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Estudo Dirigido Elementos do Processo Penal

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ESTUDO DIRIGIDO DA DISCIPLINA 
Elementos do Processo Penal 
 
REFERÊNCIA: GARCIA, Flúvio Cardinelle Oliveira. Noções de direito processual penal à 
luz de alguns de seus princípios. Editora. Intersaberes, 2 Ed. 2013. 
 
Neste roteiro destacamos a importância para seus estudos de alguns temas diretamente relacionados 
ao contexto estudado nesta disciplina. Os temas sugeridos abrangem o conteúdo programático da sua 
disciplina nesta fase, e lhe proporcionarão maior fixação de tais assuntos, consequentemente, melhor 
preparo para o sistema avaliativo adotado pelo Grupo Uninter. Esse é apenas um material 
complementar, que juntamente com os vídeos e os slides das aulas compõem o referencial teórico 
que irá embasar o seu aprendizado. Utilize-os da melhor maneira possível. 
Bons estudos! 
 
 
Autotutela e surgimento do processo penal 
 
Peculiaridade inicial a anotar é a escassa importância que apresenta a existência de um 
Governo e de uma Justiça formalmente constituídos, a ponto de não possui-los inúmeros 
grupos selvagens. Habituados como estamos a ver a ordem e a segurança coletivas como 
produtos de todo um complexo aparelhamento preventivo- -repressivo, mantido pelo Estado, 
custa-nos conceber sociedades que disso prescindam, e, sem embargo, se conservem 
dentro de satisfatória disciplina. 
 
Em tempos primitivos, imperava como forma de resolução de conflitos a chamada 
autotutela ou defesa privada, em que cada uma das partes valia-se de meios próprios para 
resolver diretamente o conflito. 
 
 
Sobre o jus puniendi, o jus libertatis e a persecutio criminis 
 
Ao poder-dever que o Estado tem de punir, com a aplicação de uma pena, aquele que 
pratica um ilícito penal, dá-se o nome de jus puniendi. Para Lopes Jr. (2011a, p.6) “no 
momento em que o Estado substitui as partes e impede a autotutela, nasce também um 
dever correlato, de atuar quando a intervenção seja solicitada”. 
 
Referência: GARCIA, Flúvio Cardinelle Oliveira. Noções de direito processual penal à luz 
de alguns de seus princípios. Editora. Intersaberes, 2 Ed. 2013, p 27. 
 
O jus puniendi pode ser considerado em sua vertente in abstracto ou in concreto. Para 
entender bem a distinção entre ambos, Bitencourt (2006, p. 174) nos ensina que é preciso 
saber que as normas penais incriminadoras são compostas por dois preceitos: Primário - 
No qual há descrição da conduta proibida ou imposta pelo Direito Penal; Secundário - No 
qual há a sanção penal cominada, em abstrato, em seus limites mínimo e máximo, 
vinculado à prática daquele ato delituoso. 
 
Todo aquele a quem se imputa uma prática criminosa tem, portanto, o direito de pleno 
exercício de seu jus libertatis, vale dizer, a possiblidade ampla de se defender - de forma 
direta (autodefesa) e por meio de seu advogado (defesa técnica) – perante o Estado, que, 
de outro lado, tem o dever de exercer sua jus puniendi. 
 
A persecução penal deve caminhar lado a lado com a franquia de liberdades públicas do 
cidadão, humanizando-se a função punitiva do Estado. Nada mais óbvio, se considerarmos 
que a dignidade da pessoa humana, enquanto valor jurídico fundamental da comunidade e 
reduto intangível do indivíduo, traduz o centro axiológico em torno do qual gravitam os 
direitos fundamentais, e a última fronteira contra quaisquer ingerências externas. Nesse 
prisma, o Estado-Investigação nada mais é do que um meio cuja finalidade consiste na 
garantia de direitos fundamentais, sendo o postulado da dignidade o norte para o Poder 
Público. As duas fases da persecução penal são: A primeira - pré-processual e de viés 
inquisitivo, quase sempre é inaugurada por meio do inquérito policial; A segunda - 
processual e acusatória, ocorre perante o poder Judiciário. 
 
 
Direito Processual Penal e Processo Penal 
 
O que se nos afigura necessário, para que o Direito Processual Penal consiga galgar as 
altitudes que deve atingir, é que se construam suas categorias jurídicas dentro de 
postulados estritamente processuais, com a necessária base jurídico-constitucional que lhe 
dê conteúdo político para ser instrumento eficaz de tutela da ordem jurídica, dentro de 
preceitos que assegurem à pessoa humana a defesa de seus valores supremos e 
primaciais. 
 
O conceito de Direito Processual Penal é o conjunto de normas, princípios, regras e 
preceitos jurídicos que deverão ser observados durante a persecutio criminis para que o 
Estado possa, ao final de forma legítima e legalmente válida, aplicar a sanção penal ao 
criminoso condenado e controlar seu efetivo cumprimento, realizando-se, assim a 
pretensão punitiva estatal no caso concreto com observância efetiva dos direitos e garantias 
individuais que guarnecem a defesa do jus libertartis do acusado. 
 
 
O que se nos afigura necessário, para que o Direito Processual Penal consiga galgar as 
altitudes que deve atingir, é que se construam suas categorias jurídicas dentro de 
postulados estritamente processuais, com a necessária base jurídico-constitucional que lhe 
dê conteúdo político para ser instrumento eficaz de tutela da ordem jurídica, dentro de 
preceitos que assegurem à pessoa humana a defesa de seus valores supremos e 
primaciais. 
Para seu regular desenvolvimento, deve o Processo Penal abranger necessariamente 
quatro momentos distintos (de seu início ao seu final): Acusação, a defesa, a produção de 
provas e a decisão do juiz. 
 
 
Direito Constitucional 
 
 
O conceito de Processo Penal Constitucional é a visualização do processo penal a partir 
dos postulados estabelecidos pela Constituição Federal, no contexto dos direito e garantias 
humanas fundamentais, adaptando o Código de Processo Penal a essa realizada, ainda 
que, se preciso for, deixe de aplicar a legislação infraconstitucional defasada e, por vezes, 
nitidamente inconstitucional. 
 
 
Criminalística e ciências auxiliares: 
 
 
A investigação de crimes e o trabalho desenvolvido pela ciência forense sempre foi tema 
de obras da ficção. Na série CSI: Investigação Criminal, um grupo de cientistas forenses 
do departamento de criminalística da polícia de Las Vegas (EUA) desvenda os casos a 
partir de indícios e pistas deixados nas cenas dos crimes 
 
As ciências extrajurídicas são consideradas importantes instrumentos do Direito Processual 
Penal e, mais ainda, do Processo Penal, na coleta e análise de provas técnicas que podem 
concluir para a formação do convencimento do magistrado quanto à responsabilidade 
criminal do acusado. 
 
No contexto do Direito Processual Penal, a medicina legal é especialmente relevante na 
obtenção de informações relevantes quando se está diante de um crime de morte violenta, 
assim considerado, conforme entendimento de Stumboll, Quintela e Dorea ( 1999), quando 
a causa do óbito não é atribuída à velhice ou à doença, mas à acidente, homicídio ou 
suicídio. 
 
Cabe à perícia médico-legal a incumbência, bem como a caracterização de ferimentos, a 
realização de exames toxicológicos na tentativa de identificar possível envenenamento ou 
overdose por drogas, a coleta de vestígios biológicos (por exemplo: DNA, secreções, 
sangue) para posterior confronto com material a ser obtido do suspeito, entre outras 
relevantes tarefas: 
 O exame de confronto balístico é fundamental para se comprovar que o projétil que 
matou determinada vítima efetivamente partiu da arma de fogo de um suspeito, 
apreendida no âmbito da persecutio criminis. 
 A coleta e a análise de individuais datiloscópicas (impressões digitais) pode revelar 
se o acusado de fato esteve na cena do crime ou se manuseou a faca encontrada 
no local do delito. 
 A perícia documentoscópia é responsável pelo exame de documentos com o 
objetivo de se identificar eventual falsidade documental, fraude ou inautenticidade 
de assinatura. 
 A psiquiatria e psicologia forense são especialmente importantes no estudo, na 
análisee na conclusão acerca de distúrbios mentais, hipóteses de inimputabilidade, 
classificação de condenados quanto à sua periculosidade e a cessação desta, pra 
fins de liberdade condicional ou progressão para regime de cumprimento de pena 
mais benéfico. 
 
A política criminal tem como precursor Franz Von Lizst, com sua obra: "Princípio da Política 
criminal - 1889". Para Lizst, a política criminal nasceu na Itália no século XVIII, 
fundamentalmente com o surgimento da publicação da obra de Beccaria e sua preocupação 
com as eficazes formas junto à prevenção do delito e a questão legislativa capaz de 
alcançar tal finalidade. 
 
Enquanto a criminalística ocupa-se de casos concretos, com o intuito específico e pontual 
de esclarecer suas circunstâncias e auxiliar na composição do conjunto de provas, afim de 
colaborar com a formação do convencimento dos atores encarregados da persecutio 
criminis estatal; a criminologia é a ciência que tem por objeto de estudo, de forma abstrata, 
o delinquente, a vítima, e o controle social voltado à compreensão e ao enfrentamento do 
problema da criminalidade. 
 
O conceito de criminologia = É a ciência que tem por objeto de estudo, de forma abstrata, 
o delinquente, a vítima, e o controle social voltado à compreensão e ao enfrentamento do 
problema da criminalidade. 
 
 
Panorama sobre os sistemas processuais penais 
 
 
O Direito Processual Penal é o ramo de estudo tradicionalmente voltado à a atividade de 
jurisdição de um Estado soberano no julgamento do acusado de praticar um crime. O 
procedimento de legitimação do direito de punir estatal chamado de processo penal é o 
universo de estudos do Direito Processual Penal. 
 
Os três tipos ou modelos de sistemas processuais penais existentes são: Acusatório, o 
inquisitivo e o misto. 
 
 
O sistema processual penal no Brasil 
 
De acordo com as características que distinguem os três sistemas processuais penais 
estudados, considerando as liberdades públicas, os direitos e as garantias individuais 
assegurados pela Constituição Federal de 1988 e pelo Estado Democrático de Direito por 
ela apregoado, e firmes na concepção do Processo Penal Constitucional, que deve nortear 
a elaboração, a interpretação, a integração e a aplicação das normas do Processo Penal 
em nosso país, torna-se relativamente fácil concluir que o modelo adotado pelo Brasil é o 
do sistema processual penal acusatório. 
 
 
O juiz (do latim iudex, "juiz", "aquele que julga", de ius, "direito", "lei", e dicere, "dizer") é um 
cidadão investido de autoridade pública com o poder para exercer a atividade jurisdicional, 
julgando os conflitos de interesse que são submetidas à sua apreciação. Convictos do 
acertado posicionamento de Pacelli (2013) quanto a esse tema e o firme propósito de 
resguardar a dignidade humana do acusado e a finalidade imediata do Processo Penal, 
acreditamos que a iniciativa probatória do juiz é bem-vinda, desde que limitada ao 
esclarecimento de questões ou pontos duvidosos já constantes nos autos, previamente 
trazidos ao processo pelas próprias partes. 
 
 
 
Fontes do Direito Processual Penal 
 
A súmula vinculante obriga todos os tribunais a seguir seu entendimento. Introduzida em 
2004 pela Emenda Constitucional nº 45 (vulgo "Reforma do Judiciário"), seu objetivo era 
reduzir a sobrecarga do STF; como, antes da Reforma, suas decisões não eram vinculantes, 
a Corte recebia todos os anos centenas de recursos para casos aos que já dera parecer 
(recursos especiais), divergindo sua atenção de casos mais importantes e minando a 
celeridade dos seus processos. Até 2016, foram aprovadas 55 súmulas vinculantes, a 
maioria tratando de interpretação constitucional. 
Quanto à Súmula Vinculante n.º 11, de 13 de agosto de 2008 = Só é lícito o uso de algemas 
em casos de resistência e de fundado receio de fuga ou de perigo à integridade física 
própria ou alheia, por parte do preso ou de terceiros, justificada a excepcionalidade por 
escrito, sob pena de responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente ou da autoridade 
e de nulidade da prisão ou do ato processual a que se refere, sem prejuízo da 
responsabilidade civil do Estado. 
 
 
Aplicações da lei processual penal. 
 
O Direito Processual Penal é o ramo de estudo tradicionalmente voltado à a atividade de 
jurisdição de um Estado soberano no julgamento do acusado de praticar um crime. O 
procedimento de legitimação do direito de punir estatal chamado de processo penal é o 
universo de estudos do Direito Processual Penal. 
Algumas noções acerca de conceitos importantes que, de certo, facilitarão a compreensão 
quanto à aplicação da lei processual penal no tempo: 
 Podemos dizer que houve promulgação de uma lei quando é declarada sua 
existência e ordenada sua execução. 
 Ocorre a publicação da lei quando é dada ciência oficial de seu conteúdo à 
sociedade após a promulgação. 
 Por sua vez, denomina-se vigência o período de atividade da lei, ou seja, o intervalo 
temporal em que há produção de seus efeitos. 
 
 
A regra que orienta a aplicação da lei processual penal no tempo, que está prevista no art. 
2º do Código de Processo Penal com a seguinte redação “A lei processual penal aplicar-
se-á desde logo, sem prejuízo da validade dos atos realizados sob a vigência da lei anterior” 
(Brasil, 1941ª). 
Aplica-se o princípio do efeito imediato ou da aplicação imediata da lei processual penal, 
também conhecido como princípio da imediatidade ou do tempus regit actum, o qual 
preconiza que a lei processual penal deve iniciar seus efeitos tão logo entre em vigor, 
inclusive colhendo processos em pleno desenvolvimento, sem qualquer prejuízo à validade 
dos atos processuais praticados sob a égide da lei anterior. 
 
A temática da aplicação da lei processual penal no espaço está intrinsecamente vinculada 
ao poder jurisdicional brasileiro, para o qual são investidas as autoridades judiciárias que 
atuam na persecutio criminis, que somente pode ser exercido no âmbito do território 
nacional. 
Ora, se o exercício do poder jurisdicional, por se tratar de inequívoca demonstração de 
força e expressão legítima da soberania nacional, é restrito aos limites do território brasileiro, 
inexoravelmente o mesmo ocorre com a aplicação da lei processual penal no espaço, ou 
seja, para esta, vigora a regra da territorialidade que, segundo Tourinho Filho (2003a), 
procede do direito internacional privado, no qual se estabelece como princípio regente o 
locus regit actum ( a lei local deverá reger o ato). 
Em outras palavras, a lei processual penal brasileira pode ser aplicada somente às ações 
penais que tiverem curso no território nacional, não lhe sendo conferida legitimidade ou 
validade para ultrapassar os limites de nossas fronteiras. 
Tecnicamente, nesse particular, vigora entre nós a aplicação da lex fori (lei local), segundo 
o princípio do locus regit actum (a lei local deverá reger o ato), vale dizer, a aplicação da lei 
processual penal brasileira deve ser aplicada a todos os casos penais processados e em 
julgamento no Brasil, excluindo-se, por conseguinte, a possibilidade de lei processual penal 
estrangeira produzir efeitos em território brasileiro. 
 
. A lei processual penal brasileira pode ser aplicada somente às ações penais que tiverem 
curso no território nacional, não lhe sendo conferida legitimidade ou validade para 
ultrapassar os limites de nossas fronteiras. Vigora a aplicação da lex fori (lei local), segundo 
o princípio do locus regit actum (a lei local deverá reger o ato). 
 
 
O Código de Processo Penal como norma geral 
 
A aplicação de normas específicas previstas em legislação esparsa em detrimento à regra 
geral insculpida no Código de Processo Penal prestigia o princípio da especialidade, que 
preconiza a prevalência da norma especial sobre a norma geral. 
Sobre os critérios para definir quallei deve ser aplicada de acordo com o caso concreto, 
Machado (2009, p.244 – 245) diz: O intérprete/aplicador pode-se valer basicamente de três 
critérios para definir qual a lei que deverá aplicar ao caso concreto: Critério hierárquico= a 
lei superior sempre se sobrepõe à inferior; Critério da especialidade = determina que a lei 
especial se sobrepõe à geral; Critério da temporalidade= estabelece que a lei posterior 
revoga a anterior. 
 
 
Conceito e classificação dos princípios e sua importância para o Direito Processual 
Penal. 
 
 
Os princípios constitucionais possuem força vinculante e são na verdade o início, o ponto 
de partida de qualquer atividade judicante, seja de interpretação, integração ou de aplicação 
da lei. São de observância necessária e obrigatória em qualquer situação, sob pena de 
invalidade por vício de inconstitucionalidade. E, antes de mais nada, devem informar a 
própria atividade legislativa, bem como a atuação de todos os entes estatais. 
 
A doutrina faz distinção entre os princípios e as regras, considerando ambos espécies que 
integram o gênero das normas. De acordo com Alexy (2014, p.91), enquanto princípios 
representam as ideias fundamentais e os valores básicos da sociedade que devem nortear 
o ordenamento jurídico de forma, de forma abstrata e genérica, as regras contém 
determinações no âmbito daquilo que é fática e juridicamente possível. 
 
 
Dignidade Humana 
 
 
A Constituição Federal: Art. 1º: A República Federativa do Brasil, formada pela união 
indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado 
Democrático de Direito e tem como fundamentos, por exemplo: 
III - a dignidade da pessoa humana; 
Oliveira (2009, p.816), conceitua dignidade humana como “o conjunto de atributos pessoais 
de natureza moral, intelectual, física, material que dão a cada homem a consciência de 
suas necessidades, de suas aspirações, de seu valor, e o tornam merecedor de respeito e 
acatamento perante o corpo social”. 
Tendo como base essa definição, Nucci (2010) nos ensina que é possível observar dois 
relevantes e inseparáveis aspectos da dignidade humana: 
 Aspecto objetivo: Refere-se à necessidade de garantia de um mínimo existencial, 
que permita ao ser humano a satisfação de suas necessidades vitais básicas, tais 
como alimentação, moradia, educação, saúde, vestuário e higiene. 
 Aspecto subjetivo: Envolve o sentimento de respeitabilidade e autoestima do 
indivíduo, bem como o desenvolvimento sadio de sua personalidade diante da 
comunidade em que vive – entre seus pares e, sobretudo, perante o Estado. 
 
 
In dubio pro reo 
 
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL. 
Art. 5º: Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se 
aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à 
liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: 
 
LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal 
condenatória. 
 
Em suma, haverá condenação legítima e válida do acusado somente na hipótese de certeza 
positiva, ou seja, se se comprovar – ausentes quaisquer dúvidas – que houve o 
cometimento de uma infração de natureza penal e que o acusado efetivamente participou 
da empreitada criminosa. 
Assim sendo, decorre do estado de presunção de inocência um outro princípio denominado 
in dubio pro reo, o qual apregoa basicamente que, havendo dúvida sobre fato relevante 
para a decisão do processo ou para declaração de medida constritiva pessoal (prisão) ou 
real (por exemplo, busca e apreensão), deverá o magistrado decidir sempre a favor do réu, 
absolvendo-o ou indeferindo diligências que possam macular sua intimidade ou liberdade 
 
 
Defesa técnica 
 
 
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL. 
Art. 5º: Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se 
aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à 
liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: 
 
LV- aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são 
assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes. 
 
Havendo prisão do acusado durante o processo, ou do investigado durante as 
investigações preliminares, e não tendo o réu a possibilidade de, desde logo, contar com a 
defesa técnica de um advogado, a Defensoria Pública deverá ser prontamente comunicada 
dos motivos que ensejaram a restrição de liberdade do preso, viabilizando-se, assim, a 
possibilidade de sua atuação defensiva em favor do encarcerado. 
Fernandes (2002, p.270) ensina que “a defesa técnica, para ser ampla como exige o texto 
constitucional, apresenta-se no processo como defesa necessária, indeclinável, plena e 
efetiva”. 
 
 
Princípio do contraditório 
 
O princípio do contraditório guarda estrito vínculo com o princípio da ampla defesa e, não 
à toa, estão ambos previstos exatamente na mesma norma constitucional, a saber: 
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL. 
Art. 5º: Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se 
aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à 
liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: 
 
LV- aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são 
assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes. 
Apesar de, na prática, o princípio do contraditório estar mais intensamente ligado às 
questões que envolvem fatos, produção e análise de prova, alertam Badaró (2015) e 
Fernandes (2002) que a manifestação das partes também pode se referir a questões de 
direito, tais como o cabimento ou não de determinado pedido ou requerimento, a regra 
jurídica aplicável ao caso concreto, a mais correta interpretação da norma, dentre outras. 
A doutrina distingue dois tipos de contraditório, ambos são realizados na fase processual 
da persecutio criminis: 
 Contraditório real: É exercido em relação às evidências que podem ser diretamente 
produzidas perante o magistrado ou em sua frente reproduzidas ou renovadas, caso 
tenham originalmente sido coletadas pela autoridade policial na fase inquisitiva da 
persecução penal (ex: testemunhas). 
 Contraditório diferido: É aquele exercido em evidências que, por sua natureza, são 
consideradas não renováveis e foram colhidas de forma inquisitiva, unilateral e, 
como regra, cautelarmente ou como medida de urgência (ex: mandado de busca e 
apreensão, interceptações telefônicas). 
 
 
Juiz natural e imparcialidade do órgão jurisdicional 
 
 
O Princípio do Juiz Natural tem por diretriz assegurar a garantia ao Juízo de Direito 
competente previamente estabelecido na organização judiciária, impedindo se, assim, a 
criação de tribunais ad hoc, de exceção ou post factum. O Princípio do Juiz Natural impõe 
limites à competência jurisdicional ao mesmo tempo em que assegura ao órgão julgador 
legalmente competente a plenitude do conhecimento e julgamento da questão posta em 
discussão. Esse princípio está amparado no Art. 5°, incisos XXXVII (“não haverá juízo ou 
tribunal de exceção”) e LIII (“ninguém será processado nem sentenciado senão pela 
autoridade competente”) da Constituição Federal. Dessa maneira, aquele que praticar ato 
ilícito de qualquer natureza será processado e julgado por órgão do poder judiciário com 
função jurisdicional prevista na Constituição. 
Há dois componentes indispensáveis que integram o princípio do juiz natural que são a 
anterioridade e a legalidade da criação do órgão do Poder Judiciário responsável pelo 
processamento e julgamento da ação penal. 
 
 
Livre persuasão racional 
 
 
Prova é todoelemento pelo qual se procura mostrar a existência e a veracidade de um fato. 
Sua finalidade, no processo, é influenciar no convencimento do julgador 
A atividade probatória ou ato de provar diz respeito ao conjunto de atos praticados, pelas 
partes ou pelo juiz, a fim de se atestar a veracidade do alegado pela acusação ou pela 
defesa na tentativa de reconstrução histórica do fato criminoso e suas circunstâncias da 
forma mais fidedigna possível. 
De maneira bastante resumida, é possível destacar quatro momentos pertinentes às 
atividades processuais afetas à prova. Para tanto, transcrevemos a lição de Grinover, 
Fernandes e Gomes Filho (2001, p 121): “as provas são propostas (indicadas ou 
requeridas); admitidas (quando o juiz se manifesta sobre sua admissibilidade); produzidas 
(introduzidas no processo); e apreciadas (valoradas pelo juiz). 
 
 
Vedação das provas ilícitas 
 
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL. 
Art. 5º: Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se 
aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à 
liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: 
 
LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos. 
 
Trata-se do princípio constitucional da vedação das provas ilícitas, que representam uma 
limitação à liberdade de produção de provas, porém alicerçada no respeito maior à 
dignidade da pessoa humana e na proteção dos direitos e garantias fundamentais do 
cidadão. 
 
 
Provas ilícitas por derivação 
 
 
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL. 
Art. 5º: Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se 
aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à 
liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: 
 
LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos. 
 
Consideram-se provas ilícitas por derivação aquelas que, muito embora licitamente 
obtidas e produzidas, derivam de prova anteriormente maculada com o vício da ilicitude. 
 
Hoje, com a evolução do direito e o amadurecimento do tema sob o manto do Estado 
Democrático de Direito, não restam mais dúvidas de que o entendimento mais razoável e 
mais consentâneo com os direitos e as garantias individuais que moldam o sistema 
processual penal acusatório brasileiro é aquele que reconhece a ilicitude das provas 
derivadas das ilícitas e sua inadmissibilidade no processo, independentemente de terem 
sido produzidas, de per si, licitamente. 
Pacelli e Fischer (2012, p.319-320), explicam: A teoria dos frutos da árvore envenenada ou 
da derivação da ilicitude tem esse propósito: evitar a descontaminação do ilícito pelos atos 
subsequentes. Seu fundamento é logicamente irrepreensível: de que adianta invalidar a 
prova originalmente ilícita, se todo o seu conteúdo probatório pudesse ser obtido 
posteriormente, aproveitando-se a idoneidade ou força probante das informações então 
obtidas? 
 
Pela teoria da fonte independente admite-se a prova derivada sempre que não houver 
qualquer relação de causalidade entre os elementos probatórios que se pretende utilizar e 
a prova originalmente ilícita. 
 
 
Admissibilidade das provas ilícitas pro reo 
 
Uma interpretação literal do art. 5, inciso LVI, da Constituição Federal pode leva à crença 
de que a inadmissibilidade das provas obtidas por meios ilícitos no processo é absoluta, ou 
seja, não comporta qualquer exceção. 
Pacelli e Fischer (2012) asseveram a percepção do inevitável paradoxo que seria resultante 
da inadmissibilidade de uma prova ilícita quando necessária à demonstração da inocência 
de alguém injustamente acusado. 
Ou seja, a utilização de provas ilícitas no âmbito do Princípio da Vedação das Provas Ilícitas, 
se dá quando essa prova é necessária à demonstração da inocência de alguém 
injustamente acusado. 
 
 
Verdade processual e Verdade real 
 
A verdade processual é aquela que deve ser almejada no curso do processo e dela devem 
ser extraídos os elementos de convicção aptos a ensejar a condenação ou a absolvição do 
réu. É a verdade aproximada, revelada e reconstruída pela via judicial, por meio das 
atividades probatórias regulares e lícitas desenvolvidas no processo, que legitima a 
prestação jurisdicional e a direciona à justa aplicação da lei. 
O princípio da verdade real, por definição, tem como escopo primordial do Processo Penal 
a descoberta da verdade e a busca de um juízo de certeza, o mais fidedigno possível do 
ocorrido, visando à justa prestação jurisdicional quanto à aplicação da pena. 
 
As diferenças existentes entre a verdade processual e o princípio da verdade real, ocorrem 
da seguinte maneira: O princípio da verdade real tem como escopo principal a descoberta 
da verdade e a busca de um juízo de certeza, o mais fidedigno possível do ocorrido, visando 
à justa prestação jurisdicional quanto à aplicação da pena. A verdade processual busca 
uma certeza de natureza exclusivamente jurídica, uma vez que, em respeito ao princípio da 
livre persuasão racional, decorre das provas lícitas colhidas nos autos do processo, 
precipuamente produzidas pelas partes, que devem ser valoradas pelo magistrado como 
reconstituição simulada do fato criminoso, permitindo-lhe aplicar da forma mais justa 
possível a lei penal ao caso concreto. 
 
Poderes instrutórios do juiz 
 
Dos princípios até então estudados, é perfeitamente possível concluirmos que, no exercício 
de seu direito de ação em respeito aos princípios da presunção de inocência, à acusação 
incumbe o ônus de comprovar a responsabilidade criminal do réu pela prática do delito a 
ele imputado. 
Art. 156 do Código de Processo Penal, em sua primeira parte dispõe expressamente que 
“a prova da alegação incumbirá a quem a fizer” (Brasil, 1941ª). 
Importante esclarecer que ao réu incumbirá igualmente o encargo de fazer prova de 
eventuais excludentes de ilicitude ou de culpabilidade que venha a suscitar como motivos 
para justificar o cometimento da infração pena. 
Ou seja, à acusação incumbe o ônus de comprovar a responsabilidade criminal do réu pela 
prática de delito a ele imputado, contudo há situações em que o réu deverá produzir provas 
em sua defesa será em eventuais excludentes de ilicitude ou de culpabilidade. 
 
 
 
Identidade física do juiz, concentração, imediação e oralidade 
 
 
O juiz (do latim iudex, "juiz", "aquele que julga", de ius, "direito", "lei", e dicere, "dizer") é um 
cidadão investido de autoridade pública com o poder para exercer a atividade jurisdicional, 
julgando os conflitos de interesse que são submetidas à sua apreciação. 
 
Do princípio da identidade física do juiz, previsto no art. 399, parágrafo 2º, do Código de 
Processo Penal, que assim determina: “o juiz que presidiu a instrução deverá proferir a 
sentença” (Brasil, 1941ª). 
Como regra, o magistrado perante o qual as provas foram produzidas durante o processo 
penal, ou seja, que teve contato direto e pessoal com as fontes e os meios de prova, 
presidindo os atos de instrução, terá melhores condições para promover a valoração das 
informações obtidas e, com isso, prolatar uma decisão mais justa no caso concreto. 
 
 
Indisponibilidade da ação penal pública 
 
 
DO INQUÉRITO POLICIAL 
Art. 4º A polícia judiciária será exercida pelas autoridades policiais no território 
de suas respectivas circunscrições e terá por fim a apuração das infrações 
penais e da sua autoria. 
 
O procedimento que deve ser adotado pelo Delegado de Polícia e pelo Membro do 
Ministério Público no caso de concluírem pela inexistência do delito, à luz do Princípio da 
Indisponibilidade da Ação Penal Pública se dá mesmo que, durante as investigações 
preliminares, a autoridade conclua pela inexistência do delito ou pela não participaçãodo 
investigado na empreitada criminosa, não poderá determinar o arquivamento do inquérito 
policial, vale dizer, dispor ou desistir de seu mister investigativo, restando-lhe somente 
encaminhar os autos para análise do Ministério Público quanto à possibilidade de 
arquivamento do feito. Se o órgão acusatório estatal concordar com a autoridade policial, 
poderá, fundamentadamente, propor o arquivamento do inquérito policial, submetendo-se 
o pedido ao crivo decisório do Poder Judiciário, que poderá acatar ou não o entendimento 
do Ministério Público. 
 
 
Oportunidade e disponibilidade da ação penal privada 
 
Código Penal: Art. 100 - A ação penal é pública, salvo quando a lei expressamente a declara 
privativa do ofendido. 
 
O princípio da oportunidade, também chamado princípio da discricionariedade ou princípio 
da conveniência, preceitua que o exercício do direito de queixa não é obrigatório, ou seja, 
o ofendido ajuizará a ação penal privada se for de seu interesse, se quiser fazê-lo. 
 
 
Existe consenso na doutrina em classificar a publicidade em absoluta ou restrita. A primeira, 
também conhecida como publicidade plena, popular, imediata ou geral, diz respeito à regra 
que norteia o Processo Penal constitucional brasileiro, qual seja, os atos processuais e 
julgamentos do Poder Judiciário estão ao alcance do público em geral, sem qualquer 
restrição e sem a necessidade de qualquer autorização ou previsão legal específica. 
Há situações, contudo, em que a publicidade dos atos processuais, das audiências e dos 
julgamentos não pode ser estendida a todas as pessoas e, por força de lei, somente um 
número reduzido de pessoas, normalmente as partes e seus advogados, podem a eles ter 
acesso. Nesse caso, tem-se a publicidade restrita, igualmente denominada específica, 
especial, mediata, interna ou para as partes. 
 
Segredo de justiça é uma situação em que se mantém sob sigilo processos judiciais ou 
investigações policiais que geralmente são públicos. Isso ocorre quando há risco de expor 
informações privadas do réu ou do investigado e quando o processo contém documentos 
sigilosos, como escutas telefônicas e extratos bancários. 
 
Os envolvidos no processo e também os advogados poderão acessar o inquérito sob 
segredo de justiça, as investigações continuarão acessíveis aos envolvidos e também aos 
advogados, desde que, quanto a estes últimos, tenham sido constituídos pelo investigado, 
e assim, ter acesso aos autos. Os advogados têm que estar formalmente constituídos, 
devendo apresentar e fazer juntar aos autos o instrumento de procuração. 
 
Duplo grau de jurisdição e colegiabilidade 
 
Duplo grau de jurisdição é um princípio do Direito Processual ao qual garante a todos os 
cidadãos jurisdicionados a reanálise de seu processo, administrativo ou judicial, geralmente 
por uma instância superior. 
 
Os quatro principais motivos que figuram como essência justificadora do princípio do duplo 
grau de jurisdição e dos recursos são: o inconformismo e a necessidade psicológica de o 
vencido se insurgir contra as decisões que lhe são desfavoráveis; a falibilidade humana; 
maior segurança jurídica e o controle da jurisdicionalidade dos atos praticados pelo Estado-
juiz. 
 
 
Celeridade e economia processual 
 
Meio milhão de presos para 310 mil vagas — é a conta do sistema carcerário brasileiro que 
não fecha. Com 548 mil presos e um déficit de 238 mil vagas, o quadro de superlotação 
das penitenciárias do país inclui presos que até já deveriam estar soltos. 
Um balanço de 2013 do Mutirão Carcerário, divulgado pelo Conselho Nacional de Justiça, 
mostra que apenas nos estados do Rio Grande do Norte, de Alagoas, do Piauí, do Ceará e 
do Amazonas, onde o projeto de visitas do Mutirão ocorreu este ano, 2.137 pessoas que já 
deveriam ter sido libertadas continuavam presas. Outros 3.278 detentos já deveriam ter 
recebido outros benefícios, como progressão do regime de cumprimento de pena. 
Esse total de 5.415 presos que já deveriam ter recebido benefícios previstos na legislação 
penal corresponde a 16% dos 33.701 processos analisados pelo Mutirão nesses estados 
em 2013. 
Os princípios da celeridade e da economia processual são: 
 Princípio da celeridade: toda a pessoa tem o direito de ser julgada de forma breve, 
dentro de um prazo razoável. 
 Princípio da economia processual: preconiza o bom uso dos instrumentos formais, 
colocados à disposição das partes e do juiz, para que haja o mais adequado 
funcionamento e andamento dos atos processuais, culminando com um resultado 
eficiente e útil, bem como o aproveitamento dos atos processuais, mesmo que 
efetivados de forma irregular, caso tenham atingido sua finalidade processual. 
 
 
Os dois dispositivos legais que, em tese, permitiriam a soltura de presos cautelarmente, 
que se encontram presos por tempo excessivo são: 
 Convenção Americana Sobre Direitos Humanos, Art. 7, 5º: Toda pessoa detida ou 
retida tem direito a ser julgada dentro de um prazo razoável ou a ser posta em liberdade, 
sem prejuízo de que prossiga o processo. Sua liberdade pode ser condicionada a 
garantias que assegurem o seu comparecimento em juízo. 
 Constituição Federal, Art. 5º, LXV: a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela 
autoridade judiciária.

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