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Mono Esther (PRONTA)

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FACULDADES INTEGRADAS HÉLIO ALONSO 
 
 
 
 
 
 
 
 
Esther Cristina Moraes Candido 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A IGREJA UNIVERSAL NA ERA DIGITAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Rio de Janeiro 
2015 
Esther Cristina Moraes Candido 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A IGREJA UNIVERSAL NA ERA DIGITAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Monografia apresentada ao Curso de 
Graduação em Jornalismo das Faculdades 
Integradas Hélio Alonso, como requisito parcial 
para a obtenção do título de Bacharel em 
Jornalismo, sob a orientação da Professora 
Ariadne Jacques. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Rio de Janeiro 
2015 
A IGREJA UNIVERSAL NA ERA DIGITAL 
 
 
 
 
 
 
Esther Cristina Moraes Candido 
 
 
 
 
 
 
Monografia apresentada ao Curso de 
Graduação em Jornalismo das Faculdades 
Integradas Hélio Alonso, como requisito parcial 
para a obtenção do título de Bacharel em 
Jornalismo, submetida à aprovação da seguinte 
Banca Examinadora. 
 
 
 Banca Examinadora 
 
 _________________________ 
 Professora Ariadne Jacques 
 Orientadora 
 
 _________________________ 
 Membro da Banca 
 
 _________________________ 
 Membro da Banca 
 
 Data da Defesa 
 _____ / _____ / _____ 
 
 Nota da Defesa 
 
 __________________ 
 
 
 
 
 
Rio de Janeiro 
2015 
RESUMO 
 
 
Diante do avanço das tecnologias de informação, é possível afirmar que a religião 
exerce poder na economia, cultura, política e na sociedade como um todo. Com os 
meios de comunicação não foi diferente, pois grupos religiosos compreenderam qual 
era a melhor forma de atingir seu público alvo de forma direta e abrangente. Dentre 
esses fenômenos de igreja eletrônica, destaca-se a Igreja Universal do Reino de 
Deus, liderada pelo bispo Edir Macedo, que além de ser um sistema religioso, 
controla um dos maiores conjuntos de empresas de comunicação, investindo pesado 
neste modelo. É uma estratégia que serve para atrair cada vez mais fiéis, por meio 
das redes de rádio, da maior gravadora gospel do país, emissoras de TV, além de 
tiragens de jornais da Folha Universal, com distribuição nacional, entre outros 
veículos no espaço virtual. Portanto, o objetivo deste trabalho foi fazer uma análise 
das plataformas digitais utilizada pela Igreja Universal, principalmente do portal 
principal que busca alcançar a todos os tipos de públicos, desde o juvenil até os 
adultos. Além disso, verificar quais são as estratégias de comunicação utilizadas 
pela Igreja Universal do Reino de Deus (IURD) no meio digital. 
 
 
Palavras-chaves: informação, religião, igreja, digital. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
INTRODUÇÃO ........................................................................................................................................... 5 
1. HOMEM E A RELAÇÃO COM O FENÔMENO RELIGIOSO .................................................................. 7 
1.1. Judaísmo religião de onde veio o Cristianismo ....................................................................... 8 
1.2. Cristianismo ........................................................................................................................... 11 
2. IGREJAS ELETRÔNICAS INSERIDAS NA GLOBALIZAÇÃO .................................................................. 14 
2.1. Difusão das Igrejas Eletrônicas e do Neopentecostalismo ................................................... 16 
2.2. Primeira onda de implantação do pentecostalismo ............................................................. 18 
2.3. Segunda onda de implantação do pentecostalismo ............................................................. 18 
2.4. Terceira onda de implantação do pentecostalismo .............................................................. 19 
2.5. Igreja Eletrônica e suas estratégias ....................................................................................... 19 
3. IMPÉRIO DA IGREJA ELETRÔNICA IURD ......................................................................................... 22 
3.1. Edir Macedo: Um empresário de sucesso no comando de sua igreja eletrônica ................. 26 
3.2. Universal na era digital .......................................................................................................... 31 
4. COMUNICAÇÃO DA UNIVERSAL ATRAVÉS DAS REDES SOCIAIS ..................................................... 35 
4.1. Análise dos setores do site .................................................................................................... 36 
4.2. Pastor Online 24 horas – Fiel da Igreja que utiliza o serviço ................................................. 40 
4.3. Outros setores ....................................................................................................................... 40 
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................................. 43 
REFERÊNCIAS .......................................................................................................................................... 45 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
INTRODUÇÃO 
 
Não há registros de estudo na História, Antropologia, Sociologia, ou em outra 
ciência social que comprove que os humanos não tivessem algum tipo de crença 
religiosa em qualquer era documentada. As religiões assim como as artes e as 
técnicas, fazem parte da humanidade, pois é um fenômeno cultural. Grande parte de 
todos os movimentos significativos tiveram a religião como o seu impulsor. Segundo 
o filósofo, Marcus Valério (2003), a palavra religião deriva do termo grego Re-Ligare 
e significa religação com o divino. Ainda de acordo com ele, há outro significado, o 
da crença na existência de um poder ou princípio superior, sobrenatural. Tal 
definição está ligada a aspectos místicos e religiosos, que também abrangem os 
segmentos mitológicos (coleção de contos e lendas com uma concepção mística em 
comum) e qualquer doutrina ou forma de pensamento, que possua como 
característica principal um conteúdo que vá além do mundo ou seja metafísico. 
Ainda para Valério, a maioria das guerras foi motivada por questões 
religiosas. Além disso, pode-se dizer que as estruturas sociais foram definidas a 
partir das religiões, e grande parte do conhecimento científico, filosófico e artístico 
vieram de grupos religiosos, na maior parte da história do mundo estiveram 
vinculados ao poder político e social. Ele afirma também que apesar do mundo ter 
evoluído técnico e cientificamente, ainda há um “marcado” para o fenômeno religioso 
na cultura humana: 
Atualmente, por mais que o mundo tenha evoluído em termos 
científicos, o fenômeno religioso sobrevive além disso e cresce cada 
vez mais, superando as previsões que levavam a acreditar que teria 
um fim. A grande maioria da humanidade tem algum tipo de crença 
religiosa de forma direta ou indiretamente e ainda assim a religião 
continua a promover diversos movimentos humanos e também 
mantendo a harmonia entre os estatutos políticos e sociais. 
(VALÉRIO, 2003, pg.1) 
 
6 
 
Para o professor de religião Edvaldo Siqueira (2010), o fenômeno religioso 
aparece em todas as épocas e lugares. Geralmente, as pessoas buscam um ser 
superior para sentirem conforto e proteção diante dos desafios e dilemas que fazem 
parte do mundo. Os valores vão se renovando à medida que se estabelece o contato 
religioso ou a crença que, por sua vez, se cristaliza e incorpora o contexto social. 
Ainda para ele, os religiosos colocam a fé e a crença em primeiro lugar. Isto 
significa que elas podem ser diretamente influenciadas pelas igrejas e pelosseus 
líderes espirituais. Por esta razão, a fé pode ser explorada e transformada em uma 
verdadeira fonte de lucro. 
Portanto, esta monografia tem como objetivo problematizar sobre as 
estratégias de comunicação, através das ferramentas digitais, priorizando as redes 
sociais, utilizadas pela Igreja Universal do Reino de Deus (IURD). Os principais 
autores que farão parte do corpo teórico são: Quentin Schultze (1988), Mathieu 
(1988), Anthony Giddens (1991), Leonildo Campos (1997), Paul Freston (1987) e 
Marilena Chaui (1997). 
Metodologicamente, este trabalho será desenvolvido através de pesquisa 
bibliográfica, análises de conteúdo veiculadas nas mídias sociais, com o objetivo de 
buscar informações relevantes para dar consistência aos fenômenos que estão 
sendo estudados. 
Esta monografia será organizada na seguinte forma: o primeiro capítulo trará 
uma abordagem sobre o homem e o fenômeno religioso, demonstrando de que 
forma a ligação entre os humanos e a fé têm-se mantido desde o início da 
documentação religiosa até o presente momento. 
O segundo capítulo desenvolve uma linha do tempo da IURD, demonstrando 
como ela era e de que forma ela chegou ao nível de ascensão visto nos dias de 
hoje. No terceiro capítulo será apresentada a história da Igreja Universal e suas 
estratégias de comunicação para fidelizar seus seguidores. O quarto capítulo faz 
uma análise do site da IURD. Por fim, serão feitas as considerações finais. 
7 
 
1. HOMEM E A RELAÇÃO COM O FENÔMENO RELIGIOSO 
 
No contexto bíblico, a primeira relação entre o ser humano e um ser supremo 
inicia-se em Gênesis, capítulo 1, versículo 27. Nesta narrativa, o homem é criado do 
pó da terra, sendo semelhante à imagem de seu Criador. Aos olhos da comunidade 
científica, o humano evoluiu, adaptando-se aos climas e habitats diferentes. Os 
adeptos da Teoria Darwinista, afirmam que este ser evoluiu a partir do 
australopitecos ou pithekos, que em grego significa macaco. 
Segundo o publicitário Jadiel Luís de Oliveira (2013), que escreveu a 
monografia Altar Eletrônico: o rompimento do dogmatismo face à modernidade da 
comunicação, esse antagonismo de verdades entre o bíblico e o científico acontece 
porque não existe uma verdade universal. Marilena Chaui (1997), através da análise 
feita por filósofos como Galileu, Francis Bacon e Descartes, em seu livro O que é 
ideologia, traz uma nova concepção, agora a do homem como ser livre e universal, 
tendo no trabalho seu engrandecimento natural e espiritual. 
De acordo com Chaui (1997), no livro Convite à Filosofia, o Cristianismo 
originou-se da religião judaica, tão antiga como as outras religiões. Porém, o 
Cristianismo tinha algo que não se assemelhava ao judaísmo: a ideia de 
evangelização, ou seja, espalhar a “boa nova” para o mundo inteiro, a fim de 
converter os não-cristãos, com o intuito de torná-la uma religião universal. Já a 
ciência iniciou-se na Grécia, com o surgimento de pensadores e filósofos com 
teorias a partir dos questionamentos humanos, na tentativa de encontrar respostas, 
para questões como: O que há lá fora?; Do que o mundo é feito?; Como chegamos 
aqui? 
Segundo a teóloga Lúcia Pedrosa-Pádua (2010), na Antiguidade existia o 
monoteísmo (monos-theos), a crença em um único deus. Após, desenvolveu-se o 
politeísmo, a crença em vários deuses, feitos à imagem dos homens. Porém, com a 
evolução, pessoas mais instruídas entenderam que formas ou atividades diversas 
eram somente de um único deus. 
No artigo o Homem e o fenômeno religioso, de Pádua-Pedrosa (2010), diz-se 
que os mitos religiosos são apresentados como algo muito próximo da divindade, 
citando exemplos como os mitos babilônicos, em que o deus Marduck modelou o 
8 
 
primeiro homem com o sangue de um deus e o pó da terra. Já no Egito, o deus Tok 
transmitia a vida, a partir do sopro. Ainda de acordo o artigo, o desejo de 
hominização-divinização estaria na origem das religiões. A partir desta concepção, o 
ateu Feurback (1941) afirmou que Deus é uma projeção daquilo que o homem 
poderia e gostaria de ser. 
Para o teósofo José Reis Chaves (2014), a nossa visão sempre está 
avançando a partir de nossa evolução. Diz ele que seria meia verdade a afirmação 
de que o politeísmo é uma religião de vários deuses, já que esta não deixa de ser de 
algum modo monoteísta, pois crê que há um chefe supremo dos seus deuses. “O 
Brâman, equivale ao Deus verdadeiro e único do monoteísmo (I Timóteo 2:5). “Deus 
é o Pai dos espíritos” (Hebreus 12:9), que quer dizer, o chefão dos espíritos”. 
Assim, a Grécia foi o berço da Filosofia, pois era uma sociedade marcada 
pela devoção ao divino em paralelo com a evolução do conhecimento, da sabedoria 
e da razão. Para Chaui (1997), a capacidade intelectual é razão para organizar a 
realidade, pela qual se torna compreensível as explicações em que a filosofia tenta 
entender a dualidade e as divergências sobre a relação do homem com a razão e o 
divino. 
Segundo o filósofo Marcus Valério (2003), em seu livro O que é a religião, as 
práticas religiosas apresentam a ordem cronológica como a característica principal. 
Assim, as formas religiosas predominam a partir da evolução, nos diferentes 
estágios culturais, próprios de qualquer sociedade. 
 
1.1. Judaísmo religião de onde veio o Cristianismo 
 
Segundo a Bíblia Apologética (1998), o judaísmo é uma das religiões mais 
antigas do mundo, com cerca de 2000 a.C., no Oriente Médio, sendo a primeira de 
prática monoteísta. Nesta religião, a crença é a de que o Messias surgirá em busca 
da redenção humana, em que Deus é criador de tudo, inclusive do homem. 
Apresenta a divisão em três vertentes: ortodoxo, conservador e reformado. 
Collin (1988) afirma que Abraão foi um dos fundadores da religião e os judeus 
o consideram como o pai do povo, a partir da Toráh ou Pentateuco. Por meio da 
9 
 
Bíblia Sagrada podemos entender melhor a história dos judeus que enxergam Abrão 
como ancestral dos israelitas e o pai espiritual de todos os que aderem à fé bíblica. 
Abraão teve uma inspiração divina ao observar a natureza à sua volta concluindo 
que deveria haver um Ser Supremo, que governava todo o universo e estabelecera 
leis da natureza. A percepção de Abraão estava de acordo com que aprendera na 
Academia de Shem em Jerusalém. A partir desse fato, ele tentou convencer ao pai 
Terach e à população da região sobre a falsidade do politeísmo, o que gerou fúria no 
rei Nimrod condenando-o à fornalha ardente. 
No livro de Gênesis, capítulo 12, versículo 1 ao 3, explica-se a existência 
divina na qual Abraão acreditava, quando o deus o salvou da fornalha sem nenhuma 
queimadura. Após longos anos de experiência de vida e também de relação com o 
deus desconhecido, aos 75 de idade, ele teve o primeiro contato real com Deus no 
qual este se revelou pela primeira vez, dizendo-lhe para abandonar (Lech-Lcchá – 
Vai-te) as práticas politeístas e sair de Ur Casdim na Mesopotâmia para ir em 
direção à terra de Canaã, atualmente a Israel. 
O historiador Silva (2015) afirma que a história se desenvolve neste contexto 
em que Isaque, filho de Abraão, tem um filho chamado Jacó que entra em confronto 
com um anjo de Deus e passa a ser chamado Israel. Então, os 12 filhos de Jacó dão 
origem a 12 tribos que formam o povo judeu. Por volta do ano 1.700 a.C., o povo 
migra para o Egito e são escravizados por cerca de 400 anos por faraós. Segundo 
os judeus, a libertação vem através de um homem criado por uma das filhas do 
faraó da época, que se chamava Moisés. 
O povo judeu também conhecido como povo de Israel, é libertado por volta de 
1.300 a.C por Moisés. Assim, ele se transforma no líder do povo judeu e após se 
livrardo faraó, passa a viver no deserto. Moisés é levado por Deus para o monte 
Sinai, onde fala com ele e entregam os Dez Mandamentos para que o povo obedeça 
à divindade. Mas depois de praticarem atos que não são condizentes com a crença, 
segundo a Bíblia, Moisés quebra as tábuas com ira e por esse fato, as refaz. 
O desdobramento do judaísmo acontece em Jerusalém, tempos depois, 
quando a cidade é transformada em um centro religioso, pelas mãos do rei Davi. 
Mais adiante, o fim do reinado do filho de Davi, Salomão, em 935 a.C., resultou em 
uma verdadeira crise sucessória com a divisão das tribos em dois reinos: Reino de 
Israel, na Samaria, e o Reino de Judá, com capital em Jerusalém. Os judeus tinham 
10 
 
já uma cultura repleta de práticas. Segundo o professor de História, André Ricardo 
Nunes (2010). 
“Os judeus possuíam já no século I d.C. um vasto “corpus”literário que incluía 
textos de lei, profecia, cânticos, sabedoria, apocalíptica e histórias” (SANTOS, 2015, 
site) 
Nunes (2010) explica que o povo judeu ficou em um momento de instabilidade 
e receio, devido ao sistema político integrado de civilizações as quais os dominaram. 
O site Cleofas (2015) afirma que o judaísmo ficou vulnerável a divisão política 
e territorial, ocasionando o enfraquecimento militar. Como consequência, acabaram 
sendo dominados por outras civilizações. No ano de 721 a.C, o Reino de Israel é 
exterminado, com a conquista dos assírios sob o território, por volta de 586 a.C. O 
rei Nabucodonosor II invade o Reino de Judá, destruindo o Templo de Jerusalém e 
deportando a maioria dos habitantes para um lugar chamado de Cativeiro da 
Babilônia (Mesopotâmia), iniciando a primeira diáspora judaica que durou cerca de 
meio século. 
De acordo com o site Mundo da Educação (2015), em relação a civilização 
hebraica, a retomada da cidade de Jerusalém só aconteceu, pois, o rei persa Ciro I, 
libertou os judeus da Babilônia, em 539 a.C. A partir desse momento teve reinicio a 
peregrinação em direção a Jerusalém. Nesse período, eles se organizaram em um 
pequeno Estado que foi definido pelos persas, onde reconstruíram o templo e 
viveram um breve tempo de independência. 
Quando outras civilizações expansionistas realizaram o domínio sob o povo 
judeu, em 332 a.C., o rei macedônico Alexandre, o Grande, foi responsável por 
controlar os judeus. É neste momento que começa a ser desenvolvido o início do 
Cristianismo, pois o controle dos macedônios chega ao fim, no século I a.C., quando 
os romanos passam a conquistar e a ter o domínio sob os territórios antecedidos 
pelo Império Macedônico. Nessa época, a crença nas profecias da vinda de um 
Messias, um novo salvador, consolidou-se em um movimento de resistência contra 
as exigências impostas pelas leis romanas. 
Diante disso, pode-se observar que o contexto religioso não influenciou 
apenas a história do pensamento humano, mas também a relação do homem com o 
poder, causando interferência no meio econômico e político em muitas civilizações. 
11 
 
Como é o caso do Império Romano, que sofreu uma influência direta do Cristianismo 
em sua política e visão de governo, contemplando praticamente a criação e a 
expansão completa da religião, como afirma Oliveira (2013). Para compreender o 
início do Cristianismo, vamos abordar de forma sucinta o seu histórico no Império 
Romano. 
 
1.2. Cristianismo 
 
A fonte mais comum utilizada dentre as seculares, no que diz respeito à 
criação do Cristianismo, é a Bíblia, na parte que contempla o Novo Testamento. 
Segundo ela, Jesus de Nazaré, para os profetas judeus antigos, seria o Cristo, filho 
de Deus, em quem muitos judeus acreditavam que os libertariam da dominação dos 
romanos. 
O historiador John Meier (2008), relata que Jesus foi o fundador do 
Cristianismo, pois era um judeu, supostamente descendente do rei Davi. A história 
de Jesus teve início em Belém da Judeia, onde ele nasceu. Nesse tempo, o povo 
judeu era dominado pelo Império Romano e pelo imperador Augusto, conhecido 
também como César. Mas como toda divisão política precisa de líderes locais, 
Herodes, o Grande, era o governador local. 
A sabedoria de Jesus, desde jovem, despertava a ira e a inveja dos religiosos 
judeus. De acordo com relatos bíblicos, a pregação de Cristo conquistou muitos 
seguidores, dentre eles os doze discípulos. Ao passar a mensagem cristã por três 
anos, constituindo uma ideologia em que muitos estavam se convertendo, foi 
despertada a fúria de grupos poderosos naquela época, tais como: escribas, fariseus 
e atuantes principais das sinagogas. Isso está escrito no livro de Mateus 10, 
versículo 1. 
Com base no histórico-teológico da Bíblia Sagrada (1998), é feito um paralelo 
entre o contexto histórico e o religioso-cristão, em que primeiro é visualizada a figura 
do imperador. O primeiro quadro mostra a troca de lideranças entre o administrador 
local Herodes e o imperador romano César Augusto. Com a morte de Herodes, em 4 
d.C., o imperador César, no ano 14, assume o posto Tibério e dá início a um 
governo assombroso para os cristãos. 
12 
 
Há diversos desdobramentos do Cristianismo em relação ao governo romano, 
do ponto de vista estatal e social: as características e cada tempo oscilam entre um 
relacionamento agradável e conflituoso. No que diz respeito à religião, ela mudará 
devido a alguns fatores históricos. Segundo o articulista e conselheiro Edson de 
Lima, do site bíblica.com.br, é explicada essa relação que foi citada acima com base 
no contexto histórico. É importante mencionar isso, pois os personagens fazem parte 
das histórias bíblicas. 
 
Herodes não era um nome propriamente dito, mas um título, assim 
como César, imperador romano. Houve pelo menos quatro “Herodes” 
no Novo Testamento. Alguns deles governaram em períodos 
diferentes. O Herodes que mandou matar as crianças de Belém não 
foi o mesmo Herodes do tempo de João Batista. Herodes, o Grande, 
pai de Ântipas, era idumeu, nascido na região da Iduméia. Sua mãe 
era Nabatéia. Não possuía quase parentesco judeu senão mediante 
uma tribo distante de Esaú (Edom). Não tendo sangue judeu 
correndo em suas veias fez aliança com o império romano para 
manter-se no poder. Conquistou a confiança dos judeus quando 
construiu o templo em Jerusalém, anteriormente destruído no 
período macabeu. Essa iniciativa fez dele um defensor da religião do 
povo. Ora, evidentemente, trabalhava para Roma obedecendo 
criteriosamente à palavra de César. (RODRIGUES,2013, site) 
 
Para o historiador José Guida Neto (2008), a ascensão da religião causou um 
choque no governo romano da época, visto que Cristo convencia muitos com a sua 
ideologia, ou seja, com o seu discurso. Este fator gerou muita instabilidade nas 
relações sociais entre o governo, judeus e o crescente grupo do Cristianismo. É 
perceptível a divisão da sociedade da época. Com a crescente decadência do 
paganismo, a religião romana se alterou e a ascendência do cristianismo foi 
vertiginosa. 
 O historiador Francisco Chagas (2009) afirma que houve uma forte existência 
no antagonismo cristão, em relação ao Império Romano, no primeiro século. Assim, 
iniciou-se um conflito ideológico em relação ao culto imperial romano. 
Foi então que Jesus, aos 33 anos, foi preso acusado de conspiração contra o 
império, pois era o causador das rebeliões que aconteciam contra Roma. A prisão 
foi desencadeada uma vez que suas mensagens não mencionavam devoção ao 
13 
 
imperador, mas sim ao seu Deus, que se tornou um argumento ideal para ser 
utilizado pelos judeus não seguidores da ideologia, para mandar prender Jesus. 
Diante desse contexto histórico apresentado até aqui, pode-se observar o 
homem e sua influênciasobre as ideologias divinas. A prova mais evidente é Jesus, 
pois causou impacto político-social na cidade de Jerusalém e regiões próximas. 
Segundo o escritor Henry Bosch (2013), Jesus ensinou por três anos e mobilizou 
grande parte da região nesse período e, consequentemente, a humanidade em si, 
mais do que Sócrates (ensinou por 40 anos), Platão (ensinou por 50 anos) e 
Aristóteles (ensinou por 40 anos). 
Após a morte de Jesus, os discípulos dão segmento aos seus ideais. Para 
Guido Neto (2008), o conflito fica cada vez pior, pois há uma divisão nos que 
acreditam nas pregações deixadas por Cristo, com continuidade entre os discípulos 
e os que não acreditam. Com a conversão de Paulo, apóstolo 4, a propagação foi 
ainda maior, ocasionando séculos de perseguições de Nero, imperador de 54 a.C. a 
64 d.C.. 
 
De importância decisiva para a contínua difusão do cristianismo foi a 
conversão do fariseu Saulo (Paulo), por volta de 32 d.C., não é 
exagero dizer que muitos anos de ministério de Paulo transformaram 
o cristianismo numa religião mundial (GAARDER, 2000, pg. 179). 
 
Mesmo assim, segundo o livro de Marcos (14:10), o crescimento do número 
de discípulo chegou aos 120. No livro de “Atos dos Apóstolos” é narrado o início da 
igreja, chamada de A igreja primitiva. Ela foi construída pelos onze discípulos, pois 
Judas havia traído Jesus. 
A proposta deles era espalhar a ideologia de Cristo, começando por 
Jerusalém, Samaria e os outros lugares que pudessem dar continuidade. Com o 
intuito de converter o maior número de seguidores possíveis, os 11 discípulos 
escolheram Matias (Atos 1:18) para ocupar o lugar de Judas. Espalhar a ideologia 
de Cristo era uma das características predominantes no Cristianismo. 
Segundo Penha Rocha (2006), a diferença entre o passado tradicionalista e o 
presente do protestantismo conservador é que esse aceitou os meios de 
comunicação como mensageiros importantes e autênticos do evangelho, podendo 
até reforçar o interesse pelos programas religiosos de rádio e de televisão. 
14 
 
2. IGREJAS ELETRÔNICAS INSERIDAS NA GLOBALIZAÇÃO 
 
Segundo o pensador italiano, Antônio Negri (2006), vivemos uma crise de 
inteligência devido à incerteza em tempos de transição para uma nova era. As 
mudanças que ocorreram neste início de século são mais instigadoras, na medida 
em que desencadeiam rupturas históricas, sociais, políticas, econômicas e 
individuais. Encaixa neste contexto, a palavra-chave muito mencionada nos 
primeiros anos do século XXI: globalização. 
Já para Anthony Giddens (1991), a globalização pode ser definida como uma 
intensificação das relações sociais em escala mundial, as quais ligam lugares 
distantes, ao mesmo ponto que acontecimentos locais são modelados por eventos 
que ocorrem em larga distância. Ainda afirma que a separação entre o espaço e o 
tempo, é a condição principal para o processo de desencaixe das instituições 
sociais. O autor quis dizer que o desencaixe é o deslocamento das relações sociais 
de contextos locais de interação e restruturação através de extensões indefinidas de 
tempo-espaço, pois tal fenômeno serve para abrir múltiplas possibilidades de 
mudança libertando-nos das restrições, dos hábitos e das práticas locais. 
Giddens (1991) faz distinção entre os mecanismos de desencaixe envolvidos 
no desenvolvimento das instituições sociais modernas, que compreendem os 
sistemas abstratos: fichas simbólicas e sistemas especializados. O foco é o segundo 
sistema, em que nele dispõem o conhecimento técnico que possuem validade 
independente dos praticantes e dos clientes que utilizam, além de penetrar em todos 
os aspectos da vida social nas condições de modernidade. 
 Isso pode ser exemplificado desde os alimentos que comemos até os 
transportes que utilizamos, ou seja, os sistemas especializados não se restringem às 
relações sociais e às intimidades do eu. São dependentes da confiança, como 
crença na credibilidade de uma pessoa ou sistema, tendo em vista um conjunto de 
resultados ou eventos, expressando uma fé na probidade, no amor de outro ou na 
correção de princípios abstratos. Nesse contexto que inserimos as igrejas 
eletrônicas. 
Para Penha Rocha (2006), quando preferências de grande importância para o 
homem, como escola, família e Estado modificam-se, a religião também, pois não 
15 
 
necessita mais de fronteira, nem de territórios. Ainda segundo ela, na sociedade 
global, a religião depende de leis do mercado, ou seja, deve adaptar-se aos novos 
tempos. Partindo do princípio que a igreja evangélica tem se expandindo nos últimos 
tempos, isso significa que ela utiliza fórmulas que são filhas da economia e não da 
teologia. 
Reginaldo Prandi (2003) comenta que com tantos conjuntos de fatores 
sociais, políticos e ecológicos, mais a insegurança dessa sociedade, agrega-se à 
cultura de consumo do mundo globalizado, e muitas pessoas recorrem à Deus, 
como se estivessem adquirindo uma mercadoria qualquer, valendo–se do que o 
sagrado pode oferecer. É o chamando de consumidores religiosos. 
É identificado como sendo a religião mais adaptada à cultura de consumo da 
sociedade globalizada, o neopentecostalismo, que cresce com rapidez na América 
Latina. A partir deste ponto, Penha Rocha (2006) analisa as igrejas neopentecostais 
que procuram formas de persuasão, utilizando propagandas para evangelizar, com 
ênfase no valor econômico. Além disso, os líderes religiosos são empresários da fé, 
pois tem alto potencial de um profissional de marketing, utilizando fórmulas simples 
e persuasivas que vão crescendo cada vez mais pelo mundo com os megatemplos. 
Pierucci (1997) é ainda mais prático, ao dizer que não precisa sair da sua 
residência para receber conforto religioso. Apenas a utilização de eletrodomésticos 
como rádio e televisão, além daquilo que as igrejas mais estão investindo 
atualmente: na internet. Através desses meios eletrônicos a difusão das mensagens 
e a religião ocupam um espaço maior na sociedade. 
Luhmann in Beyer (1993) observa que há duas situações de tensão 
presenciadas na religião na pós-modernidade. A primeira dela é em relação à 
comunicação religiosa na qual se busca salvação e cura, já a segunda foca no uso 
da religião para resolver dificuldades originadas em outros setores como financeiro, 
familiares ou até político. 
Peter Byer (1994) defende a ideia de que a globalização da sociedade, abre 
caminhos para a religião em si, pois também é um campo fértil para renovação da 
influência pública da religião. Ou seja, são necessárias algumas predeterminações e 
dentre elas estão à prestação de serviços oferecidos pelos líderes religiosos, assim 
como fazem os agentes de saúde. Ainda de acordo com Byer, para as pessoas que 
16 
 
defendem a ideia de abertura de caminhos, a religião tem que se dispor às pessoas, 
como um serviço em que vai muito além do amparo e do estímulo à fé religiosa. 
 
2.1. Difusão das Igrejas Eletrônicas e do Neopentecostalismo 
 
Segundo Alderi de Souza (2011), diferente de como muitos pensam, a difusão 
religiosa cresceu no cenário norte-americano, em 1975. Iniciou-se a partir do famoso 
Avivamento da Rua Azura, em Los Angeles, em abril de 1906. Em poucas décadas, 
as igrejas neopentecostais reuniram uma grande quantidade de pessoas, em 
praticamente todos os continentes, totalizando, com base em especialistas, cerca de 
meio milhão de adeptos. 
A doutora em comunicação Penha Rocha (2006) explica o surgimento da 
primeira transmissão radiofônica: “No que compete aos meios de comunicação a 
primeira transmissão religiosa, segundo Jeffrey Hadden e Charles Swam (1981), foi 
feita por Citam Reginald Fenenden, o pioneiro da difusão da voz atravésda rádio, 
considerado na época nova tecnologia. Em 1909, numa vigília de Natal, Fenenden 
pretendia mostrar de forma pública, a funcionalidade do aparelho. Sabendo que 
muitos navios da época utilizavam como meio de comunicação o rádio telégrafo, ele 
fez um teste, por segurança, para estas estações marítimas a partir da difusão da 
voz. Buscou um texto apropriado para a leitura, ele decidiu ler as passagens 
bíblicas”. 
Quentin Schueltze (1988) afirma que a comunicação social, através da 
divulgação por esses meios, sempre fascinava alguns grupos religiosos. A difusão 
de tal natureza, de uma pessoa para outra, ou seja, em massa, é vista de forma 
frequente como modo eficiente de divulgar mensagens com teor religioso. A 
comunicação social pode servir como base de um meio perfeito para trabalhos de 
grupos, citando exemplo de evangélicos protestantes norte-americanos, que 
enfatizam a pregação de mensagens de salvação. 
Segundo William Martin (1984) nos primeiros passos das Igrejas Eletrônicas, 
nos Estados Unidos, em 1960, grande parte destes programas religiosos, explorava 
através da solicitação de dinheiro. Mas com uma breve passagem de tempo, 
17 
 
seguindo as orientações das consultorias de marketing, mudaram as estratégias e 
passaram a vender livros, fitas, vídeos, entre outros, para arrecadar fundos. 
Segundo Abelman (1990), em 1961, na Virgínia, um símbolo de sucesso da 
Igreja Eletrônica foi o programa 700 Club, criado e transmitido pela primeira 
emissora de TV cristã nos Estados Unidos, a CBN (Christian Broadcasting Network), 
em português Rede Cristã de Comunicações. O intuito era competir com a televisão 
comercial, por audiência e pela aquisição de valores de produção. O programa foi 
apresentado pelo pastor pentecostal Pat Robertson, no qual são abordados 
assuntos como: manifestação a favor da obrigatoriedade de prática de orações nas 
escolas, defendendo a pena de morte, a família e a censura da pornografia. 
O conceito da Igreja Eletrônica distingue-se de outros programas americanos, 
pois é a nova direita, ou seja, por causa do conservadorismo político. Segundo 
Penha Rocha (2015), durante 15 anos, o programa 700 Club, foi transmitido pela 
CBN, atualmente é transmitido pela FOX, a quarta emissora de televisão que atende 
às funções da cultura de massa (mass-media), na qual proporciona informações e 
notícias. 
Penha Rocha (2006) ainda apresenta as distinções da Igreja Eletrônica de 
outras formas de transmissão religiosa que são: a inserção de valores comerciais, as 
teologias experimentais, a fé na tecnologia e os formatos semelhantes aos de 
programas populares convencionais de televisão e rádio. Compara a diferença das 
igrejas tradicionais, em que não é aceita a cultura econômica do capitalismo, pois 
põem em contraste as questões espirituais. 
Já as Igrejas Eletrônicas, apesar dos valores espirituais serem importantes, 
os princípios comerciais de marketing e gerenciamento profissional têm maior 
relevância, pois são considerados meios válidos para a popularização dos valores 
espirituais. Em outras palavras, a Igreja Eletrônica não vê contradições entre os 
paradigmas religiosos cristãos e os padrões cheios de iniquidades do capitalismo. 
Abordado o tópico da Igreja Eletrônica até aqui, passemos sua raiz e base 
que é neopentecostalismo, mas para isso é preciso entender um pouco mais da 
história desse modelo evangélico que chegou ao Brasil no século XX. 
Nesta parte, serão dissertadas as ondas de implantação do pentecostalismo 
no Brasil, em 1910. Iniciou nos Estados Unidos, em Los Angeles, e rapidamente se 
18 
 
alastrou para outros países até chegar na América Latina, primeiro no Chile, em 
1909 e um ano depois chegou ao Brasil. 
 
2.2. Primeira onda de implantação do pentecostalismo 
 
A partir desta introdução, Paul Freston (1994) apresenta três ondas de 
implantação do pentecostalismo no Brasil. Seu início ocorreu nos primeiros anos do 
movimento pentecostal nos Estados Unidos, que trouxeram para o país duas igrejas: 
A Congregação Cristã no Brasil, em 1910, e a Assembleia de Deus, em 1911. 
Durante 40 anos essas igrejas dominaram de forma ampla o campo pentecostal. 
Todavia, a que obteve um maior crescimento, dentre elas, foi a Assembleia de 
Deus, geográfica e numericamente. A Congregação Cristã, não obteve tanto 
sucesso, pois ficou durante um tempo limitado junto à comunidade italiana. Freston 
(1994) observa que apesar deste modelo de igreja chegar ao Brasil depois dos 
anglicanos, luteranos, congregacionais, presbiterianos, metodistas, batistas e 
episcopais, estes obtiveram um crescimento modesto em relação às mencionadas 
acima. 
 
2.3. Segunda onda de implantação do pentecostalismo 
 
Já na segunda onda pentecostal houve fragmentações no campo do 
pentecostalismo, entre 1950 e 1960, em três grupos, muito ligados ao 
pentecostalismo clássico, que são elas: a Igreja do Evangelho Quadrangular, em 
1951; Igreja Evangélica Pentecostal O Brasil para Cristo, em 1955; e Igreja 
Pentecostal Deus é Amor, em 1962. Elas eram voltadas para o modo especial, para 
a cura divina. Nesta segunda onda, coincidentemente houve o aumento do processo 
de urbanização no país e o crescimento acelerado das grandes cidades. 
19 
 
2.4. Terceira onda de implantação do pentecostalismo 
 
A terceira e última onda histórica do pentecostalismo brasileiro chegou em 
1970, mas só ganhou força em 1980, quando surgiram igrejas denominadas 
neopentecostais, que focavam na teologia da prosperidade. A representante entre 
elas é a Igreja Universal do Reino de Deus, fundada em 1977. Porém, há outros 
grupos como: a Igreja Internacional da Graça de Deus, no ano de 1980; a Igreja 
Renascer em Cristo; Comunidade Sara Nossa Terra e a Igreja Paz e Vida; além da 
Comunidade Evangélica e muitas outras. 
 
2.5. Igreja Eletrônica e suas estratégias 
 
Robert Bellack (1990) admite que existam fatores que ajudam a pensar no 
“sucesso” obtido pela Igreja Eletrônica na sociedade moderna. Questões que devem 
ser levadas em consideração, como a possível existência de uma formação religiosa 
familiar e a própria consciência religiosa que mudou nos últimos tempos. O 
universalismo propõe o seguinte: uma abertura mais ampla das informações sem 
vínculos com a família, a fé ou a cultura, mas uma ligação com as experiências 
vividas com a religião midiática. 
Uma pesquisa realizada pelo Professor Hover (1987), da Universidade de 
Nova York, mostra que o telespectador não aceita de forma imediata o que ouve na 
transmissão religiosa, pois ele faz uma filtragem, de acordo com as suas convicções 
e pressuposição. Um ponto forte da Igreja Eletrônica está nas soluções simplistas, 
fortalecimento da fé, na esperança e diversão. Por isso que tem sido discutido o seu 
duplo sentido: se por um lado há impacto real em conjunto com apelos por recursos 
que permita manter e ampliar o seu trabalho, por outro ela parece contribuir de 
alguma forma para ajudar pessoas a superar os momentos de crise. 
Esta é uma das primeiras estratégias que diferenciou o 700 Club, com o uso 
de telefones bancários que recebiam ligações, gravando também doações feitas por 
telespectadores. Além de fazer pedidos relacionados a necessidades físicas, 
20 
 
espirituais, financeiras e amorosas, todas essas necessidades eram colocadas no 
ar. Essas e outras técnicas eram dedicadas para a arrecadação de dinheiro. 
De acordo com Penha Rocha (2006), um líder evangélico chamado Jimmy 
Swaggart visou a possibilidade de espalhar a mensagem do Senhor através de 
programas semanais, vendendo-as para a TV, ele se inspirou na aldeia global de 
McLuhan. Não apenas por ser comunicação instantânea,mas sim um tipo de 
evangelismo eletrônico. Penha (2006) analisa essas expectativas do evangelismo 
global como um golpe para arrecadar dinheiro, caso o sentimento de salvação não 
fosse espalhado pelas televangelistas nas emissoras americanas. 
A ideologia da comunicação eletrônica é visada por protestantes como uma 
viabilidade para o evangelismo. A partir dessa ideologia, são superados os 
obstáculos culturais e políticos mundiais. Por outro lado, Penha (2006) acredita que 
a intenção de Swaggart não era enviar missionários pelo mundo, mas sim 
empacotar transmissão com intuito financeiro: 
 
Swaggat e outros televangelistas visam à conquista de contribuições 
financeiras e compartilham a fé pela tecnologia para evangelização 
do mundo. Aliás, a fé na tecnologia contribui para o sucesso dos 
programas da igreja eletrônica e, consequentemente, para a 
transformação do evangelismo em atração. Neste ponto vale lembrar 
a afirmação de Hoarce Newcomb (1987): “ A religião na TV é a parte 
do tecido cultural generalizado e sistema central da história de nosso 
tempo (ROCHA, 2006, pg. 47) 
 
Para Buckgham (1983), a comunicação como ferramenta possibilitou pastores 
e bispos midiáticos seguirem a tendência mundial das empresas de comunicação e 
entretenimento que é a concentração de poder nas mãos de pouca gente. Com isso, 
a expansão das transmissões religiosas através dos meios de comunicação social 
continua progressivamente, adotando estratégias de comunicação, métodos 
computadorizados, técnicas sofisticadas para juntar fundos e pesquisas de 
audiência. 
21 
 
Por outro lado, Hoover (2006) admite que por recorrer a uma cenografia de 
espetáculo, a igreja eletrônica possui uma dependência mais carismática do que a 
igreja física. Os programas de rádio e televisão podem fracassar caso não tenha um 
televangelista, com habilidade de conquistar espectador e ouvinte. A intenção de 
universalidade da mensagem da igreja eletrônica também pretende que a pregação 
religiosa tenha consonância com nossos tempos de show business. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
22 
 
3. IMPÉRIO DA IGREJA ELETRÔNICA IURD 
 
O império da então Igreja Universal do Reino de Deus inicia-se em 9 de julho, 
de 1977, no bairro da Abolição, zona norte do Rio de Janeiro. Edir Bezerra Macedo, 
líder e fundador da igreja, com auxílio de um grupo de amigos e fiéis, conseguiu 
erguer seu primeiro templo religioso, onde outrora funcionava uma antiga funerária. 
O doutor em sociologia Mariano (2004) faz observação a partir do estudo 
sobre a igreja, que em menos de três décadas, por causa de novos elementos 
inseridos na doutrina cristã, por Macedo, acabaram anulando parte do contexto 
bíblico. Porém, ele fez a igreja crescer, tornando-a em um bem-sucedido e um novo 
fenômeno religioso no país, atuando principalmente no campo da mídia eletrônica e 
na política. 
 
Em contraste com o que se verifica na maioria das igrejas 
pentecostais, a Universal abre seus templos religiosamente todos os 
dias para a realização de três a quatro cultos públicos. Para manter 
essa "máquina" funcionando num tal ritmo de linha de produção, 
seus pastores trabalham em período integral, dedicando-se 
exclusivamente à denominação. Vínculo e compromisso 
institucionais que constituem enorme vantagem competitiva em 
relação às outras igrejas pentecostais, cujos pastores, 
majoritariamente, exercem outras atividades profissionais. 
(MARIANO, 2004, site) 
 
Ainda de acordo com Mariano (2004), a partir de uma análise com dados 
obtidos, desde sua fundação com apenas oito anos de existência, em 1985, a Igreja 
Universal já concentrava 195 templos espalhados, entre 14 estados, inclusive o 
Distrito Federal. Entre os anos de 1980 e 1989, o número de templos cresceu 
2.600%. Já com 571 templos, em 1989, a Igreja Universal começou a negociação 
com a emissora de televisão Record, localizada no estado de São Paulo. Entretanto, 
como era proibida a aquisição de emissoras de rádio e de televisão pelas igrejas, foi 
formalizada em nome do pastor Laprovita Vieira. Na década de 1990, a igreja 
passou a alcançar todos os estados do território brasileiro. 
Como foi possível verificar a análise e observação do sociólogo Ricardo 
Mariano (2004), o Império da Universal ganhou grande proporção a partir de 
métodos religiosos estratégicos que Edir Macedo reciclou, os quais já existiam antes 
23 
 
da chegada da IURD. A Universal fez parte da terceira onda do pentecostalismo, e 
tornou-se neopentecostal devido a novos elementos inseridos na doutrina 
protestante, como mensagens de prosperidade, conseguindo mais espaço do que as 
outras igrejas, como Assembleia de Deus, inclusive a que originou a Nova Vida. Veja 
o mapa abaixo o crescimento da IURD: 
 
 
(Imagem: IBGE) 
 
A partir da visão de outro sociólogo, Nascimento (1998), a unificação da 
Universal como emissora a partir da Record, a deixou estruturalmente mais sólida. 
Uma prova disso é que apesar de, em 1998, o escritório da Procuradoria Geral da 
República, em São Paulo, ter solicitado o cancelamento da emissora, a partir de 
depoimentos dos líderes da IURD na Polícia Federal, apontando que a igreja era 
dona da Record, a rede de televisão não demonstrou preocupação com a 
repercussão e os questionamentos legais. Diante disso, investiu em mais 
propaganda, marketing e embelezamento na programação. 
 A doutora em comunicação, Penha Rocha (2006), aborda a vertente da 
programação regional da Record em que mostra suas diferenças. Pode-se perceber 
que a TV IURD tem particularidades, uma vez que cada estado brasileiro pode ter 
uma produção diferente, pois os responsáveis pela programação local são o bispo e 
24 
 
o pastor, ou seja, além de estar no comando da instituição, eles determinam a 
programação. Outro fator importante são as parcerias realizadas na transmissão dos 
programas da IURD, para que possam alcançar todo o país. O horário de exibição 
dos programas religiosos é diferente em cada Estado, mas seguem um padrão de 
10 horas de programação religiosa por dia. 
Tanto o sociólogo Nascimento (1998), quanto a Dr. Penha (2006), fizeram 
uma análise sobre a Universal como emissora. O primeiro foca no escândalo, em 
1998, na descoberta da igreja como dona da Record, em que utilizaram um laranja 
para encobrir a compra feita pela mesma, ocasionando um processo extenso. 
Porém, para aparentar apatia sobre o caso, preferiu investir no marketing da 
emissora. Já a segunda faz uma análise com ênfase na programação regional da 
Record, em que os bispos e pastores além de estarem à frente da igreja, também 
controlam a programação. Até os dias atuais funciona assim, mas eles têm uma 
produtora para organizar e alterar a programação à escolha do pastor. 
Por outro lado, voltado para as estratégias religiosas, o doutor em teologia, 
Alderi Matos (2004), acredita que Macedo, desde o início, adotou a evangelização 
como principal instrumento de sua estratégia de conversão ao protestantismo. O 
crescimento acelerado da IURD estava concentrado na arrecadação de ofertas e 
dízimos, superiores aos das outras igrejas. Obteve como base essa conclusão a 
partir de uma pesquisa do Instituto de Estudos da Religião realizada no ano de 2004. 
O sociólogo Freston (1994), compreende a IURD como uma atualização de 
possibilidades teológicas, éticas e estéticas. Porém, ressalta que a ênfase dela em si 
não é somente a conversão da religião, como o batismo no Espírito Santo, mas sim 
a teologia da prosperidade, seja na saúde ou nas finanças, com o slogan: “Pare de 
sofrer; venha para a IURD”. 
Nesta parte, tanto Matos (2004), quanto Freston(1994) observam as 
estratégias religiosas, as quais a Universal tem, e a implementação de novos 
conceitos que possibilitou um maior crescimento tanto populacional quanto 
econômico. Programas como Fala que eu te escuto; Vidas transformadas; Palavra 
de Vida; Falando de fé; Jesus Verdade, Jesus Maior; Desafio da cruz; Ponto de Fé; 
Coisas da Vida deram mais estabilidade para que a Universal ganhasse espaço no 
contexto televisivo. Também se estendia para o telejornalismo, pois em dezembro 
de 2005 ganhou lugar de destaque no VII Prêmio Imprensa Embratel. 
25 
 
Leonildo Silveira Campos (1996), doutor especializado em estudo das 
religiões fez sua tese de doutorado sobre a Universal, e analisa de forma crítica o 
fenômeno da IURD. Para ele, essa congregação religiosa seria impossível sem o 
surgimento do mercado moderno, do círculo de consumidores e também de uma 
perfeita ligação entre produtores e consumidores ao redor de uma linguagem 
exteriorizada pelos meios de comunicação de massa. 
O Dr. Leonildo Campos (1996) foca na parte de estratégia de marketing para 
poder fazer a análise sobre a IURD. Ele liga um fator ao outro, ou seja, o mercado 
moderno precisa de consumidores, logo Edir Macedo utilizou estratégias de 
consumismo para agregar mais fiéis na venda de produtos através da TV, 
principalmente nos programas religiosos. 
Logo abaixo é apresentada uma pesquisa feita pela Dra. Penha Rocha, em 
que mostra o controle que a Universal exerce sob a programação religiosa e a 
concentração em um único lugar. 
Penha (2006), por sua vez, demonstra através de sua pesquisa, que o 
Império da Universal, como forma organizacional, concentrou toda a produção do 
material de comunicação, na época, em um espaço próximo onde está localizada a 
Catedral da Fé. Neste ambiente funcionavam os estúdios de rádio, além dos 
programas televisivos conhecidos como TV IURD. Já o templo começou a ser 
construído em 1980 e ficou pronto em 1999. A produtora ganhou um espaço dentro 
da Catedral da Fé e, após a conclusão da obra, teve os setores divididos em rádio e 
televisão. 
Atualmente a Igreja Universal do Reino de Deus está presente em mais de 40 
países da América Latina, além de algumas cidades nos Estados Unidos, Europa, 
África e Ásia. Em emissoras de rádio são 64, de televisão são 106 contando com as 
filiais e no internacional são 8. 
Logo abaixo é apresentado o altas de cobertura da Rede Record em 2014: 
26 
 
 
(Imagem: Rede Record) 
 
Na mídia online conta com um canal no YouTube chamado IURDTV, que 
disponibiliza mensagens de conforto espiritual, além de pregações do evangelho. A 
TV Universal (TV IURD) transmite em tempo real, pela internet, a programação 
religiosa que está passando na televisão. Além disso, no site universal.org é 
disponibilizado um pastor online, onde o líder atende o fiel e o conforta através das 
palavras que estão acostumados a utilizar em cultos, porém de uma forma mais 
personalizada. 
 
3.1. Edir Macedo: Um empresário de sucesso no comando de sua igreja 
eletrônica 
 
Edir Bezerra Macedo nasceu em 18 de julho de 1945, na cidade Rio das 
Flores, interior do Estado do Rio de Janeiro. Largou os estudos e começou a 
trabalhar aos 11 anos de idade, para ajudar o pai em um bar, mas retomou seus 
estudos aos 15 anos, já na cidade de Simão Pereira. Veio para a cidade do Rio de 
Janeiro, definitivamente, aos 16 anos, onde concluiu o ensino fundamental e 
27 
 
conseguiu um emprego em um escritório administrativo. Aos 18 anos iniciou sua 
carreira de funcionário público na Loteria do Estado do Rio de Janeiro (Loterj). 
Nascido em uma família católica, Macedo foi influenciado por sua irmã mais 
velha, Elcy Macedo, de 17 anos, a primeira da família a se tornar protestante após, 
segundo ela, receber uma cura de saúde. Ela fez com que Macedo meditasse sobre 
a bíblia evangélica e, em pouco tempo, frequentasse a igreja Nova Vida. Assim, ele 
se converteu ao protestantismo aos 19 anos. 
Edir Macedo foi servidor público por 16 anos e largou o cargo para pregar o 
Evangelho que acreditava. Começou em um coreto da Praça Jardim Méier, zona 
norte do Rio de Janeiro. Em 1977, fundou a Universal que anteriormente teve dois 
nomes até chegar ao definitivo: ”Ministério Cruzada para o Caminho Eterno” e “Casa 
de Bênçãos”. Antes de ter um local próprio e fixo, fez uma passagem por um antigo 
cinema chamado Bruni Méier e outro Cine Ridan em Piedade, além de fazer 
incursões em vários outros lugares. 
 
 
(Imagem: Blog do Edir Macedo - Coreto onde pregava) 
 
Utilizou também a igreja de seu cunhado, Romildo Ribeiro Soares para fazer 
pregações quando o número de pessoas era mais baixo. Apesar de se acostumar 
com a pouca quantidade de seguidores, começou a atrair mais adeptos. 
Em 1977, Macedo conseguiu um espaço maior e fundou a Universal. E com o 
seu modo de gesticular e pregar conseguiu aumentar o número de fiéis, 
possibilitando abrir novos templos. Ele sempre acreditou que as atividades do 
evangelho dependiam de um forte veículo de comunicação de massa no Brasil e no 
mundo. 
28 
 
 
(Imagem: Blog do Edir Macedo- Primeiro culto) 
 
Por isso, em 1980, rompeu a administração conjunta da Universal com R.R 
Soares, pois o modo de pensar e compreender eram diferentes. Romildo criou a 
Igreja Internacional da Graça, enquanto Macedo seguiu com a IURD e o seu 
progresso promissor como empresário. 
No ano de 1986, ele fundou uma filial nos Estados Unidos, na cidade de Nova 
York. Depois de quatro anos, no ano de 1990, viveu uma turbulenta fase, 
principalmente com a compra da TV Record, adquirida em 1989, quando 
desencadeou uma série de críticas e acusações da imprensa, inclusive de alguns 
setores evangélicos. Foram feitos inquéritos policiais, além dos processos judiciais 
contra líderes da igreja. 
 
 
(Imagem: Blog do Edir Macedo) 
 
A situação ficou ainda mais complicada em 1991, pois um ex-líder de 
Salvador, na Bahia, Carlos Magno, que tinha assumido o lugar de R.R Soares na 
administração conjunta da Universal, acusou Edir Macedo de sonegar impostos, 
29 
 
além de envolvimento com o narcotráfico e também de enviar ouro e dólares 
ilegalmente para o exterior, o que levou o bispo a depor na Justiça Federal. 
Um ano depois, em 24 de maio de 1992, foi acusado de cometer crimes como 
charlatanismo, curandeirismo e estelionato. Edir Macedo foi preso na 91ª DP em 
São Paulo, onde permaneceu por 12 dias, sendo solto por meio de um habeas 
corpus. 
 
(Imagem: Agência Estado) 
 
Em 1995, nas vésperas de Natal, o ex-líder voltou à mídia com um vídeo 
gravado em 1990, em que Edir Macedo aparecia contando dinheiro no templo em 
Nova York, no Brooklin, e divertindo-se em um iate em Angra dos Reis, instruindo 
pastores a serem mais eficazes com a arrecadação de dízimos e ofertas. Foi ao ar 
pelo Jornal Nacional, no ano de 1995, com direito a uma exclusiva de Carlos Magno. 
Edir Macedo tentou tirar o vídeo do ar, porém não obteve sucesso. 
30 
 
 
(Imagem: Rede Globo – Bispo Macedo contando dinheiro em Igreja do Brooklin) 
 
Nesse período complicado da Universal, Macedo procurou ficar longe do 
Brasil e foi para os Estados Unidos onde tinha fundado a filial. Nomeou o pastor 
Renato Suhets, e este tornou-se o braço direito do então bispo. 
Após a repercussão, para evitar mais conflitos, o líder reestruturou o poder 
eclesiástico criando três instâncias hierárquicas: Conselho Mundial de Bispos; 
Conselho de Bispos do Brasil; e o Conselho de Pastores. Com essa estrutura e 
concentração do governo episcopal, a Universal manteve-se firme em seu caminho. 
 
Nesse sentido, cumpre destacar que o governoepiscopal tal como 
exercido pela igreja reforça a unidade e a coesão denominacional, 
dinamiza o processo decisório, agiliza a transmissão das ordens 
superiores e a realização dos trabalhos administrativos, 
organizacionais e de evangelismo, permite centralizar a 
administração dos recursos coletados e fazer investimentos caros e 
estratégicos, como a abertura de novas congregações e frentes de 
evangelização, a construção de templos de grande porte, a compra 
de emissoras de rádio e TV, a criação de gravadoras, de editoras e 
de outros empreendimentos. (MARIANO, 2004, site) 
 
Segundo o sociólogo Mariano (2004), Edir Macedo optou por investir pesado 
nos meios de comunicação, como a TV e o rádio, para divulgar crenças e práticas 
religiosas, com saberes e valores de instituições da modernidade. 
Recentemente, a revista Forbes indicou o bispo Macedo como um dos 54 
brasileiros bilionários, com sua riqueza pessoal estimada em US$ 1,1 bi, o 
equivalente a R$ 3,15 bi. Ele alega que seu dinheiro é proveniente da venda de 
31 
 
livros de sua autoria. Já o Grupo Record, de propriedade do bispo, está avaliado em 
R$ 1 bi. 
 
3.2. Universal na era digital 
 
Para Kotler (2010), o conceito de marketing 3.0 é incorporado diretamente ao 
marketing religioso. Pois o conceito é focado no espírito humano com interpretação 
em uma base associada à tricotomia. A crença evangélica acredita na tricotomia, ou 
seja, o homem possui um corpo, alma e espírito. Essa concepção é de extrema 
importância para os evangélicos antes mesmo de Kotler (2010) fazer a análise sobre 
estratégias de marketing. 
Antes mesmo de as igrejas atualizarem os conceitos de marketing e 
propaganda, já utilizavam a abordagem tricotômica e conseguiam convencer as 
pessoas, além de direcionar suas estratégias para o lado emocional do “espírito 
humano”. Atualmente, já fazem uso de ferramentas de propaganda com duplo 
sentido, sendo o primeiro para a adesão de mais membros para a igreja e o segundo 
para pregar as doutrinas em que acreditam. 
Entretanto, a Igreja Universal do Reino de Deus destacou-se, entre seus fiéis, 
com seus programas televisivos. Um exemplo disso é a aquisição da Rede Record 
no final da década de 1980, buscando fortalecer e expandir a doutrina da igreja. 
Essa foi uma das maiores, se não a maior estratégia de comunicação efetuada por 
Edir Macedo. 
Como foi apresentado no capítulo anterior, o bispo Edir Macedo sempre 
acreditou que o meio de comunicação era a chave para a expansão da igreja. Com a 
chegada da internet em meados da década de 1990, a IURD procurou investir nesta 
nova ferramenta digital. Segundo Penha (2006), os primeiros passos na utilização da 
internet foram a criação de sites, de forma amadora, com as publicações na web 
feita por pastores obreiros, pastores e fiéis com o objetivo de discutir e interagir 
sobre do Evangelho. 
Começaram a tomar forma com a transferência de conteúdo da Folha da 
Universal para web, nela continha matérias, orações, pedidos, fotos dos cultos e 
32 
 
templos. A era digital ainda era nova, então as estruturações dos sites eram bem 
simples, em HTML básico, sem muitas opções de fazer um amplo trabalho de 
interatividade. 
Penha (2006) acrescenta ainda que uma mudança visível aconteceu nos anos 
2000, quando a Arca Universal foi criada, indicando um investimento maior na rede 
de computadores feita pela IURD. Para tornar o trabalho mais sério, foram 
contratados profissionais da área da informática, que montaram um escritório com 
propósito especifico em desenvolver projetos inovadores além da constante 
alimentação da tecnologia da informação. 
Na época do desenvolvimento dos protótipos, uma entrevista foi concedida 
pelo web designer e gerente de projetos da Arca Universal, Moises Cruz, em que ele 
esclarece o objetivo do portal: criar uma singularidade de entretenimento e 
jornalismo para os fiéis. Foi feita a junção na plataforma digital da Folha Universal, 
Rede Plenitude, Terapia do Amor, que antes eram gerenciadas por obreiros. 
Percebe-se que no início da era digital, a Universal começou de forma 
amadora, porém ao longo dos anos foi se aperfeiçoando, para criar uma identidade 
digital mais profissional e adequada, para se firmar no mercado virtual. 
Para entender melhor a forma que a Universal se estruturou na era da 
tecnologia, Penha (2006) explica com detalhes como foi feita a divisão estrutural 
para manter o site apresentável. Foram divididos em Desenvolvimento e 
Alimentação, em que a primeira área é composta por engenheiros, profissionais de 
informática e designers, que cuidam da parte técnica, criação e execução de 
projetos direcionados para internet. Já a segunda área, a de Alimentação, é voltada 
para o conteúdo de informação que colocam na página, constituída pela central de 
jornalismo da IURD e a redação da Folha Universal que contribuem também com 
informações e notícias. 
 
A Internet possibilitou à IURD, igualmente, a exploração da 
interatividade com seu público e membros da igreja. Pelo Arca 
Universal, o fiel pode estar em contato com a Universal do Reino de 
Deus nas 24 horas do dia, de qualquer ponto do país ou do mundo. 
Se, antes, essa aproximação já era essencial e bastante explorada 
nos templos, nos programas de rádio ou televisão, a Internet otimiza 
o contato com o público. (ROCHA, 2006, Estratégias de 
Comunicação da IURD, pg.121) 
33 
 
Sabe-se que na era digital a ampla liberdade de expressão é forte e isso foi 
um grande empecilho para o portal, pois nos primeiros meses uma grande 
quantidade de pessoas invadiram as páginas e chats da Igreja Universal com 
conteúdos, segundo eles, considerados ofensivos aos conceitos evangélicos. 
Medidas de segurança tiveram que ser tomadas, passou-se a investir na segurança 
eletrônica. Segundo o web designer Moisés, essas políticas de segurança foram 
necessárias para evitar a invasão de hackers que colocassem mensagens contra o 
então bispo Edir Macedo. 
Atualmente, a Arca não recebe mais esse nome, pois foi substituída pela 
Universal.org, onde contém tudo o que precisam, de pastores online até agendas de 
eventos e pregações, ou seja, um site completo para atrair mais pessoas e trazer a 
maior comodidade possível. Além desse site existem outros onde funcionam a TV 
Universal e Rede Aleluia, esses são ramificações, como o canal Filhos da Universal, 
voltado para jovens, criado com o intuito de se aproximar deste público alvo. 
Com mais rapidez e eficácia a tecnologia deste tempo pode facilitar a 
comunicação. Cada vez mais investindo no meio tecnológico, as ferramentas digitais 
que surgiram também foram o Facebook, Twitter e o mais recente Instagram. 
As popularizações destas redes foram em tempos diferentes, pois cada 
plataforma digital tem uma função divergente da outra e dependia da capacidade de 
adeptos a novidade. O Facebook lançado em 2004, é um ambiente onde as pessoas 
se encontram e se comunicam. A linguagem das redes sociais tornou-se um padrão 
de comunicação informal, onde muitas empresas têm readaptado sua linguagem. 
Um dos canais mais difusores de comunicação, a rede social atraiu os olhares de 
IURD. 
O Facebook foi o primeiro a ser incorporado à ferramenta digital da Universal, 
onde nele há cerca de 1,5 milhão de curtidas. A rede social popularizou-se mais no 
Brasil, entre os anos de 2011 e 2012, onde teve um aumento de 660%, desde 
fevereiro de 2011, e tornou-se a mais comum utilizada entre os brasileiros, que 
abandonaram de vez o Orkut. 
Segundo uma entrevista realizada com os idealizadores do Facebook, 
concedida ao portal de notícias G1, no ano de 2013, o Brasil ficava em segundo 
34 
 
lugar ao conectar-se à rede social,cerca de 76 milhões de usuários, o que atraiu 
ainda mais a Universal para essa estrutura social. 
Na página do Facebook são repassadas as mensagens que foram 
transmitidas nas igrejas, como por exemplo: Dia do Jejum de Daniel, um tipo de 
propósito, segundo o que eles acreditam, é divulgado na página, com mensagens de 
apoio e incentivo. Ainda contém matérias de cunho religioso que remetem ao site 
central, além de mensagens matinais e interatividade com o público. 
 
 
(Imagem: Facebook) 
 
O Twitter, que teve início em 2006, tem como objetivo enviar mensagens em 
apenas 140 caracteres. A novidade espalhou-se, porém para a IURD não há uma 
enorme utilidade. Começou a ser utilizado pela Igreja em 2008, mas não teve tanta 
repercussão quanto o Facebook, atraindo aproximadamente 131 mil seguidores. 
Nele são divulgadas palavras de conforto, incentivos aos propósitos que realizam e 
como não tem muito interatividade com o público, faz postagens que redirecionam 
ao site central da Universal. 
O Instagram, lançado em 2010, é um aplicativo que permite aplicação de 
filtros em fotos online e o envio de vídeos. Anteriormente recebia o nome de Burbn, 
porém as funções eram complexas, segundo um dos criadores, então resolveram 
simplificar e transformar para o nome atual. 
Como o Facebook, o Instagram popularizou-se e também é utilizado pela 
Universal, mas foi adquirido mais recentemente do que os outros. Com 
aproximadamente 772 publicações, recebe um público maior de 1 milhão de 
seguidores. Nessa rede social são compartilhadas fotos sobre os templos, 
incentivos, campanhas que realizam e inaugurações realizadas. 
35 
 
4. COMUNICAÇÃO DA UNIVERSAL ATRAVÉS DAS REDES SOCIAIS 
 
Neste capítulo será analisada a função das plataformas digitais da igreja 
Universal. Quais são as principais estratégias para aproximar cada vez mais os fiéis 
e principalmente a estrutura do site que tem a junção de todas as redes sociais, 
além de outros setores que estão contidos no veículo de comunicação da igreja. 
Começamos falando sobre a comparação que Freston (1994) fez entre a 
Universal e a Assembleia de Deus, na qual as duas servem de contraste, pois tem 
ideais diferentes. “A ética da Assembleia vem do tradicional capitalismo primitivo e 
lutou para obter o respeito da pequena-burguesia. Já a IURD adquiriu uma versão 
religiosa da ética yuppie, ou seja, enriquece de forma rápida através de jogadas 
audaciosas”. 
A partir desta comparação é possível afirmar que o líder da Universal, Edir 
Macedo, sempre acreditou que os meios de comunicação em massa eram canais de 
fonte para propagar as doutrinas que pratica. Um dos maiores interesses nestas 
estratégias de comunicação foi a aquisição da emissora Rede Record, na década de 
1980, por 45 milhões de cruzeiros na época. 
O site Universal.org, antiga Arca Universal, começou a se solidificar logo nos 
anos 2000, no mesmo período do lançamento de outros portais como Globo.com, do 
IG e do UOL. 
A IURD tinha o intuito de consolidar mais o seu domínio nas ferramentas de 
comunicação. Para isso, contratou profissionais de engenharia, informática e de 
designer para deixar o site mais bem organizado, e a central de jornalismo para 
preencher com conteúdos a versão impressa da Folha Universal. Cores neutras e 
padronizadas suavizam a estrutura do site. A partir deste ponto será feita uma 
análise completa do site. 
36 
 
 
(Imagem: Site da Universal) 
 
4.1. Análise dos setores do site 
 
A barra superior tem divisão de setores de identificação de quem são. Nela 
sãos identificados onde estão as igrejas, as reuniões (cultos) que realizam, quais os 
tipos de trabalhos que costumam praticar e embaixo há uma interação na qual pede 
que o internauta participe e trabalhe com eles. 
 
 
(Imagem: site da Universal) 
 
Já a próxima são as editorias divididas em 15 assuntos diferentes. Ela sempre 
remete à igreja, começando no âmbito nacional e desenvolvendo ao 
37 
 
comportamental, na vida à dois, contexto internacional e etc. Algumas delas são 
atualizadas frequentemente como, por exemplo, as notícias da Universal, e outras 
com menor frequência, um exemplo é a coluna Brasil. 
 
 
(Imagem: site da Universal) 
 
O setor de serviço é a área comercial que consiste em divulgação do site, 
endereço da loja online de produtos que atende do público infantil até ao adulto. Há 
o Fale conosco, um tipo de interação que aceita sugestões, reclamações; e também 
há livros de orações onde é possível colocar seu nome e fazer pedidos. Ainda tem 
vídeos com mensagens de pastores e bispos, sobre diversos assuntos de contexto 
religioso. Tem a caixa de promessa em que é possível baixar capa para o Facebook 
com mensagens e com a logo da instituição. 
38 
 
 
(Imagem: site da Universal) 
 
Há também três setores mais objetivos. O primeiro é a TV UNIVERSAL 
(antiga TV IURD), na qual disponibiliza a programação em tempo real de programas 
religiosos da igreja. 
 
 
(Imagem: site da Universal) 
 
39 
 
O segundo são os blogs, de dirigentes e pessoas relacionadas a igreja, 
inclusive o do Bispo Macedo, com mensagens e conselhos de cunho religioso. 
 
 
(Imagem: site da Universal) 
 
 O terceiro são as doações, com opções de pagamento: cartão de crédito, 
débito em conta ou boleto bancário. De acordo com o site, esses donativos são 
direcionados alguns setores, como à manutenção do templo, pastor online 24 horas, 
dízimo evangelização em rádio e televisão, auxiliares do bispo e programas como 
voto com Deus e fogueira santa. Ou seja, o fiel e o internauta tem a opção de 
escolher qual setor vai ajudar. 
 
 
(Imagem: site da Universal) 
 
40 
 
Antes das Doações há uma ferramenta digital, cada vez mais utilizada pela 
igreja para se aproximar de seus seguidores: o Pastor Online. Nele é possível entrar 
em contato com o pastor apenas informando seu nome, e-mail e se é frequentador 
da Universal, sem a necessidade de realizar um cadastro. 
 
 
(Imagem: site da Universal) 
 
4.2. Pastor Online 24 horas – Fiel da Igreja que utiliza o serviço 
 
Em conversa com Cristina, frequentadora da Universal há 10 anos, a mesma 
se diz contente em poder participar da Terapia do Amor, na Catedral da Fé, em Del 
Castilho, zona Norte do Rio. Ela afirma que além de ir à igreja, acessa os serviços 
online oferecido pelo site como, por exemplo, o Pastor Online. 
Extraoficialmente, Cristina alerta também sobre os problemas vivenciados 
pela Universal, como a atuação de jovens pastores (incluso menores de idade) na 
igreja, resultando em processos judiciais. Essas informações não foram confirmadas 
pela Universal. 
 
4.3. Outros setores 
 
Por fim, o site tem um rotativo que direcionam para as matérias das editorias, 
uma barra na direita com “as mais lidas” e ao lado tem em destaque o blog do bispo 
41 
 
Macedo. Acima do destaque há os links para as redes sociais, que são o Twitter, 
Facebook e o Google +. 
 
 
(Imagem: site da Universal) 
 
Abaixo, há os destaques de matérias de conforto, e seguindo de forma 
sequencial encontra-se a chamada para TV Universal, a galeria de fotos dos 
templos, dos eventos realizados no âmbito nacional e internacional, e os destaques 
da barra inicial com os setores. 
 
 
(Imagem: site da Universal) 
 
42 
 
Além de todos esses setores, o site também disponibiliza um canal de 
comunicação para a imprensa e relações institucionais, na qual a assessoria da 
UNIcom funciona em horário comercial, durante o fim de semana é por regime de 
plantão. 
 
 
(Imagem: site da Universal)43 
 
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
Com a terceira onda do neopentecostalismo, a Igreja Universal do Reino de 
Deus surgiu em 1977, e em menos de 10 anos expandiu-se, tanto de forma física, 
como multimídia e agora virtualmente. O Bispo Macedo acreditou que o meio de 
comunicação pudesse ampliar de forma harmoniosa o evangelho no qual acredita, 
entretanto, não tinha somente este intuito, pois incluía a conquista progressiva de 
mais fiéis. 
A Igreja Universal do Reino de Deus procura de forma contínua e estratégica 
adaptar-se ao mundo tecnológico, e além de conseguir os objetivos almejados, tem 
uma força maior da palavra e de seus ideais. Com discursos persuasivos e adoção 
de práticas inovadoras no protestantismo a igreja tem crescido cada vez mais. 
 As práticas religiosas foram adquiridas por meio de programas norte-
americanos, como por exemplo 700 Club, que auxiliou para o conforto dos fiéis e, 
consequentemente, ampliou o número de seguidores. Faz parte da estatística da 
igreja eletrônica, como foi intitulada, por “empacotar” os programas e transmiti-los a 
partir da adesão da emissora Record, em 1989. 
Todavia, a ideia deste trabalho foi o de abrir uma discussão sobre as 
estratégias de comunicação utilizadas pela IURD, além de oferecer dados para 
mostrar a força que ela apresenta, cada vez mais, em tecnologias avançadas. Além 
do cuidado ao escolher novos profissionais com boas experiências nas diferentes 
áreas da mídia, a igreja apresenta estratégias retóricas e discursos midiáticos de 
bispos e pastores que trabalham em favor dos interesses institucionais, focados 
principalmente em consumidores religiosos, que são o foco desta pesquisa. 
A abordagem do tema não tem como objetivo analisar a questão religiosa da 
Igreja Universal do Reino de Deus em suas vertentes filosóficas, teológicas, 
antropológicas, mas sim no contexto de como a IURD organizou-se em diversas 
maneiras para difundir suas ideias, crendices e argumentos de sedução. Ou seja, é 
importante mencionar que o objetivo principal deste trabalho não é o de fazer análise 
de discurso religioso, mas sim, das ferramentas de comunicação, dos canais que se 
propagam as ideias. 
44 
 
Esse modelo de igreja, sempre busca formas de persuasão usadas pela 
propaganda para evangelizar, além de métodos das ciências econômicas. Os líderes 
são empresários de sucesso, pois têm capacidade administrativa de um profissional 
de marketing e utilizam a fé como mercadoria. 
Portanto, fica evidente que, nesse tipo de igreja, os meios de comunicação de 
massa são ferramentas fundamentais para o manuseio e influência da “verdade 
conveniente”, ou seja, a suposta palavra de Deus. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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