Buscar

Curso de Língua Portuguesa para Técnico - ANA

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 3, do total de 57 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 6, do total de 57 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 9, do total de 57 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Prévia do material em texto

Língua Portuguesa p/ Técnico - ANA 
Teoria e exercícios comentados 
Prof Marcos Van Acker – Aula 00 
 
 
Prof. Marcos Van Acker www.estrategiaconcursos.com.br 1 de 57 
 
AULA 00: Ortografia 
 
SUMÁRIO PÁGINA 
1. Apresentação 1 
2. Cronograma 2 
3. Estudar gramática 3 
4. Os sons da língua 4 
5. Ortografia 14 
6. Acentuação 19 
7. Questões comentadas 26 
8. Lista das questões apresentadas 43 
9. Gabarito 57 
 
 
Olá, amigos, bem vindos ao curso de Língua Portuguesa dirigido para o 
concurso de ingresso no cargo de Técnico Administrativo, da Agência 
Nacional de Águas – ANA; vocês, que escolheram a carreira no setor 
público, estão fazendo uma boa escolha. Além disso, recorreram ao 
Estratégia Concursos, uma opção lúcida, pois oferece uma preparação 
objetiva e consistente para a aprovação. 
 
Gostaria de me apresentar a vocês; meus caros, senti-me motivado para 
aceitar esta empreitada, pois posso dizer que tenho experiência tanto na 
área de língua portuguesa quanto nas provas de concurso. Tendo tido o 
privilégio de me formar na Faculdade de Letras, Ciências Humanas e 
Filosofia – FFLCH da Universidade de São Paulo – USP, trabalhei por 
algum tempo na área da Língua Portuguesa, no magistério, no ensino 
fundamental, médio e em cursos pré-vestibulares, e posteriormente na 
área editorial. Tive a felicidade de trabalhar com produção e edição de 
texto, experiências gratificantes e das quais guardo profundos 
ensinamentos. Posteriormente, ingressei no serviço público, em busca da 
tão sonhada estabilidade; meu primeiro cargo público foi na Assembleia 
Legislativa do Estado de São Paulo, onde ingressei mediante concurso, 
em cargo de caráter efetivo. Hoje, sou Agente Fiscal de Rendas, da 
Secretaria da Fazenda - SP, aprovado no último concurso de 2009, uma 
carreira fiscal respeitável no Brasil, conforme sabem os concurseiros. 
Como vocês viram, é por essa razão que posso afirmar ter experiência 
dupla para ensinar Redação e Português para concursos; será raro vocês 
encontrarem, meus amigos, um concurseiro egresso da área de Letras 
Língua Portuguesa p/ Técnico - ANA 
Teoria e exercícios comentados 
Prof Marcos Van Acker – Aula 00 
 
 
Prof. Marcos Van Acker www.estrategiaconcursos.com.br 2 de 57 
disposto a dividir essa experiência com vocês. É o que me proponho a 
fazer, espero que vocês achem proveitoso o que tenho a dizer. 
Agora vamos examinar o conteúdo do edital, que estabelece o programa 
para a prova. 
 
LÍNGUA PORTUGUESA (Para todos os cargos) 
 
Compreensão e interpretação de textos. Ortografia. Semântica. Morfologia. 
Sintaxe. Pontuação. Noções de redação de correspondências oficiais. 
 
 
Meus amigos, a banca, o instituto CETRO, elaborou um programa tão 
conciso quanto abrangente. Não foge ao que se pede em geral nas provas 
de concurso. Temos ainda o acréscimo da redação oficial, que 
estudaremos na última aula. 
 
Nosso curso será estruturado de forma a abranger todo o conteúdo do 
edital, conforme o cronograma abaixo; relembro a vocês que a data da 
prova será 21 de outubro próximo. 
 
Cronograma 
 
Aula 0 – demonstrativa – 25/8 
Apresentação; análise dos requisitos do edital. Ortografia. Sistema oficial 
vigente (emprego de letras, acentuação, hífen, divisão silábica). Relações 
entre sons e letras, pronúncia e grafia. 
Questões resolvidas e comentadas. 
 
Aula 01 – 5/9 
Morfologia: estrutura e formação de palavras; classes de palavras e suas 
características morfológicas. Famílias de palavras. Flexão nominal e 
verbal. Questões resolvidas e comentadas sobre os pontos da aula. 
 
Aula 02 – 12/9 Sintaxe. A oração e seus termos. O período e sua 
construção: Período simples e período composto. Coordenação e 
Subordinação. Equivalência entre estruturas; transformação de 
estruturas. Questões resolvidas e comentadas sobre os pontos da aula. 
 
Aula 03 – 19/9 Regência nominal e verbal. Concordância nominal e 
verbal. Sintaxe de ordem. Pontuação. Semântica. Significação de palavras 
Língua Portuguesa p/ Técnico - ANA 
Teoria e exercícios comentados 
Prof Marcos Van Acker – Aula 00 
 
 
Prof. Marcos Van Acker www.estrategiaconcursos.com.br 3 de 57 
e expressões. Relações semânticas entre palavras e expressões 
(sinonímia, antonímia, hiponímia, homonímia, polissemia); campos 
semânticos. Questões resolvidas e comentadas sobre os pontos da aula. 
 
Aula 04 – 26/9 Sintaxe dos verbos – correlação verbal; valores dos 
tempos, modos e vozes verbais. Coesão, elementos da coesão textual. 
Coerência textual. Questões resolvidas e comentadas sobre os pontos da 
aula. 
 
Aula 05 – 03/10 – Interpretação de texto. Redação oficial. Questões 
resolvidas e comentadas sobre os pontos da aula. 
 
Aula 06 – 10/10 – Mais questões resolvidas e comentadas sobre o 
programa da prova, com ênfase para provas do CETRO. 
 
Com esse cronograma, poderemos estudar todos os assuntos previstos no 
edital em tempo hábil para a prova. Convido-os então a iniciar o nosso 
curso. 
 
O que estudamos quando estudamos gramática? 
 
A pergunta acima pode parecer engraçada, mas é sempre bom saber 
exatamente o que estamos fazendo, em qualquer circunstância, e esse 
curso não é exceção. O estudo da gramática é uma forma de 
conhecimento da língua, bastante específica. Meus caros, nós todos, ou a 
ampla maioria de nós, nasceu no Brasil e tem o Português como a língua 
materna, ou seja, para falarmos e entendermos Português ninguém 
precisou nos ensinar, adquirimos praticamente sozinhos o domínio da 
língua, quando pequenos; dominamos naquela época, por mecanismos 
que ninguém conhece muito bem ainda, o seu modo de funcionamento, a 
sua sintaxe e começamos a conhecer o significado das suas palavras. 
 
Depois daquele tempo, passamos por um processo de escolarização, em 
que a Língua Portuguesa nos foi ensinada por meio de normas e 
prescrições gramaticais; terá sido uma experiência feliz para alguns, nem 
tanto para outros. O que importa é que estamos aqui para estudar, com 
um objetivo específico, a nossa língua. E a gramática, em suas duas 
vertentes, pode nos ajudar nisso. As duas vertentes da gramática são a 
Língua Portuguesa p/ Técnico - ANA 
Teoria e exercícios comentados 
Prof Marcos Van Acker – Aula 00 
 
 
Prof. Marcos Van Acker www.estrategiaconcursos.com.br 4 de 57 
descritiva, que busca entender o funcionamento das línguas, como por 
exemplo a nossa, através de contínua inquirição e análise dos 
constituintes do idioma: sons, fonemas, morfemas, relações sintáticas e 
assim por diante. É uma vertente fundamental, como se vê, para 
conhecermos uma língua. A outra vertente da gramática seria a 
normativa, a gramática que pretende prescrever comportamentos e 
normas na relação com a língua; em suma, a gramática do “certo e do 
errado”. Também é importante para nós essa vertente, pois não 
podemos, dado nosso objetivo, limitar nossos estudos à inquirição sobre o 
modo de ser da língua, temos de adequar nosso conhecimento da língua à 
chamada “norma culta”. 
 
Vale compreender o que seria a tal norma culta. É simplesmente a 
variante da língua com maior aceitação social, adequada para uso em 
registro formal. Importante, no uso da língua, é ter o domínio das várias 
normas correspondentes aos meios em que nos inserimos socialmente; 
essas normas, geralmente as conhecemos quase que naturalmente, seu 
aprendizado faz parte do processo de socialização – as expressões usadas 
na região onde moramos, ojargão de uma turma, da torcida de um time, 
etc. A norma padrão culta, por outro lado, pode oferecer alguns 
problemas, pois tem uma origem histórica, algumas formalidades de 
observação necessário; por isso, nosso curso está aqui para ajudar. 
Então, nossa proposta é tentar tanto quanto possível entender o 
funcionamento da língua – pois ela tem lógica; ao mesmo tempo, 
sabendo que não é a única “variante correta”, não perderemos de vista as 
prescrições da gramática normativa que buscam a aderência à norma 
padrão culta. 
 
E, se possível, tentaremos nos divertir no processo. Eu já estou 
começando a achar divertido, espero que logo vocês também. Iniciemos 
nosso estudo pela Fonética, pelos sons da língua e sua representação 
gráfica, a Grafia. Vamos lá? 
 
Os sons da língua 
 
Meus caros, toda linguagem verbal tem uma natureza dupla: sua 
natureza material é dos sons produzidos pela fala humana, com o uso do 
chamado aparelho fonador, ou seja, dos órgãos que nós, humanos, 
Língua Portuguesa p/ Técnico - ANA 
Teoria e exercícios comentados 
Prof Marcos Van Acker – Aula 00 
 
 
Prof. Marcos Van Acker www.estrategiaconcursos.com.br 5 de 57 
utilizamos para articular nossa fala – pulmão, traquéia, laringe, faringe, 
glote, boca, dentes, língua. E, associados aos sons assim produzidos, 
reside o significado, o valor simbólico associado a cada um desses sons 
na consciência dos falantes da língua. 
 
Esta natureza dupla é o que caracteriza toda linguagem verbal, e 
evidentemente nossa língua portuguesa não é exceção. Notem, meus 
amigos, que nosso aparelho fonador é capaz de emitir uma ampla gama 
de sons; nem todos são sons utilizados na língua. Assim, apenas alguns 
sons são utilizados na língua portuguesa. Como podemos conhecê-los? 
 
Ora, a ciência fonética desenvolveu uma maneira muito engenhosa de 
identificar os sons de uma língua, que explicarei muito resumidamente: 
os sons de uma língua serão os que carregam consigo um traço de 
significado. Parece complicado? É bastante simples, lembrem da natureza 
dupla da linguagem verbal, e examinem o seguinte: por exemplo, a 
palavra astro, como pronunciamos, tem alguns sons, que procuramos 
representar por meio das letras. Notem que possui o som s, semelhante 
ao que encontramos em isto. Certo? Pois bem, e se pronunciarmos esse 
som s da forma como fazem os cariocas, um som que tem um certo 
“chiado”, resultante de um pequeno deslocamento da ponta da língua no 
momento da produção do som s? Diríamos então astro com um som 
chiado (grafarei achtro para melhor compreensão).1 
 
Ótimo; agora, com nossa pronúncia não faríamos feio em Ipanema; mas, 
e essa é a questão relevante para a fonética, houve mudança de 
significado? Não, a palavra será reconhecida por qualquer falante da 
língua portuguesa, astro, palavra que designa os corpos celestes que 
brilham no céu, as estrelas. Agora, contrastemos as formas astro – estro. 
Houve mudança de apenas um som. E muda o significado da palavra: 
estro (o e é aberto, como em era) designa a inspiração poética, o 
engenho, geralmente artístico. Neste processo, isolamos dois sons que 
fazem parte do sistema de sons do português – chamado de sistema 
fonológico: as vogais a e e. Como são sons da língua distintivos em 
termos de significado, a e e são chamados de fonemas do português. 
 
 
1 Claro que devo pedir ao eventual leitor carioca que pronuncie o primeiro “astro” do exemplo como os outros 
brasileiros. 
Língua Portuguesa p/ Técnico - ANA 
Teoria e exercícios comentados 
Prof Marcos Van Acker – Aula 00 
 
 
Prof. Marcos Van Acker www.estrategiaconcursos.com.br 6 de 57 
Já os sons diversos representados por s, no nosso exemplo, serão 
consideradas pela fonologia (que estuda propriamente os fonemas, e não 
todos os sons que nosso aparelho fonador pode produzir, abordados pela 
fonética) como meras variantes. 
 
Tudo isso, meus caros, para explicar que os sons que importam de uma 
língua são chamados de fonemas. Doravante, neste curso, quando 
falarmos em sons ou em fonemas, estaremos falando da mesma coisa. 
 
Fonema e letra 
 
Bem, se os sons da língua são os fonemas, e os sons são representados 
por letras, segue-se que cada letra é um fonema, certo? Errado. Talvez se 
assim fosse nossa grafia seria mais simples; de qualquer forma, não é o 
caso. Pois as letras assumem sons diversos em situações diferentes, 
como o l em lima e animal, por exemplo – vejam os gaúchos que no Rio 
Grande do Sul o som pode ser o mesmo, ou muito semelhante –, ou o s 
em casa e sino. 
 
Além disso, temos os dígrafos, que estudaremos mais adiante, em que 
duas letras representam um som apenas, como o ch em chave. Além 
disso, outras razões contribuem para dificultar um pouco mais a 
associação entre fonema e letra, como por exemplo a permanência na 
grafia do registro da origem histórica das palavras, como o h inicial de 
homem, que sabidamente não representa som nenhum, mas aí como 
resquício da origem do vocábulo, a forma latina hominem. Enfim, não 
temos de nos preocupar muito com isso, apenas entender que não há 
uma correspondência exata entre fonemas e letras em nossa língua. 
 
Bem, sabemos todos que os sons de nossa língua, seus fonemas, podem 
ser classificados em vogais e consoantes; as vogais são produzidas com a 
cavidade bucal desimpedida, total ou parcialmente; distinguem-se pela 
abertura da boca; temos a importante distinção entre e e o fechados e 
abertos, como em aperto (nome) e aperto (verbo – 1º do presente do 
indicativo do verbo apertar) e olho (nome) e olho (verbo). Além disso, 
temos em português o importante fenômeno da nasalização das vogais, 
muito presente, em que o véu palatino se abaixa e parte do som vocálico 
ressoa nas fossas nasais. Importante fonologicamente, mas notem que na 
Língua Portuguesa p/ Técnico - ANA 
Teoria e exercícios comentados 
Prof Marcos Van Acker – Aula 00 
 
 
Prof. Marcos Van Acker www.estrategiaconcursos.com.br 7 de 57 
grafia sempre há sinais indicativos, dígrafos ou acentuação. Vejam, por 
exemplo, a diferença entre manga/maga; senda/seda; ginga/giga; 
bomba/boba; funga/fuga. Então, o sistema vocálico do português conta 
com 12 fonemas. 
 
Quanto às consoantes, a fonologia as distingue pelo ponto e pelo modo de 
articulação; em resumo, o ponto de articulação descreve os pontos da 
cavidade bucal dedicados à produzir a oclusão necessária à produção da 
consoante. Assim, uma consoante como p, em pato, é bilabial quanto ao 
ponto de articulação, pois os dois lábios, inferior e superior, produzem a 
oclusão da cavidade bucal; a posição da língua é importante, na definição 
dos demais pontos de articulação, conforme o quadro de consoantes 
abaixo. 
 
Já o modo de articulação é definido pelo grau de oclusão, segundo o qual 
temos fonemas oclusivos e constritivos, e pela vibração das cordas 
vocais, que resulta em consoantes surdas e sonoras, como por exemplo 
faca (surda) e vaca (sonora). O quadro abaixo2 mostra as 19 consoantes 
do português; notem que a notação entre colchetes é uma técnica da 
fonética, com o uso de sinais especiais, para representar os fonemas. 
Papel da cavidade nasal Oral Nasal 
Modo de articulação Oclusiva 
Constritiva 
Oclusiva 
Fricativa Lateral 
aproximante Vibrante 
Papel das cordas vocais Surda Sonora Surda Sonora Sonora Sonora Sonora 
Ponto de 
articulação 
Bilabial / p / 
pato 
/ b / 
barco 
 / m / 
mapa 
Labiodental 
 / f / 
fita 
/v / 
vida 
 
Linguodental / t / 
tato 
/ d / 
dedo 
 
Alveolar 
 / s / 
sapo 
/ z / 
zíper 
/ l / 
lado 
/ r / 
arara 
/ n / 
neto 
Pós-alveolar 
 / x / 
xeque 
/ j / 
jato 
 
Palatal 
 / λ / 
telha 
 / ñ / 
lenha 
Velar / k / 
casa 
/ g / 
gato 
 
Uvular 
 / R / 
rato 
 
 
Semivogais 
 
2 Cf. Celso Cunha, Gramática da Língua Portuguesa, FAE – Ministério da Educação, RJ, 1992. 
Língua Portuguesa p/ Técnico - ANA 
Teoria e exercícios comentados 
Prof Marcos Van Acker – Aula 00 
 
 
Prof. Marcos Van Acker www.estrategiaconcursos.com.br 8 de 57 
 
Em nossa língua, as vogais são centro da sílaba, foneticamente, ou seja, 
têm uma posição tônica dentro da sílaba, e as consoantes são associadas 
a elas, geralmente. As vogais /i/ e /u/, quando associadas a outra vogal 
na sílaba, são chamadas de semivogal, pois assumem papel secundário 
sob o ponto de vista da intensidade. 
 
Por exemplo, no vocábulo vida, temos a vogal i; em tédio, por outro lado, 
i será semivogal, pois o centro da sílaba é a vogal o. Da mesma forma, u 
será vogal em mudo, mas semivogal em céu. 
 
Encontros vocálicos 
 
Ditongos 
 
O encontro de vogal e semivogal, dentro de uma sílaba, ou de semivogal 
e vogal, recebe o nome de ditongo. Os ditongos são ditos decrescentes 
quando a intensidade da sequência vocálica é decrescente, ou seja, a 
vogal vem antes da semivogal. 
 
Ditongos decrescentes: pai céu muito 
 
Quando a intensidade da sequência vocálica é crescente, ou seja, a 
semivogal vem antes da vogal, o ditongo é assim classificado. 
 
Ditongos crescentes: quase equino aquoso 
 
Todas as vogais orais de nossa língua podem formar ditongo crescente, 
sucedidas por semivogal, conforme vemos abaixo: 
 
vogal Semivogal i U 
A Pai Almoço 
E Azeite Meu 
E (aberto) Réis Céu 
I - Viu 
O Boi Ouro 
O (aberto) Dói Sol 
U Fui - 
 
Notem que, no caso dos ditongos crescentes, muitos dos encontros 
podem ser articulados como hiatos, o que veremos a seguir; são 
inequivocamente crescentes os encontros em que a semivogal é 
Língua Portuguesa p/ Técnico - ANA 
Teoria e exercícios comentados 
Prof Marcos Van Acker – Aula 00 
 
 
Prof. Marcos Van Acker www.estrategiaconcursos.com.br 9 de 57 
precedida por consoante /k/ (grafado q) ou /g/, como por exemplo em 
quase, linguiça, lingueta, tranquilo. 
 
Por fim, os ditongos formados com vogais nasais são chamados também 
de ditongos nasais. 
 
Tritongos 
 
Os encontros formados por semivogal – vogal - semivogal são chamados 
de tritongos; vejam alguns exemplos: 
 
Uruguai; relampeou; enxaguei 
 
Também podem ser formados com vogais nasais, como em saguão. 
 
Hiatos 
 
O encontro de duas vogais, vizinhas em sílabas diferentes, é chamado de 
hiato. Vejam, por exemplo, os vocábulos pais e país, constituídos pelos 
mesmos fonemas. A diferença está justamente no encontro vocálico: em 
pais, temos ditongo decrescente, e em país hiato, com a vogal i marcado 
pelo acento tônico. Note que não há, em nossa língua, duas vogais na 
mesma sílaba, pois a vogal, como vimos, é o centro da sílaba. Pode haver 
outros sons vocálicos ao lado da vogal, que inevitavelmente assumirão 
intensidade menor, como semivogais. Assim, pais é monossílabo e pa-ís, 
dissílabo. 
 
Encontros consonantais 
 
Há encontro consonantal quando sucedem-se duas consoantes num 
vocábulo sem vogal a mediá-las. Notem que não é incomum, apesar de o 
padrão da sílaba ser vogal e consoante. Os encontros podem dar-se 
dentro da mesma sílaba, ou em sílabas separadas. 
 
Os encontros em que a segunda consoante é /l/ ou /r/ estarão sempre na 
mesma sílaba, como no caso de bloco, obra, crivo, aclive, adrede, flor, 
África, placa, prático, truque, Atlas. 
 
Língua Portuguesa p/ Técnico - ANA 
Teoria e exercícios comentados 
Prof Marcos Van Acker – Aula 00 
 
 
Prof. Marcos Van Acker www.estrategiaconcursos.com.br 10 de 57 
No caso de encontros mais raros, como gn, mn, tm, pode haver oscilação, 
quando o encontro se dá em posição não inicial; assim, podemos 
considerar a divisão de ritmo, por exemplo, como ri-tmo, ou como rit-mo. 
 
Notem que, na fala coloquial, teremos usualmente a interposição de uma 
vogal nesses casos, adicionando uma sílaba ao vocábulo, e retomando o 
padrão silábico de vogal e consoante. Nesse caso, a pronúncia seria ri-ti-
mo, com a primeira sílaba acentuada. É uso coloquial, bem entendido, da 
linguagem falada, inadmissível no padrão culto. 
 
Dígrafos 
 
Assim se denominam os fonemas transcritos por duas letras, como no 
caso de barro, chuva, malho. Notem que nestes e em muitos outros casos 
temos apenas um som, cuja transcrição exige dois sinais gráficos, ou 
seja, duas letras. 
 
Importante notar que muitos fonemas são transcritos por dígrafos, como 
por exemplo as vogais nasais, em ponto ou em imposturas. As letras m e 
n aí marcam a nasalidade da vogal. 
 
Os dígrafos em português são os seguintes: ch com som de x, como em 
chuva, com som igual ao de xisto; lh e nh, para representar as 
consoantes palatais presentes em malha e manha, por exemplo; rr e ss, 
sempre empregados em posição não inicial, como em arroz e 
pressuposto; gu e qu antes de e e i, com som de /g/ e /k/, como em 
guerra, aguilhão, questão, aqui; sc, sç e xc, todos com som de /s/, como 
em excesso, desça, asceta. Como vimos, as vogais nasais são marcadas 
por dígrafo, formado pela vogal mais a letra m ou n; é o caso de ponto, 
santo, tempo, pinga, mundo. 
 
A Sílaba 
 
A sílaba é unidade de organização sonora das palavras; toda sílaba se 
estrutura em torno de uma vogal; não há sílaba sem vogal nem sílaba 
com mais de uma vogal, pois outro som vocálico na mesma sílaba será 
semivogal. 
 
Língua Portuguesa p/ Técnico - ANA 
Teoria e exercícios comentados 
Prof Marcos Van Acker – Aula 00 
 
 
Prof. Marcos Van Acker www.estrategiaconcursos.com.br 11 de 57 
A sílaba pode ser formada por uma vogal, um ditongo ou um tritongo, 
como nos casos de é, ei, uau. E estes mesmos sons, vogais, ditongos, 
tritongos, acompanhados de consoantes, podem formar sílaba. É o caso 
de tra-to, crei-o, U-ru-guai. 
 
As sílabas que terminam com som vogal são chamadas abertas, como em 
ca-mi-nho; as sílabas que terminam com som consonantal são chamadas 
fechadas; é o caso de pas-tar. 
 
Os vocábulos são classificados conforme o número de sílabas em 
monossílabos, como ar, pais; dissílabos, como re-zou, bra-zões, su-a; 
trissílabos, como por-tu-guês, ar-tei-ro, quar-tei-rão. Os vocábulos com 
mais de três sílabas são chamados de polissílabos; é o caso de mar-cas-
si-ta, ques-tio-na-men-to, a-nun-cia-ção. 
 
Sílaba tônica 
 
Vimos que a vogal é o ponto de maior intensidade da sílaba. Da mesma 
forma, em um vocábulo, há uma sílaba cuja intensidade é superior às 
demais. É a sílaba tônica. Basicamente, em nossa língua, a distinção de 
tonicidade se deve à intensidade da emissão de voz; outras variáveis, 
como tom (grave/agudo) ou duração, podem ocasionalmente ter valor 
expressivo, mas de forma um pouco pessoal, e portanto não trataremos 
delas; apenas a intensidade, representada na língua escrita pela 
acentuação gráfica, interessa a nós. 
 
A acentuação gráfica, que veremos mais adiante, nada mais é que a 
representação da tonicidade das sílabas,da marcação das sílabas tônicas. 
Relembremos que as palavras de mais de uma sílaba cuja tônica cai na 
última sílaba são chamadas de oxítonas, como Brasil, dispor, arpão, 
remar. 
 
São chamadas de paroxítonas aquelas em que o acento recai sobre a 
penúltima sílaba, como em banana, geleira, retorno, sequela, criança. E, 
por fim, temos as proparoxítonas, cujo acento tônico recai sobre a 
antepenúltima sílaba. É o caso de tônica, crítica, balística, bússola, 
colágeno. 
 
Língua Portuguesa p/ Técnico - ANA 
Teoria e exercícios comentados 
Prof Marcos Van Acker – Aula 00 
 
 
Prof. Marcos Van Acker www.estrategiaconcursos.com.br 12 de 57 
Existem palavras sem tonicidade? É uma questão interessante. Em toda 
questão relativa aos sons da língua devemos ter como guia o ouvido. A 
gramática nos diz que temos alguns monossílabos átonos; notem que são 
todas vocábulos instrumentais, não têm um sentido por si, mas são 
essenciais para a criação de sentido e articulação de frases; na pronúncia, 
notaremos que de fato muitas vezes perdem a tonicidade e são 
enunciadas “junto” com as palavras vizinhas. São monossílabos 
considerados átonos: 
 os artigos o, a, os, as, um, uns; 
 os pronomes pessoais do caso oblíquo me, te, se, o, a, lhe, nos, vos, os, as, lhes; 
 o relativo que e as conjunções a, com, de, em, por, sem, que, ou. 
 
Assim, por exemplo, uma expressão como O caso da valsa poderia ser 
pronunciada, assinalando-se as tônicas, como /wkazu davawsa/, com o 
que a tonicidade do artigo e da preposição ficariam realmente 
prejudicadas, passariam a “orbitar” em torno dos vocábulos a que estão 
associados. 
 
Importante notar que o acento tônico, em nossa língua, tem valor 
fonológico, uma vez que pode, mantidos todos os demais componentes 
fônicos de um vocábulo, alterar o sentido apenas com a mudança da 
sílaba sobre a qual recai; é o caso que já vimos, de pais / país, e de 
beberam / beberão, beija / beijar (notar que na fala muitas vezes o r final 
não é pronunciado nas formas de infinitivo). 
Exercícios 
 
1. Temos encontro consonantal em todos os vocábulos na alternativa: 
a) garrancho – penha – viola; 
b) pergunta – mancha – caixa; 
c) presto – vírgula – bingo; 
d) gárgula – harpa – cromático; 
e) régio – princípio – arroz. 
_____________________ 
Comentários: 
Temos de relembrar que os dígrafos são dois sinais gráficos – letras – que 
representam um som apenas; assim, o rr em garrancho não é um 
Língua Portuguesa p/ Técnico - ANA 
Teoria e exercícios comentados 
Prof Marcos Van Acker – Aula 00 
 
 
Prof. Marcos Van Acker www.estrategiaconcursos.com.br 13 de 57 
encontro consonantal, é a representação de um único som, um r 
produzido na região velar, ou uvular, ou seja, lá atrás do palato. Assim 
também o nh em penha, que representa consoante oclusiva palatal nasal. 
Em viola obviamente não temos encontro consonantal, mas de vogais, em 
hiato: vi-o-la. 
 
Em b, vemos que há encontro entre a consoante final da primeira sílaba 
e a inicial da segunda em per-gun-ta; em mancha, por outro lado, temos 
vogal nasal – também muito representadas por dígrafos, como vimos – 
seguida de uma única consoante, assinalada pelo dígrafo ch. Em caixa, 
temos encontro vocálico, um ditongo descrescente. 
 
Na alternativa seguinte, veremos um encontro no primeiro vocábulo (pr), 
e outro no segundo (vírgula); o terceiro vocábulo, porém, vai nos 
decepcionar: em bingo, temos apenas vogal nasal representada pelo 
dígrafo in, seguida de consoante g. Por fim, em d acharemos a alternativa 
em que todos os vocábulos apresentam encontro consonantal. A última 
alternativa, notem, traz encontro apenas em princípio. 
 
Gabarito: d 
 
2. Leia o texto abaixo para responder a questão 
 Tabacaria Álvaro de Campos 
Não sou nada. 
Nunca serei nada. 
Não posso querer ser nada. 
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo. 
 
Janelas do meu quarto, 
Do meu quarto de um dos milhões do mundo que ninguém sabe quem é 
(E se soubessem quem é, o que saberiam?), 
Dais para o mistério de uma rua cruzada constantemente por gente, 
Para uma rua inacessível a todos os pensamentos, 
Real, impossivelmente real, certa, desconhecidamente certa, 
Com o mistério das coisas por baixo das pedras e dos seres, 
Com a morte a pôr humidade nas paredes e cabelos brancos nos homens, 
Com o Destino a conduzir a carroça de tudo pela estrada de nada. (...) 
 
Língua Portuguesa p/ Técnico - ANA 
Teoria e exercícios comentados 
Prof Marcos Van Acker – Aula 00 
 
 
Prof. Marcos Van Acker www.estrategiaconcursos.com.br 14 de 57 
(leia mais em http://pt.wikisource.org/wiki/Tabacaria) 
Nos vocábulos destacados no texto, observamos, quanto aos traços 
fonéticos: 
a) ditongo decrescente, monossílabo tônico, encontro consonantal, 
ditongo crescente, encontro consonantal; 
b) ditongo decrescente, monossílabo átono, ditongo crescente, ditongo 
decrescente, dígrafo; 
c) ditongo decrescente, monossílabo átono, vogal nasal, ditongo 
crescente, dígrafo; 
d) hiato, encontro consonantal, vogal nasal, dígrafo, hiato; 
e) hiato, monossílabo átono, encontro consonantal, ditongo oral, vogal 
nasal. 
______________ 
Comentários: 
 
Temos ditongo descrescente, com a passagem de vogal a semivogal, na 
última sílaba de serei; a preposição de + o artigo o formam um 
monossílabo átono em do; em ninguém temos duas vogais orais, 
representadas pelos dígrafos in e ém. Observamos ditongo crescente em 
mistério, e por fim um dígrafo em carroça. 
 
Gabarito: c 
 
Meus amigos, é bom fazermos alguns exercícios apenas para esquentar; 
nosso estudo até o momento foi preparatório. Necessário estudar a 
questão fonética para podermos entender melhor os problemas da 
ortografia, que passaremos a estudar agora. Este ponto é mais solicitado 
pelas bancas de concurso. 
 
Ortografia 
 
A ortografia é, etimologicamente, a escrita correta; na gramática, 
consiste nas prescrições para a correta transcrição das palavras 
utilizando-se de sinais gráficos – basicamente, as letras, e os sinais 
adicionais de pontuação e acentuação. 
 
A ortografia do português foi estabelecida de acordo com parâmetros ao 
mesmo tempo fonéticos – com a tentativa de fazer corresponder a grafia 
Língua Portuguesa p/ Técnico - ANA 
Teoria e exercícios comentados 
Prof Marcos Van Acker – Aula 00 
 
 
Prof. Marcos Van Acker www.estrategiaconcursos.com.br 15 de 57 
aos sons dos vocábulos – e históricos – respeitando a origem histórica das 
palavras, mesmo que o som do vocábulo tenha mudado com o tempo. 
 
Observem que a pontuação, conjunto de sinais auxiliares de grafia, 
adquiriu uma relevância sintática; estudaremos pontuação 
separadamente, mais adiante em nosso curso. 
 
As letras do nosso alfabeto dispensam apresentação; notar que as letras 
K, W, Y são empregadas em nossa língua, especialmente em certos 
casos, como em nomes próprios estrangeiros, ou termos 
internacionalmente consagrados, como Kant, Wilde, Bayonne. 
 
Uma letra em especial merece atenção, o H. Em posição inicial, o h não 
corresponde a nenhum som; mantém-se na grafia em respeito às origens 
históricas de vocábulos como homem ou hábito. Vimos também que o 
sinal h é empregado em dígrafos como lh, nh. 
 
A divisão silábica é importante na língua escrita quando há necessidade 
da translineação, de continuar a escrita de uma palavra que não “coube” 
inteira em uma linhana linha seguinte. Assim, sabemos todos que só se 
separam letras que representam sons de sílabas diferentes da mesma 
palavra. 
 
Ora, já recordamos que as sílabas são basicamente organizadas em torno 
de uma vogal; encontros vocálicos e consonantais podem ocorrer, dentro 
da mesma sílaba ou em sílabas diferentes; isso será determinante na 
separação silábica. Pois, regra geral, não se separam os elemementos da 
mesma sílaba. Devemos observar o seguinte: 
 
 não se separam as letras que representam ditongos e tritongos, como por exemplo: 
Eu-ter-pe Pan-te-ão lín-gua 
Mui-to Pas-coal nê-nia 
Jun-giu Gua-ra-ná á-gua 
 não se separam os encontros consonantais em início de sílaba, e os dígrafos ch, ln e 
nh: 
pneu-mo-tó-rax cli-chê par-ti-lha 
psi-có-ti-co pa-lhi-nha o-clu-são 
 separam-se as vogais de hiatos: 
Go-ia-ba ca-ri-o-ca ca-í-a 
Língua Portuguesa p/ Técnico - ANA 
Teoria e exercícios comentados 
Prof Marcos Van Acker – Aula 00 
 
 
Prof. Marcos Van Acker www.estrategiaconcursos.com.br 16 de 57 
Bi-ô-ni-co sa-í-da ba-ião 
 os encontros consonantais, conforme a regra geral, com sons em sílabas diferentes: 
dis-tin-to mar-te-lo or-gu-lho 
pro-mís-cuo sub-sti-tui par-que 
 
 embora representem o mesmo som, são separados os dígrafos rr, ss, sc, sç e xc 
ex-ces-so nas-ça pas-so 
bar-ro cres-cer abs-ces-so 
 
Emprego do Hífen 
 
Não é simples o uso do hífen, mas podemos agrupar as ocorrências, que 
são um pouco numerosas; segue a relação de casos em que se deve 
utilizar o hífen, marcadamente nos compostos. 
 
Quando, em um composto, o sentido primário das palavras reunidas no 
composto se altera, temos a necessidade de usar o hífen. Por exemplo, na 
expressão oriunda da tipografia caixa-alta, para designar os tipos 
maiúsculos (A, B, C etc.), temos expressão de significado totalmente 
diverso da expressão simples caixa alta. O mesmo vale para chapa-
branca, etc. 
 
Devemos empregar o hífen: 
 nos compostos, que constituem vocábulos novos, mantida a forma da palavra e sua 
acentuação – é o caso de bossa-nova; papel-jornal; coxa-creme; porta-estandarte; 
decreto-lei; caixa-preta; ficha-limpa; mais-que-perfeito etc. 
 em derivados de nomes, como no caso de sul-americano, são-paulino, villa-lobiano 
etc. 
 em compostos formados por adjetivos, como no caso de luso-brasileiro, lítero-
musical, greco-romano, verde-amarelo, sócio-econômico 
 em compostos formados por verbos, como em quebra-quebra, pisca-pisca, 
 em vocábulos com redobro de sílaba, muitas vezes onomatopéicos, como em blá-
blá; tique-taque; zum-zum 
 nos compostos em que o primeiro elemento sofreu redução fônica, como em bel-
prazer (<bel(o)), grão-mestre (<gran(de)), nor-nordeste (<nor(te)) 
 nos nomes dos dias da semana, como segunda-feira, terça-feira etc. 
 em nomes de cargos ou entidades em que o último elemento é a palavra geral, 
como em procurador-geral, diretor-geral, corregedoria-geral. 
 Em compostos com as palavras de origem tupi açu, guaçu e mirim, como em 
Canindé-açu, Mogi-Mirim; 
Língua Portuguesa p/ Técnico - ANA 
Teoria e exercícios comentados 
Prof Marcos Van Acker – Aula 00 
 
 
Prof. Marcos Van Acker www.estrategiaconcursos.com.br 17 de 57 
 Nas expressões que designam plantas e animais, como em figo-da-índia, joão-de-
barro, erva-doce, cana-de-açucar. 
 
Por outro lado, não se emprega o hífen em diversos casos, vejamos 
alguns: 
 Em compostos por justaposição, em que há maior fusão fonética e gráfica dos 
vocábulos – escreve-se uma única palavra, como no caso de aguardente, 
malcheiroso, benfazejo, pontapé; 
 Em certos compostos e expressões cristalizadas com função de nome, que possuem 
clara unidade semântica, como bicho do mato, deus nos acuda, dia a dia, maria vai 
com as outras, pé de pato (note-se que o hífen, no entanto, é empregado em água-
de-colônia, cor-de-rosa, arco-da-velha, pé-de-meia). 
 
O Hífen dentro do vocábulo 
 
Hífen e prefixo – certos prefixos são usados com hífen, outros não; 
vejamos: quando o prefixo constitui outro vocábulo fonológico em relação 
ao resto do vocábulo, com acento tônico autônomo, neste caso teremos 
hífen entre o prefixo e o radical, como no caso de ex: ex-marido, ex-
eleitor, ex-campeão; da mesma forma, teremos necessariamente hífen 
após os prefixos vice, pós, pré e pró, como no caso de vice-presidente, 
pós-operatório, pré-datado, pró-reitor; estes últimos prefixos, quando não 
recebem acento tônico ou têm a pronúncia fechada, não recebem hífen; é 
o caso de predomínio, posposição, preconceito, procriar. 
 
 No caso dos prefixos circum e pan, o hífen é necessário quando o 
segundo elemento inicia-se por h, m, n ou vogal; vejam os exemplos: 
circum-navegar, circum-mover, circum-adjacente; pan-americano, pan-
helênico, pan-magistral, pan-helênico. 
 
No caso de hiper, inter e super, o hífen é obrigatório antes de palavra 
iniciada por h ou r, como vemos em hiper-raro; super-hábil; inter-relação. 
Da mesma forma nos casos dos prefixos sub, sob, ab e ad, como em ab-
rogar, ab-rupto (sim!), sub-ramo, sub-humano, ad-rogar 
 
Aliás, quanto às palavras iniciadas por h, em todos os casos teremos hífen 
depois do prefixo, como em anti-herói, auto-hipnose, psico-história, 
extra-horário, ultra-humano. Também se usa o hífen para separar o 
prefixo do elemento subsequente quando a letra final do prefixo é igual à 
inicial do elemento seguinte, como em auto-orientado, anti-inflamatório, 
contra-almirante, micro-ônibus, semi-integral, poli-insaturado. 
 
 
Exercício 
 
3. (MPE-RS – 2009 – Promotor- adaptada) – Leia o texto abaixo 
Língua Portuguesa p/ Técnico - ANA 
Teoria e exercícios comentados 
Prof Marcos Van Acker – Aula 00 
 
 
Prof. Marcos Van Acker www.estrategiaconcursos.com.br 18 de 57 
1. Não vou escrever ab-rupto. De jeito nenhum! Pouco se me dá que o Scliar e o Assis Brasil 
02. defendam a reforma ortográfica, ab-rupto não escrevo. ninguém ia entender. Você sabe o 
03. que é ab-rupto? O mesmo que o velho abrupto! Por Deus! Ora, ninguém dirá abrupto se ler 
04. ab-rupto. O cara não pronuncia o bru. Fala: ab ruo , não vou colocar um quebra-molas no 
05. meu texto escrevendo ab-rupto. É abrupto. Pronto. 
06. Já estava meio irritado com a linguiça sem trema, no dia em que descobri esse negócio de ab- 
07. rupto. linguiça sem trema não é linguiça. Aquele gui a gente fala como o de enguiça. O meu 
08.amigo Languiça, por exemplo. Ele não é Languiça, mas, agora, quando escrever o apelido dele, 
09. muita gente vai achar que é. E o apelido perde a graça, porque o Languiça era Languiça por ser 
10. parecido com uma linguiça. Suprimindo o trema, o apelido era untado com uma ironia grosseira 
11. que se tornava hilária. Lá vai o Languiça, alguém dizia, e todo mundo dava risada. Agora, não. 
12. Sem a possibilidade do trema, o Languiça não é mais o mesmo. Pode ser um Languiça, o que não 
13. é nada engraçado. 
14. Aí o Assis Brasil vem e diz que escrever linguiça sem trema e abrupto separado torna a língua 
15. portuguesa mais visível. Ah, não! Prefiro que ela fique invisível, então. 
16. Certas regras a gente não deve cumprir. Outras são muito mais imperiosas, ainda que não 
17. sejam explícitas, escritas e acordadas entre autoridades e países, como é uma reforma 
18. ortográfica. Exemplo: as tais regras do Mercado. Não existem no papel, ninguém as redigiu, mas, 
19. quem não as cumpre, é punido com severidade. 
20. Nenhum dos condestáveis das letras legislou sobre as regras do Mercado, eles nem ligam para 
21.elas. Eu, sim. Eu as respeito. Já ab-rupto, nem se o Scliar e o Assis Brasil vierem aquiexigir, de 
22. dicionário em punho, ab-rupto eu não escrevo! 
 
Adaptado de: COIMBRA, David. Zero Hora, 4 fev. 2009, p. 44. 
 
Considere as seguintes afirmações a respeito de convenções ortográficas 
da língua portuguesa. 
 
I - As formas ab-rupto (I. 01) e abrupto (I. 03), citadas no texto, são 
ambas corretas. 
II - A supressão do trema em palavras da língua portuguesa não impede 
que se pronuncie o u em palavras como linguiça ( 1.10 ). 
III - A nova ortografia, vigente a partir de 1°. de janeiro de 2009, 
suprimiu o hífen do verbo inter-relacionar. 
 
Quais estão corretas? 
 
a) Apenas 2. 
b) Apenas 3. 
c) Apenas 1 e 2. 
d) Apenas 1 e 3. 
e) 1, 2 e 3. 
______________ 
Comentários: 
 
Meus amigos, são raras, talvez por sorte, as questões envolvendo o hífen; 
vejam como ficou complexo o assunto; lembro-me de, na época de 
aprovação do Acordo Ortográfico, o eminente Prof. Evanildo Bechara 
enfileirar uma série de artigos de peso no jornal, a respeito do acordo e 
seu alcance, abordando todos os pontos. Quando chegou a vez do hífen, o 
Língua Portuguesa p/ Técnico - ANA 
Teoria e exercícios comentados 
Prof Marcos Van Acker – Aula 00 
 
 
Prof. Marcos Van Acker www.estrategiaconcursos.com.br 19 de 57 
bom professor reconheceu que a coisa tinha ficado bastante complexa, 
até ele se confundiu! Então, não vamos temer muito o hífen, que não foi 
feito pra humilhar ninguém; resolvamos desassombrados essa 
questãozinha, examinando as alternativas. 
 
Vimos que, com o prefixo ad, teremos hífen caso o elemento seguinte 
seja iniciado por r, ou h; ora, é o caso de ab-rupto, por mais estranheza 
que cause ao autor do texto, e a nós. Então, a alternativa não está 
correta; apenas a forma ab-rupto será correta. A seguir, vemos que o 
trema, abolido como sinal gráfico, significa apenas mudança na grafia das 
palavras, nunca na pronúncia, que continua a mesma. Assim, 
continuamos a pronunciar a semivogal em linguiça normalmente. Correta 
a alternativa. 
 
Por fim, vimos que temos hífen a separar o prefixo do radical quando 
aquele terminar com a mesma letra com que este se inicia; ora, é o caso 
de inter-relacionar. Assim, a alternativa está incorreta. 
 
Gabarito: a 
 
Acentuação gráfica 
 
Na nossa língua contamos com alguns sinais para marcar a intensidade e 
o timbre (tipo de som) das sílabas e das vogais. Temos o acento agudo, 
que marca tônica e vogal de timbre aberto, como em jacaré; o acento 
grave, utilizado para a crase (fusão fonética) entre preposição e artigo 
feminino, como em às; o acento circunflexo, utilizado para marcar tônica 
em vogal de timbre fechado, como em avô. Além disso, temos o til, usado 
para marcar vogais nasais, como em não. 
 
As regras que dão conta da acentuação estão associadas à posição da 
sílaba tônica no vocábulo. Assim, as palavras oxítonas, que têm o acento 
tônico na última sílaba, são acentuadas quando: 
 Terminarem em vogal a, e, o abertos, seguidos ou não de s, com o uso do acento 
agudo, como em cajá, abadá, serás, sepé, cafés, cafundó, ilhós. Também são 
acentuadas as formas verbais em que a terminação é assimilada ao pronome oblíquo 
de 3ª la, lo, las, los, de forma que passam a terminar em vogal, como no caso de 
tomá-lo, sabê-lo (notem que o r final “caiu”, ou foi “assimilado”). 
 Terminarem em e ou o fechados, seguidos ou não de s; nesses casos será utilizado o 
acento circunflexo, como em pavê, avô, alôs. 
 Terminarem em –em ou –ens, como em também, parabéns 
 Terminarem em ditongos abertos éi, éu, ói, como em anéis, céu, herói. 
 
As palavras paroxítonas, que têm acento tônico na penúltima sílaba, são 
acentuadas quando terminarem em: 
 i ou u, seguidos ou não de s, como no caso de lápis, íris, tênis, bônus. 
Língua Portuguesa p/ Técnico - ANA 
Teoria e exercícios comentados 
Prof Marcos Van Acker – Aula 00 
 
 
Prof. Marcos Van Acker www.estrategiaconcursos.com.br 20 de 57 
 um, uns, on, ons como em álbum, álbuns, fóton, mésons. 
 Ditongo crescente, como em sério, ânsia, água, língua, facúndia. 
 Vogais nasais, como em órgão, órfã, acórdãos. 
 Nas consoantes r, n, l, x, ps, como em bíceps, Pólux, incrível, hífen, nenúfar. 
 
As palavras proparoxítonas, em que a tônica recai sobre a antepenúltima 
sílaba, são todas acentuadas. Veja, por exemplo, os casos de azáfama, 
pândego, árvore, cânhamo, sinfônico, cândido. 
 
Independente da posição, acentuam-se sempre o i e o u tônicos que não 
formam ditongo com a vogal anterior, e forma sílaba sonzinhos ou com s, 
como em baú, cafeína, egoísmo, juízo, país, saúde; se i e u formarem 
sílaba com as consoantes r, l, n, m, s z, não teremos acento; vejam, por 
exemplo, demiurgo, contribuinte, ruim, rainha, camisa, juiz. 
Temos ainda os acentos diferenciais, empregados para discernir uma 
forma verbal de outra, idêntica se não fosse o acento. É o caso de pôde, 
3ª do singular do perfeito do indicativo, e pode, 3ª do singular do 
presente do indicativo. Assim também vêm, 3ª do plural do presente do 
indicativo, e vem, 3ª do singular do presente do indicativo. 
 
Apóstrofo 
 
O apóstrofo indica a supressão de um som, de uma letra, geralmente no 
verso, por exigência da métrica, como em of´recer, esp´rança, 
minh´alma etc. De forma muito semelhante, indica a supressão da vogal 
em expressões consagradas, ligadas pela preposição de : estrela d´alva, 
galinha d´angola, copo d´água, pau d´água etc. Restringe-se a isso o uso 
do apóstrofo. 
 
Dúvidas comuns de grafia 
 
É comum que tenhamos dúvidas na escrita, quando nos deparamos com 
sons que comumente são representados por sinais diversos, como o 
fonema /s/, que pode ser grafado com S, C, Ç, XC, X, por exemplo. 
Vamos relembrar que a ortografia é definida por dois parâmetros – o som 
dos vocábulos e a origem histórica das palavras. Isso explica algumas 
dificuldades. Vamos tentar relacioná-las. 
S 
Grafamos com s os sufixos formadores de adjetivo –ês, -esa, -isa, 
apostos a substantivos: português, burguês, princesa, poetisa. Da mesma 
forma, os derivados dos verbos correr, pôr, querer: corressem, excursão, 
curso, posição, quis, impôs. 
Naturalmente, os derivados de vocábulos grafados com s também serão 
assim grafados: lapiseira, asneira. Após ditongo ou vogal, em posição 
final ou medial, desde que não encerre a sílaba, o som /z/ será grafado s, 
como em causa, pouso, pausado, causado, casado. 
Língua Portuguesa p/ Técnico - ANA 
Teoria e exercícios comentados 
Prof Marcos Van Acker – Aula 00 
 
 
Prof. Marcos Van Acker www.estrategiaconcursos.com.br 21 de 57 
Antes de vogal nasal, o som /s/ será grafado s, como em malsã, tensão. 
Notem que a grafia s corresponde ao som /s/ em posição inicial, como 
em sopa, sapo, sinal. Nesta posição, dificilmente há dúvidas na escrita. 
 
Z 
 
Emprega-se a grafia z em –eza, -iza, quando apostos a adjetivos: beleza, 
agudeza, rapidez, higidez. Também emprega-se z com os sufixos –izar, -
ização, -al, -inho, quando não se escreve com s a palavra originária; é o 
caso de cotizar, periodização, buritizal, cafezal, vovozinha. Mas lapisinho 
(<lápis) deve-se à presença do s na palavra primitiva. 
 
SS 
 
Emprega-se o dígrafo ss na grafia dos derivados de palavras primitivas 
com ss, como engessar, cassar. Grosso modo, se ocorre dentro da 
palavra, entre vogais, o som /s/ será escrito ss ou ç, sendo representado 
por s em posição inicial. 
Os derivados do verbo ceder e seus compostos serão grafados com ss, 
como cessão, concessão. 
 
C / Ç 
 
Nos vocábulos derivados de ter e seus compostos, como retenção, 
detenção,emprega-se ç. Após ditongos, com som de /s/, também: 
compare-se louça e lousa; veja-se alça, foice. Também é comum o 
emprego na grafia de muitos vocábulos de origem indígena, como Uruçu, 
Paraguaçu. Naturalmente, derivados de palavras grifadas com c ou ç 
também serão grafadas assim, como afiançar, adoçar. 
 
Exercício 
 
4. (FMP/TJ-AC/Assistente Jurídico/2010) Leia o texto abaixo para 
responder as questões a seguir: 
 
Texto: 
CELEBRIDADES PALPITEIRAS -- Furio Lonza 
 
1 Outro dia, estava zapeando como sempre a TV e me deparo com a Luciana 
Gimenez falando sobre o massacre no Carandiru. Virei. Noutro canal, a Adriane 
Galisteu especulava a possibilidade de recuperação dos rappers dependentes 
químicos. Virei. Na MTV, uma “vijei” comos peitos tatuados dava dicas sobre sexo a 
adolescentes absolutamentealucinados, que perguntavam sobre ejaculação 
precoce, camisinha, suruba. Antes que eu encontrasse a Fafá de Belém falando 
sobre a lei da gravidade, desliguei. 
Língua Portuguesa p/ Técnico - ANA 
Teoria e exercícios comentados 
Prof Marcos Van Acker – Aula 00 
 
 
Prof. Marcos Van Acker www.estrategiaconcursos.com.br 22 de 57 
2 Nos jornais, celebridades de vários quilates e calibres escrevem diariamente 
sobretudo, desde islamismo até o saldo da balança comercial. Na TV, pagodeiros 
são questionados sobre a economia informal, dançarinas de axé musicfalam sobre a 
alimentação mais apropriada aos golfinhos, modelos que pesam 30 quilos opinam 
sobre o Fome Zero. Na maior calma, eles falam do Oriente Médio, criação de 
camarões, futebol, BID, tipo assim, tá ligado? Dão a impressão de estarem num 
boteco à beira-mar beliscando batatinhas chips e bicando um chope sem colarinho. 
3 A pergunta é simples: por que a mídia passou a achar que qualquer um pode 
expressar opiniões leigas sobre assuntos técnicos e eruditos só porque são 
celebridades? Que cabedal ou estofo cultural têm cantores, modelos, 
apresentadoras de televisão ou humoristas para deitarem & rolarem sobre assuntos 
da atualidade, sem conhecerem a fundo temas complexos &delicados? E que 
estrago isso pode fazer na cabeça do povo? 
4 Pintou um assunto polêmico e lá está Caetano Veloso falando pelos cotovelos 
sobre a matança de marimbondos no Pará ou a Fernanda Young opinando sobre o 
aumento abusivo do seu Plano de Saúde. A quem interessa saber o que a Marisa 
Orth diz sobre a invasão do Iraque? Já a Regina Case é um caso patológico. Com 
seu estilo brejeiro, ela defende a preservação do mico-leão dourado e indigna-se 
com a pesca predatória em Manaus. 
5 Hoje, qualquer um pode meter o bedelho em tudo e, o que é pior, usa a coluna do 
jornal em proveito próprio. No mesmo texto, o cara analisa a desastrosa política do 
governo, fala do seu poodle que ele ama de paixão, diz que a Fernanda Lima é o 
seu objeto de desejo e, de quebra, ainda elogia o último disco do Zeca Pagodinho. 
6 O Diogo Mainardi é um assunto de polícia. Entende de Getúlio Vargas, 
decodificação do DNA, Brecht, clonagem da Dolly. Se você procurar no dicionário a 
palavra petulância, vai encontrar a foto dele. 
7 Teve uma época na imprensa brasileira em que as atividades profissionais eram 
estanques: quem escrevia sobre política era formado em sociologia, com pós-
graduação na Sorbonne; quem escrevia sobre economia era economista com 
passagem em Harvard ou Berkeley; a arte ficava a cargo de estudiosos, críticos, 
pesquisadores. Quem escrevia os editoriais eram caras com tempo de estrada, 
tinham entrevistado personalidades nacionais e estrangeiras, possuíam bagagem. 
8 Arnaldo Jabor é provavelmente a maior herança da era Collor. Quando o cinema 
brasileiro entrou em colapso, o Jabor disparou a falar e não parou mais. Ele é um 
deus grego, suas opiniões são disputadas a tapa, repetidas nas rodinhas de boteco, 
glamourizadas. No Jornal Nacional, ele fala sobre tudo, cria metáforas, comete 
simbioses e entropias, é retórico, implacável,obsessivo. Como cineasta, deveria 
limitar-se a seu ofício. 
9 Mas não. Eles todos_________, não conseguem se controlar, estão por cima da 
carne-seca. Se dão o direito de falar ao pé do ouvido do público, como uma 
_______ caseira_______ sabedoria em conversas ao redor da fogueira. São um 
________de cronistas, editorialistas e fofoqueiros e atendem pelo pomposo título de 
opinionmakers. Eles sorriem pelo canto dos lábios,franzem a testa, são irreverentes, 
tudo para eles é emblemático, endógeno, virtual, aparecem na TV,escrevem nos 
jornais e revistas, são celebridades, dão entrevistas em talk shows, publicam 
livros,são ecléticos. Pior: têm toda a liberdade, ganham uma baba, são endeusados 
pelo povinho letrado,querem ser reconhecidos pelas ruas em que passam, vivem 
para dar opiniões mas, em geral, não teriam a mínima credibilidade num país sério. 
 
Língua Portuguesa p/ Técnico - ANA 
Teoria e exercícios comentados 
Prof Marcos Van Acker – Aula 00 
 
 
Prof. Marcos Van Acker www.estrategiaconcursos.com.br 23 de 57 
As lacunas do último parágrafo são preenchidas correta e respectivamente pelas 
palavras daalternativa: 
 
(A) extrapolam – vovozinha – destila – mixto 
(B) estrapolam – vovozinha – distila – misto 
(C) estrapolam – vovosinha – distila – mixto 
(D) estrapolam – vovozinha – distila – mixto 
(E) extrapolam – vovozinha – destila – misto 
_____________ 
Comentário: 
 
Uma questão relativamente simples, que mistura a ortografia e a 
interpretação de textos, temos de preencher as lacunas com a forma 
ortograficamente correta. Notem, meus amigos, que só preenchendo as 
lacunas podemos ler o texto integralmente! 
 
À resolução, portanto. O primeiro segmento ficaria “Eles todos 
extrapolam”, do verbo “extrapolar”, com significado de “ultrapassar os 
limites”. Note que, com isso, eliminamos duas alternativas. O diminutivo 
de “vovó” é corretamente grafado vovozinha, como todo substantivo 
terminado em vogal não precedida de s, quando este mantem-se na 
grafia (casinha, vasinho). Assim, de caju temos cajuzinho, de Vatapá, 
vatapazinho, etc. 
 
O verbo destilar grafa-se com e, seu sentido originário é “deixar sair gota 
a gota”, daí o sentido de “conversar miudamente”, como quem deixa 
gotejar sua prosa. Chegamos ao final, com a palavra “misto”, que pode 
causar dúvidas, pois vemos por aí a grafia “mixto”, no entanto é 
incorreta, é na verdade um arcaísmo. Portanto, temos “extrapolam”, 
“vovozinha”, “destila” e “misto”, o que corresponde à última alternativa. 
 
Gabarito: e 
 
 
Dificuldade comum na grafia é a oferecida pelas palavras semelhantes, os 
parônimos, e os homônimos de grafia diversa, ditos não homógrafos, 
palavras de mesmo som, sentido diverso e grafia diversa, como conserto 
e concerto, que significam reparação, ajuste, restauro; e recital de 
música, respectivamente. 
 
Para evitar essas “armadilhas”, pode ser útil a lista de parônimos e 
homônimos abaixo, que explica o sentido de cada uma das expressões. 
 
Ascender – subir, elevar-se Acender – iniciar o fogo 
Acerca de – a respeito de, sobre: “nada 
sabemos acerca do visitante”. 
A cerca de – distância aproximada, no 
espaço ou no tempo – “a cerca de dois 
quilômetros daqui”; com o verbo haver, 
Língua Portuguesa p/ Técnico - ANA 
Teoria e exercícios comentados 
Prof Marcos Van Acker – Aula 00 
 
 
Prof. Marcos Van Acker www.estrategiaconcursos.com.br 24 de 57 
indica tempo passado – “estive aqui há 
cerca de dez anos” 
Aferir - avaliar, medir, estimar, calcular Auferir - colher, obter, conseguir 
 
Acético - relativo ou pertencente ao 
vinagre; ácido, acre. 
Temos ainda asséptico: relativo à 
assepsia, ausência de agentes 
infecciosos 
Ascético - aquele que se dedica à vida de 
asceta, que exerce o ascetismo;de 
hábitos frugais. 
Apreçar - ajustar o preço de, atribuir 
valor a 
Apressar - tornar mais rápido, acelerar. 
Aonde – para onde, com noção de 
movimento 
Onde- indicação de lugar (estático) 
Bocal -abertura de vaso, candeeiro, 
frasco, castiçal 
Bucal - relativo à boca. 
Caçar - perseguir, dar caça. Cassar - anular. 
Cessão – ato de ceder Seção – parte, subdivisão; temos ainda 
Sessão, reunião, acontecimento 
Comprimento – extensão Cumprimento – ato de cumprir; 
saudação 
Decente - decoroso, limpo. Descente - que desce, vazante 
Deferimento - concessão, atendimento. Diferimento -adiamento. 
Descrição - ato de descrever, tipo de 
redação, exposição. 
Discrição - qualidade daquele que é 
discreto, prudência 
Descriminar – não reputar crime certo 
ato. 
Discriminar - distinguir, diferenciar, 
separar 
Destratar - insultar. Distratar - romper um trato, desfazer um 
contrato. 
Emergir - vir à tona, subir. Imergir - mergulhar, descer 
Emigrante - pessoa que sai do próprio 
país 
 
Imigrante - pessoa que entra num país 
estrangeiro 
Eminente -que se destaca, excelente, 
notável. 
Iminente - que está prestes a ocorrer, 
pendente 
Emitir - expedir, emanar, enunciar, 
lançar fora de si. . 
Imitir - fazer entrar, investir. 
Esperto - ardiloso, malicioso, sagaz. Experto - experiente, especialista, perito. 
Espiar - espreitar, olhar. Expiar - redimir-se, purgar uma culpa 
Espirar - soprar, respirar, estar vivo Expirar -expelir o ar, morrer; findar 
(prazo) 
Estância lugar onde se está ou 
permanece, morada, 
paragem,estabelecimento rural 
Instância -jurisdição, ordem ou grau da 
hierarquia judiciária 
Estático - estar parado (como uma Extático – relativo ao êxtase 
Língua Portuguesa p/ Técnico - ANA 
Teoria e exercícios comentados 
Prof Marcos Van Acker – Aula 00 
 
 
Prof. Marcos Van Acker www.estrategiaconcursos.com.br 25 de 57 
estátua). 
Estrato - camada (estrato social; 
sociedade estratificada = dividida em 
camadas) 
Extrato - o que foi extraído de algo 
fragmento, resumo, sumo,essência 
Flagrante - evidente, fato que se observa 
no momento em que ocorre. 
 
. 
Fragrante - que exala cheiro agradável, 
aromático 
Fluir - correr (líquido), passar (tempo). Fruir =- desfrutar, gozar 
Incerto – o que causa incerteza, 
duvidoso. 
Inserto - inserido, incluído. 
Incipiente - iniciante, inexperiente Insipiente - ignorante. 
Inflingir - aplicar ou determinar uma 
punição; causar (dano) 
Infringir - desobedecer, transgredir 
Laço - laçada. Lasso - frouxo, cansado, dissoluto. 
Mandado -ordem emanada de 
autoridade judicial ou administrativa. 
Mandato - período de missão política. 
Paço - palácio. Passo – passada. 
Pleito - disputa.. Preito - homenagem 
Prenunciar - anunciar com antecedência. Pronunciar - exprimir verbalmente, 
articular as palavras 
Prescrever – determinar, recomendar; 
perder a validade 
Proscrever - banir, expulsar 
Tráfego – trânsito Tráfico - comércio ilegal, negócio 
indecoroso 
Trás -parte posterior. Traz - forma do verbo TRAZER 
Vadear - passar a vau, isto é, transpor 
um rio a pé ou a cavalo. 
Vadiar – ação própria de vadio, levar 
vida ociosa, andar à toa 
Vultoso - de grande vulto, volumoso. Vultuoso - atacado de vultuosidade 
(estado mórbido em que a face e os 
lábios se incham e avermelham) 
 
Língua Portuguesa p/ Técnico - ANA 
Teoria e exercícios comentados 
Prof Marcos Van Acker – Aula 00 
 
 
Prof. Marcos Van Acker www.estrategiaconcursos.com.br 26 de 57 
Questões comentadas 
 
5 (FMP/Câmara Sta. Bárbara d´Oeste/Jornalista/2010) 
Leia o texto abaixo para responder a pergunta a seguir 
 
Legislar o riso e sacralizar o poder? 
Roberto da Matta 
 
1 Toda tentativa de tolher a liberdade de expressão engessa e, no fundo, 
tenta realizar aquiloque é básico numa democracia competitiva e 
igualitária: a discussão política que marca diferenças e estabelece limites 
para a multiplicidade de perspectivas vigentes num sistema centrado no 
cidadão. No Brasil, temos leis para tudo. Tantas, que até existe uma certa 
desconfiança de que o aparato torna os grandes bandidos “imprendíveis”. 
Temos leis até para regular como as pessoas devem ser presas, porque 
se elas forem importantes, deve-se evitar a “espetacularização”, que em 
todos os lugares algema, numa prova cabal de que a polícia cumpriu o 
seu papel. Um país com uma etiqueta para aprisionar me preocupa. Estou 
convencido de que se tivéssemos uma Futebolbrás, jamais teríamos sido 
pentacampeões do mundo, porque a convocação e nosso jogo seria 
legislado, algo que muitos sentem falta. Seria proibido perder Copas do 
Mundo e a prática exclusiva do “futebol arte” seria estabelecida por lei! 
2 Como ter confiança na lei se desconfiamos da polícia e a polícia 
desconfia dela própriaporque, tal como ocorre com as leis (e com a ética), 
temos muitas polícias para deleite dos bandidos e advogados? 
3Digo isso porque uma interpretação antidemocrática do artigo 45 da Lei 
das Eleições, em vigência desde de 1.º de outubro de 1997, que reprime 
usar o humor com foco em partido ou candidato em período eleitoral, fere 
a liberdade de expressão e vai abrir um sério combate entre os que estão 
no poder e não gostam de liberdade, e os humoristas que dela vivem. 
Entre seriíssimos donos do poder e risonhos carnavalizadores profissionais 
– os humoristas -, cuja profissão é promover uma simbólica e galhofeira 
troca de lugar. A tal troca de lugar capaz de provocar o riso de si mesmo, 
esse apanágio que Bergson dizia ser exclusivamente humano já que os 
crocodilos choram, o que não é caso de nenhuma besta quadrada, 
Língua Portuguesa p/ Técnico - ANA 
Teoria e exercícios comentados 
Prof Marcos Van Acker – Aula 00 
 
 
Prof. Marcos Van Acker www.estrategiaconcursos.com.br 27 de 57 
sobretudo as que chegam ao poder. No Brasil, um poder perpetuamente 
onipotente odeia e recusa o erro. Por isso, todo poderoso tem tanto medo 
do riso que o traz de volta ao plano da cidadania. Se os comuns não 
suportam a politicalha diária, os poderosos detestam o riso. 
4 Num livro famoso, Mikhail Bakhtin ajuda a ................. esse assunto 
que talvez venha a sermais excitante do que o debate eleitoral. ............ 
o riso não combina com eleições e candidatos, no caso do Brasil, quando 
em países igualitários e democracias estabelecidas ele corre solto 
justamente nessa época?Bakhtin – como Freud – ............ acima de tudo 
a capacidade do humor de, pelo riso humano orgulhoso e zombeteiro, 
enfrentar (e vencer) a dor, as adversidades, o destino e a morte. De fato, 
nosso pior inimigo fica mais .............. diante de uma gargalhada do que 
de um revólver. A própria desgraça recua se alguém se atreve a 
ridicularizá-la. Ainda mais nesta vida que não merece mais do que uma 
boa anedota. 
5 A tentativa de reprimir o humor em período eleitoral é coerente com a 
liturgia que cerca odebate cheio de dedos dos presidenciáveis. Ela põe a 
nu quanto o nosso sistema de poder protege, dignifica, hierarquiza e 
sacraliza o governante. E quanto somos coniventes com isso. O medo do 
riso é o medo da igualdade que o momento eleitoral inevitavelmente 
demanda e revela. Seria possível proibir o riso e o humor neste momento, 
como fazem os radicais, que se levam tão a sério que não podem rir de si 
próprios? 
6 Falamos muito de “realidade” e pouco dos seus símbolos. A mentalidade 
“legislerante” é umaclara tentativa de arrolhar o dia a dia. Ela é a 
responsável por esse universo de leis que promovem o famoso axiomado 
“é ilegal, e daí?”, a prova mais clara de que, entre nós, as leis não 
acompanham o bom senso. Amordaçado o riso, o poder sacraliza-se 
porque não há mais a liberdade de desafiá-lo e usá-lo como uma fonte de 
alegria – um dos modos mais legítimos de mostrar a face humana dos 
poderosos. 
Língua Portuguesa p/ Técnico - ANA 
Teoria e exercícios comentados 
Prof Marcos Van Acker – Aula 00 
 
 
Prof. Marcos Van Acker www.estrategiaconcursos.com.br 28 de 57 
7 No nosso universo político, a mentira, um ininteligível economês falado 
mais com os dedos do que com o coração, as promessas de que, como 
“pai” e “mãe”, se vai cuidar do povo (haja saco e paciência!) são 
dominantes. Neste palco, sempre reinou o medalhão oportunista, tarado 
pelo poder; esse farsante soturno que malandramente usa a máscara da 
igualdade para ampliar seu mandonismo. Hoje, esse papel fica mais duro 
de ser desempenhado, pois a pressão por transparência e igualdade exige 
menos hipocrisia (esse apanágio do populismo lulista) e mais coerência 
(que exige administrar honestamente mais do que “cuidar” como pai ou 
mãe do povo). É ofensivo rir de um poderoso? Pode-se fazer uma lei 
impedindo gargalhar de uma besta quadrada que aspira ao poder? Nas 
ditaduras, o sujeito morre; nas democracias, vive-se disso. Dessa 
relativização por meio do riso que – como a morte – iguala 
definitivamente, mostrando que se hoje estamos no poder, amanhã dele 
sairemos. 
Fonte: Jornal “O Estado de S. Paulo” – 25/08/10 
 
Considere as lacunas no quarto parágrafo e assinale a alternativa que tem 
as palavras que as completam adequadamente. 
 
(A) desvendar – Porque – enfatiza – aterrorizado 
(B) disvendar – Por que – enfatiza – aterrorizado 
(C) desvendar – Porque – enfatisa – aterrorisado 
(D) desvendar – Por que – enfatiza – aterrorizado 
(E) disvendar – por que – enfatisa – aterrorizado 
___________ 
Comentários: 
 
Uma questão de ortografia, temos de preencher as lacunas do 4º § do 
texto. 
Na primeira alternativa, temos o prefixo des-, de origem latina,que se 
pode confundir com o prefixo dis-, de origem grega; o prefixo des- tem o 
sentido de negação, separação, afastamento; desvendar significa “tirar o 
véu”. O prefixo dis- é usado mais em vocábulos eruditos, tem sentido 
semelhante, essa é a dificuldade. Exemplos distopia, dispespsia, distonia; 
tem sentido de negação, e ausência. 
Língua Portuguesa p/ Técnico - ANA 
Teoria e exercícios comentados 
Prof Marcos Van Acker – Aula 00 
 
 
Prof. Marcos Van Acker www.estrategiaconcursos.com.br 29 de 57 
No caso de interrogativa expressa, com ponto de interrogação, temos a 
escrita por que, separados. As duas outras alternativas tem relação com 
verbos da 1ª conjugação terminados em -isar ou –izar. Em caso de 
dúvida, é preciso verificar a palavra do qual derivam. 
Os verbos terminados em –isar são derivados de nomes em que o s faz 
parte do radical; assim, -isar na verdade não é um sufixo verbal, apenas 
o –ar, sufixo normal da 1ª conjugação. O segmento –is- é parte da raiz. 
Assim, temos os verbos analisar, paralisar, pesquisar, pisar, derivados de 
análise, paralisia, pesquisa, piso, e assim por diante. 
Por outro lado, a terminação –izar é de fato um sufixo verbal, com o 
sentido de “tornar”, “transformar em”; temos urbanizar, de urbano; 
colonizar, de colono/colônia; radicalizar, de radical. E Aterrorizar, de 
terror (também com um prefixo). 
Agora, o aluno atento pergunta, então “ênfase”, grafado com s, terá um 
verbo derivado com s? Não, no caso há alternância na consoante final; as 
formas mais distantes da sílaba tônica sofrem transformações, se o s 
fosse mantido no radical teríamos a forma *enfasar ou pior ainda, 
*enfasear, que obviamente não existem. O s cai e dá lugar ao t antes do 
sufixo, exatamente como em enfático. 
Gabarito: d 
 
6. (FMP – TJ/AC – 2010) - O substantivo VAZAMENTO, no texto, está 
corretamente grafado, porque vem do verbo VAZAR com Z. Essa mesma 
relação de ortografia – palavra primitiva com Z = palavra derivada com Z 
- pode ser feita com todas as palavras abaixo, exceto: 
(A) li___o / ali_ar. 
(B) bali_a / bali_ar 
(C) desli_e / desli_ar 
(D) va_io / esva_iar 
(E) _ebra / _ebrado 
__________ 
Comentários: 
 
Uma questão de grafia, sobre alternância de s e z. Temos as palavras 
zebra, vazio, deslize e baliza, todas grafadas com z, assim como seus 
Língua Portuguesa p/ Técnico - ANA 
Teoria e exercícios comentados 
Prof Marcos Van Acker – Aula 00 
 
 
Prof. Marcos Van Acker www.estrategiaconcursos.com.br 30 de 57 
derivados zebrado, esvaziar, deslizar e balizar; apenas o adjetivo liso, na 
primeira alternativa, é grafado com s, assim como o verbo derivado 
alisar. 
 
A questão, como se vê, é bem simples. 
 
Gabarito: a 
 
7-(ESAF-SUSEP/2010) Assinale a opção em que o texto foi transcrito com 
erro gramatical no termo sublinhado. 
 
A historiografia econômica já explorou detidamente os mecanismos pelos 
quais(A) as eras históricas, que são nomeadas pelos respectivos sistemas 
de produção, ganharam uma fisionomia própria, uma identidade, 
entraram em crise, sendo(B) enfim substituídas implacavelmente em 
escala mundial. O feudalismo foi dissolvido pelo capital mercantil, e este, 
passado o processo de acumulação, deu lugar ao capitalismo industrial. O 
imperialismo é o ápice do processo capitalista e, até a bem(C) pouco 
tempo, o pensamento de esquerda ancorava-se na certeza de que o 
socialismo universalizado tomaria o lugar dos imperialismos em luta de 
morte. As dúvidas são hoje graves, mas a hipótese de que(D) as fases 
não só se encadeiam mas se ultrapassam é ainda um cânon de leitura 
poderoso, parecendo imbatível quando se examinam(E) os períodos de 
transição. 
(Alfredo Bosi, O tempo e os tempos. In: Adauto Novaes (org.), Tempo e 
História. São Paulo: Companhia das Letras,1992, p.21, com adaptações) 
a) (A) 
b) (B) 
c) (C) 
d) (D) 
e) (E) 
__________ 
Comentários 
 
Temos de examinar as palavras sublinhadas, no contexto em que estão, 
para julgar se há erro “gramatical”; a questão será resolvida pelo 
conhecimento de ortografia. Observem o uso correto do relativo no trecho 
A, a aplicação perfeito da gerúndio em B. Em C, teremos um erro em até 
Língua Portuguesa p/ Técnico - ANA 
Teoria e exercícios comentados 
Prof Marcos Van Acker – Aula 00 
 
 
Prof. Marcos Van Acker www.estrategiaconcursos.com.br 31 de 57 
a bem pouco tempo; de fato, a grafia dos vocábulos há e a é que está em 
questão. Pois no trecho temos uma expressão equivalente a “faz pouco 
tempo”, com o verbo “haver”. É nossa alternativa, pelo visto. 
 
Em seguida, temos o uso correto da preposição de, regida pelo nome 
hipótese, como em A hipótese da geração espontânea, seguida pela 
conjunção que, a introduzir oração subordinada adjetiva restritiva. O 
último segmento destaca o uso de se como pronome apassivador, na 
formação de voz passiva sintética, tópico a ser estudado na aula dedicada 
à sintaxe. 
 
Gabarito:C 
 
8 – (ESAF – SUSEP/2010)- Assinale a opção que corresponde a erro 
gramatical ou de grafia de palavra inserido no texto. 
A manutenção dos empregos é um atestado de que(1) os agentes 
econômicos, embora(2) assustados com as repecurssões(3) da crise nos 
países mais desenvolvidos, não perderam a confiança na economia 
brasileira. Não foi sem motivo. Graças aos sinais emitidos pelo próprio 
governo de que a crise seria encarada sem abalos na estrutura do 
combate à(4)inflação, no câmbio flutuante e com o menor sacrifício 
possível da política de superávits primários, já se sabia que a economia 
brasileira teria condições inéditas de escapar dos piores efeitos da 
situação. Mesmo tendo enfrentado(5) uma recessão, caracterizada pelo 
desempenho negativo do PIB por dois semestres seguidos, e de sofrer 
forte pressão por mudanças no câmbio, o governo sustentou a política 
econômica. 
(Adaptado de Estado de Minas, Editorial, 19/02/2010) 
a) 1 
b) 2 
c) 3 
d) 4 
e) 5 
__________ 
Comentários 
 
Questão em que o examinador interpola erros em um texto, que temos de 
identificar. 
Língua Portuguesa p/ Técnico - ANA 
Teoria e exercícios comentados 
Prof Marcos Van Acker – Aula 00 
 
 
Prof. Marcos Van Acker www.estrategiaconcursos.com.br 32 de 57 
 
Nesse caso temos um erro crasso de grafia, nem vou analisar as demais 
alternativas; vejam que, em (3), o vocábulo “repercurssão” não existe. É 
similar ao vocábulo correto “repercussão”, que tem o sentido de 
“reverberar”, “reproduzir”, “divulgar”. Vamos a uma pequena análise 
morfológica: “percutir” é bater, “repercutir” é derivado pela adição de 
prefixo, com sentido de “rebater”, “bater reflexamente”. Vejam a ligação 
entre a morfologia e o significado. Aquilo que tem eco é o que repercute, 
como quem bate insistentemente num tambor. 
 
Por acidente, temos a palavra “percurso”, mas não há o derivado prefixal 
“repercurso” – o que seria isso, talvez um caminho percorrido ida e volta? 
Desse, poderíamos derivar o aumentativo repercussão; mas agora eu 
estou brincando com as palavras, para demonstrar que muitas vezes a 
semelhança da forma leva a erros. 
 
Gabarito:C 
 
9 –(ESAF – CVM /2010) Os trechos abaixo compõem um texto de José 
Carlos Moutinho. Disponível em http://www. correiocidadania.com.br 
/content/view/5162/9/ (acesso em 27/10/2010). Assinale a opção em que 
o fragmento foi transcrito de forma gramaticalmente correta. 
 
a) A história da Internet demonstra que esta surgiu primeiramente nos 
meios militares norteamericanos, no auge da Guerra Fria, tendo sido 
então extendida para os meios acadêmicos. Desde os seus primórdios 
(Arpanet), a Internet visa à processamento e transmissão de grande 
quantidade de informações e dados, para a formação de conhecimento. 
b) A Internet, a partir de 1994, ganhou diversidade tecnológica, agilidade 
e interface, e esses fatores facilitam a operacionalidade do internauta no 
acesso à informação. Como resultado de anos de trabalho de 
armazenamento de dados, a Internet constituiu um imenso banco de 
dados disponível a todo cidadão. 
c) A Internet (pela sua diversidade, rapidez, interatividade e 
instantaneidade) contribue muito para a socialização do conhecimento. No 
entanto, a grande rede tem sucitado diversos debates sobre sua 
capacidade de contribuir para a formação do pensamento, conhecimento 
e inteligência. 
Língua Portuguesa p/ Técnico - ANA 
Teoria e exercícios comentados 
Prof Marcos Van Acker – Aula 00 
 
 
Prof. Marcos Van Acker www.estrategiaconcursos.com.br 33 de 57 
d) A Internet, entre outros meios digitais favorece muito para o acesso a 
informação e ao conhecimento do leitor digital. Mas isso tudo é apenas 
um passo para a pessoa adquirir outra faculdade em direção ao sucesso 
na vida e ajudar o próximo: a inteligência, a faculdade de entender, 
pensar, raciocinar e interpretar. 
e) Esse é o desafio que está ocupando especialistas em Educação no 
Brasil, ou seja fazer com que o brasileiro deixe de ser analfabeto funcional 
– a pessoa que lê textos, mas não consegue entende-los e interpreta-los. 
__________ 
Comentários 
 
Nesta questão, temos de localizar a alternativa correta, e a ortografia é 
um dos critérios mais relevantes para chegar à resposta correta. A 
primeira contém erros de grafia (norteamericanos, por norte-americanos; 
extendida por estendida), e de regência, em “...visa à processamento e 
transmissão...”, em que seria admissível o uso apenas da preposição (visa 
a), ou de preposição e artigo, respeitando-se o paralelismo e 
concordância de gênero (ao processamento e à transmissão). Podemos 
descartar a alternativa. 
 
A segunda alternativa, embora estilisticamente pobre, tanto pela escolha 
de palavras (operacionalidade), quanto pela repetição (dados...dados), 
não contém erro gramatical, de regência, de concordância, de grafia; tem 
grande chance de ser nossa escolhida. Vejamos as restantes. 
 
Na terceira, temos erros indiscutíveis na grafia de contribui e de 
suscitado, além da quebra do paralelismo na regência de preposição em 
“formação do pensamento, conhecimento e inteligência”. Em d, temos 
diversos erros: falta de vírgula depois de digitais a isolar o adjunto 
interposto entre sujeito e verbo, regência (favorece para), crase (acesso à 
informação), outro erro de regência – em direção ao sucesso na vida e a 
ajudar o próximo, que mesmo corrigido não salva muito a redação do 
trecho. Enfim, é a alternativa com mais erros. 
 
Em e, vemos que a expressão ou seja, que introduz uma explicação, tem 
de estar isolada entre vírgulas quando ocorre no meio da frase. Além 
disso, temos a falta de acentuação dos verbos com pronome oblíquo 
posposto, no final. 
Língua Portuguesa p/ Técnico - ANA 
Teoria e exercícios comentados 
Prof Marcos Van Acker – Aula 00 
 
 
Prof. Marcos Van Acker www.estrategiaconcursos.com.br 34 de 57 
 
Gabarito:B 
 
10 –(ESAF/2010) O texto a seguir foi transcrito com erros. Assinale o 
único trecho que atende plenamente às prescrições gramaticais. 
 
a) Constroe-se o espaço social de tal modo que os agentes ou grupos são 
aí distribuídos em razão de sua posição nas distribuições estatísticas de 
acordo com os dois princípios de diferenciação que, em sociedades mais 
desenvolvidas, são sem dúvida, os mais eficientes: o capital econômico e 
o capital cultural. 
b) Na dimensão mais importante, os detentores de um grande volume de 
capital global, como empresários, membros de profissões liberais e 
professores universitários, opõe-se globalmente aqueles menos providos 
de capital econômico e de capital cultural, como os operários não 
qualificados. 
c) Na perspectiva em que se considere o peso relativo do capital 
econômico e do capital cultural no patrimonio dos agentes sociais, os 
professores – relativamente mais ricos em capital cultural que em capital 
econômico –, estão em oposição, nitidamente, aos empresários – 
relativamente mais ricos em capital econômico que em capital cultural. 
d) O espaço de posições sociais traduz-se em um espaço de tomada de 
posição, pela intermediação do espaço de disposições. Em outras 
palavras, ao sistema de separações diferenciais que definem as posições 
nos dois sistemas principais do espaço social corresponde um sistema de 
separações diferenciais nas propriedades dos agentes sociais. 
e) À cada classe de posições correspondem uma classe habitus (ou de 
gostos) produzidos pelos condicionamentos sociais e, pela intermediação 
desses habitus, um conjunto sistemático de bens e de propriedades, 
vinculadas entre si por uma afinidade de estilo. 
(Texto adaptado de Pierre Bordieu. Razões práticas: sobre a teoria da 
ação. Campinas, SP: Papirus, 1996, p.19.) 
___________________ 
Comentários: 
 
Aqui, um trabalho de revisão de textos, de detecção de erros, em que 
mais uma vez a ortografia será determinante. Temos de detectar os 
diversos erros constantes das alternativas. Vamos a elas. 
Língua Portuguesa p/ Técnico

Outros materiais

Materiais relacionados

Perguntas relacionadas

Materiais recentes

Perguntas Recentes