Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
O pulmão na Artrite Reumatoide Dr. Alexandre de Melo Kawassaki Grupo de Doenças Intersticiais Pulmonares, InCor HC-FMUSP Pneumologista do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo - ICESP e do Hospital 9 de Julho Manifestações respiratórias Antin-Ozerkis et al. Clin Chest Med, 2010 NSIP Nódulos reumatóides UIP Bronquiolite constritiva LIP Bronquiolite folicular DAD Bronquiectasia BOOP Artrite em Cricoaritenoide Pleurite Empiema Derrame pleural Pneumonia Pneumotórax Pneumopatia por drogas Manifestações respiratórias Antin-Ozerkis et al. Clin Chest Med, 2010 NSIP Nódulos reumatóides UIP Bronquiolite constritiva LIP Bronquiolite folicular DAD Bronquiectasia BOOP Artrite em Cricoaritenoide Pleurite Empiema Derrame pleural Pneumonia Pneumotórax Pneumopatia por drogas Caso Clínico História Mulher, 62 anos, do lar ARe (FR+) há 20 anos Prednisona 5mg/dia Leflunomida 20mg/dia Metotrexate 25mg/semana Deambula com bengala Dispneia leve ao subir escada => sedentária Sem história de tabagismo ou TB Exame físico Confortável Ausculta pulmonar normal SpO2 = 96% Edema articular DAS28 = 5,3 Você deve se preocupar com acometimento pulmonar? Kim. Chest 2009 Rastreamento indicado para TODOS os pacientes Anualmente Sinais e sintomas RX de tórax Rastreamento anual positivo Função pulmonar completa Espirometria Difusão de CO Volumes pulmonares Tomografia de alta resolução tórax Manifestação pulmonar na ARe Rastreamento indicado para TODOS os pacientes Anualmente Sinais e sintomas => 18% dispneia RX de tórax => 53% alterações Rastreamento anual positivo Função pulmonar completa Espirometria => 30% alterações Difusão de CO Volumes pulmonares Tomografia de alta resolução tórax Kawassaki et al. ERS Annual Congress 2013 Manifestação pulmonar na ARe Doença pulmonar na ARe Diferentes formas de Doenças Pulmonares Intersticiais Pneumonia intersticial usual Pneumonia intersticial não específica Pneumonia em organização Nódulos reumatóides Sem relação entre sintomas, função pulmonar, RX de tórax e oximetria Kawassaki et al. ERS Annual Congress 2012 Nódulos Reumatóides NSIP OP Grupo DIP-HCFMUSP UIP Nódulos Reumatóides NSIP OP Grupo DIP-HCFMUSP UIP Nódulos reumatóides Assintomáticos Comuns (22-32%) Heterogêneos Histologia => pele Podem responder ao tto da ARe Complicações Conduta diagnóstica Neo? Vasculite? Infecção? Antin-Ozerkis et al. Clin Chest Med, 2010 Fev/05 Jul/07 Ambulatório de DPI - HCFMUSP Nódulos reumatóides Assintomáticos Comuns (22-32%) Heterogêneos Histologia => pele Podem responder ao tto da ARe Complicações Conduta diagnóstica Neo? Vasculite? Infecção? Antin-Ozerkis et al. Clin Chest Med, 2010 Fev/05 Jul/07 Ambulatório de DPI - HCFMUSP Nódulos Reumatóides NSIP OP Grupo DIP-HCFMUSP UIP OP 11% das DPI em ARe Injúria aguda ou subaguda Drogas? Lesões migratórias Boa resposta ao tto Corticóide Manjunathar et al. Curr Probl Diagn Radiol 2010 Ambulatório de DPI - HCFMUSP OP 11% das DPI em ARe Injúria aguda ou subaguda Drogas? Lesões migratórias Boa resposta ao tto Corticóide Manjunathar et al. Curr Probl Diagn Radiol 2010 Ambulatório de DPI - HCFMUSP OP 11% das DPI em ARe Injúria aguda ou subaguda Drogas? Lesões migratórias Boa resposta ao tto Corticóide Manjunathar et al. Curr Probl Diagn Radiol 2010 Ambulatório de DPI - HCFMUSP OP 11% das DPI em ARe Injúria aguda ou subaguda Drogas? Lesões migratórias Boa resposta ao tto Corticóide Manjunathar et al. Curr Probl Diagn Radiol 2010 Ambulatório de DPI - HCFMUSP Nódulos Reumatóides NSIP OP Grupo DIP-HCFMUSP UIP • Periferia relativamente poupada • Vidro despolido • Bronquioloectasias de tração • Pouco faveolamento NSIP • Acometimento periférico • Faveolamento • Bronquioloectasias de tração • Pouco vidro despolido UIP Grupo DIP-HCFMUSP UIP DPI mais comum (56%) Boa correlação anátomo- radiológica Pode ser oligossintomática ATENÇÃO PARA INDÍCIOS Crepitantes Sintomas de dispneia Oximetria Serviço de Patologia - HCFMUSP Antin-Ozerkis et al. Clin Chest Med, 2010 UIP DPI mais comum (56%) Boa correlação anátomo- radiológica Pode ser oligossintomática ATENÇÃO PARA INDÍCIOS Crepitantes Sintomas de dispneia Oximetria Serviço de Patologia - HCFMUSP Antin-Ozerkis et al. Clin Chest Med, 2010 NSIP Serviço de Patologia - HCFMUSP Serviço de Patologia - HCFMUSP Antin-Ozerkis et al. Clin Chest Med, 2010 33% das DPI 2 tipos histológicos Celular Fibrótica Melhor prognóstico Melhor resposta ao tratamento NSIP 33% das DPI 2 tipos histológicos Celular Fibrótica Melhor prognóstico Melhor resposta ao tratamento Serviço de Patologia - HCFMUSP Serviço de Patologia - HCFMUSP Antin-Ozerkis et al. Clin Chest Med, 2010 Como seguir os pacientes? Kawassaki et al. ERS Annual Congress 2012 Espirometria => valores absolutos 30% de alterações => 78% alterações leves DLCO => melhor indicador de progressão se < 54% Pletismografia Oximetria de pulso Testes de esforço Tomografia computadorizada de tórax Periodicidade? Atenção para radiação Doyle et al. Am J Respir Crit Care Med 2012 Dawson et al. Ann Rheum Dis 2002 Qual o melhor tratamento? Ausência de estudos em ARe Corticoide => tratamento padrão Azatioprina Ciclofosfamida Imunoglobulina Rituximabe Grupo DIP-HCFMUSP Qual o melhor tratamento? Ausência de estudos em ARe Corticoide => tratamento padrão Azatioprina => boa resposta ao corticoide Ciclofosfamida => menor resposta inicial Imunoglobulina => terapia de resgate Rituximabe => terapia de resgate Grupo DIP-HCFMUSP Frequência no nosso meio Nossa experiência Pacientes com espiro (N=246) Anormal (N=72) Fizeram TCAR (N=62) Retiraram consentimento (N=9) Óbito (N=1) Normal (N=166) Kawassaki et al. ERS Annual Congress 2013 Kawassaki et al. ERS Annual Congress 2013 18 11 9 5 5 3 2 1 1 7 Bronquiolite - 29% Normal - 18% Enfisema - 14% Bronquiectasias - 8% BR-DPI - 8% ICC - 8% UIP - 3% NSIP - 2% DPI não classificável - 2% Outras - 11% Voltando ao caso... Resumo Paciente feminina AR soropositiva há 20 anos Sem sintomas respiratórios relevantes ARe em atividade RX de tórax Espirometria – DVO leve CVF (L) 3,22 90% VEF1 (L) 2,12 73% VEF1/CVF 0,66 DLCO (mL/min/mmHg) 16 79% Prova tuberculínica = 0 TB latente e anti-TNF Ministério da Saúde PT > 5mm Isoniazida por 6 meses 9 meses em alguns casos Número de doses EUA PT > 5mm ou IFN-gama positivo RX com sequela Contato com TB (países com alta incidência) Início anti-TNFapós 1 mês de isoniazida TB latente e anti-TNF Ministério da Saúde PT > 5mm OU sequela de TB não tratada Isoniazida por 6 meses 9 meses em alguns casos Número de doses EUA PT > 5mm ou IFN-gama positivo RX com sequela Contato com TB (países com alta incidência) Início anti-TNF após 1 mês de isoniazida Qual o próximo passo? Enquanto aguarda a liberação do anti-TNF pelo convênio TC de tórax em ins e exp Grupo DIP-HCFMUSP Como proceder? Bronquiectasias Vias aéreas na ARe Bronquiolite Grupo DIP-HCFMUSP Roberts et al. Thorax 2000 Ambulatório de DPI - HCFMUSP Vias aéreas na ARe Bronquiectasias Dilatações de brônquios de grande e médio calibre Alteração tomográfica frequente 35% Sintomas em 1-5% dos pacientes Etiologia => IVAI de repetição? Aumento de mortalidade Cordier. Thorax 2007 Bronquiolite Inflamação das pequenas vias aéreas (<2mm) Acomete a transição entre brônquios e alvéolos Prevalência desconhecida 4-68% TCAR x PFP x Biópsia Ambulatório de DPI - HCFMUSP Vias aéreas na ARe Tratamento Suporte Fisioterapia respiratória e reabilitação Antibióticos nas exacerbações Broncodilatadores Diferentes classes Corticóide Imunossupressores Transplante pulmonar White. Semin Respir Crit Care Med 2003 Tiotrópio na BC p=0,0011 CVF VEF1 Pcts VEF1 Pré (%) VEF1 Pós (%) Delta% CVF Pré (%) CVF pós (%) Delta% ARe 1.09 (55) 1.35 (68) 19 1.39 (56) 1.72 (70) 19 ARe+SS 0.75 (39) 0.88 (46) 15 1.33 (58) 1.45 (63) 8 SS 1.21 (63) 1.43 (74) 15 1.85 (79) 2.11 (89) 12 Kawassaki et al. J Bras Pneumol In press E a artrite? Anti-TNF? Broncodilatador Anti-TNF liberado para uso Suspensão da leflunomida Após a 2ª dose Tosse produtiva Febre diária 38ºC Dispnéia PCR=326 VHS=67 Prescrita levofloxacina Tomografia Tomografia Tomografia Evolução Avaliada pela Pneumologia Pneumonia Viral Bacteriana Pneumocystis ICC Reação à droga? Evolução Avaliada pela Pneumologia Pneumonia Viral => painel viral negativo Bacteriana => culturas negativas e TC não compatível Pneumocystis => Pesquisa negativa ICC => BNP e ecocardio normais Reação à droga => diagnóstico de exclusão Suspenso MTX e anti-TNF Evolução Não recebeu corticoide Melhora clínica progressiva Normalização dos marcadores inflamatórios Melhora radiológica Reação pulmonar a drogas Metotrexate Atzeni et al. Expert Review of Clinical Immunology 2013 Prevalência 0,3-11% Nossa casuística - 1,6% Sem fator predisponente Nem doença intersticial pulmonar Padrão tomográfico e histológico característicos Tratamento => suspensão e corticoide Reexposição não recomendada Leflunomida Pneumonia grave Inicia nas 20 primeiras semanas de uso Fatores de risco Pneumonia intersticial prévia Dose de ataque Pneumonite por MTX prévia Colestiramina Atzeni et al. Expert Review of Clinical Immunology 2013 Biológicos Prevalência de 0,5-3% Mais comum em AR Mais relatos com Infliximabe e Etanercept Nossa casuística 1% Etanercept Adalimumabe Fatores de risco Idade Uso do MTX => deflagrador? Prognóstico Panopoulos et al. Curr Opin Pulm Med, 2011 Perez-Alvarez et al. Semin Arthritis Rheum 2011 Toxicidade Pulmonar Panopoulos et al. Curr Opin Pulm Med, 2011 www.pneumotox.com Adalimumab: 50-100 casos Leflunomida: 50-100 casos Azatioprina: 50-100 casos Sulfassalazina: 50-100 casos Infliximab: 100-200 casos Etanercept: 100-200 casos MTX: > 200 casos Toxicidade Pulmonar Panopoulos et al. Curr Opin Pulm Med, 2011 www.pneumotox.com Adalimumab: 50-100 casos Leflunomida: 50-100 casos Azatioprina: 50-100 casos Sulfassalazina: 50-100 casos Infliximab: 100-200 casos Etanercept: 100-200 casos MTX: > 200 casos Toxicidade Pulmonar Panopoulos et al. Curr Opin Pulm Med, 2011 www.pneumotox.com Adalimumab: 50-100 casos Leflunomida: 50-100 casos Azatioprina: 50-100 casos Sulfassalazina: 50-100 casos Infliximab: 100-200 casos Etanercept: 100-200 casos MTX: > 200 casos Toxicidade Pulmonar Panopoulos et al. Curr Opin Pulm Med, 2011 www.pneumotox.com Adalimumab: 50-100 casos Leflunomida: 50-100 casos Azatioprina: 50-100 casos Sulfassalazina: 50-100 casos Infliximab: 100-200 casos Etanercept: 100-200 casos MTX: > 200 casos Obrigado alexandre.kawassaki@hc.fm.usp.br
Compartilhar