribal).	Mos	e	Fas	estão	na	estrutura	tribal.	Estas	duas	deverão	ser	associadas	a	Ius	
quando	 já	 era	 insuficiente	 mos	 e	 fas,	 passaram	 a	 produzir	 a	 ius,	 norma	
fundamentada	num	acordo	de	vontades	entre	os	cidadãos	e	não	na	vontade	de	um	
deus.		
O	discurso	de	 fundamentação	 será	o	próprio	acordo,	 ainda	que	este	 fosse	
fundamentado	pelo	discurso	religioso	por	uma	ou	mais	tribos,	dando	entendimento	
de	que	aquele	acordo	deveria	ser	aceito	e	não	questionado.	Não	há	uma	ruptura	de	
substituição	imediata	ou	plena	das	normas	costumeiras	e	religiosas,	mas	Períodos	
de	 transição	 propriamente	 não	 se	 conclui	 de	 forma	 definitiva,	 consolidada	 (este	
ocorre	até	que	uma	norma	propriamente	dita	se	dá	apenas	no	século	3).		
Os	Romanos	muitas	vezes	gostavam	da	idéia	de	reforçar	pela	ius	as	normas	
religiosas,	 por	 exemplo.	 	 Consolidavam	 as	 normas	 jurídicas	 sem	 fundamento	
religioso	com	um	discurso	de	legitimação	religioso.	É	preciso	agora	não	confundir	o	
que	 são	 discursos	 de	 legitimação	 do	 que	 são	 discursos	 normativos.	Mas	 o	 vinculo	
com	a	religião	não	é	central	para	a	formulação	das	normas.		A	
	
CONSIDERAÇÕES	 PRELIMINARES	 SOBRE	 O	 PENSAMENTO	 GREGO	 E	 A	 REFLEXÃO	
SOBRE	A	JUSTIÇA	
	
Bilateralidade	um	direito	e	correlato	dever	a	todos	e	a	cada	um	no	mesmo	tempo.	
Salgado	 diz	 que	 é	 uma	 Bilateralidade	 Universal,	 ou	 seja,	 a	 todos	 e	 a	 cada	 um	 ao	
mesmo	tempo,	valendo	pra	toda	da	sociedade	o	direito	e	o	dever	correlato.	Criando	
uma	 ilação	 de	 correspondência	 que	 legitima	 a	 norma,	 já	 que	 quando	 atribuo	 um	
direito	a	alguém	ela	 recebe	ao	mesmo	tempo	o	correlato	dever,	devendo	apreciar	
tanto	o	direito	quanto	o	dever,	pois,	somente	respeitando	aquele	dever	ela	poderá	
exigir	o	correlato	direito.	Ela	terá	expectativa	do	dever	pois	cumpre	quando	o	dever	
é	 exigido	 de	 si	 mesmo.	 Todos	 os	 sujeitos	 de	 direito	 estão	 inclusos.	 No	 caso	 de	
escravo	 só	 havia	 deveres.	 O	 Direito	 Romano	 dizia	 que	 o	 dono	 do	 escravo	 tinha	
direito	 até	 sobre	 a	 vida	 e	 morte	 do	 seus	 escravo,	 mas,	 as	 normas	 costumeiras	 e	
religiosas,	de	caráter	privado,	sendo	ou	não	respeitadas.	No	séculos	1	d.c	já	surgirão		
na	ius	limitando	o	que	o	dono	poderia	fazer	ao	seu	escravo.	
	
Exigibilidade:	 toda	vez	que	um	direito	é	estabelecido	ele	poderá	ser	exigido,	ainda	
que	 com	 o	 atendimento	 de	 certas	 circunstâncias	 de	 exigibilidade,	 uma	 certa	
hipótese	 de	 exigências,	 critérios.O	 próprio	 individuo	 move	 o	 estado	 para	 fazer	
cumprir	 seu	 direito.	 Não	 é	 necessário	 mais	 que	 haja	 o	 interesse	 do	 Estado	 na	
decisão.	O	 Estado	 tomara	 uma	 decisão	 a	 partir	 da	 verificação	 se	 o	Direito	 exigido	
existe	ou	não	existe	e	não	se	o	Estado	tem	interesse.	A	decisão	que	o	Estado	tomará	
é	de	aplicação	normativa	e	não	 legislação	normativa,	pois	esta	 já	 foi	 formulada.	O	
direito	existe	se	está	formulado.		
	
Todo	 direito	 é	 exigível,	 ainda	 que	 com	 algum	 requisito	 necessário,	 mas	 é	
cabível	 de	 se	 exigir	 o	 mesmo.	 É	 por	 isso,	 pressuposto	 da	 exigibilidade	 a	
irresistibilidade,	 ou	 seja,	 a	 capacidade	 que	 a	 ordem	 normativa	 não	 pode	 não	 ser	
cumprida,	seja	por	imposição	de	nulidades	de	deveres	que	ele	tem	que	seguir,	seja	
pelo	uso	da	própria	força.		
	
Conseqüência	da	 irresistibilidade	é	a	 instrumentabilidade.	Ou	seja,	não	há	
ordem	 jurídica	 se	 não	 houver	 processo	 regulado	 juridicamente,	 em	 norma,	
garantidor	que	a	decisão	é	uma	aplicação	de	normas.	 	Há	a	previa	regulamentação	
do	 procedimento	 (procedimentalidade)	 pelo	 qual	 se	 pode	 exigir	 e	 como	 este	 será	
devidamente	 processado	 pelas	 entidades	 que	 Irão	 decidir,	 e	 não	 as	 normas	
religiosas,	percepções	da	sociedade,	e	etc.		
	
Terceiro	 Parcial:	 alguém	que	 não	 é	 parte	 da	 causa	mas	 decide	 a	 causa,	 de	 forma	
fundamentada,	 já	 que	 se	 espera	 numa	 ordem	 jurídica	 que	 as	 decisões	 tenham	
fundamentação,	não	em	razão	dos	interesses	externos	que	se	possa	decidir,	mas	tão	
somente	o	que	ocorreu	nos	fatos	e	o	qual	o	sentido	a	norma	jurídica	diz	sobre	o	que	
ocorreu.	O	fato	ocorrido	e	o	que	a	norma	jurídica	prevê	sobre	este	mesmo	fato.		
	
Na	 Grécia	 não	 está	 incluída	 na	 ordem	 social	 bilateralidade,	 exigibilidade	 ,	
instrumentalidade.	 Na	 Grécia,	 no	 plano	 da	 cognição,	 a	 Filosofia	 é	 uma	 alternativa	
para	a	narrativa	da	criação	e	sustentação	do	mundo	da	narrativa	mítica,	religiosa.	Ela	
passa	ser	portanto	uma	alternativa	à	religião.	Não	desaparecem	os	mitos,	mas	uma	
parcela	da	população,	os	filósofos,	passam	a	pensar	alem	dos	mitos.		
	
E	 o	 que	 esses	 dizem	 sobre	 o	 Direito?	 Surge	 reflexão	 da	 Filosofia	
Antropológica,	em	substituição	a	Filosofia	 física,	 cósmica,	a	partir	da	crise	política.	
Eles	passam	da	reflexão	do	Cosmos	para	a	reflexão	sobre	o	Antropológico,	sobre	o	
homem	e	suas	relações,	sobre	a	cidade,	a	sociedade.	Como	a	polis	 funciona,	como	
são	as	dinâmicas	da	polis?		
	
A	crise	da	sociedade	Grega	é	produzida	pela	cisão	entre	o	sujeito	e	a	polis.	O	
aparecimento	da	subjetividade	criada	a	partir	da	filosofia,	ou	seja,	um	sujeito	capaz	
de	refletir	sobre	a	própria	existência	e	as	relações,	possibilita	ao	sujeito	pensar	sobre	
a	 própria	 polis.	 Seja	 na	 cisão	 do	 individuo	 e	 a	 polis	 ou	 da	 cisão	 sujeito,	 que	 se	
identifica	com	sua	família,	e	a	polis.		
	
Na	mitologia	grega,	bem	diferente	da	idéia	romana,	a	deus	da	justiça	é	Dique	
e	 sua	 espada,	 é	 a	 deusa	que	põe	 limites	 nas	 condutas	 sociais,	 a	 regra,	 a	 regula,	 a	
régua,	e	estabelece	deveres.		Posteriormente	surge	a	idéia	dos	homens,	semi-deuses	
ou	escolhidos	dos	deuses,			que	se	destacam	na	sociedade,	só	o	fazem	pelo	favor	dos	
deuses.	Essas	narrativas	são	seguidas	pelas	narrativas	trágicas.	Essas	aparecem	num	
momento	 em	 que	 as	 pessoas	 não	 só	 estão	 descumprindo	 os	 mandamentos	 das	
narrativas	religiosas,	mas	questionando	estas.		
	
As	 narrativas	 trágicas	 são	 narrativas	 de	 pessoas	 que	 descumpriram	 os	
mandamentos	 religiosas	e	que,	ao	 fazerem	 isso,	 trazem	tragédias	sejam	para	si	ou	
para	 os	 outros.	 Entram	 num	 aspiral	 de	 infortúnios	 nesta	 luta	 contra	 os	 deuses.	 É	
resultado	da	cisão	da	bela	totalidade	da	polis	grega:	um	sujeito	que	vivia	na	polis	e	
se	 identificava	com	as	normas	que	haviam	nesta.	À	medida	que	a	subjetividade	vai	
se	 desenvolvendo,	 começará	 a	 ver	 o	 desmoronamento	 desta	 identidade	 sujeito-
polis-normas	 da	 polis.	 Há	 narrativas	 trágicas	 de	 heróis	 que,	mesmo	 sendo	 heróis,	
desobedecem	as	normas	da	polis,	e	sofre	as	conseqüências	de	sua	desobediência	as	
normas	dos	deuses.	Édipo,	Aquiles.		
	
12/04/2017	
	
Pitágoras:	o	que	explica	as	relações	harmoniosas,	é	a	construção	de	Parâmetros	de	
proporcionalidade	entre	os	elementos	que	compões	determinada	realidade.	Assim,	
pensando	no	Direito,	para	haver	justiça	é	preciso	haver	uma	1.	ordem	estabelecida,	
conjuntos	de	normas,	e	esta	ordem	é	preciso	haver	uma	ordem	cuja	características	
devem	 produzir	 relações	 de	 igualdade,	 sendo	 que	 estas	 devem	 ser	 relações	 de	
proporcionalidade	e	não	salomônicas.	
	
Estas	ilações	estarão	presentes	neste	Período	pré-socrático,	e	até	em	Aristóteles.	
	
	
Platão:	 produzia	 textos	 aporéticos:	 buscava	 desconstruir	 o	 que	 se	 está	 sendo	
debatido,	 sem	propor	uma	proposta	alternativa,	ou	então	uma	situação	de	Duvida	
sobre	o	assunto.	O	que	ele	tentava	mostrar	era	que	a	forma	em	que	a	sua	sociedade	
pensava	 sobre	 certo	 assunto	 era	 equivocada.	 Não	 tinha	 resposta	 para	 o	 que	 era	
certo,	mas	questionava.	Ele	privilegiou	o	problema,	a	dúvida	e	não	a	resposta.	Neste	
sentido,	 realiza	 o	 exercício	 da	 critica	 o	 qual	 é	 problematizar	 a	 realidade,	 e	 não	
encontrar	 verdade.	 Toda	 des-trivialização	 desvela	 o	 ser.	 Ou	 seja,	 traz	 para	 a	
realidade	algo	que	fora	banalizado.		Vide	o	exemplo	da	venda	na	deusa	da	justiça.	A	
filosofia	 vai	 tirando	 as	 “capas”	 que	 vão	 encobrindo	o	 sentido	original.	Haiggen	diz	
que	todo	desvelamento	vai	revelar	algo,	e	isso	é	por	novos	véus.	Ou	seja,	passa-se	a	
privilegiar	 um	 sentido	 cobrindo	 outros.	 Uma	 analise	 muito	 critica	 de	 algo	 que	
desvela	 sentidos,	 acaba	 por	 afirmar	 que	 o	 sentido	 revelado	 é	 o	 correto,	 e	 aí,	
novamente,	surge	a	trivialidade:	inicio	de	um	novo	encobrimento,	colocação	de	um	
novo	véu.	
	
O	espírito	do	homem	não	será	maior	que	seu	tempo.	
	
Em	 A	 Republica.	 A	 medida	 de	 igualdade	 é	 de	 atribuir	 a	 cada	 grupo	 social	
igualmente	o	que	é	adequado,	próprio,	a	cada	grupo	a	partir	dos	afazeres	que	este	
produz	para	a	sociedade.		Se	o	sujeito	é	um	guerreiro,	o	que	é	próprio	ao	guerreiro.	
Se	 era	 agricultor,	 o	 que	 é	 próprio	 ao	 agricultor.	 Tal	modelo	 cria	 castas,	 e	 se	 você	
atribui	 justiça	 a	 partir	 de	 uma	 característica	 do	 ser	 humano	 (atividade	 exercida),	
descarta-se	 aí	 a	 singularidade	 de	 cada	 sujeito	 e	 o	 conjunto	 de	 caracterizações,	
experiências,	 que	 formam	o	 caráter,	 a	 personalidade	 deste.	 É	 claro	 que	 na	Grécia	
ainda	não	havia	o	princípio	liberal	de	que	cada	ser	humano	tem	o	direito	de	ter	seu	
próprio	projeto	de	vida	sem	que	outras	pessoas	definissem	o	que	querem.		
	
A	 idéia	de	cada	um	receber	pelo	que	tinha	aptidão	passa	pelo	problema	de	
quem	 define	 a	 aptidão.	 	 E	 o	 Governante	 era	 quem	 definia	 as	 aptidões.	 Mas	 o	
Governante	Sábio	acessou	a	verdade	ou	só	colocou	novos	véus?	
	
Platão	era	um	critico	da	Democracia.	Ela	é	o	 lugar	da	dóxia,	do	engano,	do	
convencimento.	 Via	 nesta	 um	 lugar	 de	 grandes	 manipulações	 de	 forma	 que	 as	
pessoas	que	não	 se	esforçam	por	pensar	 as	 coisas	 são	manipuláveis	 e	 as	decisões	
tomadas	por	estas	poderiam	ser	ruins,	já	que	seriam	levadas	a	tomar	decisões	pelos	
que	tinha	o	poder	do	convencimento.		
	
Sobre	 o	 tema	 da	 justiça	 um	 dos	 textos	 aporéticos	 mais	 importantes	 é	 o	
Borges.	Neste	 texto,	 Platão	 demonstra	 que	 a	 percepção	 sofista	 do	 que	 é	 justiça	 é	
errado.	 Basicamente	 ele	 força	 Gorges	 a	 dar	 um	 conceito	 de	 justiça,	 e	 apos	 as	
respostas	 de	 Gorges,	 segundo	 o	 qual	 “o	 conceito	 de	 justiça	 é	 aquilo	 	 o	 governo	
segundo	 um	 conjunto	 de	 leis	 que	 a	 população	 decide	 criar	 ainda	 que	 tenha	 sido	
convencida	por	um	grupo	de	pessoas,	ou	única	pessoa,	a	criar	essa	Lei	por	ser	elaa	
correta.	 Isso	 é	 justo”.	 Sócrates	 irá	 criticar	 esse	 conceito	 ironizando	 a	 mesma,	
mostrando	as	conseqüências	inadequadas	deste	conceito	pra	convencer	Górgias	que	
isso	nao	se	sustenta.	Irá	demonstrar	que	o	convencimento	com	fim	último	apenas	do	
convencimento	 sem	 nenhum	 critério,	 ele	 usa	 estratégias	 que	 poderão	 levar	 as	
pessoas	a	se	enganar	sobre	o	que	é	útil	para	si	mesmas.	Então	ele	mostra	que,	assim	
como	 a	 culinária	 e	 a	 medicina	 são	 técnicas,	 artes	 que	 acumulam	 expertises	 e	
saberes,	manipulando	e	indicando	alimentos,	a	culinária	prioriza	o	que	é	agradável	e	
a	medicina	o	que	é	bom.	E	que	a	culinária	deveria	estar	em	 função	da	medicina	e	
não	 o	 contrario.	 Ou	 seja,	 se	 der	 pra	 unir	 o	 que	 	 é	 bom	 ao	 agradável	 ótimo,	mas	
sacrificar	o	que	é	saudável	pelo	que	é	agradável,	não	é	bom.	
	
A	mesma	coisa	acontece	com	a	 justiça,	pois	se	esta	se	constrói	apenas	pela	
retórica,	ela	será	construída	só	o	que	é	agradável	pela	pessoa	e	não	bom.	Ou	seja,	
justiça	construída	espistemicamente	se	baseia,	 fundamenta	no	conhecimento	e	no	
que	 é	 bom.	 Construída	 na	 retórica	 em	 argumentos	 sem	 fundamentos.	 Ou	 seja,	
qualquer	 justiça	 construída	 puramente	 em	 retórica	 é	 adulação.	 É	 basicamente	 a	
partir	do	que	as	pessoas	já	concorda	que	é	bom,	para	convencer	as	pessoas	daquilo	
que	elas	ainda	não	concordam.	Não	se	convence	contrariando.	Na	retórica	vc	parte	
de	 um	 argumento	 que	 se	 sabe	 que	 o	 auditório	 concorda,	 e	 a	 partir	 daí	 busca-se	
convencer	o	auditório	do	que	ele	não	tinha	pensado,	não	concordavam.	São	ilações	
por	coerência	aparente.	
	
Ex.:	 30	 jovens	 que	 estupram	uma	 jovem	de	 15	 anos	 cometem	um	ato	 desumano.	
Logo,	 se	 são	 desumanos,	 não	 podem	 ser	 julgados	 como	 seres	 humanos,	 e	 assim	
segundo	os	Direitos	Humanos,	e	assim	merecem	a	pena	de	morte.	
	
Ou	seja,	a	retórica	não	está	preocupada	com	que	a	platéia	pense	sobre	algo,	
reflita	sobre	o	caso,	mas	que	concorde	com	a	proposição	de	quem	faz	o	discurso.	É,	
portanto,	um	instrumento	de	convencimento	da	proposição,	e	não	de	reflexão.		
	
De	certa	maneira,	o	que	se	pode	aprender	com	isso,	é	que	as	experiências	de	
justiças	 são	 experiências	 criticas	 em	 relação	 aos	 juízos	 produzidos	 por	 meras	
opiniões.	 Justiças	 se	 pauta	 na	 formulação	 de	 juízos	 sobre	 os	 comportamentos	 a	
partir	de	uma	reflexão	sobre	esses	comportamentos,	e	não	pela	perpetuação	sobre	
o	que	 se	opina	 sobre	algo.	E	a	estrutura	procedimental	da	 justiça	é	o	processo	de	
conhecimento.	 Os	 outros	 processos	 são	 processos	 específicos	 do	 processo	 de	
conhecimento.	 	 E	 se	 chama	 processo	 de	 conhecimento	 porque	 se	 sai	 da	 mera	
opinião	para,	pelas	técnicas	do	processo,	o	que	 julga	poderá	ter	um	conhecimento	
consistente	dos	fatos	ocorridos	e	assim	poder	 julgar.	Plantonicamente	falando,	sair	
da	dóxa,	para	tentar	chegar	ao	conhecimento	do	que	houve.		
	
	
Exemplo:	 Férias:	 um	 direito	 social	 de	 todos	 no	 abstrato	 da	 norma	 assim	 como	 o	
dever	 de	 pagá-la,	 mas	 que	 só	 pode	 ser	 exigido	 subjetivamente,	 para	 quem	 está	
numa	 determinada	 posição	 social,	 como	 o	 empregado	 com	 carteira	 registrada.	
Entretanto,	 se	 o	 empregado	 não	 tiver	 carteira	 assinada,	 a	 norma	 em	 sua	 forma	
abstrata	 dá	 a	 este	 também	 o	 direito	 e	 ao	 seu	 empregado	 o	 dever.	 Para	 isso	 o	
trabalhador	deverá	provar	que	tem	vinculo	de	emprego	regulado	por	leis.			
	
	
	
Uma	 ordem	 jurídica	 propriamente	 dita	 não	 tem	 sansões	 transcendentes.	
Esta	tem	uma	ordem	imanente.		
	
	
	
Texto	do	Travessoni:	O	Direito	Natural,	ou	o	Jusnaturalismo,	pode	ser	visto	em	três	
perspectivas	e	Períodos:		
	
Direito	 natural	 cosmológico,	 presente	 na	 antiguidade,	 cujo	 surgimento	 se	 dá	 no	
Período	 arcaico	 Grego.	 É	 caracterizado	 pela	 antítese	 natureza-normatividade.	 Os	
pitagóricos	 são	 os	 primeiros	 a	 refletir	 sobre	 o	 direito,	 entendendo	 mesmo	 como	
sendo	reflexo	da	ordem	natural.	Antigoras	 irá	acrescentar	que	obedecido	o	direito	
Natural	 pode-se	 ignorar	 as	 sanções	 do	 direito	 positivo,	 crido	 pelo	 governante	
humano.		Ou	seja,	o	direito	natural,	e	também	natural	ao	ser	humano,	é	perfeito,	em	
contraposição	ao	artificial	legislado	pelo	legislador	humano.	
	
	
	
Direito	 natural	 Teológico,	 presente	 na	 Idade	 media	 caracterizado	 pela	 antítese	
direito	 divino-direito	 humano,	 identificado	 com	 a	 Filosofia	 medieval	 e	 sua	
característica		teocêntrica.	Neste,	o	direito	deriva	da	vontade	divina.	O	ser	que	criou	
o	 mundo	 dita	 as	 regras	 que	 devem	 guiar	 o	 comportamento	 humano.	 	 	 O	 direito	
humano	deve	tê-las	como	fundamento,	espelhando	as	mesmas	em	seu	nomus.	
	
Direito	 natural	 Moderno,	 ou	 antropológico,	 caracterizado	 pela	 antítese	 direito	
positivo-razão	 individual,	 identificado	com	a	filosofia	contemporânea	marcada	pelo	
antropocentrismo.	 Aqui	 a	 razão	 humana	 deduz	 o	 direito	 natural,	 já	 que	 todos	 os	
seres	humanos	 tem	a	capacidade	de	pensar	e	atuar	de	 forma	racional,	de	 forma	a	
entender	 seus	 direitos	 e	 deveres,	 possibilitando	 o	 conviveu	 social	 civilizado	 e	
harmonioso.	
	
12/04/2017	
	
Grécia:		
	
	
Aristóteles	 e	 Platão:	 a	 coincidência	 deste	 dois	 pensadores,	 enquanto	 filósofos	 no	
final	do	período	normativo	 religioso,	oferecem	uma	explicação	de	mundo	que	não	
depende	da	religião.	Esses	dois	fazem	parte	de	um	período	do	pensamento	humano,	
da	tradição	ocidental	chamada	de	metafísica	do	objeto.	A	verdade	está	no	objeto	a	
ser	entendido,	compreendido,	estudado.		
	
A	 modernidade	 substitui	 a	 metafísica	 do	 objetivo	 pela	 filosofia	 do	 sujeito,	 uma	
compreensão	 filosófica	que	 identifica	o	problema	da	realidade	como	um	problema	
do	pensamento	humano	e	não	a	realidade.	A	verdade	é	algo	vinculado	ao	sujeito	e	
não	ao	objeto.	A	filosofia	do	objeto	vai	dos	gregos	até	a	idade	media.	A	filosofia	do	
sujeito	da	Idade	moderna,	de	descarte	a	Kante.		
	
A	partir	da	Heigel	até	Nietche	se	forma	a	base	de	um	novo	pensar,	e	seria	a	
filosofia	contemporânea,		a	qual	se	consolida	no	século	XX,	chamada	de	filosofia	da	
linguagem,	tendo	como	principal	variável	a	filosofia	analítica.	Buscam	romper	com	a	
dualidade	do	sujeito-objeto.		
	
Temos	três	épocas	do	pensamento	ocidental:	filosofia	do	objeto,	filosofia	do	
sujeito	e	filosofia	da	linguagem	
	
Platão	 e	 Aristóteles	 representam	 a	 filosofia	 do	 objeto,	 da	 metafísica	 do	
objeto,	acreditando		que	a	verdade	está	nas	coisas,	no	mundo	fora	do	ser	humano,	
não	tendo	que	a	verdade	é	uma	construção	humana,	uma	palavra,	de	cultura	e	não	
uma	existência.	
	
Nessa	lógica	Aristóteles	acredita	que	é	observando	as	realidades	que	se	pode	
construir	os	conceitos.	O	conceito	de	algo	são	as	características	deste	algo	que	são	
substanciais,	tendo	os	elementos	essenciais,	o	quais	são	permanentes	separando	do	
que	é	esporádico.	 É	o	processo	de	abstração.	Ou	 seja,	 tirar	para	 fora	da	 realidade	
alguns	elementos	que	definem	a	realidade.	Essa	é	a	estrutura	do	método	aristotélico	
de	estudo	de	toda	a	realidade,	desde	a	classificação	dos	animais	até	a	concepção	de	
justiça.	
	
É	 claro	 que	 na	 base	 da	 constituição	 de	 Leis	 isso	 já	 está	 presente.	 Quando	
estudamos	 a	 tipologia	 dos	 comportamentos	 humanos	 e	 para	 cada	 um	 deles	
construímos	 uma	 Lei,	 o	 que	 estamos	 fazendo	 é	 abstrair	 destes	 comportamentos	
elementos	 repetíveis,	 não	 contingenciais,	 considerados	 fundamentais	 na	
caracterização	 daquela	 experiência.	 Ou	 seja,	 a	 Lei	 é	 a	 abstração	 de	 elementos	
constituídos	 de	 uma	 realidade.	 	 Entretanto,	 desconsidera-ser	 uma	 série	 de	
elementos	da	vida	que	não	se	pode	conter	na	Lei.	Uma	visão	dialética	iria	considerar	
o	exame	destas	questões	não	contidas	nas	Leis.	Uma	visão	mais	restritiva	não,	pois	
só	o	que	está	contido	na	Lei	é	plausível	de	analise.Os	 Romanos	 tratavam	 a	 coisa	 concreta.	 O	 raciocínio	 do	 direito	 de	 Roma	
nunca	 voi	 do	abstrato	para	o	 concreto,	mas	 sempre	entender	um	problema	 social	
como	um	problema	social,	dando	uma	solução	para	este	problema,	pensando	que	a	
solução	tem	que	ser	útil	para	o	problema	e	não	para	respeitar	a	norma.	Respeitar	a	
norma	tem	que	ser	um	meio	para	resolver	o	problema,	e	não	um	fim	em	si	mesmo.	
Não	tinha	como	fim	ultimo	a	existência	das	coisas,	mas	sim	usava	ferramentas	para	
tratar	e	resolver	as	questões	da	realidade.		
	
Na	idade	media	o	discurso	era	priorizar	a	vida	pós-morte,	a	eternidade.	O	que	
se	fazia	determinava	uma	coisa	muito	mais	importante	do	que	realizávamos	na	vida	
material.	O	que	 importava	era	o	que	estava	alem	do	concreto,	 supervalorizando	o	
plano	 do	 abstrato,	 fazendo	 a	 separação	 do	 Bem	 das	 coisas	 da	 vida.	 Para	 a	 idade	
media,	Aristóteles	serviu	para	reforçar	a	prevalência	do	puramente	abstrato,	do	que	
é	separado	da	vida	em	relação	do	que	é	a	vida,	separando	a	alma	da	carne.	
	
O	 pensamento	 escolástico	 que	 influenciou	 o	 pensamento	 jurídico	 até	 o	
século	XX,	prioriza	o	pensamento	abstrato	se	esquecendo	que	o	concreto	uma	vez	
compreendido	 foi	o	que	ajudou	o	pensamento	abstrato	a	distinguir	o	que	é	 justo,	
verdadeiro,	do	injusto	e	falso.		
	
Se	 a	 lei	 é	 o	 que	 importa,	 o	 critério	 de	 decidir,	 não	 é	 preciso	 fazer	 uma	
problematização	maior	do	que	esta,	ou	seja,	o	que	diz	a	Lei.	Parte-se	do	puramente	
abstrato	para	 julgar	o	concreto.	 Isso	ajuda	a	 ignorar	muitas	particularidades	outras	
da	vida.	
	
Desta	 forma,	Aristóteles	 foi	 importante	por	ter	 influencia	vários	pensadores	
modernos,	 e	 influenciou	 o	 próprio	 pensamento	 conservador	 herdado	 da	 idade	
media	para	a	cultura	jurídica,	o	qual	é	denominado	de	pensamento	escolástico.	
	
E	qual	a	outra	característica	que	a	escolástica	trouxe	para	o	Direito?	É	a	que	a	
verdade	está	vinculada	a	autoridade	de	quem	a	emite.	Para	estruturar	e	 legitima	o	
funcionamento	da	igreja	católica	identificou	a	verdade	com	a	autoridade.	De	forma	
que	toda	critica	racionalista,	 iluminista,	se	fez	contra	a	escolástica	afirmando	que	a	
verdade	não	advém	da	autoridade	de	quem	emite,	mas	sendo	livre.		
	
Dica:	 Nos	 dias	 de	 hoje	 muitas	 vezes	 o	 pensamento	 jurídico	 diz	 que	 é	 verdade	
segundo	 o	 critério	 escolástico	 de	 autoridade:	 grande	 jurista,	 tribunal.	 Entretanto,	
deve-se	 considerar	 que,	 se	 o	 tribunal	 disse,	 deve-se	 considerar,	 verificar,	mas	 não	
levar	como	autoridade	e	por	isso	verdade	última.	Ainda	que	se	possa	citar,	é	preciso	
demonstrar,	discutir	os	argumentos.		
	
Ao	levar	isso	para	o	tema	da	justiça,	Aristóteles	observa	a	realidade	e	tende	
dar		o	conceito	estrutural	básico	da	justiça,	analisando	seus	elementos	essenciais,	de	
forma	 a	 encontrar,	 nas	 varias	 realidades	 observadas,	 o	 que	 se	 referia	 a	 justiça,	
estando	 isso	na	obra	Politeia	 (Das	Polis).	Nessa	obra	Aristóteles	coloca	o	 resultado	
de	seu	estudo	de	mais	de	200	cidades,	narrando	o	conjunto	de	informações	reais	de	
realidades	concretas	quando	elas	parecem	ser	sociedades	justas.	Destas	200	cidade,	
o	que	lhe	pareceu	justo,	ele	expõe.	
	
Uma	 primeira	 coisa	 que	 Aristóteles	 diz	 é,	 coincidência	 ou	 não,	 é	 que	 em	
todas	as	cidades	consideradas	justas	havia	um	sistema	de	leis.	Logo	justiça,	num	dos	
seus	 sentidos	 mais	 básicos,	 geral,	 amplo,	 é	 a	 conduta	 segundo	 a	 lei,	 ou	 uma	
sociedade	respeitadora	das	Leis.	Assim	sendo,	uma	pessoas	justa	é	uma	pessoa	que	
age	segundo	a	Lei.	
	
Ele	diz	que	existe	um	sentido	específico,	concreto	de	Justiça	que	depende	do	
sentido	amplo:	 justiça	 se	 faz	por	meio	de	uma	 sociedade	que,	 respeitando	as	 leis,	
promove	a	igualdade	(no	sentido	de	participar	do	bem	comum).	Ou	seja,	as	cidades	
justas	 não	 eram	 apenas	 cidades	 que	 tinha	 leis	 respeitadas,	 mas	 Leis	 capazes	 de	
promover	a	igualdade.		
	
O	que	é	Bem	comum?	O	que	é	igualdade?	O	que	é	Lei?	
	
O	 Bem	 comum:	 é	 aquilo	 que	 se	 pode	 construir	 no	 âmbito	 do	 convívio	 para	 a	
harmonia	 em	 sociedade,	 já	 que	 o	 homem	 é	 um	 animal	 político	 que	 deve	 viver	
sempre	na	companhia	de	outros	homens.		
	
O	 Ethos	 para	 Aristóteles	 para	 homem	 considerado	 isoladamente	 é	 a	 felicidade.	 E	
esta	 em	 Aristóteles	 é	 a	 busca	 por	 um	 estado	 perene	 de	 bem	 estar,	 considerado	
como	 idéia	 de	 serenidade,	 bem	 estar	 estável,	 prolongável,	 sólido,	 sustentável.	 A	
felicidade,	portanto,	é	estar	num	caminho	coerente	com	esse	resultado,	sendo	que	a	
felicidade	 nunca	 pode	 estar	 nos	 extremos,	 e	 sim	 num	 ponto	 médio	 entre	 os	
extremos.	Ou	seja,	nem	ausência	de	desejos	e	entrega	total	aos	desejos,	fúria	total	
ou	passividade	total.	Ela	descreve,	portanto,	a	conduta	boa	para	os	seres	humanos.		
	
O	 bem	 comum	 é,	 portanto,	 a	 construção	 de	 padrões	 sociais	 capazes	 de	
possibilitar	os	cidadãos	estarem	no	caminho	da	felicidade.	É	algo	que	tem	a	ver	com	
a	possibilidade	da	sociedade	como	um	todo	realizar	o	bem	estar	de	todos.	Já	é	algo	
que	está	diferenciando	a	idéia	da	sociedade	está	bem	independente	do	sacrifício	de	
alguns.	 Para	 ele	 o	 Bem	 estar	 é	 de	 que	 o	 todo	 está	 bem	 quando	 todos	 podem	
participar	do	bem	estar.	A	sociedade	é	justa	neste	sentido:	na	igualdade.	Em	Platão	a	
justiça	está	em	prover	a	cada	um	o	que	é	necessário	para	prover	vida	à	cidade.	Em	
Aristóteles	 é	 a	 participação	 de	 todos	 do	 Bem	 Estar.	 Para	 ele	 o	 conteúdo	 das	 Leis	
deveriam	promover	isso,	de	forma	que	todos	em	alguma	medida	participem	do	Bem	
Comum.	Seria	a	igualdade	Distributiva.		
	
Logo,	entendendo	o	bem	comum	pode-se	entender	o	conceito	de	igualdade	
de	 Aristóteles,	 preservando	 a	 igualdade	 já	 existentes	 ou	 corrigindo	 a	 igualdade	
existente.	 Seja	 a	 igualdade	 sinalagmática	 (se	 todos	 estão	 iguais	 são	 tratados	 de	
forma	 uniforme	 pela	 Lei;	 se	 estão	 em	 desigualdade,	 são	 tratados	 de	 forma	
diferenciada	para	restabelecer	a	igualdade	nas	relações),	horizontal	(que	influenciou	
muito	os	códigos	modernos	de	que	as	pessoas	são	iguais,	igualmente	dotadas	de	sua	
plena	faculdades	mentais),	de	forma	que	a	resposta	de	conduta	de	cada	um	tem	que	
ser	diretamente	uniforme,	correlata.		
Em	 relações	 em	 que	 a	 desigualdade	 estão	 estabelecidas,	 e	 as	 pessoas	 que	
estão	desigual	vão	se	relacionar,	as	Leis	devem	corrigir	este	estado	de	desigualdade,	
de	forma	que,	ainda	que	socialmente	as	pessoas	sejam	desiguais,	o	direito	procura	
corrigir	 a	 desigualdade.	 Ele	 faz	 isso	 entendendo	 que	 deve-se	 tratar	 os	 desiguais	
diferentemente	os	desiguais	na	medida	em	que	desigualam,	procurando	corrigir	esta	
desigualdade.		
	
Justiça	 é	 um	 sistema	 em	 que	 há	 lei	 que	 respeitadas	 promovem	 o	 bem	 comum	 e	
igualdade.	
	
Essa	 mesma	 formula	 funciona	 para	 o	 que	 ele	 chamava	 de	 desigualdade	
distributiva,	sendo	essa	a	definição	de	que	diferentes	cidadão	Irão	receber	diferente	
tratamento	do	Estado,	de	forma	que	os	diferente	socialmente,	possam	gozar	do	bem	
estar	comum.	Seria	um	sistema	de	justiça	distributiva,	hoje	comumente	chamado	de	
justiça	social.		
	
Dito	isso,	Aristóteles	irá	dizer	que	há	alguns	elementos	que	complementam	a	
idéia	 de	 justiça,	 o	 sistema	 de	 Leis	 deve	 ser	 por	meio	 de	 vontades	 livres	 e	 nem	 o	
contrato	 feito	 por	 vontades	 que	 não	 são	 livres.	Ou	 seja,	 a	 produção	 da	 Lei,	 a	 sua	
eficiência	e	a	sua	aplicação	devem	ser	feitos	com	alteridade,	com	respeito	ao	outro,	
reconhecendo	o	outro.	Ou	seja,	a	capacidade	de	ver	o	outro,	ouvir	o	outro,	 tomar	
em	consideração	o	outro,	tratar	os	problemas	com	a	oitiva	do	outro.	Sem	isso,	para	
Aristóteles	não	há	Justiça.		
	
Princípios	materiais	de	justiça	em	Roma:	Pactas	sum	sevaniai:	é	um	principio	
é	que	os	pactos,	acordos,	devem	ser	observados.		
	
Princípio	da	Equidade:	é	um	elementobásico	da	justiça,	mas	sendo	um	pensamento	
específico	 para	 Aristóteles	 como	 um	 sentido	 importante	 para	 o	 direito,	 é	 a	
capacidade	 da	 lei	 ser	 tratada	 de	 forma	 a	 traduzir	 adequadamente	 a	 realidade	
concreta	preservando	o	conceito	de	igualdade	no	abstrato	da	Lei.	Cícero	diz	que,	por	
isso,	sem	equidade	o	máximo	de	justiça	pode	ser	o	máximo	de	injustiça.	Isso	porque	
as	 vezes	 se	 uma	 previsão	 de	 justiça	 prevista	 na	 regra	 abstrata	 for	 aplicada	 numa	
realidade	concreta	sem	uma	devida	capacidade	de	mensurar	o	contexto	com	a	régua	
adequada.	 As	 vezes	 o	 critério	 de	 medida	 da	 norma	 não	 é	 capaz	 de	 ler	 certos	
elementos	da	realidade.		
	
O	tratamento	com	equidade	das	leis	é	a	capacidade	de	sempre	entender	que,	
uma	vez	voltando	ao	plano	da	realidade	concreta,	tem-se	uma	Lei	abstrata,	mas	que	
é	preciso	manter	a	coerência	da	lei	com	ela	mesma,	no	sentido	de	que	ela	é	apenas	
uma	 referencia	 abstrata	 para	 uma	 realidade	 concreta	 sendo	 necessário	 que	 a	 Lei	
seja	problematizada	a	partir	 da	 realidade	 concreta,	 de	 forma	que	os	 efeitos	da	 lei	
seja	 coerente	 com	 esta	 realidade	 concreta,	 ou	 seja,	 adequabilidade	 da	 lei	 à	
realidade.	 Por	 exemplo,	 uma	 lei	 que	 determina	 10	minutos	 de	 descanso	 para	 um	
digitador	 pode	 e	 deve	 ser	 adequada	 para	 o	 digitador,	 já	 que	 as	 atividades	 tem	 o	
mesmo	tipo	de	acometimento	de	doença.		
	
Aristóteles	diz	que	a	Lei	é	uma	régua,	mas	que	esta	não	pode	ser	inflexível,	já	
que	a	superfície	dos	casos	concretos	é	cheia	de	detalhes.	Para	ele	a	lei	para	ser	justa	
é	como	a	 régua	de	 lesbos,	 feitas	em	cordas	e	não	em	pedaços	de	madeira,	a	qual	
media	superfícies	diferentes	e	contudo	tinha	precisão	na	medida	destas	superfícies,	
pois	não	perde	a	referencia	de	medida,	aumentando,	isto	sim,	a	precisão	de	medida.		
Em	Roma	há	uma	sociedade	se	formando,	a	qual	depois	vai	dominar	todo	o	território	
em	qual	a	sociedade	grega	se	desenvolveu,	assimilando	o	pensamento	grego	dentro	
de	sua	própria	cultura.	Contudo,	antes	disto	ocorrer,	por	volta	do	ano	700	AC	Roma	
já	está	sendo	formada	por	meio	de	alianças	de	tribos	por	formações	bem	diferentes	
umas	 das	 outras	 e	 que	 quer	manter	 sua	 independência	 dentro	 desta	 cidade.	Que	
quer	 se	 considerar	 livres	mas	estabelecer	normas	para	 a	 convivência	dentro	desta	
cidade.	Para	isso	a	religião	já	não	era	mais	capaz	de	cumprir	esse	desejo	e	portanto	
fundamentam	normas	baseadas	na	livre	vontade	de	cada	um	deles,	surgindo	o	ius.		
	
E	 para	 entender	 o	 direito	 primitivo	 é	 preciso	 compreender	 que	 Roma	 é	
primeiramente	 uma	 cidade	 e	 posteriormente	 o	 império	 (uma	 civilização	 que	 se	
sustenta	pela	dominação	de	outras	e	permanente	expansão	para	a	manutenção	de	si	
mesma).	 E	 é	 como	 império	 que	 devemos	 considerar	 Roma	 a	 parte	 de	 250	 A.C.	
Entretanto,	 do	 ponto	 de	 vista	 da	 política	 interna,	 Roma	 continuava	 sendo	 uma	
republica	 mesmo	 do	 ponto	 de	 vista	 geopolítico	 ser	 um	 império.	 Só	 houve	 um	
império	na	sua	forma	política	a	partir	do	ano	50	A.C.		
	
	
	
Período	Arcaico	em	ROma	
	
O	Rei:	era	uma	espécie	de	sindico	de	Roma.	
	
• um	 tipo	 de	pater	 família	 que	 executava	 as	 decisões,	 ius,	 da	 assembléia	 do	
pater	família.		
• Presidia	as	assembléias	religiosas	da	cidade,	sendo	o	chefe	dos	sacerdotes	
• General	do	exército.		
• O	direito	 arcaico	 se	 consolida	 neste	 Período.	 E	 vai	 da	 origem	de	 Roma	 até	
mais	ou	menos	200	AC.	A	sua	estrutura	é:	
• 	
- pater-Família:	essa	figura	é	determinante	na	estrutura	Romana.	O	
único	 cidadão	 neste	 Período	 é	 o	 Pater-familia.	 Entre	 os	 pater-
familia	o	que	impera	é	a	ius.	Entre	os	pater-família	e	os	alieniuris(	
família,	escravos,	estrangeiros)	aplicavas	normas	costumeiras	mos		
e	normas	religiosas	fas.	Isso	no	âmbito	privado.	
	
No	âmbito	publico,	se	organizavam	em	três	instituições:		
	
1)	 Comícios	 que	 poderiam	 ser	 por	 tribos	 (chefes	 de	 famílias,	 os	
paters)	 ,	 cada	 tribo	 dava	 um	 voto	 e	 se	 decidia	 a	 questão.	
Posteriormente	 o	 Comício	 por	 cúrias,	 como	 uma	 divisão	 por	
bairros.	 Cada	 cúria	 muitas	 vezes	 correspondia	 a	 famílias,	 não	
patrícios,	 plebeus.	 Cada	 cúria	 um	 voto.	 Depois	 os	 comícios	 por	
centúrias	(100	soldados)		
	
2)	 Senado:	 era	 a	 formação	 de	 um	 grupo	 que	 votava	 leis	
autorizadas	 serem	 votadas	 pelo	 senado,	 e	 que	 acompanhava	 a	
execução	 destas,	 e	 formado	 por	 sênior,	 os	 chefes	 mais	
experientes	(sacerdotes	aplicadores	das	leis	no	âmbito	da	religião,	
comandantes	de	exércitos).	Em	400	antes	de	Cristo,	a	aplicação	da	
lei	 já	 se	 dava	 por	 órgãos	 civis.	 Até	 450	 eram	 os	 sacerdotes	
religiosos	 tinha	 a	 tarefa	 de	 auxiliar	 o	 rei	 na	 aplicação	 das	 Leis	
criadas	pelos	comícios	e	pelo	senado.		
	
3)	Rei:	aplica	as	Leis	criadas	por	meio	do	Senado	e	dos	Comícios.	
Das	 Leis,	 Lex,	 a	 que	 mais	 interessa	 é	 a	 Legem	 axtiones,	 as	 que	
criavam	 os	 direitos	 objetivos,	 pois	 criavam	 a	 actio.	 Os	 romanos	
criavam	uma	forma	de	se	exigir	alguma	coisa,	o	caminho	para	se	
exigir	algo,	e	por	conclusão	aquilo	passava	a	ser	considerado	um	
direito.	 Ou	 seja,	 a	 garantia	 da	 realidade	 de	 algo	 e	 não	 algo	
abstrato.	 Quando	 passou	 a	 decisão	 nas	 mãos	 de	 magistrados,	
essas	 formas	 passaram	 a	 ser	 mais	 específicas,	 de	 forma	 que	 o	
julgador	julgasse	somente	o	que	estava	na	lei,	já	que	ela	era	criada	
pelas	 famílias,	 e	 representava	 a	 sua	 autonomia	 dentro	 da	
realidade	da	cidade.	Neste	caso	era	a	autonomia	pública.	547	
- 	
	
República	400-50	AC		
	
• Permite	um	corpo	administrativo	mais	consistente	
• Permite	um	poder	mais	estruturado,	o	Senado.		
• No	lugar	do	Rei	institui	uma	série	de	Magistrados	
	
Império:	50	AC-250	DC	
	
• A	ditadura	romana	só	podia	ser	exercida	fora	de	Roma,	mas	Julio	Cesar	toma	
os	poderes	do	Senado	para	si	mesmo.		
• A	 idéia	 de	 que	 Roma	 é	 uma	 Republica	 não	 desaparece.	 Otavio	 Augusto	
considerava	o	senado	como	um	órgão	de	autoridade	
• Com	a	consolidação	d	
• Príncipes	pq	passaram	a	ser	considerados	os	primeiros	magistrados,	estando	
acima	dos	outros	pela	técnica	de	revogar	a	decisão	de	outros	magistrados	se	
entendesse	 que	 a	 decisão	 era	 injusta.	 Tinham	 os	 ditadores	 também	
mandatos	que	não	se	acabavam,	como	no	caso	dos	magistrados	comuns	
• 	
Dominato:	250	DC	
	
• Adriano	 intensifica	 a	 concentração	 de	 poder	 nas	 mãos	 de	 um	 único	
magistrado,	 consolidando	 essa	 forma	 de	 poder	 impedindo	 o	 senado	 e	 a	
qualquer	 um	 magistrado	 de	 exercer	 qualquer	 tipo	 de	 poder	 que	 não	
estivesse	subordinado	ao	Cesar.		
	
• O	Imperador	é	como	dono	do	poder,	anulando	a	pluralidade	de	 instituições	
políticas.		
	
Só	 se	 pode	 falar	 da	 produção	 da	 norma	 pela	 simples	 vontade	 do	 imperador	 a	
partir	deste	Período	do	Dominato.	Aquilo	que	é	vontade	do	Rei	tem	força	de	Lei	só	
por	ser	vontade	do	Rei.		
	
Ius	 morilus	 receptus	 (período	 arcaico):	 toda	 proposição	 de	 uma	 lei	 advinda	 dos	
costumes,	 quando	 enviada	 para	 os	 COMÍCIOS	 ou	 Senado,	 deveria	 ter	 uma	
interpretação	 dos	 costumes	 de	 modo	 a	 mostrar	 como	 estes	 poderiam	 receber	 a	
proteção	do	direito.		
	
A	partir	de	200	AC	de	cristo	surge	o	Direito	Romano	Clássico,	onde	o	saber	jurídico	
passou	 a	 ser	 intensificado,	 com	 criação	 de	 faculdades	 de	 Direito,	 e	 havia	 um	
investimento	publico	nestas	escolas,	sugindo	uma	 linguagem	complexa	do	Dirreito.		
onde	havia	várias	criadoras	de	leis.		
O	juristas	nesta	época	eram	as	pessoas	mais	sábias	de	em	qualquer	cultura.	Para	os	
romanos	 as	 técnicas	 jurídicas	 implicamvam	 no	 conhecimento	 de	 toda	 a	 vida.	 Era	
preciso	conhecer	como	a	sociedade	funciona	para	entender	as	leis.		
	
Este	período	vai	de	200	ac	até	150	dc.	
	
Já	 temos	 o	 movimento	 dos	 Césares	 tomando	 econcentrando	 o	 poder,	
diminuindo	a	sofisticação	jurídica.	A	partir	de	Adriano,	a	concentração	é	ainda	maior	
e	é	tomado	o	poder	da	criação	das	normas,	dando	um	golpe	final	ao	modelo	Clássico	
Romano,	com	a	crise	do	império,	intensificada	a	partir	do	ano	300	dc.	Isso	por	causa	
da	falta	de	escravo	e	falta	de	investimento	na	tecnologia.	Isso	e	outros	fatores	gera	
uma	 crise	 interna	 enorme	 com	 crise	 alimentar,	 disputa	 políticas,	 guerras	 civis,	 e	
decadência	do	ensino	jurídico	por	falta	de	recursos.	
	
O	terceiro	período	da	historia	romana	é	Pós-Clássico.		
	
	
Ius	 honorário:	 produz	 um	 ganho	 de	 sofisticação	 da	 linguagem	 jurídica	 tanto	 do	
ponto	de	vista	da	norma,	com	os	editos,	permitindo	a	produção	de	normas	a	cada	
ano,	 segundo	 a	 duração	 do	 mandato	 dos	 juízes,	 e	 na	 aplicação	 das	 normas,	
permitindo	 que	 houvesse	 o	 contraditório,	 sem	 contudo	 que	 o	 vinculo.	 O	 que	 se	
tentou	foi	assegurar	a	segurança	do	acesso	da	população	das	normas,	e		
	
Neste	período	clássico	o	 trabalho	dos	 jurisconsultos	 se	 tornaram	altamente	
relevante.	Os	magistrados	não	eram	necessariamente	conhecedores	do	Direito,	pois,	
salvo	 quando	 eram	 jurisconsultos	 que	 se	 tornavam	 magistrados,	 exerciam	 a	
magistratura	 apenas	 por	 um	 Período.	 Os	 jurisconsultos,	 portanto,	 eram	 os	
assessores	dos	magistrados,	já	que	eram	os	estudiosos	da	Lei.	Com	o	tempo,	devido	
ao	 fato	dos	magistrados	estarem	decidindo	 longe	de	Roma,	devido	a	expansão	do	
Império,	 os	 jurisconsultos	 passaram	 a	 produzir	 	 literatura	 escrita	 sobre	 a	
interpretação	do	Direito,	as	doutrinas,	de	forma	a	possibilitar	aos	magistrados	mais	
distantes	a	decidirem	em	acordo	com	a	Lei.		
	
Ius	civilis	
Ius	juridico	
	
Ius	 prudentio	 Jurisprudência	 fonte	 do	 direito	 em	 Roma	 não	 é	 o	 trabalho	 do	 juiz.	
Surge	como	um	saber	que	os	magistrados	dependiam	pra	decidir	bem.	Surge	como	
um	saber	voltado	à	concreção	do	direito,	ao	debate	do	direito	aos	casos	concretos.	É	
o	que	aqueles	que	estudam	o	direito	pensam,	debatem,	dizem	sobre	os	casos	reais,	
dinâmicas	 concretas,	 e	 não	 abstratas.	 Em	 Roma,	 portanto,	 a	 literatura	 jurídica	
construída	 era	 voltada	 a	 dar	 boas	 decisões	 a	 problemas	 práticos.	 Só	
instrumentalmente	é	que	debates	mais	teóricos	acabaram	sendo	constituídos,	mas	
sem	perder	de	vista	a	necessidade	de	resolução	de	problemas	reais.	É	a	partir	desta	
concepção	que	normas	novas	foram	sendo	criadas.	 	Sentença	não	era	uma	decisão	
do	juiz,	mas	uma	afirmação	feita	pelos	jurisconsultos,	os	juristas	da	época.		
	
No	 período	 do	 principado,	 com	 o	 surgimento	 dos	 ditadores	 que	 se	 tornariam	
imperadores,	temos	o	surgimento	de	uma	quarta	fonte	do	direito,	o	produzido	pelos	
césares:	 decreta	 (normas	 individuais	 para	 executar	 certas	 tarefas)	 ou	 constitué	
(constitucionais	quando	entendiam	que	eram	novas).	E	é	uma	quarta	fonte	porque	
os	 césares,	 Magistrados	 superiores,	 publicavam	 editos,	 permanentes,	 a	 qualquer	
hora,	 permanente	 (perpétua)	 e	 que	 colocavam	 abaixo	 os	 editos	 de	 outros	
magistrados.	 	 Quando	 essa	 prática	 se	 consolidada,	 as	 regras	 produzidas	 pelo	
imperador	,	por	volta	de	40	antes	de	Cristo,	podiam	ser	destoantes	das	produzidas	
por	outros	magistrados.		Mesmo	com	o	aparecimento	dos	césares	o	direito	continua	
sendo	sofisticado,	e	a	polifonia	de		produção	normativa,	ajudando	a	compor	a	forma	
de	decidir,	continuou	a	exigir	uma	linguagem	sofisticada,	um	saber	sofisticado	para	
saber	lidar	com	ela.	Ainda	havia	inicialmente	o	debate	jurídico	e	etc.	
	
Quando	 o	 poder	 dos	 imperadores	 se	 torna	 ainda	 mais	 centrado	 neles,	
anulando	a	capacidade	do	senado	de	se	opor	a	estes,	subjugando	os	 jurisconsultos	
na	 formulação	 de	 jurisprudência,	 por	 volta	 de	 250	 D.C	 com	 o	 surgimento	 do	
Dominato,	começa	haver	uma	mudança	da	linguagem	jurídica.		
	
A	partir	de	Adriano,	há	a	produção	de	uma	lei	de	conferencia	de	poder	a	este	
césare	e	por	meio	do	Comício	convocado	delegava	permanentemente	todo	o	poder	
do	 povo	 romano	 ao	 imperador.	 Não	 haveria	 mais	 assunto	 que	 o	 imperador	 não	
poderia	 legislar	 pela	 própria	 vontade.	 Isso	 reduzia	 a	 complexidade	 em	 relação	 a	
dualidade	com	o	senado.		
	
Quanto	 aos	 magistrados,	 mandou	 compilar	 todos	 os	 editos	 que	
consideravam	úteis	em	uma	única	obra.	Uma	vez	feito	este	trabalho,	publicou	uma	
constituição	 chamada	 de	 Editus	 perpetum,	 dizendo	 que	 os	 magistrados	 não	
precisavam	mais	editar	éditos,	passando	ser	proibido	a	 formulação	de	editos	pelos	
magistrados,	podendo	esses	agora	só	aplicar	os	editos	perpétuos	de	Adriano.		
	
Criou	 Adriano	 um	 credenciamento	 de	 jurisconsultos.	 Os	 credenciados	
poderiam	 emanar	 respostas	 oficiais	 para	 as	 duvidas	 dos	 magistrados,	 e	 essas	
respostas	 eram	 oficiais.	 Os	 jurisconsultos	 sem	 credenciais	 poderiam	 debater,	 mas	
não	produzir	Lei	por	meio	de	suas	respostas,	 já	que	as	respostas	dos	jurisconsultos	
credenciados	vinculavam	os	magistrados	às	suas	sentenças.	Como	o	imperador	tinha	
o	poder	de	credenciar,	é	claro	que	ele	tinha	domínio	sobre	esse.	A	partir	disto,	surge	
um	novo	Período:	
	
Período	pós-clássico.	
	
Este	 Período	 se	 dá	 já	 num	 período	 em	 que	 o	 império	 e	 as	 instituições,	
inclusive	as	judiciárias,	estão	declinando.	Os	cuidados	com	a	forma	que	procuravam	
garantir	 justiça	e	 legalidade	passam	a	ser	 ignorados,	e	surge	a	cognitivo	extra	orio,	
ou	 seja	 o	 conhecimento	 extraordinário,	 na	 qual	 o	 juiz	 não	 tinha	 muito	 uma	
sequencia	do	que	deveria	seguir,	de	forma	que	tinha	liberdade	para	definir	como	o	
rito,	o	processo,	ocorreria.			
	
Junto	 a	 isto	 cada	 vez	 mais	 as	 normas	 produzidas	 pelo	 Imperador	 ou	 as	
produções	dos	jurisconsultos	passam	a	definir	as	decisões	dos	magistrados,	e	estes	
praticamente	param	de	produzir	normas.	A	estrutura	do	período	anterior	deixa	de	
ter	a	sua	Ação	de	garantir	a	segurança	jurídica,	e	o	formalismo	é	mais	voltado	para	
garantir	 o	 poder	 da	 autoridade	 do	 que	 a	 garantia	 de	 quem	 provoca	 a	 justiça	 ter	
aceso	ao	seu	direito.		
	
Começa	haver	o	desaparecimento	das	grandes	escolas	de	Direito	e	uma	das	
principais	razões	era	a	questão	econômica	do	império	que	estava	abalada.		
	
Nesta	 situação	 de	 crise	 institucional,	 o	 primeiro	 problema	 que	 começa	 a	
aparecer	é	que	não	se	tem	mais	 juristas	respeitados,	que	procuravam	manter	uma	
lógica	técnica	do	Direito.	
	
Ius	 respondende	 ou	 Tribunal	 dos	mortos:	 por	 volta	 do	 século	 IV,	 os	 imperadores	
estabeleceram	que	os	magistrados	 para	 decidirem	 só	 poderiam	 seguir	 as	 decisões	
dos	 juristas	altamente	respeitados	(11	 jurisconsultos)	mesmo	que	estes	estivessem	
mortos.	Se	houvesse	desentendimento	nas	decisões	destes,	valeria	o	entendimento	
da	 maioria.	 Se	 houvesse	 empate,	 o	 de	 papiniano	 decidia	 segundo	 decisão	 do	
imperador.		
	
Entretanto,	 quando	 não	 encontravam	 respostas	 que	 desejavam	 nas	 obras	
destes	juristas	clássicos,	os	advogados	falsificavam	as	obras.		
	
Em	 razão	 disso,	 no	 final	 do	 período	 IV,	 surge	 uma	 nova	 técnica,	 que	 foi	 a	
técnica	 da	 copilação.	 Os	 imperadores	 nomeavam	 juristas	 para	 copilarem	 livros	
oficiais	 do	 império.	 Ou	 seja,	 o	 que	 não	 estivesse	 nesses	 livros	 não	 poderia	 ser	
utilizado	para	defender	uma	causa.	Essa	técnica	permitiu	a	normalização	do	direito	
neste	período,	no	qual	não	havia	mais	grandes	escolas	de	direito.		
	
Em	meados	do	século	V	DC,	a	estrutura	do	império	desaba,	e	a	retomada	de	
ocupação	política	pelos	povos	romanos	em	território	que	os	Romanos	abandonaram.	
Enquanto	isso	ocorre	no	extremo	oeste	e	norte	do	império,	este	tenta	se	reorganizar	
na	 região	 oriental	 do	 império.	 O	 imperador	 consegue	 reorganizar	 a	 economia	 e	
instituições	 do	 mesmo,	 sendo	 esse	 Justiniano.	 	 Desde	 seu	 pai,	 Justino,	 já	 haviam

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