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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS DEPTO BIOLOGIA ANIMAL E VEGETAL MORFOLOGIA DA RAIZ CONCEITO: é um órgão vegetativo da planta, que se desenvolve, geralmente no solo e apresenta simetria radiada. Em geral, carece de clorofila, não produz folhas ou outros órgãos aéreos ou reprodutivos (embora algumas possuam gemas vegetativas) e sua epiderme não apresenta estômatos. FUNÇÕES: fixação, absorção, condução e reserva. ORIGEM: Raiz primária: derivada da radícula (embrião). Com o desenvolvimento passa a ser denominada de principal, axial ou pivotante. Raiz adventícia (fasciculada): origina-se a partir de caules ou das folhas, exceto de raízes. Raiz lateral: origina-se de uma raiz pré-existente. Pode ser secundária (1a ordem), terciária (2a ordem), etc. Sua origem é endógena (periciclo). PARTES CONSTITUINTES: Coifa: origina-se do promeristema das raízes. Suas células são de natureza parenquimática e recobrem o ápice da raiz, protegendo-o. Região lisa ou de crescimento: é formada por duas zonas - zona de multiplicação celular e zona de alongamento (distensão) celular. Região pilífera: região de formação de pelos absorventes. Estes são formados por células epidérmicas ou células epidérmicas especiais, os tricoblastos. Os tecidos estão diferenciados (xilema, floema, etc.), sendo a absorção muito ativa nesta região - cerca de 90% da água que entra no vegetal. Os pelos, geralmente, são efêmeros. Região de ramificação, maturação ou suberosa: região de aparecimento das raízes laterais. Nesta região a absorção é nula ou insignificante. Colo: região de transição entre a raiz e o caule. A anatomia desta região é complexa, pois é onde ocorre a alteração da anatomia de raiz para a de caule. Ex: mudança do xilema exarco da raiz para o xilema endarco do caule. SISTEMA DE RAÍZES: Sistema axial ou pivotante: raiz principal é persistente e mais desenvolvida que as laterais. É característico das eudicotiledôneas, magnolídeas e gimnospermas. Esta raiz, geralmente, penetra profundamente no solo - plantas do cerrado podem apresentar raízes com mais de 20m de profundidade. No entanto, a maior parte das raízes absorventes encontram-se no primeiro metro do solo. Sistema fasciculado ou em cabeleira: A raiz primária pode morrer ou não se desenvolver, sendo substituída ou compensada por raízes adventícias originadas do caule. Estas raízes e suas laterais formam um sistema, no qual não existe o predomínio de uma sobre as outras. Este sistema, geralmente não é tão profundo quanto o anterior, porém é muito volumoso nas camadas superficiais do solo. É típico das monocotiledôneas. AMBIENTE DAS RAÍZES: Subterrâneo: é o mais freqüente. As raízes são geotrópicas positivas. Aquático: o sistema de raízes é submerso. Ocorre em plantas flutuantes em águas tranqüilas ou de fracas correntes. Ex: aguapé. Aéreo: as raízes se desenvolvem a certa distância do solo. Em algumas espécies podem realizar fotossíntese. Ex: epífitas. ADAPTAÇÕES DE RAÍZES AÉREAS: Raízes de suporte ou escoras: milho, falsa-seringueira, embaúba. Raízes respiratórias ou pneumatóforos: em locais pantanosos, raízes laterais apresentam crescimento geotrópico negativo, crescendo para fora do solo. Apresentam lenticelas (pneumatódios). Ex: Avicennia tomentosa, etc. Raízes assimiladoras: ocorrem em plantas epífitas, apresentam velame. Ex: Orchydaceae (Cattleya sp), algumas espécies da família Araceae, etc. Raízes estrangulantes: são raízes de plantas arbóreas epífitas que ao atingir o solo, crescem em espessura e impedem o crescimento da planta suporte, levando-a a morte. Isto não ocorre quando o suporte é uma palmeira. Ex: Ficus sp. Raízes grampiformes: são raízes adventícias que fixam a planta em muros, paredes ou plantas. Ex. Hedera helix (hera). ADAPTAÇÕES DE RAÍZES SUBTERRÂNEAS: Raízes tabulares: raízes achatadas produzidas na base do caule, que crescem horizontal e superficialmente no solo. Aumentam a sustentação do vegetal. Ex: Pau d’alho e figueira. Raízes tuberosas: são raízes de reserva. Pode ser a principal (axial) ou parte dela - ex: cenoura, beterraba, etc; ou lateral (fasciculada) - ex: mandioca, batata doce, etc. Bacteriorriza: raízes nodulosas. São raízes que se associam com bactérias (ex: Rhizobium) formando nódulos em determinados pontos. Ex: raízes de leguminosas. Micorrizas: associação entre raízes e fungos. Ex: Pinus sp, Orchydaceae, etc. Raízes contráteis: são raízes que se contraem e puxam o bulbo para o interior do solo, ou o ápice do caule para mais perto do mesmo. (Possuem a capacidade de contrair-se e, ao fazerem esta contração, aprofundam-se no solo, puxando para baixo as partes da planta onde estão inseridas. Tais raízes são reconhecidas por apresentarem a superfície enrugada transversalmente. Em geral, as raízes primárias são contráteis, o que permite o aprofundamento de sementes que chegam naturalmente ao solo (sem interferência primária). Ao permitirem o aprofundamento de cormos, bulbos e rizomas no solo, estão protegendo as gemas vegetativas de inúmeras adversidades, como o fogo ou a seca, que ocorre na superfície. Exemplos: ginseng (Panax ginseng, Araliaceae) e lírio (Lilium sp. - Liliaceae)) ADAPTAÇÕES DE RAÍZES AQUÁTICAS: As raízes apresentam aerênquima muito desenvolvido, o que permite a flutuação da planta ou uma reserva interna de gases. Ex: aguapé, Jussiaea sp. HAUSTÓRIO OU RAÍZES SUGADORAS: Encontradas em plantas parasitas. A região de contato entre a planta parasita e a hospedeira é o apressório, a partir do qual surgem os haustórios. Nos hemiparasitas, os haustórios parasitam o xilema enquanto que nos holoparasitas, o floema é parasitado. Ex: erva de passarinho (hemiparasita), cipó-chumbo (holoparasita).
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