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EXISTÊNCIA , VALIDADE E EFICACIA DA NORMA JURÍDICA

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UNIVERSIDADE DE SANTO AMARO
ESTHER SOUZA DE CARVALHO
EXITÊNCIA, VALIDADE E EFICÁCIA DA NORMA JURÍDICA
SÃO PAULO
2018
ESTHER SOUZA DE CARVALHO
RA 3580385
EXITÊNCIA, VALIDADE E EFICÁCIA DA NORMA JURÍDICA
Trabalho da disciplina Direito Civil apresentado ao curso de Bacharelado em Direito, na Universidade Santo Amaro, como requisito para a Obtenção de nota em avaliação parcial
SÃO PAULO
2018
As normas jurídicas são estudadas segundo a validade, a vigência e a eficácia. Norma jurídica é, nos termos do Professor Tercio Sampaio Ferraz Jr., a “expectativa contrafática, que se expressa por meio de proposições de dever-se, estabelecendo-se entre comunicadores sociais relações complementares institucionalizadas em alto grau, cujos conteúdos tem um sentido generalizável conforme núcleos significativos mais ou menos abstratos”. 
A validade tem correspondência com o acesso a norma no ordenamento jurídico, isto é, uma norma será válida na ocasião que não contradizer norma superior e tenha ingressado no acatando atendendo ao processo legislativo pré-estipulado. Assim, para Hans Kelsen, a validade da norma está pautada com o fato de existir uma norma que se prescreva uma conduta “deve ou não deve ser, deve ou não ser feita”. 
O professor Tércio Sampaio Ferraz Júnior traz uma crítica a essa posição de Kelsen, afirmando que a explicação Kelseniana da validade sugere que “a norma é um signo, meio para outro signo, e a relação signo/signo, norma/norma, é uma relação de validade”, existindo uma exorbitância de formalismo, e reduzindo a validade “a uma categoria formal do pensamento”, o que intitula de validade condicional. Esta assim, se justificaria na relação meio/fim, exigindo “uma técnica retrospectiva, isto é, para saber se uma norma vale condicionalmente, deve-se remontar à sua norma imunizante e à norma imunizante desta, até chegar à primeira norma ou norma origem”.
Para Tércio Sampaio Ferraz Júnior a validade não deve ser condicionante, porém sim finalística, isto é, é necessário “saber se uma norma vale, finalisticamente, é preciso verificar se os fins foram atingidos conforme os meios prescritos”, considerando a relação íntima entre direito e moral.
De acordo com Dimitri Dimoulis, as condições mais importantes que devem ser respeitadas para que uma regra seja considerada válida são: A competência conferida a uma autoridade ou pessoa para a criação de certa espécie de normas; O procedimento de edição (tramitação regular, maiorias, prazos, registros, formas de publicidade etc.); Os limites temporais e espaciais de validade; As regras que permitem resolver casos de incompatibilidade entre o conteúdo das normas (antinomias jurídicas).
Robert Alexy afirma que uma norma será válida quando atenda os critérios pré-estabelecidos de validade, ou seja, “se a norma N satisfaz os critérios K¹, …, Kn, então, N é válida”, sendo que podem haver diversas teorias de validade, com base nos diferentes tipos de critérios utilizados, sendo todos aceitáveis.
A vigência da norma, por sua vez, possui compatibilidade com a sua “existência específica”. Ele é “um termo com o qual se demarca o tempo de validade de uma norma [;] […] é a norma válida (pertencente ao ordenamento) cuja autoridade já pode ser considerada imunizada, sendo exigíveis os comportamentos prescritos”. Assim, a norma será vigente no momento em que se possa exigir.
Com isso implica dizer que é capaz de existir norma que seja válida e não seja vigência, isto é, não se pode exigir, tal qual é o caso das normas no período da vacation legis. Nesta circunstância, a norma já possui validade segundo os critérios instituídos, contudo, não a autoridade competente não pode submeter a sua efetivação.
Por fim, a eficácia está associada com a geração de efeitos. Com o ““fato de ela [a norma] ser efetivamente aplicada e observada, da circunstância de uma conduta humana conforme à norma se verificar na ordem dos fatos”.
A palavra “eficácia” vem do latim efficere, eficaccia, efficax, que se refere “à produção dos efeitos esperados” [2]. Desta forma, o Direito é eficaz no momento em que alcança sua finalidade prevista, qual seja, a de ser posto e obedecido pela sociedade.
A eficácia jurídica está relacionada, para Hans Kelsen, com a validade da norma, isso porque, a “eficácia é condição no sentido de que uma ordem jurídica como um todo e uma norma jurídica singular já não é considerada como validas quando cessam de ser eficazes”. Assim, para que uma norma seja eficaz ela tem que ter validade, que é “a resposta à questão de saber por que devem as normas desta ordem jurídica ser observadas e aplicadas”.
A eficácia quando verificadora da geração dos efeitos da norma, possui relação com o modo com o a sociedade a observa, sendo denominada de eficácia social. Assim, ela é observada “quando encontra na realidade condições adequadas para produzir seus efeitos”. Exemplo, a norma que implementou a determinação de aparelho de segurança em automóveis para criança (as cadeirinhas), que apesar de válida e vigência, por um tempo não teve eficácia em virtude da ausência dos mesmos para a venda, o que impedia que as pessoas pudessem adquirir os mesmos.
Tércio Sampaio Ferraz Júnior, nesta fase, distingue a eficácia social, ou a sua inexistência, com existência de normas que são compridas em virtude da eventualidade de propiciarem “tumulto social”, exemplificando com o estipulado no artigo 7º, IV, da CF/88, que estabelece as bases para o salário mínimo, que nunca foi obedecido. Ocorre assim o não sucesso da norma e a mesma passa a ser socialmente irrelevante.
A eficácia jurídica tem relação com o fato de o Estado ter aparato jurídico para fazer a norma ser cumprida. Isto é, se os agentes estatais têm condições de fazer a norma ser exigida.
Desta maneira, nos três âmbitos de estudo da norma, certifica-se que a validade da norma tem relação com a harmonização desta a critérios formais ou morais antecipadamente estabelecidos, não mais que ingressando no ordenamento jurídico após a averiguação destes. Posto que válida, verifica-se a vigência da norma, isto é, se a própria pode ser imposta, se a autoridade já pode fazê-la cumprir. Tem relação com o tempo da norma, o tempo de exigibilidade da mesma.
E a eficácia jurídica possui relação com o consentimento e produção dos efeitos da norma, com a perspectiva de socialmente a mesma ser cumprida e de ter seus efeitos produzidos. Isso pode não se suceder por dois motivos: impossibilidade material ou ausência de condições ou por desobediência a norma, quando a norma não tem êxito.
Referências 
ALEXY, Robert. Teoria dos Direitos Fundamentais. SILVA, Virgílio Afonso da (trad.). 2. ed. São Paulo: Malheiros, 2011.
FERRAZ JÚNIOR, Tércio Sampaio. A Validade das Normas Jurídicas. Acesso em: 04 fev. 2013.
KELSEN, Hans. Teoria Pura do Direito. MACHADO, João Baptista (trad.). 6. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1998.
BARZOTTO, Luis Fernando. O Positivismo Jurídico Contemporâneo: uma introdução a Kelsen, Ross e Hart. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2007, 2ª edição.
BOBBIO, Norberto. O Positivismo Jurídico. São Paulo: Editora Ícone, 1995, 2ª edição.
DIMOULIS, Dimitri. Positivismo jurídico: introdução a uma teoria do direito e defesa do pragmatismo jurídico-político. São Paulo: Método, 2006.
FERRAZ JR., Tercio Sampaio. Introdução ao estudo do direito: técnica, decisão, dominação. São Paulo: Atlas, 2001.
HART, Herbert. O conceito de direito. Lisboa: Fundação Calouste, 1994.
KELSEN, Hans. Teoria pura do direito. São Paulo: Martins Fontes, 2000.
KELSEN, Hans. Teoria pura de direito. Armênio Amado: Coimbra, 1979. p. 269
RAZ, Joseph. Ethics in the public domain. Essays in the morality of law and politics. Oxford: Clarendon Press, 2001
REALE, Miguel. Lições Preliminares de Direito. São Paulo: Saraiva, 2004.

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