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Apostila Desenho Técnico Mêcanico

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CM 108/OT 103 - Desenho 
Técnico Mecânico 
 
 CM 108/OT 103 – DESENHO TÉCNICO 
MECÂNICO 
 
 
 
 
 
APRESENTAÇÃO 
 
A execução dos projetos das áreas técnicas ainda é dependente dos desenhos bidimensionais 
que são utilizados para fazer o detalhamento dos detalhes construtivos que envolvem o objeto 
projetado. 
Diferentemente das imagens tridimensionais, que podem ser entendidas por qualquer pessoa, 
os desenhos bidimensionais se constituem em uma linguagem gráfica que só pode ser entendida por 
quem a estuda. 
 Assim, um desenhista técnico deve, não só insinuar a sua intenção, mas dar uma informação 
exata e positiva de todos os detalhes de máquina ou estrutura existente em sua imaginação. Eis por 
que o desenho é mais do que uma simples representação de um objeto, é uma linguagem gráfica 
completa, por meio da qual pode descrever minuciosamente cada operação e guardar um registro 
completo da peça, para reprodução ou reparos. 
O objetivo desse curso, portanto, é que, tanto o mantenedor mecânico quanto o operador 
técnico, entenda esta linguagem e consiga não só lê-la prontamente quando escrita por outras 
pessoas, mas também escrevê-la, expressando-a com clareza. 
Para que isso seja possível, o texto foi estruturado em quatro capítulos, a saber: 
 
No Capítulo 1 apresenta-se conceitos e definições básicas, visando esclarecer a necessidade 
e aplicabilidade do desenho técnico. 
 
No Capítulo 2, por outro lado, relaciona-se alguns dos instrumentos necessários para a 
elaboração de desenhos técnicos. 
 
O desenho técnico, como linguagem gráfica técnica, tem necessidade fundamental do 
estabelecimento de regras e normas. Por exemplo, a representação de uma determinada peça deve 
possibilitar a todos que intervenham na sua construção, mesmo que em tempos e lugares diferentes, 
interpretar a produzir peças tecnicamente iguais. Portanto, no Capítulo 3 são apresentadas as 
padronizações e normas empregadas para a elaboração e interpretação de desenhos técnicos. 
 
O Capítulo 4 fornece subsídios para a utilização e distinção dos vários tipos de projeções 
ortogonais existentes, as quais permitem reproduzir a forma exata dos objetos, com as suas três 
dimensões principais (comprimento, largura e altura) sobre um plano. 
 
No Capítulo 5 são apresentados os procedimentos para a inserção de cotas nos desenhos, ou 
seja, a sua cotagem, permitindo informar as dimensões de um objeto representado. 
 
O Capítulo 6 fornece procedimentos para a interpretação de perspectivas. Observa-se que a 
perspectiva é uma técnica de representação tridimensional que possibilita a ilusão de espessura e 
profundidade das figuras e, assim, pode-se representar os objetos tais como se apresentam à nossa 
vista e, portanto, trata-se de um assunto de grande importância. 
 
Finalizando, quando uma peça a ser desenhada possui muitos detalhes internos ou invisíveis, 
as projeções ortogonais apresentam muitas linhas tracejadas e, em geral, dificultam a compreensão 
do desenho. Para facilitar a interpretação desses detalhes são utilizadas vistas em corte, cujo estudo 
é o objetivo do Capítulo 7. 
 
 
 
 CM 108/OT 103 – DESENHO TÉCNICO 
MECÂNICO 
 
 
ÍNDICE 
 
 
CAPÍTULO 1: CONCEITOS BÁSICOS _____________________________________________ 1 
RESUMO __________________________________________________________________________ 1 
1.0 - INTRODUÇÃO _________________________________________________________________ 1 
2.0 - VISÃO ESPACIAL ______________________________________________________________ 1 
3.0 – ORIGEM DO DESENHO TÉCNICO_______________________________________________ 1 
4.0 - TIPOS DE DESENHO TÉCNICO__________________________________________________ 1 
5.0 – ELABORAÇÃO DE DESENHOS TÉCNICOS _______________________________________ 2 
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA _____________________________________________________ 2 
 
CAPÍTULO 2: INSTRUMENTOS PARA DESENHO __________________________________ 3 
RESUMO __________________________________________________________________________ 3 
1.0 - INTRODUÇÃO _________________________________________________________________ 3 
2.0 - LISTA DE INSTRUMENTOS E MATERIAIS _______________________________________ 3 
3.0 - PRECAUÇÕES COM OS MATERIAIS: ____________________________________________ 5 
4.0 – LÁPIS E LAPISEIRA____________________________________________________________ 5 
 
CAPÍTULO 3: NORMAS TÉCNICAS_______________________________________________ 7 
RESUMO __________________________________________________________________________ 7 
1.0 - INTRODUÇÃO _________________________________________________________________ 7 
2.0 – NORMAS ABNT________________________________________________________________ 7 
3.0 – FORMATOS DE PAPEL _________________________________________________________ 8 
4.0 - LEGENDA _____________________________________________________________________ 9 
5.0 – NOTAS ADICIONAIS ___________________________________________________________ 9 
5.0 – CALIGRAFIA TÉCNICA _______________________________________________________ 10 
6.0 - LINHAS ______________________________________________________________________ 11 
6.1 - Linha Para Contornos e Arestas Visíveis ___________________________________________________ 11 
6.2 - Linha Para Contornos e Arestas Não Visíveis _______________________________________________ 11 
6.3 - Eixo de Simetria ______________________________________________________________________ 11 
6.4 – Linhas de Cota _______________________________________________________________________ 12 
6.5 - Linhas de Chamada ou Extensão _________________________________________________________ 12 
6.6 - Linhas de Corte_______________________________________________________________________ 12 
6.7 - Linhas Para Rupturas Curtas_____________________________________________________________ 12 
6.8 - Linhas Para Rupturas Longas ____________________________________________________________ 12 
6.9 - Linhas Para Hachuras __________________________________________________________________ 12 
7.0 - ESCALAS_____________________________________________________________________ 13 
 
 CM 108/OT 103 – DESENHO TÉCNICO 
MECÂNICO 
 
 
 
 
CAPÍTULO 4: PROJEÇÕES ORTOGONAIS _______________________________________ 15 
RESUMO _________________________________________________________________________ 15 
1.0 - INTRODUÇÃO ________________________________________________________________ 15 
2.0 – CONCEITUAÇÃO _____________________________________________________________ 15 
3.0 – ARESTAS OCULTAS __________________________________________________________ 17 
4.0 – ARESTAS COINCIDENTES ____________________________________________________ 18 
5.0 - LINHAS DE CENTRO E DE SIMETRIA __________________________________________ 18 
6.0 – VISTAS AUXILIARES _________________________________________________________ 19 
7.0 - VISTAS ESSENCIAIS __________________________________________________________ 19 
8.0 – VISTA ÚNICA ________________________________________________________________ 20 
 
 
CAPÍTULO 5: COTAGEM_______________________________________________________ 21 
RESUMO _________________________________________________________________________ 21 
1.0 - INTRODUÇÃO ________________________________________________________________ 21 
2.0 – COTAS_______________________________________________________________________ 21 
3.0 - REGRAS PARA A COTAGEM___________________________________________________ 23 
4.0 - TIPOS DE COTAGEM__________________________________________________________ 27 
5.0 - COTAGEM DE CORDAS E ARCOS ______________________________________________ 27 
6.0 - COTAGEM DE ÂNGULOS, CHANFROS E ESCAREADOS__________________________ 28 
7.0 - COTAGEM DE ELEMENTOS EQÜIDISTANTES E/OU REPETIDOS_________________ 28 
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA ____________________________________________________ 29CAPÍTULO 6: PERSPECTIVAS__________________________________________________ 30 
RESUMO _________________________________________________________________________ 30 
1.0 - INTRODUÇÃO ________________________________________________________________ 30 
2.0 - PERSPECTIVA ISOMÉTRICA:__________________________________________________ 30 
2.1 - Perspectiva Isométrica de Objetos Planos___________________________________________________ 30 
2.2 - Perspectiva Isométrica de Objetos Cilíndricos _______________________________________________ 31 
3.0 - PERSPECTIVA CAVALEIRA ___________________________________________________ 31 
3.1 - Perspectiva Cavaleira de Objetos Planos ___________________________________________________ 31 
3.2 - Perspectiva Cavaleira De Objetos Cilíndricos _______________________________________________ 31 
4.0 - COTAGEM EM PERSPECTIVAS ________________________________________________ 32 
 
 CM 108/OT 103 – DESENHO TÉCNICO 
MECÂNICO 
 
 
 
 
CAPÍTULO 7: CORTES, SEÇÕES E RUPTURAS ___________________________________ 34 
RESUMO _________________________________________________________________________ 34 
1.0 - INTRODUÇÃO ________________________________________________________________ 34 
2.0 – DEFINIÇÕES _________________________________________________________________ 34 
3.0 – TIPOS DE PLANOS CORTE ____________________________________________________ 34 
3.1 - Plano de Corte Horizontal_______________________________________________________________ 34 
3.2 - Plano de Corte Vertical_________________________________________________________________ 35 
3.2.1 - Plano de corte longitudinal __________________________________________________________ 35 
3.2.2 - Plano de corte transversal ___________________________________________________________ 35 
4.0 - LINHA DE CORTE_____________________________________________________________ 35 
5.0 - CORTE TOTAL:_______________________________________________________________ 36 
6.0 – HACHURAS __________________________________________________________________ 37 
7.0 – CORTE EM DESVIO___________________________________________________________ 39 
8.0 - CORTE PARCIAL _____________________________________________________________ 39 
9.0 - SEÇÕES ______________________________________________________________________ 40 
9.1 - Seções Traçadas Sobre as Vistas _________________________________________________________ 40 
9.2 - Seção Traçada Fora da Vista_____________________________________________________________ 40 
9.3 - Seções Traçadas Com a Interrupção das Vistas ______________________________________________ 40 
10.0 - RUPTURAS __________________________________________________________________ 41 
11.0 – CONVENÇÃO ABNT _________________________________________________________ 42 
 
 
 
 
 
 CM 108/OT 103 – DESENHO TÉCNICO 
MECÂNICO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“Uma imagem é algo intermediário entre 
uma idéia e um objeto." 
 
 
Samuel Taylor Coleridge (1772-1834) 
Poeta inglês. 
 
 
 
 CM 108/OT 103 – DESENHO TÉCNICO 
MECÂNICO 
 
 
 
CAPÍTULO 1: CONCEITOS BÁSICOS 
 
 
 
 
Em outras palavras, a visão espacial permite a 
percepção (o entendimento) de formas espaciais, sem 
estar vendo fisicamente os objetos. 
RESUMO 
 
 Este capítulo apresenta conceitos e definições 
básicas, visando esclarecer a necessidade e 
aplicabilidade do desenho técnico. 
 
 
3.0 – ORIGEM DO DESENHO TÉCNICO 
 O desenho técnico, tal como ele é entendido 
hoje, foi desenvolvido graças ao matemático francês 
Gaspar Monge (1746-1818). Os métodos de 
representação gráfica que existiam até aquela época 
não possibilitavam transmitir a idéia dos objetos de 
forma completa, correta e precisa. 
1.0 - INTRODUÇÃO 
 
O desenho técnico é uma forma de expressão 
gráfica que possui a finalidade de representar tanto a 
forma quanto as dimensões e posição de objetos de 
acordo com as diferentes necessidades requeridas pelas 
diversas atividades na construção de máquinas e 
estruturas. 
Monge criou um método que permite 
representar, com precisão, os objetos que têm três 
dimensões (comprimento, largura e altura) em 
superfícies planas, como, por exemplo, uma folha de 
papel, que tem apenas duas dimensões (comprimento e 
largura). 
Utilizando-se de um conjunto constituído por 
linhas, números, símbolos e indicações escritas 
normalizadas internacionalmente, o desenho técnico é 
definido como linguagem gráfica universal da área 
técnica. Esse método, conhecido como mongeano, 
quando foi publicado em 1715, foi chamado de 
geometria descritiva, sendo os seus princípios a base 
do desenho técnico. 
Assim como a linguagem verbal escrita exige 
alfabetização, a execução e a interpretação da 
linguagem gráfica do desenho técnico exige 
treinamento específico, porque são utilizadas figuras 
planas (em duas dimensões) para representar formas 
espaciais. 
No século XIX, com a revolução industrial, 
foi necessário normalizar a forma de utilização da 
geometria descritiva para transformá-la numa 
linguagem gráfica que, a nível internacional, 
simplificasse a comunicação e viabilizasse o 
intercâmbio de informações tecnológicas. 
O desenho técnico, não mostrando o objeto tal 
como ele é visto quando terminado, só pode ser 
interpretado por quem compreender a sua linguagem. 
Assim, conhecendo-se a metodologia utilizada 
para elaboração do desenho em duas dimensões é 
possível entender e conceber mentalmente a forma 
espacial representada na figura plana. 
Desta forma, a Comissão Técnica TC 10 da 
International Organization for Standardization – ISO 
normalizou a forma de utilização da geometria 
descritiva como linguagem gráfica da área técnica e da 
arquitetura, chamando-a de desenho técnico [1]. Na prática pode-se dizer que, para interpretar 
um desenho técnico, é necessário enxergar o que não é 
visível e a capacidade de entender uma forma espacial 
a partir de uma figura plana é chamada visão espacial. 
Na atualidade, a expressão desenho técnico 
inclui todos os tipos de desenhos utilizados nas áreas 
técnicas incorporando também os desenhos tais como 
gráficos, diagramas, fluxogramas e outros. 
 
 2.0 - VISÃO ESPACIAL 
4.0 - TIPOS DE DESENHO TÉCNICO Conforme descrito em [1], visão espacial é 
um dom que, em princípio todos têm, dá a capacidade 
de percepção mental das formas espaciais. Perceber 
mentalmente uma forma espacial significa ter o 
sentimento da forma espacial sem estar vendo o objeto. 
 
O desenho técnico é dividido em dois grandes 
grupos, a saber: 
 
Desenho projetivo 
Por exemplo, fechando-se os olhos pode-se 
imaginar a forma espacial de um motor ou outro 
equipamento qualquer 
________________________________________________________________________________________________ 
 Capítulo 1: Conceitos Básicos - 1 
 
São os desenhos resultantes de projeções do 
objeto em um ou mais planos de projeção e 
correspondem às vistas ortográficas e às perspectivas. 
 CM 108/OT 103 – DESENHO TÉCNICO 
MECÂNICO 
 
 
Desenho não-projetivo 
Na maioria dos casos corresponde a desenhos 
resultantes dos cálculos algébricos e compreendem os 
desenhos de gráficos, diagramas e outros. 
 
Os desenhos projetivos compreendem a maior 
parte dos desenhos feitos nas indústrias e alguns 
exemplos de utilização são, conforme [1]: 
 
a) Projeto e fabricação de máquinas, 
equipamentos e de estruturas nas 
indústrias de processo e de manufatura 
(indústrias mecânicas, aeroespaciais, 
químicas, farmacêuticas, petroquímicas, 
alimentícias etc.); 
b) Projeto e construção de edificações comtodos os seus detalhamentos elétricos, 
hidráulicos, elevadores etc.; 
c) Projeto e construção de rodovias e 
ferrovias mostrando detalhes de corte, 
aterro, drenagem, pontes, viadutos etc.; 
d) Projeto e montagem de unidades de 
processos, tubulações industriais, 
sistemas de tratamento e distribuição de 
água, sistema de coleta e tratamento de 
resíduos; 
e) Representação de relevos topográficos e 
cartas náuticas; 
f) Desenvolvimento de produtos 
industriais. 
g) Projeto e construção de móveis e 
utilitários domésticos; 
h) Promoção de vendas com apresentação 
de ilustrações sobre o produto. 
 
Pelos exemplos apresentados em [1], conclui-
se que o desenho projetivo é utilizado em todas as 
modalidades técnicas e, em função disso, apresentam 
nomes que correspondem a alguma utilização 
específica, como: 
 
a) Desenho Mecânico; 
b) Desenho de Máquinas; 
c) Desenho de Estruturas; 
d) Desenho Arquitetônico; 
e) Desenho Elétrico; 
f) Desenho Eletrônico; 
g) Desenho de Tubulações. 
Apesar dos nomes diferentes, as diversas 
formas de apresentação do desenho projetivo têm uma 
mesma base, e todas seguem normas de execução que 
permitem suas interpretações sem dificuldades e sem 
mal-entendidos. 
 
 
5.0 – ELABORAÇÃO DE DESENHOS TÉCNICOS 
 
Às vezes, a elaboração de um desenho técnico 
envolve o trabalho de várias pessoas. 
No caso de um desenho técnico mecânico, por 
exemplo, um projetista planeja a peça e imagina como 
ela deve ser. Depois representa suas idéias por meio de 
um esboço, isto é, um desenho técnico à mão livre. 
O esboço serve de base para a elaboração do 
desenho preliminar ou anteprojeto. O desenho 
preliminar corresponde a uma etapa intermediária do 
processo de elaboração do projeto, que ainda pode 
sofrer alterações. 
Depois de aprovado, o desenho que 
corresponde à solução final do projeto será executado 
por um desenhista técnico. O desenho técnico 
definitivo, também chamado de desenho para 
execução, contém todos os elementos necessários à sua 
compreensão. 
Os desenhos para execução, atualmente, na 
maioria dos casos, são elaborados em computadores, 
mas também pode ser feito em prancheta. Em qualquer 
caso, entretanto, deve atender rigorosamente a todas as 
normas técnicas que dispõem sobre o assunto. 
O desenho técnico deve chegar pronto às mãos 
do profissional que vai executar a peça ou montagem. 
Muitas vezes, nesses casos, é necessário 
efetuar-se a traçagem, ou seja, a marcação de curvas, 
retas ou pontos sobre a chapa para visualização dos 
locais a serem cortados, furados, dobrados, etc. 
Observe-se que, tais operações, normalmente, 
precedem às de conformação. 
 
 
 
 
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA 
 
[1] Ribeiro, A.C.; Peres, M.P; Izidoro, N. “Leitura e 
Interpretação de Desenho Técnico” – Faenquil –
Faculdade de Engenharia Química de Lorena. 
 
________________________________________________________________________________________________ 
 Capítulo 1: Conceitos Básicos - 2 
 
 CM 108/OT 103 – DESENHO TÉCNICO 
MECÂNICO 
 
 
 
CAPÍTULO 2: INSTRUMENTOS PARA DESENHO 
 
 
 
 
RESUMO 2.0 - LISTA DE INSTRUMENTOS E MATERIAIS 
 
 Este capítulo relaciona alguns dos 
instrumentos necessários para a elaboração de 
desenhos técnicos. 
Uma lista de materiais para desenhos manuais 
pode ser extensa, como, por exemplo: 
 
a) compassos; 
 
 
1.0 - INTRODUÇÃO 
 
Os desenhos técnicos podem ser efetuados de 
várias formas, tais como mecanicamente, com 
instrumentos mecânicos e desenhos criados através da 
utilização de programas gráficos computacionais, 
CAD/CAM, projeto assistido por computador. 
Atualmente, na maioria dos casos, os 
desenhos são elaborados por computadores, pois 
existem vários softwares que facilitam a elaboração e 
apresentação de desenhos técnicos. 
 
b) lápis; 
 
 
 Um dos programas mais populares nesse 
sentido é o AutoCad, da empresa Autodesk. 
 
c) lapiseiras, 
 
 
 
 
d) Minas de grafite e porta grafite 
 
 Figura 1 – Exemplo de desenho utilizando o AutoCad, 
da Autodesk. 
 
e) Régua “T”; 
 No entanto, esse assunto é tratado em um 
curso específico. 
 A forma tradicional de se desenhar 
(manualmente) é empregando instrumentos 
apropriados, inclusive para que eles se tornem fáceis e 
precisos. 
________________________________________________________________________________________________ 
 Capítulo 2: Instrumentos Para Desenho - 3 
 
 
 Desta forma, este capítulo é dedicado a uma 
rápida descrição dos aparelhos usualmente necessários 
no desenho. Alguns outros que não de uso diário, mas 
destinados a trabalho especiais. 
 CM 108/OT 103 – DESENHO TÉCNICO 
MECÂNICO 
 
 
k) Curvas francesas; f) prancheta; 
 
 
 
 
l) Transferidor; 
 
 
 
g) Esquadros de 45º e 60º; 
 
 
 
 
m) Estilete; 
 
 
 
h) Escala (três de seção achatada com duas 
graduações) com escalas proporcionais 
em pés e polegadas; 
 
 
 
n) Lixa para grafite; 
 
 
 
i) Régua 
 
 
o) Tecnígrafo de mola para prancheta; 
 
 
j) Borracha branca macia; 
 
________________________________________________________________________________________________ 
 Capítulo 2: Instrumentos Para Desenho - 4 
 
 
 CM 108/OT 103 – DESENHO TÉCNICO 
MECÂNICO 
 
 
p) Normógrafo; h) espetar o compasso na prancheta; 
 i) azeitar as articulações do compasso; 
j) usar o compasso de ponta seca como martelo 
ou pinça; 
 
k) colocar pesos sobre o "T”, para conservá-lo 
em posição; 
l) traçar uma linha a lápis ou tinta voltando para 
traz; 
m) passar a borracha por todo o desenho depois 
de terminado. Isso tiraria o brilho das linhas a 
nanquim; 
n) começar o trabalho antes de limpar a mesa de 
instrumentos; 
o) deixar os instrumentos sem limpar, 
principalmente tratando-se do tira-linhas; 
 p) guardar os compassos de mola, sem distender, 
para descanso das molas; q) Aranha; 
 q) dobrar o papel de um original ou de uma 
cópia; 
 
r) introduzir no tinteiro de nanquim uma pena 
que tenha sido usada com tinta comum de 
escrever; 
s) diluir o nanquim na água. Se estiver espesso é 
melhor jogar fora. 
 
 r) Caneta Nankin; 
4.0 – LÁPIS E LAPISEIRA 
 
 
A grafite foi descoberta na Baviera por volta 
de 1400, não lhe tendo sido dado na época o devido 
valor. 
O grafite começou a ser empregado como 
lápis a partir do ano de 1564, com a descoberta das 
minas da Inglaterra e hoje é comumente utilizado em 
lápis escolares, técnicos e de escritório, além do lápis 
de carpinteiro. Componente básico das minas normais 
e minas finas utilizadas em lapiseiras, a indústria do 
lápis busca no grafite características que permitam 
atingir condições ideais de resistência mecânica e 
suavidade, associadas ao baixo coeficiente de atrito, 
além de uma excelente coloração negra. Há uma enorme variedade de qualidades de 
grafite. Envolvida em madeira (lápis), em minas 
simples de várias espessuras para porta minas, desde as 
mais vulgares 0,5 mm, 0,7 mm, 1,2 mm, até às mais 
grossas apenas envolvidas em plástico para desenhos 
que exigem um grande depósito de grafite. 
 
 
3.0 - PRECAUÇÕES COM OS MATERIAIS: 
 
 Em relação ao uso dos vários materiais, 
nunca: 
Atualmente, os lápis são produzidos com uma mistura 
de grafite e argila que permite que eles possuam 
diversas durezas, desde extra-duras a extra-macias. Asmais duras permitem traços finos cinzento pálido, as 
mais macias produzem traços mais grossos e mais 
negros, pois depositam mais grafite no papel. 
 
a) usar a escala como régua; 
b) desenhar com a aresta inferior da régua "T"; 
c) cortar papel com canivete ou lâmina, 
empregando a régua “T” como guia; 
d) usar a régua “T” como martelo; 
Para desenho técnico tem-se, basicamente, a 
seguinte escala de grafites: 
e) por qualquer das extremidades do lápis na 
boca; 
 f) trabalhar com lápis de ponta gasta; 
________________________________________________________________________________________________ 
 Capítulo 2: Instrumentos Para Desenho - 5 
 
3H, 2H, H e HB. g) aparar o lápis sobre a prancheta; 
 CM 108/OT 103 – DESENHO TÉCNICO 
MECÂNICO 
 
 
Por H entende-se Hard, ou seja, uma mina 
dura e por HB entende-se Hard/Brand, ou seja, uma 
mina de dureza média 
Associados ao uso da grafite estão sempre os 
afiadores ou canivetes para afiar, as borrachas mais ou 
menos macias e os porta-minas. 
A grafite pode ser usada praticamente em 
todas as superfícies, exceto nas plastificadas, onde 
adere mal. 
O afiamento da mina é executado sobre papel 
ou lixa fina colada numa tabuinha de madeira 
compensada; esta é mantida com a extremidade para 
baixo, de modo a impedir que o pó da grafite caia sobre 
o desenho, sujando-o. 
 
 
 
Figura 2 – Afiamento de mina. 
 
Na maioria das vezes, os lápis são apontados 
por apontadores, elétricos ou não, mas o fato é que as 
suas pontas são curtas e com um ângulo muito 
acentuado. Para que o desenho seja bem, executado é 
necessário pontas mais longas, com ângulos suaves 
para que a grafite toque o papel em toda a sua 
extensão, como ilustrado na figura 3. 
 
 
 
Figura 3 – Grafite tocando papel. 
 
 Assim, é importante apontar o lápis com 
estilete, como ilustrado na figura 4 e, posteriormente 
afiado, como na figura 2. 
 
 
 
Figura 4 – Apontamento de lápis. 
 
Para as lapiseiras, é conveniente usar a mina 
apontada com estilete utilizando-se o mesmo 
procedimento anterior, principalmente naqueles casos 
em que deseja traçar muitas linhas retas finas de grande 
comprimento (tracejadas nas secções, linhas de cota), 
para que esta se consuma mais lentamente. 
Observa-se, entretanto, que para minas de 
pequeno diâmetro (0,5 mm ou menor), não há 
necessidade de afiamento. 
Durante o uso de lapiseiras com minas muito 
finas, deve-se ter o cuidado de que a mina não saia 
muito da ponteira, pois se quebram facilmente. 
________________________________________________________________________________________________ 
 Capítulo 2: Instrumentos Para Desenho - 6 
 
 CM 108/OT 103 – DESENHO TÉCNICO 
MECÂNICO 
 
 
 
CAPÍTULO 3: NORMAS TÉCNICAS 
 
 
 
 
RESUMO 
 
 Neste capítulo são apresentadas as 
padronizações e normas empregadas para a elaboração 
e interpretação de desenhos técnicos. 
 
 
1.0 - INTRODUÇÃO 
 
O desenho técnico, como linguagem gráfica 
técnica, tem necessidade fundamental do 
estabelecimento de regras e normas. Por exemplo, a 
representação de uma determinada peça deve 
possibilitar a todos que intervenham na sua construção, 
mesmo que em tempos e lugares diferentes, interpretar 
e produzir peças tecnicamente iguais. 
Isso, naturalmente, só é possível, quando se 
tenham estabelecido de forma fixa e imutável, todas as 
regras necessárias para que o desenho seja uma 
autentica e própria linguagem técnica, que possa 
cumprir a função de transmitir ao executor da peça as 
idéias e desejos do desenhista. 
Assim, foi necessário padronizar os 
procedimentos de representação por meio de normas 
técnicas seguidas e respeitadas internacionalmente. 
Observa-se que cada país elabora suas normas 
técnicas e estas são acatadas em todo o seu território 
por todos os que estão ligados, direta ou indiretamente, 
a este setor. 
Por outro lado, como há o comércio de 
produtos e serviços entre as nações, os órgãos 
responsáveis pela normalização em cada país, criaram 
a ISO - International Organization for Standardization 
(Organização Internacional de Normalização). 
Quando uma norma técnica proposta por 
qualquer país membro é aprovada por todos os países 
que compõem a ISO, essa norma é organizada e 
editada como norma internacional. 
No Brasil, as normas são aprovadas e editadas 
pela ABNT - Associação Brasileira de Normas 
Técnicas e seguem as normas internacionais aprovadas 
pela ISO. 
 
 
2.0 – NORMAS ABNT 
 
A execução de desenhos técnicos é 
inteiramente normalizada pela ABNT. Os 
procedimentos para execução de desenhos técnicos 
aparecem em normas gerais que abordam desde a 
denominação e classificação dos desenhos até as 
formas de representação gráfica, como é o caso da NBR 
5984 – Norma Geral de Desenho Técnico (Antiga NB 
8) e da NBR 6402 – Execução de Desenhos Técnicos 
de máquinas E Estruturas Metálicas (Antiga NB 13), 
bem como em normas específicas que tratam os 
assuntos separadamente, conforme os exemplos 
seguintes: 
 
a) NBR 10647 – Desenho Técnico – Norma 
Geral; 
b) NBR 10068 – Folha de Desenho Layout e 
Dimensões, 
c) NBR 10582 – Apresentação da Folha para 
Desenho Técnico; 
d) NBR 13142 – Desenho Técnico – 
Dobramento de Cópias; 
e) NBR 8402 – Execução de Caracteres para 
Escrita em Desenhos Técnicos; 
f) NBR 8403 – Aplicação de Linhas em 
desenhos – Tipos de Linhas – Larguras das 
Linhas; 
g) NBR 10067 – Princípios Gerais de 
Representação em Desenho Técnico; 
h) NBR 8196 – Desenho Técnico – Emprego de 
Escalas; 
i) NBR 12298 – Representação de Área de Corte 
Por Meio de Hachuras em Desenho Técnico; 
j) NBR 10126 – Cotagem em Desenho Técnico; 
k) NBR 8404 – Indicação do Estado de 
Superfície Em Desenhos Técnicos; 
l) NBR 6158 – Sistema de Tolerâncias e 
Ajustes; 
m) NBR 8993 – Representação Convencional de 
Partes Roscadas em Desenho Técnico. 
 
Existem outras normas que regulam a 
elaboração dos desenhos de uma área técnica 
específica, como, por exemplo: 
 
a) NBR 6409, que normaliza a execução dos 
desenhos de eletrônica; 
b) NBR 7191, que normaliza a execução de 
desenhos para obras de concreto simples ou 
armado; 
________________________________________________________________________________________________ 
 Capítulo 3: Normas Técnicas - 7 
 
c) NBR 11534, que normaliza a representação de 
engrenagens em desenho técnico. 
 CM 108/OT 103 – DESENHO TÉCNICO 
MECÂNICO 
 
 
Desta forma, os formatos da série “A” seguem 
as dimensões em milímetros fornecidas na tabela 1. 
3.0 – FORMATOS DE PAPEL 
 
Conforme a NBR 10.068, as folhas de papel 
podem ser utilizadas tanto na posição vertical como na 
posição horizontal. 
 
Formato Dimensões 
A0 841 x 1189 
A1 594 x 841 
A2 420 x 594 
A3 297 x 420 
A4 210 x 297 
A5 148 x 210 
 
 
 
Tabela 1 – Dimensões básicas das folhas da série A. 
 
Qualquer que seja o formato do papel, os 
elementos mostrados na figura 3 devem aparecer em 
um desenho técnico. 
 
Figura 1 – Posição de folhas normalizadas. 
 
 
Os tamanhos das folhas seguem os formatos 
da série A, devendo o desenho ser executado no menor 
possível, desde que não comprometa a sua 
interpretação. 
O formato básico dessa série é chamado de 
A0, o qual corresponde a retângulo com lados de 841 
mm e 1.189 mm e área igual a 1 m2. Os demais 
formatos são formados por divisão ao meio, sempre 
pelo lado maior, do A0 e dos formatos subseqüentes.Por exemplo: o formato A1 é metade do A0, o formato 
A2 é metade do A1, o A3 é metade do A2 e, assim, 
sucessivamente. 
 
 
 
Figura 3 – Elementos de uma folha para desenho 
técnico. 
 
Conforme a normalização da ABNT, a margem 
esquerda em desenhos técnicos sempre é igual a 25 
mm, como ilustrado na figura 3, independentemente do 
formato do papel. Desta forma, as demais margens são 
as dadas na tabela 2, com as respectivas espessuras das 
linhas para traçá-las. 
 
Formato Margens (mm) 
Espessura das 
linhas das 
margens (mm)
A0 10 1,4 
A1 10 1,0 
A2 10 0,7 
A3 10 0,5 
A4 5 0,5 
A5 5 0,5 
 
Tabela 2 – Dimensões das margens. 
 
________________________________________________________________________________________________ 
 Capítulo 3: Normas Técnicas - 8 
 
 A figura 4 exemplifica para uma folha de 
formato A3. 
Figura 2 – Representação de uma folha A0 e demais 
formatos derivados. 
 CM 108/OT 103 – DESENHO TÉCNICO 
MECÂNICO 
 
 
 
Figura 4 – Dimensões de uma folha de formato A3. 
 
 
4.0 - LEGENDA 
 
A legenda é usada para informação, indicação 
e identificação do desenho e deve ser traçada conforme 
a NBR 10086. 
A posição da legenda deve estar dentro do 
quadro para desenho de tal forma que contenha a 
identificação do desenho. 
 Tanto nas folhas verticais quando horizontais, 
a legenda deve ficar no canto inferior direto nos 
formatos A3, A2, A1 e A0, ou ao longo da largura da 
folha de desenho no formato A4. 
A direção da leitura da legenda deve 
corresponder a do desenho. Ela deve ter 178 mm para 
formatos A4, A3, A2 e 175 mm nos A1 e A0. 
Em uma legenda de desenhos técnicos devem 
constar as seguintes informações: 
 
a) Titulo do desenho; 
b) Número do desenho; 
c) Designação da revisão. 
d) Escala; 
e) Designação da firma; 
f) Projetista, desenhista ou outro 
responsável pelo conteúdo do 
desenho. 
g) Nome e localização do projeto. 
h) Data e nome; 
i) Local, data, assinatura. 
j) Conteúdo do desenho 
k) Unidade utilizada no desenho. 
l) Indicação do método de projeção. 
m) Descrição dos componentes: 
- Quantidade; 
- Denominação; 
- Peça; 
- Materiais, normas e dimensões. 
 
A figura 5 apresenta um layout de legenda. 
 
 
 
 
 
Figura 5 – Layout de legenda. 
 
 
5.0 – NOTAS ADICIONAIS 
 
Após se completar a representação de uma 
peça por intermédio do desenho cotado, determinados 
dados técnicos relativos à peça ou a seu processo de 
fabricação, necessitam, às vezes, ser acrescentados sob 
a forma de notas escritas. Eles podem ser colocados de 
diversas maneiras; uma delas é numa lista geralmente 
localizada acima ou ao lado da legenda. 
Nessa lista estão contidos os elementos 
específicos relativos à peça ou as peças desenhadas na 
folha. 
________________________________________________________________________________________________ 
 Capítulo 3: Normas Técnicas - 9 
 
 A figura 6 apresenta um exemplo de uma 
situação como esta. 
 CM 108/OT 103 – DESENHO TÉCNICO 
MECÂNICO 
 
 
 
 
Figura 6 – Notas adicionais. 
 
 
5.0 – CALIGRAFIA TÉCNICA 
 
 
Um dos mais importantes requisitos dos 
desenhos mecânicos é a caligrafia simples, 
perfeitamente legível e fácil de desenhar. 
Desta forma, adota-se a caligrafia técnica, 
cujas letras e algarismos podem ficar na vertical ou 
inclinados para a direita, formando um ângulo de 750 
com a linha horizontal. 
As letras maiúsculas servem para cabeçalho e 
títulos; as minúsculas para subtítulos, anotações, etc. O 
tipo de escrita com letras altas (10 mm) não 
compreende as letras minúsculas. 
A altura das letras minúsculas é 2/3 da altura 
das maiúsculas correspondentes. 
As letras de altura de 2,5 e 3,5 mm são 
normalmente feitas á mão; podem ser executadas 
indiferentemente em pé ou inclinada. 
As letras de 5 mm de altura são feitas a 
normógrafo. 
Os interespaços entre as linhas podem ser de 
duas dimensões. Os espaços menores são indicados 
para linhas sucessivas escritas com caracteres de 
mesma dimensão; as entrelinhas maiores para linhas 
sucessivas escritas com caracteres de diferentes 
dimensões: neste caso empregar entrelinhas adequadas 
para os caracteres de maior dimensão. 
 
 
________________________________________________________________________________________________ 
 Capítulo 3: Normas Técnicas - 10 
 
 CM 108/OT 103 – DESENHO TÉCNICO 
MECÂNICO 
 
 
6.0 - LINHAS 
 
As linhas de qualquer desenho devem ser 
negras, densas e nítidas. 
São necessárias três espessuras de linhas, ou 
seja, grossa, média e fina. 
A grossa possui espessura livre determinada 
pelo tamanho do desenho, a média possuirá a metade 
da espessura da grossa e a fina, metade da espessura da 
média. 
 Os tipos de linha convencionais são os 
seguintes: 
 
 
 
6.1 - Linha Para Contornos e Arestas Visíveis 
 
A linha para contornos e arestas visíveis é 
uma linha grossa cheia, como mostrado. 
No desenho técnico, a linha para contornos e 
arestas visíveis indica o contorno de modelos esféricos 
ou cilíndricos e as arestas do modelo que são visíveis 
ao observador. 
 A título de esclarecimento, observe-se o 
desenho de um dado, como o da figura 7. 
 
 
 
 
 
Figura 7 – Desenho de um dado. 
Na figura 7, as letras A B C D indicam as 
linhas para contornos e arestas visíveis da elevação. As 
letras E F G H indicam as linhas para contornos e 
arestas visíveis da planta. As letras I J L M indicam as 
linhas para contornos e arestas visíveis da lateral. 
As linhas para contornos e arestas visíveis 
estão indicando as arestas do dado que são visíveis ao 
observador. 
 
6.2 - Linha Para Contornos e Arestas Não Visíveis 
 
A linha para contornos e arestas não visíveis é 
uma linha tracejada de espessura média, como visto 
No desenho técnico, a linha para contornos e 
arestas não visíveis indica as arestas que não são 
visíveis ao observador, isto é, as arestas que ficam 
encobertas. 
Para exemplificar, analise-se na figura 8 um 
modelo com todas as faces projetadas de uma só vez. 
No desenho técnico deste modelo é possível 
reconhecer a linha para contornos e arestas visíveis e a. 
linha para contornos e arestas não visíveis. 
 
 
 
Figura 8 – Arestas não visíveis (tracejadas). 
 
6.3 - Eixo de Simetria 
 
Como mostrado anteriormente, o eixo de 
simetria, bem como a linha de centro, é uma linha fina 
formada por traços e pontos alternados. 
No desenho técnico, a função do eixo de 
simetria é indicar que o modelo é simétrico. 
________________________________________________________________________________________________ 
 Capítulo 3: Normas Técnicas - 11 
 
De forma a um maior esclarecimento, as 
figura 9 e 10 apresentam, respectivamente, um modelo 
simétrico e um não simétrico com indicação de linha 
de centro. 
 CM 108/OT 103 – DESENHO TÉCNICO 
MECÂNICO 
 
 
 
 
Figura 9 - Modelo simétrico. 
 
 
 
Figura 10 – Modelo não simétrico com indicação de 
linha de centro. 
 
6.4 – Linhas de Cota 
 
As linhas de cota são de espessura fina, traço 
contínuo, como citado, porém limitadas por setas nas 
extremidades. 
 
 
 
Figura 11 – Utilização de linha de cota. 
 
6.5 - Linhas de Chamada ou Extensão 
 
São de espessura fina e traço contínuo. Não 
devem tocar o contorno do desenho e prolongam-se 
além da última linha de cota que limitam.Figura 12 – Utilização de linha de extensão. 
6.6 - Linhas de corte 
 
As linhas de corte são empregadas para 
indicar cortes e seções. 
 
 
 
Figura 13 – Utilização de linha de corte. 
 
6.7 - Linhas Para Rupturas Curtas 
 
Servem para indicar pequenas rupturas e 
cortes parciais, como na figura 14. 
 
 
 
 
 
Figura 14 – Utilização de linhas de rupturas curtas. 
 
 
6.8 - Linhas Para Rupturas Longas 
 
 São utilizadas como na figura 15. 
 
 
 
Figura 15 – Utilização de linhas de rupturas longas. 
 
 
6.9 - Linhas Para Hachuras 
 
________________________________________________________________________________________________ 
 Capítulo 3: Normas Técnicas - 12 
 
São de espessura fina, traço contínuo ou 
tracejadas, geralmente inclinadas a 45º, e mostram as 
partes cortadas da peça. Servem também para indicar o 
material de que é feita, de acordo com as convenções 
recomendadas pela ABNT. 
 CM 108/OT 103 – DESENHO TÉCNICO 
MECÂNICO 
 
 
Além disto, pelo menos um dos lados da razão 
sempre terá valor unitário, o que resulta nas seguintes 
possibilidades: 
7.0 - ESCALAS 
 
Como o desenho técnico é utilizado para 
representação de máquinas, equipamentos, prédios e 
até unidades inteiras de processamento industrial, é 
fácil concluir que nem sempre será possível representar 
os objetos em suas verdadeiras grandezas. Assim, para 
viabilizar a execução dos desenhos, os objetos grandes 
precisam ser representados com suas dimensões 
reduzidas, enquanto os objetos, ou detalhes, muito 
pequenos necessitarão de uma representação ampliada. 
 
a) escala natural, ou seja, para desenhos em 
tamanho natural 
 
 
Para evitar distorções e manter a 
proporcionalidade entre o desenho e o tamanho real do 
objeto representado, foi normalizado que as reduções 
ou ampliações devem ser feitas respeitando uma razão 
constante entre as dimensões do desenho e as 
dimensões reais do objeto representado. 
A razão existente entre as dimensões do 
desenho e as dimensões reais do objeto é chamada de 
escala do desenho. 
b) escala de redução, ou seja, para desenhos 
reduzidos: 
 
É importante ressaltar que, sendo o desenho 
técnico uma linguagem gráfica, a ordem da razão 
nunca pode ser invertida, e a escala do desenho 
sempre será definida pela relação existente entre as 
dimensões lineares de um desenho com as respectivas 
dimensões reais do objeto desenhado. 
 
Existem três tipos de escalas, a saber: 
 
a) escala natural; 
b) escala de redução; 
c) escala de ampliação. c) escala de ampliação, ou seja, para desenhos 
ampliados: 
 A escala natural é aquela utilizada, quando o 
tamanho do desenho do objeto é igual ao tamanho real 
do mesmo. 
 
A escala de redução é aquela que é utilizada 
quando o tamanho do desenho do objeto é menor que o 
tamanho real do mesmo. 
A escala de ampliação é aquela utilizada 
quando o tamanho do desenho de um objeto é maior 
que seu tamanho real. 
Para facilitar a interpretação da relação 
existente entre o tamanho do desenho e o tamanho real 
do objeto, a ABNT recomenda que nas indicações de 
escalas se utilize a notação das razões que utiliza o 
símbolo ‘:’, como, por exemplo 1:1. O numeral da 
esquerda dos dois pontos sempre representa as medidas 
do desenho, enquanto que o numeral da direita dos dois 
pontos representa a medida real da peça. 
 
 
A norma NBR 8196 da ABNT recomenda, para 
o desenho técnico, a utilização das seguintes escalas: 
 
Escalas de Redução: 
1 : 2; 1 : 20; 1 : 200; 1 : 2000; 
 1 : 5; 1 : 50; 1 : 500; 1 : 5000; A indicação é feita na legenda dos desenhos 
utilizando a palavra ESCALA, ou abreviada por ESC., 
seguida dos valores da razão correspondente. 
1 : 10; 1 : 100; 1 : 1000; 1 : 10000 
 
Escalas de Ampliação: Quando, em uma mesma folha, houver 
desenhos com escalas diferentes daquela indicada na 
legenda, deverá existir abaixo dos respectivos desenhos 
a identificação das escalas utilizadas. 
2 : 1; 20 : 1; 
 5 : 1; 50 : 1 
________________________________________________________________________________________________ 
 Capítulo 3: Normas Técnicas - 13 
 
10 : 1 
 CM 108/OT 103 – DESENHO TÉCNICO 
MECÂNICO 
 
 
 A figura 16 apresenta um exemplo de escala 
de redução, referente à planta baixa de uma oficina. 
Neste caso, naturalmente, não é possível desenhá-la em 
tamanho real. 
Note-se que, neste caso, as dimensões que 
estarão no desenho serão 100 vezes menores que as 
reais, pois a escala é 1:100. 
Observação Importante: 
Infelizmente, por problemas de editoração do 
texto, não foi possível que a figura estivesse realmente 
na escala 1:100. Não adiantará, pois, medir as 
dimensões porque elas não corresponderão aos valores 
reais que deveriam estar em uma planta. Mas, o 
importante é o exemplo e o conseqüente entendimento. 
 
 
 
Figura 16 – Exemplo de escala de redução. 
 
 
 A figura 17, por outro lado, apresenta um 
exemplo de escala de ampliação, referente à trava do 
bloco complementar de um contator com contatos 
auxiliares. Neste caso, se o desenho fosse feito em 
escala natural, seria impossível observar os seus 
detalhes. 
Note-se que, neste caso, as dimensões que 
estarão no desenho serão 5 vezes menores que as reais, 
pois a escala é 5:1. 
 
 
 
 
 
Observação Importante: 
Infelizmente, por problemas de editoração do 
texto, não foi possível que a figura estivesse realmente 
na escala 5:1. Não adiantará, pois, medir as dimensões 
porque elas não corresponderão aos valores reais que 
deveriam constar no desenho. Mas, o importante é o 
exemplo e o conseqüente entendimento. 
 
 
 
Figura 17 – Exemplo de escala de ampliação. 
 
________________________________________________________________________________________________ 
 Capítulo 3: Normas Técnicas - 14 
 
 CM 108/OT 103 – DESENHO TÉCNICO 
MECÂNICO 
 
 
 
CAPÍTULO 4: PROJEÇÕES ORTOGONAIS 
 
 
 
 
RESUMO 
 
 
 Esse capítulo fornece subsídios para a 
utilização e distinção dos vários tipos de projeções 
ortogonais.existentes. 
 
 
 
1.0 - INTRODUÇÃO 
 
A finalidade das projeções ortogonais consiste 
em reproduzir a forma exata dos objetos, com as suas 
três dimensões principais (comprimento, largura e 
altura) sobre um plano, o qual é o papel que se 
desenha. 
 
 
 
2.0 – CONCEITUAÇÃO 
 
Um objeto que se observa, ou se imagina, 
pode ser desenhado (representado) em um plano, o 
qual é denominado plano de projeção. A essa 
representação gráfica se dá o nome de projeção. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 1 – Projeção. 
 
 Figura 2 – Vistas. 
Pode-se obter as projeções através de 
observações feitas em posições determinadas. Assim, 
tem-se várias vistas do objeto, como ilustra a figura 2. 
 
________________________________________________________________________________________________ 
 Capítulo 4: Projeções Ortogonais - 15 
 
 A vista frontal recebe o nome de projeção vertical 
ou elevação, como é o caso ilustrado na figura 1 
 CM 108/OT 103 – DESENHO TÉCNICO 
MECÂNICO 
 
 
A figura 3, por outro lado, representa as 
projeções horizontais vistas de cima, ou plantas dos 
objetos, para o observador na posição indicada pela 
seta. 
 
 
 
 
 
Figura 5 – Planos de projeções. 
 
A este conjunto de planos,diz-se que as 
projeções estão representadas no 1º diedro. 
 
Se, por outro lado, os três planos de projeções 
forem planificados, obtêm-se como resultado, as 
projeções nos três planos, representadas em apenas um 
plano (ou seja, do papel em que se desenha), conforme 
o exemplo da figura 6. 
 
Figura 3 - Vista de cima (planta) de objetos. 
 
 
Considerando-se um plano lateral, como 
citado, pode-se nele representar o objeto por outra 
vista. A vista representada no plano lateral, é 
denominada de vista lateral esquerda ou perfil. 
 
 
 
 
 
 
Figura 6 – Projeções em três planos. 
 
Estas projeções denominam-se projeções 
ortogonais, ou seja, aquelas nas quais as linhas 
projetantes são perpendiculares aos planos de 
projeções. 
 
Figura 4 - Representação das projeções laterais (vistas 
laterais esquerdas ou perfis) de objetos. 
 
________________________________________________________________________________________________ 
 Capítulo 4: Projeções Ortogonais - 16 
 
 Assim, no desenho técnico elaborado 
empregando as normas da ABNT, as projeções 
ortogonais ocorrem no 1º diedro e são representados 
como na figura 7. 
Agrupando-se os três planos verticais, 
horizontal e lateral, obtêm-se para uma peça qualquer, 
o ilustrado na figura 5. 
 CM 108/OT 103 – DESENHO TÉCNICO 
MECÂNICO 
 
 
Analisando-se figura 8 nota-se que a 
superfície A está oculta quando a peça é vista 
lateralmente (direção 3), enquanto a superfície B está 
oculta quando a peça é vista por cima (direção 2). 
 
Nestes casos, as arestas que estão ocultas em 
um determinado sentido de observação devem ser 
representadas por linhas tracejadas, como ilustra a 
figura 9. 
 
 
 
Figura 7 – Representação das vistas em desenhos 
técnicos. 
 
 Note-se que qualquer desenho pode ser 
representado desse modo. 
 
 
 
3.0 – ARESTAS OCULTAS Figura 9 – Vistas. 
 
Como a representação de objetos 
tridimensionais, por meio de projeções ortogonais, é 
feita por vistas tomadas por lados diferentes, 
dependendo da forma espacial do objeto, algumas de 
suas superfícies poderão ficar ocultas em relação ao 
sentido de observação. 
As linhas tracejadas são constituídas de 
pequenos traços de comprimento uniforme, espaçados 
de um terço de seu comprimento e levemente mais 
finas que as linhas cheias, conforme citado no capítulo 
anterior. 
Deve-se procurar evitar o aparecimento de 
linhas tracejadas, porque a visualização da forma 
espacial é muito mais fácil mediante as linhas cheias 
que representam as arestas visíveis. 
Seja o caso da figura 8, por exemplo. 
 
 
É importante destacar que evitar o 
aparecimento de linhas tracejadas não significa omiti-
las, pois, em relação ao sentido de observação, as 
linhas tracejadas são vitais para compreensão das 
partes ocultas do objeto. 
As linhas tracejadas podem ser evitadas 
invertendo-se a posição da peça em relação aos planos 
de projeção (mudar a posição da vista de frente). 
As Figuras 10 e 11 mostram exemplos da 
mudança de posição da peça em relação à vista de 
frente para evitar linhas tracejadas. 
 
 
________________________________________________________________________________________________ 
 Capítulo 4: Projeções Ortogonais - 17 
 
Figura 10 – Posição inicial. Figura 8 – Peça e projeções. 
 CM 108/OT 103 – DESENHO TÉCNICO 
MECÂNICO 
 
 
É a partir da linha de centro que se faz a 
localização de furos, rasgos e partes cilíndricas 
existentes nas peças. 
 
Conforme dito no capítulo anterior, a função 
da linha de simetria é indicar que o modelo é simétrico. 
 Ambas as linhas ultrapassam o contorno dos 
desenhos dos objetos 
 
 
 
 
Figura 11 – Nova posição. 
 
 
4.0 – ARESTAS COINCIDENTES 
 
Quando na tomada de vista, em um 
determinado sentido de observação, ocorrer a 
sobreposição de arestas (superfícies coincidentes), 
representa-se aquela que está mais próxima do 
observador. 
 
 
 
 
Figura 12 – Arestas coincidentes. 
 
Observando-se a figura 12, conclui-se que 
uma linha cheia, a qual represente uma superfície 
visível, sempre irá se sobrepor à uma linha tracejada, a 
qual represente uma superfície invisível. Em outras 
palavras, a linha cheia prevalece sobre a linha 
tracejada. 
 
Além disto, as linhas que representam arestas 
(linha cheia ou linha tracejada) prevalecem sobre as 
linhas auxiliares (linha de centro), analisadas a seguir. 
 
 
5.0 - LINHAS DE CENTRO E DE SIMETRIA 
 
 
Nos desenhos em que aparecem as superfícies 
curvas é utilizado um novo tipo de linha, composta de 
traços e pontos que é denominada linha de centro. As 
linhas de centro são usadas para indicar os eixos em 
corpos de rotação e também para assinalar formas 
simétricas secundárias. 
As linhas de centro são representadas por 
traços finos separados por pontos (o comprimento do 
traço da linha de centro deve ser de três a quatro vezes 
maior que o traço da linha tracejada). 
 
________________________________________________________________________________________________ 
 Capítulo 4: Projeções Ortogonais - 18 
 
Figura 13 – Exemplos de aplicação de linhas de centro 
e de simetria 
 CM 108/OT 103 – DESENHO TÉCNICO 
MECÂNICO 
 
 
6.0 – VISTAS AUXILIARES 
 
 
A principal finalidade de um desenho é 
fornecer informações suficientes ao profissional, que 
vai utilizá-lo, para que possa construir, controlar ou 
montar uma peça ou um mecanismo, de acordo com as 
especificações do projetista. A seleção e a distribuição 
das vistas dependem da simplicidade ou da 
complexidade do objeto. Os objetos são desenhados, 
comumente, em três vistas, como já explicado. Além 
dessas três vistas básicas, outras poderão ser 
representadas, quando tal se fizer necessário para uma 
perfeita interpretação do objeto. 
Nos casos em que o maior número de detalhes 
visíveis estiverem colocados ao lado direito (com 
relação á vista de frente), usa-se a vista lateral direita, 
que será projetada á esquerda da vista de frente, 
conforme o exemplo da figura 14. 
 
Figura 16 – Utilização da vista lateral direita. 
 
Em certos casos, porém, há necessidade de se 
usar, no mesmo desenho, as duas vistas laterais para 
melhor esclarecimento de detalhes importantes, como 
ilustrado na figura 17. 
 
 
 
 
Figura 14 – Exemplo de vista lateral direita. 
 
Observe-se, a seguir, as vistas laterais das 
projeções ortogonais da figura 15. 
 
 
 
Figura 17 – Utilização de duas vistas laterais. 
 
 Quando se representam as duas vistas, as 
linhas médias tracejadas desnecessárias podem ser 
omitidas, como no exemplo da figura 17. 
 
 
Figura 15 – Vistas laterais. 7.0 - VISTAS ESSENCIAIS 
 
O maior número de detalhes visíveis do objeto 
(peça) está posicionado do lado direito, com relação á 
vista de frente. Portanto, na vista lateral esquerda 
predomina a representação de maior número de linhas 
de contornos e arestas não visíveis. 
As vistas essenciais são aquelas 
indispensáveis para a compreensão do desenho e, 
portanto, elas são as mais importantes nas 
representações dos objetos (peças). 
Pode-se empregar três ou mais vistas, como 
também usar duas e, em alguns casos, até uma única 
vista. 
Nestes casos, desaconselha-se a representação 
desta vista, pois o predomínio das linhas médias 
tracejadas em uma vista, aumenta a sua complexidade. 
________________________________________________________________________________________________Capítulo 4: Projeções Ortogonais - 19 
 
Em qualquer uma destas situações, continuará 
havendo a vista principal, ou seja, a vista de frente, 
sendo escolhida como segunda vista, se necessário 
aquela que melhor complete a representação da peça. 
Assim, seria mais adequada a representação da 
vista lateral direita, conforme ilustra o exemplo da 
figura 16. 
 CM 108/OT 103 – DESENHO TÉCNICO 
MECÂNICO 
 
 
Na figura 18, a vista lateral pode ser eliminada 
por apresentar detalhes que, nas demais, estão mais 
interpretativos. 
8.0 – VISTA ÚNICA 
 
 
 
Figura 18 – Vista suprimida. 
 
 Na figura 19, por outro lado, a vista de cima 
foi eliminada porque a lateral esquerda apresenta os 
detalhes de forma mais clara 
 
 
 
Figura 19 – Vista suprimida. 
 
 Na figura 20, nenhuma das vistas foi 
eliminada. Cada vista apresenta um detalhe que é 
omisso quanto á forma real nas outras. 
 
 
 
Figura 20 – Omissão de detalhes. 
 
 
As projeções ortogonais da figura 21 
representam uma peça composta de formas cilíndrica e 
plana. 
 
 
 
 
Figura 21 – Peça cilíndrica. 
 
Para representar estas formas, a ABNT, por 
convenção, adotou a seguinte simbologia: 
 
 
 
Com o emprego desta simbologia é possível, 
na maioria dos casos de peças, representá-las apenas 
em uma única vista. 
 A figura 22 exemplifica para a peça cilíndrica 
da figura 21. 
 
 
 
Figura 22 – Representação em vista única. 
 
Nas projeções representadas em uma única 
vista, é necessário o uso da simbologia. 
________________________________________________________________________________________________ 
 Capítulo 4: Projeções Ortogonais - 20 
 
 CM 108/OT 103 – DESENHO TÉCNICO 
MECÂNICO 
 
 
 
CAPÍTULO 5: COTAGEM 
 
 
 
 
RESUMO 
 
 Este capítulo fornece os procedimentos para a 
inserção de cotas nos desenhos, ou seja, a sua cotagem. 
 
 
1.0 - INTRODUÇÃO 
 
O desenho técnico, além de representar, 
dentro de uma escala, a forma tridimensional, deve 
conter informações sobre as dimensões do objeto 
representado. As dimensões irão definir as 
características geométricas do objeto, dando valores de 
tamanho e posição aos diâmetros, aos comprimentos, 
aos ângulos e a todos os outros detalhes que compõem 
sua forma espacial. 
A forma mais utilizada em desenho técnico é 
definir as dimensões por meio de cotas. 
 Desta forma, esse capítulo, extraído, em 
grande parte, da referência [1], fornece os 
procedimentos para a inserção de cotas nos desenhos, 
ou seja, a sua cotagem, como mostrado a seguir. 
 
 
 
2.0 – COTAS 
 
As cotas são constituídas de linhas de 
chamada, linha de cota, setas e do valor numérico em 
uma determinada unidade de medida, conforme mostra 
a figura 1. 
 
 
 
 
________________________________________________________________________________________________ 
 Capítulo 5: Cotagem - 21 
 
Figura 1 – Cotas. 
 CM 108/OT 103 – DESENHO TÉCNICO 
MECÂNICO 
 
 
As cotas devem ser distribuídas pelas vistas e 
dar todas as dimensões necessárias para viabilizar a 
construção do objeto desenhado, com o cuidado de não 
colocar as desnecessárias. 
Além disto, elas devem ser colocadas uma 
única vez em qualquer uma das vistas que compõem o 
desenho, localizadas no local que representa mais 
claramente o elemento que está sendo cotado, 
conforme mostram as figuras 2 e 3. 
 
 
 
Figura 2 – Inserção de cotas. 
 
 
 
Figura 3 – Inserção de cotas. 
 
Na figura 2, o dimensionamento do rasgo 
existente na parte superior da peça pode ser feito 
somente na vista lateral esquerda ou com cotas 
colocadas na vistas de frente e na vista superior. 
Observe-se que as cotas da vista lateral esquerda 
definem as dimensões com muito mais clareza. 
Para facilitar a leitura do desenho, as medidas 
devem ser colocadas com a maior clareza possível 
evitando-se, principalmente, a colocação de cotas 
referenciadas às linhas tracejadas. 
Na figura 3, por outro lado, pode-se observar 
que as cotas colocadas na vista de frente representam 
as respectivas dimensões com muito mais clareza do 
que as cotas colocadas nas vistas superior e lateral 
esquerda. 
Não devem existir cotas além das necessárias 
para definir as medidas do objeto. O dimensionamento 
ou localização dos elementos deve ser cotado somente 
uma vez, evitando-se cotas repetidas. 
Todas as cotas de um desenho ou de um 
conjunto de desenhos de uma mesma máquina ou de 
um mesmo equipamento devem ter os valores 
expressos em uma mesma unidade de medida, sem 
indicação do símbolo da unidade de medida utilizada. 
Normalmente, a unidade de medida mais utilizada no 
desenho técnico é o milímetro. 
Quando houver necessidade de predominante, 
o símbolo da unidade deve ser indicado ao lado do 
valor da cota. 
A figura 4 mostra a utilização de unidades 
diferentes. Enquanto a maioria das cotas está em 
milímetro e sem indicação da unidade utilizada, o 
comprimento da peça, na vista de frente, está cotado 
em centímetro, bem como a largura, na vista lateral, e o 
diâmetro do furo, na vista superior, estão em 
polegadas. 
 
 
 
Figura 4 – Cotas com unidades diferentes. 
 
Note-se na figura 4 que podem ser utilizadas 
cotas com tolerância de erro admissível para uma 
determinada dimensão. No caso mostrado a cota de 20 
+ 0,1 significa que, no processo de fabricação, a 
dimensão da peça poderá variar de 19,9 a até 20,1. 
________________________________________________________________________________________________ 
 Capítulo 5: Cotagem - 22 
 
Na prática, a escolha das cotas ou a colocação 
de tolerâncias para limitar os erros dependerá dos 
processos utilizados na fabricação do objeto e também 
da sua utilização futura. 
 CM 108/OT 103 – DESENHO TÉCNICO 
MECÂNICO 
 
 
A figura 5 mostra que as dimensões do recorte 
que aparece na vista de frente pode ser cotado 
valorizando o espaço retirado (figura 5 a), ou pode ser 
cotado dando maior importância às dimensões das 
partes que sobram após o corte (figura 5 b). 
3.0 - REGRAS PARA A COTAGEM 
 
A figura 6 mostra que tanto as linhas 
auxiliares (linhas de chamada), como as linhas de cota, 
são linhas contínuas e finas. As linhas de chamadas 
devem ultrapassar levemente as linhas de cota e 
também deve haver um pequeno espaço entre a linha 
do elemento dimensionado e a linha de chamada. 
 
 
As linhas de chamada devem ser, 
preferencialmente, perpendiculares ao ponto cotado. 
Em alguns casos, para melhorar a clareza da cotagem, 
as linhas de chamada podem ser oblíquas em relação 
ao elemento dimensionado, porém mantendo o 
paralelismo entre si, conforme mostra a figura 6 c. 
As linhas de centro ou as linhas de contorno 
podem ser usadas como linhas de chamada, conforme 
mostra a figura 6 b. No entanto, é preciso destacar que 
as linhas de centro ou as linhas de contorno não devem 
ser usadas como linhas de cota. 
 
 
a) Vista frontal com cotagem. 
 
 
a) 
 
b) Cotagem das partes após o corte. b) 
 
 
Figura 5 – Cotagem de peças. 
 
Outro exemplo de destaque da importância de 
uma determinada dimensão é a localização do furo em 
relação ao comprimento da peça, que na figura 5 a é 
feito pela face esquerda com a cota de 25, enquanto na 
figura 5 b é feito pela face direita com a cota de 55. 
De acordo com as dimensões de maior 
importância, o construtor da peça fará o 
direcionamento dos erros conseqüentes dos processos 
de fabricaçãoe a opção por um dos tipos 
exemplificados na figura 5 será feita em função da 
utilização ou do funcionamento da peça. 
c) 
 
________________________________________________________________________________________________ 
 Capítulo 5: Cotagem - 23 
 
Figura 6 – Cotagem. 
 CM 108/OT 103 – DESENHO TÉCNICO 
MECÂNICO 
 
 
O limite da linha de cota pode ser indicado por 
setas, que podem ser preenchidas ou não, ou por traços 
inclinados, conforme mostra a figura 7. A maioria dos 
tipos de desenho técnico utiliza as setas preenchidas. 
Os traços inclinados são mais utilizados nos desenhos 
arquitetônicos. 
 
 
 
 
Figura 9 – Cotagem de raios. 
 
Os elementos cilíndricos sempre são 
dimensionados pelos seus diâmetros e localizados pelas 
suas linhas de centro, conforme mostra a figura 10. 
 
 
 
Figura 7 – Linhas de cotas. 
 
Em um mesmo desenho a indicação dos 
limites da cota deve ser de um único tipo e também 
deve ser de um único tamanho. Só é permitido utilizar 
outro tipo de indicação de limites da cota em espaços 
muito pequenos, conforme mostra a figura 8. 
 
 
 
Figura 10 – Cotagem de elementos cilíndricos. 
 
Para facilitar a leitura e a interpretação do 
desenho, deve-se evitar colocar cotas dentro dos 
desenhos e, principalmente, cotas alinhadas com outras 
linhas do desenho, conforme mostra a figura 11. 
Figura 8 – Limites de cota. 
 
 
Havendo espaço disponível, as setas que 
limitam a linha de cota ficam por dentro da linha de 
chamada com direções divergentes, conforme são 
apresentadas nas cotas de 15, 20 e 58 da figura 8. 
Quando não houver espaço suficiente, as setas 
serão colocadas por fora da linha de cota com direções 
convergentes, exemplificadas pelas cotas de 7, 8 e 12. 
Observe que a cota de 12 utiliza como seu limite uma 
das setas da cota de 15 
Quando o espaço for muito pequeno como é o 
caso das cotas de 5, os limites da cota serão indicados 
por uma seta e pelo traço inclinado. 
Na cotagem de raios, o limite da cota é 
definido por somente uma seta que pode estar situada 
por dentro ou por fora da linha de contorno da curva, 
conforme está exemplificado na figura 9. 
 
________________________________________________________________________________________________ 
 Capítulo 5: Cotagem - 24 
 
Figura 11 – Colocação de cotas. 
 CM 108/OT 103 – DESENHO TÉCNICO 
MECÂNICO 
 
 
Outro cuidado que se deve ter para melhorar a 
interpretação do desenho é evitar o cruzamento de 
linha da cota com qualquer outra linha. 
 
As cotas de menor valor devem ficar por 
dentro das cotas de maior valor, para evitar o 
cruzamento de linhas de cotas com as linhas de 
chamada, conforme mostra a figura 12. 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 14 – Cotas alinhadas. 
 
Os números que indicam os valores das cotas 
devem ter um tamanho que garanta a legibilidade e não 
podem ser cortados ou separados por qualquer linha. Figura 12 – Linhas de cota. 
Sempre que possível, as cotas devem ser 
colocadas alinhadas, conforme mostram a Figuras 13 e 
14. 
A Norma NBR 10126 da ABNT fixa dois 
métodos para posicionamento dos valores numéricos 
das cotas. 
 
 
 
O primeiro método, que é o mais utilizado, 
determina que: 
 
a) nas linhas de cota horizontais o número 
deverá estar acima da linha de cota, conforme 
mostra a figura 15 a; 
b) nas linhas de cota verticais o número deverá 
estar à esquerda da linha de cota, conforme 
mostra a figura 15 a; 
 
________________________________________________________________________________________________ 
 Capítulo 5: Cotagem - 25 
 
c) nas linhas de cota inclinadas deve-se buscar a 
posição de leitura, conforme mostra a figura 
15 b. Figura 13 – Cotas alinhadas. 
 CM 108/OT 103 – DESENHO TÉCNICO 
MECÂNICO 
 
 
 
 
 
Figura 15 – Valores numéricos conforme a ABNT. 
 
Pelo segundo método, as linhas de cota são 
interrompidas e o número é intercalado no meio da 
linha de cota e, em qualquer posição da linha de cota, 
mantém a posição de leitura com referência à base da 
folha de papel, conforme mostra a figura 16. 
b) 
 
Figura 17 – Cotagem de ângulo (continuação). 
 
Para melhorar a leitura e a interpretação das 
cotas dos desenhos são utilizados símbolos para 
mostrar a identificação das formas cotadas, conforme 
mostrado a seguir: 
 
 
 
 
 
Figura 16 – Segundo método da ABNT. Os símbolos devem preceder o valor numérico 
da cota, como mostra a figura 18. 
As figuras 17 a e b mostram, respectivamente, 
a cotagem de ângulos pelos dois métodos normalizados 
pela ABNT. A linha de cota utilizada na cotagem de 
ângulos é traçada em arco cujo centro está no vértice 
do ângulo. 
 
 
 
 
 
 a) 
 
________________________________________________________________________________________________ 
 Capítulo 5: Cotagem - 26 
 
Figura 18 – Símbolos na cotagem. Figura 17 – Cotagem de ângulo 
 CM 108/OT 103 – DESENHO TÉCNICO 
MECÂNICO 
 
 
Na cotagem em série, mostrada na figura 20, 
durante os processos de fabricação da peça, ocorrerá a 
soma sucessiva dos erros cometidos na execução de 
cada elemento cotado, enquanto no tipo de cotagem 
mostrado na figuras 21 como todas as cotas, de uma 
determinada direção, são referenciadas ao mesmo 
elemento de referência, não ocorrerá a soma dos erros 
cometidos na execução de cada cota. 
Quando a forma do elemento cotado estiver 
claramente definida, os símbolos podem ser omitidos, 
conforme mostra a figura 19. 
 
 
Na prática é muito comum a utilização 
combinada da cotagem por elemento de referência com 
a cotagem em série, conforme mostra a figura 22. 
 
 
 
Figura 19 – Omissão de símbolos. 
 
 
4.0 - TIPOS DE COTAGEM 
 
As cotas podem ser colocadas em cadeia 
(cotagem em série), na qual as cotas de uma mesma 
direção são referenciadas umas nas outras, como 
mostra a figura 20, ou podem ser colocadas tendo um 
único elemento de referência, como na Figuras 21 
(cotagem em paralelo). 
 
 
 
Figura 22 – Cotagem combinada. 
 
 
5.0 - COTAGEM DE CORDAS E ARCOS 
 
A diferença entre a cotagem de cordas e arcos 
é a forma da linha de cota. Quando o objetivo é definir 
o comprimento do arco, a linha de cota deve ser 
paralela ao elemento cotado. 
 
Figura 20 – Cotagem em série. 
 
 
A figura 23 mostra na parte superior (cota de 
70) a cotagem de arco e na parte inferior (cota de 66) a 
cotagem de corda. 
 
 
 
Figura 21 – Cotagem em paralelo. 
________________________________________________________________________________________________ 
 Capítulo 5: Cotagem - 27 
 
Figura 23 - Cotagem de cordas e arcos. 
 CM 108/OT 103 – DESENHO TÉCNICO 
MECÂNICO 
 
 
6.0 - COTAGEM DE ÂNGULOS, CHANFROS E 
ESCAREADOS 
 
 
Para definir um elemento angular são 
necessárias pelo menos duas cotas, informando os 
comprimentos de seus dois lados ou o comprimento de 
um dos seus lados associados ao valor de um dos seus 
ângulos, conforme mostra a figura 24 a. Quando o 
valor do ângulo for 45°, resultará em ângulos iguais e 
lados iguais e, nesta situação, pode-se colocar em uma 
única linha de cota o valor dos dois lados oude um 
lado associado ao ângulo, como mostra a figura 24 b. Figura 25 - Cotagem de chanfros. 
 
Da mesma forma, os cantos vivos dos furos 
também são quebrados com pequenas superfícies 
inclinadas, que no caso dos furos são chamadas de 
escareados. A cotagem dos escareados segue os 
princípios da cotagem de elementos angulares e está 
exemplificada na Figura 26. 
 
 a) 
 
Figura 26 - Cotagem de escareados. 
 
 
 
7.0 - COTAGEM DE ELEMENTOS EQÜIDISTANTES 
E/OU REPETIDOS 
 
A cotagem de elementos eqüidistantes pode 
ser simplificada porque não há necessidade de se 
colocar todas as cotas. Os espaçamentos lineares 
podem ser cotados indicando o comprimento total e o 
número de espaços, conforme mostra a figura 27. Para 
evitar problemas de interpretação, é conveniente cotar 
um dos espaços e informar a dimensão e a quantidade 
de elementos. 
 
 
 
b) 
 
Figura 24 - Cotagem de ângulos 
 
Para evitar nos objetos que serão manuseados 
o contato com cantos vivos, é usual quebrar os cantos 
com pequenas inclinações chamadas de chanfros, 
conforme mostra a figura 25. A cotagem dos chanfros 
segue mesmos os princípios utilizados na cotagem de 
elementos angulares 
 
Figura 27 – Cotagem de elementos repetidos. 
________________________________________________________________________________________________ 
 Capítulo 5: Cotagem - 28 
 
 CM 108/OT 103 – DESENHO TÉCNICO 
MECÂNICO 
 
 
Os espaçamentos eqüidistantes angulares 
podem ser cotados indicando somente o valor do 
ângulo de um dos espaços e da quantidade de 
elementos, conforme mostra a figura 28. 
 
 
 
Figura 28 – Cotagem de espaçamentos eqüidistantes 
angulares. 
 
Quando os espaçamentos não forem 
eqüidistantes, será feita a cotagem dos espaços, 
indicando a quantidade de elementos, conforme mostra 
a figuras 29. 
 
 
 
 
Figura 29 – Cotagem de espaçamentos não 
eqüidistantes 
 
 
 
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA 
 
[1] Ribeiro, A.C.; Peres, M.P; Izidoro, N. - “Leitura e 
Interpretação de Desenho Técnico” – Faenquil –
Faculdade de Engenharia Química de Lorena. 
________________________________________________________________________________________________ 
 Capítulo 5: Cotagem - 29 
 
 CM 108/OT 103 – DESENHO TÉCNICO 
MECÂNICO 
 
 
 
CAPÍTULO 6: PERSPECTIVAS 
 
 
 
 
RESUMO 2.0 - PERSPECTIVA ISOMÉTRICA: 
 
Perspectiva isométrica é aquela na qual se 
representam as dimensões dos objetos, segundo três 
eixos isométricos. 
 Este capítulo fornece procedimentos para a 
interpretação de perspectivas isométricas e cavaleiras 
com formas planas e cilíndricas. 
 O ângulo formado entre os três eixos é o de 
120°, pois, isométrica significa medidas iguais. 
Os três eixos são divergentes, sendo que um 
deles situa-se na posição vertical, enquanto que os 
outros dois formam ângulos de 30° com a posição 
horizontal, partindo um para a direita e outro para a 
esquerda, como ilustrado na figura 2. 
1.0 - INTRODUÇÃO 
 
 Na literatura técnica, incluindo manuais de 
montagens de equipamentos, é muito comum deparar-
se com desenhos que mostram os objetos com sua três 
dimensões, permitindo, assim, a sua visualização de 
sua forma geral. 
 
 
 Um desenho como este está em perspectiva. 
Portanto, a perspectiva é uma técnica de 
representação tridimensional que possibilita a ilusão de 
espessura e profundidade das figuras e, assim, pode-se 
representar os objetos tais como se apresentam à nossa 
vista. 
 
 
Figura 2 – Eixos. 
 
A perspectiva isométrica, pó sua vez, é 
classificada em isométrica de objetos planos e 
isométrica de objetos cilíndricos. 
 
2.1 - Perspectiva Isométrica de Objetos Planos 
 
Na perspectiva isométrica de objetos planos, 
os três eixos coincidem, com três das arestas do objeto. 
As arestas paralelas do objeto são traçadas nessa 
perspectiva por meio de linhas paralelas aos eixos. 
 
 
 
 
 
Figura 1 – Exemplos de perspectivas. 
 
Existem vários tipos de perspectivas, mas, 
nesse texto, serão analisadas apenas as isométricas e as 
cavaleiras. 
 
________________________________________________________________________________________________ 
 Capítulo 6: Perspectivas - 30 
 
Figura 3 - Perspectiva isométrica de objetos planos. 
 CM 108/OT 103 – DESENHO TÉCNICO 
MECÂNICO 
 
 
Observa-se que existe uma pequena redução 
na marcação das medidas sobre os eixos, mas, neste 
texto, não serão consideradas. 
Ângulo entre a linha 
obliqua e a posição 
horizontal. 
Redução 
30º 1/3 
45º 1/2 
60º 2/3 
 
2.2 - Perspectiva Isométrica de Objetos Cilíndricos 
 
A perspectiva isométrica de objetos 
cilíndricos possui as mesmas características da de 
objetos planos. Um detalhe importante que surge, 
entretanto, são as circunferências do objeto que, em 
perspectiva, são representadas por meio de elipses. 
 
Tabela 1 - Redução nas medidas marcadas sobre a 
linha obliqua. 
 
 
 A figura 6 exemplifica o exposto. 
 
 
 
 
 
Figura 4 - Perspectiva isométrica de objetos cilíndricos. 
 
 
3.0 - PERSPECTIVA CAVALEIRA 
 
A perspectiva cavaleira é aquela que 
representa uma das faces do objeto em vista de frente. 
Nesta face, vêm representadas duas de suas 
três dimensões. 
A outra dimensão será representada segundo 
uma linha oblíqua, que forma com a posição 
horizontal, um ângulo de 30°, 45° ou 60°. 
 
 
 
Figura 6 - Redução nas medidas marcadas sobre a linha 
obliqua 
 
 
Figura 5 - Perspectiva cavaleira de objetos planos. 
 
3.2 - Perspectiva Cavaleira De Objetos Cilíndricos A perspectiva cavaleira também possui duas 
classificações, ou seja, a de objetos planos e de objetos 
cilíndricos. 
 
Na perspectiva cavaleira de objetos 
cilíndricos, as circunferências do objeto são 
desenhadas em vista de frente. 
 
3.1 - Perspectiva Cavaleira de Objetos Planos 
 A circunferência não sofre redução em sua 
dimensão. Na perspectiva cavaleira de objetos planos, as 
medidas horizontais e verticais que são as que formam 
a face que é representada em vista de frente não sofrem 
reduções. 
As geratrizes do cilindro são desenhadas, 
segundo uma linha oblíqua que forma com a posição 
horizontal o mesmo ângulo da perspectiva cavaleira de 
objetos planos. 
________________________________________________________________________________________________ 
 Capítulo 6: Perspectivas - 31 
 
As medidas situadas sobre a linha oblíqua, 
sofrem as mesmas reduções apresentadas na tabela 1 
Deve-se atentar para o fato de que as medidas 
marcadas sobre a linha obliqua sofrem uma redução, 
conforme mostra a tabela 1. 
 CM 108/OT 103 – DESENHO TÉCNICO 
MECÂNICO 
 
 
 
 
 
Figura 7 - Perspectiva cavaleira de objetos cilíndricos. 
 
 
 
4.0 - COTAGEM EM PERSPECTIVAS 
 
Em todos os casos de perspectivas, sejam elas 
isométricas ou cavaleiras, deverão estar sempre 
cotados. 
Figura 9 – Exemplos de utilização de linhas de 
extensão. 
A cotagem dos desenhos em perspectivas 
possui os mesmos objetivos da cotagem das projeções 
ortogonais, ou seja, determinar o tamanho e localizar 
exatamente os detalhes da peça. 
 
c) Quando se traçam mais de uma cota parcial e 
total em uma mesma direção, elas deverão ser 
paralelas entre si, e o espaçamento entre uma 
e outra, constante;

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