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Eliminação e farmacocinética das substâncias Eliminação = perda irreversível do corpo, por metabolismo (conversão enzimática a outra entidade química) e excreção (eliminação da substância quimicamente inalterada ou de seus metabólitos). Principais vias de eliminação: rins, sistema hepatobiliar e os pulmões. Remoção através da urina na forma inalterada ou como metabólitos polares são as principais. No fígado, pode ser secretado na bile, mas é reabsorvido no intestino. Pelos pulmões só ocorre com agente altamente voláteis ou gasosos (anestésicos). Substâncias lipofílicas não são eliminadas suficientemente pelo rim, sendo metabolizadas (no fígado, pelo CYP) a produtos mais polares excretados na urina. Os fármacos diferem na sua velocidade de excreção pelos rins, variando desde a penincilina (sai do sangue após uma passagem pelo rim) até o diazepam (muito lenta a depuração). Metabólitos geralmente são depurados mais rapidamente que a substância original. Três processos excretam via renal: filtração glomerular, secreção tubular ativa e difusão passiva através do epitélio tubular. VIA RENAL - FILTRAÇÃO GLOMERULAR Capilares moleculares permitem a difusão de moléculas com peso molecular inferior a 20000. A albumina plasmática é quase toda retida - por isso que, se fármaco conjugado, sua concentração plasmática > concentração no filtrado - mas a maioria das substâncias atravessa livremente. Filtração envolve o movimento isosmótico de água e solutos, o que não afeta a concentração livre da substância no plasma e não cria tendência da substância ligada dissociar-se quando o sangue atravessa o capilar glomerular. Também não afeta o equilíbrio entre substância livre e ligada. Entretanto, a taxa de depuração por filtração é reduzida de forma diretamente proporcional à fração ligada. VIA RENAL - SECREÇÃO TUBULAR 20% do fluxo plasmático renal são filtrados através do glomérulo, e 80% passam pelos capilares peritubulares do Túbulo Proximal, onde as moléculas da substância são transferidas à luz tubular através de dois sistemas carreadores independentes e não seletivos: um que transporta ácidos e um que transporta bases orgânicas. Os carreadores podem transferir as moléculas contra um gradiente eletroquímico e reduzir a concentração plasmática para quase zero. Como pelo menos 80% do que chega ao rim passa pelo carreador, a secreção tubular é o mecanismo mais efetivo para eliminação renal. Diferente da filtração glomerular, o transporte mediado por carreadores pode depurar a substância ao máximo, mesmo se ligada às proteínas plasmáticas (penincilina). Muitas substâncias competem pelo mesmo sistema de transporte, resultando em interações que prolongam a ação do fármaco e retardam sua secreção tubular. Diferente da Filtração, a secreção do fármaco pode ser muito pouco retardada, embora ligado, pois o carreador transfere moléculas de substâncias não acompanhadas de água. Quando as moléculas do fármaco livre são retiradas do plasma, a concentração plasmática da substância livre cai, causando dissociação da substância ligada da albumina. Então, 100% do fármaco, ligado e livre, estarão disponíveis para o carreador. VIA RENAL - DIFUSÃO ATRAVÉS DO TÚBULO RENAL À medida que o filtrado glomerular atravessa o túbulo, a água é reabsorvida e o volume de urina restante é 1% daquele filtrado. Se o túbulo for livremente permeável a moléculas de substâncias, a concentração da substância no filtrado irá permanecer próxima à do plasma e ocorrerá reabsorção passiva de 99% da substância filtrada. Logo, fármacos lipossolúveis e elevada permeabilidade tubular são excretados lentamente. Se polar, há baixar permeabilidade tubular e o fármaco tenderá a permanecer no túbulo, aumentando muito sua concentração na urina (e diminuindo no plasma). Muitas substâncias por serem ácidos ou bases fracas, alteram a sua ionização com o pH e afetam sua excreção renal. O efeito de retenção de íons significa que uma substância básica é mais rapidamente excretada na urina ácida, visto que o pH baixo no interior do túbulo favorece a ionização e inibe a reabsorção. Logo, fármacos ácidos são rapidamente excretados se a urina for alcalina (alcalinização da urina acelera excreção de aspirina). EXCREÇÃO BILIAR E CIRCULAÇÃO ÊNTERO-HEPÁTICA Hepatócitos transferem fármaco do plasma para a bile através de um sistema de transporte parecido ao do túbulo renal, envolvendo glicoproteína P. O fármaco é conjugado com glicuronídio, se concentra na bile e é transportado ao intestino, onde glicuronídio é hidrolisado e a substância ativa é liberada e reabsorvida. Com isso, cria- se um reservatório de substância recirculante, prolongando a ação.
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