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06/03/2018 1 Professor: Afonso Andreozzi Neto Direito Civil 06/03/2018 2 CONCEITOS ANTES DE ENTRAR EM DIREITO CIVIL DIREITO • Vem do latim directum, que significam, basicamente,“reto” e “em linha reta”; • Está relacionado à forma em que devemos conduzir as coisas, conforme uma regra; • Expressão que vai te levar de um ponto ao outro com maior rapidez; • Como por exemplo, em caso de dúvida, você pergunta ao seu diretor (chefe) como deve fazer... te dá um norte, uma direção... • Direito = a direção de como devemos ser em nossa vida social. • Se não tivéssemos normas, como faríamos para viver? Norma, por exemplo dentro de casa... • Então, o direito é esse conjunto de normas, gerais, sociais, que vão regular o convívio em sociedade (em todos os ramos do direito). 2.DIREITO OBJETIVO São aquelas normas escritas, são aquelas normas objetivadas, ou seja, dadas para você como um objetivo do direito. Qual o objetivo do direito? Regular o convívio de todos em sociedade. Essas normas vão dizer, como você deve ser, o que deve fazer, quais são os seus direitos, quais são as obrigações. 1.DIREITO SUBJETIVO • O que é o direito subjetivo? É aquele que está relacionado a tudo que está dentro de mim. • O que é subjetivo? É aquele interior, é aquilo que é meu, sou eu. • Todas as vezes que nos depararmos com essa expressão “subjetivo” no direito Civil, em grande parte estaremos relacionando ela a um ser humano. • Permite um certo discernimento, permite a FACULDADE dentro do mundo do direito objetivo. 06/03/2018 3 1.DIREITO SUBJETIVO • Permite um certo discernimento, permite a FACULDADE dentro do mundo do direito objetivo. • No caso de colisão entre veículos (no que diz respeito a responsabilidade civil), na relação de trabalho, estes fatos estarão presentes no direito objetivo, que vai lhe dizer exatamente quais são os seus direitos (diretrizes). Direito Público Direito Privado Direito Civil – Direito das pessoas - Código Civil atual – Lei 10.406/02 – Código das pessoas Parte geral Vale para tudo, ordem para todos, disposição normativa para todas as pessoas. I – Pessoas (código civil – direto das pessoas) Começa com as pessoas.Vai cuidar das pessoas naturais e jurídicas. II – Bens Em linhas gerais, tendo em vista que vivemos num país capitalista. Num país capitalista, como mensurar a capacidade financeira da pessoa? Com o IR Num regime capitalista, qual é a razão de sucesso? Acumulo de grande quantidade de bens. Pesa as pessoas pelo que tem. Isso é normal em bancos. 06/03/2018 4 Pessoa - O que é o fulano como pessoa natural vinda de um ventre materno? Bens - Depois aquilo que será acumulado na vida... Pessoa nasce, acumula bens, e na nossa vida passamos a ter fatos que vão interagir conosco. III – Fatos - Fatos Jurídicos Parte Especial I – Obrigações II – Empresas III – Coisas IV – Família V – Sucessões 06/03/2018 5 TIRANDO A PALAVRA JURÍDICO, O QUE É UM FATO? TODOS OS ACONTECIMENTOS SÃO RELEVANTES PARA O MUNDO JURÍDICO? CLASSIFICAÇÃO DE FATOS JURÍDICOS: Fatos Jurídicos Natural Humano 06/03/2018 6 Exemplo de Fato Jurídico Humano: Você chega em casa cansado, depois de um dia de trabalho e por alguma razão seu vizinho fala alguma coisa para você e ai se inicia uma pequena discussão; Pequena discussão sem nenhum lançar nenhum tipo de impropério contra o outro constitui-se num fato; Agora, vocês agridem um ao outro com lesões corporais, já não é um fato natural, é um fato que tem a interferência humana; Nesse caso específico, já trabalhamos este fato como jurídico, daí para frente é possível tomar todas as atitudes judiciais cabíveis. FATO JURÍDICO: É mais genérico, ou seja, gênero, tanto é que no Código Civil o tópico do livro III é “Dos fatos jurídicos” que tem início no art. 104, CC. - Teremos depois os Atos Jurídicos e ainda; os Negócios Jurídicos. Atos Jurídicos e Negócios Jurídicos são subclassificações do FATO JURÍDICO. O mais importante é compreender que o Fato, o Ato e o Negócio, quando acompanhados da expressão jurídico, estão os 3 dentro do mundo do Direito. 06/03/2018 7 ATO JURÍDICO: CONCEITO No conceito dele trabalhamos com duas expressões: Ser Humano + Efeitos Jurídicos; MAS QUALQUER ATO DO SER HUMANO É UM ATO JURÍDICO? FATO JURÍDICO É TRATADO NUM SENTIDO AMPLO ABRANGE O FATO NATURAL E O HUMANO ATENÇÃO: O ATO JURÍDICO ESTÁ SEMPRE RELACIONADO A UMA CONDUTA HUMANA (por exemplo cachorros não produzem atos). Não é qualquer ato humano, apenas aqueles que tiverem efeitos jurídicos. Por exemplo: quando me dirijo a um tabelião de notas para passar uma escritura pública de compra e venda sou o transmitente e do outro lado tenho um adquirente, neste caso estou indo realizar um negócio jurídico, contudo, antes do negócio vem o ato praticado por um ser humano que vai gerar um efeito jurídico. QUAL EFEITO JURÍDICO? 06/03/2018 8 QUAL EFEITO JURÍDICO? Em relação a mim, a perda da propriedade, porque transmiti o domínio que é a propriedade a uma pessoa que está comprando. Este ato como ser humano produz um efeito jurídico que é a perda da propriedade. Em linhas gerais, para quem está comprando também produz um ato com efeito jurídico. O ATO JURÍDICO PODE SER REALIZADO PELA PESSOA JURÍDICA? Sim, abrindo o conceito e entendendo que o ato jurídico não é praticado apenas pelo ser humano, é da pessoa natural como também da pessoa jurídica. Uma outra corrente diz que o Ato Jurídico é do ser humano e o negócio jurídico de ambos. Independentemente de ato ou negócio jurídico o importante é que tanto a pessoa natural como a pessoa jurídica no decorrer da sua vida irão praticar diversos NEGÓCIOS JURÍDICOS. 06/03/2018 9 Divisão: Ato lícito (praticados sem intenção); Negócio Jurídico (baseia-se na intenção); e, Atos ilícitos (art. 186 c/c 927) O código civil possui diversos artigos relacionados ao NEGÓCIO JURÍDICO, depois o código também vai falar um pouco mais profundamente sobre o ato ilícito. ATO LICITO pouco trata. Divisão: Ato lícito ou ato jurídico stricto sensu (praticados sem intenção); Quando esse ato é praticado sem intenção da parte, mas produz um efeito jurídico, é chamado de ato licito ou ato jurídico stricto sensu, não quer dizer que está previsto na lei, mesmo porque, até o ato ilícito está previsto em lei. 06/03/2018 10 Divisão: Ato lícito ou ato jurídico (praticados sem intenção); Por exemplo: achado de um tesouro, art. 1.264, CC. Divisão: Negócio Jurídico (baseia-se na intenção); Exemplos: tenho uma casa, vou vender a casa e vou receber uma contraprestação por isso (base é a intenção). Então, se é com base na intenção, e produz os efeitos pretendidos dentro do mundo do Direito, desta forma chamamos de negócio jurídico. Todos os contratos com base na intenção praticam um negócio jurídico. 06/03/2018 11 Divisão: Ato ilícito (art. 186 a 188, CC – art. 186 c/c 927, CC) “Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito (responderá por perdas e danos)”. Ato ilícito não está relacionado a um ato ilegal, fora da lei; Está relacionado a um ato, seja da pessoa natural ou jurídica, por sua imprudência ou negligência, causar prejuízo a outrem, mesmo que o prejuízo não seja de ordem financeira (material), deverá ressarcir o dano, ainda que moral. POR QUE QUEM PRATICA O DANO DEVERÁ PRATICAR O RESSARCIMENTO? “Art. 927. Aqueleque, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo”. 06/03/2018 12 Ato ilícito (art. 186 a 188, CC) “Ato ilícito civil: qualquer ato ou acontecimento, seja da pessoa física ou jurídica, que tenha relevância para o direito, que dependa da vontade humana e cause dano, é chamado de ato ilícito (art. 186 a 188, CC). Impacto desse ato está previsto na responsabilidade civil (art. 927 a 954, CC). FATO JURÍDICO É O CAPÍTULO TODO, O ATO JURÍDICO ESTÁ DENTRO DO FATO JURÍDICO E O NEGÓCIO JURÍDICO ESTÁ DENTRO DO ATO JURÍDICO. NEGÓCIO JURÍDICO Conceito: é todo ato jurídico praticado pela pessoa natural ou jurídica, que tenha por intenção, adquirir, resguardar, transferir, modificar ou extinguir direitos. Portanto, o conceito de negócio jurídico possui palavras importantes “ato praticado com base na intenção, pela pessoa natural ou jurídica. QUAL É A INTENÇÃO DO AGENTE? É adquirir, resguardar, transferir, modificar ou extinguir direitos. Então esse é o conceito de negócio jurídico. 06/03/2018 13 NEGÓCIO JURÍDICO EXISTÊNCIA, VALIDADE E EFICÁCIA dos negócios jurídicos. O art. 104 do CC diz que a VALIDADE do negócio jurídico requer: a) agente (ou parte); b) objeto; c) forma. * e a manifestação da vontade (intenção) que não está presente no artigo, mas também é um dos requisitos de validade. NEGÓCIO JURÍDICO O negócio jurídico deve ser estudado sob 03 planos com base na teoria desenvolvida por Pontes de Miranda, chamada de ESCADA PONTEANA. Pontes de Miranda, desenvolveu um estudo acerca do NEGÓCIO JURÍDICO, entendendo que todo negócio jurídico deve ser estudado/analisado pelo operador do direito a partir de 3 planos distintos, esse apelido se dá em razão da visualização da teoria: 1º Plano da Existência; 2º Plano da Validade; 3º Plano da Eficácia. 06/03/2018 14 NEGÓCIO JURÍDICO Pontes de Miranda dizia que todo operador do direito, seja ele advogado, juiz, ou promotor de justiça quando vai analisar um negócio jurídico, deve verificar : Primeiro se o negócio jurídico existe, depois se é válido e por fim se o negócio jurídico é eficaz. No plano da existência = analisa-se a existência do negócio jurídico; No plano da validade = verificar-se a validade do negócio jurídico de acordo com a norma; No plano da Eficácia = verificar-se a produção de efeitos do negócio. NEGÓCIO JURÍDICO PLANO DA EXISTÊNCIA Para que exista o negócio jurídico tem que ter 04 elementos, três deles estão presentes no art. 104, e o quarto a manifestação da vontade ou intenção: a) agente (ou parte); b) objeto; c) forma. * e a manifestação da vontade (intenção) Estando presentes estes quatro elementos o negócio jurídico existe. 06/03/2018 15 NEGÓCIO JURÍDICO PLANO DA VALIDADE Agora, para que seja válido eu adjetivo esses elementos. ADJETIVO COMO? O QUE AS PARTES DEVEM SER? O QUE O OBJETO DEVE SER? COMO DEVE SER SUA FORMA? COMO DEVE SER FORMALIZADO? NEGÓCIO JURÍDICO PLANO DA VALIDADE COM RELAÇÃO AO AGENTE OU PARTE: O agente deve ser capaz e legitimado + pessoa jurídica Pergunta-se: SÓ AS PESSOAS QUE POSSUEM CAPACIDADE PLENA (CAPACIDADE DE DIREITO + CAPACIDADE DE FATO) PODEM REALIZAR UM NEGÓCIO JURÍDICO? 06/03/2018 16 NEGÓCIO JURÍDICO PLANO DA VALIDADE COM RELAÇÃO AO OBJETO: objeto lícito, possível, determinado ou determinável; lícito – contrato de compra e venda de imóvel, locação de veículos, prestação de serviços. Ilícito – contrato de compra e venda de maconha, contrato de matador de aluguel. NEGÓCIO JURÍDICO PLANO DA VALIDADE COM RELAÇÃO AO OBJETO: objeto lícito, possível, determinado ou determinável; Possível – compra de um apartamento na planta e o apartamento é devidamente entregue. Impossível – compra de um apartamento na planta, porém a construtora não consegue obter o alvará para construção por impossibilidade ambiental. 06/03/2018 17 NEGÓCIO JURÍDICO PLANO DA VALIDADE COM RELAÇÃO AO OBJETO: objeto lícito, possível, determinado ou determinável; determinado – é o objeto certo, que é descrito pela: QUANTIDADE, GÊNERO E QUALIDADE. Determinável – é o objeto incerto, que é descrito pela: QUANTIDADE, GÊNERO E QUALIDADE (INCERTA). NEGÓCIO JURÍDICO PLANO DA VALIDADE COM RELAÇÃO A FORMA: PRESCRITA EM LEI: é aquela escrita, prevista em lei, ou seja quando o negócio jurídico requer uma forma especial, prescrita descrita na lei, o negócio jurídico terá que observar essa forma. Exemplo de forma prescrita em lei: L. 7.357/85 - cheque ou; NÃO DEFESA EM LEI – não proibida, não vedada, pela lei. Exemplo de forma vedada em lei: art. 29, §4º CLT. 06/03/2018 18 NEGÓCIO JURÍDICO PLANO DA VALIDADE COM RELAÇÃO A FORMA: NÃO DEFESA EM LEI – não proibida, não vedada, pela lei. Exemplo de forma vedada em lei: art. 29, §4º CLT. § 4o É vedado ao empregador efetuar anotações desabonadoras à conduta do empregado em sua Carteira de Trabalho e Previdência Social. Pergunta-se: TODO NEGÓCIO JURÍDICO TEM UMA FORMA PRESCRITA OU NÃO DEFESA EM LEI ( art. 107, CC)? NÃO, a regra do Código Civil é de que os negócios jurídicos tenham forma livre. NEGÓCIO JURÍDICO Preenchidos os planos da existência e da validade, dizemos que o negócio jurídico existe e é válido. Em regra, o negócio jurídico que existe e é válido, terá como uma consequência natural a eficácia imediata. Por exemplo: se uma pessoa vai e realiza um negócio jurídico com outra pessoa, com por exemplo a compra e venda de um veículo; Preenchidos todos os requisitos do plano existência e validade, a consequência natural é de que esse negócio jurídico produza efeitos de imediato. 06/03/2018 19 SANTOS, Moacyr Amaral. Primeiras linhas de direito processual civil. 25ª ed. São Paulo: Saraiva, 2007. DOWER, Nélson Godoy Bassil. Instituições de direito público e privado. 13ª ed. São Paulo: Editora Saraiva, 2005. Palaia, Nelson. Noções Essenciais de Direito. 4ª ed. São Paulo: Saraiva, 2011. SILVA, Roberto Baptista Dias da. Manual de direito constitucional. 1ª ed. São Paulo: Editora Manole, 2007 Código de Defesa do Consumidor. Disponível para download http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8078.htm.
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