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Materiais de Construção Civil 
 
 
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Agregados para Construção Civil 
Agregados são fragmentos de rochas, popularmente denominados “pedras” e “areias”. É um material 
granular, sem forma nem volume definidos, geralmente inerte, com dimensões e propriedades 
adequadas para uso em obras de engenharia. 
Fragmentos de rochas com tamanho e propriedades adequadas são utilizados em quase todas as obras 
de infra-estrutura civil, como em edificações, pavimentação, barragens e saneamento. Estes materiais 
incluem, por exemplo, blocos, pedras, pedregulhos, cascalhos, seixos, britas, pedriscos, areias etc. A 
faixa de tamanho destes fragmentos é bastante ampla, desde blocos com dezenas de centímetros, como 
os “enrocamentos” usados em barragens, até partículas milimétricas, como os “agregados” usados na 
confecção de concreto para a maioria das edificações. 
De acordo com Tartuce e Giovanetti (1990), o agregado é obtido, na prática, através da união de 
materiais miúdos e graúdos. Essa mistura deve ser feita de modo que o agregado resultante possua 
graduação, isto é, grãos de diferentes tamanhos, do mais miúdo ao mais graúdo, formando uma 
verdadeira escala de tamanhos. 
A maioria dos agregados encontra-se disponível na natureza, como é o caso das areias, seixos e pedras 
britadas. Alguns passam por processos de beneficiamento como é o caso das britas, cuja rocha é 
extraída de uma jazida e precisa passar por diversos processos de beneficiamento para chegar aos 
tamanhos adequados aos diversos usos (Hagemann, 2011). 
Existem ainda, segundo Hagemann (2011), alguns subprodutos de atividades industriais que são 
utilizados como agregados, como é o caso da escória de alto-forno, que é um resíduo resultante da 
fabricação de ferro gusa e alguns materiais reciclados, porém, seu uso se restringe a aplicações onde o 
critério resistência é menos significativo. 
Os agregados desempenham um importante papel nas argamassas e concretos, quer do ponto de vista 
econômico, quer do ponto de vista técnico, exercendo influência sobre algumas características 
importantes com retração e aumento da resistência aos esforços mecânicos, já que os agregados de 
boa qualidade possuem resistência mecânica maior do que a da pasta de aglomerante (Tartuce e 
Giovanetti, 1990). 
PEDRA BRITA 
Definições 
A pedra brita é um agregado originado da britagem ou diminuição de tamanho de uma rocha maior, 
que pode ser do tipo basalto, granito, gnaisse, entre outras. O processo de britagem dá origem a 
diferentes tamanhos de pedra que são utilizadas nas mais diversas aplicações. De acordo com a 
dimensão que a pedra adquire após a britagem, recebe nomes diferentes. 
Para fins de terminologia, é comum dividirem-se os materiais granulares, do ponto de vista 
exclusivamente textural, em diversas frações. Entretanto, os limites superiores e inferiores de cada 
classe são arbitrários e variam conforme a origem do agregado (natural ou artificial) e de acordo com 
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 critérios e as necessidades das organizações tecnológicas e normativas de cada país. Bauer (2008) 
apresenta a definição dos principais produtos do processo de britagem: 
• Brita: agregado obtido a partir de rochas compactas que ocorreram em jazidas, pelo processo industrial de 
fragmentação da rocha maciça. 
• Rachão: agregado constituído do material que passa no britador primário e é retido na peneira de 76mm. É a 
fração acima de 76mm da bica-corrida primária. O rachão também é conhecido como “pedra de mão” e 
geralmente tem dimensões entre 76 e 250mm. 
• Bica-corrida: material britado no estado em que se encontra à saída do britador. Chama-se primária quando 
deixa o britador primário (graduação na faixa de 0 a 300 mm) e secundária, quando deixa o britador 
secundário (graduação na faixa de 0 a 76 mm). 
• Pedra Britada: produto da diminuição artificial de uma rocha, geralmente com o uso de britadores, resultando 
em uma série de tamanhos de grãos que variam de 2,4 a 64mm. Esta faixa de tamanhos é subdividida em 
cinco graduações, denominadas, em ordem crescente, conforme os diâmetros médios: pedrisco, brita 1, brita 
2, brita 3 e brita 4. 
• Pó de pedra: Material mais fino que o pedrisco, sendo que sua graduação varia de 0/4,8mm. Tem maior 
porcentagem de finos que as areias padronizadas, chegando a 28% de material abaixo de 0,075, contra os 15% 
da areia para concreto. 
• Areia de brita: obtida dos finos resultantes da produção da brita dos quais se retira a fração inferior a 0,15mm. 
Sua graduação é 0,15/4,8mm. 
• Fíler: Agregado de graduação 0,005/0,075; com grãos da mesma grandeza de grãos de cimento. Material 
obtido por decantação nos tanques das instalações de lavagem de britas das pedreiras. É utilizado em 
mastiques betuminosos, concretos asfálticos e espessamentos de betumes fluídos. 
• Restolho: material granular de grãos frágeis que pode conter uma parcela de solos. É retirado do fluxo na saída 
do britador primário. 
Areia 
A areia é um agregado miúdo que pode ser originário de fontes naturais como leitos de rios, depósitos 
eólios, bancos e cavas ou de processos artificiais como a britagem. Quando proveniente de fontes 
naturais, a extração do material, na maioria dos casos, é feita por meio de dragas e processos de 
escavação e bombeamento. Independente da forma de extração, o material passa por processos de 
lavagem e classificação antes de ser comercializado. 
Bauer (2008) apresenta outra distribuição de tamanho de grãos para as três faixas granulométricas da 
areia: 
• Areia Fina: de 0,15 a 0,6 mm 
• Areia Média: de 0,6 a 2,4 mm 
• Areia Grossa: de 2,4 a 4,8 mm 
Como material de construção, a areia pode ser destinada ao preparo de argamassas, concreto 
betuminoso, concreto de cimento Portland, pavimentos rodoviários, base de paralelepípedos, 
confecção de filtros para tratamento de água e efluentes, entre outras aplicações. 
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 CLASSIFICAÇÃO 
Os agregados classificam-se em naturais e artificiais. 
A. Os naturais são os encontrados na natureza na forma em que são utilizados: as areias, quer em 
jazidas (barranco) quer em cursos d’água, e os pedregulhos ou seixos rolados. 
B. Os artificiais são aqueles que necessitam de beneficiamento, pela ação do homem, a fim de 
chegar a situação de uso como agregado: as areias e pedras obtidas por britamento de 
fragmentos maiores. 
Podemos classificar os agregados, segundo a sua massa específica aparente, em leves (pedra-
pomes, vermiculita, argila expandida, etc.), normais (areias, seixos e pedras britadas) e pesados 
(barita, magnetita e limonita). 
Os agregados são divididos, conforme seu tamanho, em miúdos e graúdos. Entre os diversos 
critérios de classificação para os agregados, o principal deles é aquele que classifica os agregados 
de acordo com o tamanho dos grãos. 
 Agregado miúdo: Materiais que cujos grãos, em sua maioria passem pela peneira 
ABNT4,75 mm e ficam retidos na peneira de malha 150 μm. As areias são os principais 
exemplos de agregado miúdo. 
 Agregado graúdo: Materiais cujos grãos passam pela peneira de malha nominal 75 mm 
e ficam retidos na peneira ABNT 4,75 mm. Cascalho e britas são exemplos de agregados 
graúdos. 
COMPOSIÇÃO GRANULOMÉTRICA 
Para a determinação da composição granulométrica é necessária a série normal de peneiras, disposta 
em ordem crescente de aberturas de malhas numa progressão geométrica de razão (2) dois. 
Formação das amostras: 
 Agregados miúdos: 1 kg; 
 Agregados graúdos: 10 kg. 
 
Agregados Peneiras para Ensaio (Aberturas da malha em mm) 
Miúdos 4,8 - 2,4 – 1,2 – 0,6 – 0,3 – 0,15 
Graúdos 76 – 50 – 38 – 25 – 19 – 9,5 – 4,8 - 2,4 – 1,2 – 0,6 – 0,3 – 0,15 
MASSA ESPECÍFICA APARENTE (OU UNITÁRIA) 
A massa específica aparente é a massa da unidade de volume, incluindo neste os vazios, permeáveis e 
impermeáveis, contidos nos grãos. A determinação da massa unitária é feita com o uso de um 
recipiente com forma de paralelepipedo, cujas dimensões mínimas de volume nunca inferior a 15 
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 litros. 
Quanto ao enchimento do recipiente, o material dever ser lançado de uma altura que não exceda a 
10cm da boca. Após cheio, a superfície do agregado é arrasada e nivelada com uma régua. No caso do 
agregado graúdo, a superfície é regularizada de modo a compensar as saliências e reentrâncias das 
pedras. 
A massa unitária, expressa em kg/dm³, é obtida pelo quociente: 
𝑀.𝑈. =
𝑀𝑎𝑠𝑠𝑎 𝑑𝑜 𝑟𝑒𝑐𝑖𝑝𝑖𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑐ℎ𝑒𝑖𝑜 − 𝑇𝑎𝑟𝑎
𝑉𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 𝑑𝑜 𝑟𝑒𝑐𝑖𝑝𝑖𝑒𝑛𝑡𝑒 (𝑐𝑎𝑝𝑎𝑐𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒)
 
A importância de se conhecer a massa unitária aparente vem da necessidade, na dosagem de 
concretos, de transformar um traço em massa para volume e vice-versa, ou também, para cálculos de 
consumo de materiais a serem empregados no concreto. 
Exemplo 
Determine a massa unitária de uma dada amostra com o uso de um recipiente paralepipedico 
preenchido com areia levemente compactada, sabendo-se que a massa do recipiente com areia seja 
27,7kg e sem areia de 2,5kg. 
 
 
O volume do recipiente em dm³ é calculado por 3,16 x 3,16 x 1,5 = 15 dm³ aproximadamente. Então: 
𝑀.𝑈. =
25,2
15
= 1,68 𝐾𝑔/𝑑𝑚³ 
Lembrando que o volume do agregado é aparente, pois dentro da caixa existem grãos e vazios. 
MASSA ESPECÍFICA REAL 
A massa específica real dos grãos é a massa da unidade de volume, excluindo os vazios permeáveis e os 
vazios entre os grãos. Sua determinação é feita pelo picnômetro ou pelo frasco de Chapman. 
É importante o conhecimento deste valor, nos cálculos de dosagem racional de concreto, quando se 
calculam os consumos de materiais por metro cúbico (m³) de concreto. 
A massa específica real, também chamada massa específica absoluta, é determinada com o auxílio do 
frasco de Chapman. Seu valor normalmente se situa em torno de 2,65 kg/L e pode ser utilizado sempre 
que não for possível sua determinação. 
Da amostra representativa, pesam-se 500g de areia seca, coloca-se água no interior do frasco até sua 
marca padrão de 200 mL; introduz-se cuidadosamente o material. A água subirá no gargalo do frasco 
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 até uma certa marca (L); faz-se essa leitura e do valor obtido diminuem-se os 200 mL, obtendo-se, 
assim, o valor absoluto da areia; dividindo-se a massa dos 500g de areia pelo volume achado, teremos 
a massa específica real. 
𝑀.𝐸. =
500
𝐿 − 200
 
A massa específica é uma medida indireta da compacidade do grão do material, pois quanto menor a 
massa específica mais leve é o material ou mais vazios ele possui. No caso de agregados, esses vazios 
não devem ser confundidos com os vazios entre os grãos (volume aparente), mas sim os vazios do 
próprio grão do agregado, que também interferem na porosidade do mesmo. 
Quando o agregado entra em misturas de concreto e argamassas, a massa específica também é 
utilizada no cálculo da quantidade de materiais para cada metro cúbico de mistura. Quanto maior for a 
massa específica dos agregados maior será o peso do concreto. A massa específica pode ser expressa 
em g/cm³, kg/dm³ ou t/m³. 
Exemplo: 
Frasco de Chapman 
 
Após adicionar os 200 mL de água e em seguida 500 g de areia seca em estufa, obteve-se o nível final 
do frasco igual a 403 mL. Qual a massa específica da areia? 
𝑀.𝐸. =
500
𝐿 − 200
=
500
403 − 200
= 
500
203
= 2,46 𝑔/𝑐𝑚³

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