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Livro não finalizado. Versão provisória para uso exclusivo dos alunos do curso de Educação Física a distância da UFRN – semestre 2014.1. Uso provisório das imagens. Figuras e ilustrações de resposabilidade das editoras: ©Primal Pictures e ©Server Medical Arts. Aula 1: Introdução à Anatomia Humana Apresentação Hoje iniciamos o estudo de uma das mais antigas ciências do mundo, a anatomia. Essa ciência, de forma geral, representa o estudo do corpo humano. E, apesar de ser relegado por muitos, esse capítulo de Introdução à Anatomia pode ser considerado como um dos mais importantes do curso, pois dá um panorama dessa disciplina, sistematizando toda a nomenclatura utilizada nessa área que será utilizada no decorrer do curso. É bom destacar que a anatomia é mais que uma simples memorização de listas de nomes. A nomenclatura que utilizamos na disciplina de anatomia é de extrema importância, uma vez que a evocação de um termo direcionará o tipo da estrutura que estamos lidando, sua localização bem como sua função. Por exemplo, o “nervo fibular superficial” é uma estrutura nervosa localizada na região superficial e lateral da perna, onde se encontra o osso chamado de fíbula. Veja que o nome do exemplo acima nos dá não somente uma informação acerca do tipo de estrutura, mas também de sua localização. Isso é de extrema importância, porque os termos descrevem e direcionam essa máquina complexa que é o corpo humano, além de direcionar para a prática clínica dos profissionais da saúde. Portanto, na aula de hoje, discutiremos sobre os tópicos que nortearão o estudo da anatomia assim como sua nomenclatura peculiar para depois estudarmos os ossos, os músculos e outras estruturas de fundamental interesse para sua formação profissional! Objetivos Conceituar Anatomia e identificar sua importância para o curso de Educação Física. Descrever a posição anatômica padrão do corpo humano. Reconhecer os termos de delimitação, posição e direção anatômicos. Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Livro não finalizado. Versão provisória para uso exclusivo dos alunos do curso de Educação Física a distância da UFRN – semestre 2014.1. Uso provisório das imagens. Figuras e ilustrações de resposabilidade das editoras: ©Primal Pictures e ©Server Medical Arts. Observar que a formação do corpo humano é baseada em princípios gerais de construção dos vertebrados. O que é a Anatomia? O objeto de estudo da Anatomia é a estrutura do corpo humano. Essa ciência analisa a estrutura biológica e estuda a constituição, o desenvolvimento e a função do corpo de seres organizados, como o homem. De acordo com Moore, Aristóteles (384-322 a.C.) foi a primeira pessoa a utilizar o termo anatome (palavra grega que quer dizer “cortar em pedaços”, “separar”), mas papiros antigos já indicavam essa prática no Egito por volta de 500 a.C. Figura 1 – Aula de Anatomia do Dr. Tulp, pintada por Rembrandt Fonte: <http://www.ligadeanatomia.com.br/2012/03/licao-de-anatomia-do-dr-tulp- rembrandt.html>. Acesso em: 16 jan. 2013. A Anatomia abrange o conhecimento de estruturas que podem ser vistas a olho nu, ou seja, macroscopicamente, ou das estruturas que são visualizadas por meio de microscópios. Mas de forma geral, o termo anatomia refere-se hoje ao estudo de estruturas visíveis, enquanto o estudo das células e dos tecidos se dá por meio de outras disciplinas como Citologia e Histologia. Quando se fala em Anatomia, você deve perceber que essa ciência possui ramos e divisões. Por exemplo, a Anatomia Sistêmica estuda os órgãos do corpo e sua organização a fim de destacar funções semelhantes. Temos, como exemplos, os sistemas cardiovascular, o digestório, o urinário, os genitais feminino e o masculino, entre outros. Quando vários sistemas agrupam-se para propiciar uma mesma função, são formados os aparelhos. Como exemplo, o aparelho locomotor representa a união de vários sistemas que visam produzir, determinada função na movimentação do esqueleto humano (ver Figura 2). Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Livro não finalizado. Versão provisória para uso exclusivo dos alunos do curso de Educação Física a distância da UFRN – semestre 2014.1. Uso provisório das imagens. Figuras e ilustrações de resposabilidade das editoras: ©Primal Pictures e ©Server Medical Arts. Figura 2 – O aparelho locomotor humano. Fonte: <http://www.elitetrack.com/images/blog/skeleton-running.jpg>. Acesso em: 16 jan. 2012. Veja como vários sistemas organizam-se para produzir essa função: o sistema cardiovascular deve levar sangue e nutrientes para os músculos (sistema muscular) para que possam movimentar os ossos (sistema ósseo). Estes últimos estão unidos entre si pelas articulações (sistema articular). Já o sistema nervoso integra e controla todos os sinais, por meio de células nervosas e nervos, possibilitando movimento correto e voluntário de um membro, desde um salto complexo na ginástica olímpica, até um simples gesto como levar a mão à boca. Por outro lado, o corpo humano pode ser dividido em várias partes: cabeça, pescoço, tronco (este dividido em tórax, acima, e abdome, mais abaixo e dorso, posteriormente), membros superiores (ombro, braço, antebraço e mão) e membros inferiores (quadril, coxa, perna e pé). O estudo dessas partes do corpo é feito pela Anatomia topográfica. Observe a Figura 3 a seguir. Thiago Cesar Highlight Livro não finalizado. Versão provisória para uso exclusivo dos alunos do curso de Educação Física a distância da UFRN – semestre 2014.1. Uso provisório das imagens. Figuras e ilustrações de resposabilidade das editoras: ©Primal Pictures e ©Server Medical Arts. Cabeça PescoçoOmbro Braço Antebraço Mão Tronco (tórax + abdome) Quadril Coxa Perna Pé Cabeça PescoçoOmbro Braço Antebraço Mão Tronco (tórax + abdome) Quadril Coxa Perna Pé Figura 3 – Regiões do corpo humano em vista anterior Fonte: Adaptado de Primal Pictures 2009. Em nosso curso, observaremos a anatomia macroscópica aplicada à Educação Física. Dessa maneira, nosso enfoque principal é o aparelho locomotor bem como os sistemas nervoso, circulatório, respiratório, digestório e endócrino. Todo o conhecimento estudado em Anatomia servirá como base para outras disciplinas do curso. Para explicar melhor essa relação, costumamos fazer uma simples analogia: a Anatomia é o “manual de instruções” dos cursos biológicos e da saúde, assim como o direito constitucional e o cálculo representam o alicerce básico para o curso de direito e profissões da área de exatas, respectivamente. O que caracteriza um professor de Educação Física são os termos e os nomes aprendidos aqui. Serão os termos e os nomes aprendidos aqui que o definirão como um professor de Educação Física e não como outro profissional qualquer. Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Livro não finalizado. Versão provisória para uso exclusivo dos alunos do curso de Educação Física a distância da UFRN – semestre 2014.1. Uso provisório das imagens. Figuras e ilustrações de resposabilidade das editoras: ©Primal Pictures e ©Server Medical Arts. Normalidade e variações anatômicas Um indivíduo normal, segundo Dangelo & Fattini, é um ser saudável, hígido, que não apresenta estado patológico,mas que também é o mais comum numa determinada população. Por exemplo, imagine que numa sala de aula com 50 alunos saudáveis, 45 tenham cabelos escuros enquanto os demais apresentam cabelos claros. Assim, o normal e mais frequente para essa amostra de pessoas seria a cor escura de cabelos (conferir Figura 4). Figura 4 – Curva de Gauss Fonte: <http://www.files.chem.vt.edu/chem-ed/data/graphics/gaussian- curve.gif>. Acessado em: 16 jan. 2013. Vamos fazer uma analogia simples considerando os alunos de determinada disciplina, como a Biologia, por exemplo: há sempre alguns alunos que se destacam positivamente e obtêm notas altas enquanto outros, poucos, têm grande dificuldade para entender a matéria. Isto pode ser visualizado graficamente por meio de uma curva gaussiana (ver Figura 4). Nesse gráfico, alunos com notas muito altas ou baixas representam as “pontas”, os extremos da curva. Já a maioria da turma tende a ficar com notas “intermédiárias”. Isso pode ser visualizado como a parte do meio do gráfico, que demonstra que o Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Livro não finalizado. Versão provisória para uso exclusivo dos alunos do curso de Educação Física a distância da UFRN – semestre 2014.1. Uso provisório das imagens. Figuras e ilustrações de resposabilidade das editoras: ©Primal Pictures e ©Server Medical Arts. maior número de alunos tende a ficar com notas médias (Figura 4). Este sim é o padrão mais comum e que é considerado normal na Anatomia para uma dada amostra, nesse caso, os alunos de Biologia. Variações anatômicas representam diferenças anatômicas entre um grupo aleatório de indivíduos sem que haja prejuízo funcional. “Cicrano” pode apresentar, por exemplo, cabelos crespos, olhos pretos e nariz achatado enquanto “Beltrano” pode possuir cabelos lisos, olhos claros e nariz fino, mas sem que essas diferenças prejudiquem ou interfiram com as funções normais dessas estruturas para ambos os indivíduos! Assim, mesmo com essas diferenças entre os indivíduos, ambos são saudáveis. Essas variações são uma constante na Anatomia e não ocorrem somente externamente. Você pode apresentar uma distribuição de veias diferente no antebraço; seu nervo isquiático pode perfurar o músculo piriforme ou simplesmente passar por debaixo dele na região do quadril; seu estômago pode apresentar-se em forma de “J” ou pode-se apresentar mais arredondado; entre inúmeras outras variações internas. Você deve ter em mente que vários fatores gerais representam, por si só, fatores de variações anatômicas entre indivíduos. Entre eles, destacam-se a idade (ver Figura 5), sexo e raça (ver Figura 6), biótipo ou compleição morfológica (ver Figura 7) e evolução. Figura 5 – Exemplo de variações anatômicas do indivíduo em relação à idade Fonte: Adaptado de Servier medical art. Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Livro não finalizado. Versão provisória para uso exclusivo dos alunos do curso de Educação Física a distância da UFRN – semestre 2014.1. Uso provisório das imagens. Figuras e ilustrações de resposabilidade das editoras: ©Primal Pictures e ©Server Medical Arts. Figura 6 – Exemplo de variações anatômicas do indivíduo em relação ao sexo e à raça Fonte: Adaptado de Servier medical art. Figura 7 – Exemplo de variações anatômicas do indivíduo em relação ao biótipo Fonte: Adaptado de Servier medical art. Quando uma alteração compromete a função da estrutura, dizemos que essa é uma anomalia e não uma variação. Se a anomalia for tão grave e acentuada a ponto de até comprometer a vida do indivíduo, temos a monstruosidade. Um indivíduo que nasceu com má-formação nos dedos do pé e outro que nasceu sem o encéfalo (indivíduo anencéfalo) são exemplos de anomalia e monstruosidade, respectivamente. O segundo exemplo, obviamente, é incompatível com a vida. Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Livro não finalizado. Versão provisória para uso exclusivo dos alunos do curso de Educação Física a distância da UFRN – semestre 2014.1. Uso provisório das imagens. Figuras e ilustrações de resposabilidade das editoras: ©Primal Pictures e ©Server Medical Arts. Atividade 1 1) De acordo com o que você aprendeu anteriormente sobre variações anatômicas, classifique as figuras a seguir em anomalia ou monstruosidade e explique sua resposta. Fonte: <http://veja.abril.com.br/saladeaula/200906/imagens/chapeus4.jpg>. Acesso em: 16 jan. 2013. Fonte: <http://www.brasilescola.com/upload/e/250px- Polydactyly_01_Lhand_AP.jpg>. Acesso em: 16 jan. 2013. Livro não finalizado. Versão provisória para uso exclusivo dos alunos do curso de Educação Física a distância da UFRN – semestre 2014.1. Uso provisório das imagens. Figuras e ilustrações de resposabilidade das editoras: ©Primal Pictures e ©Server Medical Arts. Fonte: <fabiomizote.wordpress.com/gravidez-multipla/>. Acesso em: 16 jan. 2013. Posição anatômica Convencionou-se utilizar uma posição padrão a fim de facilitar a descrição anatômica entre os vários anatomistas e a partir da qual os estudos anatômicos são realizados e comparados entre si. Esse posicionamento é chamado de posição anatômica, nesse caso, o indivíduo deve ser imaginado em pé; com a face voltada para frente; o olhar dirigido para o horizonte; membros superiores estendidos ao longo do tronco e com as palmas das mãos voltadas para frente; os membros inferiores unidos, com as pontas dos pés dirigidas para frente. Todas as descrições em Anatomia são realizadas a partir de um indivíduo em posição anatômica. Essa posição é válida, inclusive, para o estudo de peças dissecadas isoladas como braços, pernas entre outras. Atividade 2 1) Com base na informação dada anteriormente, desenhe um indivíduo na posição anatômica. Planos anatômicos É possível traçar linhas imaginárias interligadas que passam tangentes à superfície do corpo humano como se fossem "lâminas" verticais e horizontais, de maneira a obtermos um paralelepípedo tridimensional. Cada uma dessas lâminas é um plano de delimitação do corpo humano ou simplesmente, plano anatômico, os quais formam ângulos retos entre si. Podemos ver os Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Livro não finalizado. Versão provisória para uso exclusivo dos alunos do curso de Educação Física a distância da UFRN – semestre 2014.1. Uso provisório das imagens. Figuras e ilustrações de resposabilidade das editoras: ©Primal Pictures e ©Server Medical Arts. principais planos anatômicos na Figura 8. Em seguida, veja a descrição desses planos. Figura 8 – Vistas lateral, anterior e posterior dos planos anatômicos Fonte: Adaptado de Primal Pictures 2009. a) Plano anterior ou ventral: Imagine cortes verticais que dividam o corpo em uma parte anterior e outra posterior. O plano anterior corresponde aos cortes verticais que passam bem próximo à região anterior (ventral) de nosso corpo. b) Plano posterior ou dorsal: O plano posterior corresponde aos cortes verticais que passam tangentes à região posterior (dorsal) de nosso corpo. Note que os planos anterior e posterior são paralelos entre si e, como passam de acordo com a “fronte” (testa) do indivíduo, são denominados planosfrontais ou coronais, como você pode observar na Figura 9c no final desta seção. c) Planos laterais direito e esquerdo: Correspondem aos cortes verticais que passam tangentes às superfícies do lado direito e esquerdo de nosso corpo. Esses planos também podem ser chamados de planos sagitais. Caso esse plano divida igualmente o lado direito do esquerdo, então esse plano é denominado sagital mediano ou simplesmente mediano (Figura 9a). Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Livro não finalizado. Versão provisória para uso exclusivo dos alunos do curso de Educação Física a distância da UFRN – semestre 2014.1. Uso provisório das imagens. Figuras e ilustrações de resposabilidade das editoras: ©Primal Pictures e ©Server Medical Arts. d) Plano cranial ou superior: Esse já é um exemplo de um corte horizontal (transversal) que passa próximo à região superiora da cabeça. e) Plano caudal ou inferior: Esse é outro exemplo de um corte horizontal (transversal), mas que passa próximo aos pés. Os planos cranial e caudal são também paralelos entre si e ocorrem transversalmente (ou horizontalmente), sendo também denominados planos transversais ou horizontais (Figura 9b). Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Livro não finalizado. Versão provisória para uso exclusivo dos alunos do curso de Educação Física a distância da UFRN – semestre 2014.1. Uso provisório das imagens. Figuras e ilustrações de resposabilidade das editoras: ©Primal Pictures e ©Server Medical Arts. Figura 9 – Planos de delimitação do corpo: a) plano sagital mediano; b) plano transversal ou horizontal; c) plano frontal ou coronal Fonte: Adaptado de <www.facstaff.gpc.edu/~jaliff/anabone.htm>. Acesso em: 16 jan. 2013. Eixos do corpo humano As linhas imaginárias que visam unir e interligar os planos anatômicos no espaço são chamadas de eixos do corpo humano. Temos três eixos principais: a b c Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Livro não finalizado. Versão provisória para uso exclusivo dos alunos do curso de Educação Física a distância da UFRN – semestre 2014.1. Uso provisório das imagens. Figuras e ilustrações de resposabilidade das editoras: ©Primal Pictures e ©Server Medical Arts. Eixo longitudinal (ou crânio-caudal): Como o próprio nome diz, interliga os planos cranial e caudal, os quais são exemplos de planos transversais. Esse eixo refere-se, portanto, a uma linha vertical que vai de superior a inferior, da cabeça aos pés. Eixo ântero-posterior (ou sagital): Corresponde a uma linha imaginária que une o plano anterior ao plano posterior, exemplos de planos frontais. É, portanto, uma linha horizontal que se estende, por exemplo, do umbigo à coluna vertebral. Eixo látero-lateral (ou transversal): Corresponde a uma linha imaginária horizontal que vai de um lado ao outro, por exemplo, do ombro direito ao ombro esquerdo. Desse modo, esse eixo interliga planos sagitais. Observe esses eixos na Figura 10 a seguir. Longitudinal z x Ântero-posterior (sagital) y Látero-lateral Longitudinal z x Ântero-posterior (sagital) y Látero-lateral Figura 10 – Eixos do corpo humano e respectivos planos anatômicos: z) eixo longitudinal; y) eixo látero-lateral; x) eixo anteroposterior. Fonte: Adaptado de <www.facstaff.gpc.edu/~jaliff/anabone.htm>. Acesso em: 16 jan. 2013. Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Livro não finalizado. Versão provisória para uso exclusivo dos alunos do curso de Educação Física a distância da UFRN – semestre 2014.1. Uso provisório das imagens. Figuras e ilustrações de resposabilidade das editoras: ©Primal Pictures e ©Server Medical Arts. Movimentos do corpo humano Os movimentos do corpo ocorrem nos planos anatômicos e são normalmente descritos na posição anatômica. Além de movimentos simples que ocorrem nas articulações, nosso corpo é capaz de realizar movimentos mais complexos como os descritos a seguir: 1- Flexão: movimento que diminui o ângulo entre duas partes. 2- Extensão: movimento que aumenta o ângulo entre duas partes. 3- Abdução: ação de afastar uma estrutura do plano mediano. 4- Adução: ação de aproximar uma estrutura do plano mediano. 5- Elevação: movimento numa direção superior. 6- Depressão: movimento numa direção inferior. 7- Rotação interna (medial): ação de rotação que move determinada estrutura em direção ao plano mediano do corpo. 8- Rotação externa (lateral): ação de rotação que move determinada estrutura para longe do plano mediano do corpo. 9- Pronação: movimento de rotação do antebraço que move a palma da mão de uma posição anterior para uma posição posterior. 10- Supinação: movimento de rotação do antebraço que move a palma da mão de uma posição posterior para uma posição anterior. 11- Dorsiflexão: um tipo de extensão de todo o pé superiormente que causa uma aproximação entre o pé e a parte anterior da perna. 12- Flexão plantar: um tipo de flexão de todo o pé inferiormente que causa um distanciamento entre o pé e a parte anterior da perna. 13- Inversão: movimento que aproxima a planta do pé ao plano mediano. 14- Eversão: movimento que distancia a planta do pé ao plano mediano. Atividade 3 1) Aprendemos que os movimentos ocorrem em determinados planos anatômicos e que eles são perpendiculares aos eixos anatômicos. Por exemplo, quando rodamos a cabeça para um lado realizamos um movimento de rotação que acontece no plano transversal e cujo eixo é o longitudinal. Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Livro não finalizado. Versão provisória para uso exclusivo dos alunos do curso de Educação Física a distância da UFRN – semestre 2014.1. Uso provisório das imagens. Figuras e ilustrações de resposabilidade das editoras: ©Primal Pictures e ©Server Medical Arts. Com base nesse exemplo, observe o exercício de polichinelo na figura a seguir e cite o nome do movimento que ocorre nos ombros, bem como o plano e o eixo anatômicos. Fonte: <http://pixuu.files.wordpress.com/2010/05/polichinelo.gif>. Acesso em: 16 jan. 2013. Termos de Posição e Direção Temos inúmeras estruturas no corpo humano, algumas próximas ou bem distantes umas das outras. É muito importante que o profissional da saúde saiba localizá-las e descrevê-las, a fim de diagnosticar ou mesmo tratar determinada condição clínica. Para descrever tais estruturas, utilizamos termos que facilitam sua localização, posição e direção. Os termos mais utilizados estão listados a seguir: Mediano: é a estrutura ou órgão cuja localização coincide com o plano mediano, ou seja, está exatamente na linha mediana que divide o corpo em metades direita e esquerda. Por exemplo, o nariz encontra-se na região mediana do corpo. Lateral: é a estrutura ou órgão que tem localização próxima aos planos laterais, ou seja, que está afastada do plano mediano.Exemplo: Nossos olhos estão localizados lateralmente ao nariz. Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Livro não finalizado. Versão provisória para uso exclusivo dos alunos do curso de Educação Física a distância da UFRN – semestre 2014.1. Uso provisório das imagens. Figuras e ilustrações de resposabilidade das editoras: ©Primal Pictures e ©Server Medical Arts. Medial: é a estrutura que está próxima ao plano mediano, mas não se encontra neste. Dessa maneira, refere-se a algo afastado dos planos laterais. Por exemplo, meu olho direito localiza-se medialmente à minha orelha direita. Intermédio: é a estrutura ou órgão que se encontra entre duas outras estruturas, uma medial e outra lateral. Nesse caso, comparando-se o nariz, o olho direito e a orelha direita; o olho direito é a estrutura intermédia entre as demais. Ventral ou anterior: é a estrutura ou órgão que se encontra mais próxima ao plano ventral ou anterior. O termo ventral é mais usado para os membros e o termo anterior para o tronco. O nosso umbigo localiza-se anteriormente à nossa coluna vertebral, por exemplo. Dorsal ou posterior: é a estrutura ou órgão que se encontra mais próxima ao plano dorsal ou posterior. O termo dorsal é mais usado para o tronco e o termo posterior para os membros. Como no caso anterior, a nossa coluna vertebral encontra-se posteriormente ao umbigo. Cranial ou superior: é a estrutura ou órgão que se encontra mais próxima ao plano cranial ou superior. Um exemplo clássico é a cabeça. Podálico, caudal ou inferior: é a estrutura ou órgão que se encontra mais próxima ao plano podálico, caudal ou inferior. Por exemplo, a região do quadril está inferior à cabeça. Média (o): é a estrutura ou órgão que se encontra entre estruturas ventral (anterior) e dorsal (posterior) ou entre estruturas superior (cranial) ou inferior (caudal). Exemplo: O umbigo situa-se na região média se comparado à cabeça e à região do quadril. Proximal e distal: termos geralmente utilizados para os membros superiores e inferiores, quando uma estrutura está mais próxima à raiz do membro (proximal) ou distante a ele (distal). Por exemplo, o cotovelo é uma estrutura proximal se comparada à mão, mas distal se comparado ao ombro. Interno (a) e externo (a): localização de uma região ou de uma parte de uma estrutura ou de um órgão voltada para o interior de uma cavidade (interna) ou para o exterior desta (externa). Este termo como os demais depende da posição anatômica do indivíduo. Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Livro não finalizado. Versão provisória para uso exclusivo dos alunos do curso de Educação Física a distância da UFRN – semestre 2014.1. Uso provisório das imagens. Figuras e ilustrações de resposabilidade das editoras: ©Primal Pictures e ©Server Medical Arts. Atividade 4 1) Baseando-se no que você acabou de estudar em relação aos termos de posicionamento e direção, classifique os símbolos a seguir de acordo com sua localização: a) Lua em relação ao sol: b) Coração em relação à bola: c) Bola em relação ao coração e ao triângulo invertido: d) Triângulo invertido em relação à bola: e) Triângulo em relação à estrela: 2) Baseando-se no que você acabou de estudar em relação aos termos de posicionamento e direção, classifique os símbolos a seguir de acordo com sua localização: Livro não finalizado. Versão provisória para uso exclusivo dos alunos do curso de Educação Física a distância da UFRN – semestre 2014.1. Uso provisório das imagens. Figuras e ilustrações de resposabilidade das editoras: ©Primal Pictures e ©Server Medical Arts. a) Bola em relação ao sol: b) Triângulo invertido em relação à bola: c) Lua em relação à bola e ao sol: Princípios gerais de construção do corpo humano Como qualquer ser vertebrado, há alguns princípios fundamentais de formação do corpo humano e sua organização. Observe alguns desses princípios a seguir: a) Antimeria: O corpo humano é construído segundo o princípio da simetria bilateral. Imagine que um corte sagital mediano divida o corpo humano em duas metades: direita e esquerda, semelhantes. Cada metade é um antímero. Os antímeros são semelhantes entre si no que diz respeito à forma, função e localização. Contudo, a antimeria no ser humano é mais notável no período embrionário. Com o desenvolvimento e crescimento do indivíduo, a antimeria resultante não é perfeita, prevalecendo uma pequena quantidade de Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Livro não finalizado. Versão provisória para uso exclusivo dos alunos do curso de Educação Física a distância da UFRN – semestre 2014.1. Uso provisório das imagens. Figuras e ilustrações de resposabilidade das editoras: ©Primal Pictures e ©Server Medical Arts. assimetria, pois em algumas regiões do corpo não existe correspondência exata entre a forma e a localização de órgãos. Um exemplo dessa assimetria é o coração, ele possui sua maior parte localizada no lado esquerdo do tórax enquanto o fígado situa-se no lado direito do abdome. Podem existir também diferenças na altura dos ombros, no comprimento dos membros, etc. Observe a Figura 11. Figura 11 – Antimeria Fonte: Adaptado de Servier medical art. b) Metameria: é um princípio de construção do corpo onde se observa a superposição longitudinal de segmentos semelhantes como se fossem cortados pelo plano transversal. Cada segmento é um metâmero e essas estruturas superpõem-se entre si tal qual panquecas que se achatam umas sobre as outras (ver Figura 12). No adulto, a metameria pode ser observada, por exemplo, na coluna vertebral e na caixa torácica. Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Livro não finalizado. Versão provisória para uso exclusivo dos alunos do curso de Educação Física a distância da UFRN – semestre 2014.1. Uso provisório das imagens. Figuras e ilustrações de resposabilidade das editoras: ©Primal Pictures e ©Server Medical Arts. Figura 12 – Metameria Fonte: Adaptado de <http://www.3bscientific.com.br/imagelibrary/A73/A73_01_Coluna-vertebral- toracica.jpg>. Acesso em: 17 jan. 2013. c) Paquimeria: é o princípio de construção onde se observa a formação de dois tubos ou cavidades no segmento longitudinal (ou axial) do corpo. Cada cavidade é um paquímero. No adulto, os paquímeros encontram-se paralelos ao plano frontal e, portanto, são divididos em ventral e dorsal. No paquímero ventral, encontramos a maioria das vísceras e, por isso, esse paquímero é também denominado paquímero visceral, e corresponde às cavidades torácica, abdominal e pélvica. No dorsal, encontramos o sistema nervoso central, por esse motivo, ele também é denominado paquímero neural e corresponde ao canal vertebral e a cavidade craniana. d) Estratificação: esse princípio de construção pode ser observado pela superposição de camadas (estratos) concêntricas de tecidos diferentes na estruturação do corpo humano. No braço, por exemplo, temos superficialmente a pele(ver Figura 13). Esta possui vários estratos como a epiderme e derme, de forma geral. Abaixo da pele, uma camada de tecido chamada de tela subcutânea está presente. Depois, temos fáscias musculares (as quais envolvem os músculos e serão explicadas com mais detalhes posteriormente), os músculos propriamente ditos, ossos etc. Você, a essa altura, já deve Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Livro não finalizado. Versão provisória para uso exclusivo dos alunos do curso de Educação Física a distância da UFRN – semestre 2014.1. Uso provisório das imagens. Figuras e ilustrações de resposabilidade das editoras: ©Primal Pictures e ©Server Medical Arts. perceber que os órgãos de nosso corpo, como o estômago, por exemplo, também possuem um arranjo em camadas de tecidos e células. Figura 13 – Estratificação Fonte: <http://www.afh.bio.br/sentidos/img/sentidos%20pele.jpg>. Acesso em: 17 jan. 2013. Atividade 5 Usando suas próprias palavras, diferencie metameria de antimeria. E qual a diferença entre paquimeria e estratificação? Resumo Nesta aula, conhecemos os princípios básicos da Anatomia Humana. Identificamos a posição anatômica padrão, os termos de delimitação, posição e direção anatômicos, assim como os princípios de construção do corpo humano. A partir de agora, os conceitos e termos aqui introduzidos serão observados no decorrer do curso e o aluno deve, sempre que necessário, revisar esta aula com bastante atenção. Autoavaliação 1) Por que você acha que a Anatomia é importante para seu curso? 2) Em frente ao espelho, fique na posição anatômica e a descreva em voz alta! Livro não finalizado. Versão provisória para uso exclusivo dos alunos do curso de Educação Física a distância da UFRN – semestre 2014.1. Uso provisório das imagens. Figuras e ilustrações de resposabilidade das editoras: ©Primal Pictures e ©Server Medical Arts. 3) Imagine que, a partir da posição anatômica, você flexiona (dobra) a articulação do cotovelo. Como já vimos, os movimentos ocorrem nos planos anatômicos. Em qual plano e eixo anatômicos ocorre tal movimento? Referências DANGELO, J. G.; FATTINI, C. A. Anatomia Humana: Sistêmica e Segmentar. 3. ed. São Paulo: Atheneu, 2007. MOORE, K. L.; DALLEY, A. F. Anatomia Orientada para a Clínica. 5. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2007. Livro não finalizado. Versão provisória para uso exclusivo dos alunos do curso de Educação Física a distância da UFRN – semestre 2014.1. Uso provisório das imagens. Figuras e ilustrações de resposabilidade das editoras: ©Primal Pictures e ©Server Medical Arts. Disciplina: Anatomia Humana para Educação Física Aula 2: Anatomia do sistema esquelético e articular Apresentação Nesta segunda aula, você vai estudar as generalidades e particularidades referentes ao sistema esquelético e articular. Você poderá observar as funções desses sistemas, os vários componentes ósseos e articulares, bem como as diversas classificações dos ossos e articulações. No decorrer da aula, você verá que o osso não é uma estrutura “morta” e imutável, mas sim uma peça dinâmica que pode adaptar-se frente a várias situações, como numa determinada atividade física ou na imobilização. Além disso, você observará que as uniões entre os ossos formam as articulações e, de acordo com seu formato, teremos determinado movimento. Esses conceitos básicos serão essenciais para o curso de Educação Física e para observarmos individualmente os ossos do esqueleto humano. Objetivos Definir as funções do sistema esquelético e articular. Identificar a estrutura do tecido ósseo e seus componentes. Definir a divisão do esqueleto humano. Reconhecer os critérios de classificação dos ossos. Identificar as articulações sinoviais. Reconhecer os critérios de classificação das articulações sinoviais quanto à sua forma. Conceito e funções do sistema esquelético Segundo Dangelo e Fattini (2007), o esqueleto humano é formado por um conjunto de ossos e cartilagens que se interligam para formar o arcabouço corporal e desempenhar várias funções. Estas envolvem ações diversas, não Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Livro não finalizado. Versão provisória para uso exclusivo dos alunos do curso de Educação Física a distância da UFRN – semestre 2014.1. Uso provisório das imagens. Figuras e ilustrações de resposabilidade das editoras: ©Primal Pictures e ©Server Medical Arts. incluindo somente as atividades de movimento como a maioria pensa. Observe, a seguir, as diversas funções do sistema esquelético: Proteção para certos órgãos: a caixa torácica, por exemplo, protege vários órgãos como o coração, os pulmões, o esôfago. Do mesmo modo, os ossos que formam o crânio protegem o encéfalo, do qual o cérebro faz parte. Sustentação de partes moles do corpo: músculos, tendões ou ligamentos prendem-se ao esqueleto por meio de distintas saliências ósseas. Armazenamento de sais minerais: o esqueleto armazena, principalmente, sais de cálcio e de fósforo e alguns íons. O corpo humano possui algo em torno de 2 kg de cálcio, dos quais 98% encontram-se depositados no esqueleto (MARTINI, 2009). Movimentação: o esqueleto funciona como um sistema de alavancas que, ao ser movimentada pela musculatura, permite a mobilidade dos seguimentos corporais. Produção de células do sangue: produz, entre outras células, as hemácias ou glóbulos vermelhos do sangue. Figura 1 – Esqueleto humano Fonte: <www.lionden.com/ap1out-bone.htm>. Acesso em 27/11/2012: Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Livro não finalizado. Versão provisória para uso exclusivo dos alunos do curso de Educação Física a distância da UFRN – semestre 2014.1. Uso provisório das imagens. Figuras e ilustrações de resposabilidade das editoras: ©Primal Pictures e ©Server Medical Arts. Note que, para realizar funções tão importantes para o organismo, os ossos devem apresentar células e tecidos altamente especializados. Por isso, a seguir, estudaremos com mais detalhes a estrutura do tecido ósseo. O que é um osso? Do que é formado? Os ossos são órgãos esbranquiçados, rígidos, os quais se ligam entre si por meio de articulações e cartilagens, constituindo assim o esqueleto. Embora o estudo das células e do tecido ósseo seja de competência da Citologia e Histologia1, a compreensão das características básicas do tecido ósseo é de extrema relevância para o estudo anatômico do sistema esquelético. De forma geral, podemos dizer que o tecido ósseo representa uma forma especializada de tecido conjuntivo, cuja principal característica é a mineralização (calcificação) de sua matriz óssea. Como já foi brevemente mencionado na apresentação da aula, o osso é uma estrutura viva e dinâmica, que continuadamente tem seu tecido ósseo renovado, mediante processos de deposição de um novo tecido ou de reabsorção deste. Para tal fim, o tecido ósseo é composto por células especializadas que podem promover a formação e deposição do tecido ósseo (os osteoblastos) ou a reabsorçãode tecido ósseo (os osteoclastos). Pela atividade dessas células e de determinados hormônios2, os ossos renovam seu tecido num processo dinâmico e contínuo. Os osteócitos, por sua vez, são osteoblastos amadurecidos e são consideradas células responsáveis pela manutenção do tecido ósseo (Figura 2). 1 A Citologia é a ciência que estuda as células e suas organelas. As células podem agrupar-se e formar distintos tecidos biológicos. O estudo dos tecidos, seus tipos celulares e funcionamento é chamado de Histologia. 2 Hormônios são substâncias químicas que transferem informações e instruções entre as células, participando de processos distintos como a regulação do crescimento, desenvolvimento, controle das funções de muitos tecidos, auxílio em funções reprodutivas e regulação do metabolismo. O paratormônio e a calcitonina são hormônios relacionados ao remodelamento ósseo. Osteoclastos Osteoblastos Osteócitos Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Livro não finalizado. Versão provisória para uso exclusivo dos alunos do curso de Educação Física a distância da UFRN – semestre 2014.1. Uso provisório das imagens. Figuras e ilustrações de resposabilidade das editoras: ©Primal Pictures e ©Server Medical Arts. Figura 2 – Principais células do tecido ósseo Fonte: Adaptado de Servier Medical Art Por outro lado, todas essas células estão “mergulhadas” numa matriz óssea, que é um tipo de substância presente entre as células e pode ser dividida em partes orgânica e inorgânica. A parte orgânica é rica em fibras colágenas e proteínas. A parte orgânica da matriz confere elasticidade ao osso e resistência à tração. A parte inorgânica é rica em sais minerais, principalmente em sais de cálcio e de fósforo. Confere ao osso rigidez (dureza) e resistência à compressão. Para melhor observação da parte orgânica e inorgânica dos ossos, realize o experimento descrito na atividade a seguir. Atividade 1 1. Vamos fazer uma experiência com ossos. Vale à pena repetir uma experiência bastante comum em escolas, para que você possa observar as propriedades mecânicas do osso. Siga os passos a seguir: a) Separe dois ossos da coxa de frango e retire músculos e pele. Lave-os e deixe-os ao sol por um dia. b) Coloque um osso completamente imerso num frasco com vinagre e deixe-o por quatro dias. c) Pegue o outro osso e, segurando pelas extremidades, deixe-o diretamente na chama de uma vela por alguns minutos. d) Manipule os ossos após os experimentos e verifique o que aconteceu. Com base no que você já aprendeu sobre a matriz óssea, qual seria a explicação para os resultados observados? Externamente e internamente, os ossos são revestidos por membranas denominadas periósteo e endósteo, respectivamente. O periósteo é uma Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Livro não finalizado. Versão provisória para uso exclusivo dos alunos do curso de Educação Física a distância da UFRN – semestre 2014.1. Uso provisório das imagens. Figuras e ilustrações de resposabilidade das editoras: ©Primal Pictures e ©Server Medical Arts. membrana dupla de tecido conjuntivo que reveste a superfície externa dos ossos, exceto as superfícies articulares. Seu folheto externo é bastante inervado e vascularizado. Nesse local, vasos sanguíneos perfuram o periósteo e se aprofundam no osso para levar nutrientes e oxigênio. O folheto interno do periósteo possui células que, quando estimuladas por pressão mecânica ou por lesão, assumem aparência de osteoblastos com capacidade de formar novo tecido ósseo, atividade esta denominada osteogênica, ou seja, “formadora de osso”. Participa, portanto, do crescimento em espessura de um osso e de reparo de fraturas. Mas considerando uma visão macroscópica, você tem ideia de como o osso é organizado internamente? A seguir, veremos a organização óssea em substâncias compacta e esponjosa, além de estruturas que preenchem as cavidades no interior de um osso. Substância óssea compacta e esponjosa Se pegarmos um osso como o fêmur, por exemplo, e o seccionarmos frontalmente (ou coronalmente), poderemos observar dois tipos distintos de “substâncias”. A parte mais externa e superficial é chamada de substância óssea compacta. Nesta, os elementos do tecido ósseo arranjam-se de maneira bastante densa, formando camadas (ou lamelas) ósseas concêntricas que não deixam espaços entre si, conferindo ao osso um aspecto compacto e maciço. Na parte mais interna e profunda, chamada de substância óssea esponjosa, os elementos do tecido ósseo arranjam-se de maneira a formar septos ósseos (lamínulas ósseas) que delimitam pequenos espaços (poros), os quais conferem ao osso um aspecto poroso semelhante a uma esponja. A Figura 3 evidencia os dois tipos de substâncias ósseas presentes em cortes frontal e transversal do fêmur, um osso do tipo longo. Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Livro não finalizado. Versão provisória para uso exclusivo dos alunos do curso de Educação Física a distância da UFRN – semestre 2014.1. Uso provisório das imagens. Figuras e ilustrações de resposabilidade das editoras: ©Primal Pictures e ©Server Medical Arts. Figura 3 – Disposição da substância óssea compacta e esponjosa em osso longo Fonte: Adaptado de servier medical art Nas extremidades desse osso, a substância óssea compacta é bastante delgada se comparada à grande massa de substância esponjosa. Porém, entre essas extremidades, temos um padrão diferente de disposição das substâncias ósseas, sendo a compacta bastante abundante. Os ossos do esqueleto são constituídos externamente (na parte superficial) por camadas de substância óssea compacta e, internamente, por substância óssea esponjosa. A substância óssea esponjosa que se encontra entre as lâminas compactas de substância compacta de alguns ossos do crânio recebe a denominação de díploe (Figura 4). Substância óssea compacta Substância óssea esponjosa Esponjoso Compacto Thiago Cesar Highlight Livro não finalizado. Versão provisória para uso exclusivo dos alunos do curso de Educação Física a distância da UFRN – semestre 2014.1. Uso provisório das imagens. Figuras e ilustrações de resposabilidade das editoras: ©Primal Pictures e ©Server Medical Arts. Figura 4 – Díploe em ossos planos no crânio Fonte: Adaptado de primal pictures (2009). Preenchimento das cavidades do interior de um osso Todos os espaços presentes no interior de um osso são preenchidos por um tecido mieloide, que recebe o nome de medula óssea (Figura 5). Esta pode ser de dois tipos: vermelha ou amarela. Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Livro não finalizado. Versão provisória para uso exclusivo dos alunos do curso de Educação Física a distância da UFRN – semestre 2014.1. Uso provisório das imagens. Figuras e ilustrações de resposabilidade das editoras: ©Primal Pictures e ©Server Medical Arts. Figura 5 – Corte transversal de osso evidencia preenchimento de medula óssea amarela em seu interior Fonte: Adaptado de primal pictures 2009. a) Medula óssea vermelha: é ricaem vasos sanguíneos e por isso leva esse nome. É responsável pela produção de células do sangue, principalmente hemácias (glóbulos vermelhos). Ao nascimento, a medula óssea vermelha está presente preenchendo os espaços internos da maioria dos ossos, mas, no adulto, sua localização restringe-se aos espaços presentes no interior de ossos como as vértebras, extremidades dos ossos longos, ossos do crânio, osso esterno e osso ílio. b) Medula óssea amarela: representa a medula óssea vermelha, que, com o desenvolvimento do esqueleto, tornou-se inativa e rica em gordura. Possui um aspecto mais amarelado, como o próprio nome diz. Normalmente, não participa na produção de células do sangue, mas pode, quando requisitada, transformar-se em vermelha. No adulto, está presente preenchendo os espaços internos da maioria dos ossos, o chamado canal medular (reveja Figura 5). Periósteo Substância compacta Substância esponjosa Vasos sanguíneos Medula óssea amarela Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Livro não finalizado. Versão provisória para uso exclusivo dos alunos do curso de Educação Física a distância da UFRN – semestre 2014.1. Uso provisório das imagens. Figuras e ilustrações de resposabilidade das editoras: ©Primal Pictures e ©Server Medical Arts. Divisão do esqueleto humano O esqueleto humano é um só (Figura 6), mas didaticamente, o dividimos em dois grandes conjuntos de ossos. Figura 6 – Visão geral dos ossos do esqueleto, vistas anterior e posterior Fonte: Adaptado de primal pictures (2009). O primeiro, chamado de esqueleto axial, forma o eixo do corpo e é formado pelos ossos da cabeça, osso hioide, coluna vertebral, costelas e esterno (veja Figura 7). Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Livro não finalizado. Versão provisória para uso exclusivo dos alunos do curso de Educação Física a distância da UFRN – semestre 2014.1. Uso provisório das imagens. Figuras e ilustrações de resposabilidade das editoras: ©Primal Pictures e ©Server Medical Arts. Figura 7 – Visão geral dos ossos do esqueleto axial, vistas anterior e posterior Fonte: Adaptado de primal pictures (2009). A outra parte, denominada esqueleto apendicular, representa o conjunto de ossos presentes nos membros superior e inferior (Figura 8). São os “apêndices” ósseos que se ligam ao esqueleto axial. Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Livro não finalizado. Versão provisória para uso exclusivo dos alunos do curso de Educação Física a distância da UFRN – semestre 2014.1. Uso provisório das imagens. Figuras e ilustrações de resposabilidade das editoras: ©Primal Pictures e ©Server Medical Arts. Figura 8 – Visão geral dos ossos do esqueleto apendicular, vistas anterior e posterior Fonte: Adaptado de primal pictures (2009). A união entre os esqueletos axial e apendicular se dá por meio de cíngulos. Temos os cíngulos dos membros superiores, composto pelas escápulas e clavículas; e os cíngulos dos membros inferiores, composto pelos ossos do quadril. Para facilitar a visualização dos ossos, não foi discriminado os cíngulos dos membros superior e inferior nas Figuras 6, 7 e 8. Veja, a seguir, a lista de ossos presentes nas diferentes regiões do corpo como uma forma de exemplificação. Confira-os de acordo com as figuras Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Livro não finalizado. Versão provisória para uso exclusivo dos alunos do curso de Educação Física a distância da UFRN – semestre 2014.1. Uso provisório das imagens. Figuras e ilustrações de resposabilidade das editoras: ©Primal Pictures e ©Server Medical Arts. subsequentes. Não se preocupe com a quantidade de estruturas, pois abordaremos esses ossos com mais detalhes na próxima aula. 1. Cabeça a) Ossos do crânio: Ossos ímpares: frontal, occipital, esfenoide e etmoide. Ossos pares: parietais e temporais. b) Ossos da face: Ossos ímpares: mandíbula e vômer. Ossos pares: nasais, lacrimais, maxilas, palatinos, zigomáticos e conchas nasais inferiores. Figura 9 – Alguns ossos do crânio, vista lateral Fonte: Adaptado de primal pictures (2009). Frontal Esfenoide Parietal Occipital Temporal Nasal Maxilar Mandíbula Zigomático Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Livro não finalizado. Versão provisória para uso exclusivo dos alunos do curso de Educação Física a distância da UFRN – semestre 2014.1. Uso provisório das imagens. Figuras e ilustrações de resposabilidade das editoras: ©Primal Pictures e ©Server Medical Arts. Figura 10 – Alguns ossos do crânio, vista anterior Fonte: adaptado de primal pictures (2009). Repare que o olho fica alojado numa cavidade, a órbita, que é formada pela união de vários ossos. Frontal Nasal Esfenoide Zigomático Maxila r Mandíbula Vômer Etmoide Tempora l Parietal Livro não finalizado. Versão provisória para uso exclusivo dos alunos do curso de Educação Física a distância da UFRN – semestre 2014.1. Uso provisório das imagens. Figuras e ilustrações de resposabilidade das editoras: ©Primal Pictures e ©Server Medical Arts. Figura 11 – Alguns ossos do crânio, vista inferior Fonte: Adaptado de primal pictures (2009). 2. Tronco Ossos da coluna vertebral: 7 vértebras cervicais, 12 vértebras torácicas, 5 vértebras lombares, osso sacro e osso cóccix. Ossos da caixa torácica: Esterno e 12 pares de costelas. Osso hioide. 3. Membro superior Ossos do ombro: A escápula e a clavícula são denominadas em conjunto como ossos da cintura escapular, ou cíngulo do membro superior. Osso do braço: Úmero. Ossos do antebraço: Rádio e ulna. Ossos da mão: Ossos que formam o carpo, ossos do metacarpo e as falanges. Maxilar Occipital Temporal Esfenoide Zigomático Palatino Vômer Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Livro não finalizado. Versão provisória para uso exclusivo dos alunos do curso de Educação Física a distância da UFRN – semestre 2014.1. Uso provisório das imagens. Figuras e ilustrações de resposabilidade das editoras: ©Primal Pictures e ©Server Medical Arts. Figura 12 – Ossos do membro superior, vista anterior Fonte: Adaptado de primal pictures (2009). A escápula e a clavícula são ossos do cíngulo do membro superior, ou seja, fazem a ligação entre o esqueleto axial e o esqueleto apendicular do membro superior. Clavícula Escápula Úmero Rádio Ulna Ossos do carpo Metacarpo s Livro não finalizado. Versão provisória para uso exclusivo dos alunos do curso de Educação Física a distância da UFRN – semestre 2014.1. Uso provisório das imagens. Figuras e ilustrações de resposabilidade das editoras: ©Primal Pictures e ©Server Medical Arts. Figura 13 – Ossos apendiculares do membro superior, vista anterior Fonte: Adaptado de primal pictures (2009). 4. Membro inferior Osso do quadril: Forma a cintura pélvica com o osso correspondente do outro lado (em outras palavras, do antímerooposto). Osso da coxa: Fêmur. Osso do joelho: Patela. Ossos da perna: Tíbia e fíbula. Ossos do pé: ossos do tarso, do metatarso e falanges. Úmero Rádio Ulna Ossos do carpo Metacarpos Falanges Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Livro não finalizado. Versão provisória para uso exclusivo dos alunos do curso de Educação Física a distância da UFRN – semestre 2014.1. Uso provisório das imagens. Figuras e ilustrações de resposabilidade das editoras: ©Primal Pictures e ©Server Medical Arts. Figura 14 – Alguns ossos do esqueleto humano, vista posterior Fonte: Adaptado de primal pictures (2009). Note como as costelas formam uma caixa de proteção para vários órgãos no tórax Coluna vertebral Sacro Osso do quadril Costela Livro não finalizado. Versão provisória para uso exclusivo dos alunos do curso de Educação Física a distância da UFRN – semestre 2014.1. Uso provisório das imagens. Figuras e ilustrações de resposabilidade das editoras: ©Primal Pictures e ©Server Medical Arts. Figura 15 – Ossos apendiculares do membro inferior, vista lateral Fonte: Adaptado de primal pictures (2009). O osso do quadril, assim como o sacro, é considerado osso do cíngulo do membro inferior, ou seja, faz a ligação entre esqueleto axial e esqueleto apendicular do membro inferior. Osso do quadril Fêmur Tíbia Patela Fíbula Ossos do tarso Metatarsos Livro não finalizado. Versão provisória para uso exclusivo dos alunos do curso de Educação Física a distância da UFRN – semestre 2014.1. Uso provisório das imagens. Figuras e ilustrações de resposabilidade das editoras: ©Primal Pictures e ©Server Medical Arts. Figura 16 – Ossos apendiculares distais do membro inferior, vista superior Fonte: adaptado de primal pictures (2009). Veja como o pé é formado por vários ossos que se articulam entre si. O osso sacro representa a parte distal da coluna vertebral, entre a coluna lombar e o cóccix, e é considerado um osso do esqueleto axial ou do cíngulo do membro inferior. Fíbula Tíbia Ossos do tarso Metatarsos Falanges Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Livro não finalizado. Versão provisória para uso exclusivo dos alunos do curso de Educação Física a distância da UFRN – semestre 2014.1. Uso provisório das imagens. Figuras e ilustrações de resposabilidade das editoras: ©Primal Pictures e ©Server Medical Arts. Classificação dos ossos O que deve ter-lhe chamado atenção nas figuras anteriores é a grande variedade de formas ósseas. Você já aprendeu que os ossos do esqueleto podem ser classificados em ossos do esqueleto axial e ossos do esqueleto apendicular. No entanto, existem vários outros critérios de classificação de um osso, como quanto à forma, quanto à presença de cavidades cheias de ar e quanto ao número total de ossos. Vejamos cada um deles. Classificação dos ossos quanto à forma a) Osso curto É o osso no qual comprimento, largura e espessura são equivalentes, como se fossem cubos geométricos. Os ossos do carpo e do tarso, presentes na mão e no pé, respectivamente, são os exemplos mais comuns desses ossos (reveja a Figura 13 e a Figura 16). b) Osso plano O osso no qual tanto largura e comprimento predominam sobre a espessura. São ossos com aspecto mais achatado. Por exemplo, o osso parietal, no crânio (reveja Figura 9). c) Osso longo Como o nome diz, é o osso no qual o comprimento predomina sobre a largura e a espessura. Dessa forma, assemelham-se a retângulos. Como exemplos clássicos, temos os ossos fêmur, tíbia e fíbula no membro inferior e úmero, ulna e rádio no membro superior. Esses ossos possuem características marcantes e devemos estudar esse tipo ósseo de forma mais aprofundada antes de passarmos para outros tipos de “classificações quanto à forma”. Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Livro não finalizado. Versão provisória para uso exclusivo dos alunos do curso de Educação Física a distância da UFRN – semestre 2014.1. Uso provisório das imagens. Figuras e ilustrações de resposabilidade das editoras: ©Primal Pictures e ©Server Medical Arts. Todos os ossos longos possuem duas extremidades alargadas denominadas epífises, e uma região intermediária denominada diáfise, que forma a haste longa do osso. Como a maioria dos ossos longos localiza-se nos membros, uma das epífises é chamada de epífise proximal (a mais próxima do cíngulo do respectivo membro) e a outra, distal (a mais distante do cíngulo do referido membro). Além disso, a diáfise do osso longo apresenta no seu interior, e por toda sua extensão, um canal – o canal ou cavidade medular. Essa é a estrutura que aloja a medula óssea (Figura 17). Nos ossos longos de indivíduos que não completaram o crescimento (exemplo: crianças e adolescentes), existe entre cada epífise e a diáfise um disco de cartilagem hialina denominado cartilagem epifisária (também conhecido como cartilagem epifisial, disco epifisial ou cartilagem de crescimento). A referida cartilagem permite o crescimento do osso longo em comprimento. O osso longo cessa seu crescimento quando a cartilagem epifisária for totalmente substituída por tecido ósseo (calcificação). A região do osso longo onde está localizada a cartilagem epifisária denomina-se metáfise, que pode ser considerada a parte dilatada da diáfise mais próxima à epífise. Veja as características do osso longo na Figura 17. Figura 17 – Características gerais do osso longo Fonte: Adaptado de primal pictures (2009). Epífise proximal Epífise distal Diáfise Cartilagem epifisária calcificada Cavidade medular Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Livro não finalizado. Versão provisória para uso exclusivo dos alunos do curso de Educação Física a distância da UFRN – semestre 2014.1. Uso provisório das imagens. Figuras e ilustrações de resposabilidade das editoras: ©Primal Pictures e ©Server Medical Arts. d) Osso alongado Tal qual o osso longo, é aquele osso em que o comprimento predomina sobre a largura e sobre a espessura. Porém, esse tipo ósseo não apresenta cavidade medular. Por exemplo: as costelas (reveja a Figura 14). e) Osso irregular Representa todos os ossos que possuem uma forma tão complexa e diferente que não se enquadram em nenhum dos tipos anteriormente citados. Por exemplo: as vértebras da coluna vertebral e os ossos vômer e esfenoide, no crânio (compare os referidos tipos ósseos na Figura 18). Figura 18 – Classificação dos ossos quanto à forma Fonte: Adaptado de primal pictures (2009). 1 2 4 3 5 Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Livro não finalizado. Versão provisória para uso exclusivo dos alunos do curso de Educação Física a distância da UFRN– semestre 2014.1. Uso provisório das imagens. Figuras e ilustrações de resposabilidade das editoras: ©Primal Pictures e ©Server Medical Arts. Atividade 2 1. Baseado no que você estudou até aqui sobre a forma óssea, classifique os ossos da Figura 18 quanto à forma: 1- 2- 3- 4- 5- Classificação dos ossos quanto à presença de cavidades cheias de ar Mas não classificamos os ossos apenas pela sua forma. Outro critério de classificação envolve a presença de cavidades ocas em seu interior. Então, veja, a seguir, que os ossos podem ser pneumáticos e não pneumáticos. a) Osso pneumático É todo o osso que apresenta uma ou mais cavidades no seu interior, revestidas por tecido mucoso e preenchidas por ar. Esses ossos estão localizados na cabeça e suas cavidades constituem os chamados seios paranasais. São pneumáticos os ossos maxilas, frontal, etmoide e esfenoide. b) Osso não pneumático É o osso que não possui cavidades cheias de ar. Compreende todos os ossos que não foram citados como pneumáticos. Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Livro não finalizado. Versão provisória para uso exclusivo dos alunos do curso de Educação Física a distância da UFRN – semestre 2014.1. Uso provisório das imagens. Figuras e ilustrações de resposabilidade das editoras: ©Primal Pictures e ©Server Medical Arts. Outras formas de classificação dos ossos Podemos também classificar os ossos de acordo com a contagem geral dos ossos que um dado indivíduo “normal” apresenta. a) Osso extranumerário É o osso que pode estar presente no esqueleto de um ou de outro indivíduo e que não entra na contagem geral dos ossos. Não é encontrado em todos os indivíduos, apenas em alguns, e constituem variações anatômicas. b) Osso sesamoide É o osso extranumerário localizado em outras regiões do esqueleto que não a cabeça, geralmente, “embutidos” em tendões musculares ou em cápsulas articulares (Figura 19). Esses ossos aumentam a eficiência muscular, pois funcionam como verdadeiras polias anatômicas. Todos nós possuímos a patela no joelho, a qual representa o maior osso sesamoide do corpo humano. Contudo, a patela representa uma exceção, pois a mesma entra na contagem geral dos ossos. Por outro lado, outros ossos sesamoides podem ou não ser encontrados em determinado indivíduo, representando um fator de variação anatômica. Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Livro não finalizado. Versão provisória para uso exclusivo dos alunos do curso de Educação Física a distância da UFRN – semestre 2014.1. Uso provisório das imagens. Figuras e ilustrações de resposabilidade das editoras: ©Primal Pictures e ©Server Medical Arts. Figura 19 – Ossos sesamoide na região do hálux, o primeiro dedo do pé Fonte: <http://www.coreconcepts.com.sg/mcr/sesamoiditis-pain-in-the-foot/>. Acesso em: 27 nov. 2012. Quantos ossos o corpo humano possui? Você deve perceber que alguns ossos podem ser classificados em mais de um grupo. Veja só: o osso frontal é um osso plano (quanto à forma), mas também possui cavidades com ar, o que o caracteriza como pneumático também. De forma geral, o indivíduo adulto apresenta 206 ossos. Esse número pode variar por causa de critérios de contagem dos ossos, fatores de variações individuais (como ossos extranumerários, por exemplo) e por fatores etários. Estes são particularmente interessantes, porque o número de ossos tende a diminuir à medida que envelhecemos. Isso ocorre pela fusão de vários ossos a partir do desenvolvimento. O osso do quadril no feto, por exemplo, é formado pela união de três partes (ílio, ísquio e púbis) que se soldam para formar um único osso no indivíduo adulto (DANGELO; FATTINI, 2007). Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Livro não finalizado. Versão provisória para uso exclusivo dos alunos do curso de Educação Física a distância da UFRN – semestre 2014.1. Uso provisório das imagens. Figuras e ilustrações de resposabilidade das editoras: ©Primal Pictures e ©Server Medical Arts. O que são acidentes ósseos? Os ossos variam muito em forma e tamanho. Além disso, a superfície de um osso pode apresentar projeções, saliências, reentrâncias, sulcos, orifícios, depressões etc., que constituem as saliências ou acidentes ósseos. Os acidentes ósseos auxiliam a articulação de um osso com outro, permitem a passagem de vasos sanguíneos e nervos, servem para a fixação dos músculos, dos ligamentos, de membranas etc. Podemos dizer de uma forma bastante simplificada que cada acidente ósseo possui uma função. Todo acidente ósseo destinado a uma articulação possui a superfície desprovida de periósteo, isso porque essa estrutura possui vasos sanguíneos e nervos e causaria bastante dor se houvesse contato. Cada acidente também apresenta um aspecto mais liso e homogêneo do que as demais superfícies do osso em questão. Cada tipo de saliência óssea recebe um nome específico. Orifícios e canais são denominados forames, óstios, fissuras, canais etc. Depressões nas superfícies ósseas são denominadas fossas, fovéolas, fóveas, sulco etc. Saliências são protuberâncias, cristas, linhas, processo, túber, espinha, tubérculo, trocânter, maléolo, cabeça, capítulo, tróclea, dente etc. Reentrâncias ao longo de uma margem são incisuras. Superfícies de acidentes utilizados em articulações são as faces articulares e as circunferências articulares. Alguns exemplos de acidentes ósseos estão representados na Figura 20. Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Livro não finalizado. Versão provisória para uso exclusivo dos alunos do curso de Educação Física a distância da UFRN – semestre 2014.1. Uso provisório das imagens. Figuras e ilustrações de resposabilidade das editoras: ©Primal Pictures e ©Server Medical Arts. Figura 20 – Alguns acidentes ósseos do úmero e fêmur Fonte: Adaptado de primal pictures (2009). Repare a enorme variedade de nomes que muitas vezes denominam a mesma estrutura! No decorrer do nosso curso, abordaremos os acidentes ósseos mais significativos e relevantes para o curso de Educação Física, de acordo com os objetivos propostos para o curso. Antes, vamos ver como os ossos se unem para formar as articulações e propiciar movimentos nas alavancas ósseas. Os ossos são ligados por meio de articulações Vimos anteriormente que uma das funções do sistema esquelético é permitir a movimentação dos segmentos corporais. Porém, essa movimentação produzida pela musculatura só é possível por causa da união entre os ossos. Articulações ou junturas representam a união entre ossos ou entre ossos e demais tecidos nos diferentes segmentos do corpo, permitindo mobilidade e conferindo funcionalidade a um determinado indivíduo. Obviamente, existem Superfície articular Linha Côndilos Trocânteres Epicôndilo Fossa Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Livro não finalizado. Versão provisória para usoexclusivo dos alunos do curso de Educação Física a distância da UFRN – semestre 2014.1. Uso provisório das imagens. Figuras e ilustrações de resposabilidade das editoras: ©Primal Pictures e ©Server Medical Arts. diferenças entre a mobilidade de articulações. Para isso, devemos observar o tipo de tecido que está presente entre os ossos. Tipos de articulação quanto ao tipo de tecido As articulações são classificadas em três grupos de acordo com o tecido que se encontra interposto às peças ósseas: fibrosas, cartilagíneas ou sinoviais. a) Articulações fibrosas O tipo de tecido entre os ossos é o tecido conjuntivo fibroso. Assim, a mobilidade dessas articulações é extremamente baixa. Existem dois subtipos de articulações fibrosas: as sindesmoses e suturas. Nas sindesmoses existe grande quantidade de tecido fibroso que, inclusive, forma uma membrana interóssea, que limita o movimento desses ossos. Veja a articulação entre o rádio e a ulna no antebraço, exemplo de sindesmose, na Figura 21. Figura 21 – Articulação rádio-ulnar com a membrana interóssea evidente entre rádio e ulna Fonte: Adaptado de primal pictures (2009). Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Livro não finalizado. Versão provisória para uso exclusivo dos alunos do curso de Educação Física a distância da UFRN – semestre 2014.1. Uso provisório das imagens. Figuras e ilustrações de resposabilidade das editoras: ©Primal Pictures e ©Server Medical Arts. Por outro lado, a quantidade de tecido fibroso é bem baixa nas suturas, articulações encontradas entre os ossos do crânio (reveja a Figura 9 e repare as junturas entre os ossos do crânio). O que são fontículos? As suturas dos recém-nascidos possuem extensas áreas de tecido fibroso, estruturadas conhecidas como fontículos (ou “moleiras”, no linguajar popular). Visam principalmente permitir o crescimento do encéfalo, facilitação do parto e oferecer proteção contra traumas na cabeça. À medida que o indivíduo cresce, os fontículos são ossificados. b) Articulações cartilaginosas Existe uma camada de tecido cartilaginoso entre as peças ósseas nas articulações cartilaginosas. Também existem dois subtipos. Quando essa cartilagem é do tipo hialina, denominamos sincondrose. Um exemplo clássico de sincondrose está entre as costelas e o esterno, as chamadas articulações esterno-costais (Figura 22). Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Livro não finalizado. Versão provisória para uso exclusivo dos alunos do curso de Educação Física a distância da UFRN – semestre 2014.1. Uso provisório das imagens. Figuras e ilustrações de resposabilidade das editoras: ©Primal Pictures e ©Server Medical Arts. Figura 22 – Articulações esterno-costais. As setas apontam para as cartilagens costais entre o esterno e as costelas Fonte: Adaptado de primal pictures (2009). Já nas sínfises, os ossos são separados por um disco de fibrocartilagem. Além dos discos intervertebrais na coluna vertebral, a sínfise púbica, localizada entre os dois púbicos, são exemplos de sínfises (Figura 23). Figura 23 – Sínfise púbica. A seta aponta para o disco entre os ossos púbicos Fonte: <www.oncourse.iu.edu>. Acesso em: 27 nov. 2012. c) Articulações sinoviais O tecido interposto entre os ossos na articulação sinovial é o líquido sinovial. Tal fluido é importante na lubrificação da articulação e é produzido pela sinóvia da cápsula articular (Figura 24), estrutura que envolve e encapsula a articulação, formando uma cavidade articular preenchida por líquido sinovial. Geralmente, não há contato entre os ossos, já que eles são revestidos por uma cartilagem articular. Devido à grande mobilidade dessas articulações, discos, ligamentos, meniscos e bursas são elementos frequentemente associados às articulações sinoviais, pois visam aumentar a congruência e estabilidade articular. Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Livro não finalizado. Versão provisória para uso exclusivo dos alunos do curso de Educação Física a distância da UFRN – semestre 2014.1. Uso provisório das imagens. Figuras e ilustrações de resposabilidade das editoras: ©Primal Pictures e ©Server Medical Arts. Figura 24 – Cápsula articular do joelho, apresentada em destaque Fonte: Adaptado de primal pictures (2009). Artrite X artrose Embora sejam usadas como sinônimos, artrite e artrose são doenças distintas, mas que podem possuir sintomas parecidos como dor e disfunção. Enquanto a artrite representa um processo inflamatório da articulação, a artrose envolve um desgaste crônico da cartilagem articular. Assim, um correto diagnóstico facilita o efetivo tratamento da doença. A mobilidade conferida pelas dezenas de articulações sinoviais que possuímos depende da forma das superfícies articulares. Assim, o tipo de “encaixe ósseo” pode nos dizer qual movimento ocorre em determinada articulação. Vamos ver as formas de articulações sinoviais a seguir e entender isso detalhadamente. Classificação da forma das articulações sinoviais As diversas formas de articulações sinoviais possibilitam o tipo de movimento e sua amplitude de movimento. É necessário que o leitor tenha entendido o conceito de planos e eixos anatômicos estudado na Aula 1 – Introdução à Anatomia Humana para compreender melhor os movimentos articulares. Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Thiago Cesar Highlight Livro não finalizado. Versão provisória para uso exclusivo dos alunos do curso de Educação Física a distância da UFRN – semestre 2014.1. Uso provisório das imagens. Figuras e ilustrações de resposabilidade das editoras: ©Primal Pictures e ©Server Medical Arts. a) Articulações planas A região de contato entre os ossos é plana ou ligeiramente curva. Exemplos estão entre os ossos do tarso e carpo e, assim, possibilitam movimentos de deslizamento com pequena amplitude de movimento. b) Articulações em gínglimo As articulações em gínglimo ou dobradiça permitem movimentos angulares de flexão e extensão no plano sagital, tal qual quando fechamos ou abrimos uma porta. Como exemplo, temos a articulação do cotovelo (Figura 25d). c) Articulações trocoideas Também chamadas de articulações em pivô, sua forma cilindroide possibilita movimentos de rotação em torno de seu eixo longitudinal (Figura 25e). Como exemplo, a articulação rádio-ulnar proximal auxilia nos movimentos de pronação e supinação do antebraço. d) Articulações elipsoides Essas articulações também são denominadas “condilares”, pois envolvem a união de superfícies articulares côncava e convexa (Figura 25b). Permite movimentação em dois planos anatômicos, sagital e frontal, com movimentos de flexão-extensão e adução-abdução. e) Articulações selares Tem a forma de uma sela, uma montaria mesmo (Figura 25c). Tal forma complexa está presente na base da articulação do polegar, permitindo movimentos de flexão-extensão e adução-abdução. f) Articulações esferoides
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