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INSPEÇÃO DE OVOS E DERIVADOS Profª. Dra. Vanerli Beloti MSc. Juliana Mareze LIPOA - UEL lipoa.uel@gmail.com COMPOSIÇÃO DO OVO Considerado um alimento completo Vitaminas, minerais, ácidos graxos e proteínas de excelente valor biológico • Os principais componentes são: • água (75%) • proteínas (12%) • lipídeos (12%) • carboidratos, minerais e vitaminas. COMPOSIÇÃO DA CLARA É constituída de 86,5% de água e 13,5% de proteínas, vitaminas do complexo B (Riboflavina – B2) ovalbumina, conalbumina, ovomucóide, ovomucina Organizada em frações Externa, fluida e fina Interna, espessa e densa Chalazas (aderida a membrana da gema) COMPOSIÇÃO DA CLARA www.veterinariandocs.com.br COMPOSIÇÃO DA GEMA A gema do ovo é uma emulsão de gordura em água (52%) Composta por proteínas (16%), lipídios (34%), vitaminas A, D, E e K, glicose, lecitina e sais minerais A cor da gema pode variar conforme a alimentação A coloração amarelada é devido principalmente à presença de riboflavina, xantofilas e carotenoides. COMPOSIÇÃO DA GEMA Fonte: Revista Globo Rural COMPOSIÇÃO E ESTRUTURA DA CASCA Considerada embalagem natural A casca é rica em elementos minerais Cálcio (98,2%), Carbonato de magnésio (0,9%) e Fosfato de cálcio (0,9%) Possui uma grande quantidade de poros 7.000 a 17.000 A superfície é recoberta por uma cutícula Possuem duas membranas que juntas formam uma bolsa de ar FORMAÇÃO DO OVO Ovário Formação da gema Oviduto é dividido em: 1. Infundíbulo Permanece por 15 minutos e é o local de fecundação 2. Magno 3 horas, deposição de 50% da clara e formação das chalazas 3. Istmo 1h e 30 min, formação das membranas da casca 4. Útero 20 horas adição do restante dos 50% da clara formação da casca FORMAÇÃO DO OVO FATORES QUE INTERFEREM NAS CARACTERÍSTICAS DE OVOS Raça Leghorn: ovos de casca branca Rhode Island, New Hampshire, Plymouth Rock: ovos de casca marrom Cor/Tamanho/Forma/Textura da casca Qualidade da clara e gema – não altera o valor nutricional FATORES QUE INTERFEREM NAS CARACTERÍSTICAS DE OVOS Alimentação Valor nutricional Composição ingredientes ração Ingestão de alimentos Qualidade Enfermidades Idade Quanto mais velha a ave, menor a qualidade do ovo Temperatura Acima de 30°C: Queda na qualidade do albúmen Queda na espessura e resistência da casca Menor tamanho CONTAMINAÇÃO MICROBIANA BARREIRAS NATURAIS CONTRA A CONTAMINAÇÃO POR MICRORGANISMOS Cutícula – Mucina Casca Membranas Albúmen Viscosidade pH Lisozima Ovotransferrina Avidina PRIMEIRA LINHA DE DEFESA Cutícula e a Casca Poros Trocas gasosas, perda de água e porta de entrada de microrganismos Fonte: http://www.qub.ac.uk/envres/EarthAirWater/healy.htm SEGUNDA LINHA DE DEFESA Membranas Filamentos proteicos arranjados em forma de rede Atuam como filtros que retêm microrganismos impedindo que eles atinjam o conteúdo dos ovos Fonte:http://www.asu.edu/clas/csss/PINvan/egg.jpg TERCEIRA LINHA DE DEFESA Clara ou Albúmen Componentes do albúmen: Lisozima: destrói bactérias Ovotransferrina: quelante de Ferro Avidina: se liga à Biotina Alta viscosidade natural que dificulta o deslocamento das bactérias até a gema pH do albúmen (7,2 a 9,2) auxilia no controle da multiplicação microbiana A gema possui pH 6,0 PRINCIPAIS CONTAMINANTES Bactérias da família Enterobacteriaceae Salmonella sp Pseudomonas, Escherichia, Micrococcus, Serratia, Enterobacter, Staphylococcus, Campylobacter, Pasteurella, Listeria e Yersinia (Ricke et al. 2001) Fungos FONTES DE CONTAMINAÇÃO Primária Contaminação transovariana Secundária Penetração através da casca Manejo inadequado FATORES QUE FAVORECEM A ENTRADA DE MICRORGANISMOS Alta Umidade Relativa Temperatura Defeito de casca Sujidade Esteiras rolantes LEGISLAÇÃO LEGISLAÇÃO Ministério da Agricultura RIISPOA (03/2017) Decreto 56.585 (7/1965) – Classificação de Ovo: Grupo, Classe eTipo Portaria 1 (2/1990) - Aprovar as Normas Gerais de Inspeção de Ovos e Derivados Resolução 5 (7/1991) - Padrão de Identidade e Qualidade para o Ovo Integral Ministério da Saúde RDC 12 (02/2001) – Padrão Microbiológico para Alimentos RDC 35 (6/2009) - Dispõe sobre a obrigatoriedade de instruções de conservação e consumo na rotulagem de ovos ESTABELECIMENTOS GRANJA AVÍCOLA Recebimento, classificação, ovoscopia, acondicionamento, identificação e distribuição de ovos “in natura”, oriundos da própria Granja produtora. Controle sanitário oficial DEFINIÇÃO OVO: ovo de galinha em casca OVO FRESCO: Estocado entre 8°C a 15°C com UR entre 70 a 90% OVO FRIGORIFICADO: Conservado pelo frio industrial (0°C a 1°C) CONSERVA DE OVOS: Tratamento do ovo sem casca que tenha sido pasteurizado, resfriado, congelado, adoçado, salgado e desidratado OVO INTEGRAL: Desprovido de casca, conversando as proporções naturais de gema e clara GEMA CLARA DESIDRATADO: Resultante da desidratação PORTARIA N°1 DE 1990 ESTABELECIMENTOS ENTREPOSTO DE OVOS Recebimento, classificação, acondicionamento, identificação e distribuição de ovos in natura, dispondo ou não de instalações para sua industrialização. Mínimo de 500 dúzias/dia ESTABELECIMENTOS FÁBRICA DE CONSERVAS DE OVOS Recepção de ovos, ovoscopia, seleção, lavagem de ovos, quebra de ovos, industrialização, dependências frigoríficas, depósito de embalagens e laboratório para controle de qualidade. Não se dedica apenas in natura CLASSIFICAÇÃO Grupo (COR) I – Branco II – De cor: coloração avermelhada DECRETO Nº 56.585 DE 1965 CLASSIFICAÇÃO - QUALIDADE CASCA CÂMARA DE AR ALBÚMEN GEMA A* Limpa, Íntegra Sem deformação Fixa Máx. 4 mm Límpido Transparente Consistente Chalazas íntegras Translúcida Consistente Centralizada S/ desenvolvimento do germe B* Limpa, Íntegra, Ligeira deformação, Discretamente manchada Fixa Máx. 6 mm Límpido Transparente Relativamente consistente Calazas íntegras Ligeiramente descentralizada e deformada Contorno definido S/ desenvolvimento do germe C Limpa, Íntegra, Defeito de textura e contorno, Manchada Solta Máx. 10 mm Ligeiramente turvo Relativamente consistente Calazas íntegras Descentralizada e deformada Contorno definido S/ desenvolvimento do germe Ovo Sujo Não quebrada, com sujeira ou material externo aderente, manchas moderadas. Ovo Trincado Com casca quebrada ou rachada, mas cujas as membranas da casca estejam intactas e cujo conteúdo não vaze. * 5% CLASSIFICAÇÃO - PESO Tipo 1 (extra)* – mínimo de 60g Tipo 2 (grande)* – mínimo de 55g Tipo 3 (médio)* – mínimo de 50g Tipo 4 (pequeno) – mínimo de 45g Fabrico – Uso industrial * 10% DECRETO Nº 56.585 DE 1965 TIPO (peso) CLASSE (qualidade) GRUPO (cor) CONTROLE QUALIDADE DE OVOS Espessura da Casca Micrômetro; paquímetro; escala milimetrada PESAGEM QUALIDADE DA CASCA Mín. 0,33 mm Fonte: www.ovoscac.com Fonte: www.ovoscac.com CONTROLE DE QUALIDADE DE OVOS ÍNDICE DE ALBÚMEN (%) IH = H D/2 X 100 CONTROLE DE QUALIDADE DE OVOS CLARA DENSA EXTERNA CONTROLE DE QUALIDADE DE OVOS ÍNDICEDA GEMA IG = H D Fonte: www.ovoscac.com QUALIDADE DE OVOS – Unidade Haugh > 72 UH 60 – 72 UH < 60 UH CONTROLE DE QUALIDADE DE OVOS Cor da gema CONTROLE DE QUALIDADE DE OVOS 7,6 à 9,2 Clara 6,0 à 6,5 Gema IDADE DO OVO OVO NOVO OVO VELHO Casca porosa, áspera e fosca Casca lisa e com certo brilho Clara espessa e firme Clara quase líquida Gema redonda, firme e no centro Gema dilatada Membranas interna e externa aderidas à casca Clara e gema misturadas Fica submerso na água Flutua quando imerso em água PROCESSO INDUSTRIAL 1. RECEPÇÃO 2. LAVAGEM 3. OVOSCOPIA 4. CLASSIFICAÇÃO 5. EMBALAGEM RECEPÇÃO Seleção de ovos Trincados ou quebrados Casca porosa Sem casca ou casca mole Mancha de sangue Casca deformadaCom fungo LAVAGEM CONDIÇÕES PARA A LAVAGEM Retirar ovos muito sujos Água 35 à 45°C Água clorada (< 50ppm) Não reciclar água Sanitizantes e anti-espumantes adequados Equipamento com água em spray e escovas rotativas Secagem completa Lavagem Secagem com ar forçado a 30-35°C. OVOSCOPIA Qualidade de casca, espessura e cascas trincadas; Posicionamento da clara e da gema, o formato da gema; Presença de corpos estranhos internos, manchas de sangue, embrião, desenvolvimento fúngico; Câmara de ar - tamanho e aderência à casca. OVOSCOPIA Fonte: www.pasreform.com Fonte: www.pasreform.com Trincado Fungo Mancha sangueRuptura gema Anel de sangue Contaminação externa Contaminação mista Fecundado OVOS IMPRÓPRIOS PARA O CONSUMO art. 733 riispoa 1. Alterações da gema e da clara (gema aderente à casca, gema arrebentada, com manchas escuras, presença de sangue alcançando também a clara, presença de embrião com mancha orbitária ou em adiantado estado de desenvolvimento); OVOS IMPRÓPRIOS PARA O CONSUMO 2. Mumificação (ovo seco); 3. Podridão (vermelha, negra ou branca); 4. Presença de fungos (externa ou internamente); 5. Cor, odor anormais; 6. Ovos sujos; 7. Rompimento da casca e das membranas internas, conteúdo tenha entrado em contato com material de embalagem; Ovos made in China Mistura de gelatina, resina, parafina, gesso, corantes, etc. Óxido de alumínio CLASSIFICAÇÃO DESTINO DOS OVOS Casca íntegra e membrana íntegra: consumo Casca trincada e membrana íntegra: consumo Casca trincada e membrana rompida: indústria Ovos líquidos pasteurizados, desidratados Casca, membranas rompidas e extravasamento do conteúdo: condenação EMBALAGEM EMBALAGEM Câmara de ar para cima Embalagem de papelão ou isopor Caixas com 30, 12 ou 6 ovos É proibido acondicionar em uma mesma caixa ovos oriundos de espécies diferentes, ovos frescos e refrigerados e ovos de classe ou categorias diferentes. ROTULAGEM Sempre que estiver escrito OVO, é de galinha Os demais acompanhados pela espécie rotulagem rotulagem ARMAZENAMENTO Temperatura ambiente: 10 dias no verão e 15 dias no inverno Sob refrigeração (10-12°C): 2 meses no fundo da geladeira Ovo em casca: Máximo 30 dias – 4 a 12oC Mais de 30 dias - 0oC (evitar congelamento) Alterações devido ao armazenamento: Associação:T° + UR% + CO2 EXPEDIÇÃO INDUSTRIALIZAÇÃO DE OVOS PRODUÇÃO DE OVOS PASTEURIZADOS Líquidos (resfriado ou congelado) Integral/Clara/Gema Em pó Integral/Clara/Gema SALA DE QUEBRA DE OVOS Manual ou automática Temperatura controlada 16°C SALA DE QUEBRA DE OVOS Manual SALA DE QUEBRA DE OVOS Automática PASTEURIZAÇÃO Entende-se por pasteurizac ̧ão: emprego conveniente do calor com o fim de destruir microrganismos patogênicos sem alteração sensível da constituição física do ovo ou partes do ovo. TEMPERATURA DE PASTEURIZAÇÃO Produtos líquidos Temperatura (°C) Tempo (min) Clara de ovo (sem utilização de produtos químicos) 56,7 a 55,5 3,5 a 6 Ovo integral 60 3,5 Misturas c/ ovo integral (<2% de ingredientes que não sejam ovos) 61 3,5 Ovo integral fortificado e misturas (24 -38% de sólidos de ovo, 2–12% de outros ingredientes) 62 a 61 3,5 a 6,2 Ovo Integral salgado (c/ 2% mais de sal adicionado) 63,5 3,5 Ovo Integral doce (2– 12% de açúcar adicionado) 61 3,5 Gema Pura 61 a 60 3,5 a 6,2 Gema Doce (2 – 12% de açúcar adicionado) 63,5 a 62 3,5 a 6,2 Gema Salgada (2 – 12% de adicionado) 63,5 a 62 3,5 a 6,2 PASTEURIZAÇÃO OVOS PASTEURIZADOS REFRIGERAÇÃO Mantidos em resfriamento (2 a 5°C) Exceção de claras ou produtos com >10% de sais Tanques de armazenagem para o ovo líquido Agitadores e termômetros OVO EM PÓ Evaporação 121°C a 200°C Ovo em Pó PADRÃO MICROBIOLÓGICO Resolução N° 5 (07/1991) Ovo Integral Líquido (OIL) Ovo Desidratado Contagem padrão 5x104 5x104 Coliformes Fecais Ausência em 1g Ausência em 1g Salmonella spp Ausência em 25g Ausência em 25g Staphylococcus aureus Ausência em 1g Ausência em 1g PADRÃO MICROBIOLÓGICO RDC N° 12 (01/2001) Ovo íntegro cru Ovo pasteurizado, resfriado ou congelado Ovo em pó Salmonella sp 25g Ausência (n=5 c=0) Ausência (n=5 c=0) Ausência (n=5 c=0) Coliformes a 45°C/ ml - n=5 c= 2 M=1 n=5 c=2 m=1 M=10 Staph. Coag. Positiva/ml - n=5 c=1 m=10 M=5x10 n=5 c=1 m=10² M=5x10² FORMAS DE COMERCIALIZAÇÃO Ovos caipiras OFÍCIO CIRCULAR / DIPOA Nº 60/99 EM 04/11/99 - Registro do Produto “Ovos Caipira” ou “Ovos Tipo ou Estilo Caipira” ou “Ovos Colonial” ou “Ovos Tipo ou Estilo Colonial” • As galinhas devem ser alimentadas com dieta exclusivamente de origem vegetal (Proibido pigmento sintético na ração). • Sistema de criação deverá ser o mesmo adotado para as galinhas criadas em sistemas extensivos, livres do pastoreio, recomenda- se 3 m² de pasto por ave. • O local de postura não precisa ser pré- estabelecido, mas recomenda-se a construção de locais cobertos. Mínimo de 5 coletas diárias. Acondicionamento em salas apropriadas e com controle sanitário. É proibida a reutilização de embalagens ou bandejas. A granja produtora deverá ser relacionada junto ao MAPA. Ovos caipiras OBRIGADA!
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