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RISCOS PARA SAÚDE DECORRENTES DA OBESIDADE A obesidade é, atualmente, a condição de maior risco à saúde do indivíduo supostamente sadio, porém obeso. Sendo obeso está sujeito a uma diversidade de doenças, com indiscutível desvantagem em relação aos indivíduos normais. A OMS, conceitua saúde como sendo o bem estar bio-psico-social. Na componente biológica, encontra-se incluído o peso corporal. É importante observar que a obesidade manifestada na infância já é risco importante, iniciando-se as alterações metabólicas muitas vezes nesta fase da vida. De tal forma esse assunto é importante e atual, que as tabelas de normalidade de peso corporal/altura, que são um dos índices de obesidade, são cientificamente elaboradas por companhias de SEGURO-SAÚDE, como a Metropolitan Health Security dos Estados Unidos. Diversos tipos de obesos existem, desde as formas discretas às moderadas e intensas. Os obesos estão mais predispostos a doenças coronarianas, hipertensão arterial, cirrose hepática, calculose das vias biliares, aterosclerose, infarto do miocárdio, diabetes mellitus com suas consequências, às artrites e artroses, no mínimo agravadas pelo peso, à apnéia noturna, aos prejuízos de expansão torácica com insuficiência respiratória (síndrome de Pick Wick); há autores que incluem até o próprio câncer na lista de predisposições mórbidas, aspecto este ainda inconclusivo. De qualquer forma, no obeso, a morte é mais precoce, donde o interesse das companhias de seguro-saúde; por tudo quanto se disse, é fácil compreender que a obesidade favorece condições mórbidas prolongadas, que se configuram em doenças crônicas, com toda a carga de sofrimento que trazem. OBESIDADE E DIABETES Como já foi referido, a obesidade tem vínculos com diabetes, doença potencialmente grave que pode levar a infartos, gangrenas, catarata, calculose vesicular, cirrose hepática, neuropatia diabética, infecções e outras. Dada a extensão do assunto voltaremos a ele em outra publicação. HIPERTENSÃO ARTERIAL Não nos esqueçamos de que a hipertensão arterial é mais frequente nos obesos e - atente-se bem - que melhora ou se normaliza em muitos casos, com o tratamento da obesidade. No mínimo a pressão arterial se beneficia com a redução do peso, geralmente permitindo doses menores de medicamentos para o controle da hipertensão. Não menos importante são a redução do colesterol, do LDL, triglicérides entre os principais aspectos metabólicos. Lembremo-nos ainda de que a pressão arterial está associada a acidentes vasculares cerebrais, aos quais o povo denomina "derrame". OBESIDADE É QUESTÃO DE SAÚDE PÚBLICA Já chamamos atenção sobre esse assunto, que a literatura médica vem enfatizando. A prevalência da obesidade está se elevando, publicações recentes apontam 20% a mais de obesos nos E.E.U.U., quando compara-se a população atual com a da década anterior. Responda às perguntas 1. Qual o conceito de saúde formulado pela OMS? 2. Por que se interessam pelo peso as companhias de SEGURO-SAÚDE? 3. Quais os principais riscos para a saúde a que a obesidade predispõe? ALGUNS FATORES ENVOLVIDOS NA BIOQUÍMICA DA OBESIDADE É conhecido um hormônio denominado LEPTINA, dependente do gen OB (obesidade) e que é produzido pela célula adiposa (adipócito). No obeso a leptina está elevada no sangue, caindo seus níveis na medida em que o indivíduo emagrece. VALORES SÉRICOS LEPTINA: Normal: ao redor de 5ng/ml Obeso: valores elevados, podendo alcançar 50ng/ml MODO DE AÇÃO DA LEPTINA: A leptina atua nos centros hipotalâmicos controlando a saciedade. O neuropeptídeo Y é mediador essencial da leptina. Na obesidade humana, tem-se descrito resistência à leptina. Há correlação experimental e clínica entre obesidade e níveis séricos de insulina. Há correlação entre obesidade, nível elevado de insulina sérica e desencadeamento de diabetes. No obeso humano ocorre resistência periférica à insulina, com hiperplasia das células ß (células produtoras de insulina) nas ilhotas de Langerhans do pâncreas. A "Obesidade Visceral" é muito significante como índice de ação aterogênica (aterosclerose) Responda às perguntas 6. O que é leptina, onde é produzida e como atua? 7. Qual o comportamento dos níveis séricos de insulina na obesidade? 8. Qual a importância da obesidade visceral? FATORES GENÉTICOS E OBESIDADE A obesidade decorre, na maioria das vezes, de fatores genéticos. A predisposição hereditária é favorecida pelo estilo de vida e tipo de alimentação. As investigações de Heitmann, B. L. e colabs. (Am J Clin Nutrition, 66:672-8, 1977) elaboradas em 1571 gêmeos monozigóticos e em 3029 dizigóticos, caracterizam a importância da hereditariedade na obesidade, unicamente arrefecida, ou combatida, pelo estilo de vida, salientando-se a prática de exercícios e alimentação balanceada. Ainda a propósito de estudos em gêmeos, convém referir as pesquisas de Rönemaa - T. e colabs. (J. Clin Endocrinol Metab. 83:2792-9, 1998) que estudaram 23 gêmeos idênticos (9 masculinos e 14 femininos), subdivididos em dois subgrupos que diferiam entre si pelo peso, tendo um dos subgrupos 18kg a mais, em média, em relação ao seu correspondente. No grupo de obesos os parâmetros representados por colesterol, LDL e triglicérides mostraram-se 20% mais elevados, enquanto HDL estava 20% mais baixo. Outra referência importante é o estudo dos índios Pima, índios americanos do Arizona, que constituem uma raça de obesos. Norman A. A. e colabs., em publicações de 1997, relatam estudo de 874 indivíduos desta tribo e localizaram o fator genético no cromossoma 7. O genoma humano, quanto à obesidade, vem sendo investigado, com expressão em diversos "loci" como 1p32-p22; descreve-se ainda o gen OB (obesidade) mapeado no cromossoma 7. Em termos percentuais, para saber-se em quanto a genética contribui por si só, as estimativas médias são da ordem de 50%. Entre os estudos experimentais destacam-se as investigações nos ratos obesos e diabéticos da raça ZDF-"Zucker diabetic fatty". Esses animais tornam-se obesos e diabéticos. IMPORTANTE Nos ratos obesos diabéticos (ZDF), bem como humanos obesos predispostos ao diabetes há elevação dos valores séricos de insulina. Responda às perguntas 4. Cite estudos que comprovam a importância da genética na gênese da obesidade. 5. O que acontece com os valores séricos da insulina nos ratos ZDF?
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