Buscar

Da Representação

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 4 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Direito Civil I 
Aula 9 – Fatos Jurídicos – Negócio Jurídico – 2a parte. 
Prof. Luiz Felipe. 
Página 1 de 4 
 
DA REPRESENTAÇÃO – Capítulo II do Livro III da Parte Geral do Código Civil: 
O Capítulo II da Parte Geral do Código Civil, trata dos preceitos gerais sobre 
representação. 
Conceito: Representação é a atuação jurídica em nome de outrem (representado – 
representante). 
O representante é uma projeção da personalidade jurídica do representado, muito 
embora não se confundam. 
 Na representação, quem pratica o ato é o representante enquanto que quem fica 
vinculado ao negócio jurídico é o representado. Representação significa a atuação jurídica em 
nome de outrem, consiste numa verdadeira legitimação para agir em nome de outra pessoa, 
que decorre da lei ou do contrato. 
O artigo 115 do Código Civil é claro ao apontar a Representação Legal e a Voluntária 
(convencional). 
Art. 115. Os poderes de representação conferem-se por lei ou pelo interessado. 
A Representação Legal é sempre exercida no interesse do representado, corresponde a 
“múnus” (função ou encargo) posto que o representante exerce atividade obrigatória, e é 
investido de um poder-dever. Tem caráter personalíssimo sendo, portanto, indelegável seu 
exercício. 
Ocorre também representação legal de pessoas capazes. É conferida aos sindicatos 
quando da celebração de acordos coletivos; ao síndico ou administrador judicial da massa falida, 
e ao inventariante. 
A Representação Legal obviamente decorre da lei ou da nomeação pelo juiz (Judicial) 
em face de processo, ocorre, por exemplo, com os pais em relação aos filhos menores (artigo 
115, 1ª parte; artigo 1.634, inciso V, e artigo 1.690 do Código Civil) e, nos casos de tutores, 
curadores, inventariantes e outros. 
Já a Representação Convencional ou Voluntária tem por fim o auxílio ou a defesa ou 
a administração dos interesses alheios. Caracteriza-se pelo fim de cooperação jurídica. 
Direito Civil I 
Aula 9 – Fatos Jurídicos – Negócio Jurídico – 2a parte. 
Prof. Luiz Felipe. 
Página 2 de 4 
 
A representação voluntária ou convencional pauta-se na autorização privada mediante a 
outorga de procuração (que é instrumento do mandato) artigo 653, 2ª. Parte do Código Civil. 
Art. 653. Opera-se o mandato quando alguém recebe de outrem poderes para, em seu nome, praticar atos 
ou administrar interesses. A procuração é o instrumento do mandato. 
Pode a procuração ser revogada a qualquer tempo pelo representado, o mesmo já não se 
dá com a representação legal. 
O Representante Voluntário ou Convencional é o que recebe mandato outorgado pelo 
representado, expresso ou tácito, verbal ou escrito (artigo 115, 2ª parte e artigo 656 do Código 
Civil). 
Art. 656. O mandato pode ser expresso ou tácito, verbal ou escrito. 
São simples as regras da representação previstas nos artigos 116 e 118 do Código Civil. 
O representante atua em nome do representado vinculando-o diretamente a terceiros 
com que tratar, e deve atuar dentro dos poderes conferidos. Se ocorrer excesso no uso dos 
poderes conferidos, o representante poderá ter eventual responsabilidade civil (artigo 118 do 
Código Civil). Assim, enquanto, o representado não ratificar os referidos atos de excesso de 
poder, serão eles considerados anuláveis. 
Art. 116. A manifestação de vontade pelo representante, nos limites de seus poderes, produz efeitos em 
relação ao representado. 
Art. 118. O representante é obrigado a provar às pessoas, com quem tratar em nome do representado, a 
sua qualidade e a extensão de seus poderes, sob pena de, não o fazendo, responder pelos atos que a estes excederem. 
 
O representante é obrigado a provar às pessoas, com quem trata em nome do 
representado, a sua qualidade e a extensão de seus poderes - artigo 118 do Código Civil. A 
publicidade do fato é chamada de “contemplatio domini” ou Princípio da Exteriorização ou da 
Notoriedade, e é do núcleo central da representação. 
O vínculo negocial se pratica entre o representado e a outra parte, sendo o representante 
estranho ao negócio jurídico celebrado. A eventual inadimplência do representado não é de 
responsabilidade do “dominus negoti” (representante), salvo se este pessoalmente 
responsabilizou-se pelo cumprimento. 
Direito Civil I 
Aula 9 – Fatos Jurídicos – Negócio Jurídico – 2a parte. 
Prof. Luiz Felipe. 
Página 3 de 4 
 
Não se admite que estando de boa fé, seja a outra parte, prejudicada pelo ato do 
representante. A origem do conflito de interesses entre representante e representado decorre 
geralmente de abuso de direito e excesso de poder. 
Negócio consigo mesmo – artigo 117 do Código Civil: 
Art. 117. Salvo se o permitir a lei ou o representado, é anulável o negócio jurídico que o representante, no 
seu interesse ou por conta de outrem, celebrar consigo mesmo. 
Parágrafo único. Para esse efeito, tem-se como celebrado pelo representante o negócio realizado por 
aquele em quem os poderes houverem sido subestabelecidos. 
 
Uma situação de dupla representação pode gerar o chamado contrato consigo mesmo ou 
autocontrato. Ocorre também o mandato em causa própria que é previsto no art. 685 do Código 
Civil. Consagra o art. 117 do Código Civil que é possível o contrato consigo mesmo apesar de 
ser em princípio negócio anulável, salvo se a lei ou o representado autorizem sua realização. 
A melhor doutrina entende condicionar a validade e eficácia da auto contratação à 
ausência de conflitos de interesses. 
O artigo 117 do Código Civil funda as raízes no princípio da vedação ao 
autocontrato, que em regra é anulável. Há duas hipóteses em que será válido o negócio 
celebrado pelo representante consigo mesmo; ou tal permissão decorre da lei ou então da 
vontade (ou permissão) do próprio representado. 
Por meio do substabelecimento, o representante transfere a outrem os poderes que 
recebeu do representado (art. 667 do Código Civil) o vício da anulabilidade persistirá ainda que 
o negócio seja celebrado entre o substabelecido e o representante. 
Art. 667. O mandatário é obrigado a aplicar toda sua diligência habitual na execução do mandato, e a 
indenizar qualquer prejuízo causado por culpa sua ou daquele a quem substabelecer, sem autorização, poderes que 
devia exercer pessoalmente. 
Na verdade a causa objetiva de anulabilidade prevista no artigo 117 do Código Civil, se 
estende à representação legal, convencional e qualquer outro meio de transmissão a outrem de 
poderes de representação. 
 
Direito Civil I 
Aula 9 – Fatos Jurídicos – Negócio Jurídico – 2a parte. 
Prof. Luiz Felipe. 
Página 4 de 4 
 
A procuração em causa própria seria espécie em que se outorgam poderes, ao 
procurador para administrar certo negócio, como coisa sua, em seu próprio interesse, por 
exemplo, a conferida ao credor para vender um bem do representado (devedor) e pagar-se com 
preço da venda. O parágrafo único do artigo 117 do Código Civil, ressalva o contrato consigo 
mesmo por meio de terceira pessoa (substabelecimento). 
O artigo 119 do Código Civil, prevê uma causa subjetiva de anulabilidade, que é o 
conflito de interesses entre representante e representado. No entanto, na ignorância do terceiro, 
prevalecerá o negócio praticado, para manutenção do princípio da boa fé, mas o representante 
responderá perante o representado, ou seus herdeiros, pelos danos que daí provierem. 
Art. 119. É anulável o negócio concluído pelo representante em conflito de interesses com o representado, 
se tal fato era ou devia ser do conhecimento de quem com aquele tratou. 
Parágrafo único. É de cento e oitenta dias, a contar da conclusão do negócio ou da cessação da 
incapacidade, o prazo de decadência para pleitear-se a anulação prevista neste artigo. 
 
A representação é a essência de um contrato chamado mandato e preceituado no artigo120 do Código Civil, que os requisitos e os efeitos da representação legal são fixados nas normas 
específicas, enquanto que a representação voluntária é tratada na parte especial do Código Civil. 
Art. 120. Os requisitos e os efeitos da representação legal são os estabelecidos nas normas respectivas; os 
da representação voluntária são os da Parte Especial deste Código.

Outros materiais