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PERÍODO POPULISTA

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PERÍODO POPULISTA 1 (1946-1964): DO GOVERNO DUTRA AO GOVERNO JANGO
1. (PITÁGORAS) Nas eleições presidenciais de dezembro de 1945, podiam-se ler cartazes com os seguintes dizeres: Brasileiros! ELE disse: Para Presidente: Eurico Dutra. Na propaganda acima, o pronome ELE refere-se a 
a) Juscelino Kubitschek. 
b) Getúlio Vargas. 
c) Café Filho. 
d) João Goulart. 
e) Jânio Quadros. 
2. (PITÁGORAS) No início de outubro de 1950, na pequena cidade de São Borja, Getúlio Vargas deparou-se com uma faixa extremamente representativa do sentimento da população brasileira daquele período. “NO SENHOR NÓS VOTAREMOS. EM QUEM O SENHOR MANDAR, NUNCA MAIS!” Analisando a citação acima, é correto concluir, EXCETO: 
a) O ex-presidente Vargas mantinha um grande prestigio junto aos brasileiros. 
b) A população brasileira estava descontente com o governo Dutra. 
c) O presidente Dutra contou com o apoio político de Vargas nas eleições de 1945. 
d) O político Vargas perdeu a fidelidade do eleitorado brasileiro nos anos 50.
 3. (Ufpel) ORAÇÃO GETULISTA Creio em Getúlio Vargas, todo poderoso, criador das leis trabalhistas. Creio no Brasil e no seu filho, nosso patrono, o qual foi concebido pela revolução de 30. (...) Creio em seu retorno ao palácio do Catete, na comunhão dos pensamentos, na sucessão Presidencial. Amém. NOTA – Para o bem da nação tire cópias desta oração e envie a seus amigos patriotas. CARDOSO, Oldimar O panfleto, ao se referir ao retorno de Vargas ao Palácio do Catete, demonstra ter sido propaganda da campanha eleitoral de 
a) 1930, utilizada pela Aliança Liberal. 
b) 1934, após o presidente ter sido deposto pela Revolução Constitucionalista de 1932. c) 1950, quando o gaúcho foi eleito com um projeto nacionalista. 
d) 1937, quando o PTB seguiu as determinações da Constituição “polaca”. 
e) 1945, período que instaurou a democratização do país. 
5. (ENEM) Zuenir Ventura, em seu livro “Minhas memórias dos outros” (São Paulo: Planeta do Brasil, 2005), referindo-se ao fim da “Era Vargas” e ao suicídio do presidente em 1954, comenta: Quase como castigo do destino, dois anos depois eu iria trabalhar no jornal de Carlos Lacerda, o inimigo mortal de Vargas (e nunca esse adjetivo foi tão próprio). Diante daquele contexto histórico, muitos estudiosos acreditam que, com o suicídio, Getúlio Vargas atingiu não apenas a si mesmo, mas o coração de seus aliados e a mente de seus inimigos. A afirmação que aparece “entre parênteses” no comentário e uma consequência política que atingiu os inimigos de Vargas aparecem, respectivamente, em: 
a) a conspiração envolvendo o jornalista Carlos Lacerda é um dos elementos do desfecho trágico e o recuo da ação de políticos conservadores devido ao impacto da reação popular. 
b) a tentativa de assassinato sofrida pelo jornalista Carlos Lacerda por apoiar os assessores do presidente que discordavam de suas idéias e o avanço dos conservadores foi intensificado pela ação dos militares. 
c) o presidente sentiu-se impotente para atender a seus inimigos, como Carlos Lacerda, que o pressionavam contra a ditadura e os aliados do presidente teriam que aguardar mais uma década para concretizar a democracia progressista. 
d) o jornalista Carlos Lacerda foi responsável direto pela morte do presidente e este fato veio impedir definitivamente a ação de grupos conservadores. 
e) o presidente cometeu o suicídio para garantir uma definitiva e dramática vitória contra seus acusadores e oferecendo a própria vida Vargas facilitou as estratégias de regimes autoritários no país. 
6. (UERJ) A CULPA É DO GOVERNO Bossa-nova mesmo é ser presidente desta terra descoberta por Cabral. Para tanto basta ser tão simplesmente simpático... risonho... original. (Juca Chaves) RETRATO DO VELHO Bota o retrato do velho outra vez Bota no mesmo lugar O sorriso do velhinho Faz a gente se animar, oi. (...) O sorriso do velhinho Faz a gente trabalhar. (Marino Pinto e Haroldo Lobo) Os estilos de governar de Getúlio Vargas e de Juscelino Kubitschek são abordados nas letras de música acima. Um elemento comum das políticas econômicas destes dois governos está indicado na seguinte alternativa: 
a) trabalhismo 
b) monetarismo 
c) industrialismo 
d) corporativismo
8. (UFLA) O presidente Juscelino Kubitschek visita a fábrica da Volkswagen, em São Bernardo do Campo (SP), em novembro de 1959. Nesse período, a indústria brasileira ingressa definitivamente no restrito clube de países que dominam a tecnologia de fabricação de automóveis. Crédito: Divulgação - Volkswagen do Brasil A foto e o texto indicam a política adotada por JK durante seu governo. Analise as alternativas abaixo e assinale a que NÃO apresenta relação com as medidas adotadas por esse governo.
a) Em seus discursos, o referido presidente divulga a idéia de um amplo desenvolvimento industrial e infra-estrutural, com o slogan "50 anos em 5". 
b) Ao adotar o "Plano de Metas", JK privilegia setores de infra-estrutura, como transporte e produção (ou geração) de energia. 
c) Com a política de incentivos governamentais, como a redução de tarifas, várias multinacionais foram implantadas em nosso território. 
d) A criação da Petrobrás e da Eletrobrás, ambas estatais, serviriam como estratégia para a implantação de indústrias automobilísticas. 
e) Promoção do desenvolvimento regional, com destaque para a criação da SUDENE e abertura de novas estradas no interior do País. 
9. (UEL) Em um de seus discursos, o presidente Juscelino Kubitschek afirmou: "O puro, o nobre e inteligente nacionalismo não se confunde com xenofobia. Da mesma maneira que a independência política de uma nação não significa animosidade contra os estrangeiros, nem a recusa aos intercâmbios econômicos ou relações financeiras com os países mais ricos ou mais favorecidos em valores econômicos". 
(In: CARDOSO, Miriam Limoeiro. "Ideologia do Desenvolvimento". Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1977. p. 158.) Com base no texto e nos conhecimentos sobre o período JK, é correto afirmar: 
a) O discurso nacionalista sob a ótica desenvolvimentista de JK possuía conteúdo semelhante àquele estabelecido na Era Vargas: ambos minimizaram a importância do capital externo. 
b) A ideologia do "desenvolvimentismo" no período JK assumiu a entrada de capitais estrangeiros no país como um recurso legítimo que expressava o verdadeiro patriotismo. c) O "desenvolvimentismo" do período JK objetivou a consolidação da vocação agrícola da economia brasileira, promovendo a "Marcha para Oeste", política que alavancou a agricultura de exportação. 
d) Para a indústria brasileira, que passava por uma fase de retração, o"desenvolvimentismo" de JK foi pernicioso, pois propunha um nacionalismo xenófobo. 
e) O "Plano de Metas", programa de governo do então candidato JK, colocado em prática logo após sua eleição, visava primordialmente ao desenvolvimento da agricultura de exportação, instituindo, para esse fim, o "confisco cambial".
10. (UERJ) Existem dois países, entre os quais é difícil distinguir o verdadeiro; na fazenda do interior, o homem do campo trabalha de enxada e transporta uma colheita insignificante em carroças rangentes (...); na cidade de São Paulo, a cada hora termina-se um prédio. (LAMBERT, Jacques. Os dois Brasis. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1984.) META DE FAMINTO JK - Você agora tem automóvel brasileiro, para correr em estradas pavimentadas com asfalto brasileiro, com gasolina brasileira. Que mais quer? JECA - Um prato de feijão brasileiro, seu doutô! (THÉO, 1960. In: LEMOS, Renato. "Uma história do Brasil através da caricatura". Rio de Janeiro: Bom Texto, Letras e Expressões, 2001.) O texto e a charge representam, de formas diferentes, um dos principais dilemas do desenvolvimentismo no governo Juscelino Kubitschek, durante a 2 metade da década de 1950. A alternativa que melhor apresenta esse dilema é: 
a) os contrastes culturais e educacionais entre as elites paulistas e nortistas 
b) a desigualdade política e ideológica entre as oligarquias nordestinas e sulistas 
c) a defasagemhistórica e tecnológica entre o setor petrolífero e o agroexportador 
d) as disparidades econômicas e sociais entre os setores agrário e urbano-industrial 
11. (UERJ) Varre, varre, varre, varre, vassourinha. Varre, varre a bandalheira, Que o povo já está cansado De sofrer desta maneira. Jânio Quadros é a esperança deste povo abandonado. (Nosso Século. São Paulo: Abril Cultural, 1980.) Esse "jingle" acompanhou o candidato Jânio Quadros durante a sua campanha à presidência da República, em 1960. A letra sintetiza a seguinte política de resolução dos problemas da época: 
a) a austeridade do governo e o controle dos gastos públicos conteriam a inflação e a corrupção oficial 
b) a disputa de mercados externos e a ideologia nacionalista aumentariam o superávit comercial e a geração de renda 
c) o atendimento à economia popular e à produção de alimentos baixariam o custo de vida e os gastos do governo 
d) a defesa dos interesses nacionais e a adoção de uma política externa independente gerariam emprego e novas possibilidades econômicas 
13. (PUC-MG) A introdução do Parlamentarismo no Brasil República ocorreu num período marcado por grave crise política e significou: 
a) tentativa para que se aprovassem rapidamente as reformas de base, parte importante do programa que o governo Jango queria implementar. 
b) tendência para limitar o Poder Executivo, no momento em que o vice-presidente João Goulart assumisse o cargo após a renúncia do presidente. 
c) desejo de reformular e até extinguir certas instituições, principalmente as que diziam respeito à previdência social, herdadas da Era Vargas. 
d) intenção de diminuir os poderes excessivos do presidente Jânio Quadros e de impedir a manobra golpista, que o tornaria ditador do Brasil. 
14. (PUC-MG) "Fui vencido pela reação e assim deixo o governo. Nestes sete meses cumpri o meu dever [...] Forças terríveis se levantaram contra mim e me intrigaram ou inflamam, até com a desculpa da colaboração [...] Assim não falta a coragem da renúncia [...] Retorno agora ao meu trabalho de advogado e professor [...]." Fragmento da Carta Renúncia de Jânio da Silva Quadros - Manifesto à Nação. Brasília, 25 de agosto de 1961.Apud. Ivan Alves Filho. "Brasil, 500 anos em documentos". Rio de Janeiro: Mauad, 1999, p. 535. A renúncia do presidente Jânio Quadros provocou no Brasil uma crise institucional que culmina com a: 
a) ascensão ao poder do vice-presidente e a implantação do sistema parlamentarista de governo. 
b) ação golpista desencadeada pelo alto comando militar para impedir a posse do vice-presidente. 
c) convocação extraordinária do Congresso com a finalidade de emendar a carta constitucional. 
d) mobilização imediata da sociedade civil, para exigir o cumprimento das normas constitucionais. 
15. (PITÁGORAS) Analise a charge: [APPE, O Cruzeiro, ano33, nº 52, 07/10/1961, em Renato Lemos, Uma História do Brasil em Caricatura (1840 – 2001), RJ, Ed. Bom Texto,2001, p. 89.] A charge acima ironiza a renúncia de Jânio Quadros à Presidência da República, em agosto de 1961, o que abriu uma crise institucional de grandes proporções. Como resultado desse processo 
a) um acordo para a posse do vice-presidente João Goulart levou a uma mudança constitucional com a criação do cargo de primeiro-ministro. 
b) os chefes militares assumiram o poder por meio de um golpe justificado pela ocorrência de corrupção e pelo risco de o Brasil tornar-se uma “República Sindicalista”. c) Getúlio Vargas, reeleito, reassumiu a Presidência da República com amplo apoio popular para desenvolver uma política de caráter nacionalista. 
d) João Goulart, vice-presidente, foi obrigado a retornar, rapidamente, de uma viagem ao exterior para assumir a presidência da República, com apoio dos chefes militares. 
e) desencadeou-se o golpe de 1964, instalando no país a ditadura militar, a qual perdurou até 1985, com a posse de José Sarney. 
17. (UFPEL) A charge demonstra que a conjuntura política de 1962 favorecia a João Goulart 
a) antecipar a implantação do seu projeto parlamentarista. 
b) reduzir a força do Poder Executivo, que lhe fazia oposição. 
c) promover o retorno do presidencialismo (efetivado com o plebiscito de 1963). 
d) derrubar as Reformas de Base, propostas pelo Parlamentarismo.
 e) fechar o Congresso Nacional e governar por decretos. 
18. (FGV) "(...) procurou implementar o Plano Trienal e reduzir as desigualdades regionais. Elaborado (...) pelo economista Celso Furtado, o plano pretendia deter a inflação sem diminuir o crescimento econômico. Para tal projeto, além de gastos públicos e das contenções temporárias de salários, previa-se a adoção de reformas de base (estruturas agrária, tributária, administrativa, bancária, eleitoral e educacional) que pudessem dinamizar a economia nacional. (Flavio de Campos, "Oficina de História - História do Brasil") O fragmento faz referência ao governo de 
a) João Goulart. 
b) Getúlio Vargas.
c) Juscelino Kubitsckek. 
d) Jânio Quadros. 
e) Eurico Gaspar Dutra.
20. (ENEM) A moderna democracia brasileira foi construída entre saltos e sobressaltos. Em 1954, a crise culminou no suicídio do presidente Vargas. No ano seguinte, outra crise quase impediu a posse do presidente eleito, Juscelino Kubitschek. Em 1961, o Brasil quase chegou à guerra civil depois da inesperada renúncia do presidente Jânio Quadros. Três anos mais tarde, um golpe militar depôs o presidente João Goulart, e o país viveu durante vinte anos em regime autoritário. A partir dessas informações, relativas à história republicana brasileira, assinale a opção correta. 
a) Ao término do governo João Goulart, Juscelino Kubitschek foi eleito presidente da República. 
b) A renúncia de Jânio Quadros representou a primeira grande crise do regime republicano brasileiro. 
c) Após duas décadas de governos militares, Getúlio Vargas foi eleito presidente em eleições diretas. 
d) A trágica morte de Vargas determinou o fim da carreira política de João Goulart. 
e) No período republicano citado, sucessivamente, um presidente morreu, um teve sua posse contestada, um renunciou e outro foi deposto. 
TROPICALISMO
1.(ENEM – 2013) Mesmo tendo a trajetória do movimento interrompida com a prisão de seus dois líderes, o tropicalismo não deixou de cumprir seu papel de vanguarda na música popular brasileira. A partir da década de 70 do século passado, em lugar do produto musical de exportação de nível internacional prometido pelos baianos com a “retomada da linha evolutória”, instituiu-se nos meios de comunicação e na indústria do lazer uma nova era musical. (TINHORÃO, J.R. Pequena história da música popular: da modinha ao tropicalismo. São Paulo: Art, 1986 [adaptado]).
A nova era musical mencionada no texto evidencia um gênero que incorporou a cultura de massa e se adequou à realidade brasileira. Esse gênero está representado pela obra cujo trecho da letra é:
a) A estrela d' alva/ no céu desponta/ E a lua tonta/ Com tamanho esplendor. (As pastorinhas, Noel Rosa e João de Barro).
b) Hoje/ Eu quero a rosa mais linda que houver/ Quero a primeira estrela que vier/ Para enfeitar a noite do meu bem. (A noite do meu bem, Dolores Duran).
c) No rancho fundo/ Bem pra lá do fim do mundo/ Onde a dor e a saudade/ Contam coisas da cidade. (No rancho fundo, Ary Barroso e Lamartine Babo).
d) Baby, Baby/ Não adianta chamar/ Quando alguém está perdido/ Procurando se encontrar. (Ovelha negra, Rita Lee.)
e) Pois há menos peixinhos a nadar no mar/ Do que beijinhos que eu darei/ Na sua boca. (Chega de Saudade, Tom Jobim e Vinícius de Moraes).
2. Entre as propostas estéticas do movimento tropicalista, ou Tropicália, pode-se destacar:
a) Uma forte rejeição à contracultura e ao uso de elementos do rock'n roll.
b) O uso de elementos exclusivos da cultura primitiva dos índios brasileiros.
c) O uso da linguagem pop, que pode ser atestada inclusive na capa do álbum Tropicália, ou Panis et Circensis.
d) Ruptura total com a tradição da música brasileira, como o samba e a bossa nova.
e) Rupturatotal com o Concretismo, movimento artístico dos anos 1950.
3. Leia as três estrofes abaixo e, em seguida, aponte a alternativa correta.
No pulso esquerdo o bang-bang
Em suas veias corre
Muito pouco sangue
Mas seu coração
Balança um samba de tamborim
Emite acordes dissonantes
Pelos cinco mil alto-falantes
Senhoras e senhores
Ele põe os olhos grandes
Sobre mim
Viva Iracema ma, ma
Viva Ipanema ma, ma, ma, ma...
Os versos acima são da canção “Tropicália”, de Caetano Veloso. Partindo desses versos, é possível afirmar que:
a) Caetano Veloso não se preocupa em passar nenhuma mensagem com a música, apenas enumera palavras soltas, sem sentido algum.
b) Caetano Veloso faz uma crítica irônica ao bairro de Ipanema nos versos finais.
c) Apesar de levar o título de “Tropicália”, essa canção nada tem a ver com o movimento tropicalista.
d) A mistura de elementos aparentemente sem conexão dão o tom da proposta estética da Tropicália.
e) Um dos principais aspectos do movimento tropicalista era falar exclusivamente da cultura nacional.
4. O tropicalismo teve como uma de suas propostas a reinterpretação da cultura brasileira e latino-americana. A capacidade de misturar elementos de culturas estrangeiras aos nossos era uma das principais características que os representantes da Tropicália reivindicavam. Essa característica já havia sido apontada por outro movimento artístico intelectual brasileiro, que era:
a) A “antropofagia cultural”, de Oswald de Andrade
b) O verde-amarelismo, de Cassiano Ricardo
c) O indianismo, de José de Alencar
d) O Parnasianismo, de Olavo Bilac
e) O movimento integralista, de Plínio Salgado.
ESCRAVISTA 1
4. (Fuvest 2012) Os indígenas foram também utilizados em determinados momentos, e sobretudo na fase inicial [da colonização do Brasil]; nem se podia colocar problema nenhum de maior ou melhor “aptidão” ao trabalho escravo (...). O que talvez tenha importado é a rarefação demográfica dos aborígines, e as dificuldades de seu apresamento, transporte, etc. Mas na “preferência” pelo africano revela-se, mais uma vez, a engrenagem do sistema mercantilista de colonização; esta se processa num sistema de relações tendentes a promover a acumulação primitiva de capitais na metrópole; ora, o tráfico negreiro, isto é, o abastecimento das colônias com escravos, abria um novo e importante setor do comércio colonial, enquanto o apresamento dos indígenas era um negócio interno da colônia. Assim, os ganhos comerciais resultantes da preação dos aborígines mantinham-se na colônia, com os colonos empenhados nesse “gênero de vida”; a acumulação gerada no comércio de africanos, entretanto, fluía para a metrópole; realizavam-na os mercadores metropolitanos, engajados no abastecimento dessa “mercadoria”. Esse talvez seja o segredo da melhor “adaptação” do negro à lavoura ... escravista. Paradoxalmente, é a partir do tráfico negreiro que se pode entender a escravidão africana colonial, e não o contrário. Fernando A. Novais. Portugal e Brasil na crise do Antigo Sistema Colonial. São Paulo: Hucitec, 1979, p. 105. Adaptado. 
Nesse trecho, o autor afirma que, na América portuguesa, 
a) os escravos indígenas eram de mais fácil obtenção do que os de origem africana, e por isso a metrópole optou pelo uso dos primeiros, já que eram mais produtivos e mais rentáveis. 
b) os escravos africanos aceitavam melhor o trabalho duro dos canaviais do que os indígenas, o que justificava o empenho de comerciantes metropolitanos em gastar mais para a obtenção, na África, daqueles trabalhadores. 
c) o comércio negreiro só pôde prosperar porque alguns mercadores metropolitanos preocupavam-se com as condições de vida dos trabalhadores africanos, enquanto que outros os consideravam uma “mercadoria”. 
d) a rentabilidade propiciada pelo emprego da mão de obra indígena contribuiu decisivamente para que, a partir de certo momento, também escravos africanos fossem empregados na lavoura, o que resultou em um lucrativo comércio de pessoas. 
e) o principal motivo da adoção da mão de obra de origem africana era o fato de que esta precisava ser transportada de outro continente, o que implicava a abertura de um rentável comércio para a metrópole, que se articulava perfeitamente às estruturas do sistema de colonização. 
6. (UFF) "Os escravos são as mãos e os pés do senhor de engenho, porque sem eles no Brasil não é possível fazer, conservar e aumentar fazenda." (Antonil, CULTURA E OPULÊNCIA DO BRASIL, 1711, livro 1, Capítulo, IX). Assinale a opção que, baseada na citação do jesuíta Antonil, justifica corretamente os fundamentos da sociedade colonial. 
a) A sociedade colonial se resumia ao mundo da casa-grande e da senzala, espaços fundamentais de um mundo rural mediado pelos engenhos açucareiros. 
b) O ideal de sociedade colonial, segundo os inacianos, era o de uma sociedade de missões, o que explica a crítica do jesuíta Antonil à escravidão. 
c) A estrutura social do Brasil Colônia era fundamentalmente escravista, uma vez que os setores essenciais da economia colonial, a exemplo da agro-manufatura do açúcar, dependiam do trabalho escravo, sobretudo dos africanos. 
d) A sociedade escravista erigida na Colônia sempre foi condenada pelos jesuítas que, a exemplo de Antonil, desejavam ardorosamente que índios e africanos se dedicassem ao mundo de Deus. 
e) A sociedade colonial possuía duas classes, senhores e escravos, pólos antagônicos do latifúndio ou da "fazenda" mencionada por Antonil.
8. (Fuvest 2010) Os primeiros jesuítas chegaram à Bahia com o governador-geral Tomé de Sousa, em 1549, e em pouco tempo se espalharam por outras regiões da colônia, permanecendo até sua expulsão, pelo governo de Portugal, em 1759. Sobre as ações dos jesuítas nesse período, é correto afirmar que 
a) criaram escolas de arte que foram responsáveis pelo desenvolvimento do barroco mineiro.
b) defenderam os princípios humanistas e lutaram pelo reconhecimento dos direitos civis dos nativos. 
c) foram responsáveis pela educação dos filhos dos colonos, por meio da criação de colégios secundários e escolas de “ler e escrever”. 
d) causaram constantes atritos com os colonos por defenderem, esses religiosos, a preservação das culturas indígenas. 
e) formularam acordos políticos e diplomáticos que garantiram a incorporação da região amazônica ao domínio português. 
18. (G1 - cftsc 2010) Onde houve escravidão, houve resistência. E de vários tipos. Mesmo sob a ameaça do chicote, o escravo negociava espaços de autonomias com os senhores ou fazia corpo mole no trabalho, quebrava ferramentas, incendiava plantações, agredia senhores e feitores. Rebelava-se individual e coletivamente. Aqui a lista é grande e conhecida. Houve, no entanto, um tipo de resistência que poderíamos caracterizar como a mais típica da escravidão – a fuga. Adaptado de: SCHIMIDT, Mário. Nova História Crítica. São Paulo: Nova Geração, 2005. p. 207. Assinale a alternativa correta 
a) Os escravos negros não pensavam em fugir das fazendas porque eram bem tratados com boa alimentação e acomodações confortáveis para o descanso. 
b) Os africanos trazidos para o Brasil nos navios negreiros aceitavam pacificamente a situação de escravos, pois era comum esta prática em sua terra natal. 
c) A Igreja católica, no período do Brasil Colônia, catequizava os escravos africanos fazendo com que eles aceitassem a escravidão como sendo a vontade de Deus, evitando assim a rebelião. 
d) Uma das formas de resistência realizada pelos escravos no Brasil Colônia foram os Quilombos, formados por escravos fugidos que se organizavam em vilas e produziam sua alimentação. 
e) No Brasil, o curto período de escravidão não deixou sinais de resistência por parte dos cativos africanos e indígenas. 
ESCRAVISTA 2
2. (Unesp 2014) .[...] até a década de 1870, apesar das pressões, os escravos continuavam a ser a mão de obra fundamental para a lavoura brasileira, sendo que nessa época todos os 643 municípios do Império [...] ainda continham escravos.                
(Lilia Moritz Schwarcz.Retrato em branco e negro, 1987.)  
 A redução da importância do trabalho escravo, ocorrida após 1870, deveu-se, entre outros fatores, 
a) ao aumento das fugas e rebeliões escravas e ao crescimento das correntes migratórias em direção ao Brasil. 
b) ao desinteresse dos cafeicultores do Vale do Paraíba em manter escravos e à intensa propaganda abolicionista direcionada aos próprios escravos. 
c) à firme oposição da Igreja Católica ao escravismo e ao temor de que se repetisse, no Brasil, uma revolução escrava como a que ocorrera em Cuba. 
d) à pressão inglesa e francesa pelo fim do tráfico e à dificuldade de adaptação do escravo ao trabalho na lavoura do café. 
e) à diminuição do preço do escravo no mercado interno e à atuação abolicionista da Guarda Nacional.     
3. (Ufg) (...) Sejamos francos: o tráfico, no Brasil, prendia-se a interesses, ou para melhor dizer, a presumidos interesses dos nossos agricultores; e num país em que a agricultura tem tamanha força, era natural que a opinião pública se manifestasse em favor do tráfico: a opinião pública que tamanha influência tem, não só nos governos representativos, como até nas monarquias absolutas. O que há para admirar em que nós todos, amigos ou inimigos do tráfico, nos curvássemos a essa necessidade? 
O texto acima é parte de um discurso de Eusébio de Queiroz, calorosamente aplaudido na Câmara, que encaminhou a lei anti-tráfico, em 1850. 
Acerca do debate sobre o fim do tráfico, pode-se afirmar que 
( ) o tráfico de escravos permaneceu como prática corrente, defendida pelos agricultores com a conivência do Estado brasileiro, apesar dos acordos firmados entre Brasil e Inglaterra para pôr fim a essa atividade econômica. 
( ) a luta contra o tráfico de escravos encontrou, no ambiente urbano, o clima propício para empolgar políticos e intelectuais que se mobilizaram, na primeira metade do século XIX, para a luta contra essa atividade. 
( ) os argumentos favoráveis à continuidade do tráfico de escravos estavam associados à defesa da soberania nacional ameaçada pelos ingleses, que aprisionavam os navios negreiros. 
( ) os ingleses adotaram o trabalho assalariado, como forma predominante, em seu vasto império colonial, pois estavam coerentes com os princípios democráticos que orientaram sua ação colonizadora; desse modo, era natural que liderassem a luta contra o tráfico de escravos e a escravidão, nos séculos XVIII e XIX. 
4. (Ufc) Em 29 de maio de 1829, oficiais ingleses abordaram o navio Veloz. "Os diários de bordo e mais papéis do Capitão foram examinados... estavam em ordem. O número de pessoas transportadas obedecia ao que estipulava a lei..." 
GÓES José Roberto Pinto de, Cordeiros de Deus: tráfico, demografia e política no destino dos escravos, em: Marco. A. Pamplona (org.) Escravidão, exclusão e cidadania. Rio de Janeiro, Access, 2001, p. 23 
Com base no texto acima e em seus conhecimentos, assinale a alternativa correta sobre o tráfico de escravos, durante o Império. 
a) A Inglaterra vistoriava os navios para impedir o contrabando de produtos que pudessem concorrer com as manufaturas inglesas. 
b) Os traficantes de escravos obedeceram aos tratados e leis firmados com a Inglaterra, inclusive os compromissos assumidos por Portugal, a partir da transferência da Corte. 
c) Portugal tinha se comprometido a limitar a prática do tráfico ao sul do equador e, desde então, a Inglaterra tinha o direito de vigiar pelo cumprimento dos acordos firmados. 
d) Tratados firmados entre o Brasil e a Angola proibiam o tráfico ao sul do equador. 
e) Os tratados assinados, em 1810 e 1831, permitiam aos piratas de Sua Majestade sequestrar carregamentos de escravos e levá-los para as plantações do Caribe.
7. (Unesp) A batalha da abolição, como perceberam alguns abolicionistas, era uma batalha nacional. Esta batalha continua hoje e é tarefa da nação. 
(J. M. Carvalho, A abolição aboliu o quê? "Folha de S.Paulo", 13.05.1988.)
No texto o historiador José Murilo de Carvalho refere-se à:
a) luta dos quilombolas para se inserirem em melhores condições sociais no interior da sociedade pós-escravista. 
b) estratégia dos negros alforriados do sul do país para se inserirem na sociedade estratificada dos brancos. 
c) não obtenção da cidadania plena, até os dias atuais, por parte dos negros brasileiros, que são as vítimas mais diretas da escravidão. 
d) tática dos negros oriundos do norte para se inserirem na sociedade do sul do país. 
e) não obtenção dos direitos de circulação, por parte da elite abolicionista, que foi o contingente mais afetado pelo trabalho compulsório. 
GABARITO
POPULISTA B D C A C D B D A B A A C A E 
TROPICALISMO D C D A 
ESCRAVISTA 1 E C C D
ESCRAVISTA 2 A (VFVF) C

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