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Classe das palavras SINTAXE

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Português p/ ANA 
Teoria e exercícios comentados 
Prof Marcos Van Acker – Aula 02 
 
 
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AULA 02: Classes de Palavras/ Sintaxe 
 
SUMÁRIO PÁGINA 
1. Introdução 1 
2. Classes de Palavras – continuação 2 
3. Adjetivos 3 
4. Advérbios 4 
5. Pronomes 5 
6. Preposições 14 
7. Conjunções 15 
8. Artigos e numerais 17 
9. Sintaxe – a oração e seus termos 26 
10. Período composto 31 
11. Questões comentadas 36 
12. Lista das questões apresentadas 57 
13. Considerações finais – Gabarito 75 
 
 
Olá, meus caros, em nosso terceiro encontro nesta preparação para o 
concurso da Agência Nacional de Águas, vamos examinar alguns pontos 
ainda relativos às classes de palavras. 
 
A seguir, começamos nosso estudo da sintaxe, com os termos da oração, 
o período simples e o período composto. 
 
O programa de sintaxe para esta aula é o seguinte: Sintaxe. A oração e 
seus termos. O período e sua construção: Período simples e período 
composto. Coordenação e Subordinação. Questões resolvidas e 
comentadas sobre os pontos da aula. 
 
Bem, então ao trabalho, iniciemos com as classes de palavras! 
 
Classes de palavras - continuação 
 
Meus caros, a relação entre os vocábulos constituídos por morfemas 
lexicais, conforme vimos na aula passada, pode ser resumida no quadro 
abaixo. O Verbo tem posição preponderante na oração, como vimos e 
estudaremos também em sintaxe; o substantivo também é importante, 
estão um em função do outro, com o verbo um pouco ―mais acima‖ 
Português p/ ANA 
Teoria e exercícios comentados 
Prof Marcos Van Acker – Aula 02 
 
 
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sintaticamente. As demais classes – advérbios e adjetivos – são 
subordinadas a estas classes. 
 
 
 
 
 
 
As palavras das outras classes assumem funções em relação a estas, são 
palavras de cunho instrumental, sem sentido autônomo; são elas as 
preposições, as conjunções, os artigos, os numerais (de sentido restrito). 
Temos ainda as interjeições, uma classe a parte, conforme teremos a 
oportunidade de ver. 
 
Iniciemos os estudos pela classe dos adjetivos. 
 
Adjetivos 
 
Sabemos todos que o adjetivo é a palavra que serve para caracterizar os 
seres ou objetos designados pelos substantivo, indicando suas qualidades 
(positivas ou negativas), suas características, seu estado. 
 
 Moça bonita 
 Sinal vermelho 
 Carro velho 
 
Muitas vezes usamos de forma intercambiável nomes como substantivo 
ou como adjetivo; a função assumida dependerá do contexto, como no 
caso de Um caolho poeta cantou os corsários / Um poeta caolho cantou os 
corsários; na primeira, caolho poderá ser substantivo, na segunda será 
adjetivo. A posição terá muita influência na definição da função; o 
importante é notar que o nome, enfim, é o mesmo. 
 
Os adjetivos em sua maioria são derivados, morfologicamente, de 
substantivos ou verbos, com sentido relacionado ao da palavra primitiva; 
apenas alguns, que designam características palpáveis, são considerados 
primitivamente adjetivos, como claro, longo, curto, escuro, amplo, 
estreito, liso, triste, feliz, além das palavras que designam cores. 
Verbo 
Substantivo 
Adjetivo 
Advérbio 
Advérbio 
Relações entre classes de palavras 
Português p/ ANA 
Teoria e exercícios comentados 
Prof Marcos Van Acker – Aula 02 
 
 
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Por vezes, a função do adjetivo pode ser exercida por outra palavra ou 
expressão; por exemplo, um substantivo pode, aposto ao substantivo 
principal, caracterizá-lo: cama gaveta, peixe espada. A expressão 
composta de preposição + substantivo pode exercer a função de adjetivo, 
como em caixa de música, sala de espelhos. 
 
Também o advérbio precedido de preposição pode assumir o papel de 
adjetivo, como em notícias de ontem, entrega para já. 
 
Quanto à flexão, uma vez que o adjetivo refere-se a um substantivo, 
assume o número e o gênero deste: 
 
Céu azul campos abertos moças belas 
 
O plural dos adjetivos compostos é formado com a flexão do último 
elemento apenas, como em encontros luso-brasileiros, critérios 
morfossintáticos, sessões etílico-lítero-musicais. Temos a exceção de 
surdos-mudos. Da mesma forma quanto ao gênero, será flexionado o 
último elemento: comissão nipo-brasileira, aventura romântico-burguesa. 
 
Graus do adjetivo 
 
Quando se estabelece uma comparação entre os seres e coisas 
designadas com base na qualidade expressa pelos adjetivos, teremos 
flexão de grau do adjetivo. 
 
Os graus do adjetivo são o comparativo e o superlativo. 
 
O comparativo só pode ser expresso de forma analítica, ou seja, por 
locução: Carlos é mais inteligente do que Gilberto; Joaquim é tão calmo 
quanto Clara; Este morro é menos íngreme que aquele. 
 
O superlativo tem forma sintética: João é inteligentíssimo; o bolo está 
saborosíssimo. A qualidade adquire um grau elevado. O superlativo, 
notem, pode ser expresso analiticamente, com o uso de advérbio + 
adjetivo: O bolo está muito saboroso; João é bastante inteligente. 
 
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A forma sintética do superlativo é arcaizante, é uma forma antiga; por 
isso, alguns comparativos trazem inclusive o radical em forma latina: 
sensibilíssimo, nobilíssimo, agradabilíssimo; infelicíssimo, tenacíssimo. O 
mesmo acontece com os superlativos em –érrimo, de cunho erudito: 
acérrimo, nigérrimo ( de negro), paupérrimo (este de uso mais comum). 
 
Advérbios 
 
Associados primariamente a verbos, daí o nome da classe, os advérbios 
podem, como vimos, intensificar a qualificação dada pelos adjetivos. Os 
advérbios especificam circunstâncias da ação verbal. 
 
Essas circunstâncias podem ser de modo, tempo, lugar, instrumento, 
intensidade, etc, como Ele correu bem, ontem, na pista, com seus tênis 
de corrida; correu muito bem. Vejam, nesta última expressão, que um 
advérbio pode ligar-se a outro advérbio. 
 
Notamos também, em nossos exemplos, que substantivos ou adjetivos, 
precedidos de preposição, podem exercer a função de advérbio, como em 
correu com tênis de corrida. 
 
Vimos na aula passada que o advérbio pode ser um derivado sufixal, com 
o sufixo –mente; cabe lembrar que, no emprego reiterado do advérbio, o 
sufixo só precisa ser expresso no último elemento, como em: leu o papel 
calma e demoradamente. 
 
Da mesma forma que o adjetivo, o advérbio apresenta flexão de grau, 
com o comparativo analítico, como em Felix agiu tão nobremente como os 
outros, e o sintético, como em comeu pouquíssimo, agiu 
nobilissimamente. 
 
Cabe uma distinção importante, relacionada aos comparativos: temos os 
adjetivos bom e mau, como em bom samaritano, ou mau olhado. O 
comparativo destes adjetivos será melhor e pior, o mesmo aliás dos 
advérbios bem e mal, como em Ele falou bem, embora mal vestido. Não 
é incomum errar aqui, confundir adjetivo e advérbio. 
 
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Assim, o comparativo poderia ser ele falou melhor que o outro; o filme 
era pior do que o de outro dia. Há advérbios, note-se,que não admitem a 
flexão de grau, como hoje, aqui, lá, diariamente, frequentemente e 
outros. 
 
Pronomes 
 
Agora vamos estudar a importante classe dos Pronomes. Com ela, 
iniciamos o estudo de classes de palavras instrumentais ou gramaticais. 
Os pronomes associam-se ao nome, ou o substituem, no enunciado. 
 
Notem que, em Aquele armário está cheio, o pronome ―aquele‖ está 
associado ao armário, a determinar o nome; já na construção José não 
veio à aula. Ele estava doente, o pronome pessoal substitui o substantivo 
próprio José. 
 
A gramática costuma distinguir os pronomes entre pessoais, os quais 
incluem os chamados pronomes de tratamento, demonstrativos, 
possessivos, interrogativos, relativos e indefinidos. 
 
 Pronomes pessoais 
 
Vamos rever o quadro dos pronomes pessoais, que se referem às pessoas 
do discurso, ou pessoas gramaticais. 
 pessoa Caso Reto Caso Oblíquo 
si
n
gu
la
r 1ª eu me, mim, comigo 
2ª tu te, ti, contigo 
3ª ele, ela o, a, lhe, se, si, consigo 
p
lu
ra
l 1ª nós nos, conosco; nós 
2ª vós vos, convosco 
3ª eles, elas os, as, lhes; eles, elas 
 
Sabemos todos, sem dúvida, que os pronomes do chamado caso reto 
exercem função de sujeito, os do caso oblíquo função de objeto direto ou 
indireto. 
 
A forma comigo e semelhantes podem exercer função adverbial; notem 
que são formas em que se incorporou ao vocábulo uma preposição, que 
foi posteriormente reiterada. No nível morfológico, acontece o mesmo que 
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já vimos para os vocábulos – a anteposição de preposição pode mudar a 
função do sintagma assim originado (chamado sintagma preposicionado). 
Daí a função adverbial exercida por eles. Vejam como a preposição foi 
incorporada duas vezes ao pronome! Isso se sucedeu a partir da forma 
latina me cum, ―comigo‖, com a preposição posposta. 
 
Me cum > Mecum (aglutinação) > Migo 
 
A partir daí, com a total assimilação da preposição, e perda de suas 
características fonológicas, como a sonorização da consoante surda /c/, 
parece que os falantes sentiram a necessidade de preposicionar o 
vocábulo, por não sentirem mais a presença da preposição. A preposição 
foi novamente assimilada ao vocábulo. 
 
Com migo > comigo 
 
Meus caros, isso não cairá na prova, mas explica a função diversa 
assumida por esse pronome. Em Ele foi comigo ao restaurante, temos aí 
presente a função adverbial do pronome. 
 
Quando colocados em posição imediatamente posterior a certas formas 
verbais (ênclise), alguns pronomes sofrem alteração. Essa alteração é de 
ordem fonética, ou seja, deve-se ao encontro dos sons. 
 
Por exemplo, depois de consoante nasal (m/n), as formas de 3ª pessoa 
o/a, os/as nasalizam-se também, assumindo a forma –na, -no, -nas, -
nos, como em consideram-no, raptem-na, olhem-na. 
 
A forma lo é a forma mais antiga do pronome oblíquo de 3ª pessoa, que 
deu origem à forma o. No encontro com certos sons, no entanto, a 
consoante l persistiu no pronome, com a eliminação da consoante do 
verbo: 
→ fiz-lo>fi-lo 
→ pôs-lo>pô-lo 
 
 
Já que falamos em colocação, boa hora para revermos este ponto: 
 
 Colocação do pronome oblíquo átono 
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O pronome oblíquo átono (são tônicos todos os oblíquos de função 
adverbial comigo e assemelhados, além de mim, nós, eles/elas) pode, em 
relação ao verbo, ocupar três posições: anterior, medial e posterior. Esta 
colocação é chamada Próclise (anterior), Mesóclise (medial) ou Ênclise 
(posterior); ex: 
 Nada se perde, tudo se transforma 
 Tudo isso perder-se-á, temo eu 
 Não vá a senhora perder-se por aí. 
Em termos estritamente formais, consideremos que o pronome 
normalmente será enclítico, ou posterior. 
Em português, o único caso de mesóclise, da colocação do pronome no 
meio da palavra, é nas formas verbais do futuro do indicativo: Dir-te-ei, e 
nunca *direi-te. 
Sabemos já a razão, é morfológica, conforme vimos na última aula. 
Porque essa forma é composta do verbo principal e do auxiliar haver. 
Assim, direi < dir hei. O pronome na verdade é enclítico em relação ao 
verbo principal. 
Os casos de próclise serão os seguintes: 
 Com palavras (geralmente advérbios) de negação: Nunca me 
disseste isso; Nem te conto! 
 Depois de pronome relativo e conjunção: Deixe que te digam tudo; 
Esta é a cidade que os atrai/ Estarei a postos se me telefonarem; 
Acreditou em tudo, porque lhe convinha. 
 Com advérbios, pronomes pessoais, demonstrativos, ou indefinidos 
antecedendo o pronome: Aquilo o irritou; Nós te enviamos o 
pacote; Aqui nos encontramos. 
 Não usar o pronome logo depois de pausa – marcada por 
pontuação: Eles saíram da sala. Fizeram-me um favor. 
A colocação do pronome átono oferece alguma dificuldade porque o 
padrão culto distancia-se bastante da fala comum, por vezes. 
 A questão do pronome se 
Vimos que uma forma de pronome pessoal do caso oblíquo de 3ª pessoa 
é se. Esta palavra assume muitas funções em nossa língua. Não há razão, 
no entanto, para confusão. 
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Se assume as funções de pronome reflexivo, de índice de indeterminação 
do sujeito, e na formação da chamada voz passiva sintética; todas essas 
funções não são arbitrárias, há uma relação, isso é que é interessante 
entender, entre todas elas. Para isso, transcrevo aqui a lição magistral do 
eminente Evanildo Bechara; será um parêntese mais ou menos longo em 
nossa aula, mas acredito que valha a pena. 
Para compreender a relação entre os empregos de se, teremos de seguir 
o percurso dos empregos da palavra; assim, segundo o douto gramático, 
Se pode ser: 
1) sujeito de infinitivo (com auxiliares causativos, mormente deixar): 
Deixou-se ficar à janela. 
2) objeto direto (com verbo transitivo direto na voz reflexiva): 
Ele se feriu. 
Eles se cumprimentam. 
3)objeto indireto (com verbo transitivo indireto na voz reflexiva, ou com 
verbo acompanhado de dois complementos): 
Elas se correspondem freqüentemente. 
Ele se arroga esta liberdade. 
A construção reflexiva teve um destino importante em nossa língua; a evolução do 
reflexivo  passivo  indeterminador foi traçada pelo filólogo patrício Martinez de 
Aguiar: 
"1.0 (CASO) Pronome reflexivo. - A função inicial e própria do pronome “se” é, como 
em latim, a de reflexivo, isto é: faz refletir sobre o sujeito a ação que ele mesmo 
praticou. Ex.: O homem cortou-se. Indica pois, ao mesmo tempo, atividade e 
passividade. O homem cortou, mas foi cortado, pois a si próprio é que cortou. Se 
penetrarmos bem na inteligência das diversas frases reflexivas, veremos que a 
passividade chama mais a nossa atenção, impressiona mais a nossa sensibilidade 
do que a atividade. 
Quando temos notícia de que alguém se suicidou, o primeiro quadro que se nos 
apresenta ao espírito é o do indivíduo pálido, inerte, sem vida. 
Daí poder o pronome se vir a funcionar como: 
2.0 (CASO) Pronome apassivador. - É o segundo estádio de evolução. 
Sendo reflexivo, o pronome indica, como vimos, atividade e passividade, e esta nos 
impressiona mais do que aquela, pelo que pode chegar a ser índice de passividade. 
Ex.:Vendem-se casas. Fritam-se ovos. 
3.0 (CASO) Pronome indeterminador do agente. - Como no segundo caso o agente 
nunca foi expresso na linguagem comum, tendo-se tornado obsoleto o seu emprego 
até na linguagem literária, o pronome “se” acabou por assumir a função de 
indeterminador do agente. Ex.: Estuda-se. Dança-se. (...) ( (1) Notas o Estudos de 
Português, 181-183. Na transcrição, adaptei a grafia do autor ao sistema oficial 
vigente). 
Pode ainda o pronome “se” juntar-se a verbos que indicam: 
1)sentimento: indignar-se, ufanar-se, atrever-se, admirar-se, lembrar-se, esquecer-
se, orgulhar-se, arrepender-se, queixar-se. 
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2) movimento ou atitudes da pessoa em relação ao seu próprio corpo: 
ir-se, partir-se, sentar-se, sorrir-se. 
No primeiro caso, não se percebendo mais o sentido reflexivo da construção, 
considera-se o se como parte integrante do verbo, sem classificação especial. 
No segundo, costumam os autores chamar ao se pronome de realce ou expletivo.1 
 
Então, para resumir, interessante entender que a função reflexiva do 
pronome se é primária, e daí derivam as outras; importa notar também 
que o sentido é que determina a relação sintática. Vemos também 
admitido o chamado ―pronome integrante do verbo‖, na verdade uma 
derivação da forma reflexiva, apenas o sentido reflexivo foi apagando-se 
da consciência dos falantes, mas morfologicamente o se continua a ser 
pronome, não é parte da raiz nem das desinências verbais. 
 Pronomes pessoais e pessoas do discurso 
Os pronomes pessoais são índices na linguagem da situação de 
comunicação: toda situação de comunicação verbal implica em um 
emissor – a 1ª pessoa, e um destinatário – a 2ª pessoa; o objeto da 
comunicação, ausente, exterior a emissor e receptor, será a 3ª pessoa. 
Na norma culta estrita, temos bem marcadas as formas de 2º pessoa, o 
que vem se perdendo, inclusive na norma culta falada: a concordância do 
pronome você/vocês é feita com formas da 3ª pessoa, neutralizando a 
distinção 2ª/3ª pessoa. As formas verbais de 2ª, como vestis, comes, 
mantêm-se apenas em um uso marcadamente formal 
 Pronomes de tratamento 
Em português, são usadas basicamente duas formas de tratamento: 
você/vocês; senhor/es/senhora/as, este usado em contexto de menor 
intimidade. 
 
Existem várias outras formas, usadas em certas ocasiões de maior 
formalidade, como na redação oficial: 
Forma Para se dirigir a Abreviatura 
Doutor Médicos e detentores do 
grau universitário de doutor 
Dr. 
Vossa Excelência Altas autoridades do 
governo 
V. Ex.ª 
Vossa Senhoria Pessoas de cerimônia V.S.ª 
 
1 Evanildo Bechara, Moderna Gramática Portuguesa, p. 255 ss. 
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Vossa Reverendíssima Sacerdotes V. Revma 
Vossa Magnificência Reitores de universidades V. Mag.ª 
Vossa Eminência Cardeais V.Em.ª 
Vossa Majestade Reis V.M. 
Vossa Santidade Papas V.S. 
 
O importante é perceber que as formas de tratamento, embora designem 
a 2ª pessoa, levam o verbo para a 3ª pessoa: 
 
O senhor está bem? 
Vossa excelência fez um magnífico discurso. 
 
Observe que isso se aplica a qualquer dos pronomes de tratamento, não 
apenas aos mais formais: 
 
- E você, vai ao baile? 
- Vossa Excelência irá ao baile? 
 
O registro adequado para escrever a altas autoridades é o formal, com 
observância estrita dos pronomes de tratamento; a concordância será a 
exposta acima. É importante notar que cada um dos pronomes tem uma 
forma de 3ª pessoa, precedida por Sua em vez de Vossa. Observe: 
- Vossa Eminência provará dos melhores pratos de nosso 
humilde cardápio. 
- Estou com fome, resmungou o cardeal. 
 ---------- 
- Sua Eminência esteve aqui e saiu satisfeito. 
Os pronomes de tratamento demonstram muito bem a importância do 
contexto – indicam um papel social da pessoa a quem nos dirigimos. 
 
 Pronomes demonstrativos 
 
Classe muito importante da língua, os demonstrativos têm um papel 
relevante na organização do discurso, estão intimamente ligadas à coesão 
textual, que estudaremos. 
 
São demonstrativos: 
1ª Este, Esta, Estes, Estas. Isto Aqui 
2ª Esse, Essa, Esses, Essas. Isso Aí 
Português p/ ANA 
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3ª Aquele, Aquela, Aqueles, Aquelas. Aquilo Ali, Lá 
É importante atentar para a distinção de pessoa do demonstrativo; não é 
bem um marcador de distância ou proximidade, como se costuma às 
vezes descrever; relaciona o objeto de referência à pessoa do discurso. 
Em este livro revelou-me fatos insuspeitos, o objeto livro está relacionado 
ao emissor, à pessoa que fala; em esses casos devem ser estudados, o 
objeto fica relacionado à segunda pessoa. Em Aquele é o filme de que 
falava, o objeto fica deslocado para fora da esfera do emissor e do 
destinatário, para a 3ª pessoa. 
 
Os demonstrativos são fundamentais para estabelecer referências entre 
termos e expressões do discurso. Também neste caso notaremos a 
distinção entre as formas; por exemplo, para a remissão termos, teremos 
que este recuperará o termo mais próximo, aquele o mais distante, por 
exemplo: foram o Brasil e os Estados Unidos inicialmente colônias, este 
da Inglaterra, aquele de Portugal. Neste caso, geralmente a oposição 
entre as formas este/esse será neutralizada; assim, no caso de haver três 
termos, recorre-se a outros expedientes para recuperar a referência, 
como em Brasil, Argentina e Estados Unidos foram colônias, este da 
Inglaterra, aquela da Espanha e (nós/aquele outro/o terceiro/nosso 
país) de Portugal. Tal uso é preferível à distinção este/esse/aquele nestes 
casos, que em todo caso não é incorreta. 
 
Temos ainda o caso dos indicativos catafóricos e anafóricos, ou seja, que 
apontam para frente ou para trás. Assim, este indica termo ou expressão 
ainda a ocorrer no texto, como, p. ex: em todo caso, esta é a verdade: 
nada há de novo sob o sol. A referência anafórica aponta para termo ou 
expressão que ocorreu antes, no texto: Houve confusão anteontem na 
firma? Isso ninguém me contou. 
 
Demonstrativos que marcam o espaço são aqui, ali, lá, estes sim 
marcadamente espaciais, relacionados também às pessoas do discurso. 
Funcionam também como advérbios, como em Aconteceu ali o caso, de 
forma que há quem os chame de advérbios pronominais. 
 
 Pronomes possessivos 
 
Os pronomes possessivos acrescentam à noção gramatical uma ideia de 
posse. São, de regra, pronomes que desempenham função de adjetivo, 
Português p/ ANA 
Teoria e exercícios comentados 
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equivalentes a um adjunto adnominal antecedido da preposição de (de 
mim, de ti, de nós, de vós, deles, de si), mas podem ser empregados 
como pronomes substantivos: 
 Meu livro é este. 
 Este livro é o teu. 
 Você, sempre com as suas histórias! 
 
 
 
 
 Pronomes relativos 
 
Os pronomes relativos estabelecem correlação entre um substantivo, ao 
qual se refere, e o antecedente, e a oração que iniciam. Ex: Este é o 
terno que vesti.Os relativos invariáveis são: 
 que quem onde 
 
Os variáveis são: a qual/o qual/as quais/os quais 
 cujo/cuja/cujos/cujas 
 quanto/quanta/quantos/quantas 
 
Que refere-se a coisas ou pessoas, quem apenas a pessoas; onde é usado 
apenas para lugar, atenção ao uso indevido equivalente ao advérbio 
quando: ―foi *onde eu falei pra ela...‖ e outros do mesmo naipe. 
 
 
Onde indica lugar, como em onde 
estará a solução? A forma aonde, 
por sua vez, aglutina uma 
preposição a, equivalente a para, 
como na Toada de Zeca Baleiro: 
Aonde fores eu vou 
Aonde flores eu fujo 
Te dou meu poema sujo 
Quadro dos possessivos 
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que eu não sei fazer toada (...) 
(=para onde fores eu vou...) 
 
Cujo é um pronome a um tempo relativo e possessivo, estabelece uma 
relação complexa. Por exemplo, Estas palavras cujo sentido me escapa é 
um enunciado que poderíamos desdobrar em 1. O sentido destas palavras 
me escapa e 2. Estas palavras; ora, vemos que a relação poderia ser 
estabelecida por Estas palavras, das quais o sentido me escapa; de fato, 
cujo é um relativo equivalente a da qual, de quem, de que. A sua função 
sintática pode tornar-se mais complexa, pois pode ser antecedido de 
preposição, o que possibilita construções como A casa de cujo telhado 
saíram os pássaros. Enfim, há uma espécie de inversão do antecedente 
com o uso de cujo, e fica mais difícil correlacionar os enunciados O 
telhado da casa e os pássaros saíram do telhado, iniciando pelo adjunto 
casa, sem usar este importante relativo. 
 
 Pronomes interrogativos 
 
São chamados de interrogativos os pronomes que, quem, qual e quanto 
empregados para formular uma pergunta, como no caso de: Que horas 
são? A frase interrogativa não é necessária, podemos ter uma 
interrogação indireta, como Queria saber que horas são. 
 
Observem que os interrogativos que e quem são invariáveis, qual flexiona 
em número (qual/quais), e quanto em gênero e número 
(quanto/quanta/quantos/quantas). 
 
 Pronomes indefinidos 
 
Os indefinidos concordam com a 3ª pessoa, e seu referente é 
necessariamente vago e indeterminado. Há indefinidos variáveis e 
invariáveis. 
 
Variáveis invariáveis 
Masc Fem 
S P S P 
algum Alguns Alguma algumas algo 
Nenhum Nenhuns Nenhuma Nenhumas Ninguém 
Todo Toda Todos Todas Tudo 
Português p/ ANA 
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Outro Outros Outros Outras Outrem 
Muito Muitos Muita Muitas Nada 
Pouco Poucos Pouca Poucas Cada 
vário Vários vária Várias Alguém 
tanto tantos Tanta Tantas 
Quanto Quantos Quanta Quantas 
Qualquer Quaisquer 2 
 
Os pronomes alguém, ninguém, outrem, algo e nada só desempenham 
função de substantivo, e tudo frequentemente, embora assuma também 
função de adjetivo, como em para que isso tudo? 
 
Por outro lado, algum, nenhum, todo, outro, muito, pouco, vário, tanto e 
quanto serão principalmente pronomes adjetivos, embora possam ocorrer 
em função de substantivo, como em algum dos irmãos terá tido a idéia. 
 
Preposições 
 
As preposições são vocábulos fortemente instrumentais, a que no entanto 
podemos associar um sentido ―primitivo‖ relacionado a posição no espaço 
e a movimento. 
 
São geralmente consideradas preposições: a, ante, após, até, com, 
contra, de, desde, em, entre, para, perante, por, sem, sob, sobre, trás. 
 
Destacamos já que as preposições conectam vocábulos dentro de um 
mesmo sintagma (expressão ou unidade de organização), como no caso 
de casa de vidro, disse tudo a você, conto com eles. 
 
Já mencionamos que a preposição possibilita a assunção de outras 
funções pelo termo preposicionado, em sintagma nominal, como no caso 
do substantivo vidro, no exemplo acima, que assume valor adjetivo. 
 
Têm as preposições papel sintático relevante relacionado aos verbos que 
exigem complemento preposicionado, com determinação da preposição de 
acordo com o verbo. É o que se chama de regência verbal, ou mais 
propriamente de regência de preposições: 
 
2 Flexão apenas de número, invariável quanto ao gênero. 
Português p/ ANA 
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 ir a Paris, assistir a um filme 
 concordar com José, compactuar com isso 
 gostar de doce, duvidar de alguém 
 acreditar em lendas, morar em Poços de Caldas 
 
Em sintaxe lidaremos muito com as preposições. 
 
Conjunções 
 
Outra classe de palavras de grande relevância para a sintaxe, as 
conjunções criam relações entre sintagmas, e entre orações. De acordo 
com a relação criada, serão chamadas de conjunções coordenativas e 
subordinativas. 
 
A relação de coordenação é uma relação de igualdade entre os termos, 
como no caso de Mário e Maria estiveram aqui, em que os dois nomes 
Mário e Maria são igualmente núcleos do sujeito. Notar que não houver 
translação, ou mudança de função de um dos vocábulos. Isso diferencia 
preposições e conjunções coordenativas. 
 
As conjunções subordinativas estabelecem relação em que há um 
elemento determinante e outro determinado, uma relação de 
dependência. Ex: Voltarei logo pois estou com pressa. 
 
 Conjunções coordenativas 
 
A gramática enumera os seguintes tipos de conjunções coordenativas: as 
aditivas, que correlacionam duas orações, como em Estive aqui e 
lembrei-me de você. As adversativas, que estabelecem oposição, 
contraste entre suas orações: Vejo a televisão mas não me interesso. 
Quero ir a Londres, no entanto faltam-me os meios. 
As alternativas, por sua vez, exprimem ideias alternativas, excludentes, 
como em Ou vai por bem, ou vai por mal. Já as conclusivas exprimem 
uma conclusão em relação à antecedente, como em Somos todos mortais, 
portanto você também o é. Por fim, as explicativas, como o nome já diz, 
introduzem explicação relativa à oração antecedente, como em Quero 
dormir, pois tenho dormido pouco ultimamente; o jantar sai cedo, já que 
todos têm fome. 
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 Conjunções subordinativas 
 
As relações de subordinação e suas conjunções são divididas nas 
seguintes categorias: 
 
Causais: a oração que expressa uma causa, introduzida por conjunções 
como porque, pois, porquanto, como, pois que, uma vez que, visto que 
etc. Ex: A noite está quieta, já que todos estão dormindo. 
 
Comparativas: a oração estabelece uma comparação, introduzida pelas 
conjunções (mais do) que, tal...qual, como, assim como, bem como; é o 
caso de Caía a tarde feito um viaduto; Eu, assim como você, detesto 
essa música. 
 
Concessivas: introduz uma ressalva, uma concessão, por meio de 
conjunções como embora, ainda que, mesmo que, conquanto, desde que; 
vejamos em Será bonito, mesmo que demore. Note que a ressalva 
implica numa suposição, num futuro hipotético, donde algumas delas 
exigem o uso do subjuntivo: Embora não ache certo, farei; Ainda que 
demore dez anos, chegarei lá. 
 
Condicionais: expressam condição em relação à oração principal, com asconjunções se, caso, desde que, contanto que etc. Ex: Se eu for, espero 
encontra-lo. Note o necessário emprego do subjuntivo com caso: Caso eu 
vá, espero encontra-lo. 
 
Conformativas: expressam uma relação de conformidade, mediante o 
uso de conjunções como conforme, segundo, como, consoante etc. 
Vejamos exemplos: Esta construção não se usa, de acordo com as 
regras vigentes. 
 
Consecutivas: introduzem uma ideia de consequência, com o uso de 
conjunções como que, precedido por tanto, tal, tão na oração 
antecedente; Correu tanto que sumiu. 
 
Finais: apresentam uma ideia de finalidade, mediante as conjunções 
para, para que, a fim de, de forma que; assim, p. ex., em Apareceu para 
filar o almoço. 
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Proporcionais: correlaciona uma oração a outra de forma proporcional, 
por meio de conjunções como enquanto, à proporção que, à medida que; 
é o caso de a produtividade será recompensada à medida que os 
resultados forem aparecendo. 
 
Temporais: indica tempo da ação em relação à principal, com o uso de 
quando, enquanto, antes que, depois que, etc. Ex: Assim que pôde, 
voltou para o Recife. 
 
Integrante: será a conjunção a introduzir oração subordinada 
substantiva: que ou se. 
 
As conjunções e as relações de subordinação e coordenação serão 
novamente estudadas quando virmos a sintaxe, o que será ainda nesta 
aula. 
 
Artigos e numerais 
Os artigos serão definidos e indefinidos. Estes qualificam os seres e coisas 
ainda não conhecidos ou bem determinados; aqueles aplicam-se aos 
nomes já conhecidos. Ex: O típico americano é um caipira megalômano. 
 definidos indefinidos 
 Sing. Plural Singular Plural 
M O os um Uns 
F a As Uma umas 
 
Note como a forma do indefinido já antecipa os numerais, palavra 
também fortemente instrumental para designar quantidades, tanto na 
ordem direta quanto na ordem cardinal. O numeral pode exercer 
tranquilamente a função de adjetivo, e mesmo de substantivo; ambas são 
impossíveis para o artigo. A concordância e determinação de gênero e 
número são muito importantes no artigo. 
 
Aliás, notem que, quanto à concordância, observemos a forma os 
meninos pescam, no plural. Se escrevermos uns menino pesca, teremos 
um erro gritante de concordância, mas saberemos que o número é plural. 
Agora, se dissermos *um meninos pesca, por exemplo, aí temos um 
enunciado totalmente ininteligível; nenhum falante da nossa língua irá 
considera-lo. Sinal de que a marca de gênero está primordialmente no 
artigo. 
 
Bem, meus amigos, com isso encerremos nosso estudo das classes de 
palavras. Passaremos, depois de resolvermos alguns exercícios, ao 
próximo tópico de nossa aula: a sintaxe. 
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Exercícios 
1) ESAF - SUSEP – 2010 
 
 
 
 
5 
 
 
 
 
 
Nos países em geral, economistas, políticos e o 
noticiário gostam é de índices sobre macroeconomia, 
números abstratos que indicam a situação geral da 
economia, mas não revelam o que se passa em seu 
interior. A internet, por exemplo, apareceu em grande 
escala em 1992, e o mundo se deu conta da revolução 
que ela fizera nos negócios, na cultura e na vida das 
pessoas 10 anos depois. 
(Antônio Machado, Mundo invisível. Correio Braziliense, 14 de 
fevereiro de2010, com adaptações) 
 
No texto acima, provoca-se erro gramatical ou incoerência na 
argumentação do texto ao 
a) inserir os antes de ―economistas‖(ℓ.1) e de ―políticos‖(ℓ.1). 
b) retirar ―é‖(ℓ.2). 
c) retirar o pronome ―o‖, do termo ―o que‖(ℓ.4). 
d) substituir ―fizera‖(ℓ.7) por havia feito. 
e) inserir apenas depois de ―pessoas‖(ℓ.8). 
__________ 
Comentários 
 
Uma questão em que são sugeridas formas de reescritura do texto, e 
precisamos encontrar aquela que provoca erro gramatical ou incoerência. 
Importante aqui trabalhar com as funções das classes de palavras. A 
introdução do artigo definido antes de ―economistas‖ e ―políticos‖ não 
leva a erro. O ―é‖, em economistas, políticos e o noticiário gostam é de 
índices sobre... é meramente enfático, e pode ser retirado sem prejuízo. 
Por outro lado, suprimir o pronome o em mas não revelam o que se passa 
em seu interior causa um problema, pois o pronome é a referência para a 
oração seguinte (o/aquilo/a coisa que se passa em seu interior), e sua 
exclusão torna o texto incoerente. Pelo visto, essa é nossa alternativa. 
A locução ―havia feito‖ é a forma analítica do mais que perfeito ―fizera‖, 
são intercambiáveis; inserir mais um advérbio, apenas, em ―revolução 
que ela fizera nos negócios, na cultura e na vida das pessoas apenas 10 
anos depois‖ tem o efeito de intensificar a idéia de que certas realidades 
não são percebidas facilmente pelos observadores. 
 
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Gabarito:C 
 
2) (ESAF – SUSEP -2010) - Assinale a opção que completa corretamente 
a sequência de lacunas no texto abaixo. 
 
O que aconteceria no mundo ___(1)___, num determinado período, nada, 
nem pessoas, nem patrimônios, nem atividades econômicas tivessem a 
cobertura de uma apólice de seguro? Se isso ___(2)____, os aviões não 
levantariam vôo, os navios não deixariam os portos e o transporte de 
pessoas não funcionaria ___(3)___falta de proteção da sua vida. Milhares 
de atendimentos médico-hospitalares deixariam de ser feitos sem seguro 
saúde. Milhares de veículos provavelmente não circulariam ____(4)____ 
seus proprietários não correriam o risco de acidentes sem o seguro de 
automóveis. Consequentemente, milhares de oficinas e seus empregados 
não teriam trabalho e poucos carros novos seriam vendidos. As grandes 
indústrias parariam de produzir porque os empresários, certamente, não 
iriam admitir que seus investimentos e empregados ficassem expostos 
____(5)____ riscos de trabalhar sem a proteção do seguro. 
(Discurso de João Elisio Ferraz de Campos no Senado. ViverSeguro, 
http:// www.fenaseg.org.br acesso: 11/02/2010) 
 
 1 2 3 4 5 
a) Se Acontecer Por Pois Em 
b) caso Acontecer devido à por que A 
c) Onde Acontecesse em relação a Pois A 
d) Se Acontecesse Pela porque Aos 
e) Caso Aconteceria devido à porque Em 
__________ 
Comentários: 
 
Questão interessante, em que temos de confrontar o contexto das 
lacunas, no texto de base, com as possibilidades oferecidas pelas 
alternativas. 
 
Na primeira lacuna, poderíamos usar ―se‖, e ―caso‖; podemos excluir o 
relativo ―onde‖, que indica lugar. Este seria admissível apenas se a 
construção fosse ―em um mundo onde...‖. Assim, excluímos até o 
momento a alternativa c. A seguir, teremos a forma verbal ―acontecesse‖ 
e ―acontecer‖, as únicas que estabelecem correlação correta com as 
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formas verbais seguintes do período, levantariam, deixariam e 
funcionaria. Estão todas no futuro do pretérito do indicativo, e o tempo 
verbal tem de ser anterior, pois a condição expressa pela frase iniciada 
por Se antecede os eventos descritos pelos verbos no futuro do pretérito.Assim, aconteceria, também forma do futuro do pretérito, não pode ser 
admitido, por denotar evento simultâneo aos demais. Eliminamos assim a 
alternativa e. 
 
Na lacuna 3, a relação entre as idéias é de explicação, temos que o 
transporte de pessoas não funcionaria por, devido à, ou pela (por +a) 
falta de proteção da sua vida; incabível ―em relação a‖, que introduz uma 
idéia restritiva. Restam-nos ainda as alternativas a, b e d. 
 
Examinando a lacuna 4, vejam que podemos eliminar a alternativa b, pois 
o ―porque‖ explicativo é grafado assim, junto, com valor aliás equivalente 
a ―pois‖. Restam então a e d. Vamos à última lacuna. Vamos preenche-la 
lembrando da regência de expor, que pede a preposição a, como em 
―ficar exposto ao sol‖, ―expôs-se a críticas de todo lado‖. Com o artigo 
definido plural, temos aos na alternativa d, podemos descartar a a, que 
traz a preposição em, inaplicável no caso. 
 
Notem que não houve atalhos nesta questão, foi necessário examinar 
todas as alternativas propostas. Questão trabalhosa, mas não muito 
complexa. 
 
Gabarito: D 
 
3) ESAF – SUSEP -2010 
Assinale a opção que corresponde a erro gramatical inserido no texto. 
 
O etanol ainda está longe de ter um mercado global. Apresentado desde 
o(1) início da década como a grande solução energética para o mundo, 
para substituir uma fonte não renovável (o petróleo) e reduzir a 
emissão(2) de poluentes, o etanol ainda não conquistou os fabricantes de 
veículos e os consumidores do mundo inteiro. Falta uma padronização 
internacional para transformar-lhe(3) em uma commodity facilmente 
comercializável nos diferentes mercados e ainda persistem barreiras 
protecionistas em muitos países. Nos EUA, por exemplo, há uma tarifa de 
importação de US$ 0,54 por galão. Para entrar na União Europeia, o 
etanol brasileiro paga 19 centavos de euro por litro. 
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É grande o potencial de mercado para o etanol brasileiro nos EUA. Na 
União Europeia, o potencial é menor, pois lá(4) o programa energético 
prevê a utilização de 10% de combustíveis renováveis no consumo total 
em 2020. Cálculos da União da Indústria da Cana-de-Açúcar — Única 
indicam que isso resultaria na demanda de 14 bilhões de litros de etanol 
por ano (outra parte seria atendida(5) por biodiesel). 
(O Estado de S. Paulo, Editorial, 18/02/2010, com adaptações) 
 
a) 1 
b) 2 
c) 3 
d) 4 
e) 5 
__________ 
Comentários 
 
Nesta questão, precisamos ver se há erro nos vocábulos e expressões 
destacadas. Uma leitura atenta revela o erro no uso pronome oblíquo na 
construção 3; para uso do pronome de 3ª pessoa como objeto direto do 
verbo ―transformar‖, equivalente a transformar o etanol, seria 
transformá-lo, em que a forma o é substituída pela forma arcaica lo por 
razões fônicas, e o infinitivo perde pedaço de sua desinência. 
 
A forma lhe pode ser usada apenas como objeto indireto, como em 
contavam-lhe estórias sem fim >> contavam estórias sem fim para ele. 
 
Gabarito: C 
 
 
4) ESAF – CVM -2010 
A partir do artigo ―Olhando o futuro‖, de José Márcio Camargo, publicado 
em IstoÉ 2077, de 2/9/2009 foram construídos pares de fragmentos que 
compõem as opções abaixo. Assinale a opção em que a transformação 
dos períodos sintáticos em apenas um período, no segundo termo de cada 
par, resulta em incoerência ou erro gramatical. 
 
a) A economia mundial começa a dar sinais de recuperação. São sinais 
ainda tênues que podem estar sugerindo que a economia chegou ao 
fundo do poço. Mas muitos dos problemas que originaram a crise 
continuam preocupando. 
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A economia mundial começa a dar sinais de recuperação, embora são 
sinais ainda tênues, que podem estar sugerindo que a economia chegou 
ao fundo do poço, porém muitos dos problemas que originaram a crise 
continuam preocupando. 
 
b) O colapso do final de 2008 e início de 2009 adicionou novas mazelas. 
Houve redução do comércio internacional, aumento da taxa de 
desemprego e queda dos rendimentos reais ao redor do mundo. 
 
O colapso do final de 2008 e início de 2009 adicionou novas mazelas, 
como redução do comércio internacional, aumento da taxa de 
desemprego e queda dos rendimentos reais ao redor do mundo. 
 
c) A pergunta é quanto da retomada da economia depende dos estímulos 
fiscais e quanto é sustentável sem eles. Por quanto tempo os bancos 
centrais e os governos ainda poderão manter estes estímulos sem gerar 
pressões inflacionárias? 
 
Pergunta-se quanto da retomada da economia depende dos estímulos 
fiscais e quanto é sustentável sem eles e, ainda, por quanto tempo os 
bancos centrais e os governos poderão manter estes estímulos sem gerar 
pressões inflacionárias. 
 
d) Ainda que a pior crise pareça estar para trás, os possíveis cenários 
para os próximos meses são variados, com enorme incerteza. Não 
podemos descartar cenários de estagnação, assim como cenários mais 
otimistas, com crescimento forte. 
 
Ainda que a pior crise pareça estar para trás, os possíveis cenários para 
os próximos meses são variados, com enorme incerteza, pois não 
podemos descartar cenários de estagnação, assim como cenários mais 
otimistas, com crescimento forte. 
 
e) O cenário mais provável parece ser de crescimento relativamente 
baixo, devido à baixa oferta e demanda de crédito, ao aumento do 
desemprego e à queda da renda real. Isso deverá reduzir a taxa de 
crescimento do consumo nos próximos anos. 
 
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O cenário mais provável parece ser de crescimento relativamente 
pequeno, devido à baixa oferta e demanda de crédito, ao aumento do 
desemprego e à queda da renda real, o que deverá reduzir a taxa de 
crescimento do consumo nos próximos anos. 
______________ 
Comentários: 
 
Meus amigos, à primeira vista uma questão trabalhosa, quanto texto a 
ser lido! Comparar cada um dos parágrafos, em que o examinador 
―emenda‖ em um período composto as frases e períodos do texto de 
base, para procurar erro ou incoerência, que leitura demorada, não? 
 
Não, meus caros, a solução se nos é oferecida (esperei até aqui para 
poder usar essa construção!) logo no início, vejam logo ali na alternativa 
a, temos o trecho embora são sinais ainda tênues. Pacientes alunos, 
ganhamos um presente, devemos ter a generosidade de aceitá-lo, com 
um sorriso no rosto, e, se não ganhamos o dia, ganhamos certamente a 
questão! Ora, com a conjunção concessiva embora, que exprime uma 
ressalva, a correlação verbal correta seria com a forma verbal do 
subjuntivo, embora sejam sinais ainda tênues. Encontramos um erro 
gramatical logo no início! 
 
A concessão, a ressalva expressa tem algo de hipotético, daí o uso da 
forma do subjuntivo; vejam: 
Quero a liberdade, ainda que chegue assim tão tarde. 
Fui ao cinema, embora estivesse com sono. 
 
Notamos com um exame rápido que as demais alternativas estão 
corretas. 
Gabarito: A 
 
5) ESAF – CGU – 2006 – 
Leia o texto abaixo para resolver a questão 
 
 
 
 
5 
 
 
 
 
O ser humano não pode ser definido em relação a 
ele mesmo, porque não éum sujeito isolado, vive em 
relação com as coisas, com os outros e com o mundo, 
mesmo antes de pensar e de falar. Esta presença não 
é somente observável como também um fato vivido, 
isto é, quer dizer que o ser humano se manifesta no 
ser a cada instante. 
Nessa responsabilidade, inclui, às vezes, o eu e, às 
vezes, o outro, num equilíbrio que se faz de uma parte 
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10 
 
 
 
 
15 
entre poder cuidar de si mesmo e, de outra, poder 
cuidar dos demais. 
Através dessa construção coletiva, os homens fazem 
e criam sua historia e, nessa construção-criação, o 
cuidado torna-se um processo, não apenas um ato. 
Ato este que envolve o cuidar de si e do outro, mais 
o cuidado como possibilidade de continuidade da 
espécie, gozar a vida com qualidade e com liberdade. 
(Adaptado de Carlos Altemir Schmitt, O cuidado e a 
responsabilidade: reflexão sobre a ética estabelecida no mundo 
do consumo desmedido, www.crescer.org) 
 
Assinale o termo sublinhado do texto que apresenta ambivalência, ou 
seja, para conferir coerência ao texto, tanto pode receber a interpretação 
de substantivação do verbo quanto a interpretação de substantivo 
concreto. 
 
a) ―ser‖(l.1) 
b) ―pensar‖(l.4) 
c) ―ser‖(l.7) 
d) ―cuidar‖(l.10) 
e) ―cuidar‖ (l.15) 
______________ 
Comentários: 
 
Se o enunciado provoca dúvidas, vamos entender que esta é uma questão 
relativamente simples. Aqui, ambivalência não é ambigüidade, ou seja, o 
duplo sentido; aqui, o examinador nos pede para identificar a palavra que 
pode ser considerada, no contexto, tanto como verbo em forma nominal 
quanto nome simplesmente. Vejamos cada uma das palavras destacadas. 
 
A primeira, em o ser humano, tem o valor nítido de substantivo, pode ser 
substituído por nomes como o ente, a pessoa. A anteposição de artigo 
também confirma o caráter nominal da palavra. A seguir, temos pensar, 
em ―antes de pensar e de falar‖, aqui temos a forma verbal do infinitivo, 
não há ambivalência, veja que em paralelo temos outro infinitivo, falar. 
 
Teremos uma palavra que pode ser tomada como forma nominal do verbo 
e ao mesmo tempo como substantivo em ―o ser humano se manifesta no 
ser a cada instante‖, em que a palavra assinalada pode ser entendida 
como verbo se lermos – manifesta-se na ação de ser, manifesta-se 
sendo, durante o processo de ser. Por outro lado, a presença do artigo 
sugere a possibilidade de substantivo, se entendermos que o ser humano 
se manifesta enquanto um ser, uma criatura – meu Deus, meus amigos, 
que frase filosófica!! Quem diria que chegamos até aqui para estudar 
metafísica? Mas notem, pudemos até substituir a palavra ser por um 
outro substantivo, sinal claro de que tem também esse caráter, é 
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ambivalente portanto no contexto essa ocorrência da palavra ser no 
texto. 
 
Vejam que cuidar, na linha 11, é forma nominal do verbo, nitidamente, 
parte de locução verbal com duas formas de infinitivo (poder cuidar); mas 
abaixo, será substantivo, como objeto do verbo envolve, e este caráter 
está marcado pelo artigo (o cuidar). 
 
Gabarito: C 
 
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Sintaxe 
f r a s e , o r a ç ã o , p e r í o d o 
 
A sintaxe estuda a organização da linguagem nas unidades constituídas a 
partir do vocábulo – frase, oração, período. 
 
A frase é um nome genérico para o enunciado inteligível, constituído de 
uma ou mais palavras. A definição é bastante ampla, e abrange desde 
frases que aproximam-se das interjeições – expressões de sentido mais 
ou menos fixo, ajustável ao contexto, como Cruzes! Deus me livre! Viva! 
Oba! A-há!, geralmente identificadas com um sentimento. As interjeições 
são formas fixas, e não têm por vezes organização interna, nem mesmo 
no nível do morfema (A-há, p.ex.); são estudadas geralmente entre as 
classes de palavras. 
 
Por outro lado, há frases simples, exortativas, que se aproximam da 
interjeição, com apenas uma palavra, como: Silêncio! Ou: Que coisa... 
Uma unidade mais complexa é a frase nominal, em que relações entre os 
elementos são mais claras, como em: 
 
Nada de novo sob o sol 
Tudo bem com eles 
Ação local, pensamento global 
 
A característica marcante da frase nominal é prescindir de verbos. 
Constituem uma forma sintática bastante produtiva. 
 
A unidade sintática que se organiza em torno de um verbo chama-se 
tradicionalmente oração. 
 
A oração e seus termos 
 
A análise tradicional, influenciada pela lógica formal, propõe a noção de 
sujeito e predicado como componentes da oração. O predicado em que há 
verbo ―de ação‖ é chamado de predicado verbal, o predicado em que há 
verbo ―de estado‖ – ser, estar, parecer, continuar, ficar etc. é chamado 
de ―nominal‖. 
 
A oração dotada de verbo terá um núcleo nominal no sujeito e o núcleo 
verbal; as estruturas organizadas em torno destes núcleos serão 
complementos e adjuntos. 
 
 Complemento do verbo – objeto 
 
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O verbo, com seu traço de transitividade, não presente nos verbos ―de 
estado‖ que mencionamos acima, exige a presença de complementos, 
objetos da ação do verbo. A transitividade, meus amigos, assim como a 
classe de palavras, só é definida no contexto. 
 
Vejamos, por exemplo: 
 
Ele comeu muito 
Ele comeu uma bela bacalhoada 
 
Temos, no primeiro caso, um adjunto, um advérbio que caracteriza a 
ação verbal. No entanto, sobre qual objeto se completa a ação verbal? A 
caracterização muito não pode ser, pois muito não é objeto da ação; já 
bacalhoada sim. Esta é o núcleo do objeto do verbo; note que, por sua 
vez, o sintagma nominal em que este núcleo se localiza conta com um 
artigo e um adjetivo relacionados ao nome: 
 
uma bela bacalhoada 
 
 Diferença entre adjunto e complemento 
 
Esta é uma distinção difícil, uma questão realmente espinhosa. E, para 
falar a verdade, um pouco além do nosso objetivo em nossas aulas. Mas, 
apenas para esboçar uma resposta, repetiremos o que diz a gramática, o 
complemento, como o objeto direto, é necessário, completa o sentido do 
verbo (ou do nome, no caso do complemento nominal), e o adjunto é 
acessório, pode ser eliminado sem prejuízo irreparável à frase. 
 
É uma noção excelente, os mestres da gramática a adotam. Acrescento 
apenas o seguinte: notaremos a diferença entre complemento e adjunto 
pelo que chamaremos, aqui entre nós, informalmente, de cumulatividade 
dos adjuntos. 
 
Vejamos um objeto direto: Emiliano dirige seu carro. 
 
Acrescentemos um adjunto; no caso, adverbial: Emiliano dirige seu carro 
como um louco. 
 
Podemos acumular adjuntos numa oração como esta, sem erro de 
sintaxe; a frase pode até ficar chatíssima, mas não errada, vejam: 
 
Emiliano dirige seu carro como um louco, como um celerado, a toda 
velocidade, de forma assustadora, irresponsavelmente, com o pé colado 
no acelerador. E não precisávamos para por aí, percebem? Não há 
problema sintático, pode haver estilístico, e mesmo para a compreensão 
da frase, chega uma hora em que o destinatário esquece o núcleoda 
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oração, perdido em meio a tantos adjuntos. Mas, estritamente em termos 
de relações sintáticas, não há erro. 
 
O mesmo não ocorre com os complementos, estão mais intimamente 
ligados ao nome ou ao verbo, vejam: Emiliano dirige seu carro. Podemos 
acumular objetos? Um objeto do verbo dirigir? Que mais pode ser 
dirigido? Bem, usa-se a expressão dirigir um filme, por exemplo, no 
sentido de coordenar em última instância todo o trabalho de filmagem; 
evidentemente que não podemos inserir um objeto como um filme na 
frase, assim sem mais: *Emiliano dirige seu carro um filme é um 
enunciado não apenas errado, mas antigramatical. 
 
Existe, claro, a possibilidade de outro objeto; no caso do nosso exemplo, 
relacionado ao verbo dirigir, temos eventualmente a bitransitividade, ou 
seja, dirigir pode ser transitivo direto e indireto: Emiliano dirige seu carro 
para casa. Temos dois complementos, então, um deles antecedido 
necessariamente por preposição; já sabemos, é o objeto indireto. Não é 
possível, de toda forma, acumular estruturas equivalentes como no caso 
dos adjuntos, no exemplo acima. 
 
Vamos relembrar agora os componentes da oração. 
 
 Sujeito 
 
Núcleo nominal relacionado imediatamente ao verbo. Ex: 
 O balão cai. 
 Os juros cairão mais no próximo trimestre. 
 Os caídos e os rejeitados serão exaltados. 
 
O sujeito pode ser simples, com apenas um núcleo: O balão cai. Ou 
composto, com mais de um núcleo, coordenados: Os caídos e os 
rejeitados serão exaltados. 
 
Notem que o núcleo do sujeito é o nome, tipicamente substantivo, e 
palavras de todas as classes que assumem função de substantivo, como 
vimos; os demais elementos caracterizadores fazem parte do sujeito, mas 
não do núcleo. Ex: O balão amarelo cai. 
 
 
O sujeito pode ser indeterminado, não fica claro quem realiza a ação 
verbal. Neste caso, veremos o uso do pronome se nas formas de 3ª 
pessoa, como em Falava-se baixo no hospital. 
 
O sujeito pode estar elíptico na oração, presente apenas recuperando-se o 
contexto. Por exemplo, em Caçam ratos, temos sujeito elíptico. Em um 
determinado contexto, por exemplo, com a oração antecedente Os gatos 
têm os esportes mais improváveis. 
núcleo 
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Além disso, existem as orações sem sujeito, com o uso de verbos 
impessoais, como os que designam fenômenos da natureza, como chover, 
trovejar, anoitecer etc. O verbo haver empregado no sentido de existir é 
também impessoal, como em Havia um livro sobre o assunto. E, por fim, 
o uso de ser ou estar, e verbos de estado, indicando tempo é considerado 
igualmente impessoal, como em Faz frio, Está tarde, Era no tempo do 
rei... etc. 
 
 Predicado 
 
Vimos já que o predicado em que há verbo ―de ação‖ é chamado de 
predicado verbal, o predicado em que há verbo ―de estado‖ – ser, estar, 
parecer, continuar, ficar etc. é chamado de ―nominal‖. Os verbos no 
predicado nominal são chamados de verbos de ligação. O núcleo nominal 
do predicado nominal será o predicativo do sujeito. 
 
Os verbos são o núcleo do predicado, e já mencionamos sua importância 
na sintaxe da oração. Veremos algo mais sobre pontos específicos sobre a 
sintaxe do verbo em aulas futuras; estudaremos as vozes do verbo 
também. Notem que a voz passiva, considerada propriedade do verbo, 
afeta toda a oração. 
 
 Objeto direto e indireto 
 
São os complementos do verbo, no sentido que discutimos acima. 
Constituem-se de palavras ou expressões que designam o objeto da ação 
verbal. O objeto indireto vem mediado por preposição. 
 
 Complemento nominal 
 
Será o complemento relativo a um nome, sempre antecedido de 
preposição. Importante notar que o nome, no caso, sempre será um 
derivado de um verbo, como no caso de a resolução do diretor. Toma-se 
como uma transposição nominal da construção O diretor resolveu. 
Assim também veremos a correspondência entre: 
 
Nominal Verbal 
O assalto pelo batalhão O batalhão assaltou 
A ida à cidade Foi à cidade 
Execução da música A música foi executada 
 
Além disso, o complemento nominal, no enunciado, por sua 
essencialidade, não pode ser eliminado sem grave prejuízo ao enunciado. 
 
 Agente da Passiva 
 
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Caso o verbo esteja na voz passiva, a frase assume feição própria; o 
sujeito ativo, quando expresso na voz passiva, passa a agente da passiva. 
Vejamos o seguinte exemplo, com destaque para o sujeito e para o 
objeto: 
 
Pelé marcou o milésimo gol em 1969. 
 
Os núcleos do sujeito e do objeto são Pelé e gol, respectivamente. Na 
passagem para a voz passiva, teremos 
 
O milésimo gol foi marcado por Pelé em 1969. 
 
Neste caso, o sujeito agora é dito sujeito passivo; corresponde ao objeto, 
na voz ativa. O agente da passiva, sempre antecedido de preposição – 
por Pelé – , corresponde ao sujeito na voz ativa. 
 
Termos acessórios 
 
Temos como termos acessórios os adjuntos, adnominais e adverbiais; os 
adjuntos adverbiais especificam e determinam os nomes, e são funções 
desempenhadas por artigos, adjetivos, pronomes, e por locuções. Por 
exemplo, Meu carro chegou ontem. Temos aí adjunto adnominal e 
adverbial, respectivamente. 
 
Os adjuntos adnominais tipicamente são adjetivos, ou artigos, que 
estabelecem relação com o nome que especificam ou qualificam. Podem 
ser locuções com valor de adjetivos, ou um numeral em lugar de artigo. 
 
Os adjuntos adverbiais serão sempre palavras ou expressões de valor 
adverbial. 
 
O aposto é uma expressão que se junta a um nome, para explicá-lo; 
p.ex: César, o imperador Romano, mandava cunhar moedas com sua 
efígie. Geralmente o aposto vem entre vírgulas. 
 
Por fim, o vocativo é uma reminiscência da linguagem falada, preservada 
na escrita. Por exemplo, em João, quer mais arroz?, o nome próprio 
invocado é um vocativo. Assim também em ―meus concidadãos, tenho a 
dizer que...‖, em que o emissor chama os destinatários, pede a atenção 
deles. 
 
Na língua escrita, equivale ao vocativo o endereçamento de cartas, no 
cabeçalho, como em ―Sr. Fulano, pela presente, solicitamos que 
V.Sa....etc‖. 
 
 
 
 
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Período composto 
 
Assim como os vocábulos em uma oração relacionam-se entre si, assim 
também as orações o fazem entre elas, no que a análise chama de 
período composto. É igualzinho, inclusive no que diz respeito às funções 
sintáticas: as mesmas que as palavras exercem – sujeito, objeto, adjunto 
adverbial etc. – podem ser exercidas por orações. 
 
Vejamos, por exemplo, a seguinte oração: 
 
O caso do mensalão terá grande repercussão sobre as eleições 
 
Notemos o adjunto adnominal, de valor adjetivo, em O caso do mensalão. 
Poderíamos muito bem escrever: 
 
O caso que ficou conhecido como mensalão terá grande repercussão 
sobre as eleições 
 
Temos uma oração que exerce a mesma função, de adjunto adnominal; é 
uma oração, possui um núcleo verbal (ficou), e é introduzida por pronome 
relativo que, que recupera o antecedentecaso. Sintaticamente, não é 
autônoma, é subordinada ao termo caso, sujeito na oração o caso terá 
grande repercussão sobre as eleições, dita oração principal. A outra será 
uma oração subordinada adjetiva, pois exerce função típica de adjetivo – 
a de adjunto adnominal. 
 
As duas orações foram um período composto. Há tantas possibilidades de 
oração subordinada quantos termos da oração, conforme estudamos mais 
acima. Vejamos as possibilidades de subordinação. 
 
 Orações subordinadas substantivas 
 
Exercem em relação à oração principal função sintática exercida por 
substantivo. São introduzidas pela conjunção que. 
 
1. Subjetivas – exercem função de sujeito 
 
É notório que terá grande repercussão nas eleições. 
 
2. Objetivas diretas – exercem função de objeto direto 
 
Presumo que a repercussão será grande. 
 
3. Objetivas indiretas - exercem função de objeto indireto 
 
Confio em que a decisão da Justiça seja equânime. 
 
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4. Completivas nominais –exercem função de complemento nominal 
 
Chegou rapidamente à dedução de que haveria um culpado. 
 
5. Predicativas – exercem função de predicativo 
 
A conclusão necessária é que as forças contrárias recrudesceram. 
 
6. Apositivas – exercem a função de aposto 
 
Ficou sabendo da notícia: que ninguém poderia sair naquela noite 
 
 Orações subordinadas adjetivas 
 
Vimos já que as orações subordinadas adjetivas exercem a função de 
adjunto adnominal de nome antecedente; são introduzidas por pronome 
relativo. 
 
Além disso, a oração adjetiva pode ser referir a qualquer dos termos 
exercidos por nome da principal. Do sujeito, por exemplo: As casas que 
vimos na montanha eram voltadas para o poente. 
 
Em Os rios correm para o mar, que traga a água doce das montanhas, 
temos oração subordinada adjetiva relacionada ao núcleo no objeto 
indireto – mar. 
Teofrasto era homem que valia por dois; nesse caso, observem que a 
subordinada adjetiva refere-se ao predicativo do sujeito. Enfim, todos os 
termos desempenhados por nomes na oração podem relacionar-se com 
subordinada adjetiva. 
 
Subordinadas adjetivas restritivas e explicativas 
 
A distinção entre subordinada restritiva e explicativa é que a restritiva, 
que delimita o sentido do antecedente, é essencial ao sentido do período, 
e não fica separada por vírgulas: 
 
A vinha que cultivamos dá melhores frutos 
 
A oração explicativa esclarece a significação do antecedente, exprimindo 
qualidade acessórias; não é essencial ao sentido, e vem entre vírgulas. 
 
Hércules, que jogava no gol, adorava este prato. 
 
 Orações subordinadas adverbiais 
 
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Como já se pode adivinhar, são orações que desempenham a função de 
adjunto adverbial em relação à oração principal. Vejamos um adjunto 
adverbial como 
Josué chegou cedo 
 
Ora, teremos uma oração com função similar ao do adjunto em 
 
Josué chegou assim que pôde. 
 
As orações subordinadas adverbiais são classificadas conforme a relação 
estabelecida por elas entre a subordinada e a principal, nas mesmas 
classes que vimos para as conjunções. 
 
I. Causais – exprimem a causa do que se afirma na oração principal: 
 
Foi jantar porque estava com fome. 
 
II. Comparativas – estabelecem comparação com o dito pela oração 
principal: 
 
O pobre cavalinho trabalhava mais que a gente... 
 
III. Concessivas – a idéia é de ressalva, concessão: 
 
Deixou de lado os pudores, embora morresse de medo. 
 
IV. Condicionais – estabelecem uma condição: 
 
Caso haja interesse, procure-nos a qualquer hora. 
 
V. Conformativas – a relação expressa por elas é de conformidade, de 
correlação de fatos: 
 
O sujeito sentou à mesa, e comeu conforme os pratos chegavam. 
 
VI. Consecutivas – exprimem consequência da ação da oração principal: 
 
Correu tanto que sumiu ao longe. 
 
VII. Finais – expressam finalidade em relação à oração principal: 
 
Trago aqui o livro para que o leias. 
 
VIII. trazem uma idéia de proporção ou correlação em relação à ação da 
oração principal: 
 
Quanto mais eu rezo, mais assombração aparece. 
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IX. Estabelecem ideia de tempo em relação à principal: 
 
Quando soube do acontecido, contou logo a todos. 
 
Orações reduzidas 
 
As orações reduzidas são expressões equivalentes a orações 
subordinadas, substantivas, adjetivas ou adverbiais; formalmente, o 
verbo está em uma das formas nominais – infinitivo, gerúndio e 
particípio, dispensando-se a conjunção. 
 
Compreendemos, em caso de dúvida, qual a subordinada ―normal‖, ou 
desenvolvida, equivalente à reduzida através de uma transformação em 
que reintroduzimos a conjunção integrante. 
 
Por exemplo, na construção Ele jurou salvar a companhia, a oração 
destacada, com verbo no infinitivo, tem função de objeto direto em 
relação à principal. Trata-se, portanto, de oração subordinada substantiva 
objetiva direta reduzida de infinitivo. 
 
Se, em caso de dúvida, reintroduzirmos a conjunção, o verbo 
necessariamente deixará a forma nominal, e teremos algo como Ele jurou 
que salvaria a companhia. 
 
As reduzidas de infinitivo podem ser substantivas, adjetivas ou 
adverbiais. As outras formas nominais também são muito produtivas; o 
gerúndio, por exemplo, aparece em orações reduzidas adjetivas e 
adverbiais, como, por exemplo: Entrando no prédio, procurou logo a sala 
do dentista. 
 
A construção equivale a Assim que entrou no prédio, procurou logo a sala 
do dentista. Temos uma oração subordinada adverbial temporal reduzida 
de gerúndio. 
 
As reduzidas de particípio também podem ser adjetivas ou adverbiais. Em 
Eu estou assim, enjoado do mundo, temos oração subordinada adjetiva 
reduzida de particípio. 
 
Período composto por coordenação 
 
A coordenação não é privilégio do período composto, em sintaxe vimos já, 
e mesmo, se me permitem, em morfologia; nos núcleos nominais 
compostos, como João e Maria foram à floresta, por exemplo, temos 
coordenação de elementos. Não há, neste caso, determinante e 
determinado, os elementos estão em igualdade no sintagma, não há 
dependência de um em relação ao outro. 
 
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O mesmo acontece entre orações. Pode haver coordenação entre orações, 
como em Está ficando tarde, estou com sono. Na ausência de conjunções, 
as coordenadas são chamadas de assindéticas. 
 
As relações entre coordenadas sindéticas, mediadas por conjunção 
coordenativa, são classificadas de acordo com a conjunção; neste ponto, 
a gramática tradicional é um tanto redundante. 
 
As orações coordenadas aditivas exprimem ações correlacionadas, como 
em O homem correu na rua e o cachorro latiu. Exemplos de conjunções: 
e, nem, não só...mas também, não só...como também, além de (disso, 
disto, aquilo), quanto (depois de tanto), bem como etc. 
 
As adversativas exprimem oposição, contraste entre suas orações: 
Presto atenção ao que dizem, mas eles não dizem nada. Exemplos de 
conjunções:mas, porém, todavia, entretanto, no entanto, senão, não 
obstante, contudo, etc. Antes das conjunções a vírgula é obrigatória. 
 
As alternativas, por sua vez, exprimem ideias alternativas entre si, 
excludentes, como em O sol ora queima, ora se esconde por detrás das 
nuvens. Ex: ou... ou, ou, ora... ora, já...já, quer... quer, etc. 
 
 
As orações conclusivas expressam uma conclusão em relação à 
antecedente, como em O caso era grave, logo todos nos preocupávamos. 
Exemplos de conjunções: pois (posposta ao verbo), logo, portanto, então, 
porisso, por conseguinte, por isto, assim, etc. 
 
As orações explicativas, como o nome já diz, introduzem explicação 
relativa à oração antecedente, como em Reza, que Deus endireita tudo; 
Vamos mais cedo, pois há fila todas as noites para o espetáculo. Ex: que, 
porque, porquanto, pois (antepostaao verbo), uma vez que, visto que, já 
que etc. 
 
 
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Questões comentadas 
 
6. FCC – TJ/PE – 2012 
As palavras e a violência 
 
 A grande pensadora norte-americana Susan Sontag (1933-2004) 
refletiu e escreveu sobre inúmeros temas culturais da modernidade, sem 
jamais esquecer-se dos aspectos políticos neles implicados. Sabedora do 
peso das palavras, indignava-se quando os poderosos se valiam delas 
com o fito de encobrir artificialmente uma violência real. Por vezes, a 
elipse mesma da palavra correta pode significar a camuflagem de um fato 
que não se deseja nomear. Veja-se este trecho da autora, extraído de seu 
livro póstumo Ao mesmo tempo: 
 Palavras alteram, palavras acrescentam, palavras subtraem. Foi a 
insistência em evitar a palavra "genocídio", enquanto cerca de 800 mil 
tutsis estavam sendo massacrados em Ruanda pelos seus vizinhos hutus, 
alguns anos atrás, que indicou que o governo americano não tinha a 
menor intenção de fazer nada. Recusar-se a chamar o que ocorreu com 
tantos prisioneiros no Iraque, no Afeganistão ou na baía de Guantánamo 
pelo seu nome verdadeiro - "tortura" - é tão escandaloso quanto a recusa 
em chamar o genocídio de Ruanda de genocídio. A respeito dos presos no 
Iraque, disse o governo que foram objetos de "maus tratos" ou até de 
"humilhação" - isso foi o máximo que admitiu o secretário de Defesa 
Donald Rumsfeld, numa entrevista coletiva. E concluiu: "Portanto, não 
vou usar a palavra tortura". 
 As palavras podem ser utilizadas com eufemismo por duas razões, 
pelo menos: atendendo à delicadeza de quem as pronuncia, para não 
chocar desnecessariamente o interlocutor, ou encobrindo com má-fé o ato 
ignominioso, que se falseia para ocultar a responsabilidade de quem o 
praticou. Para uma escritora crítica como Susan Sontag, essas operações 
não se confundem jamais, e ela parece nos alertar para que também nós 
apuremos os ouvidos diante do que realmente dizem as palavras, ao 
descreverem um fato. 
 
(Sebastião Arruda Campos, inédito) 
 
Uma carta de protesto contra a declaração infeliz de um secretário de 
Estado pode iniciar-se corretamente com a seguinte frase: 
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a) Vimos à presença de Vossa Excelência para que se digne a retificar sua 
infeliz declaração acerca dos episódios de Guantánamo. 
 
b) Viemos a presença de Vossa Senhoria para solicitar que ratifiqueis 
vossa infeliz declaração sobre o ocorrido em Guantánamo. 
 
c) Vimos solicitar a Sua Magnificência que vos digneis a retificar seu 
pronunciamento sobre o ocorrido em Guantánamo. 
 
d) Viemos empenhar a Sua Excelência nossos protestos por vossa 
declaração acerca das ocorrências em Guantánamo. 
 
e) Vimos apresentar-vos, ilustríssimo secretário, nossos protestos pelo 
pronunciamento que concedestes acerca dos fatos de Guantánamo. 
_________________ 
Comentários: 
 
Uma questão relacionada aos pronomes de tratamento. Pudemos 
salientar em nossa aula que é importante perceber que as formas de 
tratamento, embora designem a 2ª pessoa, levam o verbo para a 3ª 
pessoa, e a concordância das demais formas é com a 3ª. Assim, uma 
forma como ―ratifiqueis‖, por exemplo, não está correta. Além do que, 
―ratificar‖ significa confirmar, e o sentido pretendido é o contrário. 
 
Da mesma forma, as formas ―concedestes‖, ―vossa‖, ―digneis‖, todas de 
2ª do plural, devem ser afastadas. Além do que, ―Magnificência‖ é o 
tratamento dispensado a reitores. Resta a primeira alternativa como 
correta. 
 
Gabarito: A 
 
7. FCC/ TRT – 11ª reg. – 2012 
Ainda que existam estudos modernos levantando a hipótese de que a 
tragédia grega teria tido sua origem em rituais fúnebres, danças mímicas 
de atores mascarados em homenagem a heróis mortos, a tese 
geralmente aceita é a de que nasceu dos cultos a Dionísios, deus do vinho 
e da fertilidade, das fontes da vida e do sexo. 
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 Duas figuras merecem atenção na fase primitiva do teatro grego: 
um tirano, Pisístrato, e um ator, Téspis. O primeiro oficializou o culto a 
Dionísios, mandou organizar as festas dionisíacas urbanas e chamou 
Téspis para promovê-las anualmente. De forma competitiva, passaram a 
ser realizadas durante seis dias na primavera. Para muitos, Téspis foi o 
primeiro ator. E também o responsável por transformações decisivas na 
libertação da dramaturgia das amarras da poesia. 
 Aristóteles deixou-nos o primeiro documento básico de teoria 
teatral: Poética, dissecando a estrutura da tragédia e da comédia, 
caracterizando os gêneros e suas diferenças, explicando suas origens e 
analisando seus elementos. Estudando a poesia dramática em relação à 
lírica e à épica, acentua seu significado estético, cívico e moral. Para 
Aristóteles a arte é imitação da natureza; o drama é a imitação de ações, 
tendo por objetivo provocar compaixão e terror. A identificação do público 
com os personagens coloca o primeiro em estado de êxtase e assim 
poderá atingir a purgação dessas emoções. 
 
(Fragmento adaptado de Fernando Peixoto. O que é teatro, 4.ed., 
S.Paulo: Brasiliense, 1981, p.67 e 68) 
 
A substituição do elemento destacado pelo pronome correspondente, com 
os necessários ajustes, foi corretamente realizada em: 
 
a) Duas figuras merecem atenção = Duas figuras merecem-na 
b) poderá atingir a purgação = poderá lhe atingir 
c) dissecando a estrutura = dissecando-la 
d) provocar compaixão e terror = provocá-las 
e) mandou organizar as festas = mandou organizar-lhes 
__________ 
Comentários: 
 
Vejamos na alternativa a que o pronome a, que substitui atenção, 
aparece depois de palavra terminada em consoante nasal (merecem). De 
fato, nestes casos o pronome se nasaliza, correta a afirmativa. Deve ser 
nossa escolha, vamos conferir as demais. 
 
Na seguinte, observem que lhe é uma forma átona de 3ª, porém sempre 
com função de objeto direto, uma forma que antigamente se chamava de 
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dativa, equivalente a para ele. Assim, não pode substituir a purgação, 
objeto direto

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