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Apostila de Desenho Técnico Tadayuki

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE LAVRAS 
 
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA 
CONSTRUÇÕES RURAIS E AMBIÊNCIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
DESENHO TÉCNICO 
 
 
 
 
 
 
 
 
Tadayuki Yanagi Junior1 
José Francisco Rodarte2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LAVRAS – MG
 
1
 Professor Adjunto do Departamento de Engenharia da Universidade Federal de Lavras (UFLA), Caixa Postal 37, 
37.200-000 – Lavras, MG. E-mail: yanagi@ufla.br. 
2
 Professor Adjunto do Departamento de Engenharia da UFLA. E-mail: zerodarte@ufla.br. 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
 
CAPÍTULO 1 - INSTRUMENTOS E ACESSÓRIOS .............................................................................. 04 
1.1. Prancheta ............................................................................................................................... 04 
1.2. Lapiseiras ............................................................................................................................... 04 
1.3. Borracha ................................................................................................................................ 05 
1.4. Régua T e régua paralela ...................................................................................................... 05 
1.5. Esquadros .............................................................................................................................. 06 
1.6. Compasso .............................................................................................................................. 07 
1.7. Transferidor ............................................................................................................................ 08 
1.8. Escalímetro ............................................................................................................................ 10 
1.9. Curvas francesas e réguas flexíveis ...................................................................................... 10 
1.10. Gabaritos ............................................................................................................................... 11 
1.11. Normógrafo ............................................................................................................................ 11 
1.12. Fita adesiva ............................................................................................................................ 12 
 
CAPÍTULO 2 - ESCALAS NUMÉRICAS E GRÁFICAS ......................................................................... 14 
2.1. Introdução .............................................................................................................................. 14 
2.2. Escalas numéricas ................................................................................................................. 14 
2.3. Escalas gráficas ..................................................................................................................... 16 
 
CAPÍTULO 3 - APLICAÇÃO DE LINHAS E TEXTOS, FORMATOS E LEGENDAS ............................. 23 
3.1. Aplicação de linhas em Desenhos Técnicos ......................................................................... 23 
3.2. Execução de caracteres para escrita em Desenhos Técnicos .............................................. 24 
3.3. Formatos, margens e dobragem ............................................................................................ 27 
3.4. Legenda ................................................................................................................................. 32 
 
CAPÍTULO 4 - COTAGEM DE DESENHOS TÉCNICOS ...................................................................... 34 
4.1. Simbologia ............................................................................................................................. 34 
4.2. Cotagem de desenho técnico ................................................................................................ 37 
4.2.1. Introdução .................................................................................................................... 37 
4.2.2. Definições ..................................................................................................................... 38 
4.2.3. Aplicação das cotas ..................................................................................................... 38 
4.2.4. Método de execução .................................................................................................... 40 
4.2.4.1. Elementos de cotagem .................................................................................... 40
4.2.4.2. Linhas auxiliares .............................................................................................. 41
 
4.2.4.3. Limite da linha de cota .................................................................................... 41 
4.2.5. Métodos de cotagem .................................................................................................... 42 
4.2.6. Exemplos de cotagem .................................................................................................. 44 
4.2.7. Disposição e apresentação da cotagem ...................................................................... 47 
 
CAPÍTULO 5 - PROJETO ARQUITETÔNICO ....................................................................................... 56 
5.1. Desenho arquitetônico ........................................................................................................... 57 
5.1.1. Planta baixa .................................................................................................................. 60 
5.1.1.1. Representação de Portas ................................................................................ 61 
5.1.1.2. Representação de Janelas .............................................................................. 65 
5.1.1.3. Representação de desníveis ........................................................................... 66 
5.1.1.4. Representação de aparelhos sanitários .......................................................... 66 
5.1.1.5. Escadas ........................................................................................................... 67 
5.1.1.6. Principais recomendações para o traçado da planta baixa ............................. 69 
5.1.2. Diagrama de cobertura ................................................................................................ 82 
5.1.3. Planta de situação ........................................................................................................ 85 
5.2. Cortes transversais e longitudinais ........................................................................................ 86 
5.2.1. Introdução .................................................................................................................... 86 
5.2.2. Principais recomendações para o traçado dos cortes ................................................. 87 
5.2.3. Corte transversal (Corte AB) ........................................................................................ 88 
5.2.3.1. Passos para o desenho da fundação, lajes e paredes ................................... 89 
5.2.3.2. Desenho da estrutura do telhado .................................................................... 99 
5.2.3.3. Aplicação de linhas e Cotagem .......................................................................109 
5.2.4. Corte longitudinal ......................................................................................................... 110 
5.2.4.1. Passos para o desenho da fundação, lajes e paredes ................................... 110 
5.2.4.2. Desenho da estrutura do telhado ....................................................................1165.3. Fachadas ............................................................................................................................... 124 
5.4. Detalhes .................................................................................................................................127 
5.5. Levantamento ........................................................................................................................ 127 
 
EXERCÍCIOS ......................................................................................................................................... 128
 
Capítulo 1 
 
INSTRUMENTOS E ACESSÓRIOS 
1.1. PRANCHETA 
 
 A prancheta é uma mesa especial onde o papel é fixado para a execução de desenhos 
técnicos. Geralmente, a altura e inclinação do tampo podem ser reguladas para melhor se adaptar as 
condições de trabalho do desenhista (Figura 1.1). 
 
 
Figura 1.1. Prancheta. 
 
 Para desenhistas destros, a prancheta deve ser iluminada a partir do lado esquerdo para evitar 
que haja sombras projetadas sobre o desenho. 
 
 
1.2. LAPISEIRAS 
 
 O desenho a lápis deve ser executado com rapidez e precisão para que se possa reproduzi-lo 
adequadamente. A reprodução destes desenhos é feita normalmente em papéis transparentes 
especiais, como por exemplo, o papel vegetal. Os originais a lápis ou naquim, podem ser usados para 
se fazer outras reproduções gráficas em grande quantidade, para serem manuseados por órgãos 
responsáveis pelo cadastro, fiscalização e execução da obra, dentre outros. 
 5 
 
 Normalmente, dois lápis ou duas lapiseiras são usados para se executar os traçados de linhas 
gráficas, sendo que, cada uma deve possuir grafites com durezas diferentes. O uso da lapiseira é mais 
prático do que o uso do lápis, mas na sua falta, pode-se usar lápis com grafites de várias durezas. 
 Os lápis de desenho são numerados por algarismos e letras de acordo com a sua dureza e a 
visibilidade do traçado, conforme mostrado no Quadro 1.1. 
 
Quadro 1.1. Numeração dos lápis e grafites de desenho de acordo com a sua dureza e visibilidade. 
 Numeração Característica 
 6B Muito macio e escuro 
 5B, 4B, 3B, 2B, B, HB, F Graus médios 
 H, 2H, 3H, 4H, 5H, 6H, 7H, 8H Duros e claros 
 9H Extremamente duro 
Nota: as letras B, H, F e HB significam Black, Hard, Firm e Hard-Black, respectivamente. 
 
 Recomenda-se para os traçados iniciais, o uso de grafites da série H pela facilidade de se 
apagar as linhas sem sujar ou destruir o papel. As grafites do tipo F e HB, classificados como 
intermediários, também são muito utilizados na fase inicial do desenho. Por sua vez, os traçados finais 
dos desenhos a serem usados para reprodução poderão ser executados com grafites da série B, ou 
seja, macios e escuros. 
 Normalmente, para a execução de desenhos arquitetônicos, usam-se grafites de graduação 
média 2B, B, F, HB, H e 2H. 
 
 
1.3. BORRACHA 
 
 Existem vários tipos de borrachas disponíveis no mercado, tais como: borrachas para lápis de 
desenho, para lápis de cor, para tintas, para carbono, etc. 
 As borrachas para desenho técnico devem garantir que as linhas sejam apagadas sem sujar a 
folha ou danificar o papel. Normalmente, deve-se utilizar duas borrachas, uma macia para apagar traços 
macios e uma dura para apagar traços duros. Antes de usar a borracha, deve-se passá-la sobre um 
pano limpo para evitar que a mesma suje a folha de desenho. 
 Para desenhos a nanquim, pode-se utilizar uma borracha especial feita a base de areia. 
 
 
1.4. RÉGUA „T‟ E RÉGUA PARALELA 
 
 A régua T e a régua paralela são usadas sobre as pranchetas para o traçado de linhas 
horizontais. Ao usar a régua T, deve-se procurar obter o perfeito apoio do cabeçote da régua no canto 
esquerdo da prancheta (Figura 1.2a). Comparado a régua T, a régua paralela é mais simples de ser 
utilizada por ser fixada à prancheta por meio de parafusos e cordão (Figura 1.2b). 
 6 
 
 Para ambos instrumentos, deve-se preferencialmente, traçar as linhas horizontais da esquerda 
para a direita. 
 Para se obter um bom traçado usando a régua T ou a paralela, deve-se apoiá-la firmemente 
contra a prancheta com a mão esquerda. Assim, a régua manter-se-á firme na horizontal, garantindo um 
perfeito traçado das linhas. 
 
 
(a) (b) 
Figura 1.2. Réguas T e paralela. 
 
 
1.5. ESQUADROS 
 
 Os esquadros são usados para o traçado de linhas verticais e inclinadas, podendo ser usados 
apoiados na régua T, na régua paralela ou livremente, quando necessário. 
 Normalmente são usados em conjunto (dois) e apresentam os ângulos de inclinação de 30º, 
60º e 90º e 45º, 45º e 90º, podendo ser usados nas posições mostradas na Figura 1.3. 
 
Figura 1.3. Jogo de esquadros usados em desenho técnico. 
 
 Com o auxílio dos esquadros, podemos obter uma série de combinações de ângulos múltiplos 
de 15º, operando-os conjuntamente (Figura 1.4). 
 7 
 
 
Figura 1.4. Ângulos possíveis de serem obtidos com o emprego do jogo de esquadros. 
 
 
1.6. COMPASSO 
 
 O Compasso é um instrumento para traçar circunferências, arcos de circunferência e para 
transportar medidas. 
 Para o desenho de um círculo, deve-se inicialmente ajustar a abertura, e em seguida, realizar 
o traçado no sentido horário, girando a cabeça do compasso entre os dedos polegar e indicador, 
inclinando ligeiramente o instrumento na direção da grafite. 
 Os compassos usados em desenho técnico devem preferencialmente ter adaptador para 
grafite, adaptador para nanquim e alongador para traçado de círculos ou arcos de raios maiores (Figura 
1.5). 
 
 
 
(a) (b) (c) 
Figura 1.5. Compasso com adaptadores para grafite (a) e nanquim (b) e, com alongador (c). 
 
 
 
 
 
 
 
 8 
 
1.7. TRANSFERIDOR 
 
 O transferidor é o instrumento usado para a tomada de aberturas angulares, sendo geralmente 
graduado de 0 a 180 ou de 0 a 360. 
 A parte graduada do transferidor é chamada de limbo. O diâmetro que contém a divisão 0 
(zero) do limbo é denominado linha de fé e, a linha perpendicular e linha de fé e que passa pelo centro é 
denominado de index (Figura 1.6). 
 Os seguintes passos devem ser seguidos para o traçado de uma linha inclinada: 
a) traçar uma linha reta com tamanho suficiente para se fazer coincidir a linha de fé do transferidor; 
b) marcar um ponto sobre a linha horizontal traçada anteriormente. Este ponto definirá o vértice a 
partir do qual se deseja traçar uma linha inclinada; 
c) coincidir a linha de fé do transferidor com a linha traçada e o index com o ponto marcado sobre 
a reta; 
d) marcar o ângulo desejado; 
e) unir os dois pontos com uma linha reta. 
 
 
Figura 1.6. Transferidor. 
 
 Um exemplo ilustrativo de uso de transferidor é mostrado na Figura 1.7, no qual desejou-se 
traçar uma linha com ângulo de 50º. 
 9 
 
 
Figura 1.7. Exemplo ilustrativo de uso do transferidor. 
 
 
 
 
 
 10 
 
1.8. ESCALÍMETRO 
 
 O escalímetro é uma régua graduada e em formato triangular (Figura 1.8). Nele estão 
impressas seis escalas diferentes, tendo a escala de 1:100 como padrão. Exemplos de escalas 
impressas no escalímetro são: a) 1:20, 1:25, 1:50, 1:75, 1:100, 1:125 e b) 1:100, 1:200, 1:250, 1:300, 
1:400, 1:500. 
 O escalímetro permite que os desenhos sejam feitos de uma forma prática e rápida, evitando 
operações matemáticas desnecessárias. Maiores detalhes sobre o uso de escalas serão apresentados 
mais adiante. 
 
Figura 1.8. Escalímetro. 
 
 
1.9. CURVAS FRANCESAS E RÉGUAS FLEXÍVEIS 
 
 As curvas francesas e as réguas flexíveis são usadas para o traçado de curvas que não 
possuem raio pré-determinado. As curvas francesassão constituídas de uma combinação de partes de 
elipses e outras curvas matemáticas (Figura 1.9). 
 
 
Figura 1.9. Curva francesa. 
 11 
 
 Para traçar uma curva, deve-se iniciar por um esboço feito a mão livre utilizando pontos pré-
determinados. Em seguida, usa-se a curva francesa escolhendo a parte que melhor se adeque à porção 
da linha considerada. Para o traçado de curvas não muito pronunciadas pode-se utilizar as réguas 
flexíveis (Figura 1.10). 
 
 
Figura 1.10. Régua flexível. 
 
 
1.10. GABARITOS 
 
 Os gabaritos são placas vazadas de material plástico transparente (Figura 1.11), com 
desenhos comumentemente usados em arquitetura, mecânica, paisagismo, etc. Como exemplo, os 
gabaritos de aparelhos sanitários, de telhas, de caixas d’água e de círculos são muito usados em 
desenho arquitetônico. 
 
Figura 1.11. Gabarito de telhas de barro. 
 
 
1.11. NORMÓGRAFO 
 
 Os normógrafos são instrumentos para auxiliar na aplicação de textos, sendo que os mais 
modernos são do tipo “LEROY”. Estes instrumentos são constituídos pelas réguas, pelo normógrafo 
propriamente dito (vulgarmente chamado de aranha) e pela pena (Figura 1.12). 
 12 
 
 
Figura 1.12. Normógrafo. 
 
 
1.12. FITA ADESIVA 
 
 A fita adesiva é um acessório usado para fixar o papel sobre a prancheta. O papel usado para 
desenho deve ser fixado à prancheta por meio dos cantos superior e inferior, usando três pontos de 
fixação (Figura 1.13). O papel não deverá conter fita de fixação nas laterais esquerda e direita, pois, 
com o movimento da régua T ou paralela sobre o papel, a fita poderá aderir à mesma, rasgando o papel. 
 
Folha para desenho
Prancheta
 
Figura 1.13. Fixação da folha de desenho na prancheta. Posição dos pedaços de fita em negrito. 
 
Capítulo 2 
 
ESCALAS NUMÉRICAS E GRÁFICAS 
2.1. INTRODUÇÃO 
 
 Escala é a relação existente entre o tamanho do desenho e do objeto que este desenho 
representa. As linhas do desenho são denominadas linhas gráficas e as do objeto, linhas naturais. 
Matematicamente, a escala (E) pode ser definida da seguinte forma: 
L
E


 
em que, ℓ = distância medida no desenho entre dois de seus pontos, ou seja, comprimento da linha 
gráfica; 
 L = distância real correspondente no objeto representado graficamente, ou seja, 
comprimento. 
 
 As escalas são classificadas como segue: 
 
a) Escalas numéricas ou titulares; 
b) Escalas gráficas simples ou transversais (decimal ou composta). 
 
 
2.2. ESCALAS NUMÉRICAS 
 
 As escalas são geralmente representadas pela relação 1:N, 1-N ou 
N
1
, onde, o numerador é 
igual a unidade e o denominador recebe um valor N que indica o fator de redução. A escala 1:50, por 
exemplo, indica que uma parte do desenho representa 50 partes do objeto real, ou seja, 1 cm no 
desenho corresponde a 50 cm no tamanho real, ou ainda, 1 m no desenho representa 50 m no tamanho 
real. 
 As escalas podem ser classificadas quanto a necessidade da seguinte forma: 
 
a) Escala de proporção menor ou redução: neste caso, a figura desenhada é menor que o objeto 
representado, ou seja, ℓ < L. Este tipo de escala é a mais usada em desenhos arquitetônicos, 
topográficos, paisagísticos, etc. 
 14 
 
b) Escala natural: neste caso, a figura desenhada possui as mesmas dimensões do objeto 
representado, ou seja, ℓ = L. Este tipo de escala é utilizado para o desenho de peças 
mecânicas, elétricas, eletromecânias, etc., cujas dimensões sejam facilmente representadas na 
escala 1:1, proporcionando boa visibilidade do desenho e possibilidade de reprodução. 
c) Escala de proporção maior ou ampliação: neste caso, a figura desenhada tem dimensões 
maiores do que as do objeto representado, ou seja, ℓ > L. Essa escala é empregada em 
desenho de peças mecânicas menores, componentes eletrônicos, etc. 
 
 As escalas surgiram da necessidade de representar um objeto em um desenho, ou seja, de 
transportar as medidas de um objeto real para o papel, resguardando as devidas proporções. Para 
solução dos problemas relacionados às escalas, a seguinte regra de três pode ser aplicada: 
 
 Desenho Natural 
 1  E 
 ℓ  L 
 
 Desta forma, a seguinte relação pode ser definida: 
L
E


1
 
 
 Ao se trabalhar com as escalas, três tipos de problemas podem surgir: 
 
a) Problema em que conhece-se a grandeza linear real, a escala e pede-se para determinar a 
grandeza linear gráfica. 
 
Exemplo: Qual o valor gráfico l de uma avenida com comprimento de 875 m a ser representada em 
um desenho a ser feito na escala de 1:5000? 
 
Solução: 
 
Desenho Natural 
 
5000
8751

 
ℓ = 0,175 m 
ℓ = 17,5 cm 
1  5000 
ℓ  875 m 
 
b) Problema em que o valor da linha gráfica e a escala são conhecidos e, deseja-se determinar a 
dimensão da linha natural. 
 
Exemplo: Um poste é representado graficamente por uma linha de 8 cm em um desenho feito na 
escala de 1:25. Deseja-se saber, qual é a sua altura real. 
 15 
 
 
Solução: 
 
Desenho Natural 
 
L = 8 · 25 
L = 200 cm 
L = 2,0 m 1  25 
8 cm  L 
 
c) Problema em que os comprimentos da linha gráfica e da linha natural são conhecidos e, deseja-
se determinar a escala em que o desenho foi feito. 
 
Exemplo: O valor 30 mm representa o comprimento de uma rua de 600 m. Qual a escala em que o 
desenho foi feito? 
 
Solução: 
 
Desenho Natural 
 30
000.6001
E


 
E = 20.000 
Assim, a escala utilizada é de 1:2000. 
1  E 
30 mm  600.000 mm 
 
 No exemplo acima, observa-se que tanto a dimensão gráfica quanto a natural devem estar em 
uma mesma unidade de medida (mm neste caso). 
 
 As escalas são geralmente pré-fixadas de acordo com o tipo de trabalho que se deseja 
executar, como por exemplo: 
 
a) Em construções civis, projetos arquitetônicos, as escalas comumentemente usadas são de 1:50, 
1:75, 1:100 e 1:200 e, para representação de detalhes, utiliza-se as escalas de 1:10, 1:20 e 
1:25. 
b) Em topografia, as escalas são pré-definidas de acordo com o tipo de levantamento a ser 
realizado, como por exemplo: 
 em levantamentos cadastrais, utilizam-se as escalas de 1:250 a 1:5000; 
 em levantamentos técnicos, utilizam-se as escalas de 1:1000 a 1:10.000 e; 
 em levantamentos gerais, utilizam-se escalas superiores a 1:10.000. 
 
 A fim de facilitar a execução de desenhos, evitando uma série de cálculos dispendiosos, foram 
criadas réguas especiais graduadas com as principais escalas utilizadas em cada tipo de trabalho. Estas 
réguas são conhecidas como escalímetros e foram mostradas no primeiro capítulo deste livro, item 1.8. 
 16 
 
 Apesar do escalímetro possuir apenas seis graduações impressas (por exemplo, 1:20, 1:25, 
1:50, 1:75, 1:100 e 1:125), é possível trabalhar também, com escalas múltiplas de 10 e escalas 
derivadas. Assim, uma escala de 1:50 poderá ser transformada em 1:500, adicionando um zero a cada 
valor indicado na escala, conforme mostrado na Figura 2.1. Desta forma, o valor 1 m indicado na escala 
de 1:50, representará 10 m na escala de 1:500. 
 
 
 
Figura 2.1. Transformação de uma escala de 1:50 para 1:500. 
 
 O uso de escalas derivadas também é de grande utilidade para facilitar o desenho em 
determinda escala não existente no escalímetro utilizado. Estas escalas são utilizadas quando o 
escalímetro não possui a escala desejada. Por exemplo, a escala de 1:150 é corresponde a metade da 
escala derivada de 1:75 (Figura 2.2). 
 
 
 
Figura 2.2. Emprego da escala derivada de 1:75 para execução de desenhos na escala de 1:150. 
 
 Por analogia, outros exemplos de empregode escalas derivadas podem ser mostrados: a 
escala de 1:40 corresponde a metade da escala de 1:20; a escala de 1:60 corresponde a 1/3 da escala 
de 1:20 e a escala de 1:80 corresponde a 1/4 da escala de 1:20. 
 
 
2.3. ESCALAS GRÁFICAS 
 
 As escalas gráficas são réguas graduadas desenhadas na escala desejada e, normalmente 
são usadas para facilitar a retirada de medidas em um determinado desenho. Seu emprego permite a 
redução do tempo de execução de determinados projetos e a redução de erros causados pelas 
transformações de distâncias gráficas em naturais, ou vice-versa. As escalas gráficas são empregadas 
em desenhos arquitetônicos, topográficos, paisagísticos, dentre outros. 
 Antes de se iniciar o desenho de uma escala gráfica, deve-se determinar a divisão principal ou 
unidade da escala, que é o comprimento que se toma no desenho para representar a unidade de 
comprimento escolhida. A divisão principal deve ser escolhida em função da escala a ser empregada 
no desenho, conforme o Quadro 2.1. 
 17 
 
Quadro 2.1. Escolha da divisão principal de escalas gráficas. 
 Escala Divisão Principal (m) 
 1:10  E  1:100 1 
 1:100  E  1:1000 10 
 1:1000  E  1:10000 100 
 
 Para a construção de uma escala gráfica simples, deve-se seguir os seguintes passos: 
 
a) Determinar a divisão principal da escala gráfica; 
 
Exemplo: Construir uma escala gráfica simples de 1:50. 
 
Solução: 
 
a) Calcular a divisão principal: como a escala 1:50 está entre 1:10 e 1:100, a divisão principal é de 
1 m. 
 
Desenho Natural 
 
50
11

 
ℓ = 0,02 m 
ℓ = 2 cm 
1  50 
ℓ  1 m 
 
b) traçar uma linha horizontal com tamanho qualquer, geralmente maior do que o necessário; 
 
 
Figura 2.3 
 
c) marcar com um traço a origem da escala e escrever 0 (zero); 
 
 
Figura 2.4 
 
d) marcar n divisões principais à direita da origem e uma à esquerda e indicar os valores; 
 
 
Figura 2.5 
 
e) desenhar o corpo da escala com uma altura qualquer, por exemplo, 1 cm; 
 
Figura 2.6 
 
 18 
 
f) subdividir a divisão principal marcada à esquerda do zero, denominada de talão da escala em 
10 partes iguais. Inicialmente, desenhar uma linha horizontal (a) para que as linhas verticais a 
serem traçadas para definir as subdivisões tenham a mesma altura (b), exceto a do meio que 
deverá ser um pouco maior. 
 
 
(a) 
 
 
(b) 
 
Figura 2.7 
 
 
g) apagar as linhas não desejadas (a) e indicar a escala e a unidade usada no último valor da 
escala (ex. m) (b); 
 
 
(a) 
 
 
 
(b) 
 
Figura 2.8 
 
 
h) para facilitar a visualização dos espaços marcados à direita da origem (zero), pode-se 
preenche-los parcialmente com uma hachura sólida conforme mostrado a seguir: 
 
Figura 2.9 
 
 19 
 
 Outro tipo de escala gráfica empregada é a de transversais, também chamada de escala 
gráfica decimal ou composta. Este tipo de escala gráfica permite a obtenção de maior precisão, 
possibilitando assim, uma aproximação maior do valor medido. Para se desenhar uma escala gráfica de 
transversais deve-se seguir os passos indicados para a construção de uma escala gráfica simples, 
porém, observando os seguintes detalhes: 
 
1) A altura da escala gráfica a ser desenhada deve ser igual a divisão principal, ou seja, para a escala 
de 1:20, a dimensão da divisão principal é de 5 cm; 
 
 
Figura 2.10 
 
2) Subdividir o talão da escala em 10 partes iguais na direção horizontal; 
 
 
 
Figura 2.11 
 
3) Subdividir o talão da escala em 10 partes iguais na direção vertical; 
 
 
 
Figura 2.12 
 
 
4) Desenhar linhas inclinadas partindo do ponto inicial e final de cada subdivisão feita na direção 
horizontal; 
 20 
 
 
 
Figura 2.13 
 
5) Apagar as linhas verticais usadas para fazer as subdivisões na horizontal; 
 
 
 
Figura 2.14 
 
6) Indicar na horizontal e vertical, os valores decimais e centesimais, respectivamente; 
 
 
 
Figura 2.15 
 
7) Finalmente, indicar a unidade utilizada e a escala e a própria escala. 
 
Figura 2.16 
 
 Para se medir à distância entre um segmento AB, deve-se seguir os seguintes passos: 
 
a) Medir com o compasso o segmento AB, cuja verdadeira grandeza se deseja conhecer; 
 21 
 
 
Figura 2.17 
 
b) Fazer coincidir a ponta seca do compasso com o zero da escala e verificar entre quais valores a 
outra ponta fica localizada; 
 
Figura 2.18 
 22 
 
 Conforme mostrado anteriormente, pode-se verificar que a distância entre os pontos A e B 
está entre 1 e 2 m. 
 
 
c) Transferir a ponta seca do compasso da posição zero para o último valor inteiro obtido e, 
verificar a posição da outra ponta no talão da escala; 
 
Figura 2.19 
 
 
d) Tirar uma perpendicular do ponto marcado no talão da escala até que o mesmo intercepte uma 
das transversais. Neste ponto, traçar uma horizontal e fazer a leitura. 
 23 
 
 
 
Figura 2.20 
 
 Desta forma, a distância entre os Pontos A e B é de 1,63 m. 
 
 
Capítulo 3 
 
APLICAÇÃO DE LINHAS E TEXTOS, 
FORMATOS E LEGENDAS 
3.1. APLICAÇÃO DE LINHAS EM DESENHOS TÉCNICOS 
 
 Na execução de qualquer desenho técnico, faz-se necessário observar quais tipos de linhas 
(Quadro 3.1) devem ser aplicados e suas respectivas espessuras. A NBR8403, intitulada “Aplicação de 
linhas em desenhos – Tipos de linhas – Larguras de linhas” trata do assunto. A relação entre as larguras 
de linha larga e estreita não deve ser inferior a 2. As larguras das linhas são escolhidas com base no 
tipo, dimensão, escala e densidade de linhas no desenho. Espessuras de linhas inferiores a 0,18 mm 
devem ser usadas em originais em que a sua reprodução seja feita apenas em escala natural, portanto, 
sem redução. 
 O espaçamento mínimo entre linhas paralelas deve ser maior ou igual a duas vezes a 
espessura da linha mais larga, entretanto, recomenda-se que esta distância não seja inferior a 0,70 mm. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 25 
 
Quadro 3.1. Tipos de linhas aplicados em desenho técnicos. 
 Linha Denominação Aplicação geral 
A Contínua larga Contornos e arestas visíveis. 
B 
 
Contínua estreita 
Linhas de interseção 
imaginárias, linhas de cota, 
linhas auxiliares, linhas de 
chamadas, hachuras, contornos 
de seções rebatidas na própria 
vista, linhas de centro curtas. 
C 
 
Contínua estreita a mão livre 
(rupturas) 
Limites de vistas ou cortes 
parciais. 
D 
 
Contínua estreita em 
ziguezague (rupturas) 
Utilizada em desenhos 
confeccionados por maquinas. 
E Tracejada larga (1º plano) 
Contornos não visíveis, arestas 
não visíveis. 
F 
 
Tracejada estreita (2ºplano) 
Contornos não visíveis, arestas 
não visíveis. 
G Traço ponto estreita 
Linhas de centro, simetria e 
trajetórias. 
H 
 
Traço e ponto estreita, larga 
nas extremidades e na 
mudança de direção 
Planos de cortes. 
I Traço e ponto larga 
Indicação de linhas e ou 
superfícies com indicação 
especial. 
J Traço dois pontos estreita 
Contornos de peças adjacentes, 
posição limite de peças móveis, 
cantos antes da conformação, 
detalhes situados antes dos 
planos de cortes. 
Obs.: Qualquer outra linha que seja usada, deverá ter sua aplicação explicitada no desenho ou ser 
feita alusão à norma correspondente. 
 
 
3.2. EXECUÇÃO DE CARACTERES PARA ESCRITA EM DESENHOS TÉCNICOS 
 
 A aplicação de caracteres para escrita em desenhos técnicos é de primordial importância para 
o perfeito entendimento do desenho,seja na forma de texto explicativo ou cotagem. A NBR 8402/1984 é 
a norma que fixa as características de escrita usadas em desenhos técnicos. Esta norma aplica-se a 
 26 
 
escrita com instrumentos, escrita a mão livre com letra de forma e outros métodos, como por exemplo, 
escrita por meio de programas computacionais para auxílio ao desenvolvimento de projetos – 
programas CAD (“Computer Aided Design”). 
 
 As principais exigências na escrita de desenhos técnicos são: 
 
a) Legibilidade: os caracteres aplicados devem ser clararamente distinguíveis entre si, para 
previnir qualquer troca, ou qualquer desvio da forma considerada ideal; 
b) Uniformidade: com a padronização da altura dos caracteres, distância entre caracteres, tipo de 
letra, etc., pode-se facilitar a visualização e reprodução; 
c) Adequação à microfilmagem e a outros processos de reprodução: para isto, a distância entre 
caracteres deve ser no mínimo duas vezes maior que a largura da linha usada para escrita dos 
caracteres. Quando for utilizada largura de linhas diferente, a distância entre caracteres deve 
ser definida em função da espessura da linha mais larga. 
 
 Para facilitar a escrita, deve-se aplicar a mesma espessura de linhas para caracteres 
maiúsculos e minúsculos. 
 
 A proporcionalidade dos caracteres precisa ser observada cuidadosamente. Desta forma, 
definido a altura dos caracteres maiúsculos (H), conforme mostrado na Figura 3.1, deve-se respeitar as 
proporções apresentadas na Quadro 3.2. 
Desenho Técnico
Arquitetônico e Mecânico
 
Figura 3.1. Dimensões dos caracteres, espaçamento entre caracteres e entre linhas. 
 
Quadro 3.2. – Forma de escrita A (d = h/14). 
Características Relação Dimensão (mm) 
Altura das letras maiúsculas (H) (14/14) h 2,5 3,5 5 7 10 14 20 
Altura das letras minúsculas (h) (10/14) h - 2,5 3,5 5 7 10 14 
Distância mínima entre caracteres (a) (2/14) h 0,35 0,5 0,7 1,0 1,4 2 2,8 
Distância mínima entre palavras (b) (6/14) h 1,05 1,5 2,1 3,0 4,2 6 8,4 
Distância mínima entre linhas de base (c) (20/14) h 3,5 5 7 10 14 20 28 
Largura do traço (d) (1/14) h 0,18 0,25 0,35 0,5 0,7 1 1,4 
 27 
 
 As alturas dos caracteres maiúsculos (H) e minúsculos (h) não devem ser menores que 2,5 
mm. A escrita pode ser tanto na vertical como inclinada em um ângulo de 15 em relação à vertical para 
a direita (Figura 3.2). Desenho Técnico
Arquitetônico e Mecânico
 
Figura 3.2. Texto inclinado para a direita. 
 
 Dependendo dos caracteres que estão sendo escritos (ex.: LA, TV, LT, TA, VA, etc.), a 
distância entre eles poderá ser reduzida à metade para melhorar o efeito ótico. Como exemplo, a 
palavra CURVATURA escrita com espaçamentos entre caracteres equidistantes e com espaçamento 
reduzido (Figura 3.3). CURVATURA
CURVATURA TURA
CURVATURA
CURVA
 
Figura 3.3. Redução da distância entre alguns caracteres visando melhorar o efeito ótico. 
 
 Para aplicação de textos pode-se utilizar o normógrafo Leroy por exemplo, sendo que as 
réguas são numeradas conforme mostrado no Quadro 3.3. 
 
Quadro 3.3. Alturas de textos obtidas para réguas do normógrafo Leroy. 
 Régua 
Altura do texto 
(mm) 
 Régua 
Altura do texto 
(mm) 
 
 60 1,5 200 5 
 80 2,0 240 6 
 100 2,5
 
 290 7 
 120 3,0 350 8 
 140 3,5 425 10 
 175 4,0 500 12 
 
 28 
 
 As alturas de caracteres 2,5, 3,5, 5,0, 7,0, 10,0, 14,0 e 20,0 mm foram definidas na NBR 
8402/1984. 
 A disposição da escrita nas legendas pode ser simétrica ou em bloco. A disposição simétrica 
do texto é a mais empregada, sendo o texto referenciado a eixos de simetria, estando todo o texto 
equidistante aos referidos eixos. 
 Na disposição do texto na forma de blocos, o texto é referenciado aos limites laterais do 
espaço destinado à escrita. 
 
 
3.3. FORMATOS, MARGENS E DOBRAGEM 
 
 As normas NB-8/1970 (Norma Geral de Desenho Técnico) e NBR-10068/1987 (Folha de 
Desenho – Layout e Dimensões) apresentam informações referentes aos formatos e margens a serem 
adotados em desenhos técnicos. O original deve ser executado em menor formato possível, desde que 
não prejudique sua clareza. As folhas de desenhos podem se utilizadas tanto na posição horizontal 
(Figura 3.4) como na vertical (Figura 3.5), nestas figuras também são mostradas algumas 
nomenclaturas usadas para definir alguns componentes da folha de desenho como as margens, o 
quadro, a área para desenho e a legenda. 
 - Margem: são limitadas pelo contorno externo da folha e o quadro. 
 - Quadro: limita o espaço para o desenho. 
 
 A margem esquerda é usada para o arquivamento da folha de desenho. 
 
Limite do papel
Linha de corte
Linha de quadro
Limite do desenho
Margem direitaMargem esquerda
Margem superior
Margem inferior
Legenda
 
Figura 3.4. Folha de desenho usada na horizontal. 
 
 29 
 
Margem inferior
Margem superior
Linha de quadro
Margem esquerda
Linha de corte
Legenda
Margem direita
Limite do papel
Espaço
para o
desenho
 
Figura 3.5. Folha de desenho usada na vertical. 
 
 Em seguida são apresentados os Quadro 3.4 e 3.5 que mostram informações sobre os 
formatos mais comuns, suas dimensões, margens e espessuras das linhas de quadro. 
 
Quadro 3.4. Formatos mais usados em desenho técnico, suas dimensões e margens. 
Designação ou 
Formato Série “A” 
Linha de Corte (mm) Margem Esquerda 
(mm) 
Margens Superior, 
Inferior e Direita (mm) 
4A0 1.682 x 2.378 25 20 
2A0 1.189 x 1.682 25 15 
A0 841 x 1.189 25 10 
A1 594 x 841 25 10 
A2 420 x 594 25 10 
A3 297 x 420 25 10 
A4 210 x 297 25 5 
A5 148 x 210 25 5 
A6 105 x 148 25 5 
Fonte: NB-8/1970 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 30 
 
Quadro 3.5. Formatos mais usados em desenho técnico e suas respectivas larguras de linha de quadro. 
Designação ou Formato Série “A” Largura da linha de quadro (mm) 
4A0 
2A0 
A0 1,4 
A1 1,0 
A2 0,7 
A3 0,5 
A4 0,5 
A5 0,5 
A6 0,5 
Fonte: NBR 10068/1987 
 
 O formato básico para desenhos técnicos é o retângulo com área igual a 1 m
2
 e de lados 
medindo 841 mm x 1.189 mm, isto é, guardando de si a mesma relação que existe entre o lado de um 
quadrado e sua diagonal, conforme mostrado na Figura 3.6. 
 
X
Y
X
mm 1.189Y
mm 841X
2X Y
m 1 Área
 A0básico Formato
2




2X Y 
 
Figura 3.6. Origem dos formatos da série “A” 
 
 Sendo necessário o uso de formatos fora dos padrões estabelecidos, recomenda-se a escolha 
dos formatos de tal forma que a largura ou comprimento corresponda ao múltiplo ou submúltiplo do 
formato padrão. 
 Quando necessário o dobramento das folhas, o formato final será o A4 ( 210 mm x 297 mm). A 
folha deverá ser dobrada a partir do lado direito, em dobras verticais de 185 mm, deixando visível o 
quadro destinado a legenda. Se após o dobramento a parte final não for múltipla de 185 mm, então ela 
deverá ser dobrada de forma que a legenda fique visível na parte anterior. Após o dobramento segundo 
a largura, a folha será dobrada segundo a altura, em dobras horizontais de 297 mm. Quando fizer 
 31 
 
necessário o perfuramento da folha para arquivamento, recomenda-se reforçar as bordas dos furos. 
Exemplos de dobragens são mostradas nas Figuras 3.7 até 3.10. 
 
Figura 3.7. Dobragem do formato A3 (297 mm x 420 mm) 
 
 
Figura 3.8. Dobragem do formato A2 (420 mm x 594 mm) 
 
 32 
 
 
Figura 3.9. Dobragem do formato A1 (594 mm x 841mm) 
 
 
Figura 3.10. Dobragem do formato A0 (841 mm x 1.189 mm) 
 33 
 
3.4. LEGENDA 
 
 Cada folha desenhada deverá conter no canto inferior direito uma legenda.Suas medidas 
podem ser variáveis, porém seu comprimento é a metade do comprimento adotado. A Legenda deverá 
ter dimensão de tal forma que, dobrando o desenho, continue legível. Também é necessário que ela 
contenha as seguintes informações: 
 
 1) Título do trabalho; 
 2) Escalas; 
 3) Data; 
 4) Nome do projetista; 
 5) Nome do desenhista; 
 6) Número de folhas e 
 7) Outras informações que forem necessárias tais como: 
 nome da repartição, firma, empresa, etc; 
 nome de quem conferiu, de quem aprovou; 
 indicação de registros dos profissionais; 
 classificação, localização dos arquivos; 
 diedro, no caso de representação na forma de vistas ortográficas; 
 unidade, etc. 
 
 Lista de peças, relação de materiais e outras indicações suplementares, deverão ser inscritas 
acima ou à esquerda da legenda. Indicações suplementares para arquivamento e classificação podem 
ser localizadas fora da legenda, de acordo com o sistema de arquivamento adotado. 
 A seguir são apresentados dois exemplos de Legenda, uma utilizada em disciplinas da área de 
desenho técnico (Figuras 3.11) e a outra, assumindo dimensões de acordo com o formato A4 (Figura 
3.12). 
UNIVERSIDADE FEDERAL DE LAVRAS
Título do projeto:
Nome:
Local: Data:
Escala:
Unidade:
Visto:
FN: NF:
100 30 30
160
20
20
20
20
80
10
10
10
10
20
20
Turma:
 
Figura 3.11. Exemplo de Legenda a ser usada em disciplinas de Desenho Técnico para formatos 
superior A4. Obs.: unidade de cotagem = mm. 
 
 34 
 
 
 
Figura 3.12. Legenda para projeto arquitetônico com dimensões de 175 mm x 287 mm. 
 
 
Capítulo 4 
 
COTAGEM DE DESENHOS TÉCNICOS 
 Para que um objeto (construção, peça mecânica, etc.) seja construído a partir de um projeto, 
dever-se-á adicionar ao desenho a cotagem, que são valores numéricos acompanhados de linhas e 
símbolos apropriados indicando as dimensões reais do objeto. Os tópicos a seguir tratarão dos assuntos 
referentes a cotagem de desenhos técnicos de acordo com as Normas Técnicas vigentes. 
 
 
4.1. SIMBOLOGIA 
 
 Os sinais convencionais são usados nos Desenhos Técnicos com finalidade de simplificar e 
facilitar a leitura. 
 
1º) Sinal indicativo de diâmetro () 
 
 O símbolo de diâmetro (Figura 4.1) é utilizado na indicação de partes e nas vistas onde a 
seção circular das mesmas não esteja bem caracterizada, sendo que o sinal sempre é colocado 
precedendo a cota. 
 
Figura 4.1. Exemplo do uso do sinal indicativo de diâmetro. 
 
2º) Sinal indicativo de quadrado ( ou ) 
 
 O símbolo de quadrado é utilizado na indicação de elementos de forma quadrada ou para 
omitir-se uma segunda cota, sendo que, da mesma forma que o sinal indicativo de diâmetro, o sinal 
sempre é colocado precedendo a cota (Figuras 4.2a e 4.2b). 
 
 36 
 
 
 
 
 
(a) 
 

 
 
(b) 
 
Figura 4.2. Exemplo do uso do sinal indicativo de quadrado. 
 
3º) Diagonais cruzadas 
 
 As diagonais cruzadas são usadas para indicar a existência de superfície plana em peças de 
forma cilíndrica, cônica ou esférica, e na representação de ressaltos (espigas) de seção quadrada 
(Figuras 4.3a
 
e 4.3b). As duas diagonais cruzadas são traçadas com linhas contínuas estreitas. 
 
 37 
 
 
 
 
(a) 
 
 

 
 
(b) 
 
Figura 4.3. Exemplo do uso de diagonais indicando a existência de (a) superfície plana em peças de 
 forma cilíndrica e de (b) ressalto na seção quadrada. 
 
4º) Espessuras 
 
 A simbologia de espessura é indicada em peças planas como chapas, juntas e similares. A 
indicação se dará através da abreviatura “ESP.” seguida de um valor numérico, devendo ser feita no 
interior da vista desenhada (Figura 4.4a), sendo que, na impossibilidade, a mesma poderá ser indicada 
no canto inferior direito da vista desenhada (Figura 4.4b). 
 
 
 
 38 
 
 
 
(a) 
 
 
 
(b) 
 
Figura 4.4. Exemplo do uso do indicativo de simbologia de espessura (a) no interior da vista desenhada 
e (b) na parte exterior da vista desenhada, à direita da mesma. 
 
 
4.2. COTAGEM DE DESENHO TÉCNICO 
 
4.2.1. INTRODUÇÃO 
 
 Para que se possa fabricar um objeto ou produto é necessário fornecer ao operário a forma e 
as dimensões deste objeto ou produto a ser fabricado, sendo que esses dados são essenciais à 
fabricação e inspeção. 
 Cotagem ou dimensionamento é a técnica de lançar as cotas no desenho técnico, sendo que 
as cotas são as dimensões mostradas no desenho. 
 A cotagem de desenho técnico é extremamente necessária para que se possa ter informações 
sobre as dimensões de cada componente de desenho. Para isso foi criada a NBR 10.126/1987, 
intitulada Cotagem em Desenho Técnico, Norma essa que fixa os princípios gerais de cotagem a serem 
aplicados em todos os desenhos técnicos. Na aplicação dessa Norma é necessário consultar as 
seguintes normas complementares: 
 
 39 
 
a) NBR 8402 – Execução de caracteres para escrita em desenhos técnicos – Procedimento; 
b) NBR 8403 – Aplicação de linhas de desenhos – Tipos de linhas – Largura das linhas – 
Procedimento; 
 
c) NBR 10067 – Princípios gerais de representação em desenho técnico – Vistas e cortes – 
Procedimento. 
 
4.2.2. DEFINIÇÕES 
 
 Cotagem é a representação gráfica no desenho da característica do elemento através de 
linhas, símbolos, notas e valor numérico da unidade de medida. 
 
 A cotagem pode ser: 
 
a) Funcional: é a cota essencial para a função do objeto ou local (ver “F” na figura 4.5) 
b) Não funcional: é a cota não essencial para o funcionamento do objeto (ver “NF” na Figura 4.5) 
c) Auxiliar: é utilizada somente para informação. Ela não influi nas operações de produção ou 
inspeção; é derivada de outros valores apresentados no desenho ou em documentos e nela não 
se aplica tolerância (ver AUX na Figura 4.5). 
 
 
 
Figura 4.5. Exemplo de cotagens funcional, não funcional e auxiliar aplicadas a representação de um 
parafuso. (Figura retirada da NBR 10126/1987). 
 
4.2.3. APLICAÇÃO DAS COTAS 
 
 Na aplicação das cotas é necessário saber: 
 
a) Toda cotagem deve ser representada diretamente no desenho. 
b) A cotagem deve ser localizada na vista ou corte que melhor represente o elemento a ser cotado. 
 40 
 
c) Deve-se utilizar a mesma unidade para a cotagem de desenho de detalhes sem emprego de 
símbolos (ex.: mm). Caso seja usado símbolo, esse deverá ser indicado na legenda com a 
respectiva unidade (ex.: N.m para torque ou kPa para pressão). 
d) Deve-se utilizar o mínimo de cotas possíveis para descrever o objeto ou produto. Evitar a 
repetição de cotas, exceto quando for necessário a cotagem de um estágio intermediário da 
produção (ex.: tamanho do elemento antes do acabamento) ou onde a adição de cota auxiliar 
for vantajosa. 
e) Os processos de fabricação ou os métodos de inspeção não devem ser especificados, exceto 
quando forem indispensáveis ao bom funcionamento e intercambialidade do objeto ou produto. 
f) A cotagem funcional deve preferencialmente ser escrita diretamente no desenho, como mostra 
a Figura 4.6, porém quando justificada ou necessária, essa poderá ser escrita indiretamente, 
conforme mostrado na Figura 4.7. 
 
 
 
Figura 4.6. Cotagem funcional escrita diretamente no desenho. 
 
 
 
Figura 4.7. Cotagem funcional escrita indiretamente no desenho. 
 
g) A localização da cotagem não funcional deve ser de forma mais conveniente para a produção 
ou inspeção. 
 
 41 
 
4.2.4. MÉTODO DE EXECUÇÃO 
 
4.2.4.1 ELEMENTOS DE COTAGEM 
 
 Os elementos de cotagem são: a linhaauxiliar, a linha de cota, o limite da linha cota e a cota. 
Esses elementos são mostrados nas Figuras 4.8a e 4.8b. A distância entre a linha de cota e o contorno 
do desenho deverá ser de 8 mm, assim como entre as linhas de cota. A linha auxiliar não deve 
interceptar as linhas do desenho e deverá ultrapassar a linha de cota em + 3 mm. Os valores 
apresentados anteriormente garantem uma boa visualização da cotagem aplicada. 
 
 
 
(a) 
 
 
(b) 
 
Figura 4.8. Elementos de cotagem. 
 
 
 
 
 42 
 
4.2.4.2 LINHAS AUXILIARES 
 
 As linhas auxiliares são usadas para facilitar a cotagem do desenho técnico e proporcionar 
melhor entendimento e visualização do dimensionamento. Sobre as linhas auxiliares deve-se saber o 
seguinte: 
 
a) As linhas auxiliares são traçadas como linhas estreitas contínuas. 
b) A linha auxiliar deve ser prolongada ligeiramente além da respectiva linha de cota. 
c) Um pequeno espaço deve ser deixado entre a linha de contorno da peça e a linha auxiliar. 
d) As linhas auxiliares devem ser perpendiculares ao elemento dimensionado, porém, quando 
necessário, essas podem ser desenhadas de forma oblíqua, com ângulo de aproximadamente 
60
o
. 
e) Sempre que possível, as linhas auxiliares e de cota não devem cruzar com outras linhas. 
f) Nunca se deve interromper a linha de cota, mesmo que o elemento seja interrompido. 
g) As linhas de centro e de contorno podem ser usadas como linhas auxiliares, porém, nunca 
como linha de cota. 
 
4.2.4.3 LIMITE DA LINHA DE COTA 
 
 Os limites da linha de cota podem ser indicados através de setas ou traços oblíquos, como 
mostra a Figura 4.9. 
 
 
Figura 4.9 – Exemplo de indicação de limites da linha de cota. 
 
 Para desenhar os limites da linha de cota, deve-se observar as seguintes especificações: 
 
a) a seta é desenhada com linhas curtas formando ângulos de 15
o
; 
b) a seta pode ser aberta ou fechada preenchida (como mostrado na Figura 4.9); 
c) o traço oblíquo é desenhado como uma linha curta e inclinação de 45
o
; 
d) num mesmo desenho os limites da linha de cota devem ter o mesmo tamanho. Porém, se o 
espaço para a cotagem for pequeno, pode-se utilizar outra forma de indicação dos limites da 
linha de cota; 
e) quando forem utilizadas setas para indicar os limites das linhas de cota, poder-se-á apresenta-
las internamente à linha de cota quando houver espaço disponível, ou externamente, quando 
não existir espaço disponível para colocação dos limites. 
 43 
 
 
 Além dos limites da linha de cota citados, pode-se utilizar também o ponto, conforme mostrado 
a seguir (Figura 4.10). 
 
 
Figura 4.10. Elementos de cotagem. 
 
4.2.5. MÉTODOS DE COTAGEM 
 
 A cotagem de desenho técnico pode ser feita através de dois métodos, sendo que somente 
um deles deve ser usado num mesmo desenho. Esses métodos são: 
 
a) As cotas devem ser localizadas acima e paralelamente às suas linhas de cota preferencialmente 
no centro (Figuras 4.11 e 4.12); 
 
 
Figura 4.11. Exemplo de cotagem utilizando o primeiro método de cotagem. 
 
 
 44 
 
 
 
Figura 4.12. Exemplo de cotagem utilizando o primeiro método de cotagem. 
 
b) As cotas devem ser lidas da base da folha de papel e as linhas de cota devem ser interrompidas 
preferencialmente no centro para inscrição da cota (Figuras 4.13 e 4.14). 
 
 
 
Figura 4.13. Exemplo de cotagem utilizando o segundo método de cotagem. 
 
 45 
 
 
 
Figura 4.14. Exemplo de cotagem utilizando o segundo método de cotagem. 
 
4.2.6. EXEMPLOS DE COTAGEM 
 
 Para ilustrar as diversas regras descritas anteriormente serão apresentados diversos 
exemplos de cotagem. 
 
a) Cotagem funcional escrita diretamente no desenho. 
 
 
Figura 4.15 
 
b) Cotagem funcional escrita indiretamente no desenho. 
 
 
Figura 4.16 
 46 
 
 
c) A linha de cota nunca deve ser interrompida, mesmo que o elemento seja. 
 
Figura 4.17 
 
d) As linhas de centro e de contorno podem ser usadas como linhas auxiliares, porém nunca 
poderão ser usadas como linha de cota. 
 
 
Figura 4.18 
 
e) A cotagem de diâmetros pode ser feita das seguintes formas: 
 
 
Figura 4.19 
 
 
 
 
 47 
 
f) A cotagem de raios se faz da seguinte forma: 
 
(a) 
 
(b) 
 
(c) 
 
Figura 4.20 
 
4.2.7. DISPOSIÇÃO E APRESENTAÇÃO DA COTAGEM 
 
 A seguir são mostradas diversas formas de dispor e apresentar as cotas em um desenho. 
 
a) Cotagem em cadeia. 
 
Figura 4.21 
 48 
 
b) Cotagem por elemento de referência. 
 
 Cotagem em paralelo. 
 
 
Figura 4.22 
 
 Cotagem aditiva (é uma simplificação da cotagem em paralelo). 
 
 
(a) 
 
(b) 
 
Figura 4.23 
 
 49 
 
 
Figura 4.24 
 
c) Cotagem por coordenadas. 
 
 Cotagem através de tabelas. 
 
 
 x y 

 
1 30 170 20 
2 80 120 10 
3 50 50 30 
4 20 20 14 
 
 
Figura 4.25 
 
 Cotagem através de coordenadas para pontos de interseção em malhas nos desenhos de 
localização. 
 
 
Figura 4.26 
 
 
 
 50 
 
 Cotagem através de coordenadas para pontos arbitrários sem a malha. 
 
 
Figura 4.27 
 
 
 x y 
1 0 0 
2 0 100 
3 60 120 
4 70 40 
 
Figura 4.28 
 
 
 
 
 51 
 
d) Cotagem de cordas, ângulos e arcos. 
 
 
a) Corda 
 
 
b) Ângulo c) Arco 
 
Figura 4.29 
 
e) O Espaçamento linear pode ser cotado da seguinte forma: 
 
 
 
(a) 
 
 
(b) 
 
Figura 4.30 
 52 
 
f) Cotagem de espaçamentos angulares. 
 
 
Figura 4.31 
 
g) Cotagem de chanfros. 
 
 
 
(a) 
 
 
(b) 
 
Figura 4.32 
 
 
 
 53 
 
h) Cotagem de escareados. 
 
 
 
 (a) (b) 
 
 
(c) 
 
Figura 4.33 
 
i) Deve-se adaptar a localização das cotas às varias situações do desenho. 
 
 Quando a peça é desenhada em meia peça. 
 
 
Figura 4.34 
 
 54 
 
 
 
Figura 4.35 
 
 Sobre o prolongamento da linha de cota, quando o espaço for limitado. 
 
 
Figura 4.36 
 
 Sobre o prolongamento horizontal da linha de cota, quando o espaço não permitir o 
posicionamento da cota na interrupção da linha de cota vertical. 
 
 
 
Figura 4.37 
 
Capítulo 5 
 
PROJETO ARQUITETÔNICO 
 A palavra arquitetura tem origem grega, sendo originária das palavras, arche e tekton, que 
significam primordial e construtor, respectivamente. Assim, a palavra arquiteto tem como significado, 
aquele que possui a faculdade de constituir a substância primordial, ou seja, aquele que têm a faculdade 
de criar. 
 Ao se criar um projeto arquitetônico, o projetista deve se preocupar com a funcionalidade, a 
sanidade, o ambiente interno e externo, a beleza, o bem estar dos ocupantes, etc. Basicamente, pode-
se dividir o projeto arquitetônico em anteprojeto e projeto final. 
 No anteprojeto são buscadas informações sobre as exigências e anseios dos proprietários, a 
fim de que se possa elaborar projetos que satisfaçam os clientes. Geralmente, elabora-se um 
questionário abrangendo os seguintes pontos principais: 
 
a) condições sócio-econômicas dos solicitantes; 
b) condições impostas pelo código de obras do município; 
c) grupos de ocupação adjacentes, tais como: residências, granjas, indústrias, etc.; 
d) terreno (forma, localização, topofrafia, altimetria, orientação, valor, etc.); 
e) clima (temperatura, umidade, aeração e radiação solar); 
f) construção (finalidade, materiais a serem empregados, etc.); 
g) recursos financeiros disponíveis para execução da obra. 
 
 A partirdo diálogo entre o solicitante do projeto e o projetista e, com base no questionário 
preenchido, prepara-se um “croquis”, que nada mais é que um desenho feito a mão livre, sem escala, 
mostrando a idéia inicial do projeto (forma, distribuição de cômodos, no caso de projeto arquitetônico ou 
árvores e arbusto em um projeto paisagístico, etc. Em seguida, com base no “croquis”, faz-se o ante-
projeto usando uma escala pré-definida em papel manteiga ou vegetal. Finalmente, após o anteprojeto 
ser aprovado pelo solicitante, faz-se o projeto final a lápis ou naquim usando folha de papel vegetal. 
Ultimamente, tem-se optado por desenvolver os projetos finais com auxílio de programas CAD, que 
garantem agilidade, segurança e qualidade aos projetos. 
 Desta forma, os projetos arquitetônicos, topográficos, paisagísticos, dentre outros, são 
compostos por desenhos que podem ser classificados em desenhos preliminares, desenhos de 
apresentação e desenhos de execução. 
 57 
 
 Os desenhos preliminares são os esboços iniciais, apresentados de forma grosseira a partir de 
idéias discutidas durante a fase de desenvolvimento do anteprojeto. Os desenhos de apresentação são 
aqueles que permitem a visualização do projeto de forma mais próxima ao real. Para isto, utilizam-se 
cores, sombras, luz, perspectivas, etc. Por sua vez, os desenhos de execução são confeccionados de 
forma a apresentar todos os detalhes importantes para a execução do projeto. 
 
 
5.1 DESENHO ARQUITETÔNICO 
 
 O desenho arquitetônico consiste na representação geométrica das diferentes projeções, 
vistas ou seções de um edifício ou parte do mesmo, utilizando convenções que facilitem a leitura do 
desenho e a execução da obra. 
 Um projeto arquitetônico pode conter, de acordo com as necessidades, os seguintes 
desenhos: 
 
a) Planta baixa; 
b) Diagrama de cobertura; 
c) Planta de situação; 
d) Cortes transversais e longitudinais; 
e) Fachadas; 
f) Detalhes; 
g) Perspectivas. 
 
 Diversos desenhos complementares poderão ser feitos, tais como: plantas hidráulicas, plantas 
elétricas, plantas estruturais, dentre outras. 
 Os desenhos deverão seguir normas gerais de desenho técnico com algumas convenções 
próprias que uniformizarão e facilitarão a leitura e execução. Para exemplificar os principais desenhos 
constituintes de um projeto arquitetônico, será usada uma casa com 58,42 m
2
 de área construída, 
contendo os seguintes cômodos: sala de estar, cozinha, circulação, dois quartos e um banheiro social. 
O telhado desta construção apresenta duas águas e tem beiral de 50 cm. O terreno possui declividade 
de 12 % no sentido transversal da casa e nenhuma declividade no sentido longitudinal. Maiores detalhes 
sobre como traçar o nível do terreno e a sua influência sobre o desenho dos cortes será mostrado 
posteriormente. As perspectivas da casa são mostradas nas Figuras 5.1 a 5.4. 
 
 58 
 
 
Figura 5.1. Perspectiva mostrando a fachada frontal e lateral esquerda da construção. 
 
 
 
 
Figura 5.2. Perspectiva mostrando a fachada frontal e lateral direita da construção. 
 
 
 59 
 
 
Figura 5.3. Perspectiva mostrando a fachada posterior e lateral esquerda da construção. 
 
 
 
Figura 5.4. Perspectiva mostrando a fachada posterior e lateral direita da construção. 
 
 
 
 
 60 
 
5.1.1 PLANTA BAIXA 
 
 A planta baixa consiste na visualização superior da construção, supondo que a mesma foi 
cortada por um plano horizontal situado a 1,80 m de altura e retirada a parte superior (Figuras 5.5 e 5.6). 
 A partir da planta baixa podem-se retirar as seguintes informações: 
 
a) Formato da construção; 
b) Disposição, denominação e dimensões dos cômodos; 
c) Localização das aberturas (portas, janelas, etc.) com suas respectivas dimensões; 
d) Espessuras de paredes; 
e) Localização dos aparelhos sanitários existentes nos banheiros, lavabos, cozinhas, áreas de 
serviço, etc.; 
f) Diferenças de nível entre os cômodos; 
g) Indicação das posições dos planos de corte transversais e longitudinais. 
 
 
 
Figura 5.5. Representação do plano de corte horizontal usado para gerar a Planta Baixa. 
 
 61 
 
 
 
Figura 5.6. Vista usada para o desenho da Planta Baixa. 
 
5.1.1.1 REPRESENTAÇÃO DE PORTAS 
 
 Normalmente, as portas de uma folha apresentam dimensões comerciais de 80 x 210 cm, 70 x 
210 cm e 60 x 210 cm. Essas duas dimensões correspondem à largura e altura da porta, 
respectivamente. Portas com outras dimensões, de duas folhas ou de correr também podem ser 
encontradas. 
 Para se desenhar uma porta deve-se traçar duas linhas perpendicularmente a parede que 
conterá o vão da porta, sendo que, estas duas linhas estarão espaçadas de acordo com a largura da 
porta. No exemplo a seguir, a abertura na parede é de 80 cm, pois a porta tem 80 cm de largura. As 
portas podem ser representadas por uma linha dupla, conforme mostrado na Figura 5.7, sendo que, à 
distância entre as linhas deverá ser de 2,5 cm, correspondendo assim, à espessura da porta. Um arco 
deverá ser desenhado a partir da extremidade da porta até um dos cantos do vão de abertura na 
parede, indicando desta forma, o espaço necessário para a abertura da porta. A linha desenhada no vão 
da porta indica a presença de diferença de nível que deverá ser indicada no interior do cômodo e 
externamente ao mesmo, conforme mostrado na Figura 5.7. 
 
 62 
 
 
Figura 5.7. Representação de porta com diferença de nível no lado externo ao interior do cômodo. 
 
 O símbolo mostrado a seguir (Figura 5.8), juntamente com número indicando o nível do piso 
do cômodo é amplamente usado em desenho arquitetônico. 
 
 
 
Figura 5.8. Simbologia empregrada para indicar o nível do piso de um cômodo ou área. 
 
 Desta forma, pode-se verficar que o piso do cômodo mostrado na Figura 5.4 possui a cota 0,0 
cm, ou seja, o mesmo foi tomado como referência, enquanto o nível do piso da área externa à 
construção possui cota –20 cm, em outras palavras, o piso externo está 20 cm mais baixo que o piso do 
cômodo. 
 Com relação a cotagem da porta, a primeira dimensão indica a largura e a segunda à altura. 
Oberva-se que a largura é representada no desenho, porém a altura é apenas indicada, sendo 
representada no desenho dos cortes ou fachadas. A Figura 5.7 mostra um exemplo clássico de portas 
externas, como da sala para o exterior da construção, ou da sala para a garagem, etc. 
 Outro detalhe importante é à distância entre o canto pivotante da porta e o canto da parede, 
denominado boneca, conforme mostrado na Figura 5.9. As bonecas possuem dimensões variadas, 
porém o valor comumente adotado na maioria dos casos é de 10 cm. 
 
 63 
 
 
Figura 5.9. Representação de uma porta indicando a boneca. 
 
 Quando não existe linha cortando o vão de abertura da porta, significa que não existe 
diferença de nível entre os cômodos que a porta faz conexão, conforme indicado na Figura 5.10. 
 
 
Figura 5.10. Representação de portas no qual não existe diferença de nível entre os cômodos. 
 
 Finalmente, a linha que define a diferença de nível pode estar localizada na parte interna da 
parede (Figura 5.11), caso comum de ser visto em representações de portas de banheiros. No exemplo 
mostrado na Figura 5.11, a diferença de nível entre os pisos dos cômodos é de 10 cm. 
 
 64 
 
 
Figura 5.11. Representação de uma porta com diferença de nível na parte interna do cômodo. 
 
 Apesar da representação anterior ser mais correta, pois, segundo alguns arquitetos, 
engenheiros e desenhistas, nenhum objeto pode ser representado com uma linha apenas, pois na 
verdade existe uma espessura envolvida. De acordo coma Norma sobre Desenho Arquitetônico, as 
portas também podem ser representadas por uma linha simples, conforme mostrado na Figura 5.12. 
 
 
Figura 5.12. Representação de portas por meio de uma linha simples. 
 
 Exemplos de representação de portas de duas folhas e de correr são mostradas nas Figuras 
5.13a e b, respectivamente. 
 
 
 
 65 
 
 
(a) (b) 
 
Figura 5.13. Representação de portas de duas folhas (a) e de correr (b). 
 
5.1.1.2 REPRESENTAÇÃO DE JANELAS 
 
 As janelas possuem dimensões variadas, definidas em função do tipo de comôdo, da 
ventilação e iluminação desejada e, das próprias características que o projetista deseja imprimir à 
construção. 
 As janelas são representadas conforme mostrado na Figura 5.14. 
 
 
Figura 5.14. Representação de janelas. 
 
 Na cotagem de janelas, deve-se indicar o comprimento e a altura da janela e a altura do 
parapeito (Figura 5.15). A altura do parapeito corresponde à distância compreendida entre o piso do 
cômodo e a base da janela. 
 Tanto a altura da janela quanto a altura do parapeito são indicadas na planta baixa, porém, 
elas somente serão visualizadas nos cortes e fachadas, sendo que no desenho dos cortes estas 
dimensões aparecerão cotadas. 
 
 
Figura 5.15. Cotagem de janelas (C é comprimento da janela, A é altura da janela e P é a altura do 
parapeito). 
5.1.1.3 REPRESENTAÇÃO DE DESNÍVEIS 
 66 
 
 
 Conforme mostrado no tópico sobre representação de portas, as linhas estreitas são usadas 
para representar a diferença de nível existente entre os cômodos e/ou áreas. As cotas de cada piso são 
também indicadas nos desenhos em planta. A Figura 5.16 mostra um exemplo de representação de 
desnível entre o piso de um galpão e a área externa gramada. 
 
Figura 5.16. Representação de desníveis. 
 
5.1.1.4 REPRESENTAÇÃO DE APARELHOS SANITÁRIOS 
 
 Diversos símbolos ou desenhos são usados para representar as peças sanitárias. 
Normalmente, elas são desenhadas com o auxílio de gabaritos ou simplesmente inseridas em um 
desenho feito em computador. Estes símbolos ou desenhos feitos em programas computacionais são 
denominados bibliotecas. Nestes casos, é possível adquirir bibliotecas de peças sanitárias, portas, 
janelas, etc., que são inseridas no desenho, propiciando grande agilidade na confecção destes. 
Exemplos de representação de algumas peças sanitárias estão na Figura 5.17. 
 
 67 
 
 
 
 
Lavatório Vaso sanitário Chuveiro 
 
 
Pia de cozinha 
 
Figura 5.17. Representação de algumas peças sanitárias. 
 
5.1.1.5 ESCADAS 
 
 As escadas têm por finalidade prover o acesso a outros cômodos que apresentam níveis do 
piso diferentes, sendo constituídas pelos espelhos e pisos. A Figura 5.18 mostra uma escada vista em 
perspectiva e a Figura 5.19, mostra a mesma escada representada por meio das vistas lateral, frontal e 
superior. 
Vista em
Perspectiva
 
Figura 5.18. Perspectiva de uma escada. 
 
 68 
 
(Corte)
Vista Frontal
Vista Superior
(Planta Baixa)
Vista Lateral
(Corte)
Piso
Espelho
 
Figura 5.19. Representação de uma escada por meio das vistas lateral, frontal e superior. 
 
 Quando vista em planta, ou seja, por meio de uma visualização superior, a escada é 
representada por meio dos pisos, que podem ser cotadas de acordo com a Figura 5.20. Pode-se ainda, 
indicar através de uma seta e número, o sentido de subida ou descida e o número de diferenças de 
nível existentes. Na planta baixa ou visualização superior de uma construção não é possível ver a 
diferença de nível entre os cômodos e entre os degraus da escada, porém, deve-se indicá-las por meio 
das cotas, conforme mostrado na Figura 5.20. Como a diferença de nível entre os cômodos é de 45 cm 
e existem três linhas indicando diferença de nível (1, 2 e 3, respectivamente), então, o espelho da 
escada tem a dimensão de 15 cm. 
 
 69 
 
 
Figura 5.20. Cotagem de escadas observadas por meio da vista superior. 
 
 As dimensões das escadas variam de acordo com aspectos ergométricos e com a própria 
característica do projeto, porém as dimensões usuais recomendadas são apresentadas no Quadro 5.1. 
 
Quadro 5.1. Dimensões usuais de escadas. 
 Elemento da escada Dimensões 
 Piso de 25 a 30 cm 
 Espelho de 15 a 20 cm 
 Largura Maior ou igual a 60 cm 
 
5.1.1.6 PRINCIPAIS RECOMENDAÇÕES PARA O TRAÇADO DA PLANTA BAIXA 
 
Para se fazer o desenho da planta baixa, deve-se seguir as seguintes recomendações: 
 
a) adotar preferencialmente a escala de 1:50 e em casos excepcionais de 1:75 ou 1:100; 
b) a planta baixa deverá ser traçada com a frente principal voltada para baixo; 
c) traçar as linhas horizontais com a régua T ou com a régua paralela e as verticais, com os 
esquadros; 
d) traçar inicialmente todas as paredes externas, com a espessura de 25 cm, por serem de 1 
tijolo (Figura 5.18); 
e) traçar todas as paredes internas, com 15 cm de espessura, por serem de 1/2 tijolo (Figura 
5.21) e, em seguida, verificar todas as dimensões possíveis; 
f) apagar todos os cruzamentos de linhas existentes nos traçados das paredes; 
g) após o traçado de todas as paredes, marcar todas as aberturas, portas e janelas; 
h) traçar, caso exista, o beiral e o passeio; 
i) cotar todo o desenho adotando de preferência a unidade cm; 
j) indicar os nomes de todos os cômodos e os respectivos níveis; 
k) indicar pelo menos dois cortes, um transversal e um longitudinal; 
 70 
 
l) a nomenclatura "Planta Baixa" e a "Escala" utilizada deverão ser indicadas no canto inferior 
esquerdo ou direito do desenho; 
m) diferenciar o traçado das linhas que representam os diversos componentes do desenho, 
como por exemplo, empregar linha contínua larga (grossa) para a representação de 
alvenaria cortada tal como paredes, vigas, vergas, etc., usar linha traço-ponto larga (grossa) 
para indicar as linhas de corte (transversais e longitudinais), empregar linha contínua 
estreita (fina) para representar portas, janelas, peças sanitárias, cotas, hachuras, diferenças 
de nível, escadas, etc. e, usar linha tracejada média para indicar as arestas não visíveis (ou 
seja, acima de 1,80 m); 
n) desenhar separadamente, quando for o caso, uma planta baixa para cada pavimento, em 
caso de edificações com mais de um andar. 
 
 
Figura 5.21. Posicionamento dos tijolos em paredes de 1 (externas) e de ½ tijolo (internas). 
 
 A Planta Baixa da construção mostrada em perspectiva nas Figuras 5.1 a 5.4 é mostrada na 
Figura 5.22. 
 71 
 
C
A
B
Banheiro
+ 35
D
 
Figura 5.22. Planta Baixa do exemplo proposto. Obs: O desenho não está representado na escala 
indicada. 
 
 Os seguintes passos devem ser seguidos para desenhar a planta baixa: 
 
1) Desenhar o contorno externo da construção, ou seja, um retângulo com 920 cm x 635 cm. A partir 
deste passo, ao encerrar o desenho de cada elemento da construção, dever-se-á verificar se as 
dimensões estão corretas, pois um erro em um estágio intermediário poderá comprometer o 
restante do desenho. 
 
 72 
 
 
 
Figura 5.23 
 
2) Desenhar as paredes externas da construção com 25 cm de espessura por serem de 1 tijolo. 
Nesta etapa, não é necessária a preocupação com o cruzamento de linhas, pois, as linhas não 
necessárias serão apagadas posteriormente. 
 
 
 
Figura 5.24 
 
3) Desenhar as paredes internas da construção com 15 cm de espessura por serem de ½ tijolo. 
Neste projeto específico, pode-se começar pela parede locada na horizontal a 300 cm da 
superfície interna da parede entre a sala de estar e o exterior da construção. 
 
 
 73 
 
 
 
Figura 5.254) Desenhar as demais paredes internas conforme mostrado a seguir: 
 
 
 
 
Figura 5.26 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 74 
 
5) Apagar as linhas existentes entre as paredes, pois as paredes são desenhadas como sendo um 
elemento único. 
 
 
 
Figura 5.27 
 
6) Iniciar o desenho das portas, marcando a sua abertura nas paredes, conforme mostrado a seguir: 
 
 
 
Figura 5.28 
 
 O esquema a seguir, mostra a marcação da porta da sala na parede mostrada. Para este 
projeto adotou-se a dimensão da boneca de 10 cm, sendo que a porta tem dimensão de 80 cm. Logo, 
deve-se traçar as linhas que definem o vão da porta, que também terão 80 cm. O vão é representado 
pelas duas linhas perpendiculares às arestas da parede. 
 75 
 
 
 
Figura 5.29 
 
 Em seguida, apagar a linha na parte interna do vão da porta, pois, neste caso, a diferença de 
nível se encontra na parte externa da porta. 
 
Figura 5.30 
 
 A porta deverá ser desenhada por um traço simples ou duplo perpendicular à abertura. Esta 
dimensão deve coincidar com a dimensão da abertura, ou seja, para este caso (porta da sala), 80 cm. 
 
Figura 5.31 
 
 O arco indicando o espaço ocupado pela abertura da porta deve ser desenhado colocando a 
ponta seca do compasso (ponta metálica) no ponto 3 e girando o compasso no sentido horário com a 
ponta de grafite deslocando do ponto 1 ao 2. 
 
Figura 5.32 
 
 O aspecto final da porta desenhada pode ser vista a seguir: 
 76 
 
 
Figura 5.33 
 
 Em seguida, desenhar todas as portas e aberturas restantes, observando que a boneca da 
porta entre a sala de estar e a cozinha apresenta dimensão de 60 cm, devido à escada que proporciona 
o acesso da sala de estar à circulação, com dois degraus com dimensão do piso de 25 cm cada. 
 
 
Figura 5.34 
 
 Desenhar as janelas, sendo que normalmente estas são centralizadas entre as paredes que 
delimitam o cômodo, porém, existem casos que devido às condições específicas do projeto, elas podem 
ser deslocadas em relação ao centro. No caso da janela da sala, esta é centralizada no espaço 
compreendido entre a porta da sala de estar e a parede que divide a sala de estar e a cozinha. Uma 
forma rápida de achar o centro da janela é colocando a ponta seca do compasso em uma das 
extremidades da parede (ponto 1) e abrindo-o com um raio superior à metade da dimensão da parede. 
Em seguida, deve-se traçar um arco nas proximidades do centro da parede, ou seja, entre os pontos 3 e 
 77 
 
4. Posteriormente, desloca-se a ponta seca do compasso para o ponto 2, sem alterar a abertura do 
compasso, desenhando então, o arco entre os pontos 5 e 6. A interseção entre os dois arcos, 3-4 e 5-6, 
é o centro da janela. 
 
 
Figura 5.35 
 
 A marcação do centro da janela na parede deve ser feita traçando-se uma linha da interção 
entre os arcos 3-4 e 5-6 perpendicularmente a parede em questão. 
 
 
Figura 5.36 
 
 A partir do centro da janela, marca-se a metade da dimensão total (200 cm) para a esquerda e 
metade para a direita. 
 
 78 
 
 
Figura 5.37 
 
 No espaço destinado a janela, desenhar duas linhas paralelas centralizadas com relação à 
espessura da parede representando as esquadrias da janela. A distância entre estas linhas é de 5 cm, 
centralizada com relação a espessura da parede. 
 
 
 
Figura 5.38 
 
 O aspecto final do desenho da porta e janela da sala é mostrado a seguir: 
 79 
 
 
 
Figura 5.39 
 
 A seguir, desenhar todas as janelas com as suas respectivas dimensões. Observe que a 
janela do banheiro deve ser desenhada com linha tracejada por estar acima do plano de corte gerador 
da planta baixa. 
 
 
 
Figura 5.40 
 80 
 
 
 Próximo passo, desenhar os outros elementos vistos na planta baixa e acrescentar as demais 
informações necessárias, tais como, projeção do telhado (adotando um beiral de 50 cm) e passeio (com 
dimensão de 100 cm), peças sanitárias, linhas indicativas de corte transversal e longitudinal, nome dos 
cômodos e o nível dos seus respectivos pisos, cotas (afastadas 8 mm do passeio e 8 mm entre si), etc. 
A
C
B
+ 35
Banheiro
D
 
 
Figura 5.41 
 
 Finalmente, reforçar todas as linhas que forem necessárias e verificar cuidadosamente para 
que todas as dimensões estejam corretas, todas as cotas presentes e todas as demais informações 
indicadas estejam corretas, de acordo com as Normas de Desenho Técnico vigentes. 
 
 
 
 
 
 
 
 81 
 
 
A
C
B
+
 3
5
B
a
n
h
e
ir
o
D
 
 
Figura 5.42 
 
 
 
 
 
 
 82 
 
5.1.2 DIAGRAMA DE COBERTURA 
 
 O diagrama de cobertura consiste na visualização superior da construção, sem a retirada do 
telhado. No diagrama de cobertura são mostradas as disposições dos vários planos do telhado, 
denominados águas, e o sentido de queda das águas pluviais. 
 As linhas que representam a projeção do telhado são traçadas com linhas contínuas por 
serem arestas visíveis (contínua) e o contorno da construção, ou seja, as paredes que estão sob a 
cobertura, são traçadas com linhas tracejadas por serem invisíveis na posição observada. A distância 
entre a projeção do telhado e o contorno externo das paredes da construção é chamada de beiral. Um 
exemplo de um telhado de seis águas contento as nomenclaturas utilizadas, representado em 
perspectiva e na forma de diagrama de cobertura, são mostrados nas Figuras 5.43 e 5.44. 
 
Tacanica
Espigao
Rincao
Cumeeira
 
Figura 5.43. Perspectiva de um telhado de seis águas. 
 
 83 
 
Espigao
Cumeeira
Rincao
Tacanica
Sentido de queda
de aguas pluviais
Contorno da 
construcao
Contorno do 
telhado
 
Figura 5.44. Diagrama de cobertura do telhado mostrado em perspectiva na Figura 5.40. 
 
 As principais recomendações a serem seguidas para o traçado dos diagramas de cobertura 
são: 
 
a) definir a escala a ser empregrada, sendo que, dever-se-á adotar no mínimo a escala de 1:200; 
b) traçar o diagrama de cobertura com a frente principal voltada para baixo; 
c) os telhados poderão ter as águas pluviais caindo livremente, denominados de telhados abertos, 
ou descendo através de calhas e condutores, chamados de telhados fechados; 
d) desenhar o contorno externo do telhado; 
e) usar o método das bissetrizes para definir as posições das águas do telhado e dos rincões; 
f) desenhar setas indicando o sentido de queda das águas pluviais; 
g) desenhar os elementos que possam aparecer quando os telhados são fechados; 
h) desenhar o contorno externo das paredes usando linha tracejada, por se tratarem de uma 
aresta não visível; 
i) indicar a nomenclatura, diagrama de cobertura e a escala utilizada no desenho no canto inferior 
esquerdo ou direito; 
j) o diagrama de cobertura não deve ser cotado. 
 
 
 
 
 
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 Assim, o diagrama de cobertura da construção usada como exemplo neste livro é mostrado na 
Figura 5.45. 
 
Diagrama de cobertura
Esc: 1:100
 
Figura 5.45. Diagrama de cobertura. Obs: O desenho não se apresenta na escala indicada. 
 
 O número de águas que um telhado pode ter é dependente do formato do telhado e do projeto 
elaborado. Assim, os telhados podem ter, por exemplo, 1, 2, 3, 4, 5, 6 águas, etc., conforme mostrado 
na Figura 5.46 e 5.47. 
 
Diagrama de cobertura - 1 agua
 
 
Diagrama de cobertura - 2 aguas
 
Diagrama de cobertura - 3 aguas
 
 
Diagrama de cobertura - 4 aguas
 
 
Figura 5.46. Diagramas de cobertura de uma, duas, três e quatro águas. 
 
 
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Diagrama de cobertura - 5 aguas

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