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INSTRUMENTOS TOPOGRÁFICOS 1.1. INTRODUÇÃO Este capítulo pretende fazer uma breve descrição dos equipamentos topográficos utilizados para a execução das tarefas diárias realizadas ao longo das aulas práticas. Os equipamentos utilizados nas aulas de campo são muito diversificados, variando entre material de sinalização, material de medição do terreno e do tipo material auxiliar. 1.2. INSTRUMENTOS E EQUIPAMENTOS TOPOGRÁFICOS Os principais instrumentos e equipamentos utilizados nos levantamentos topográficos são: Teodolito: instrumento destinado a medir ângulos horizontais e verticais. Podem ser mecânicos ou eletrônicos (digitais). Figura 1.1 – Teodolito Fio de prumo: instrumento para detectar a vertical do lugar e elevar o ponto. Pode ser adaptado num prisma ortogonal ou num tripé. Figura 1.2 – Fio de plumo Trena: instrumento utilizado para medição direta de distâncias. Podem ser de fibra de vidro, aço ou ínvar. As trenas de fibra de vidro não são recomendadas pelo fato das fibras de vidro quebrarem e não ser visível ao usuário. As de aço devem ser utilizadas com fator de correção de temperatura. Figura 1.3 – Trena Nível: instrumento destinado a gerar um plano horizontal de referência para calcular os desníveis entre pontos. Podem ser automáticos ou digitais. Figura 1.4 – Nível Mira: instrumento para medir a distância vertical de um ponto até o plano horizontal do nível. Para os níveis digitais, a mira deve ser com códigos de barras. Figura 1.5 – Mira Nível de cantoneira: instrumento utilizado para detectar a vertical de outro instrumento. Pode ser adaptado numa baliza ou numa mira. Figura 1.6 – Nível de cantoneira Bastão: instrumento que serve para elevar o ponto topográfico com o objetivo de torná-lo visível. Possui encaixe ou rosca para adaptação de antena GPS ou prisma. Figura 1.7 – Bastão Prisma: instrumento destinado à reflexão do sinal emitido por um distanciômetro ou uma estação total. Figura 1.8 – Prisma Estação total ou taqueômetro eletrônico: A evolução dos instrumentos de medida de ângulos e distâncias trouxe como conseqüência o surgimento destes novos instrumentos, que nada mais é do que teodolitos eletrônicos digitais com distanciômetros eletrônicos incorporados e montados num só bloco. Isto traz muita vantagem para a automação de dados, podendo inclusive armazenar os dados coletados e executar alguns cálculos mesmo em campo. Figura 1.9 – Estação total GPS: instrumento destinado para medição de coordenadas geodésicas via satélite. Figura 1.10 – GPS Tripé, bipé e monopé: Tripé (utilizado para a sustentação de outros instrumentos como teodolitos, estações totais, níveis, bastão, baliza etc), bipé (suporte para apoio da baliza ou do bastão) e monopé (suporte para apoio da bússola). Figura 1.11 – Tripé Baliza: instrumento que serve para elevar o ponto topográfico com o objetivo de torná-lo visível. Figura 1.12 – Baliza Bússola: instrumento que se utiliza para a determinação do norte magnético, direções e ângulos horizontais. Figura 1.13 – Bússola Rádio de comunicação: instrumento para comunicação entre os operadores do levantamento. Figura 1.14 – Rádio de comunicação Piquetes: são estacas de madeira com secção transversal quadrada de 4cm X 4cm, com comprimento de 20cm a 25cm , apontados em uma das extremidades. Tem por finalidade a materialização de um ponto topográfico, sendo cravado no solo, ficando apenas 3cm ou 5cm para fora, sem possíveis movimentos laterais. Figura 1.15 – Piquete Marreta: usada para cavar o piquete e a testemunha, possui aproximadamente 1 kg. Figura 1.16 – Marreta Existem diversos outros materiais utilizados em levantamentos topográficos, alguns deles serão citados na lista abaixo: Dinamômetro: é um aparelho que se destina à medição das tensões que são aplicadas aos diastímetros (instrumentos que medem diretamente as distâncias lineares) para assegurar que a tensão aplicada seja igual a tensão de calibração. Figura 1.17 – Dinamômetro Sapata para nivelamento: instrumento utilizado para apoiar a mira. Figura 1.18 – Sapata para nivelamento Distanciômetro: instrumento destinado a medir distâncias inclinadas. Deve ser acoplado a um teodolito para possibilitar a medição do ângulo vertical para calcular a distância horizontal e a distância vertical. Figura 1.19 – Distanciômetro Termômetro: instrumento usado para a medição da temperatura que se destina a correção dos valores obtidos no levantamento. Figura 1.20 – Termômetro Barômetro: instrumento usado para a medição da pressão atmosférica que se destina a correção dos valores obtidos no levantamento. Figura 1.21 – Barômetro Estaca testemunha: são estacas de madeira com secção transversal de 4cm X 4cm e com 50cm de comprimento, com um chanfro na parte superior, onde é colocado o nome ou número do piquete a que esta estaca se refere. Tem por finalidade, possibilitar a identificação e localização do piquete, ficando a mesma cravada a uma distância de 50cm do referido piquete, com o chanfro voltado para o mesmo. Figura 1.22 – Estaca testemunha Os instrumentos e equipamentos topográficos possuem uma grande variedade de marcas e modelos, e principalmente de finalidades. Neste capítulo foram citados alguns desses modelos e utilizações, porém existem inúmeros outros instrumentos e equipamentos topográficos disponíveis no mercado. O profissional deverá saber quais instrumentos e equipamentos topográficos serão necessários para cada tipo de trabalho. Não se deve esquecer dos equipamentos usados em gabinete, responsáveis pelo tratamento das informações colhidas no trabalho de campo. Os equipamentos utilizados para estas funções são os seguintes: computadores de mesa e portáteis, plotters, impressoras, software etc. Classificação e observação dos erros na topografia Para representar a superfície da Terra são efetuadas medidas de grandezas como direções, distâncias e desníveis. Estas observações inevitavelmente estarão afetadas por erros. As fontes de erro poderão ser: Condições ambientais: Causados pelas variações das condições ambientais, como vento, temperatura, etc. Exemplo: variação do comprimento de uma trena com a variação da temperatura. Instrumentais: Causados por problemas como a imperfeição na construção de equipamento ou ajuste do mesmo. A maior parte dos erros instrumentais pode ser reduzida adotando técnicas de verificação/retificação, calibração e classificação, além de técnicas particulares de observação. Pessoais: Causados por falhas humanas, como falta de atenção ao executar uma medição, cansaço, etc. Os erros, causados por estes três elementos poderão ser classificados em: Erros grosseiros, erros sistemáticos e erros aleatórios ou acidentais. Erros Grosseiros Causados por engano na medição, leitura errada nos instrumentos, identificação de alvo, etc., normalmente relacionados com a desatenção do observador ou uma falha no equipamento.A repetição de leituras é uma forma de evitar erros grosseiros. Alguns exemplos de erros grosseiros: Anotar 196 ao invés de 169; Engano na contagem de lances durante a medição de uma distância com trena. Erros Sistemáticos São aqueles erros cuja magnitude e sinal algébrico podem ser determinados, seguindo leis matemáticas ou físicas. Pelo fato de serem produzidos por causas conhecidas podem ser evitados através de técnicas particulares de observação ou mesmo eliminados mediante a aplicação de fórmulas específicas. São erros que se acumulam ao longo do trabalho. Exemplo de erros sistemáticos, que podem ser corrigidos através de fórmulas específicas: efeito da temperatura e pressão na medição de distâncias com medidor eletrônico de distância; correção do efeito de dilatação de uma trena em função da temperatura. Erros Acidentais ou Aleatórios São aqueles que permanecem após os erros anteriores terem sido eliminados. São erros que não seguem nenhum tipo de lei e ora ocorrem num sentido ora noutro, tendendo a se neutralizar quando o número de observações é grande. Quando o tamanho de uma amostra é elevado, os erros acidentais apresentam uma distribuição de freqüência que muito se aproxima da distribuição normal. Por isso, deve-se trabalhar com um número de amostras significativas. Erros Acidentais Exemplo de erros acidentais: Inclinação da baliza na hora de realizar a medida; Erro de pontaria na leitura de direções horizontais. Precisão e Acurácia A precisão está ligada a repetibilidade de medidas sucessivas feitas em condições semelhantes, estando vinculada somente a efeitos aleatórios. A acurácia expressa o grau de aderência das observações em relação ao seu valor verdadeiro, estando vinculada a efeitos aleatórios e sistemáticos. O seguinte exemplo pode ajudar a compreender a diferença entre eles: um jogador de futebol está treinando cobranças de pênalti. Ele chuta a bola 10 vezes e nas 10 vezes acerta a trave do lado direito do goleiro. Este jogador foi extremamente preciso. Seus resultados não apresentaram nenhuma variação em torno do valor que se repetiu 10 vezes. Em compensação sua acurácia foi nula. Ele não conseguiu acertar o gol,verdadeiro valor, nenhuma vez.
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