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AULA 01 RESUMO CONT. MET. ENS. CRECHES E ED.INFANTIL

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AULA 01 – CONTEÚDO METODOLOGIA E PRÁTICA DE ENSINO DE CRECHES E ED.INFANTILont.
Normalmente, associa-se a infância a imagens de crianças saudáveis e felizes, brincando descontraídas, sem preocupações, envolvidas em tarefas que pertençam somente a atividade lúdica em que estão concentradas no momento, geralmente, acompanhadas de um olhar atento de um adulto que as observa e procura suprir as suas necessidades.
Atualmente, algumas ciências nos permitem obter conhecimentos específicos a respeito de ser criança e de ter infância.  
Uma criança é um ser humano no início de seu desenvolvimento. São chamadas recém-nascidas a partir do nascimento até um mês de idade; bebê, entre o segundo e o décimo oitavo mês, e criança quando têm entre dezoito meses até oito anos de idade.
A infância é o período que vai desde o nascimento até aproximadamente o décimo primeiro ano de vida de uma pessoa.
Infância: É um período de grande desenvolvimento físico, marcado pelo gradual crescimento da altura e do peso da criança - especialmente nos primeiros três anos de vida e durante a puberdade. Mais do que isto, é um período em que o ser humano desenvolve-se psicologicamente, envolvendo graduais mudanças no comportamento da pessoa e na aquisição das bases de sua personalidade.
Aries (1975) em seu livro História Social da Infância e da Família desenvolveu um rico estudo a respeito da lenta transformação da criança e da família na Europa Ocidental. “Na idade média, no inicio dos tempos modernos, e por muito tempo ainda nas classes populares, as crianças misturavam-se com os adultos assim que eram consideradas capazes de dispensar a ajuda das mães ou das amas, poucos anos depois de um desmame tardio – ou seja, aproximadamente, aos sete anos de idade...
Adultos: É possível perceber por meio de inúmeros estudos que durante muito tempo a criança era tratada como miniadulto e que seu lugar na sociedade não tinha nenhum valor. Antes de se tornarem miniadultos eram tratadas como animais, com poucas condições de sobrevivência. Existem registros históricos que demonstram essa afirmativa, como quando ao nascer uma menina ou um menino, era usada a seguinte frase: “nasceu mais um macho ou mais uma fêmea”. Termos semelhantes ao que se usa por ocasião do nascimento de outros animais.
O tratamento a criança na cultura indígena
Estudos descrevem que os pais das crianças indígenas na época do Brasil Colonial eram atenciosos, amorosos  e costumavam participar da vida de seus filhos desde o nascimento . Poderiam oferecer qualquer coisa àqueles que dessem atenção as suas crianças.
Os adultos tratavam as crianças com respeito. Não existiam castigos ou agressões físicas e todos os membros da tribo se sentiam  responsáveis pela criança.
Alguns estudos indicam que ainda hoje a criança indígena é bem tratada pelos membros de sua tribo, como é o caso da tribo dos Yanomami.
É possível perceber que a cultura indígena em geral respeita a criança e procura acompanhá-la, oferecendo as condições necessárias para que se constitua um ser humano capaz de assumir o seu lugar na sociedade, a partir de uma infância livre e amorosa.
As amas de leite – a influência dos negros
As crianças negras na época do Brasil colonial nasceram em nosso país, e ao chegarem ao mundo já eram consideradas escravas, sem direito a liberdade e a poucos cuidados maternos, uma vez que suas mães amamentavam os filhos das mulheres brancas que não cuidavam de suas próprias crias.
É possível afirmar que as crianças negras e escravas tiveram pouco tempo e espaço para ser criança durante a infância. Viveram em um período em que era permitida a exploração de seu corpo que nem mesmo lhe pertencia.
A infância em diferentes locais
Atualmente, ao ilustrar as diferentes infâncias, considerando as variadas culturas, podemos afirmar que viver na zona rural ou na zona urbana também é um fator que interfere ativamente na maneira como uma criança irá viver a infância.
O campo, apesar de oferecer mais espaço e liberdade para as crianças, muitas vezes as obriga a entrar no mundo do trabalho precocemente, uma vez que o filho pode acompanhar o pai na plantação ou na criação de animais. Este aspecto acaba diminuindo a infância, reduzindo-a a um período mais curto e de menor valor.
A vida na cidade grande muitas vezes deixa claro “o que é de criança e o que é de adulto”. Quer dizer, considerando a classe econômica a qual a criança pertença, quem trabalha é o adulto, enquanto a criança deve apenas estudar.
É preciso estar atento a esses aspectos, pois em uma sociedade em que adultos e crianças tem papeis que se confundem, o lugar da infância corre o risco de deixar de existir, cedendo à pressa do mundo do consumo e do trabalho. É preciso ter claro que as crianças precisam de cuidados e de uma educação de qualidade que valorize o respeito às necessidades de sua infância.

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