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Bárbara Oenning da Gama motilidade do trato gastrointestinal * Propulsão e mistura do alimento. * Atividade elétrica: ® Células intersticiais de Cajal (marca passos) entre as camadas musculares; ® Potenciais de membrana de repouso ® ondas lentas/ritmo elétrico básico: -70 e -80 milivolts (mV); ® Potenciais de ação: -40 mV ® ocorrência das contrações; ® Sistema parassimpático com neurotransmissores (acetilcolina, substância P, CCK, gastrina); ® Mecanorreceptores e quimiorreceptores; ® Ondas lentas: Þ Não são verdadeiros potenciais de ação; Þ Alterações lentas e ondulares no potencial de membrana ® variações de 5 a 15mV; Þ Lenta ondulação da atividade da bomba de sódio-potássio; Þ Frequência de 3 a 12/minuto; Þ Não há produção de contração (com exceção do estômago). ® Influxo de cálcio (bomba sódio-cálcio) ® ativação da actina e da miosina. Þ Nas ondas lentas não há entrada de cálcio ® não há contração. ® Potenciais em ponta: Þ Ocorre quando o potencial de membrana em repouso do músculo liso gastrointestinal fica mais positivo que -40mV; Þ São verdadeiros potencias de ação; Þ Frequência entre 1 a 10/segundo; Þ Canais de cálcio-sódio (influxo de cálcio e sódio) possuem canais com abertura e fechamento lentos. ® Alterações na voltagem do potencial de membrana: Þ Despolarização: favorece o aparecimento de potenciais de ponta; Þ Hiperpolarização: fibra muscular gastrointestinal fica menos excitável devido ao sistema simpático (peptídeo intestinal vasoativo – VIP e ao óxido nítrico). ® Fatores que tornam mais excitável a fibra muscular (depolarização): Þ Distensão do músculo; Þ Estimulação por acetilcolina: Estimulação parassimpático através dos nervos que secretam a acetilcolina; Estimulação hormonal através da CCK e da gastrina. ® Fatores que tornam menos excitável a fibra muscular (hiperpolarização): Þ Efeito da noradrenalina e da adrenalina; Þ Estimulação simpática através dos nervos que secretam a noradrenalina e a adrenalina. * Complexo motor migratório (CMM): ® Período: jejum (3 horas após a última refeição); ® Limpeza interdigestiva; ® Contrações na porção média do estômago até o íleo; ® Quatro fases com ciclos de 75-120 minutos: Þ Fase I, II e IV: baixa atividade; Þ Fase III: ação da motilina das células M do intestino delgado ® 6 a 10 minutos/ciclo ® atuação dos nervos entéricos autônomos. Fase principal da limpeza do intestino. Bárbara Oenning da Gama * Propulsão e mistura do alimento no tubo alimentar: ® Ondas lentas são mais frequentes no estômago, duodeno, íleo e cólon proximal ® menos frequente no cólon distal; ® Ações ocasionadas pela despolarização acima do limiar das ondas lentas: Þ Estômago: mistura; Þ Duodeno e íleo: propulsão; Þ Cólon proximal e distal: formação de haustro e armazenamento; movimentos de massa e propulsão. * Ingestão: ® Mastigação: Þ Músculos da mastigação são inervados pelo ramo motor trigêmeo (quinto par craniano); Þ Processo controlado pelo tronco cerebral ® reflexo mastigatório. ® Deglutição: Þ Fase voluntária: exercida pela língua ® estimulação de receptores da deglutição na faringe (início da fase involuntária); Þ Fase faríngea: 1. Palato empurrado superiormente ® fechamento das narinas; 2. Pregas palatofaríngeas formam a fenda faríngea; 3. Fechamento das cordas vocais e elevação da laringe; 4. Contração da faringe e relaxamento do esfíncter esofágico superior (EES); Duração: cerca de 2 segundos; Controle neural (ato reflexo): receptores da faringe ® geração de impulsos aferentes via ramos sensitivos trigêmeo e glossofaríngeo ® centro da deglutição (ponte e bulbo) ® inibição do centro respiratório/impulsos motores pelo 5o, 9o, 10o e 12o pares cranianos para a faringe e esôfago superior. Þ Fase esofágica: Ondas primárias: continuação da onda faríngea (duração: de 8 a 10 segundos); Ondas secundárias: iniciadas pelo plexo mioentérico do esôfago e por arco reflexo (fibras aferentes vagais, bulbo e eferentes vagais); Relaxamento receptivo do estômago: neurônios inibitórios mioéntericos do estômago são ativados; Esfíncter inferior do esôfago sofre contração tônica (10-25mmHg) ® relaxamento desde o início da fase esofágica até o fim da onda peristáltica; Hiato diafragmático recebe a função de válvula; Aplicações: Acalasia: doença de Chagas: alterações na musculatura ® esfíncter esofágico não relaxa, causando disfagia ® leva ao megaesôfago; Hérnia hiatal: dificulta a passagem do alimento ® refluxo, queimações e regurgitação. * Funções motoras do estômago: ® Armazenamento: Þ Reflexo vago-vagal (estômago – tronco cerebral – estômago) causa a redução do tônus na parede do estômago (relaxamento receptivo); Þ Pressão permanece baixa até o conteúdo atingir 1,5 litros; Þ A retirada do fundo pela cirurgia bariátrica altera o relaxamento receptivo. ® Mistura: Þ Suco digestivo + alimentos ® quimo; Þ Ondas de mistura: Iniciadas no corpo em direção ao antro; Bárbara Oenning da Gama 3-4/minuto; Iniciadas pelo ritmo elétrico básico (ondas lentas); Ondas progridem para o antro com aumento de intensidade ® anéis constritores peristálticos empurram o quimo em direção ao piloro (retropulsão). Þ Contrações de fome quando o estômago está vazio por várias horas e os níveis de glicemia estão baixos. ® Esvaziamento gástrico: Þ Contrações antriais peristálticas – bomba pilórica; Þ 20% são contrações intensas no sentido caudal; Þ Papel do piloro (camada muscular hipertrofiada) no controle do esvaziamento gástrico é a permissão da passagem de pequena quantidade de líquido; Þ Tempo: carboidratos de 30 a 60 minutos, sólidos (carnes e gorduras) de 3 a 4 horas. * Controles do esvaziamento gástrico: ® Fatores gástricos: fracos: Þ Distensão do volume gástrico: estiramento da parede gástrica ® reflexos mioentéricos estimulam a bomba pilórica, com ligeira inibição do piloro; Þ Gastrina: produção estimulada pela distensão e por certos alimentos ® aumento da atividade da bomba pilórica. ® Fatores duodenais: fortes: Þ Reflexos nervosos enterogástricos no duodeno: SN entérico: reflexos locais; SN simpático: estímulos aferentes ® gânglios simpáticos pré-vertebrais ® fibras simpáticas inibitórias; SN parassimpático: sinais inibitórios para o tronco cerebral via vagos; Desencadeantes: distensão do duodeno; Irritantes acidez do quimo (pH abaixo de 3,5), produtos de degradação de proteínas e gorduras. Þ Feedback negativo dos hormônios intestinais (atuação parácrina): CKK pelo jejuno, na presença de gordura; Secretina pelo duodeno, na presença de quimo ácido; GIP pelo duodeno, na presença de gordura e carboidratos. * Movimentos do intestino delgado: ® Contrações de mistura: Þ Contrações segmentares concêntricas, localizadas; Þ Comprimento longitudinal (cerca de 1cm); Þ Provocadas pelas ondas lentas do músculo liso, controladas pelo plexo mioentérico (desencadeadas pelo estiramento do intestino delgado pelo quimo); Þ Função: fragmentação do quimo e mistura deste com as secreções intestinais; Þ Frequência: 1 a 3/minuto até 8 a 12/minuto; Þ Bloqueadas pela atropina ® bloqueio do peristaltismo; Þ Aplicação clínica: síndrome do intestino irritável (SII) ® controle com serotonina. ® Contrações propulsivas: Þ Funções: impelir quimo do piloro até a válvula íleo-cecal (3 a 5 horas), espalhar o quimo sobre a superfície absortiva; Þ Contrações fracas em relação à bomba pilórica (1cm/segundo) ® percorrem de 3 a 5 cm. ® Controle do peristaltismo: Þ Neural: mais importante: Movimentos propulsivos: resposta pelo plexo mioentérico à distensão do estômago à chegada dos novos alimentos (reflexo gastroentérico). Bárbara Oenningda Gama Þ Hormonal: Estimulantes: CKK, gastrina, insulina, serotonina; Inibidores: secretina e glucagon; Quimo é bloqueado pela válvula íleo-cecal até que ocorra uma nova refeição ® reflexo gastroentérico. ® Movimentos: Þ Peristaltismo em jejum é controlado pelo plexo motor migratório; Þ Descarga peristáltica: exacerbação peristáltica: Presença de substâncias irritativas ® gastroenteocecolite aguda (GECA); Lesão em nervos aferentes, gânglios autônomos, tronco cerebral, nervos eferentes, plexo mioentérico; Diarreia. Þ Camada muscular da mucosa: Pregas mucosas; Ordenamento dos quilíferos centrais nas vilosidades (fibras musculares das vilosidades); Controle pelo plexo submucoso; Estímulo: quimo. ® Função da válvula íleo-cecal: Þ Evita o refluxo gástrico retrógrado do intestino delgado para o íleo; Þ Controla o esvaziamento do íleo: Aumenta o tempo de absorção; Esfíncter íleo-cecal permanece em leve contração; Reflexo gastroentérico intensifica o peristaltismo no íleo. Þ Alterações podem resultar em diarreia. ® Controle do esfíncter íleo-cecal por feedback: Þ Aumento da pressão no ceco; Þ Presença de substâncias irritantes ou processos inflamatórios no ceco (apêndice inflamado); Þ Reflexo inibitório mioentérico e simpático (gânglios simpáticos pré-vertebrais). * Cólon: ® Funções do cólon: Þ Absorção de água e de eletrólitos (metade proximal); Þ Armazenamento de fezes até que ocorra a defecação (metade distal). ® Movimentos: Þ Propulsão segmentar – movimentos de mistura (haustrações): Contrações segmentares associadas à contração do músculo longitudinal (3 tênias); Oclusão quase completa em um ponto e bolsas em outros (haustrações); Aplicação clínica: SII. Þ Movimentos propulsivos: Metade distal do cólon; Duram cerca de 30 segundos; Sequência dura até 30 minutos; Movimentos em massa; Ocorrem 1 a 3 vezes ao dia após as refeições: Reflexos gastrocólico e duodenocólico; Estimulantes: reflexos autônomos (SN entérico e SN parassimpático); Estimulam a defecação. Bárbara Oenning da Gama ® Defecação: Þ Esfíncter anal interno: espessamento da musculatura lisa circular interna (alguns cm proximais ao ânus); Þ Esfíncter anal externo: músculo estriado, circula o esfíncter interno – inervação pelo nervo pudendo ® controle voluntário; Þ Reflexo intrínseco: desencadeado pela distensão. Fraco; Mediado pelo SN entérico; Provoca relaxamento do esfíncter anal interno. Þ Reflexo parassimpático: Via nervos pélvicos e medula espinhal sacral; Amplificam as ondas peristálticas no cólon distal e reto; Aplicação clínica: constipação/incontinência. Þ No ser humano treinado, quando o momento não é apropriado, o esfíncter anal externo se mantém contraído impedindo a defecação ® desaparecimento do reflexo da defecação; Þ O reflexo reaparece quando chegam mais fezes ao reto, posteriormente. * Reflexos gastrointestinais: ® Sistema nervoso entérico: controle da secreção gastrointestinal, peristaltismo, contrações de mistura, efeitos inibitórios locais; ® Reflexos do intestino para gânglios simpáticos pré-vertebrais que retornam para o trato gastrointestinal: Þ Sinais por longas distâncias; Þ Movimentos de massa do cólon: gastrocólico (excitatório), duodenocólico, irritação do cólon (retacolite ulcerativa), ileogástrio (inibitório – quimo no íleo reduz o esvaziamento gástrico) e colonoieal (inibitório). ® Reflexos do intestino para a medula ou para o tronco cerebral que retornam para o trato gastrointestinal: Þ Estômago e duodeno fazem o relaxamento do corpo e do fundo do estômago com alimentos através dos nervos vagos ® atividade secretora; Þ Reflexo entero-entérico (intestino-intestinal): se uma área do intestino delgado estiver superdistendida (infecção intestinal) o resto irá relaxar ® inibe a motilidade; Þ Reflexos dolorosos: geralmente inibitórios; Þ Reto esfincteriano (defecação): peristaltismo no reto e relaxamento do esfíncter anal interno. * Distúrbios gerais do TGI: ® Reflexo do vômito: Þ Estímulos: mecânico, quimioterapia, infecções virais, intoxicações alimentares, gravidez, viagens (equilíbrio), gastroenterias (causadas pelas toxinas liberadas pelas bactérias); Þ Neurotransmissores que levam ao vômito quando liberados: Serotonina (receptor 5-HT3): media a estimulação vagal simpática e central; Dopamina (receptor D2): em terminais vagais e zona quimiorreceptora; Substância P: nível periférico e central; Acetilcolina (receptor muscarínico/M); Canabioides (CB1); Histamina (H1); Glicocorticoides. ® Anti-peristaltismo (antecipação do vômito): Þ Relaxamento do esfíncter esofágico inferior; Þ Abertura do esfíncter esofágico superior; Bárbara Oenning da Gama Þ Fechamento da glote e das fossas nasais; Þ Contração do diafragma e músculos abdominais; Þ Zona de gatilho quimiorreceptora: assoalho do 4o ventrículo.
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