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Iremos estudar agora a questão da Seguridade Social no Brasil

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Iremos estudar agora a questão da Seguridade Social no Brasil. Para isso precisamos saber o conceito sobre esse ponto e entender alguns de seus pontos como: a) Por que existe a previdência social?; e b) Quais as suas funções?. 
 
Dentro da Seguridade Social temos três programas governamentais bastante próximos, são eles: saúde, assistência social e previdência social. É na Constituição de 1988 que passamos a ter a novidade da Seguridade Social dessa forma, onde temos:
 
Artigo 194 – Seguridade Social: É o conjunto integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social.
 
Artigo 195 – Defini-se que o financiamento será feito por toda sociedade, por meio de recursos da União, estados, Distrito Federal e dos municípios.
 
Observação: Há as Contribuições Sociais dos empregadores e empregados com base na folha de salários, lucro e faturamento caracterizando uma perene busca por maiores recursos.
 
 
7.1 – A agregação dos Programas Sociais
 
 
Existem controvérsias sobre a agregação desses programas, colocando a problemática que a sua agregação é adequada. Sendo assim, vamos ver o conceito de cada um: 
 
            a) Previdência Social é um seguro social através de um fluxo continuado de pagamentos aos indivíduos que passam a ter redução ou perda da capacidade laboral (velhice). O benefício é a contrapartida compulsória durante a vida ativa.
 
            b) Saúde é caracterizada pelo bem estar físico e mental dos indivíduos de forma universal que deve ser financiado por algum tributo. Dada essa característica, a relação entre os pagamentos feitos e os serviços utilizados não é direta.
 
            c) Assistência social refere-se aos programas de cunho distributivo, seja em recursos e / ou espécie. Sua função é transferir renda dos grupos mais ricos para os menos privilegiados. Tendo em vista seu objetivo, não deve haver vínculo entre as contribuições efetuadas e os benefícios recebidos, visto que cada um está relacionado a grupos diferentes, cujo ônus deve recair entre os mais ricos. 
 
 
Observação: Há contradição entre os recursos de cada programa que são utilizados sob 
à rubrica de Seguridade Social.
 
 
7.2 - Sistemas Previdenciários 
 
Há dentro dos sistemas previdenciários dois regimes, um de repartição e outro de capitalização. Ante de explicarmos os dois, leia a definição abaixo sobre taxa de retorno da previdência:
 
 
Definição: Taxa de retorno da previdência social é aquela que iguala os valores presentes
do fluxo de contribuições (vida ativa) e do fluxo de benefícios (inatividade).
 
 
            a) Regime de Repartição
 
É um regime cujas contribuições dos trabalhadores em um determinado período são utilizadas no mesmo período para o pagamento dos inativos.Temos a equação:
           
1 + r = (1 + w)(1 + n), onde:
 
r = taxa de retorno implícito na repartição;
w = taxa de crescimento salarial dado pelo crescimento da economia;
n = taxa de crescimento populacional.
 
Percebe-se que a equação acima coloca esse regime em função de fatores econômicos, fatores demográficos e fatores do progresso tecnológico.               
                       
            b) Regime de Capitalização:
                                                                                                    
É um regime cujas contribuições, de cada individuo, são aplicadas e capitalizadas a cada período, visando a formar um fundo que custeará sua própria aposentadoria, quando passar para a inatividade.
 
Dentro do sistema previdenciário devem existir os parâmetros previdenciários básicos como a expectativa de vida, a alíquota de contribuição, a taxa de juros e a duração da vida ativa. Um outro ponto é a questão do benefício se igualar ao valor das contribuições para não haver no futuro o problema do não pagamento das pessoas que contribuíram em toda a sua vida ativa, isto é, trabalhando.
 
Observação: O regime de capitalização foi deixado de lado devido o regime de repartição 
apresentar uma maior rentabilidade após a Segunda Guerra Mundial e o mercado 
financeiro não estar preparado para as opções existentes hoje.
 
 
 
7.3 - Distribuição Intergeracional e Intrageracional
 
 
Dá-se o nome de distribuição intergeracional as transferências de recursos realizadas entre cidadãos de diferentes gerações, e de distribuição intrageracional as transferências entre cidadãos de uma mesma geração. Isso é importante devido permitir que pessoas da mesma geração tenham as mesmas condições como expectativa de vida, taxa de juros vigente, entre outros. Pode-se inferir que, se indivíduos de gerações diferentes obtêm taxas de retorno diferenciadas, então ex post a previdência gera distribuição intergeracional. Conforme Afonso (2004:386-387):
 
         “Brown e Brown elencam evidências da correlação positiva entre renda e expectativa de vida. Este fato provavelmente se deve às melhores condições de vida usufruídas pelas pessoas mais ricas (particularmente usufruto dos serviços de saúde) e pelo maior acesso de que dispõem às informações sobre hábitos e alimentação mais favoráveis a uma maior expectativa de vida. Dada tal característica, um regime de repartição pode punir (premiar) aqueles com menor (maior) expectativa de vida. Isso implicaria que sistemas previdenciários poderiam distribuir renda dos mais pobres para os mais ricos, dentro de uma mesma geração, dado que o fluxo de benefícios desse segundo grupo se prolonga por um período maior. Esse fato configuraria a existência de distribuição intrageracional, dado que, com um mesmo conjunto de regrar de contribuição e de pagamento de benefícios, a taxa de retorno do grupo com maior expectativa de vida, da mesma corte, será mais elevada”. 
 
 
7.3.1 - Sistemas Previdenciários e suas faces
 
            O Regime Geral da Previdência Social (RGPS) do INSS apresenta as seguintes características:
 
            a) Previdência rural após 1988;
            b) Redução da idade mínima para 60 anos (Homens) e 55 anos (Mulheres);
            c) Cônjuges passaram a ter direito ao beneficio mínimo de 0,5 SM para 1 SM.
 
O RGPS passou a ser um regime de garantia dos direitos do cidadão, pois passa ter um compromisso com a manutenção das necessidades humanas. Por exemplo, o salário maternidade é um pagamento realizado pelo INSS por 120 dias e representa privilégio intrageracional.                                     
 
No Brasil coexistem no início do século XXI três sistemas: a) RGPS do INSS com benefícios dos empregados do setor privado, das áreas urbana e rural; b) Regime Jurídico Único (RJU) para funcionários públicos estatutários;  c) Regime Previdenciário dos Militares (RPM) para os cidadãos que exercem as atividades militares.
 
É bom lembrar que os dois últimos mantém um regime do século XVIII. “Uma das origens de tais diferenças deve ser buscada na história. Deve-se ter em mente que na última década do século XIX, quando os sistemas de previdência dos funcionários públicos começaram a surgir, o Brasil era um país cuja economia era baseada nas exportações de produtos agrícolas, de incipiente desenvolvimento econômico, com limitada urbanização e recém saído de um regime escravocrata. Portanto as categorias com vinculo profissional mais claramente estabelecido eram os empregados do setor público, a quem inicialmente a previdência social beneficiou, por meio de condições inacessíveis aos trabalhadores do setor privado. Esses privilégios enraizaram-se fortemente e foram, em grande parte, mantidos no sistema previdenciário até o início do século XXI. Tais benesses, associadas à progressiva incorporação de benefícios de cunho assistencial, particularmente após a Constituição de 1988, são uma parte importante da explicação para as dificuldades de equacionamento das contas da previdência nos últimos anos.” (Afonso, 2004: 388)
 
A existência de regras diferenciadas na previdência social pode gerar distribuiçãointrageracional. Se esta se der no sentido correto, dos grupos mais ricos para os mais pobres, a previdência tem características progressivas. Se o aposto ocorrer, ou seja, o sentido for o incorreto, então a previdência tem características regressivas.
 
 
Observação: Mulheres tem maior expectativa de vida do que os homens e dentro de uma 
distribuição intrageracional temos transferência de renda do sexo masculino para o sexo
feminino.
 
Observação: A previdência social engloba um conjunto de programas que oferecem, 
além das aposentadorias, pensões para dependentes, aposentadorias por invalidez e 
outros benefícios que não apresentam vinculação com contribuições anteriores.
                                        
 
 
7.4 – Um breve panorama sobre a Seguridade Social brasileira: O RGPS e outros benefícios.
 
 
No Brasil existe uma grande discussão sobre o Regime Geral de Previdência Social – RGPS e se o mesmo é superavitário ou deficitário devido esse programa apresentar um cunho distributivo. Lembrando que Seguridade Social e RGPS são duas coisas diferentes, isto é, o RGPS faz parte da Seguridade Social e não o inverso.
 
Conforme Afonso (2004), apenas 10,2% dos trabalhadores agrícolas contribui para a previdência. Já entre os trabalhadores não agrícolas, apenas 50,4% contribuem. Devido a levada informalidade no mercado de trabalho, também, há um elevado gasto com benefícios, porém, a receita não acompanha a mesma, resultado no déficit no RGPS.
 
A baixa taxa de contribuição para o INSS tem sido um dos problemas colocados nas discussões sobre esse tema, pois temos uma baixa taxa de receita e elevada taxa de pagamentos. Conforme dados do INSS (2008), em 2007 foram mais de 4 milhões de benefícios concedidos, sendo 75,6% na área urbana e 24,4% na área rural. No mesmo ano de 2007, foram gastos R$ 2,5 bilhões com benefícios, sendo R$ 2,1 bilhões na área urbana e 380 mil na área rural.
 
As reformas nesse campo realizadas em 1998 e em 2003, podem ser pesquisadas no sítio do INSS. Um dos principais pontos em discussão é o pagamento do benefício aos cidadãos não contribuintes, sendo essa uma discussão que vai além do econômico devido Estado ser o responsável em garantir os meios necessários para que todos os cidadãos tenham como realizar as suas necessidades básicas, cuja distribuição de renda através da previdência é uma delas.

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