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Curso de FISIOPATOLOGIA MÓDULO III Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização do mesmo. Os créditos do conteúdo aqui contido são dados aos seus respectivos autores descritos na Bibliografia Consultada. 81 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores MÓDULO III UNIDADE VIII......................................................... Fisiopatologia Óssea UNIDADE IX............................................................Fisiopatologia renal UNIDADE X............................................................Fisiopatologia endócrina UNIDADE VIII 8.1 - Sistema Ósseo 8.2 - Fisiopatologia Óssea 8.3 - Anormalidades do Desenvolvimento A – Malformações B – Acondroplasia C – Nanismo tanatofórico 8.4 - Doenças associadas a uma matriz anormal A – Osteogênese imperfeita B – Mucopolissacaridoses C – Osteoporose 8.5 - Doenças causadas por disfunção do osteoclasto A – Osteopetrose B – Doença de Paget 82 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 8.6 - Doenças associadas a homeostase mineral anormal A – Raquitismo e Osteomalacia B – Hiperparatireoidismo C – Osteodistrofia renal 8.7 - Fraturas ●Consolidação de fratura 8.8 - Osteonecrose 8.9 - Osteomielite A – Osteomielite piogênica B – Osteomielite tuberculosa C – Sífilis esquelética 8.10 - Tumores Ósseos e Lesões Semelhantes A – Osteoma B – Osteoma osteóide e Osteoblastoma C – Osteossarcoma 8.11 - Tumores Formadores de Cartilagem A – Osteocondroma B – Condromas C – Condroblastoma D – Fibroma condromixóide E – Condrossarcoma 83 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores UNIDADE VIII 8.1 - Sistema Ósseo O sistema esquelético desempenha um papel imprescindível na homeostase mineral, abriga os elementos hematopoiéticos, oferece sustentação mecânica aos movimentos e protege e determina os atributos do tamanho e forma corporais. O sistema esquelético é composto de 206 ossos e variam em tamanho e forma, e são interconectados por uma variedade de articulações que permitem os movimentos e, ao mesmo tempo, garantem a estabilidade. O osso é um tipo de tecido conjuntivo, sendo singular porque é um dos poucos tecidos que normalmente se mineralizam. Bioquimicamente, é definido por uma mistura especial de matriz orgânica e elementos inorgânicos. O componente inorgânico, hidroxiapatita de cálcio, é o mineral que confere força e resistência aos ossos. O componente orgânico inclui as células do osso (células osteoprogenitoras, osteoblastos, osteócitos, osteoclastos) e as proteínas da matriz (colágeno tipo I e uma família de proteínas não-colágenas). 8.2 - Fisiopatologia Óssea O sistema esquelético está sujeito aos distúrbios circulatórios, inflamatórios, neoplásico, metabólicos e congênitos. Assim, não é de surpreender que as doenças primárias e secundárias do osso sejam variadas e numerosas. As anormalidades do desenvolvimento do esqueleto variam desde a simples perda de uma falange a deformidades difusas e fatais. Essas doenças são complexas porque podem ter um impacto sobre o esqueleto durante qualquer um dos seus estágios de desenvolvimento. 8.3 Anormalidades do Desenvolvimento (causadas por alterações genéticas) A – Malformações → as anomalias mais simples incluem falha do desenvolvimento de um osso (p.ex., ausência congênita de uma falange, costela ou clavícula); a formação de ossos extras (costelas ou dedos supranumerários); a fusão 84 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores de dois dedos adjacentes (sindactilia); ou o desenvolvimento de dedos longos e aracniformes (aracnodactilia). As anomalias que afetam o crânio e a coluna vertebral, como craniorraquisquise (ausência de fechamento da coluna vertebral e do crânio), freqüentemente produzem uma abertura persistente através das quais as meninges e o sistema nervoso central herniam-se, produzindo uma meningomielocele ou meningoencefaloce. B – Acondroplasia → é a doença mais comum da placa de crescimento, e uma causa importante de nanismo. A criança afetada apresenta partes proximais dos membros encurtadas, um tronco de comprimento relativamente normal e uma cabeça aumentada. C – Nanismo tanatofórico → é a forma letal mais comum de nanismo. Os pacientes afetados apresentam encurtamento micromélico dos membros, macrocefalia relativa, cavidade torácica pequena e abdome em forma de sino. A cavidade torácica subdesenvolvida acarreta insuficiência respiratória, e os pacientes com freqüência morrem ao nascimento ou pouco depois. 8.4 Doenças associadas a uma matriz anormal A – Osteogênese imperfeita (doença dos ossos quebradiços) → é causada por deficiência na síntese de colágeno do tipo I no esqueleto. Também atingem outras estruturas anatômicas como as articulações, olhos, orelhas, pele e dentes. B – Mucopolissacaridoses → doenças do depósito nos lisossomos causadas por deficiências enzimáticas. Em conseqüência, muitas das manifestações esqueléticas resultam das anormalidades da cartilagem hialina, incluindo o primórdio cartilaginoso, placas de crescimento, cartilagens costais e faces articulares. C – Osteoporose → é um termo que denota aumento da porosidade do esqueleto resultante de uma redução da massa óssea, predispondo o osso a fraturas. 85 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 8.5 Doenças causadas por disfunção do osteoclasto A – Osteopetrose → grupo de doenças hereditárias raras que se caracterizam por disfunção dos osteoclastos, resultando em ossos quebradiços. Também é conhecida como doença dos ossos marmóreos e doença de Albers- Schönberg. B – Doença de Paget (Osteíte Deformante) → doença esquelética cujo osso recém-formado exibe uma arquitetura desequilibrada. Isso é decorrente de regiões de reabsorção óssea exacerbada pelos osteoclastos, seguida por formação óssea exagerada. Estas alterações esqueléticas estão associadas a uma infecção viral lenta por um paramixovírus. 8.6 Doenças associadas a homeostase mineral anormal A – Raquitismo e Osteomalacia → defeito na mineralização da matriz, mais freqüentemente relacionado à ausência de vitamina D ou desequilíbrio do seu metabolismo. O termo raquitismo refere-se ao distúrbio em células, nas quais o crescimento ósseo abalado produz deformidades esqueléticas distintas. No adulto, o distúrbio denomina-se osteomalacia porque o osso formado durante o processo de remodelagem é submineralizado. Isso acarreta osteopenia e predisposição a fraturas. B – Hiperparatireoidismo → doença ocasionada por níveis elevados de paratormônio que estimulam os osteoblastos, estas células, por sua vez, liberam mediadores químicos (citocinas) que estimulam a atividade osteoclástica. Assim, através dessa ativação, os osteoclastos promovem uma reabsorção ósseadesenfreada. C – Osteodistrofia renal → termo utilizado para descrever coletivamente todas as alterações esqueléticas da doença renal crônica, incluindo aumento da reabsorção óssea osteoclástica; retardo da mineralização da matriz; osteoesclerose; retardo do crescimento e osteoporose. 86 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 8.7 Fraturas As fraturas classificam-se em: a- Completas; b- Incompletas; c- Fechadas (simples), quando o tecido sobrejacente está intacto; d- Expostas, quando o local da fratura se comunica com a superfície cutânea; e- Cominutivas, quando o osso é estilhaçado; f- Deslocadas, quando as extremidades do osso no local da fratura não estão alinhadas. O osso é único na sua capacidade de se reparar, reconstitui-se completamente por processos de reativação que, normalmente, ocorrem durante a embriogênese. Consolidação de fratura Nos locais de fratura óssea, ocorre hemorragia pela lesão dos vasos sanguíneos, destruição de matriz e morte de células ósseas. Para que a reparação se inicie, o coágulo sanguíneo e os restos celulares e da matriz devem ser removidos pelos macrófagos. O periósteo e o endósteo próximos à área fraturada respondem com uma intensa proliferação, formando um tecido muito rico em células osteoprogenitoras, que constitui um colar em torno da fratura e penetra entre as extremidades ósseas rompidas. Nesse colar conjuntivo, bem como no conjuntivo que se localiza entre as extremidades ósseas fraturadas, surgem tecido ósseo imaturo, tanto pela ossificação endocondral de pequenos pedaços de cartilagem que aí se formam, como também, por ossificação intramembranosa. Esse processo evolui de modo a aparecer, após algum tempo, um calo ósseo que envolve a extremidade dos ossos fraturados. O calo ósseo é constituído 87 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores por tecido ósseo imaturo que une provisoriamente as extremidades do osso fraturado. Em geral, com crianças e adultos jovens, nos quais se encontram principalmente fraturas não-complicadas, espera-se uma reconstituição praticamente perfeita. Nas faixas etárias maiores, cujas fraturas tendem a ocorrer no contexto de alguma outra doença (p.ex., osteoporose, Osteomalacia), o reparo é menos adequado e, com freqüência, requer métodos mecânicos de imobilização para facilitar a resolução. 8.8 Osteonecrose (necrose avascular) Resulta de uma isquemia. Entretanto, os mecanismos que produzem isquemia são variados e incluem (1) interrupção vascular mecânica (fratura), (2) corticosteróide, (3) trombose e embolia, (4) lesão vascular, (5) aumento da pressão intra-óssea com compressão vascular e (6) hipertensão venosa. 8.9 Osteomielite Denota inflamação do osso e medula óssea. A osteomielite pode ser uma complicação de qualquer infecção sistêmica, mas, com freqüência, manifesta-se como um foco primário de doença. Todos os tipos de microrganismos, incluindo vírus, parasitas, fungos e bactérias podem produzi-las, mas as infecções causadas por certas bactérias piogênicas e microbactérias são as mais comuns. A – Osteomielite piogênica → quase sempre é causada por bactérias, que proliferam e induzem uma reação inflamatória aguda e causam morte celular. O osso aprisionado sofre necrose e as bactérias e a inflamação se propaga no osso. B – Osteomielite tuberculosa → os microrganismos em geral são transmitidos pelo sangue e originam-se de um foco de doença visceral ativa (p.ex., de um foco pulmonar para uma costela). À semelhança da forma pulmonar, pode supurar por anos antes de ser reconhecida. 88 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores C – Sífilis esquelética → a sífilis (Treponema pallidum) e a bouba (Treponema pertenue) podem envolver os osso. Os ossos mais freqüentemente afetados são aquele do nariz, palato, crânio e membros, principalmente a tíbia. 8.10 Tumores Ósseos e Lesões Semelhantes A – Osteoma → em geral são tumores de crescimento lento com pouca importância clínica, exceto quando causam uma obstrução sinusal, comprimem o cérebro ou o olho, interferem na função da cavidade oral ou geram problemas estéticos. B – Osteoma osteóide e Osteoblastoma → termos usados para descrever tumores ósseos benignos que exibem características histológicas idênticas. Os osteomas osteóides podem surgir em qualquer osso, mas exibem uma predileção pelo esqueleto apendicular. Enquanto o osteoblastoma é mais freqüente na coluna vertebral. C – Osteossarcoma → tumor mesenquimal maligno cujas células cancerosas produzem matriz óssea. 8.11 Tumores Formadores de Cartilagem A – Osteocondroma → também conhecido como exostose, é uma lesão relativamente comum e desenvolvem-se apenas nos ossos de origem endocondral. Clinicamente se apresenta como massas de crescimento lento, que podem ser dolorosas se comprimir um nervo. B – Condromas → são tumores benignos de cartilagem hialina. Podem originar-se dentro da cavidade medular, onde são conhecidos como encondromas, ou na superfície do osso, onde se denominam condromas subperiosteais ou justacorticais. 89 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores C – Condroblastoma → tumor benigno raro mais freqüente ao redor do joelho costuma ser doloroso e, em virtude de sua localização próxima a uma articulação, também causam derrames e restringem a mobilidade articular. D – Fibroma condromixóide → apresenta morfologia variada e costuma originar-se na metáfise dos ossos tubulares longos; contudo, podem acometer praticamente qualquer osso do corpo. E – Condrossarcoma → comumente originam-se nas partes centrais do esqueleto, incluindo a pelve, ombro e costelas. A característica comum desse tipo de tumor é a produção de cartilagem neoplásica. UNIDADE IX 9.1 – Fisiopatologia Renal 9.2 - Respostas Fisiológicas à Disfunção Renal 9.3 – Glomerulonefrite 9.4 – Pielonefrite 9.5 – Síndrome Nefrótica 9.6 – Insuficiência Renal 9.7 - Insuficiência Renal Crônica 9.8 – Síndrome Urêmica 9.9 – Nefropatia Diabética 9.10 – Uropatia Obstrutiva 9.11 – Distúrbios Hidroeletrolíticos 9.12 – Tumores do Rim 9.13 – Acidose e Alcalose Respiratória 9.14 – Acidose e Alcalose Metabólicas 90 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores UNIDADE IX 9.1 – Fisiopatologia Renal As manifestações clínicas das doenças renais podem ser agrupadas em síndromes razoavelmente bem definidas. Algumas são peculiares às doenças glomerulares, enquanto outras estão presentes em doenças que afetam qualquer estrutura renal. Distúrbios infecciosos As infecções dos rins resultam da propagação hematogênica de bactérias, vírus ou fungos que ascendem a partir da uretra. Os fatores de risco para a infecção renal incluem: A – imunossupressão; B – infecções do trato reprodutivo ou das vias urinárias inferiores. Síndrome nefrótica Grupo de sintomas associados a um aumento da permeabilidade glomerular tais como: proteinúria, hipoproteinemia e edema. Insuficiência renal Os rins tornam-se incapazes de filtrar e excretar produtos dedegradação, regular a pressão arterial e manter o equilíbrio hidroeletrolítico e ácido-base. Pode ser aguda ou crônica. Algumas formas de insuficiência renal aguda são reversíveis, enquanto muitas não são. A insuficiência renal crônica é irreversível. Os fatores de risco para a insuficiência renal incluem: A – superdosagem de drogas; B – hipotensão; C – predisposição genética; D – distúrbios sistêmicos, como cirrose e cardiopatia. 91 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores Distúrbios hidroeletrolíticos Desequilíbrio dos eletrólitos e líquidos do corpo, caracterizado por excessos ou deficiências que podem resultar de doenças do sistema renal, cardíaco, gastrintestinal, pulmonar, endócrino e tegumentar. Os eletrólitos são essenciais na contração das células nervosas e musculares. Os fatores de risco incluem: A – Condições nas quais há excesso ou deficiência na ingestão de eletrólitos B – Condições em que a eliminação de eletrólitos encontra-se excessiva ou insuficiente Câncer renal A gravidade depende do tamanho do tumor e da presença de metástases. O carcinoma de células renais tende a ocorrer na quinta e sexta década de vida 9.2 - Respostas Fisiológicas à Disfunção Renal Dor Pode haver ou não dor, podendo ser crônica ou aguda. A dor em outras áreas, como as articulações, pode resultar de doença renal se houver comprometimento dos processos metabólicos. Hematúria Presença de eritrócitos na urina indica passagem de sangue através do túbulo renal. Distúrbios do equilíbrio hídrico A retenção excessiva de líquidos pode provocar edema sistêmico e pulmonar. A retenção de sal e de água em conseqüência da redução da taxa de filtração glomerular (TFG) resulta em hipertensão e edema. 92 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores Alterações neurológicas Nível diminuído de consciência, sonolência, coma, alterações da função cognitiva e comportamental e convulsões. Uremia Presença de níveis anormais de uréia e outros produtos nitrogenados no sangue. Distúrbios gastrintestinais Mais comumente náuseas e vômitos. Outros sintomas podem incluir hematêmese, anorexia, melena, estomatite. Respostas Tegumentares Ocorre prurido e a pele pode exibir uma tonalidade amarelada devido à retenção de urocromos. Respostas cardiovasculares: Hipertrofia dos miócitos, pericardite com febre, dor torácica, atrito pericárdico. Dispnéia Resulta de edema pulmonar e os pulmões ficam suscetíveis a infecções, provocando dispnéia devido à pneumonia. 9.3 – Glomerulonefrite Distúrbio inflamatório que afeta o glomérulo. A glomerulonefrite é causada por uma reação imune à presença de um microrganismo infeccioso geralmente Streptococcus beta-hemolítico de grupo A que penetra no sangue, com conseqüente formação de complexo antígeno-anticorpo. Este complexo deposita-se no glomérulo, formando anticorpos anti-MBG (membrana basal glomerular). A extensão da lesão e os sintomas subseqüentes dependem da localização e do tempo de exposição do glomérulo ao complexo antígeno-anticorpo. 93 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores Com a formação dos complexos antígenos-anticorpos, ocorrem inflamação e ativação de mediadores químicos (complementos e leucócitos). Em conseqüência, ocorre alteração da permeabilidade da membrana, permitindo a passagem de eritrócito e proteínas através do glomérulo para a urina e tornando impossível a filtração glomerular normal. Essas alterações resultam em insuficiência renal aguda ou crônica, podendo resultar em falência renal crônica. Os tipos de glomerulonefrite incluem: a – pós-estreptocócica aguda: de início abrupto, ocorre em 7 a 10 dias após infecção estreptocócica de garganta ou de pele. b – glomerulonefrite crônica: surge quando a doença glomerular resulta em insuficiência renal crônica. As manifestações incluem: a – hematúria b – proteinúria c – diminuição da taxa de filtração glomerular (TFG) d – oligúria e – edema periorbicular, nos pés e tornozelos f – hipertensão 9.4 – Pielonefrite Infecção do tecido renal e da pelve que ocorre a partir de várias fontes. Tipicamente, a pielonefrite é causada por bactérias, mas pode também ser provocada por fungos ou vírus. Pode ser aguda ou crônica. ● A pielonefrite aguda resulta da contaminação bacteriana através da uretra ou por disseminação hematogênica. ● A pielonefrite crônica pode ser idiopática ou pode ocorrer em associação com obstrução ou refluxo a cálculos renais. 94 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores Os sintomas resultam da infecção do parênquima renal e podem consistir em: a – febre b – calafrios c – dor nas virilhas d – freqüência urinária e – disúria f – hipersensibilidade costovertebral 9.5 - Síndrome Nefrótica Grupo de sintomas associados à perda de proteínas que ocorre em vários distúrbios renais. Resultam da presença de outras doenças primárias, como diabete, amiloidose (substância proteinácea patológica, depositada entre as células de tecidos e órgãos do corpo) e lúpus eritematoso sistêmico. A lesão da membrana glomerular resulta em perda das proteínas plasmáticas em conseqüência do extravasamento de sangue para a urina através do glomérulo. A perda de proteínas ultrapassa a 3,5 g/dia que resulta em hipoalbuminemia e hiperlipedemia. A perda de proteínas também pode levar a falta de vitamina D, visto que o hormônio necessário a sua ativação (25 – hidroxicolecalciferol) está habitualmente ligado a proteínas. Ocorre perda das imunoglobulinas (moléculas de anticorpos), diminuindo a resistência do indivíduo às infecções. Pode ser observado nos pacientes: edema nos pés, nas pernas, no sacro e na região periorbicular. 95 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 9.6 – Insuficiência Renal Perda súbita e quase completa da função renal associada com azotemia (acúmulo de produtos nitrogenados no sangue). Verifica-se uma súbita queda da depuração da creatinina (medida da filtração glomerular). A Insuficiência renal pode ser aguda, a condição que mais comumente provoca insuficiência renal aguda é a necrose tubular aguda (NTA) ocasionando oligúria ou anúria, é classificada em: pré-renal, intra-renal, e pós-renal geralmente reversível, ou crônica, irreversível. Insuficiência Renal Aguda ● A insuficiência renal aguda pré-renal resulta do déficit prolongado do fluxo sanguíneo renal de qualquer etiologia (hipovolemia, estenose aórtica, hipotensão, doença da artéria renal). ●A insuficiência renal aguda intra-renal refere-se à lesão do parênquima renal (glomérulo nefrite, necrose tubular aguda, nefropatia diabética, pielonefrite, fármacos). ●A insuficiência renal aguda pós-renal é provocada por obstrução ao fluxo urinário (cálculos renais, tumores, torção ureteral). 9.7 – Insuficiência Renal Crônica Comprometimentos lentos, insidiosos e irreversíveis da função renal onde os néfrons são permanentemente destruídos. Ocorre acúmulo de quantidade excessiva de produtosnitrogenados (uréia sanguínea, creatinina) no sangue, e os rins são incapazes de manter a homeostasia. As causas incluem: distúrbios glomerulares, distúrbios tubulares, doenças vasculares, distúrbios infecciosos ou intersticiais, obstrução ureteral, doenças relacionadas com o colágeno (depósito de complexo antígeno-anticorpo, inflamação, necrose), distúrbios metabólicos (diabete melito, amiloidose), distúrbios congênitos e nefrotoxicidade (exposição a substâncias nefrotóxicas, como os meios de contrastes radiológicos). 96 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores Processos fisiopatológicos e manifestações ●A disfunção renal provoca numerosos distúrbios metabólicos, como alteração do pH e distúrbios do equilíbrio hidroeletrolítico. ●Como a vitamina D não pode ser convertida em sua forma biologicamente ativa (necessária à reabsorção de cálcio), os níveis de cálcio diminuem em conseqüência de sua absorção deficiente. ●A excreção de fósforo encontra-se diminuída, resultando em hiperfosfatemia. ●O rim mais sadio compensa o rim enfermo. ●Os rins tornam-se incapazes de manter a homeostasia, constituindo uma condição potencialmente fatal. 9.8 - Síndrome Urêmica Grupo de sintomas que ocorrem em associação com a insuficiência renal e resulta do acúmulo de produtos de degradação do metabolismo devido à insuficiência renal, devido à falta de excreção. Os sintomas podem consistir em: a – alteração do sistema nervoso central (tontura, vertigem e concentração deficiente). b – neuropatia das extremidades inferiores (devido ao acúmulo de toxinas nos nervos periféricos). c – ulceração no trato gastrintestinal desde a boca até o ânus. d – hipertensão devido à secreção acelerada de renina. e – prurido e alteração da cor da pele (devido a retenção de pigmentos urocrômicos). f – náusea e vômitos. 97 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores g – desequilíbrio do cálcio e do fósforo, resultando em precipitação de fosfato de cálcio. h – distúrbio no equilíbrio ácido-básico e hidroeletrolítico. i – coagulação sanguínea inadequada, devido à incapacidade dos trombócitos funcionar em plasma ácido. j – imunossupressão (diminuição da fagocitose). k – pericardite. Obs.: Os sintomas são reversíveis quando se institui o tratamento com diálise. 9.9 – Nefropatia Diabética (glomerulosclerose diabética) Insuficiência renal devido à complicação do Diabetes Mellitus observada em adulto. É provocada por lesões das arteríolas e glomérulos e está associada à pielonefrite e necrose das papilas renais. Processos fisiopatológicos ●Ocorre comprometimento dos glomérulos por esclerose difusa e espessamento da membrana basal e mesângeo. ●Espessamento das paredes das arteríolas aferentes e eferentes. ●Em conseqüência, a TFG (taxa de filtração glomerular) diminui, e verifica- se o desenvolvimento de azotemia. ●Os sintomas da nefropatia diabética nos pacientes insulino dependente aparecem anos após a instalação da doença. 9.10 – Uropatia Obstrutiva Obstrução do fluxo de urina dos rins para a bexiga, ocasionando fluxo retrógrado de urina do local de obstrução de volta à pelve e o rim. A causa mais comum consiste na presença de cálculo. 98 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores Processos fisiopatológicos ●Cálculos são agregados de substâncias, como cálcio ou ácido úrico; são formados em conseqüência de distúrbios metabólicos. ●Tendem a ser dolorosos e podem provocar hematúria, além de hipersensibilidade costovertebral. ●Alguns cálculos podem passar pelo trato urinário; outros podem provocar obstrução ao fluxo de urina através do trato urinário. ●Com a obstrução ocorre fluxo retrógrado no rim, produzindo hidronefrose. ●O líquido exerce pressão sobre os túbulos e provoca a lesão das estruturas dos néfrons. ●Como a obstrução costuma ser unilateral, o exame de urina, mostra-se normal. ●A princípio, os rins hipertrofiam e, a seguir, sofrem contração. 9.11 - Distúrbios Hidroeletrolíticos Condições caracterizadas por excessos (ingestão excessiva, eliminação diminuída) ou déficits (ingestão deficiente ou eliminação excessiva) de líquidos corporais ou eletrólitos: são comumente observados na insuficiência renal. Processos fisiopatológicos ●As alterações no equilíbrio hidroeletrolítico resultam em alterações na condução das células nervosas e musculares. ●As manifestações incluem alterações no estado mental e na resposta reflexa. ●Além disso, podem ocorrer sintomas neuromusculares, que podem incluir parestesias, dormência, formigamento e tremores. 99 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores ●Na presença de insuficiência renal, o glomérulo e os túbulos perdem a sua capacidade de regular os eletrólitos. 9.12 – Tumores do Rim Ocorrem tumores tanto benignos quanto malignos no rim. A exceção do oncocitoma (tumor epitelial que pode atingir grandes dimensões), os tumores benignos são achados incidentais a autopsia e só raramente possuem algum significado clínico. Por outro lado, os tumores malignos são de grande importância clínica e o mais comum é o carcinoma de células renais. Carcinoma de Células Renais Uma das características comuns deste tumor é a sua tendência a metastatizar-se extensamente antes de produzir quaisquer sinais ou sintomas locais. O tabaco constitui o fator de risco mais proeminente. Verifica-se um aumento de duas vezes no carcinoma de células renais em fumantes de cigarros, e aqueles que fumam cachimbo e charutos também são mais suscetíveis. Um estudo identificou outros fatores de risco, incluindo obesidade, hipertensão, estrogenioterapia e exposição a asbestos, produtos do petróleo e metais pesados. Processos fisiopatológicos ●Pode desenvolver-se em qualquer região dos rins. ●Devido o seu crescimento, o tumor pode comprimir os tecidos circundantes, provocando isquemia, necrose e hemorragia. ●Os tumores podem invadir o sistema coletor e ramos da vaia renal, podendo estender-se até a veia cava inferior. ●Os principais locais de metástase incluem pulmões, fígado, linfonodos e ossos. 100 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 9.13 – Acidose e Alcalose Respiratória Qualquer fator passível de reduzir a ventilação pulmonar irá aumentar a concentração de dióxido de carbono (CO2) dissolvido no líquido extracelular. Esse aumento, por sua vez, determina aumento de ácido carbônico e de íons hidrogênio, com conseqüente desenvolvimento de acidose. Como essa forma de acidose é causada por anormalidade de respiração é denominada acidose respiratória. Por outro lado, a ventilação pulmonar excessiva diminui a concentração de dióxido de carbono e de íons hidrogênio, resultando em alcalose respiratória. Uma pessoa pode provocar em si mesma acidose respiratória simplesmente ao prender sua respiração. A acidose quase sempre resulta de condições patológicas, como lesão do centro respiratório no bulbo, obstrução das vias aéreas do aparelho respiratório, pneumonia e qualquer outro fator que interfirana troca de gases entre o sangue e o ar alveolar. Raramente condições patológicas causam alcalose respiratória. Todavia, em certas ocasiões, a psiconeurose (histeria) pode causar hiperventilação a ponto do indivíduo se tornar alcalótico. Ocorre um tipo fisiológico de alcalose respiratória quando a pessoa sobe a grandes altitudes. O baixo teor de oxigênio (O2) do ar estimula a respiração, causando perda excessiva de CO2 e resultando em alcalose respiratória leve. 9.14 – Acidose e Alcalose Metabólicas ? A acidose metabólica pode resultar: 1. Da incapacidade dos rins de excretarem os ácidos metabólicos normalmente formados no organismo. 2. Da formação excessiva de ácidos metabólicos no organismo. 3. Administração venosa de ácidos metabólicos. 4. Aumento na absorção de ácidos metabólicos do tubo gastrintestinal. 5. Perda de base dos líquidos corporais. 101 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores ? Principais condições que ocasionam a acidose metabólica a – Diarréia: perda excessiva de secreções gastrintestinais com alta concentração de bicarbonato de sódio. Pode ocasionar a morte em crianças. b – Vômito: perda de secreção do conteúdo gástrico, cujas secreções são altamente ácidas. c – Uremia: incapacidade dos rins de depurar o organismo das quantidades normais de ácidos formados diariamente nos processos metabólicos. d – Diabete Mellitus: a ausência de insulina impede o uso normal da glicose no metabolismo. Dessa maneira, algumas gorduras são degradadas em ácido acetoacético, que, por sua vez, é metabolizado pelos tecidos para produzir energia em lugar da glicose. A concentração de ácido acetoacético atinge valores muito elevados ocasionando acidose grave. ? As causas mais comuns de alcalose metabólica incluem: 1. Administração de diuréticos: que ocasiona perda excessiva de íons hidrogênio no túbulo renal. 2. Ingestão excessiva de substâncias alcalinas: como o bicarbonato de sódio para tratamento de gastrite ou úlcera péptica. 3. Perda de íons cloreto: vômito excessivo do conteúdo gástrico sem vômito do conteúdo gastrintestinal inferior. É mais observado em recém-nascido com obstrução pilórica. 4. Por excesso de aldosterona: que promove a reabsorção intensa de íons sódio dos segmentos distais do sistema tubular, acompanhada pela secreção aumentada de íons hidrogênio, o que promove desenvolvimento de alcalose. UNIDADE X 10.1- Fisiopatologia Endócrina 10.2 - Endocrinopatias 10.3 - Hiperpituitarismo 102 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 10.4 - Hipopituitarismo 10.5 - Síndrome da Hipófise Posterior 10.6 - Secreção Inadequada de Hormônio Antidiurético (ADH) 10.7 - Tireóide A - Tireotoxicose (hipertiroidismo) B – Hipotiroidismo 10.8 - Paratireóides A - Hiperparatireoidismo primário B - Hiperparatireoidismo secundário 10.9 - Córtex Supra-renal • Síndrome de Cushing • Hiperaldosteronismo. • Síndrome adrenogenitais 10.10 Pâncreas • Diabetes Mellitus UNIDADE X 10.1 Fisiopatologia Endócrina ? A homeostase celular é regulada pelo sistema nervoso e endócrino. ? Esses dois sistemas atuam em estreita interação principalmente no hipotálamo, que modula a função da hipófise e nas células endócrinas que estão bastante dispersas. 103 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores ? No sistema endócrino os hormônios elaborados nas glândulas endócrinas interagem com os órgãos-alvo, através de receptores celulares, específicos para um determinado hormônio. Existem três tipos de receptores: 1- receptores de membrana→ os hormônios interagem com receptores na superfície celular, resultando numa determinada função, por exemplo, a produção de outro hormônio. 2- receptores citoplasmáticos→ os hormônios interagem com receptores dentro do citoplasma da célula. Por sua vez, o complexo hormônio-receptor, após se dirigir para dentro do núcleo se liga ao DNA, ocasionando a ativação de genes específicos, formando novas proteínas, as quais representam os efeitos dos hormônios esteróides. 3- receptores intranucleares→ os hormônios ligam-se preferencialmente aos receptores intranucleares. Depois da união complexo hormônio-receptor ocorre à mensagem para os genes específicos e formação de novas proteínas que representam os efeitos dos hormônios tireoidianos. 10.2 Endocrinopatias A – Hipófise ou pituitária Composta de dois componentes funcionalmente distintos: a) lobo anterior (adenohipófise) b) lobo posterior neurossecretor (neurohipófise) ? Do ponto de vista histológico os lobos anteriores e posteriores são totalmente distintos. ? O lobo anterior (adeno-hipófise) constitui a principal porção secretora da hipófise 104 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores B – Patologia As doenças da hipófise podem afetar o lobo anterior; posteriores ou ambas as regiões da glândula. Elas podem provocar: 1) anormalidades endócrinas A produção anormalmente aumentada de hormônios tróficos (hiperpituitarismo) é causada geralmente por uma neoplasia funcionante do lobo anterior: ? Pode ocorrer em conseqüência de anormalidades hipotalâmicas ou da perda da inibição por feedback (realimentação) normal. ? O hipopituitarismo associa-se geralmente à destruição de >75% do lobo anterior. 2) efeitos (expansivos) locais: ? Evidência radiográfica de expansão da sela túrcica. ? Distúrbios visuais. ? Considerável aumento da pressão intracraniana. 10.3 Hiperpituitarismo - neoplasias da hipófise anterior ? Causadas geralmente por um adenoma da hipófise anterior ou por um distúrbio hipotalâmico primário. ? Os hormônios mais comumente produzidos por adenomas funcionais incluem: prolactina/hormônio do crescimento (GH)/hormônio adrenocorticotrófico (ACTH) A – Morfologia geral Os adenomas hipofisários podem ser divididos em microadenomas (< 10mm de diâmetro) e macroadenomas (>10mm de diâmetro). Os adenomas geralmente são solitários e, nos estágios iniciais, formam massas tumorais isoladas na sela túrcica. 105 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores B - Adenomas somatotróficos ? Produzem um excesso de hormônio de crescimento (GH), com acromegalia ou gigantismo associado. ? A acromegalia aparece quando um excesso de GH se manifesta em adultos (após o fechamento das epífises dos ossos longos) ? As características da acromegalia são: aumento da cabeça, mãos, pés, mandíbulas, língua e tecidos moles. ? O gigantismo é raro, aparecendo em crianças quando o excesso de GH ocorre antes do fechamento das epífises. C - Prolactinomas ? As manifestações clínicas incluem hipogonadismo em homens e mulheres, com conseqüente amenorréia e galactorréia em mulheres. D - Carcinoma ? Extremamente raros. ? Geralmente não funcionante. ? O diagnóstico requer a demonstração de metástases. 10.4 Hipopituitarismo Pode ser conseqüente a distúrbios hipotalâmicos ou hipofisários primários e as alterações na hipófise levando ao hipopituitarismo são mais freqüentes (90 % dos casos). Causas mais comum: Adenomas não secretores e síndromede Sheehan (infarto da hipófise). As manifestações clínicas são variáveis: a) a deficiência de GH em adultos só é notada pela análise dos níveis de GH. Clinicamente não é detectável. 106 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores b) em crianças pré-púberes, a deficiência de GH leva a um nanismo hipofisário e é freqüentemente acompanhada de um retardo do desenvolvimento sexual. Manifestações de hipogonadotrofismo: ? Amenorréia, atrofia das gônadas, perda de pêlos pubianos e axilares, esterilidade, recessão da linha capilar. ? As deficiências de hormônio estimulador da tireóide (TSH) e hormônio adrenocorticotrófico (ACTH) podem levar respectivamente a hipotiroidismo e hipoadrenalismo. Síndrome de Sheehan ? Causada habitualmente pelo infarto da hipófise anterior, associada classicamente à hemorragia/choques obstétricos. ? O aumento da glândula durante a gravidez torna a adenohipófise vulnerável a lesões isquêmicas. ? A síndrome de Sheehan também pode ocorrer em homens e em mulheres não grávidas (traumatismo, anemia falciforme, coagulação intravascular disseminada, acidentes vasculares). ? Geralmente se associa à destruição de 90 a 95% da glândula. ? As manifestações iniciais comuns incluem insuficiência das gônadas e incapacidade de lactação. 10.5 Síndrome da Hipófise Posterior Incapacidade de concentrar a urina, devido à poliúria e sede excessiva (polidipsia). As causas incluem: ? Distúrbios inflamatórios e infiltrativos do hipotálamo e da região hipofisária. ? Radiação ou cirurgia hipotalâmica ou lesões cranioencefálicas. 107 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 10.6 Secreção Inadequada de Hormônio Antidiurético (ADH) ? Caracteriza-se por níveis persistentemente elevados de ADH ? Reabsorção anormal de água. ? Expansão do compartimento líquido extracelular, hiponatremia e incapacidade de excretar uma urina diluída. As causas incluem: - Secreção de ADH ectópica por neoplasias não endócrinas (especialmente carcinomas de pequenas células do pulmão). - Doenças pulmonares não-neoplásicas (por exemplo: tuberculose pulmonar, pneumonia). 10.7 Tireóide Localiza-se no pescoço, estando apoiada sobre as cartilagens da laringe e da traquéia. Seus dois hormônios, triiodotironina (T3) e tiroxina (T4), aumentam a velocidade dos processos de oxidação e de liberação de energia nas células do corpo, elevando a taxa metabólica e a geração de calor. Estimulam ainda a produção de RNA e a síntese de proteínas, estando relacionados ao crescimento, maturação e desenvolvimento. A calcitonina, outro hormônio secretado pela tireóide, participa do controle da concentração sangüínea de cálcio, inibindo a remoção do cálcio dos ossos e a saída dele para o plasma sangüíneo, estimulando sua incorporação pelos ossos. As manifestações de doença da tiróide incluem hipertiroidismo e um aumento focal ou difuso da glândula e hipotiroidismo. 108 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores Tireotoxicose (hipertiroidismo) Um estado hipermetabólico ocasionado pelo aumento dos níveis de T3 e de T4. Manifestações clínicas: • Nervosismo • Perda de peso, apesar de um aumento do apetite (devido ao aumento do metabolismo). • Pele quente, úmida e avermelhada secundariamente à vasodilatação periférica e ao estado hipermetabólico. • Tremor das mãos • Aumento variável da glândula tireóide. • As alterações oculares freqüentemente são notáveis: olhar fixo, retração palpebral, proptose. Do ponto de vista cardiológico: • Taquicardia, palpitação, arritmias atriais e cardiomegalia (ação dos hormônios tireoidianos). • Pode ocorrer a insuficiência cardíaca. Causas mais comum de tireotoxicose (99% dos casos): • Hiperplasia difusa (doença de Graves - 85% dos casos). • Bócio multinodular tóxico. • Adenoma tóxico. Bócio Aumento de volume persistente da tireóide. É dividido em difuso (o aumento de volume da tireóide estende-se a toda ela) e nodular (o aumento está limitado a determinadas áreas). 109 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores Na ausência ou presença de hipertiroidismo o bócio é classificado respectivamente em: ● não-tóxico → também chamado de: bócio simples, bócio por carência de iodo, bócio endêmico ou bócio colóide. ● tóxico → também chamado doença de Graves e é provavelmente de natureza auto-imune, com a produção de imunoglobulinas por linfócitos B. Hipotiroidismo • Um estado hipometabólico produzido pela deficiência dos hormônios da tireóide. As manifestações incluem: • Cretinismo, quando a deficiência da tiróide ocorre durante o período perinatal ou em lactentes, caracteriza-se por: • Retardo do crescimento físico e intelectual; • Pele seca e áspera • Olhos separados • Inchaço periorbital • Volume aumentado da língua • Dependendo da idade, graus variáveis de retardamento mental. Manifesta-se por: • Lentificação insidiosa da atividade física e mental, associadas à fadiga. • Intolerância ao frio e apatia. • Os sinais incluem edema periorbital, traços faciais e cutâneos grosseiros. • Cardiomegalia e derrame pericárdico. 110 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores • Queda de cabelo e acúmulo de substância fundamental rica em mucopolissacarídeos na derme (mixedema). O cretinismo pode ocorrer tanto em forma endêmica, associada à deficiência dietética de iodo, bócio endêmico, como em forma esporádica, associado freqüentemente a um defeito da biossíntese dos hormônios. Causas de hipotiroidismo: • Agenesia ou ablação da tireóide. • Interferência na síntese de hormônios tireoidianos, devido a um hipotiroidismo idiopático. • Defeitos enzimáticos hereditários. • Deficiência de iodo. • Tireoidite de Hashimoto (doença auto-imune). 10.8 Paratireóides São pequenas glândulas, geralmente em número de quatro, localizadas na região posterior da tireóide. Secreta o paratormônio, que estimula a remoção de cálcio da matriz óssea (o qual passa para o plasma sangüíneo), a absorção de cálcio dos alimentos pelo intestino e a reabsorção de cálcio pelos túbulos renais, aumentando a concentração de cálcio no sangue. Neste contexto, o cálcio é importante na contração muscular, na coagulação sangüínea e na excitabilidade das células nervosas. Hiperparatireoidismo primário É uma hipersecreção autônoma de paratormônio. Causa: Adenoma Conseqüências: ●Maior reabsorção óssea e mobilização do cálcio a partir do esqueleto. ●Maior reabsorção tubular renal e reabsorção de cálcio. 111 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores ●Maior síntese de vitamina D e maior reabsorção de cálcio pelo intestino. ●Hipercalcemia, hipercalciúria e cálculos renais. Hiperparatireoidismo secundário Geralmente ocorre na insuficiência renal, com hipersecreção compensatória de paratormônio. 10.9 Córtex Supra-renal São duas glândulas localizadas sobre os rins, divididas em duas partes independentes – medula e córtex- secretoras de hormônios diferentes, comportando-se como duas glândulas. O córtex secreta três tipos de hormônios: os glicocorticóides, os mineralocorticóides e os androgênicos. A hiperfunção (hiperadrenalismo) é caracterizada pela produção excessiva de hormônios. Inclui três síndromes básicas: • Síndrome de Cushing (excesso de cortisol). • Hiperaldosteronismo. • Síndrome adrenogenitais (excesso de androgênios). Síndrome de Cushing Causas: • Administração de glicocorticóides (mais comum). • Hipersecreção hipofisária de ACTH. • Hipersecreção autônoma de cortisol por adenoma supra-renal. Clínica: Obesidade, face lunar, fraqueza, hipertensão, diabetes, anormalidades neuropsiquiátricas. Hiperaldosteronismo Primário Produção excessiva de aldosterona que aumenta a reabsorção de sal e água pelos túbulos renais, reduzindo, portanto, sua perda pela urina, ao mesmo 112 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores tempo em que causa aumento do volume do líquido extracelular. Como conseqüência ocorre hipertensão independente do sistema renina-angiotensina, que tem papel no controle da pressão arterial. Causa: Adenoma. Clínica: Produção de renina plasmática, retenção de sódio e redução de potássio, hipertensão arterial. Síndromes Adrenogenitais Excesso de androgênios que causam intensos efeitos masculinizantes em todo o corpo - virilismo supra-renal. Quando o tumor ocorre em mulheres, elas desenvolvem características viris, incluindo crescimento de barba, voz mais grossa, ocasionalmente calvície se também houver herança genética desse caráter. Distribuição masculina dos pêlos do corpo e do púbis, crescimento do clitóris que se assemelha a um pênis e deposição de proteínas na pele e, sobretudo, nos músculos, conferindo-lhe características masculinas típicas. No menino pré-puberal, a presença de tumor supra-renal virilizante provoca as mesmas características observadas na mulher, juntamente com o rápido desenvolvimento dos órgãos sexuais masculinos e aparecimento do desejo sexual. Causa: Neoplasia 10.10 Pâncreas É uma glândula mista ou anfícrina – apresenta determinadas regiões endócrinas e determinadas regiões exócrinas (da porção secretora partem dutos que lançam as secreções para o interior da cavidade intestinal) ao mesmo tempo. As chamadas ilhotas de Langerhans são a porção endócrina, onde estão as células que secretam os dois hormônios: insulina e glucagon, que atuam no metabolismo da glicose. 113 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores Diabetes Mellitus Resulta da insuficiência do pâncreas (células beta nas ilhotas de Langerhans) em secretar a insulina adequadamente, hormônio responsável pelo uso da glicose. Os tipos incluem: ●Tipo I: Diabetes Mellitus Insulino-Dependente (DMID) deficiência grave e absoluta de insulina causada por uma redução da massa de células β. Em geral, desenvolve-se na infância, tornando-se manifesto e grave na puberdade. Sem insulina, estes pacientes desenvolvem complicações metabólicas graves, como cetoacidose aguda e coma. Três mecanismos interligados são responsáveis pela destruição das células das ilhotas: suscetibilidade genética, auto-imunidade e agressão ambiental (infecção viral). Clínica: glicosúria, polidpisia, perda de peso, polifagia e fadiga. ●TIPO II: Diabetes Mellitus Insulino-Independente (DMII) que em geral afeta pessoas obesas. Estudos indicam que a doença parece resultar de um conjunto de múltiplos defeitos genéticos ou polimorfismo. Os dois defeitos metabólicos que caracterizam esta patologia são: distúrbio na secreção de insulina pela célula β e resistência dos tecidos periféricos à insulina. Clínica: sintomas similares ao tipo I, além de prurido e infecções recorrentes. 114 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores FIGURAS Fêmur: Osteocondroma http://www.uftm.edu.br/instpub/fmtm/patge/mac0258.htm Tíbia: Osteossarcoma http://www.uftm.edu.br/instpub/fmtm/patge/mac0259.htm 115 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores Bexiga, Ureteres e Rins http://www.uftm.edu.br/instpub/fmtm/patge/mac0210.htm Rim: Necrose coagulativa http://www.uftm.edu.br/instpub/fmtm/patge/mac0032.htm 116 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores Rim: Necrose coagulativa http://www.uftm.edu.br/instpub/fmtm/patge/mac0012.htm Rim: Hidronefrose http://www.uftm.edu.br/instpub/fmtm/patge/mac0081.htm 117 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores Rim: Tuberculose renal http://www.uftm.edu.br/instpub/fmtm/patge/mac0166.htm Rim: Inflamação granulomatosa - Necrose caseosa com formação de cavernas http://www.uftm.edu.br/instpub/fmtm/patge/mac0024.htm 118 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores Osso: Condroma. HE 120X http://www.uftm.edu.br/instpub/fmtm/patge/mic0082.htm Agradecemos aos autores Marlene Antônia dos Reis e Vicente de Paula Antunes Teixeira da Universidade Federal do Triângulo Mineiro pela cortesia das imagens das peças anatomopatológicas. -------------FIM DO MÓDULO III-------------
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