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MAD 1 RESUMO - Vítor Lopes
Caso 1:
O Sr. João de 62 anos de idade, fumante por três décadas, mas há 10 anos não tabagista, histórico de hipertensão controlada, funcionário de manutenção, foi levado rapidamente por colegas ao PA onde relatou estar sentindo dor na região precordial e sensação de formigamento do braço esquerdo. Apresentava diaforese (sudorese intensa). O exame de ECG realizado apresentou novas ondas Q compatíveis com o infarto do miocárdio e os exames de sangue realizados após 04 horas apresentaram elevação de CK-MB e também da Troponina T e I. A colocação de dois Stents foi necessária e sua recuperação foi muito boa sendo liberado alguns dias após o ocorrido. Foi orientado a monitorar a pressão arterial mais frequentemente, pois se constatou aumento do volume do ventrículo esquerdo.
Entendendo o caso (frase por frase)
João têm um metabolismo já velho, ou seja, no geral, menos acelerado – varia com o estilo de vida do individuo.
Ele fumou por 3 décadas, mas não fuma mais. Com isso, podemos afirmar que ele teve muito contato com agentes do tabaco que provocam o aumento da resistência vascular, favorecendo a lesão do endotélio, além de agentes vaso-constricctores que podem levar a uma hipertensão, pela diminuição do calibre do vaso. Essa diminuição no calibre é resultado de uma contração da musculatura lisa vascular.
Hipertensão controlada: pode ter sido genética, mas ela é multifatorial, ou seja, a pessoa tem uma pré-disposição a ter a doença, só que na maioria das vezes ela se manifesta devido aos fatores de riscos. No caso, o tabaco pode ser considerado como causador da doença; Outros fatores de riscos para o desenvolvimento da HAS são:
Histórico de hipertensão da familia 
Obesidade
Diabetes
Dieta rica em sódio
Excesso de gordura no sangue
Excesso de bebida alcóolica
Sedentarismo
Estresse
No caso, como o índividuo parou de fumar, e “deve” medir a pressão frequentemente, mantendo dietas especificas e controlando a sua pressão, dizemos ser um HAS controlada. 
A dor na região precordial relatada, trata-se de uma Angina, que já é um sintoma de infarto, caracterizado por uma dor que ocorre por causa da grande inervação no local, onde receptores de dor e pressão captam o estímulo doloroso e por via aferente leva essa informação ao SNC onde será processada e enviada de volta, desta vez por via eferente, dando a sensação de aperto no local, também é comum sentir um aperto na garganta, que também se explica pela parte acima.
A sensação de formigamento ocorre devido a falta de O2 na região, a isquemia causada é um distúrbio na circulação que vai fazer que chegue menos sangue as células presentes no braço causando essa sensação de dormência, formigamento. O braço esquerdo explica-se devido a localização do coração, mas o formigamento também pode ocorrer em outras regiões, dependendo do suprimento sanguineo em cada local.
A sudorese também é um dos sinais do infarto, isso se deve por causa de sinais aminérgicos como Adrenalina, Noradrenalina (de alerta) que são liberados nesses casos, ativando o Sistema Nervoso Simpático, aumentando a secreção de suor, além de causar uma taquicardia, por causa do próprio estimulo simpático e presença de arritmias que acompanham o IAM.
Além do suor, azia e naúseas também aparecem como sintomas frequentes do infarto, ocasionadas por um resposta do organismo mediada pelo Centro do Vômito (área no SNC), mas esses sintomas também são notados em diversas enfermidades, no infarto deve-se associa-los a mais sinais/sintomas para confirmar a hipótese.
Obs: em mulhers, há maior frequencia de sintomas como: 
Enjoo 
Falta de ar
Cansaço
Desconforto no peito
Arritmia
Embora esses sintomas também apareçam nos homens, quando se aparece é mulher a chance de ocorrer infarto é muito maior.
As ondas Q fazem parte de um grupo chamado Complexo QRS, que representa a atividade de estimulação dos ventrículos – contração ou despolarização ventricular. A onda Q é a 1 depressão negativa do complexo e mostra o grau de despolarização ventricular, a R é a 1 depressao positiva e a S é a segunda negativa.
A elevação das enzimas CK-MB e Troponina T e I é explicada pela presença de necrose no local, ou seja, essas enzimas estão contidas no meio intracelular das células em circunstâncias normais e após sua morte, o conteúdo é liberado pro meio extracelular até chegar na corrente sanguinea, o tempo que ela começa aumentar é 3,4 horas, por isso o exame foi realizado após esse tempo. A CK-MB é uma enzima que atua no metabolismo energético principalmente do coração, existem outros isotipos da CPK – creatina fosfoquinase, que são o CK-MM (princ. Musc esquelética) e CK-BB (princ. Cérebro). Essa é a enzima determinante no diagnóstico, pois a Troponina T e I atuam no mecanismo de contração e estão presente em abundância na musculatura esquelética, assim, um aumento dos seus níveis indicam lesão celular, mas não precisamente o local. Com isso, torna-se necessário vir acompanhada de sinais/sintomas.
Os Stents são próteses em formato de tubo que visa desobstruir o vaso, geralmente artéria(pode ocorrer em veia também). Com a função de aumentar o diametro do vaso para reestabelecer o fluxo sanguineo, existem 3 tipos de stent:
Não-farmacológico : o tubo inserido é mais mecânico, vai aumentar o diametro vascular porém como não possui um farmaco associado nele, a chance do vaso voltar a ser obstruído é grande.
Farmacológico: o tubo inserido possui um medicamento acoplado em si, geralmente um Anticoagulante) que será liberado lentamente na luz do vaso, que impedirá a formação de novos trombos.
Biodegradável: tecnologia nova, não disponível no Brasil ainda, são stents também com medicamentos, só que após um tempo eles se dissolvem no plasma, podendo ser submetidos em Ressonâncias Magnéticas.
O aumento do volume ventricular esquerdo é decorrente da Hipertrofia, ela é causada pelo acúmulo de líquido no coração, pois houve a contricção dos vasos e há presença de HAS, esse acúmulo de sangue no ventrículo causará uma dilatação da parede cardíaca, a fim de ser capaz de segurar essas pressão do vaso contra a parede. 
A grande concentração de sangue presente na parede do coração estimulará fatores de crescimento que se acoplarão a receptores das células musculares, que emitirão uma via de sinalização para o núcleo, que produzirá fatores de transcrição responsáveis por transcrever DNA em RNA, agindo sobre os Ribossomos, aumentando a síntese proteica. 
A hipertrofia é caracterizada histologicamente pelo aumento do tamanho da célula, mantendo a relação de núcleo-citoplasma. Com o aumento do tamanho celular, também aumenta o tamanho do tecido/orgão, isto explica também, pessoas que apresentam o coração mais pesado > 400g (250-400 normal)
Entendendo o caso (visão geral)
João contém uma pré-disposição a HAS e já fumou, mas não fuma mais. Todo mundo tem placa de ateroma, que são depósitos de gordura na parede dos vasos, mas como ele fumou, há grande chance de ter maiores placas, favorecendo a obstrução parcial do vaso. A hipertensão, embora controlada, aumenta a resistência vascular, favorecendo a lesão do endotélio. Com o endotélio lesado, fatores de coagulação agirão no local, formando trombo sob a placa de ateroma. Isso pode ocasionar uma obstrução total no fluxo sanguíneo, levando a uma isquemia (falta de o2 para um tecido) 
Essa isquemia provocará a necrose das células do tecido, caracterizada de Necrose de Coagulação, por causa do aspecto coagulativo visto no microscópio (digestão de proteínas), o arcabouço da célula permanece intacto (dá pra ver os limites da célula), coloração eosinofilica profunda (rosinha bem clarinho) 
A necrose causa uma perda de função podendo levar a uma insuficiência cardíaca.
Como o coração é feito de células permanentes, não sofrem mitose, então todo tecido necrosado será substituído por um tecido fibroso. Isso também explica o fato do coração não sofrer hiperplasia.
Provavelmente antes de sofrer necrose, pela hipóxia, o coraçãopassará por uma tumefação, até que atinja a membrana, onde a lesão se torna irreversível e provocará a morte da célula. 
O infarto agudo do miocárdio nesse caso é caracterizado BRANCO, pois o fator que levou a morte tecidual foi a isquemia, ou seja, falta de o2 pro tecido, devido a uma obstrução na artéria coronária que irriga o coração.
Em caso de infarto, é necessário desobstruir a artéria, pode-se resolver com a implantação dos stents, por angioplastia, uso de anticoagulantes, para evitar a formação de novos trombos e trombolíticos, para dissolver os já existentes.
Acompanhado ao infarto, podem surgir complicações como:
Insuficiência cardíaca : devido a morte de células do tecido cardíaco, o metabolismo do coração diminui, podendo gerar uma insuficiência de cumprir o seu papel.
Fibrilação Atrial: o infarto também pode gerar arritmias. Acontece em decorrer de um estase no átrio, que pode levar a formação de um trombo, seguido de embolo e atingir outros locais, como o SNC -> artérias carótidas
Deve-se também, manter uma dieta com baixo teor lipídico, afim de não agravar a grossura das placas de ateroma, evitar o tabagismo, praticar atividades físicas, controle da HAS, uso de anticoagulante*, 
Perguntas
Qual é o processo patológico descrito no caso? Justifique.
R: Infarto Agudo do Miocárdio Branco, justificado pela obstrução da artéria coronária presente, já que foi necessário a implantação dos stents, além da presença de enzimas CK-MB, presentes na corrente sanguínea, comprovando a existência de necrose. Lembrando que somente a enzima não é suficiente para comprovar a doença, já que ela se encontra presente em pequenas quantidades na musculatura esquelética. A soma da obstrução da artéria e a presença de necrose, me indicam, portanto, a presença do infarto branco.
Quais são os tipos de alterações presentes nesse caso? 
R: Existem alterações celulares e teciduais no caso.
A hipertrofia é uma alteração celular ocasionada pelo acúmulo de sangue na cavidade ventricular que estimular fatores de crescimento a agir sobre as células musculares, fazendo que elas aumentem a síntese protéica responsável pelo aumento de tamanho da célula. Histologicamente, podemos caracterizá-la por uma cor eosinofilica forte, aumento da célula em relação a normal, mantendo a relação de núcleo-citoplasma.
A necrose de coagulação é uma alteração celular provocada pela hipóxia (falta de oxigênio), é um tipo de morte celular que envolve a coagulação de proteínas. Histologicamente, podemos caracterizá-la por uma cor eosinofilica profunda, com o arcabouço celular mantido, além de núcleo picnótico ou ausência de núcleo e perda de relação núcleo citoplasma.
O Infarto branco é uma alteração tecidual causado pela Isquemia, gerada por uma obstrução na artéria. Histologicamente, podemos identificar uma área de necrose tecidual, ou seja, dá para ver muitas células sem núcleo ou com núcleo picnótico, presença de tecido fibroso e células inflamatórias.
Que mecanismo gerou a necrose? Explique.
R: A necrose foi gerada por Depleção de ATP. Com a hipóxia, vai faltar o2 na célula, sendo assim, seu metabolismo energético é prejudicado, pois necessita do O2 para gerar energia na via aeróbia. Com falta de oxigênio, o organismo tenta compensar com a respiração anaeróbica, que não conseguirá manter o saldo necessário para o bom funcionamento das bombas de Na/K e de Cálcio, além de produzir metábolitos ácidos como o ácido pirúvico. Com a falha da bomba de Na e K, mais Na entrará pro meio intracelular e mais K sairá pro meio extracelular, assim, a H20 entrará na célula por osmose. A bomba de Ca++ presente no REG também falhará, liberando Ca++ para o citosol. O cálcio, por ser reativo com as demais organelas, fará com que as enzimas lisossomais – hidrolases ácidas, como proteases, endonucleases, ATPases , que provocaram o rompimento da membrana do núcleo, mitocôndria ou a da célula, causando assim a sua morte.Também pode haver lesão no REG que parará de sintetizar proteínas estruturais e funcionais, também causando a morte celular.
Curiosidades: a partir da lesão de membrana a lesão se torna irreversível
O mal funcionamento da bomba de Na e K também provocará uma hipercalemia, acumulo de K na corrente sanguinea, podendo levar a uma arritmia.
A Tumefação também sofre desse mecanismo, mas ela se limita até a entrada de H20 na célula, por isso seu aspecto aquoso-turgido.
O citoplasma da célula contem muitas enzimas, enzimas são proteínas, e proteínas são básicas, por isso deve se corar com um corante ácido – Eosina .
O núcleo da célula é composto por ácidos nucléicos, então deve se corar com um corante básico – Hematoxilina.
Como ocorre a formação da placa de Ateroma? 
R: A formação começa na adesão de LDL oxidados por radicais livres na parede do vaso, devido a grande afinidade energética. Depois monócitos fazem a diapedese e migram para parede vascular, passando a ser chamado de macrófagos. Esses macrófagos fagocitam esses LDL formando então um macrófago com conteúdo lipídico dentro, denominado célula espumosa. Conforme mais adesão de LDLs Oxidados na parede e maior fagocitose, essas células espumosas tendem a crescer, ficando então bem maiores. O organismo, como modo de defesa, envia estímulos para que fibroblastos produzam um tecido fibroso, para proteger aquela camada de células espumosas. No entanto, com o tecido fibroso envolvendo-os, elas perdem seu suprimento de oxigênio e morrem, depositando todo conteúdo gorduroso nessa cavidade envolta pelo tecido fibroso, formando então, a placa de ateroma.
OBS: Quanto mais lipídeo se adere a placa, menor fica o diâmetro do vaso, prejudicando a passagem de O2. Caso esse tecido fibroso se rompa, haverá exposição de colágeno no sangue, promovendo a cascata de coagulação, formando o trombo, esse trombo pode, no entanto, obstruir grande parte do diâmetro do vaso, podendo ocasionar o infarto.
Qual a diferença entre coágulo, trombo e embolo?
R: Coágulo é uma massa semi-sólida de sangue que se forma através de um processo chamado cascata de coagulação, que tem como objetivo interromper hemorragias, fora da corrente sanguínea. Ele é composto principalmente por fibrina. Já o Trombo é um coágulo dentro da corrente sanguínea, que tem diferença na composição, pois ocorre pela agregação plaquetária. Embolo é um trombo ou fragmento dele que se solta e migra pela corrente sanguínea.
Existem outros tipos de infartos? Quais? Como são classificados?
R: Há ainda o infarto vermelho, que é conseqüente de uma oclusão de uma artéria ou veia, gerando hemorragia.
O infarto ainda pode ser caracterizado como transmural e subendocárdico 
Transmural: necrose isquêmica envolve toda ou uma grande parte da parede ventricular irrigada pela artéria coronária esquerda
Subendocárdico: áreas de necrose limitada, ocupando no máximo, metade da parede ventricular.
Qual a diferença entre Isquemia, Hipóxia e Anóxia?
R: Isquemia é a ausência de O2 pra um tecido, ou seja, obstrução maior que 70% ou total de uma artéria, se tiver obstruída a tal ponto que cause necrose tecidual, que não chegue oxigênio necessário para as celular do tecido.
Hipóxia é a deficiência de O2 para uma célula, é caracterizada principalmente por ser a nível celular, podendo gerar necrose.
Anóxia é a ausência total de O2 para uma célula, também caracterizada a nível celular, gerando necrose.
Por quê as enzimas tendem a subir no exame sanguineo em caso de infarto?
 R: Isso acontece porque tem necrose. Na necrose, as enzimas digestivas lisossomais rompem a membrana celular, então o conteúdo que estava dentro dela é lançado para a circulação. Lembrando que as enzimas são proteínas, então são produzidas intracelularmente por ribossomos livres ou acoplados ao RE. Elas podem permanecer dentro da célula em vesículas, podem se acoplar a membrana celular ou podem ser secretadas em algum lugar. No caso, essas enzimas estão dentro dos lisossomos, dentro da célula.
Caso 2:
O Sr. João de 66 anos de idade, funcionário aposentadode manutenção, fumante por três décadas, mas há 14 anos em abstenção, histórico de hipertensão e atualmente faz uso de vasodilatores, ácido acetilsalicílico e diurético, teve IAM aos 62 anos e, nesta oportunidade, foi colocado dois Stents em ramos coronários. Ao acordar pela manhã, perdeu a consciência e desmaiou. O SAMU foi acionado e o paciente, foi levado rapidamente ao hospital. Ficou na UTI por dois dias e veio a óbito. A família estava muito abalada, pois o paciente, após o infarto, fazia caminhadas todas as tardes e tomava suas medicações rigorosamente. A família permitiu que os órgãos fossem encaminhados para estudo. O corte histológico do miocárdio ventricular esquerdo realizado à necropsia mostrou uma área de coloração eosinofílica profunda com perda dos núcleos e estriações transversais nas fibras miocárdicas. Não havia hemorragia ou inflamação e o coração tinha massa de 670 g. O cérebro apresentava uma grande área cística no lobo parietal esquerdo e as células dos túbulos renais apresentavam-se aumentadas e descoloridas.
Entendendo o caso (frase a frase):
Começo idem ao primeiro.
O uso de vasodilatador tem como objetivo o relaxamento da parede muscular do vaso, a fim de promover uma dilatação e diminuição da resistência vascular periférica, esse uso deve-se a pretensão de controlar a hipertensão do João, além de proteger contra a isquemia no RIM, já que o rim é irrigado por arteríolas pequenas e a vasoconstricção pode levar a hipóxia das células renais. Lembrar que vasodilatador não quer dizer que vai passar mais sangue no local, já que muitas vezes o fluxo sanguíneo permanece o mesmo, apenas passará mais lento.
O AAS atua como antiinflamatório e por conseqüência, como anticoagulante, já que inibirá a via da COX, inibindo a agregação plaquetária e portanto, a formação de novos trombos, vale lembrar que João havia tido um infarto, e por todo seu histórico, ele possui grande concentração de placas de ateroma, assim, o AAS evitará formação de novos trombos que poderiam obstruir novamente a artéria.
O diurético atuará no controle da hipervolemia, já que o paciente apresentará Insuficiência Cardíaca Aguda devido a novo infarto (explicarei mais pra frente), onde haverá então uma diminuição no volume de sangue (choque hipovolêmico) e receptores no rim detectarão essa baixa quantia de sangue, ativando o sistema renina-angiotensina-aldosterona, que causará a retenção de sódio e como consequencia, aumenta o volume de líquido, aumentando a pressão hidrostática. Também é liberado o ADH (hormônio antidiurético) para aumentar essa pressão. Então o diurético servirá justamente para eliminar mais quantidade de água, para diminuir o débito cardíaco. 
O infarto antigo de João nos mostra que o coração dele já não está 100%, pois o coração não se regenera, então ele já está um pouco mais deficitário que o normal e embora ele tome AAS e use os Stents, é provável que ele teve um novo infarto, pois a eficácia do fármaco não é 100% também, e o paciente já se apresenta velho, com um histórico propicio a muitas placas de ateroma, então provavelmente ele teve um novo infarto que o levou a um quadro de Insuficiencia Cardiaca. 
A perda de consciência deve ser rapidamente associada a problema no Sistema Nervoso, e combinado com sinais como o Desmaio, além do histórico do paciente, deve ser associado a um Infarto Cerebral, um tipo de acidente vascular encefálico (AVE).
A análise histológica do miocárdio confirma a hipótese de novo infarto, já que as células estão sem núcleo e eosinofilicas profunda(rosa bem clarinho), o que prova a área de necrose de coagulação, já que no infarto antigo, essa área já deveria estar substituída por tecido fibroso.
Não houve hemorragia, o que confirma o infarto ser isquêmico e o coração está com 670 g (normal: 250-400), revelando a presença de hipertrofia.
A área cística do cérebro se deve a necrose do tecido cerebral, que será substituído por tecido gliótico (células da glia) já que o cérebro não cicatriza, nem se regenera.
O tipo de necrose cerebral é a de liquefação, devido a grande quantidade de mielina – um tipo de lipídeo – e a cerebral é uma exceção já que é uma AUTÓLISE (a própria célula produz as enzimas que vão degradá-la), em outros lugares a necrose de liquefação é do tipo HETERÓLISE.
O aumento das células renais e seu aspecto descolorido caracteriza uma Tumefação, que pode ser explicada pela Depleção de ATP, já que as artérias renais são de calibre pequeno, a falta de oxigênio provocará essa lesão celular.
Entendendo o caso (visão geral):
João teve um infarto e faz o uso de medicações rigorosamente, além de praticar exercício. Apesar do comprometimento do paciente com a saúde, não dá pra descartar seu histórico de Infarto recente, ou seja, seu coração já não está totalmente normal. A utilização de tabaco por 30 anos, histórico de hipertensão, embora controlada, também deve ser relevado aqui. Com esse histórico, o paciente provavelmente apresenta várias placas de ateroma, e uma resistência vascular periférica alta (+ propenso a sofrer a lesão vascular), devido a constricção dos vasos. 
Embora o uso de AAS, João teve um novo infarto, que é justificado pela análise histopatológica presente no texto. Esse segundo infarto causou uma Insuficiência Cardíaca, onde o coração já não consegue trabalhar como antes, tendo dificuldade de manter o bombeamento sanguíneo. Essa Insuficiência Cardíaca, mais a hipertrofia presente no ventrículo do coração, têm um potencial grande de provocar uma Fibrilação Atrial (arritmia), isso acontece porque o coração não relaxará bem, então a irrigação dos miócitos não será eficiente.
Com a Fibrilação Atrial, o sangue passará a ficar mais tempo nos Átrios, promovendo um acúmulo de sangue na região, que ficará parado (ESTASE), favorecendo a formação de trombos.
Esses trombos podem se desprender da parede e cair na corrente sanguínea, passando a ser chamado de êmbolos, podendo atingir várias partes do corpo, incluindo as artérias carótidas, responsáveis pela irrigação cerebral.
Esta é a hipótese mais provável que tenha acontecido com o João, por seu histórico e sintomas, mas o Infarto Cerebral também pode ter sido resultado de uma Parada Cardíaca / Vaso-espasmo de ramos da artéria carótida.
Com a falta de O2 no cérebro, os neurônios morrerão por Depleção de ATP, dando origem a uma área necrótica de consistência mole, tecido liquefeito, devido a presença de gordura. – necrose de liquefação
A área necrótica é substituída por células da glia, devido a incapacidade de neurônios sofrer mitose (se regenerar)
O desmaio (síncope) poderia ser uma evidencia do infarto cerebral e justificá-lo, porém esse sinal deve ser acompanhado a outros sintomas e histórico clínico do paciente.
Perguntas
Quais são os processos patológicos presentes no caso? Justifique.
R: Infarto Agudo do Miocárdio Branco, justificado pela análise histopatológico, onde é detectado células sem núcleo e cor eosinofílica profunda.
Insuficiência Cárdiaca, devido a um segundo infarto, em que o coração já estará com capacidade muito reduzida de atuar.
Infarto cerebral branco, por sua perda de consciência e desmaio e todo histórico do paciente, pode-se afirmar que ela sofreu um AVE (derrame cerebral), justificado no texto com a área cística que indica necrose tecidual.
Qual é a relação da insuficiência cardíaca com os rins?
R: Com a deficiência no coração, o volume sanguíneo deve cair, já que o coração não estará mais bombeando sangue como antes, causando um possível choque hipovolêmico, essa queda brusca de volemia será detectada por receptores nos rins – barorreceptores(presentes nas paredes de artérias, enviam informação ao SNC sobre queda e aumento da pressão via estiramento dos vasos) , que ativam o Sistema Renina-Angiotensina-aldosterona, que tem como propósito aumentar a pressão sanguínea, assim combatendo a hipovolemia. Esse Sistema funciona com a produção de Angiotensinogênio pelo fígado, que será convertido em Angiotensina I, pelarenina, liberada pelos rins. Essa Angiotensina I será convertida em Angiotensina II nos pulmões (n é o caso) e no endotélio vascular do rim pela enzima conversora de angiotensina (ECA). A Angiotensina II atuará na retenção de sódio, causando um aumento na volemia devido a osmose e na vasocontricção, também favorecendo a liberação de ADH. Além de atuar na liberação de Aldosterona que atua de retenção de sódio. 	
Qual a diferença entre necrose de liquefação e coagulação?
R: A necrose de coagulação mantém a arquitetura celular, há a perda de núcleo visível e se caracteriza justamente por seu aspecto coagulativo, envolvendo a coagulação de proteínas, é um tipo de Autólise, pois as próprias células necrosadas que produziram as enzimas digestivas.
A necrose de liquefação persiste numa digestão que deixa a área necrosada com consistência mole, liquefeita, isso se deve principalmente ao alto teor de gorduras presente em locais com esse tipo de necrose. Não mantém o arcabouço celular, virando um tipo de “mistura”. Esse tipo de necrose caracteriza-se por ser Heterólise (células diferentes liberam enzimas para a digestão dá célula morta), com exceção ao cérebro que é necrose de liquefação por Autólise.
O que acontece com a falta de O2 por um tempo em células renais, cardiomiócitos e tecido nervoso?
R: Em células renais a hipóxia levará a produção de eritropoetina, que estimulará a produção de hemácias que transportam O2, portanto essas células conseguem agüentar mais tempo com a falta de oxigênio.
Em cardiomiócitos a ausência de O2 é mais grave, porém o coração ainda consegue manter outro mecanismo que permite a oxigenação
Já nas células nervosa, a falta de O2 é muito grave, por isso que é o cérebro que “morre” primeiro que os outros órgãos, a morte celular de tecido nervoso é bem acelerada e gera muitas seqüelas, fora isso, os neurônios não conseguem fazer mitose, portanto, não são capazes de se regenerar.
Caso 3:
Uma jovem de 16 anos é levada à emergência do hospital com náuseas e vômitos. Emocionalmente desequilibrada, os médicos suspeitam de tentativa de suicídio. De fato, várias cartelas vazias de analgésicos (acetaminofeno) foram encontradas em sua bolsa.  Todos os procedimentos para estabilizar a jovem foram realizados. Aproximadamente 10 horas após a internação, a jovem apresentava-se ictérica com aumento palpável do fígado e os exames laboratoriais detectaram aumento significativo de transaminases no sangue. Passados 30 dias deste episódio agudo a moça se recuperou completamente, teve alta e foi encaminhada para tratamento psicológico.
Entendendo o caso (frase a frase)
Jovem de 16 anos – metabolismo acelerado, fase de adolescência, fase instável. 
Náuseas e vômitos são sintomas inespecíficos, devem ser acompanhado do histórico do paciente e em conjunto com outros sinais, sintomas.
Emocionalmente desequilibrada, reflete problemas pessoais, ou a fase adolesecente, mas não é retratado o motivo, deve-se suspeitar de tentativas extremas, como de suicídio, depressão, entre outros, por isso os médicos suspeitaram de tentativa de suicídio.
As cartelas de analgésico, acetaminofeno (paracetamol), encontradas vazias em sua bolsa, indicam então uma tentativa de suicídio por intoxicação medicamentosa – mecanismo de lesão: Radicais livres
Depois das 10 horas de internação, a icterícia (aspecto amarelado de pele) presente, remete um problema no fígado, pois há uma falha na conjugação de Bilirrubina Indireta em Bilirrubina Direta, assim como os exames de transaminases, mostram que houve necrose hepática – coagulação.
Após 30 dias, a moça se recuperou, pois o fígado têm a capacidade de se regenerar, até um ponto, pois se houver lesão constante, pode haver fibrose – cicatrização (cirrose).
Entendendo o caso (visão geral)
A idade da jovem revela uma fase instável da vida, ainda pode ter sido somados problemas pessoais que não foram esclarecidos no texto, e com essa instabilidade toda, a moça provavelmente tentou se suicidar ingerindo altas doses de paracetamol de uma vez.
O paracetamol é um fármaco lipossolúvel, então ele passa por Biotransformação no fígado, onde é metabolizado até virar mais hidrossolúvel para ser excretado ou reabsorvido.
Essa metabolização ocorre por meio da Glutationa, que é um dos conjugantes presentes no fígado, que serve como mecanismo de defesa também, já que os metabolitos de Paracetamol não conjugados são tóxicos, são reativos – Radicais livres.
O fígado tem capacidade de conjugar até o estoque de Glutationa acabar, depois o fármaco inalterado passa somente pela 1 fase da Biotransformação, onde passará pelo Citocromo P450 (complexo enzimático microssomal – fase 1 da biotransformação), que tem como objetivo deixar o metabolito mais solúvel em água e também mais reativo, para se ligar com o conjugante.
Como a quantidade de Glutationa não é capaz de se conjugar com todo metabolito de Acetaminofeno, uma parte desses metabolitos fica solto no organismo, sendo tóxico e altamente reativo com as membranas celulares hepáticas.
Esse radicais livres podem lesar tanto a membrana plasmática das células hepáticas, como os núcleos e as proteínas estruturais (Elastina, Colágeno) e também o Reticulo Endoplasmatico, que produzirá essas proteínas.
Com a lesão em um desses pontos, a célula hepática sofrerá necrose de coagulação, liberando seu conteúdo na circulação, o que explica o aumento das transaminases.
Além disso, como a membrana celular é lipídica, esses fosfolipídeos serão convertidos em Ácido Araquidônico pela enzima Fosfolipase AII.
O Ácido Araquidônico pode seguir 2 caminhos: 
Ou sofrerá ação da enzima COX 2 (ciclooxigenase) ou da LOX (lipo-oxigenase)
Pela COX:
O ácido araquidônico dará origem a:
Prostaglandina: vaso dilatação, aumenta um pouco a permeabilidade vascular, diminui o limiar de excitação dos neurônios (+ dor) e também serve para o recrutamento de leucócitos (princ. Neutrófilos) na resposta inflamatória
Prostaciclina: um tipo de prostaglandina, também atua na vasodilatação e em algumas situações específicas, como a redução na secreção de HCL pelo estomago e aumento da concentração no muco gástrico protetor.
Tromboxano A2: vaso constricção e agregador plaquetário (importante na coagulação)
Pela LOX:
Leucotrieno: aumenta a permeabilidade vascular, agem também como mediadores químicos de neutrófilos e eosinófilos (não é o caso – n tem alergia) 
Assim, começa o processo inflamatório, lembrando que esse processo é uma reação vascular que visa reparo do tecido. A inflamação aguda tem como característica a presença de células polimorfonucleares (neutrófilos) e são casos agudos, ou seja, esporádicos. Tem como principais sinais/sintomas:
Calor: aumento de atividade metabólita – reação exotérmica – gera calor ** princ mitocondrias
Rubor: devido a vasodilatação do local
Edema: Pressão oncótica supera a hidrostática, assim ocorre um edema exsudato, com extravasamento de plasma, células e proteínas plasmáticas.
Perda de função: por causa da necrose – células mortas não trabalham mais
Dor: pela diminuição do limiar de excitação pela prostaglandina.
Após o término da Inflamação Aguda, macrófagos são recrutados para digerir toda área necrosada.
Depois disso, o fígado consegue sofrer hiperplasia e se regenerar, assim, não há perda de função, pois ele se regenera totalmente, pois suas células são caracterizadas como Estáveis (dependem de um estímulo para se dividir)
Porém, se a lesão persistir por muito tempo, o fígado perde essa capacidade de regeneração, por causa de dessensibilização, os receptores p/ hiperplasia sofrem downregulation e assim ele passa a sofrer cicatrização (cirrose), havendo perda de função podendo levar a uma insuficiência ou falência hepática.
Perguntas
O que são radicais livres? Qual é o seu mecanismo de lesão? Onde são gerados?
R: Radicais livres são moléculas instáveis eletricamente, sendo assim são muito reativas a todas moléculas do nosso organismo, geralmentesão moléculas de Oxigênio ou Nitrogênio que apresentam 1 elétron desemparelhado na última camada de valência, atuando como um agente oxidante. São gerados naturalmente no organismo, sendo os responsáveis pelo envelhecimento, portanto, não é sempre uma coisa patológica. Sua produção ocorre principalmente nas mitocôndrias, mas em casos patológicos pode haver uma superprodução, liberando essas moléculas no organismo.
Por ser altamente reativos, os radicais livres possuem alta afinidade por várias moléculas do corpo humano, sendo assim, eles podem atacar principalmente a membrana das células, seu núcleo e as proteínas estruturais (Elastina e Colágeno), provocando a morte da célula.
Além disso, esses radicais em excesso podem provocar mutações, formação de placa de ateroma (oxidam o LDL) entre outros.
Os radicais livres também podem provocar esteatose, já que eles interagem com os fosfolipídios da membrana, aumentando o consumo calórico promovendo um estresse no Retículo Endoplasmático, que é responsável pela síntese de lipídios. Eles podem também inibir o consumo de oxigênio no adipócito, aumentando ainda mais o acúmulo de gordura.
Esteatose é uma lesão reversível, caracterizada principalmente pelo acumulo anormal de lipídeos nas células. 
Qual é o papel da Bilirrubina no organismo? Quais são seu tipos? Como é formada? Onde foi o problema no caso, que gerou Ictericia?
R: A bilirrubina é um composto da bile, produzida principalmente no baço (fígado e medula óssea vermelha também) que tem como função a emulsificação da gordura no Duodeno. 
Pode ser classificada como:
Bilirrubina Indireta: é a bilirrubina não conjugada, antes de chegar no Fígado, têm caráter lipossolúvel e é transportada no sangue pela Albumina.
Bilirrubina Direta: é a bilirrubina conjugada com o ácido glicurônico no Fígado, têm um caráter mais hidrossolúvel que a Indireta e é essa que fará parte da composição da bile.
A bilirrubina segue o seguinte caminho para sua formação:
Hemácias vivem 120 dias e vão para o baço, fígado ou medula óssea, que serão degradadas em Grupo Heme e Globina (vai ser absorvida para a síntese protéica)
O Grupo Heme pode seguir 2 caminhos: ou será convertido em Biliverdina pela enzima Heme-oxigenase-1 ou pode ser catabolizado em Ferro que será reabsorvido na circulação
A Biliverdina será reduzida a Bilirrubina Indireta pela enzima Biliverdina Redutase
A Bilirrubina Indireta será transportada para o Fígado pela Albumina, uma proteína hepática que transporta moléculas lipossolúveis pela circulação
No fígado a Bilirrubina Indireta será conjugada com o acido glicurônico por enzimas transferases passando a ser chamada de Bilirrubina Direta
A Bilirrubina Direta será excretada para a Bile, que será secretada então no instestino para emulsificação de gorduras
No caso, como teve um problema no fígado, a Biotransformação da Bilirrubina não foi completada, assim, a bilirrubina presente no sangue é a Bilirrubina Indireta, pois não há a conjugação com o ácido glicurônico.
Qual é o processo patológico presente no caso? Justifique.
R: Inflamação aguda – Hepatite Medicamentosa, é justificado pelo aumento palpável do fígado e a presença de transaminases, que indicam necrose no fígado. A presença de icterícia também é associada a problema hepático, além da provável ingestão de medicamentos em dosagem tóxica.
O que são transaminases? Quais são os seus tipos? Onde são localizadas?
R: São enzimas presentes no fígado, embora também serem encontradas em outros orgãos, em menor escala. Essas enzimas servem para identificar se há algum problema hepático e são medidas em exame de sangue, já que se houve alguma lesão, essas enzimas são liberadas na corrente sanguínea.
Existem 2 tipos: 
TGO (transaminase glutâmica oxalacética) ou AST 
Encontrados em vários tecidos, como fígado, coração, músculo, rim e cérebro. Não é um alto indicador de dano hepático.
TGP (transaminase glutâmica pirúvica) ou ALT
Encontrado em grande parte no fígado, não exclusivo, porém com maior concentração no orgão. É um excelente indicador para danos hepáticos.
Como ocorre o processo de inflamação aguda?
R: O processo se inicia com a lesão da célula do tecido, que liberará mediadores químicos, a partir das vias COX e LOX, que vão agir sobre o vaso sanguíneo presente no tecido.
Primeiro haverá uma rápida vasoconstricção mediada pelo Tromboxano A2, onde a Prostaglandina começará atuar e iniciará uma série de eventos:
Vasodilatação pela Prostaglandina (liberada pela células mortas, macrófagos, endoteliais)
Permeabilidade vascular aumentada (Leucotrieno)
Edema exsudato passa para o tecido (Pressão oncótica supera a pressão hidrostática)
Estase (Vasoaumenta, fluxo mais devagar, sangue fica mais parado)
Marginalização dos Neutrófilos (com a estase, as hemacias vao permanecer no meio e os neutrófilos vão se marginalizar na corrente sanguínea)
Rolamento e Adesão (Mediadas por TNF-)onde os neutrófilos vão ter afinidade pela Selectina e Integrina presente no endotélio,
Diapedese (TNF-, IL-1 e Protéinas Plasmáticas do exsudato – Produtos do complemento, C5A, C4A, C3A) vão ser quimiotáticos para a diapedese.
Com isso, os neutrófilos chegam a área necrosada e fagocitam as células mortas.
Macrófagos residentes ou que sofreram diapedese chegam ao tecido fagocitado e limpam fagocitando os restos celulares
OBS: Existem 3 tipos de COX, a COX 1 é uma enzima na maioria das células e está relacionada a homeostase normal e a citoproteção gástrica. Já a COX 2 é uma enzima induzida nas células inflamatórias por algum estimulo inflamatório. Também existe a COX 3 que produz substâncias antiiflamatórias. 
Quais são os tipos de reparo? A diferença entre eles? Qual ocorreu no caso?
R: Os reparos existentes são: Regeneração ou Cicatrização
Regeneração
A regeneração acontece quando o tecido é composto de células lábeis ou estáveis, ou seja, possuem a capacidade de se dividir. Esse tipo de reparo não deixa cicatriz, pois não atinge a membrana basal do orgão. A divisão acontece por mitose e denominamos por Hiperplasia (divisão de células – adaptação celular), é reversível, ou seja, em casos patológicos que houver regeneração acentuada, mais que o normal, com o tempo tende a normalizar.]
Com a regeneração não há perda de função, sendo assim, o orgão lesado volta a funcionar normalmente, sem prejuízo.
O epitélio da pele é um exemplo do tipo que sofre regeneração, pois contém células lábeis.
O fígado, por conter células estáveis, também é capaz de sofrer regeneração.
Cicatrização
A cicatrização ocorre quando a lesão é mais profunda e ultrapassa a membrana basal do orgão. Esse tipo de reparo deixa uma cicatriz e caracteriza uma perda de função do orgão, já que o tecido lesado será substituido por um tecido fibroso, que não funcionará como o original. 
Acomete tecidos que possuem células permanentes ou em tecidos cuja membrana basal foi afetada, sendo assim, as células troncos da região não serão capaz de se regenerar. 
Uma exceção é o tecido nervoso, que embora haja células permanentes, não há cicatrização, sendo que o tecido necrótico será substituído por células da glia na região.
Há ainda 3 tipos de cicatrização:
1ª intenção: Ocorre quando as bordas das feridas são apostas (ficam grudadas) ou aproximadas, com perda minima de tecido, ausencia de infecção e pouco edema. 
2ª intenção: Perda excessiva de tecido e possível presença de infecção
3ª intenção: sutura secundária, caso a ferida não tenha sido suturada inicialmente ou houve o rompimento da sutura.
No caso, houve regeneração, pois o fígado é capaz de se regenerar por conter células estáveis, porém, com constante lesão, pode haver cicatrização por causa de uma dessensibilização dos receptores envolvidos na hiperplasia. 
 
Caso 4:
Uma mulher de 58 anos sofre acidente automobilístico que lhe causou fratura exposta do fêmur direito com hemorragia importante, fratura da pelve e do úmero esquerdo. Ela foi levada ao hospital pela equipe de resgate onde foram realizados osprocedimentos necessários para sua estabilização e exames complementares para realização de procedimento cirúrgico. As fraturas foram regredidas e estabilizadas, os cortes foram suturados e o quadro geral da paciente estabilizou-se. Após uma semana do procedimento cirúrgico a paciente relata dores, apesar dos analgésicos, e se recusa a caminhar, o médico percebe durante a avaliação clínica que a perna esquerda apresenta leve edema. O médico solicita a equipe que estimulem a paciente a sair do leito e caminhar, porém, logo após sair do leito ela relata dispnéia e retorna para cama. São realizados os procedimentos necessários e a paciente finalmente evolui satisfatoriamente. Aproximadamente 60 dias após o acidente a única evidência que lhe restou foram as cicatrizes das incisões.
Entendendo o caso (frase a frase)
A mulher sofreu um acidente com fratura exposta do fêmur direito com hemorragia, fratura da pelve e do úmero esquerdo. Então temos que estar atentos a destruição de células por agente físico – corte direto na membrana (não é necrose), o fêmur é um osso com medula ossea, que apresenta medúla óssea vermelha e amarela, então vai ter comprometimento na formação dos elementos figurados do sangue e possível embolia gordurosa (lesão pode provocar que algum embolo de gordura se desprenda da medula amarela e vá para o pulmão, por exemplo. 
Com a cirurgia, conseguiu-se estabilizar a paciente e conter as fraturas, que foram regredidas. 
As dores após 1 semana se deve ao edema na perna esqueda (contrário da perna que sofreu a lesão), isso pode ser explicado devido ao tempo de repouso do paciente, o sangue da perna esquerda se acumulou, por falta de movimento do paciente, gerando uma Congestão (Hiperemia Passiva) na perna esquerda (porque ficou muito tempo parada), fazendo que a pressão hidrostática vencesse a oncótica nessa perna, gerando um edema não inflamatório, isso porque o retorno venoso foi prejudicado, pois a musculatura da panturilha ajuda a bombear o sangue pra cima.
A dispnéia relatada (dificuldade de respirar) , é explicada pelo movimento do paciente, que estava a muito tempo parado, com o retorno de seus movimentos, o sangue volta a ser bombeado, mas 1 semana parado pode ter gerado um trombo (Trombose Venosa Profunda) e esse seu movimento pode ter sido o suficiente para esse trombo despreender e atingir os pulmões, caracterizando uma Tromboembolia Pulmonar.
Obs: essa tromboembolia pode ser de embolos gordurosos, mas o que caracteriza que foi de um embolo sanguineo é o tempo (1 semana) embolos gordurosos tendem a ser mais rápidos.
Foram realizados os procedimentos para o tratamento dessa embolia e Maria teve alta.
As únicas marcas que restaram foi cicatrizes no local da incisão, pois atingiram a membrana basal.
Entendendo o caso (visão geral)
Caso 5:
Uma mulher de 57 anos queixa-se de dor epigástrica e queimação após as refeições há muitos anos. Nestas ocasiões, quando fica muito incomodada, toma antiácidos efervescentes que lhe dá certo alívio. Ela procura o médico que pede endoscopia. Pela endoscopia pode-se ver uma placa eritematosa na mucosa do terço inferior do esôfago, neste mesmo procedimento foi realizada biopsia e, após análise histopatológica, a descrição da lesão inclui hiperplasia do epitélio escamoso basal, alongamento das papilas da lâmina própria, presença de macrófagos, neutrófilos intraepiteliais dispersos com alguns eosinófilos, angiogênese, fibrose e área de destruição celular.
Entendendo o caso (frase a frase)
Mulher com dor epigástrica (um dos 9 quadrantes abdominais) – suspeitar de esôfago/estômago
Queimação após refeições – Doença do Refluxo Gastroesofágico (DRGE)
O uso de anti-ácidos levanta mais a suspeita de refluxo constante – lesão persistente do esôfago distal.
Placa eritematosa (rubor) no terço inferior do estômago revela a inflamação, confirmado pela análise histopatológica... hiperplasia do epitélio escamoso revela um tipo de adaptação celular, a fim de secretar mais muco para proteção contra esse agente químico, a presença de macrófagos caracteriza uma inflamação crônica – devido a consistente lesão ao epitelio esofágico, além de neutrófilos dispersos com eosinófilios – pode ter esofagite eosinofilica também, devido a alergia, mas como há poucos eosinofilos não se leva muito em conta, embora haja a possibilidade da esofagite ser devido ao refluxo e alergia. 
*Epitélio escamoso é sinônimo de pavimentoso, o comum do Esôfago.
Angiogênese e fibrose são características marcantes de uma inflamação crônica, que caracteriza um tecido de granulação – presença de macrófagos, formação de novos vasos (angiogênese) e fibrose.
A área de destruição celular evidencia a necrose, característica das inflamações em geral, gerada principalmente pelo contato ácido do líquido/gás estomacal com a parede epitelial do esôfago.
Entendendo o caso (visão geral)
As dores constantes que a mulher sente, mais a queimação, sugere a possibilidade de uma dieta inadequada ou a constante alimentação sem intervalo, o que provocará uma maior acidez estomacal devido a uma maior liberação de gastrina pelas células G e HCl pelas células parietais.
O pH do estômago já é ácido (+ou- 2), com uma maior secreção do HCl, tende a abaixar mais, e o ácumulo de alimento no local pode pressionar o esfíncter esofágico inferior, que divide o esôfago e a parte inicial do estômago, causando uma deficiência na sua contração, sendo assim, o líquido ou gás ácido presente no estômago pode sofrer DRGE (refluxo), isto é, vai ao caminho inverso dos movimentos peristálticos, causando lesão direta no epitélio esofágico. Lembrando que como causa uma lesão direta na membrana, não é necrose e sim destruição da célula, causada por agente químico.
Em um primeiro momento, essa lesão provocará uma Inflamação Aguda, já discutida nos casos anteriores, mas com uma lesão persistente, os macrófagos da última fase da Aguda não deixam o tecido, permanendo afim de fagocitar as áreas lesadas, dando inicio a uma Inflamação Crônica.
Esse macrófagos liberarão mediadores químicos que promoverão a ativação de mais macrófagos, assim como a Metaplasia e ativação de linfócitos NK e T.
Esses mediadores são TNF-e IL-1 principalmente, que ativarão Linfócitos e os Linfócitos liberarão INF-que por sua vez recrutará mais macrófagos para o local.
A Angiogênese é presente na Inflamação Crônica, é uma resposta de neovascularização de vasos sanguineos a partir de vasos pré-existentes, tendo uma vasta quantia de mediadores que atuam como fatores de crescimento para esses vasos, como Fator ácido de crescimento de fibroblastos (aFGF), fator básico de crescimento de fibroblastos (bFGF), angiogenina, fator endotelial II derivado de plaquetas (PD-ECGF), Fator de transformação do crescimento e TGF-e, fator de crescimento epidérmico (EGF), fator de crescimento do endotélio vascular e principalmente, IL-1 e TNF Ela serve para a nutrição das células presentes na área de inflamação no tecido, além de proporcionar uma maior migração leucocitária (princ. Monócitos) para chegar na tecido após sofrer diapedese.
A fibrose acontece para substituir o tecido lesado por um fibroso, já que as células perderam sua capacidade de regeneração ou não são capazas de tal, ela acontece devido a liberação de mediadores químicos por macrófagos, dos quais podemos citar fatores de crescimento, como PDGF, TGF, TFG-, além de citocinas fibrinogênicas, fatores de angiogênese também atuam na fibrose (FGF) e colagenases de remodelamento. 
A presença dos macrófagos no local inflamado tem como 3 explicações:
Recrutamento de monócitos presentes na circulação -> + importante
Proliferação local de macrófagos
Imobilização local dos macrófagos 
Se não tratada, essa inflamação crônica tem alto potencial de evoluir para uma Neoplasia, já que a lesão persistente no mesmo local, faz que macrófagos cada vez mais liberem Especie Reativas de O2, Enzimas digestivas e Mediadores Químicos, que apesar de desempenharem papel importantena fase inflamatória, são Fatores Mutagênicos, podendo originar mutações que podem ou não desencadear Neoplasia.
Embora essa evolução seja real, é necessário estímulo constante para tal feito e também não é uma coisa muito comum de acontecer, estima-se que uma inflamação crônica demore cerca de 10 anos para evoluir para uma Neoplasia ou Cancêr.
Lembrando que a inflamação crônica pode contar com a presença de Linfócitos B, Plasmócitos, Neutrófilos, Eosinófilos, dependendo do agente agressor, porém, em todas pode-se notar a predominância de macrófagos.
No caso, por exemplo, há um predomínio de macrófagos com alguns neutrófilos e eosinófilos, então pode se entender que não ouve infecção, por não necessitar de uma resposta mais específicas, sendo que o macrófago fagocita sem especificidade.
Há também a agudização da inflamação crônica, que é geralmente quando há uma baixa da imunidade e a pessoa passa a sentir dor no local inflamado, com grande presença de neutrófilos, pois com a imunidade baixa, o estímulo agressor tende a “sobrecarregar” a resposta inflamatória, passando a gerar sintomas, lembrando que a Inflamação Crônica é geralmente assintomática.
OBS: Os mediadores químicos são liberados por várias células do corpo, dependendo do mediador pode ser liberado por células endoteliais, células lesadas do tecido, macrófagos, mastócitos, entre outras, sendo que pode haver uma maior liberação em uma célula do que em outra, por isso priorizamos onde ocorre maior produção.
Perguntas
Quais são as diferenças da Inflamação Crônica e Inflamação Aguda? Ela é uma evolução da aguda?
A Inflamação Aguda tem como principal característica a predominância de Neutrófilos (células polimorfonucleadas), a esporadicidade do evento (fato pontual, não é continuo), edemas exsudativos devido a permeabilidade vascular aumentada, não há angiogênese, nem fibrose.
Na Inflamação crônica, a lesão é persistente, há predominância de macrófagos, assim como presença de outras células como Plasmócitos, Linfócitos e possíveis Neutrófilos e Eosinófilos, é marcada por apresentar um tecido de granulação, composto principalmente por células mononucleadas (macrófagos), formação de novos vasos (angiogênese) e fibrose. 
A inflamação crônica, na maioria das vezes (não sempre), se origina de uma aguda, ou seja, o agente agressor que gera inflamação aguda continua lesando o local, progredindo para uma inflamação crônica, o tempo que leva para notar mudanças morfológicas desde o 1 contato com o agente é cerca de 3 meses, sendo definitivamente caracterizada como crônica após os 6 meses.
No entanto, a inflamação crônica também pode se originar de doença auto-imune ou da obesidade, isto se deve, no exemplo da obesidade, por constante acumulo de gordura, que cronicamente mudará o padrão inflamatório das adipocinas, causando uma inflamação crônica.
Essa mudança acontece porque ao consumir muito carboidrato e proteína, esses componentes se misturam no sangue, originando Produtos de Glicação (AGES) que possuem receptores (RAGES) onde vão estimular a sinalizacao para um gene chamado de NF-Kappaa gerar fatores de transcrição para citocinas inflamatórias, levando assim a mudança no padrão secretor dos adipócitos, caracterizando a Inflamação.
Quais são os tipos de antiinflamatórios? Para quê eles servem?
R: Existem 2 tipos de antiinflamatórios, os AINES (Antiinflamatórios Não Esteroidais) e os AIE (Antiinflamatórios Esteroidais)
AINES
Os AINES têm como mecanismo inibir as vias da COX (COX 1 E COX 2), com o intuito de diminuir a dor e inflamação resultantes de diversas lesões. 
Inibindo a via da COX, não serão produzidos os diversos tipos de Prostaglandina, sendo assim, o limiar de excitação nervoso da região terá que ser mais estimulado para enviar a informação dolorosa, diminuindo a sensação de dor. Eles também reduzem a permeabilidade capilar, diminuindo o edema e vermelhidão e antagonizam receptores de Prostaglandina 1.
AIE 
Os AIES são hormônios antiinflamatórios fisiologicamente produzidos no Córtex Supra-renal e tem como mecanismo inibir a fosfolipase A2, que converterá os fosfolipídeos de membrana em ácido aracdônico, além de inibir a expressão da COX 2. Porém eles não inibem a COX 1, responsável pela formação de Tromboxanos.
Então pode-se dizer que os AIE diminuem o ácido aracdônico, as protaglandinas e os leucotrienos, 
Caso 6:
Uma mulher de 65 anos queixa-se de dor epigástrica e queimação após as refeições há muitos anos. Ela procura o médico, pois está apresentando dificuldade de deglutir, vômitos com sangue às vezes e perda de peso. Há 8 anos ela procurou atendimento e, na época, foi feito o diagnóstico de esofagite de refluxo associada à metaplasia intestinal (esôfago de Barrett) com indicação cirúrgica. O procedimento não foi realizado. O médico realizou nova endoscopia e pode perceber uma massa ulcerada da qual retirou um fragmento para biopsia. A análise histopatológica permitiu visualizar hiperplasia, metaplasia, displasia e uma lesão que invade todas as camadas do órgão, formando nódulos múltiplos de glândulas atípicas, moderadamente diferenciadas, constituídas por células polarizadas e mucossecretoras. O diagnóstico foi adenocarcinoma do esôfago e a paciente foi encaminhada para cirurgia e tratamento. 
Entendendo o caso (frase a frase)
A mulher sente dor epigástrica e queimação -> DRGE?
Dificuldade de deglutir se deve a hiperplasia das células do esôfago, assim como a inflamação, que tente a diminuir o calibre do tubo digestivo do esôfago
Vomito com sangue indica alguma lesão no esôfago, estomago, ou trato digestivo, esse sintoma pode variar desde um simples rompimento de capilar no trato até mesmo algum tipo de câncer.
A perda de peso também é um sintoma de vários tipos de distúrbios, sendo o mais provável no caso, a diminuição da ingestão calórica, causada por uma perda de apetite, devido ao quadro clínico da mulher. Essa perda de peso não é a proposital em pessoas que visam o emagrecimento, é um perda de peso patológica, devido a alguma complicação do organismo.
A mulher do caso é a mesma do caso anterior, no qual já havia o diagnóstico de refluxo, que pela nova história, não foi tratado, assim, a célula tenta se adaptar pelo último processo possível, a Metaplasia, em que uma célula vai ser substituida por outra, de outro formato, com a tendência de se tornar mais resistente.
A metaplasia intestinal, portanto, se deve a um conjunto de células do esôfago que foram substituídas por padrões celulares que seria comum no intestino, com a transformação de seu epitélio escamoso (pavimentoso) normal, por um epitélio colunar – presente no estomago e instestino.
A massa ulcerada é o tecido presente em uma ferida, úlcera sugere uma lesão aberta (buraco) com perda de substância causando desintegração e necrose em tecidos cutâneos ou mucosos.
A análise comprova as tentativas de adaptação celulares já discutidas, na tentativa de se tornar resistente ao estímulo acido, a hiperplasia se deve as glândulas esofágicas, para maior secreção de muco – neutralizar o ácido, a metaplasia é para a célula se tornar mais resistente ao ácido (perde função de secreção)
Já a Displasia é o estágio pré-neoplasia, onde se nota uma desenvolvimento anormal dá celula, um defeito no seu metabolismo que gera problemas de proliferação, ainda em um estágio sem o conjunto de mutações que levam a uma displasia, mas com grande potencial de se tornar uma.
Nódulos já caracterizam uma lesão irreversível, dita Neoplasia, nem todo nódulo é uma neoplasia, mas o do caso é um nódulo neoplásico, nódulos são crescimentos anormais na pele ou em qualquer tecido do corpo causando elevações.
A diferença de um nódulo neoplásico para um tumor é principalmente seu tamanho, nódulos tendem a ser menores, com menos de 3 cm, já tumores são maiores, com mais de 3 cm, podendo ser classificador como benignos (células parecidas com o tecido alvo) e maligno (células diferentes,mudam a função)
Ao citar a localização desses nódulos (células polarizadas e mucossecretoras) mostra a caracterização da Neoplasia, já que o diagnóstico foi Adenocarcinoma, quer dizer que houve uma Neoplasia maligna de células glandulares epiteliais secretoras, mas detectado ainda num estágio inicial, pois o nódulo ainda é pequeno.
Entendendo o caso (visão geral)
A mulher já tinha um histórico de refluxo, que se agravou ainda mais nesse último caso. Essa lesão persistente a camada epitelial do esôfago, tentou ser combatida por mecanismos de adaptações celulares, como a hipertrofia e hiperplasia de células glandulares mucossecretoras, a fim de neutralizar um pouco essa acidez do refluxo. 
Mesmo assim, com esse estímulo permanente, macrófagos liberam fatores que induzem as células precursoras no esôfago, a se diferenciar em células com formato diferente, para resistir mais ao ácido estomacal. 
A metaplasia já é a forma reversível de tentativa de adaptação celular, se ainda essa adaptação não foi o suficiente para combater tal estimulo, em que a célula original é substituida por outra de outro formato para ficar mais resistente, depois a célula vai perdendo suas características normais, e passam a ter um desenvolvimento anormal e problemas na multiplicação, caracterizando uma Displasia.
Displasia é um aviso da possibilidade de uma Neoplasia, com a falha no desenvolvimento, agentes mutagênicos (fatores carcinogênicos) como EROS, Enzimas e TNF-e IL-1, liberados pelos macrófagos, podem provocar mutações no DNA da célula, causando uma inibição dos genes supressores tumorais ou um ganho de função nos oncogenes.
A partir do conjunto de mutações, a célula passa a ter uma proliferação descontrolada e as mutações inibem a apoptóse (mecanismo de morte celular programada), sendo assim, a célula não morre e se multiplica, gerando Neoplasia.
A proliferação descontrolada de células geram massas sólidas celulares revestidas por conjuntivo, denominadas nódulos, que ainda crescem mais, formando os tumores.
No caso, foi detectado a Neoplasia Maligna ainda em estágio inicial, pois a massa celular ainda era um nódulo.
A neoplasia maligna tem como característica principal a formação de massas celulares com centro necrótico, pois não recebe suprimento sanguineo, a angiogenese é responsável pela nutrição das células em volta, garantindo a sobrevivencia do tumor. Além disso, as células se apresentam Anaplasicas, ou seja, com pouca diferenciação, o arquebouço celular é irregular, devido a alta taxa mitótica dessas células, já que essas células tendem a se dividir muito rápida, devido alto grau de indiferenciação.
O adenocarcinoma diagnosticado pela mulher, diz respeito a nomenclatura das Neoplasias, caracterizando uma Neoplasia Maligna, que atinge células glandulares epiteliais (ADENO)
Provavelmente o tratamento indicado foi a cirurgia para retirada desses nódulos “esofagectomia” acompanhada de radioterapia com quimioterapia.
Perguntas
 O que é câncer?
R: Câncer é uma doença genética derivada de um conjunto de mutações nos proto-oncogenes, genes supressores tumorais ou telomerases. É uma Neoplasia Maligna, onde há grande grau de disseminação (metástase) e auto potencial de proliferação celular. Lembrando que câncer não é uma mutação só, mas sim o conjunto delas. Seu símbolo é um carangueijo, pois a figura representa uma grande massa solida no meio, que é o tumor maligno propriamente dito, onde seu centro é necrótico, e as pernas no carangueijo representam o alto grau invasor do tumor no tecido, por formação de novos vasos, a fim de se nutrir do tecido alvo.
Qual a diferença de Neoplasia Benigna para Maligna? Como é feita sua nomenclatura?
R: A diferença entre as neoplasias se devem ao potencial de disseminação, estrutura celular, possibilidade de metástase, diferenciação quanto ao tecido afetado.
A Neoplasia Benigna possui um pequeno potencial de disseminação, geralmente é mais localizado, a estrutura de sua célula é preservada, mostrando-se consistente devido a um menor grau mitótico se comparado com a Maligna, apesar de haver formação de novos vasos, essa quantidade é menor que na Maligna, e os tumores benignos não possuem a capacidade de invadir os novos vasos, permanecendo prioritariamente no local da lesão e as células neoplásicas benignas possuem um pequeno grau de diferenciação quanto as células originais do tecido, sendo assim, não há uma grande perda de função, já que as células benignas são parecidas com as originais.
A Neoplasia Maligna possui um grande grau de disseminação, se dissemina rapidamente para outros orgãos, a estrutura celular é irregular, pois apresenta uma atividade mitótica elevada, há muita angiogenese, criando um potencial grande das células neoplasicas sofrerem Metastase, que se caracteriza pelo rompimento da parede endotelial desses novos vasos por enzimas como a Colenesterase, presente nessas células, é são bem diferenciadas em relação ao tecido original, se mostrando Anaplásicas (sem diferenciação) acarretando em prejuízos funcionais ao tecido.
A nomenclatura de Neoplasias acontece da seguinte maneira:
Para tumores benignos, acrescentar o sufixo OMA ao nome do tecido que se originou
Ex: Condroma – tumor benigno do tecido cartilaginoso
 Lipoma – tumor benigno do tecido adiposo
 Adenoma – tumor benigno do tecido glandular
 
Para tumores malignos é necessário considerar a origem embriológica do tecido
Epitélio glandular : Adenocarcinoma
Tecido conjuntivo/mesenquimal: Sarcoma
Epitélio revest. Interno ou externo : Carcinoma
Células blásticas (precursoras): Blastoma
Ex: fibrossarcoma – tumor maligno tecido fibroso
Lipossarcoma – tumor maligno tecido adiposo
Condrossarcoma – tumor maligno tecido cartilaginoso
Hemangiosarcoma – tumor maligno de vasos sanguineos
Meningioma maligno – tumor maligno da meninge
Leucemia – tumor maligno mielóide
Linfomas – tumor maligno linfóide
Carcinoma – tumor maligno epitélio de revestimento	
Qual é o processo patológico do caso? Justifique.
R: Neoplasia Maligna, Adenocarcinoma. Justificado pela lesão nas células polarizadas e mucossecretoras e a presença de nódulos de glândulas atípicas, o que caracteriza uma proliferação descontrolada de células, e o fato de haver muita diferenciação quanto ao tecido original (glândulas ATÍPICAS) remete-se a ideia de ser uma Neoplasia Maligna.

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