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Como o
pode transformar
a vida da sua
família?
Por Isa Minatel
E-book 01
Maria Montessori foi uma médica italiana que, a partir de seu trabalho com 
crianças especiais, decidiu seguir carreira na área da educação formando-se 
também em Pedagogia. Desenvolveu o Método Montessori que é aplicado 
atualmente em mais de 4000 escolas norte-americanas baseado na livre 
escolha da atividade por parte da criança, o que resulta no pleno 
desenvolvimento da autonomia e da concentração. Para tanto, é necessário 
que as crianças possuam, ao seu redor, ambiente preparado e adultos 
conscientes.
O Método Montessori é conhecido mundialmente por ter sido responsável 
pelo ensino de grandes personalidades que mudaram a história do mundo 
para sempre por sua inventividade, criatividade, inovação e sensibilidade. 
Alguns destes famosos são:
• Mark Zuckerberg, Fundador do Facebook 
• Larry Page e Sergey Brin, Fundadores do Google
• Bill Gates, Fundador da Microsoft
• Jimmy Wales, Fundador da Wikipédia (a maior enciclopédia livre do mundo)
• Peter Drucker, Pai da Administração Moderna
• Jeffrey Bezos, Fundador da Amazon
• Anne Frank, Autora de O Diário de Anne Frank
• Gabriel Garcia Marquez, Escritor (vencedor do Prêmio Nobel de Literatura)
Também é possível apropriar-se da filosofia montessoriana e aplica-la em 
família, com o principal objetivo de educar para a paz e de proporcionar que 
cada crianças seja o máximo que puder ser, apropriando-se de todas as suas 
potencialidades e deixando sua marca positiva no mundo.
É justamente esse olhar que este livro vem trazer a você.
APRESENTAÇÃO
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 04
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 05
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 05
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 06
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 09
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
Que vantagens se tem ao utilizar a Filosofia 
Montessori com as crianças?
Compreender e respeitar as necessidades 
das crianças
Atividades e movimentos
Os 4 Planos de Desenvolvimento
As crises do desenvolvimento do nascimento 
até os 3 anos
Os Períodos Sensíveis
As Necessidades e Tendências humanas
A importância de não interromper
O “flow”
Prêmios e castigos: Não, obrigado!
O perigo de elogiar demais
A Mesa da Paz
Sumário
Que vantagens se tem ao utilizar a
FILOSOFIA MONTESSORI
com as crianças?
Aqui estão os valores e as atitudes que uma criança pode obter de uma 
educação Montessori:
• Capacidade de tomar decisões
• Capacidade de concentração
• Liberdade
• Ser justo
• Ser racional
• Controle do movimento do corpo
• Criatividade
• Capacidade de ser feliz
• Independência
• Autodisciplina
• Amor por aprender
• Capacidade de percepção
• Respeito aos outros
• Respeito pela Terra
• Responsabilidade
• Segurança em si mesmo
• Automotivação
Quer que seus filhos cresçam com estes valores? Então Montessori é uma 
excelente opção para você!
04
05
 1. ATIVIDADES E MOVIMENTOS:
A filosofia Montessori considera a atividade e o movimento das crianças não só 
como algo positivo mas como algo realmente “NECESSÁRIO” ao seu 
desenvolvimento. Ao contrário da ideia habitual de que uma “boa” criança é 
uma criança que “fica quietinha”.
“Obviamente pelo fato de o adulto não ter qualquer noção sobre a 
importância da atividade motora da criança, o movimento foi limitado 
para evitar essa atividade perturbadora.”
(Maria Montessori)
A primeira noção que a criança deve adquirir para alcançar uma disciplina ativa 
é a de bom e de mau. O trabalho do educador é impedir que a criança associe 
ser bom com imobilidade e ser mau com atividade.
“Nosso objetivo é educar para a atividade, para o trabalho, para o bem e 
não para a imobilidade, para a passividade e para a obediência.” (Maria 
Montessori)
Como aplicar isto no dia a dia?
Proponho que cada vez que seu filho estiver 
fazendo algo que você considera inapropriado, 
antes de dizer “Pare de fazer isso”; ou 
“Comporte-se!” ou ainda “Fique quietinho”, 
considerar se o que ele está fazendo é 
realmente inaceitável ou se é uma forma de 
atividade razoável sob o ponto de vista da 
fase da criança, dos seus interesse e das 
possibilidades de desenvolvimento que aquela 
ação traz. É fazer-se, internamente, a pergunta 
“Por que não?” ou “Por que ele não pode fazer isso?” Se a resposta estiver 
relacionada a “porque molha, suja, lambuza, meleca, bagunça, desarruma, 
desorganiza...” Talvez seja o caso de repensar o “não”. Apenas use o “não” para 
emergências, ou seja, situações de risco físico ou de social.
Quais são as suas prioridades: o desenvolvimento pleno de sua criança ou ela 
estar limpa e a sua casa estar organizada?
 2. OS 4 PLANOS DE DESENVOLVIMENTO
Os 4 Planos de Desenvolvimento são a base para se entender as necessidades 
do bebê, da criança, do adolescente e do jovem em cada momento, e como 
contribuir para que ele desenvolva todas as suas potencialidades ao invés de 
reprimi-las.
A parábola de cada período, indica que durante os 3 primeiros anos de cada 
plano se produz um aumento das sensibilidades desta etapa até alcançar um 
máximo para, depois, diminuir de intensidade até desaparecer e dar vez às 
sensibilidades da etapa seguinte.
A cor verde clara, que identifica a primeira infância e a adolescência, representa 
as semelhanças presentes nestas duas fases que são períodos de criação e de 
grandes mudanças físicas e psicológicas.
Já a cor verde escura, que identifica a segunda infância e a juventude, representa 
períodos de calma e estabilidade, nos quais se aperfeiçoam as habilidades 
adquiridas na etapa anterior.
MENTE ABSORVENTE
Primeira Infância (0 a 6 anos):
Neste plano a criança busca a independência física.
Sendo assim, é interessante oportunizar que a criança faça as coisas por ela 
mesma: comer, tomar banho, secar-se, escovar os dentes, vestir-se etc.
Para tanto é necessário estar preparado para esperar o tempo da criança que é 
mais lento que o do adulto, aceitar resultados diferentes daqueles que o adulto 
teria e nunca interromper a ação da criança ou fazer do seu jeito depois que ela 
terminar. Atitudes assim passam para a criança a mensagem de que ela não é 
capaz de fazer nada por ela mesma – justamente o contrário da sua busca neste 
plano.
Em termos de físico/fisiológico se trata de um período de grandes mudanças e 
um estado de saúde delicado.
MENTE RACIONAL
Segunda Infância (6 a 12 anos):
Neste plano se desenvolve o pensamento abstrato; a criança explora o mundo 
para além do seu entorno imediato.
Não existem limites para o que uma criança pode conseguir nesta etapa se 
lhe for dada possibilidade, mas, lamentavelmente, na maioria dos casos de 
educação tradicional, se subestimam suas possibilidades nesta idade.
Neste plano a criança busca a independência intelectual.
Em termos de físico/fisiológico se trata de um período de calma e crescimento 
uniforme, sem grandes mudançase com um estado de saúde muito mais forte 
que o anterior.
MENTE HUMANÍSTICA
Adolescência (12 a 18 anos):
Durante esta etapa se produz a criação do adulto. O adolescente está desejoso 
de entender a humanidade e a contribuição que pode trazer à sociedade. Sua 
busca é a independência social, econômica e emocional.
Estimule se houver manifestação de ações empreendedoras como produção 
e/ou venda de produtos ou mesmo prestação de serviços, por parte da criança, 
almejando ganhar seu próprio dinheiro.
Em termos de físico/fisiológico se trata de um período de muitas mudanças 
físicas e emocionais, acompanhadas de um estado de saúde mais delicado que 
no plano anterior e ainda necessidades de nutrição e descanso que, na maior 
parte dos casos, não são levadas em consideração pelas exigências 
acadêmicas convencionais.
MENTE ESPECIALISTA
Juventude (18 a 21/24 anos):
No último plano de desenvolvimento, o adulto está formado. Agora explora o 
mundo com uma “mente de especialista” para encontrar sua missão de vida, e 
busca a independência moral e espiritual.
Se, nos planos anteriores não foram reprimidas as necessidades da criança e do 
adolescente, agora nos encontramos diante de um adulto com uma grande 
consciência moral e responsabilidade que pode trabalhar pela humanidade e 
não somente por seu próprio benefício.
Seja apoio para as escolhas profissionais que o jovem fizer. Que ele consiga 
tomar decisões em conexão com seu “eu interior” buscando aquilo que tem por 
missão de vida.
Em termos de físico/fisiológico, se trata de um período de grande estabilidade e 
estado de saúde forte.
Compreender e respeitar as
NECESSIDADES
das crianças
05
06
 1. ATIVIDADES E MOVIMENTOS:
A filosofia Montessori considera a atividade e o movimento das crianças não só 
como algo positivo mas como algo realmente “NECESSÁRIO” ao seu 
desenvolvimento. Ao contrário da ideia habitual de que uma “boa” criança é 
uma criança que “fica quietinha”.
“Obviamente pelo fato de o adulto não ter qualquer noção sobre a 
importância da atividade motora da criança, o movimento foi limitado 
para evitar essa atividade perturbadora.”
(Maria Montessori)
A primeira noção que a criança deve adquirir para alcançar uma disciplina ativa 
é a de bom e de mau. O trabalho do educador é impedir que a criança associe 
ser bom com imobilidade e ser mau com atividade.
“Nosso objetivo é educar para a atividade, para o trabalho, para o bem e 
não para a imobilidade, para a passividade e para a obediência.” (Maria 
Montessori)
Como aplicar isto no dia a dia?
Proponho que cada vez que seu filho estiver 
fazendo algo que você considera inapropriado, 
antes de dizer “Pare de fazer isso”; ou 
“Comporte-se!” ou ainda “Fique quietinho”, 
considerar se o que ele está fazendo é 
realmente inaceitável ou se é uma forma de 
atividade razoável sob o ponto de vista da 
fase da criança, dos seus interesse e das 
possibilidades de desenvolvimento que aquela 
ação traz. É fazer-se, internamente, a pergunta 
“Por que não?” ou “Por que ele não pode fazer isso?” Se a resposta estiver 
relacionada a “porque molha, suja, lambuza, meleca, bagunça, desarruma, 
desorganiza...” Talvez seja o caso de repensar o “não”. Apenas use o “não” para 
emergências, ou seja, situações de risco físico ou de social.
Quais são as suas prioridades: o desenvolvimento pleno de sua criança ou ela 
estar limpa e a sua casa estar organizada?
 2. OS 4 PLANOS DE DESENVOLVIMENTO
Os 4 Planos de Desenvolvimento são a base para se entender as necessidades 
do bebê, da criança, do adolescente e do jovem em cada momento, e como 
contribuir para que ele desenvolva todas as suas potencialidades ao invés de 
reprimi-las.
A parábola de cada período, indica que durante os 3 primeiros anos de cada 
plano se produz um aumento das sensibilidades desta etapa até alcançar um 
máximo para, depois, diminuir de intensidade até desaparecer e dar vez às 
sensibilidades da etapa seguinte.
A cor verde clara, que identifica a primeira infância e a adolescência, representa 
as semelhanças presentes nestas duas fases que são períodos de criação e de 
grandes mudanças físicas e psicológicas.
Já a cor verde escura, que identifica a segunda infância e a juventude, representa 
períodos de calma e estabilidade, nos quais se aperfeiçoam as habilidades 
adquiridas na etapa anterior.
MENTE ABSORVENTE
Primeira Infância (0 a 6 anos):
Neste plano a criança busca a independência física.
Sendo assim, é interessante oportunizar que a criança faça as coisas por ela 
mesma: comer, tomar banho, secar-se, escovar os dentes, vestir-se etc.
Para tanto é necessário estar preparado para esperar o tempo da criança que é 
mais lento que o do adulto, aceitar resultados diferentes daqueles que o adulto 
teria e nunca interromper a ação da criança ou fazer do seu jeito depois que ela 
terminar. Atitudes assim passam para a criança a mensagem de que ela não é 
capaz de fazer nada por ela mesma – justamente o contrário da sua busca neste 
plano.
Em termos de físico/fisiológico se trata de um período de grandes mudanças e 
um estado de saúde delicado.
MENTE RACIONAL
Segunda Infância (6 a 12 anos):
Neste plano se desenvolve o pensamento abstrato; a criança explora o mundo 
para além do seu entorno imediato.
Não existem limites para o que uma criança pode conseguir nesta etapa se 
lhe for dada possibilidade, mas, lamentavelmente, na maioria dos casos de 
educação tradicional, se subestimam suas possibilidades nesta idade.
Neste plano a criança busca a independência intelectual.
Em termos de físico/fisiológico se trata de um período de calma e crescimento 
uniforme, sem grandes mudanças e com um estado de saúde muito mais forte 
que o anterior.
MENTE HUMANÍSTICA
Adolescência (12 a 18 anos):
Durante esta etapa se produz a criação do adulto. O adolescente está desejoso 
de entender a humanidade e a contribuição que pode trazer à sociedade. Sua 
busca é a independência social, econômica e emocional.
Estimule se houver manifestação de ações empreendedoras como produção 
e/ou venda de produtos ou mesmo prestação de serviços, por parte da criança, 
almejando ganhar seu próprio dinheiro.
Em termos de físico/fisiológico se trata de um período de muitas mudanças 
físicas e emocionais, acompanhadas de um estado de saúde mais delicado que 
no plano anterior e ainda necessidades de nutrição e descanso que, na maior 
parte dos casos, não são levadas em consideração pelas exigências 
acadêmicas convencionais.
MENTE ESPECIALISTA
Juventude (18 a 21/24 anos):
No último plano de desenvolvimento, o adulto está formado. Agora explora o 
mundo com uma “mente de especialista” para encontrar sua missão de vida, e 
busca a independência moral e espiritual.
Se, nos planos anteriores não foram reprimidas as necessidades da criança e do 
adolescente, agora nos encontramos diante de um adulto com uma grande 
consciência moral e responsabilidade que pode trabalhar pela humanidade e 
não somente por seu próprio benefício.
Seja apoio para as escolhas profissionais que o jovem fizer. Que ele consiga 
tomar decisões em conexão com seu “eu interior” buscando aquilo que tem por 
missão de vida.
Em termos de físico/fisiológico, se trata de um período de grande estabilidade e 
estado de saúde forte.
Primeira
Infância
Segunda
Infância Adolescência Juventude
0 6
3 9 15 21
12 18 24
 1. ATIVIDADES E MOVIMENTOS:
A filosofia Montessori considera a atividade e o movimento das crianças não só 
como algo positivo mas como algo realmente “NECESSÁRIO” ao seu 
desenvolvimento. Ao contrário da ideia habitual de que uma “boa” criança é 
uma criança que “fica quietinha”.
“Obviamente pelo fato de o adulto não ter qualquer noção sobre a 
importância da atividade motora da criança, o movimento foi limitado 
para evitar essa atividade perturbadora.”
(MariaMontessori)
A primeira noção que a criança deve adquirir para alcançar uma disciplina ativa 
é a de bom e de mau. O trabalho do educador é impedir que a criança associe 
ser bom com imobilidade e ser mau com atividade.
“Nosso objetivo é educar para a atividade, para o trabalho, para o bem e 
não para a imobilidade, para a passividade e para a obediência.” (Maria 
Montessori)
Como aplicar isto no dia a dia?
Proponho que cada vez que seu filho estiver 
fazendo algo que você considera inapropriado, 
antes de dizer “Pare de fazer isso”; ou 
“Comporte-se!” ou ainda “Fique quietinho”, 
considerar se o que ele está fazendo é 
realmente inaceitável ou se é uma forma de 
atividade razoável sob o ponto de vista da 
fase da criança, dos seus interesse e das 
possibilidades de desenvolvimento que aquela 
ação traz. É fazer-se, internamente, a pergunta 
“Por que não?” ou “Por que ele não pode fazer isso?” Se a resposta estiver 
relacionada a “porque molha, suja, lambuza, meleca, bagunça, desarruma, 
desorganiza...” Talvez seja o caso de repensar o “não”. Apenas use o “não” para 
emergências, ou seja, situações de risco físico ou de social.
Quais são as suas prioridades: o desenvolvimento pleno de sua criança ou ela 
estar limpa e a sua casa estar organizada?
 2. OS 4 PLANOS DE DESENVOLVIMENTO
Os 4 Planos de Desenvolvimento são a base para se entender as necessidades 
do bebê, da criança, do adolescente e do jovem em cada momento, e como 
contribuir para que ele desenvolva todas as suas potencialidades ao invés de 
reprimi-las.
A parábola de cada período, indica que durante os 3 primeiros anos de cada 
plano se produz um aumento das sensibilidades desta etapa até alcançar um 
máximo para, depois, diminuir de intensidade até desaparecer e dar vez às 
sensibilidades da etapa seguinte.
A cor verde clara, que identifica a primeira infância e a adolescência, representa 
as semelhanças presentes nestas duas fases que são períodos de criação e de 
grandes mudanças físicas e psicológicas.
Já a cor verde escura, que identifica a segunda infância e a juventude, representa 
períodos de calma e estabilidade, nos quais se aperfeiçoam as habilidades 
adquiridas na etapa anterior.
MENTE ABSORVENTE
Primeira Infância (0 a 6 anos):
Neste plano a criança busca a independência física.
Sendo assim, é interessante oportunizar que a criança faça as coisas por ela 
mesma: comer, tomar banho, secar-se, escovar os dentes, vestir-se etc.
Para tanto é necessário estar preparado para esperar o tempo da criança que é 
mais lento que o do adulto, aceitar resultados diferentes daqueles que o adulto 
teria e nunca interromper a ação da criança ou fazer do seu jeito depois que ela 
terminar. Atitudes assim passam para a criança a mensagem de que ela não é 
capaz de fazer nada por ela mesma – justamente o contrário da sua busca neste 
plano.
Em termos de físico/fisiológico se trata de um período de grandes mudanças e 
um estado de saúde delicado.
MENTE RACIONAL
Segunda Infância (6 a 12 anos):
Neste plano se desenvolve o pensamento abstrato; a criança explora o mundo 
para além do seu entorno imediato.
Não existem limites para o que uma criança pode conseguir nesta etapa se 
lhe for dada possibilidade, mas, lamentavelmente, na maioria dos casos de 
educação tradicional, se subestimam suas possibilidades nesta idade.
Neste plano a criança busca a independência intelectual.
Em termos de físico/fisiológico se trata de um período de calma e crescimento 
uniforme, sem grandes mudanças e com um estado de saúde muito mais forte 
que o anterior.
MENTE HUMANÍSTICA
Adolescência (12 a 18 anos):
Durante esta etapa se produz a criação do adulto. O adolescente está desejoso 
de entender a humanidade e a contribuição que pode trazer à sociedade. Sua 
busca é a independência social, econômica e emocional.
Estimule se houver manifestação de ações empreendedoras como produção 
e/ou venda de produtos ou mesmo prestação de serviços, por parte da criança, 
almejando ganhar seu próprio dinheiro.
Em termos de físico/fisiológico se trata de um período de muitas mudanças 
físicas e emocionais, acompanhadas de um estado de saúde mais delicado que 
no plano anterior e ainda necessidades de nutrição e descanso que, na maior 
parte dos casos, não são levadas em consideração pelas exigências 
acadêmicas convencionais.
MENTE ESPECIALISTA
Juventude (18 a 21/24 anos):
No último plano de desenvolvimento, o adulto está formado. Agora explora o 
mundo com uma “mente de especialista” para encontrar sua missão de vida, e 
busca a independência moral e espiritual.
Se, nos planos anteriores não foram reprimidas as necessidades da criança e do 
adolescente, agora nos encontramos diante de um adulto com uma grande 
consciência moral e responsabilidade que pode trabalhar pela humanidade e 
não somente por seu próprio benefício.
Seja apoio para as escolhas profissionais que o jovem fizer. Que ele consiga 
tomar decisões em conexão com seu “eu interior” buscando aquilo que tem por 
missão de vida.
Em termos de físico/fisiológico, se trata de um período de grande estabilidade e 
estado de saúde forte.
07
 1. ATIVIDADES E MOVIMENTOS:
A filosofia Montessori considera a atividade e o movimento das crianças não só 
como algo positivo mas como algo realmente “NECESSÁRIO” ao seu 
desenvolvimento. Ao contrário da ideia habitual de que uma “boa” criança é 
uma criança que “fica quietinha”.
“Obviamente pelo fato de o adulto não ter qualquer noção sobre a 
importância da atividade motora da criança, o movimento foi limitado 
para evitar essa atividade perturbadora.”
(Maria Montessori)
A primeira noção que a criança deve adquirir para alcançar uma disciplina ativa 
é a de bom e de mau. O trabalho do educador é impedir que a criança associe 
ser bom com imobilidade e ser mau com atividade.
“Nosso objetivo é educar para a atividade, para o trabalho, para o bem e 
não para a imobilidade, para a passividade e para a obediência.” (Maria 
Montessori)
Como aplicar isto no dia a dia?
Proponho que cada vez que seu filho estiver 
fazendo algo que você considera inapropriado, 
antes de dizer “Pare de fazer isso”; ou 
“Comporte-se!” ou ainda “Fique quietinho”, 
considerar se o que ele está fazendo é 
realmente inaceitável ou se é uma forma de 
atividade razoável sob o ponto de vista da 
fase da criança, dos seus interesse e das 
possibilidades de desenvolvimento que aquela 
ação traz. É fazer-se, internamente, a pergunta 
“Por que não?” ou “Por que ele não pode fazer isso?” Se a resposta estiver 
relacionada a “porque molha, suja, lambuza, meleca, bagunça, desarruma, 
desorganiza...” Talvez seja o caso de repensar o “não”. Apenas use o “não” para 
emergências, ou seja, situações de risco físico ou de social.
Quais são as suas prioridades: o desenvolvimento pleno de sua criança ou ela 
estar limpa e a sua casa estar organizada?
 2. OS 4 PLANOS DE DESENVOLVIMENTO
Os 4 Planos de Desenvolvimento são a base para se entender as necessidades 
do bebê, da criança, do adolescente e do jovem em cada momento, e como 
contribuir para que ele desenvolva todas as suas potencialidades ao invés de 
reprimi-las.
A parábola de cada período, indica que durante os 3 primeiros anos de cada 
plano se produz um aumento das sensibilidades desta etapa até alcançar um 
máximo para, depois, diminuir de intensidade até desaparecer e dar vez às 
sensibilidades da etapa seguinte.
A cor verde clara, que identifica a primeira infância e a adolescência, representa 
as semelhanças presentes nestas duas fases que são períodos de criação e de 
grandes mudanças físicas e psicológicas.
Já a cor verde escura, que identifica a segunda infância e a juventude, representa 
períodos de calma e estabilidade, nos quais se aperfeiçoam as habilidades 
adquiridas na etapa anterior.
MENTE ABSORVENTE
Primeira Infância (0 a 6 anos):Neste plano a criança busca a independência física.
Sendo assim, é interessante oportunizar que a criança faça as coisas por ela 
mesma: comer, tomar banho, secar-se, escovar os dentes, vestir-se etc.
Para tanto é necessário estar preparado para esperar o tempo da criança que é 
mais lento que o do adulto, aceitar resultados diferentes daqueles que o adulto 
teria e nunca interromper a ação da criança ou fazer do seu jeito depois que ela 
terminar. Atitudes assim passam para a criança a mensagem de que ela não é 
capaz de fazer nada por ela mesma – justamente o contrário da sua busca neste 
plano.
Em termos de físico/fisiológico se trata de um período de grandes mudanças e 
um estado de saúde delicado.
MENTE RACIONAL
Segunda Infância (6 a 12 anos):
Neste plano se desenvolve o pensamento abstrato; a criança explora o mundo 
para além do seu entorno imediato.
Não existem limites para o que uma criança pode conseguir nesta etapa se 
lhe for dada possibilidade, mas, lamentavelmente, na maioria dos casos de 
educação tradicional, se subestimam suas possibilidades nesta idade.
Neste plano a criança busca a independência intelectual.
Em termos de físico/fisiológico se trata de um período de calma e crescimento 
uniforme, sem grandes mudanças e com um estado de saúde muito mais forte 
que o anterior.
MENTE HUMANÍSTICA
Adolescência (12 a 18 anos):
Durante esta etapa se produz a criação do adulto. O adolescente está desejoso 
de entender a humanidade e a contribuição que pode trazer à sociedade. Sua 
busca é a independência social, econômica e emocional.
Estimule se houver manifestação de ações empreendedoras como produção 
e/ou venda de produtos ou mesmo prestação de serviços, por parte da criança, 
almejando ganhar seu próprio dinheiro.
Em termos de físico/fisiológico se trata de um período de muitas mudanças 
físicas e emocionais, acompanhadas de um estado de saúde mais delicado que 
no plano anterior e ainda necessidades de nutrição e descanso que, na maior 
parte dos casos, não são levadas em consideração pelas exigências 
acadêmicas convencionais.
MENTE ESPECIALISTA
Juventude (18 a 21/24 anos):
No último plano de desenvolvimento, o adulto está formado. Agora explora o 
mundo com uma “mente de especialista” para encontrar sua missão de vida, e 
busca a independência moral e espiritual.
Se, nos planos anteriores não foram reprimidas as necessidades da criança e do 
adolescente, agora nos encontramos diante de um adulto com uma grande 
consciência moral e responsabilidade que pode trabalhar pela humanidade e 
não somente por seu próprio benefício.
Seja apoio para as escolhas profissionais que o jovem fizer. Que ele consiga 
tomar decisões em conexão com seu “eu interior” buscando aquilo que tem por 
missão de vida.
Em termos de físico/fisiológico, se trata de um período de grande estabilidade e 
estado de saúde forte.
08
Os 3 primeiros anos de vida são um período de máxima importância no 
desenvolvimento físico e psicológico da criança. Durante estes 3 anos aparecem 
as chamadas crises evolutivas, que são períodos de transição entre etapas; se 
conhecemos e entendemos estas crises fica mais fácil oferecer à criança nosso 
apoio ao invés de nos tornarmos um obstáculo para seu desenvolvimento.
Crise do nascimento
No nascimento se dá a separação física do corpo da mãe. O bebê leva 9 meses 
preparando-se para este momento em que deve demonstrar que é capaz de 
respirar, de buscar o peito de sua mãe, de por em funcionamento seu sistema 
digestivo…
Durante as primeiras 6-8 semanas de vida, o período simbiótico, o bebê 
necessita desenvolver um forte apego com sua mãe, se deve evitar a 
superestimulação e se deve favorecer a intimidade do núcleo familiar durante 
estas primeiras semanas.
Durante este período o bebê se adapta a vida fora do útero e começa a 
desenvolver sua confiança no mundo a partir da segurança dos braços de sua 
mãe.
Ao terminar este período o bebê está pronto para começar a interagir com o 
mundo para além da mãe.
Crise da introdução de alimentação complementar
Por volta dos 6 meses o bebê está pronto para começar a complementar a 
amamentação com outros alimentos. Isso porque já se tem o estômago 
preparado para a digestão e a iniciação da dentição.
Nesta crise se põe a prova a capacidade da criança para mastigar e digerir 
novos alimentos, e para aprender a alimentar-se sozinho.
Alguns dos sinais que nos indicam quando está preparado:
• Capacidade de sentar-se sozinho
• Crescimento dos dentes
• Interesse pela comida
A introdução de alimentos deve realizar-se sempre respeitando a criança, sem 
obrigá-la a comer nem introduzir-lhe a comida na boca, mas colocando o 
alimento diante dela e deixando que se sirva.
Crise do afastamento
Por volta dos 9 meses o bebê começa a ter a capacidade de afastar-se da mãe e 
depois voltar, primeiro engatinhando e, mais adiante, andando. Com esta crise 
se põem à prova as capacidades motoras que o bebê vem desenvolvendo desde 
o nascimento – especialmente se não colocamos impedimentos para tal 
desenvolvimento.
Neste período é importante transmitir-lhe nossa confiança com nossa linguagem 
corporal e nossas expressões, e não frear nem forçar seus avanços.
É também neste momento que o bebê começa a manifestar a “ansiedade 
diante de estranhos”, já que agora é consciente de seu próprio corpo e de seu 
próprio espaço e não tolera que um desconhecido invada esse espaço.
Crise de autoafirmação
Começa por volta dos 18 meses, quando a criança começa a utilizar a palavra 
“não” e termina quando a criança começa a utilizar a palavra “Eu”. Este período 
é conhecido pela denominação de “a crise dos 2 anos” ou “terrible two” da 
expressão em inglês.
É um período em que o bebê está se transformando em criança, por isso em 
certos momentos se comporta como bebê e, em outros, como criança maior. Se 
os pais não sabem dessa crise e dessa transição, podem ficar confusos e pensar 
que a criança está fazendo “manha”.
Quando a criança diz “não” ela está tentando reafirmar sua opinião, deixar claro 
que não precisa que o adulto tome todas as decisões por ela – embora no senso 
comum é um absurdo acreditar que uma criança de 2 anos possa decidir sobre 
qualquer coisa – mas ela é, sim, capaz de decidir sobre certas coisas. Um 
exemplo é a roupa. Neste período é muito benéfico dar à criança a possibilidade 
de escolher entre duas camisetas qual quer vestir ao invés de decidirmos por ela. 
Para nós não é um grande esforço e para a criança é uma grande diferença pois 
se sente levada em consideração, escutada, capaz e satisfeita.
É importante entender e acompanhar a criança neste período, uma vez que é o 
momento em que se desenvolve sua confiança em si mesmo, diferente das 
etapas anteriores em que se desenvolvia sua confiança no ambiente.
No momento em que a criança começa a utilizar a palavra “Eu” termina a crise 
de autoafirmação porque isto significa que ela é consciente de que é um ser 
humano individual e único.
As crises do
desenvolvimento do nascimento
ATÉ OS 3 ANOS
09
Os 3 primeiros anos de vida são um período de máxima importância no 
desenvolvimento físico e psicológico da criança. Durante estes 3 anos aparecem 
as chamadas crises evolutivas, que são períodos de transição entre etapas; se 
conhecemos e entendemos estas crises fica mais fácil oferecer à criança nosso 
apoio ao invés de nos tornarmos um obstáculo para seu desenvolvimento.
Crise do nascimento
No nascimento se dá a separação física do corpo da mãe. O bebê leva 9 meses 
preparando-se para este momento em que deve demonstrar que é capaz de 
respirar, de buscar o peito de sua mãe, de por em funcionamento seu sistema 
digestivo…
Durante as primeiras 6-8 semanas de vida, o período simbiótico, o bebê 
necessita desenvolver um forte apego com sua mãe, se deve evitar a 
superestimulaçãoe se deve favorecer a intimidade do núcleo familiar durante 
estas primeiras semanas.
Durante este período o bebê se adapta a vida fora do útero e começa a 
desenvolver sua confiança no mundo a partir da segurança dos braços de sua 
mãe.
Ao terminar este período o bebê está pronto para começar a interagir com o 
mundo para além da mãe.
Crise da introdução de alimentação complementar
Por volta dos 6 meses o bebê está pronto para começar a complementar a 
amamentação com outros alimentos. Isso porque já se tem o estômago 
preparado para a digestão e a iniciação da dentição.
Nesta crise se põe a prova a capacidade da criança para mastigar e digerir 
novos alimentos, e para aprender a alimentar-se sozinho.
Alguns dos sinais que nos indicam quando está preparado:
• Capacidade de sentar-se sozinho
• Crescimento dos dentes
• Interesse pela comida
A introdução de alimentos deve realizar-se sempre respeitando a criança, sem 
obrigá-la a comer nem introduzir-lhe a comida na boca, mas colocando o 
alimento diante dela e deixando que se sirva.
Crise do afastamento
Por volta dos 9 meses o bebê começa a ter a capacidade de afastar-se da mãe e 
depois voltar, primeiro engatinhando e, mais adiante, andando. Com esta crise 
se põem à prova as capacidades motoras que o bebê vem desenvolvendo desde 
o nascimento – especialmente se não colocamos impedimentos para tal 
desenvolvimento.
Neste período é importante transmitir-lhe nossa confiança com nossa linguagem 
corporal e nossas expressões, e não frear nem forçar seus avanços.
É também neste momento que o bebê começa a manifestar a “ansiedade 
diante de estranhos”, já que agora é consciente de seu próprio corpo e de seu 
próprio espaço e não tolera que um desconhecido invada esse espaço.
Crise de autoafirmação
Começa por volta dos 18 meses, quando a criança começa a utilizar a palavra 
“não” e termina quando a criança começa a utilizar a palavra “Eu”. Este período 
é conhecido pela denominação de “a crise dos 2 anos” ou “terrible two” da 
expressão em inglês.
É um período em que o bebê está se transformando em criança, por isso em 
certos momentos se comporta como bebê e, em outros, como criança maior. Se 
os pais não sabem dessa crise e dessa transição, podem ficar confusos e pensar 
que a criança está fazendo “manha”.
Quando a criança diz “não” ela está tentando reafirmar sua opinião, deixar claro 
que não precisa que o adulto tome todas as decisões por ela – embora no senso 
comum é um absurdo acreditar que uma criança de 2 anos possa decidir sobre 
qualquer coisa – mas ela é, sim, capaz de decidir sobre certas coisas. Um 
exemplo é a roupa. Neste período é muito benéfico dar à criança a possibilidade 
de escolher entre duas camisetas qual quer vestir ao invés de decidirmos por ela. 
Para nós não é um grande esforço e para a criança é uma grande diferença pois 
se sente levada em consideração, escutada, capaz e satisfeita.
É importante entender e acompanhar a criança neste período, uma vez que é o 
momento em que se desenvolve sua confiança em si mesmo, diferente das 
etapas anteriores em que se desenvolvia sua confiança no ambiente.
No momento em que a criança começa a utilizar a palavra “Eu” termina a crise 
de autoafirmação porque isto significa que ela é consciente de que é um ser 
humano individual e único.
10
Os 3 primeiros anos de vida são um período de máxima importância no 
desenvolvimento físico e psicológico da criança. Durante estes 3 anos aparecem 
as chamadas crises evolutivas, que são períodos de transição entre etapas; se 
conhecemos e entendemos estas crises fica mais fácil oferecer à criança nosso 
apoio ao invés de nos tornarmos um obstáculo para seu desenvolvimento.
Crise do nascimento
No nascimento se dá a separação física do corpo da mãe. O bebê leva 9 meses 
preparando-se para este momento em que deve demonstrar que é capaz de 
respirar, de buscar o peito de sua mãe, de por em funcionamento seu sistema 
digestivo…
Durante as primeiras 6-8 semanas de vida, o período simbiótico, o bebê 
necessita desenvolver um forte apego com sua mãe, se deve evitar a 
superestimulação e se deve favorecer a intimidade do núcleo familiar durante 
estas primeiras semanas.
Durante este período o bebê se adapta a vida fora do útero e começa a 
desenvolver sua confiança no mundo a partir da segurança dos braços de sua 
mãe.
Ao terminar este período o bebê está pronto para começar a interagir com o 
mundo para além da mãe.
Crise da introdução de alimentação complementar
Por volta dos 6 meses o bebê está pronto para começar a complementar a 
amamentação com outros alimentos. Isso porque já se tem o estômago 
preparado para a digestão e a iniciação da dentição.
Nesta crise se põe a prova a capacidade da criança para mastigar e digerir 
novos alimentos, e para aprender a alimentar-se sozinho.
Alguns dos sinais que nos indicam quando está preparado:
• Capacidade de sentar-se sozinho
• Crescimento dos dentes
• Interesse pela comida
A introdução de alimentos deve realizar-se sempre respeitando a criança, sem 
obrigá-la a comer nem introduzir-lhe a comida na boca, mas colocando o 
alimento diante dela e deixando que se sirva.
Crise do afastamento
Por volta dos 9 meses o bebê começa a ter a capacidade de afastar-se da mãe e 
depois voltar, primeiro engatinhando e, mais adiante, andando. Com esta crise 
se põem à prova as capacidades motoras que o bebê vem desenvolvendo desde 
o nascimento – especialmente se não colocamos impedimentos para tal 
desenvolvimento.
Neste período é importante transmitir-lhe nossa confiança com nossa linguagem 
corporal e nossas expressões, e não frear nem forçar seus avanços.
É também neste momento que o bebê começa a manifestar a “ansiedade 
diante de estranhos”, já que agora é consciente de seu próprio corpo e de seu 
próprio espaço e não tolera que um desconhecido invada esse espaço.
Crise de autoafirmação
Começa por volta dos 18 meses, quando a criança começa a utilizar a palavra 
“não” e termina quando a criança começa a utilizar a palavra “Eu”. Este período 
é conhecido pela denominação de “a crise dos 2 anos” ou “terrible two” da 
expressão em inglês.
É um período em que o bebê está se transformando em criança, por isso em 
certos momentos se comporta como bebê e, em outros, como criança maior. Se 
os pais não sabem dessa crise e dessa transição, podem ficar confusos e pensar 
que a criança está fazendo “manha”.
Quando a criança diz “não” ela está tentando reafirmar sua opinião, deixar claro 
que não precisa que o adulto tome todas as decisões por ela – embora no senso 
comum é um absurdo acreditar que uma criança de 2 anos possa decidir sobre 
qualquer coisa – mas ela é, sim, capaz de decidir sobre certas coisas. Um 
exemplo é a roupa. Neste período é muito benéfico dar à criança a possibilidade 
de escolher entre duas camisetas qual quer vestir ao invés de decidirmos por ela. 
Para nós não é um grande esforço e para a criança é uma grande diferença pois 
se sente levada em consideração, escutada, capaz e satisfeita.
É importante entender e acompanhar a criança neste período, uma vez que é o 
momento em que se desenvolve sua confiança em si mesmo, diferente das 
etapas anteriores em que se desenvolvia sua confiança no ambiente.
No momento em que a criança começa a utilizar a palavra “Eu” termina a crise 
de autoafirmação porque isto significa que ela é consciente de que é um ser 
humano individual e único.
11
Movimento
Linguagem
Objetos Pequenos
Ordem
Música
Gratidão e Cortesia
Impressões Sensoriais
Interesse pela Escrita
Interesse pela Leitura
Relações Espaciais
Matemática
Idade (em anos)
* Dados extraídos do livro
“How to raise an amazing child the Montessori wae” de Tim Sodin
1 2 3 4 5 6
Durante os 6 primeiros anos de vida a criança se encontra na etapa da mente 
absorvente, e durante esta etapase produzem os chamados Períodos Sensíveis.
Nestes períodos a criança mostra um grande interesse por uma habilidade 
específica, e a aperfeiçoa mediante a repetição. Uma vez passado o período 
sensível para uma certa habilidade é muito mais difícil que se produza a 
aprendizagem de maneira natural e espontânea, e exigirá um certo esforço.
Exemplo: O período sensível para a linguagem vai dos 0 aos 6 anos; a partir 
desta idade podemos aprender um idioma mas com muito mais trabalho que a 
um criança de 0 a 6 anos.
No quadro que segue, são indicados alguns dos períodos sensíveis mais 
representativos, mas não se esqueça que é apenas didático já que os períodos 
sensíveis podem variar muito de um criança para outra. A melhor maneira de 
saber se a sua criança está em um período sensível é observá-la e identificar 
seus interesses em cada momento.
Períodos Sensíveis identificados por Maria Montessori*:
Os Períodos
SENSÍVEIS
12
Os seres humanos, e os animais em geral, temos 
uma serie de necessidades físicas: alimento, 
abrigo, refúgio, proteção/defesa… Mas os seres 
humanos, além destas necessidades físicas, têm 
ainda as necessidades espirituais, não 
relacionadas com a sobrevivência mas com a 
busca do significado de nossa existência. As 
tendências humanas são as que nos guiam para 
ajudar-nos a satisfazer essas necessidades. 
Reconhecer a manifestação das tendências nas 
crianças é essencial para saber acompanhar e 
não obstaculizar o desenvolvimento do ser 
humano.
EXPLORAÇÃO
A exploração é uma inclinação a investigar, descobrir e olhar ao redor. Isso 
implica o uso dos sentidos e o movimento. Esta tendência foi essencial para a 
sobrevivência dos primeiros seres humanos. À medida que a vida ficou mais 
segura, a exploração passou para o nível filosófico, emocional, criativo, artístico, 
espiritual…
Esta tendência se manifesta muito cedo na vida da criança. A princípio, as áreas 
de exploração são fortemente ligadas aos sentidos. À medida que a criança vai 
amadurecendo vão se ampliando seus horizontes de exploração.
MANIPULAÇÃO
Os seres humanos necessitam tocar e manipular seu ambiente para entendê-lo. 
É o passo seguinte depois da exploração: uma vez que encontramos algo 
interessante, é natural querer usá-lo de alguma maneira. Assim foi que nasceu o 
conceito de “ferramentas”.
ORIENTAÇÃO
A palavra orientação vem de oriente, ou seja, onde sai o sol. É a capacidade de 
conhecer nossa situação em relação a nosso entorno, tanto físico quanto 
emocional, intelectual ou social. A orientação nos dá segurança.
Esta tendência também é muito notável na primeira infância, quando a criança 
está estabelecendo pontos de referência no mundo.
ORDEM
A ordem nos permite relacionar coisas e experiências entre si segundo sua 
função, sequência, características… A ordem externa é essencial para a criança 
de 0 a 6 anos porque está absorvendo o meio ambiente diretamente na 
estrutura de seu cérebro. Uma vez estabelecida esta ordem interior somos 
capazes de manter a ordem em nosso entorno de uma maneira mais flexível e 
de fazer frente a desordem sem que nos seja um problema.
OBSERVAÇÃO
A observação é necessária para entender nosso entorno com precisão e tomar 
decisões corretas. É um requisito chave para qualquer experimentação e é vital 
para a investigação científica.
As crianças são extremadamente observadoras desde o nascimento, 
absorvendo todos os detalhes de seu entorno. Por isso a importância de sermos 
pacientes, de respeitarmos seus tempos, suas pausas, seus olhares demorados 
para coisas que já não nos sensibiliza mais. Lembrar que faz décadas que você 
vê uma formiga ou uma flor mas, para a criança, são suas primeiras 
observações de tudo.
ABSTRAÇÃO / IMAGINAÇÃO
Esta é verdadeiramente a característica que nos diferencia dos animais. Somos 
capazes de imaginar eventos que não aconteceram; somos capazes de sentir e 
expressar emoções que não são tangíveis. Podemos imaginar algo que só existe 
em nossa mente e, depois, buscar maneira de fazer aquilo se tornar realidade.
Esta tendência começa a se manifestar especialmente a partir dos 6 anos, no 
segundo plano do desenvolvimento.
CONCENTRAÇÃO
Podemos desenvolver a capacidade de fixar nossa atenção em algo durante um 
período prolongado de tempo sendo resistentes a distrações. Esta fixação de 
atenção é a primeira condição necessária para a aprendizagem. O grande 
desafio é os adultos contribuírem para que a concentração da criança se 
desenvolva em sua plenitude. Numa cultura em que “criança quieta é criança 
que está ‘aprontando’”, adultos interromperem a concentração de crianças é 
algo constante. Até mesmo o elogio pode ser uma interrupção desastrosa. 
Quando alguém está tendo um bom desempenho em uma atividade por estar 
concentrado, quando elogiado pode errar e começar a ter um mau desempenho. 
Isso ocorre porque o pensamento que estava centrado no desempenhar a 
atividade passa a centrar-se no fato de que há alguém prestando atenção se ele 
está indo bem ou não.
TRABALHO
O trabalho conduz a uma sensação de conquista e aumenta a autoestima. 
Maria Montessori defendia a ideia de que através do trabalho a criança constrói 
seu verdadeiro ser. Cada criança deve seguir pela vida em busca de sua missão, 
em busca de encontrar aquilo que realmente desperta seu interesse e toca seu 
coração para desempenhar um trabalho que a realize, que a faça feliz e que lhe 
seja fonte de alegrias e conquistas. Que contribua com a sociedade e o mundo 
com as ações e transformações que acredita serem as melhores.
REPETIÇÃO
As crianças tem em seu interior uma necessidade de repetir certas tarefas. 
Quando uma criança repete determinada atividade pode alcançar uma grande 
concentração. Isto leva não só ao domínio da tarefa em si, mas também a uma 
maior capacidade de concentração e de um sentido de conquista.
PRECISÃO
Para se obter um resultado exitoso, é necessária certa precisão. Cada uma 
destas ações requer certa precisão para que resulte no que é desejado: fazer 
fogo, fabricar ferramentas, tocar um instrumento, escrever…
COMUNICAÇÃO
Os seres humanos se utilizam da transmissão de pensamentos, sentimentos e 
informações entre eles. A comunicação inclui a palavra escrita e falada, o tato, 
as expressões faciais, os gestos, a arte, a música e a dança. A comunicação é o 
que determina o entendimento entre as pessoas, tanto cara a cara como de 
geração a geração. É de extrema importância que a criança seja educada para 
saber se comunicar não só usando as “palavras mágicas” mas também usando 
o tom de voz e as expressões não verbais mais adequadas de acordo com o 
resultado de almeja. Também é muito relevante que os adultos estejam 
conscientes de seu modo de comunicar para conseguir passar a criança aquilo 
que de fato deseja.
O CONTROLE DO ERRO QUE LEVA A PERFEIÇÃO
A criança explora seu entorno e se dirige a um determinado material ou tarefa. 
Manipula os materiais. Imagina o resultado que quer conseguir. Repete as 
manipulações buscando ordem e precisão. Ele mesmo controla seus erros ao 
notar imperfeições. Continua trabalhando, concentrado, lutando pela 
“perfeição.” É importante ter em conta que esta ideia da perfeição está na 
mente da criança, não é algo imposto por um pai ou professor. As crianças 
experimentam um profundo sentimento de satisfação e alegria quando podem 
trabalhar até que tenham conseguido o que consideram que é a prefeição.
As necessidades e
TENDÊNCIAS HUMANAS
13
Os seres humanos, e os animais em geral, temos 
uma serie de necessidades físicas: alimento, 
abrigo, refúgio, proteção/defesa… Mas os seres 
humanos, além destas necessidades físicas, têm 
ainda as necessidades espirituais, não 
relacionadas com a sobrevivência mas com a 
busca do significado de nossa existência. As 
tendências humanas são as que nos guiam para 
ajudar-nosa satisfazer essas necessidades. 
Reconhecer a manifestação das tendências nas 
crianças é essencial para saber acompanhar e 
não obstaculizar o desenvolvimento do ser 
humano.
EXPLORAÇÃO
A exploração é uma inclinação a investigar, descobrir e olhar ao redor. Isso 
implica o uso dos sentidos e o movimento. Esta tendência foi essencial para a 
sobrevivência dos primeiros seres humanos. À medida que a vida ficou mais 
segura, a exploração passou para o nível filosófico, emocional, criativo, artístico, 
espiritual…
Esta tendência se manifesta muito cedo na vida da criança. A princípio, as áreas 
de exploração são fortemente ligadas aos sentidos. À medida que a criança vai 
amadurecendo vão se ampliando seus horizontes de exploração.
MANIPULAÇÃO
Os seres humanos necessitam tocar e manipular seu ambiente para entendê-lo. 
É o passo seguinte depois da exploração: uma vez que encontramos algo 
interessante, é natural querer usá-lo de alguma maneira. Assim foi que nasceu o 
conceito de “ferramentas”.
ORIENTAÇÃO
A palavra orientação vem de oriente, ou seja, onde sai o sol. É a capacidade de 
conhecer nossa situação em relação a nosso entorno, tanto físico quanto 
emocional, intelectual ou social. A orientação nos dá segurança.
Esta tendência também é muito notável na primeira infância, quando a criança 
está estabelecendo pontos de referência no mundo.
ORDEM
A ordem nos permite relacionar coisas e experiências entre si segundo sua 
função, sequência, características… A ordem externa é essencial para a criança 
de 0 a 6 anos porque está absorvendo o meio ambiente diretamente na 
estrutura de seu cérebro. Uma vez estabelecida esta ordem interior somos 
capazes de manter a ordem em nosso entorno de uma maneira mais flexível e 
de fazer frente a desordem sem que nos seja um problema.
OBSERVAÇÃO
A observação é necessária para entender nosso entorno com precisão e tomar 
decisões corretas. É um requisito chave para qualquer experimentação e é vital 
para a investigação científica.
As crianças são extremadamente observadoras desde o nascimento, 
absorvendo todos os detalhes de seu entorno. Por isso a importância de sermos 
pacientes, de respeitarmos seus tempos, suas pausas, seus olhares demorados 
para coisas que já não nos sensibiliza mais. Lembrar que faz décadas que você 
vê uma formiga ou uma flor mas, para a criança, são suas primeiras 
observações de tudo.
ABSTRAÇÃO / IMAGINAÇÃO
Esta é verdadeiramente a característica que nos diferencia dos animais. Somos 
capazes de imaginar eventos que não aconteceram; somos capazes de sentir e 
expressar emoções que não são tangíveis. Podemos imaginar algo que só existe 
em nossa mente e, depois, buscar maneira de fazer aquilo se tornar realidade.
Esta tendência começa a se manifestar especialmente a partir dos 6 anos, no 
segundo plano do desenvolvimento.
CONCENTRAÇÃO
Podemos desenvolver a capacidade de fixar nossa atenção em algo durante um 
período prolongado de tempo sendo resistentes a distrações. Esta fixação de 
atenção é a primeira condição necessária para a aprendizagem. O grande 
desafio é os adultos contribuírem para que a concentração da criança se 
desenvolva em sua plenitude. Numa cultura em que “criança quieta é criança 
que está ‘aprontando’”, adultos interromperem a concentração de crianças é 
algo constante. Até mesmo o elogio pode ser uma interrupção desastrosa. 
Quando alguém está tendo um bom desempenho em uma atividade por estar 
concentrado, quando elogiado pode errar e começar a ter um mau desempenho. 
Isso ocorre porque o pensamento que estava centrado no desempenhar a 
atividade passa a centrar-se no fato de que há alguém prestando atenção se ele 
está indo bem ou não.
TRABALHO
O trabalho conduz a uma sensação de conquista e aumenta a autoestima. 
Maria Montessori defendia a ideia de que através do trabalho a criança constrói 
seu verdadeiro ser. Cada criança deve seguir pela vida em busca de sua missão, 
em busca de encontrar aquilo que realmente desperta seu interesse e toca seu 
coração para desempenhar um trabalho que a realize, que a faça feliz e que lhe 
seja fonte de alegrias e conquistas. Que contribua com a sociedade e o mundo 
com as ações e transformações que acredita serem as melhores.
REPETIÇÃO
As crianças tem em seu interior uma necessidade de repetir certas tarefas. 
Quando uma criança repete determinada atividade pode alcançar uma grande 
concentração. Isto leva não só ao domínio da tarefa em si, mas também a uma 
maior capacidade de concentração e de um sentido de conquista.
PRECISÃO
Para se obter um resultado exitoso, é necessária certa precisão. Cada uma 
destas ações requer certa precisão para que resulte no que é desejado: fazer 
fogo, fabricar ferramentas, tocar um instrumento, escrever…
COMUNICAÇÃO
Os seres humanos se utilizam da transmissão de pensamentos, sentimentos e 
informações entre eles. A comunicação inclui a palavra escrita e falada, o tato, 
as expressões faciais, os gestos, a arte, a música e a dança. A comunicação é o 
que determina o entendimento entre as pessoas, tanto cara a cara como de 
geração a geração. É de extrema importância que a criança seja educada para 
saber se comunicar não só usando as “palavras mágicas” mas também usando 
o tom de voz e as expressões não verbais mais adequadas de acordo com o 
resultado de almeja. Também é muito relevante que os adultos estejam 
conscientes de seu modo de comunicar para conseguir passar a criança aquilo 
que de fato deseja.
O CONTROLE DO ERRO QUE LEVA A PERFEIÇÃO
A criança explora seu entorno e se dirige a um determinado material ou tarefa. 
Manipula os materiais. Imagina o resultado que quer conseguir. Repete as 
manipulações buscando ordem e precisão. Ele mesmo controla seus erros ao 
notar imperfeições. Continua trabalhando, concentrado, lutando pela 
“perfeição.” É importante ter em conta que esta ideia da perfeição está na 
mente da criança, não é algo imposto por um pai ou professor. As crianças 
experimentam um profundo sentimento de satisfação e alegria quando podem 
trabalhar até que tenham conseguido o que consideram que é a prefeição.
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Os seres humanos, e os animais em geral, temos 
uma serie de necessidades físicas: alimento, 
abrigo, refúgio, proteção/defesa… Mas os seres 
humanos, além destas necessidades físicas, têm 
ainda as necessidades espirituais, não 
relacionadas com a sobrevivência mas com a 
busca do significado de nossa existência. As 
tendências humanas são as que nos guiam para 
ajudar-nos a satisfazer essas necessidades. 
Reconhecer a manifestação das tendências nas 
crianças é essencial para saber acompanhar e 
não obstaculizar o desenvolvimento do ser 
humano.
EXPLORAÇÃO
A exploração é uma inclinação a investigar, descobrir e olhar ao redor. Isso 
implica o uso dos sentidos e o movimento. Esta tendência foi essencial para a 
sobrevivência dos primeiros seres humanos. À medida que a vida ficou mais 
segura, a exploração passou para o nível filosófico, emocional, criativo, artístico, 
espiritual…
Esta tendência se manifesta muito cedo na vida da criança. A princípio, as áreas 
de exploração são fortemente ligadas aos sentidos. À medida que a criança vai 
amadurecendo vão se ampliando seus horizontes de exploração.
MANIPULAÇÃO
Os seres humanos necessitam tocar e manipular seu ambiente para entendê-lo. 
É o passo seguinte depois da exploração: uma vez que encontramos algo 
interessante, é natural querer usá-lo de alguma maneira. Assim foi que nasceu o 
conceito de “ferramentas”.
ORIENTAÇÃO
A palavra orientação vem de oriente, ou seja, onde sai o sol. É a capacidade de 
conhecer nossa situação em relação a nosso entorno, tanto físico quanto 
emocional, intelectual ou social. A orientação nos dá segurança.
Esta tendência também é muito notável na primeira infância, quando a criança 
está estabelecendo pontos de referênciano mundo.
ORDEM
A ordem nos permite relacionar coisas e experiências entre si segundo sua 
função, sequência, características… A ordem externa é essencial para a criança 
de 0 a 6 anos porque está absorvendo o meio ambiente diretamente na 
estrutura de seu cérebro. Uma vez estabelecida esta ordem interior somos 
capazes de manter a ordem em nosso entorno de uma maneira mais flexível e 
de fazer frente a desordem sem que nos seja um problema.
OBSERVAÇÃO
A observação é necessária para entender nosso entorno com precisão e tomar 
decisões corretas. É um requisito chave para qualquer experimentação e é vital 
para a investigação científica.
As crianças são extremadamente observadoras desde o nascimento, 
absorvendo todos os detalhes de seu entorno. Por isso a importância de sermos 
pacientes, de respeitarmos seus tempos, suas pausas, seus olhares demorados 
para coisas que já não nos sensibiliza mais. Lembrar que faz décadas que você 
vê uma formiga ou uma flor mas, para a criança, são suas primeiras 
observações de tudo.
ABSTRAÇÃO / IMAGINAÇÃO
Esta é verdadeiramente a característica que nos diferencia dos animais. Somos 
capazes de imaginar eventos que não aconteceram; somos capazes de sentir e 
expressar emoções que não são tangíveis. Podemos imaginar algo que só existe 
em nossa mente e, depois, buscar maneira de fazer aquilo se tornar realidade.
Esta tendência começa a se manifestar especialmente a partir dos 6 anos, no 
segundo plano do desenvolvimento.
CONCENTRAÇÃO
Podemos desenvolver a capacidade de fixar nossa atenção em algo durante um 
período prolongado de tempo sendo resistentes a distrações. Esta fixação de 
atenção é a primeira condição necessária para a aprendizagem. O grande 
desafio é os adultos contribuírem para que a concentração da criança se 
desenvolva em sua plenitude. Numa cultura em que “criança quieta é criança 
que está ‘aprontando’”, adultos interromperem a concentração de crianças é 
algo constante. Até mesmo o elogio pode ser uma interrupção desastrosa. 
Quando alguém está tendo um bom desempenho em uma atividade por estar 
concentrado, quando elogiado pode errar e começar a ter um mau desempenho. 
Isso ocorre porque o pensamento que estava centrado no desempenhar a 
atividade passa a centrar-se no fato de que há alguém prestando atenção se ele 
está indo bem ou não.
TRABALHO
O trabalho conduz a uma sensação de conquista e aumenta a autoestima. 
Maria Montessori defendia a ideia de que através do trabalho a criança constrói 
seu verdadeiro ser. Cada criança deve seguir pela vida em busca de sua missão, 
em busca de encontrar aquilo que realmente desperta seu interesse e toca seu 
coração para desempenhar um trabalho que a realize, que a faça feliz e que lhe 
seja fonte de alegrias e conquistas. Que contribua com a sociedade e o mundo 
com as ações e transformações que acredita serem as melhores.
REPETIÇÃO
As crianças tem em seu interior uma necessidade de repetir certas tarefas. 
Quando uma criança repete determinada atividade pode alcançar uma grande 
concentração. Isto leva não só ao domínio da tarefa em si, mas também a uma 
maior capacidade de concentração e de um sentido de conquista.
PRECISÃO
Para se obter um resultado exitoso, é necessária certa precisão. Cada uma 
destas ações requer certa precisão para que resulte no que é desejado: fazer 
fogo, fabricar ferramentas, tocar um instrumento, escrever…
COMUNICAÇÃO
Os seres humanos se utilizam da transmissão de pensamentos, sentimentos e 
informações entre eles. A comunicação inclui a palavra escrita e falada, o tato, 
as expressões faciais, os gestos, a arte, a música e a dança. A comunicação é o 
que determina o entendimento entre as pessoas, tanto cara a cara como de 
geração a geração. É de extrema importância que a criança seja educada para 
saber se comunicar não só usando as “palavras mágicas” mas também usando 
o tom de voz e as expressões não verbais mais adequadas de acordo com o 
resultado de almeja. Também é muito relevante que os adultos estejam 
conscientes de seu modo de comunicar para conseguir passar a criança aquilo 
que de fato deseja.
O CONTROLE DO ERRO QUE LEVA A PERFEIÇÃO
A criança explora seu entorno e se dirige a um determinado material ou tarefa. 
Manipula os materiais. Imagina o resultado que quer conseguir. Repete as 
manipulações buscando ordem e precisão. Ele mesmo controla seus erros ao 
notar imperfeições. Continua trabalhando, concentrado, lutando pela 
“perfeição.” É importante ter em conta que esta ideia da perfeição está na 
mente da criança, não é algo imposto por um pai ou professor. As crianças 
experimentam um profundo sentimento de satisfação e alegria quando podem 
trabalhar até que tenham conseguido o que consideram que é a prefeição.
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Os seres humanos, e os animais em geral, temos 
uma serie de necessidades físicas: alimento, 
abrigo, refúgio, proteção/defesa… Mas os seres 
humanos, além destas necessidades físicas, têm 
ainda as necessidades espirituais, não 
relacionadas com a sobrevivência mas com a 
busca do significado de nossa existência. As 
tendências humanas são as que nos guiam para 
ajudar-nos a satisfazer essas necessidades. 
Reconhecer a manifestação das tendências nas 
crianças é essencial para saber acompanhar e 
não obstaculizar o desenvolvimento do ser 
humano.
EXPLORAÇÃO
A exploração é uma inclinação a investigar, descobrir e olhar ao redor. Isso 
implica o uso dos sentidos e o movimento. Esta tendência foi essencial para a 
sobrevivência dos primeiros seres humanos. À medida que a vida ficou mais 
segura, a exploração passou para o nível filosófico, emocional, criativo, artístico, 
espiritual…
Esta tendência se manifesta muito cedo na vida da criança. A princípio, as áreas 
de exploração são fortemente ligadas aos sentidos. À medida que a criança vai 
amadurecendo vão se ampliando seus horizontes de exploração.
MANIPULAÇÃO
Os seres humanos necessitam tocar e manipular seu ambiente para entendê-lo. 
É o passo seguinte depois da exploração: uma vez que encontramos algo 
interessante, é natural querer usá-lo de alguma maneira. Assim foi que nasceu o 
conceito de “ferramentas”.
ORIENTAÇÃO
A palavra orientação vem de oriente, ou seja, onde sai o sol. É a capacidade de 
conhecer nossa situação em relação a nosso entorno, tanto físico quanto 
emocional, intelectual ou social. A orientação nos dá segurança.
Esta tendência também é muito notável na primeira infância, quando a criança 
está estabelecendo pontos de referência no mundo.
ORDEM
A ordem nos permite relacionar coisas e experiências entre si segundo sua 
função, sequência, características… A ordem externa é essencial para a criança 
de 0 a 6 anos porque está absorvendo o meio ambiente diretamente na 
estrutura de seu cérebro. Uma vez estabelecida esta ordem interior somos 
capazes de manter a ordem em nosso entorno de uma maneira mais flexível e 
de fazer frente a desordem sem que nos seja um problema.
OBSERVAÇÃO
A observação é necessária para entender nosso entorno com precisão e tomar 
decisões corretas. É um requisito chave para qualquer experimentação e é vital 
para a investigação científica.
As crianças são extremadamente observadoras desde o nascimento, 
absorvendo todos os detalhes de seu entorno. Por isso a importância de sermos 
pacientes, de respeitarmos seus tempos, suas pausas, seus olhares demorados 
para coisas que já não nos sensibiliza mais. Lembrar que faz décadas que você 
vê uma formiga ou uma flor mas, para a criança, são suas primeiras 
observações de tudo.
ABSTRAÇÃO / IMAGINAÇÃO
Esta é verdadeiramente a característica que nos diferencia dos animais. Somos 
capazes de imaginar eventos que não aconteceram; somos capazes de sentir e 
expressar emoções que não são tangíveis. Podemos imaginar algo que só existe 
em nossa mente e, depois, buscar maneira de fazer aquilo se tornarrealidade.
Esta tendência começa a se manifestar especialmente a partir dos 6 anos, no 
segundo plano do desenvolvimento.
CONCENTRAÇÃO
Podemos desenvolver a capacidade de fixar nossa atenção em algo durante um 
período prolongado de tempo sendo resistentes a distrações. Esta fixação de 
atenção é a primeira condição necessária para a aprendizagem. O grande 
desafio é os adultos contribuírem para que a concentração da criança se 
desenvolva em sua plenitude. Numa cultura em que “criança quieta é criança 
que está ‘aprontando’”, adultos interromperem a concentração de crianças é 
algo constante. Até mesmo o elogio pode ser uma interrupção desastrosa. 
Quando alguém está tendo um bom desempenho em uma atividade por estar 
concentrado, quando elogiado pode errar e começar a ter um mau desempenho. 
Isso ocorre porque o pensamento que estava centrado no desempenhar a 
atividade passa a centrar-se no fato de que há alguém prestando atenção se ele 
está indo bem ou não.
TRABALHO
O trabalho conduz a uma sensação de conquista e aumenta a autoestima. 
Maria Montessori defendia a ideia de que através do trabalho a criança constrói 
seu verdadeiro ser. Cada criança deve seguir pela vida em busca de sua missão, 
em busca de encontrar aquilo que realmente desperta seu interesse e toca seu 
coração para desempenhar um trabalho que a realize, que a faça feliz e que lhe 
seja fonte de alegrias e conquistas. Que contribua com a sociedade e o mundo 
com as ações e transformações que acredita serem as melhores.
REPETIÇÃO
As crianças tem em seu interior uma necessidade de repetir certas tarefas. 
Quando uma criança repete determinada atividade pode alcançar uma grande 
concentração. Isto leva não só ao domínio da tarefa em si, mas também a uma 
maior capacidade de concentração e de um sentido de conquista.
PRECISÃO
Para se obter um resultado exitoso, é necessária certa precisão. Cada uma 
destas ações requer certa precisão para que resulte no que é desejado: fazer 
fogo, fabricar ferramentas, tocar um instrumento, escrever…
COMUNICAÇÃO
Os seres humanos se utilizam da transmissão de pensamentos, sentimentos e 
informações entre eles. A comunicação inclui a palavra escrita e falada, o tato, 
as expressões faciais, os gestos, a arte, a música e a dança. A comunicação é o 
que determina o entendimento entre as pessoas, tanto cara a cara como de 
geração a geração. É de extrema importância que a criança seja educada para 
saber se comunicar não só usando as “palavras mágicas” mas também usando 
o tom de voz e as expressões não verbais mais adequadas de acordo com o 
resultado de almeja. Também é muito relevante que os adultos estejam 
conscientes de seu modo de comunicar para conseguir passar a criança aquilo 
que de fato deseja.
O CONTROLE DO ERRO QUE LEVA A PERFEIÇÃO
A criança explora seu entorno e se dirige a um determinado material ou tarefa. 
Manipula os materiais. Imagina o resultado que quer conseguir. Repete as 
manipulações buscando ordem e precisão. Ele mesmo controla seus erros ao 
notar imperfeições. Continua trabalhando, concentrado, lutando pela 
“perfeição.” É importante ter em conta que esta ideia da perfeição está na 
mente da criança, não é algo imposto por um pai ou professor. As crianças 
experimentam um profundo sentimento de satisfação e alegria quando podem 
trabalhar até que tenham conseguido o que consideram que é a prefeição.
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Uma das normas em Montessori é 
“Nunca se deve interromper o trabalho 
de um companheiro”. Quando 
interrompemos o trabalho de uma 
criança ou mesmo de um adulto, 
estamos transmitindo a mensagem de 
que o que ele está fazendo não é 
importante, ou ao menos não tão 
importante quanto o motivo que nos 
leva a interromper.
É bastante comum, especialmente com os bebês e as crianças pequenas, os 
adultos pensarem que qualquer coisa que estejam fazendo não é 
suficientemente importante para não ser interrompida.
Um exemplo que todos vivemos: Um bebê está parado observando um móbile, 
ou mesmo suas mãos, ou o reflexo da luz na parede, ou qualquer coisa que, 
nesse momento, esteja atraindo sua atenção, e é interrompido por um adulto 
que (com a melhor intenção do mundo) começa a mover um objeto ou a chamar 
seu nome para atrair sua atenção. Esta interrupção está impedindo que o bebê 
desenvolva sua capacidade de atenção, e está distraindo a criança de algo que 
tinha uma importância muito maior do que muita gente imagina, algo em que 
estava “trabalhando”.
Sim, os bebês e as crianças trabalham constantemente e, aliás, trata-se de um 
trabalho de suma importância, razão pela qual Maria Montessori defende a ideia 
de chamar a atividade da criança de “trabalho” e não de “brincadeira”, para 
ressaltar a importância que tal ação merece.
Algo que nós todos deveríamos ponderar, antes de interromper a uma criança, é 
“Realmente necessito interrompê-la?”, se a resposta for ‘não’, o melhor é deixar 
que a criança aproveite e reforce sua capacidade de concentração.
A importância de
NÃO INTERROMPER
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Quem não gostaria de conhecer o 
segredo da felicidade? Pois acredite: 
a maneira de enfocar o trabalho da 
pedagogia Montessori tem muito a 
ver com um dos fatores 
determinantes para ser feliz.
Já ouviu falar no conceito de “flow” 
ou fluir? É um conceito de autoria do 
psicólogo Mihále Csíkszentmihálei, 
que define o flow como um estado 
no qual a pessoa está absorta em 
uma atividade que lhe traz grande 
satisfação com tamanha 
concentração que perde a noção do 
tempo e dos estímulos externos.
Ao que as pesquisas indicam, há uma relação direta entre nossa capacidade 
para viver experiências de “flow” e nossa felicidade.
E o que tem a ver Montessori com o “flow”?
Maria Montessori observou um curioso fenômeno nas crianças durante um 
período de trabalho e concentração com um material ou atividade que 
realmente as atraía. Segundo explicava, depois destes períodos de intensa 
concentração as crianças não se mostravam cansadas mas sim felizes e 
relaxadas:
A criança era atraída por um objeto, fixava sobre o mesmo toda sua 
atenção, e se colocava a trabalhar sem descanso, com uma 
concentração surpreendente. E depois de trabalhar parecia satisfeita, feliz 
e descansada. (M. Montessori; A Criança, a Segredo da Infância)
Que características deve ter uma atividade para se converter em uma 
experiência “flow”?
• As metas e as regras devem ser realistas de acordo com nossas 
capacidades.
• Uma concentração intensa se dá em um campo de atenção limitado.
• Ocorre a perda de autoconsciência, ao fundir-se a ação e a consciência 
– nem percebemos onde estamos e o que estamos fazendo por alguns 
minutos.
• Não percebemos o tempo passar.
• Retroalimentação direta e imediata (os êxitos e fracassos são evidentes 
e nos permitem ir ajustando o comportamento)
• Controlamos pessoalmente a situação e a atividade.
• A atividade é intrinsecamente gratificante.
• Quando entramos no estado de “flow” a ação acontece sem esforço.
As características que Csíkszentmihálei define para uma experiência “flow” são 
similares às características que definem as atividades, o trabalho e a 
concentração que se fomentam em um ambiente Montessori.
O
“FLOW”
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O objetivo de não oferecer prêmios ou recompensas nem aplicar castigos é 
favorecer a automotivação e a autodisciplina na criança; é chegar ao ponto em 
que a criança faça as coisas por sua própria satisfação, ao invés de fazer para 
conseguir um prêmio ou evitar um castigo.
E se não utilizamos castigos, as crianças “ficam de boa” quando fazem algo 
indesejado?
Certamente não! Em vez de castigos utilizamos consequências que, ainda que 
possam parecer a mesma coisa, passam uma mensagem muito diferente.
O castigo é algo imposto de maneira externa e, nem sempre tem relação direta 
com o ato, enquanto que a consequência é algo que vem associado de maneiranatural ao ato em questão.
Exemplo:
A criança se nega a recolher suas canetinhas depois de desenhar.
• “Vá para o quarto e ficará sem as canetinhas por 2 dias.” (Castigo que 
nós colocamos e que é arbitrário)
• “Se não recolher suas canetinhas e as deixar sem tampa elas vão secar 
e você irá perdê-las.” (Consequência direta de seus atos)
E quanto aos prêmios? Isso é mais positivo, não?
Os prêmios ou recompensas não são uma boa ideia... Se queremos 
recompensar um bom comportamento também devemos fazer de modo que a 
criança perceba a recompensa como algo inerente ao ato. Às vezes é só uma 
questão de modificar como falamos…
Exemplo:
A criança fica demorando para colocar o pijama, escovar os dentes etc.
• “Se colocar logo o pijama eu deixo você brincar um pouquinho antes de 
dormir” (a criança perceberia isso como uma recompensa que nós lhe 
damos)
• “Se colocar logo o pijama terá tempo de brincar um pouquinho antes 
de dormir” (neste caso ela perceberá como uma consequência lógica de 
seus atos).
A diferença pode parecer sutil, mas é importante!
Quem não gostaria de conhecer o 
segredo da felicidade? Pois acredite: 
a maneira de enfocar o trabalho da 
pedagogia Montessori tem muito a 
ver com um dos fatores 
determinantes para ser feliz.
Já ouviu falar no conceito de “flow” 
ou fluir? É um conceito de autoria do 
psicólogo Mihále Csíkszentmihálei, 
que define o flow como um estado 
no qual a pessoa está absorta em 
uma atividade que lhe traz grande 
satisfação com tamanha 
concentração que perde a noção do 
tempo e dos estímulos externos.
Ao que as pesquisas indicam, há uma relação direta entre nossa capacidade 
para viver experiências de “flow” e nossa felicidade.
E o que tem a ver Montessori com o “flow”?
Maria Montessori observou um curioso fenômeno nas crianças durante um 
período de trabalho e concentração com um material ou atividade que 
realmente as atraía. Segundo explicava, depois destes períodos de intensa 
concentração as crianças não se mostravam cansadas mas sim felizes e 
relaxadas:
A criança era atraída por um objeto, fixava sobre o mesmo toda sua 
atenção, e se colocava a trabalhar sem descanso, com uma 
concentração surpreendente. E depois de trabalhar parecia satisfeita, feliz 
e descansada. (M. Montessori; A Criança, a Segredo da Infância)
Que características deve ter uma atividade para se converter em uma 
experiência “flow”?
• As metas e as regras devem ser realistas de acordo com nossas 
capacidades.
• Uma concentração intensa se dá em um campo de atenção limitado.
• Ocorre a perda de autoconsciência, ao fundir-se a ação e a consciência 
– nem percebemos onde estamos e o que estamos fazendo por alguns 
minutos.
• Não percebemos o tempo passar.
• Retroalimentação direta e imediata (os êxitos e fracassos são evidentes 
e nos permitem ir ajustando o comportamento)
• Controlamos pessoalmente a situação e a atividade.
• A atividade é intrinsecamente gratificante.
• Quando entramos no estado de “flow” a ação acontece sem esforço.
As características que Csíkszentmihálei define para uma experiência “flow” são 
similares às características que definem as atividades, o trabalho e a 
concentração que se fomentam em um ambiente Montessori.
PRÊMIOS E CASTIGOS:
Não, obrigado!
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O objetivo de não oferecer prêmios ou recompensas nem aplicar castigos é 
favorecer a automotivação e a autodisciplina na criança; é chegar ao ponto em 
que a criança faça as coisas por sua própria satisfação, ao invés de fazer para 
conseguir um prêmio ou evitar um castigo.
E se não utilizamos castigos, as crianças “ficam de boa” quando fazem algo 
indesejado?
Certamente não! Em vez de castigos utilizamos consequências que, ainda que 
possam parecer a mesma coisa, passam uma mensagem muito diferente.
O castigo é algo imposto de maneira externa e, nem sempre tem relação direta 
com o ato, enquanto que a consequência é algo que vem associado de maneira 
natural ao ato em questão.
Exemplo:
A criança se nega a recolher suas canetinhas depois de desenhar.
• “Vá para o quarto e ficará sem as canetinhas por 2 dias.” (Castigo que 
nós colocamos e que é arbitrário)
• “Se não recolher suas canetinhas e as deixar sem tampa elas vão secar 
e você irá perdê-las.” (Consequência direta de seus atos)
E quanto aos prêmios? Isso é mais positivo, não?
Os prêmios ou recompensas não são uma boa ideia... Se queremos 
recompensar um bom comportamento também devemos fazer de modo que a 
criança perceba a recompensa como algo inerente ao ato. Às vezes é só uma 
questão de modificar como falamos…
Exemplo:
A criança fica demorando para colocar o pijama, escovar os dentes etc.
• “Se colocar logo o pijama eu deixo você brincar um pouquinho antes de 
dormir” (a criança perceberia isso como uma recompensa que nós lhe 
damos)
• “Se colocar logo o pijama terá tempo de brincar um pouquinho antes 
de dormir” (neste caso ela perceberá como uma consequência lógica de 
seus atos).
A diferença pode parecer sutil, mas é importante!
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Elogiar as crianças pode parecer positivo inicialmente porque nos dá a falsa 
impressão de que estamos fomentando sua autoestima e a confiança em si 
mesmo. Mas se pararmos para pensar, nos daremos conta de que, a longo 
prazo, o efeito pode ser precisamente o contrário: estamos criando na criança 
uma necessidade de aprovação externa da qual pode depender para o resto de 
sua vida para valorizar seu próprio trabalho. Estamos eliminando sua capacidade 
de automotivação e também a sua autocrítica.
No método Montessori não se elogia uma criança quando faz um bom trabalho, 
e também não se corrige quando o faz errado. Para isso existe o “controle do 
erro”, que está presente na maioria das atividades e materiais e ajuda a criança 
a concluir se fez a atividade corretamente ou não. Normalmente a criança que já 
está crescendo em um ambiente montessoriano não espera nosso 
reconhecimento e, por mais que adoremos celebrar as pequenas vitórias de 
nossos filhos, não há sentido para fazer isso.
O pior do elogio é que ele cria vício, tanto no adulto como na criança. Como pais, 
nos sentimos bem quando elogiamos nossos filhos porque expressamos o 
orgulho que sentimos deles, e eles, por sua vez, se sentem bem porque recebem 
nossa aprovação. Mas, elogio após elogio, conseguimos que o principal objetivo 
da criança não seja realizar um trabalho por sua própria satisfação, mas pela 
agradável sensação de receber um elogio depois. Quase um animal que cumpre 
o comando para comer o petisco em seguida. Ao final o elogio se torna tão 
importante que o trabalho e o esforço realizado passam a um segundo plano…
Mas então… Como reagir quando uma criança nos mostra um trabalho bem 
feito?
Neste caso a criança espera alguma reação de nossa parte (possivelmente 
porque está acostumada a receber elogios). Mas a nossa reação não tem que 
consistir em um “Muito bem!”, “Parabéns!”, ou em um aplauso. Há outras 
alternativas. Veja 10 ideias a seguir:
10 alternativas ao elogio:
1. “Mmmm!”:
Quando não sabemos o que dizer é melhor isto que um elogio. 
Mostramos interesse pelo que a criança está nos mostrando e esperamos 
para ver se nos conta mais.
2. “Veja! O que você fez? Conta pra mim!”:
A criança vê que nos interessamos e certamente nos dará mais detalhes.
3. “Você se esforçou muito para fazer isso, né? Está orgulhoso?”:
Ao invés de focarmos no resultado, focamos no esforço e fomentamos a 
motivação interna da criança.
4. “Vejo que você está feliz! Está contente de ter conseguido fazer isto?”:
Novamente nos centramos em sua sensação de conquista e em sua 
automotivação.
5. “Vejo que você fez…”:
Simplesmente descrevemos o que fez. Estamos reconhecendo seu 
trabalho mas de uma maneira neutra.
6. “Conseguiu!”:
Quando percebemos uma grande esforço da criança para conseguir algo. 
É uma boa ocasião para reagir mais efusivamente.
7. “Olha!

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