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Constitucionalismo e as Constituições Brasileiras 1888

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12/03/2018 Constitucionalismo e as Constituições Brasileiras
https://saberes.senado.leg.br/mod/book/tool/print/index.php?id=35863 31/65
Pág. 10 - Constituição de 1891
O surgimento de nossa segunda constituição está ligado ao enfraquecimento da monarquia, que pode ser observado desde
1831, quando houve a tentativa de descentralizar o poder. Como dissemos anteriormente, a Lei nº. 16 de 1834 concedeu
alguma autonomia às províncias, ao possibilitar que elas legislassem. Porém, tal lei foi “interpretada” e praticamente
revogada em 1840. O poder continuou centralizado, e essa capacidade de legislar foi retirada das províncias. 
No entanto, a partir de 1860, o centralismo político começava a ser um problema para algumas classes. Por exemplo, mesmo
sendo vitoriosos na Guerra do Paraguai, em 1870, os militares ficaram extremamente descontentes com o fato de terem seu
orçamento e seu efetivo reduzidos pelo imperador D. Pedro II. 
Outro fato que demonstra o descontentamento com a monarquia é a publicação do Manifesto do Centro Liberal, em 1869, e
do Manifesto Republicano, em 1870. Nesses documentos, reivindicava-se maior legitimidade da representação do País,
exigindo o fim da vitaliciedade do mandato no Senado e no Conselho de Estado. 
Paralelamente, também a Igreja se mostrava insatisfeita com o regime, especialmente em razão de ser submissa ao Estado
Imperial. Um fato que mostra essa contrariedade é a prisão dos bispos de Olinda e Belém, em 1874, ao não ter sido
aprovada uma bula papal que censurava a maçonaria. Além disso, o Imperador perdeu o apoio dos produtores rurais,
ocasionando a libertação dos escravos em 1888.
 
 
12/03/2018 Constitucionalismo e as Constituições Brasileiras
https://saberes.senado.leg.br/mod/book/tool/print/index.php?id=35863 32/65
Pág. 11 - República
Dentro desse contexto, a República é proclamada pelo Marechal Deodoro da Fonseca, em 15 de novembro de 1889, por meio
do Decreto nº. 1. Esse decreto foi redigido pelo conhecido jurista Rui Barbosa e previu um Governo Provisório com o objetivo
de consolidar o regime e elaborar a nova Constituição, a qual seria promulgada em 24 de fevereiro de 1891. É a primeira
constituição promulgada da nossa história, marcando o fim do absolutismo monárquico. 
Embora o Decreto nº. 1 de 1889 já tivesse reunido as províncias sob a condição de “Estados Unidos do Brasil”, a forma
federativa foi constitucionalizada em 1891. A capital era o Distrito Federal, com sede na cidade do Rio de Janeiro. É aqui que
surge a ideia de se levar a capital do país para o planalto central. O art. 3º assim o dispôs: “Art. 3º - Fica pertencendo à
União, no planalto central da República, uma zona de 14.400 quilômetros quadrados, que será oportunamente demarcada
para nela estabeIecer-se a futura Capital federal”. 
A partir da CF/1891, deixamos de ser um Estado unitário centralizado. Os estados federados passaram a ter autonomia para
legislar e administrar seus territórios. Alguns até adotaram o bicameralismo, como foi o caso de São Paulo e de Pernambuco,
que possuíam a Câmara dos Deputados Estaduais e o Senado Estadual. 
Como se disse, a república era a nova forma de governo, e a monarquia foi afastada do poder e banida do território
brasileiro. Com ela se foi também o Poder Moderador e a concepção de Benjamim Constant. Na nossa segunda Constituição,
as ideias de Montesquieu prevaleceram, e a tripartição dos Poderes foi adotada.
 
A Família Real só iria poder retornar ao Brasil em 1920, quando houve
a revogação de seu banimento pelo decreto 4.120 de 3 de setembro de
1920.
 
12/03/2018 Constitucionalismo e as Constituições Brasileiras
https://saberes.senado.leg.br/mod/book/tool/print/index.php?id=35863 33/65
Pág. 12 - Os três Poderes
 
O Poder Executivo era exercido por um Presidente, eleito diretamente pelo povo. Todavia, somente os homens acima de 21
anos votavam. 
O Poder Legislativo era comandado pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal, tendo os parlamentares mandato de
3 e 9 anos, respectivamente. Fixou-se, assim, o bicameralismo federativo, com uma casa iniciadora e outra revisora. 
O Poder Judiciário, por sua vez, passou a ter um órgão máximo independente, o Supremo Tribunal Federal (STF). 
Outro detalhe importante é que, com a Constituição de 1891, não havia mais religião oficial no Brasil. O País, agora, era
laico, leigo ou não confessional. Em virtude disso, algumas práticas mudaram: era proibido o ensino religioso nas escolas
públicas; os cemitérios eram administrados pela autoridade municipal e não mais pela Igreja; não existia mais o padroado
(direito de o imperador intervir nas nomeações de bispos e de alguns cargos eclesiásticos), bem como o recurso à Coroa para
atacar as decisões dos Tribunais Eclesiásticos. Houve, portanto, a separação total entre Igreja e Estado.
 
12/03/2018 Constitucionalismo e as Constituições Brasileiras
https://saberes.senado.leg.br/mod/book/tool/print/index.php?id=35863 34/65
Pág. 13 - Direitos Fundamentais
 
Sobre os direitos fundamentais, podemos dizer que eles foram aprimorados, extinguindo-se algumas penas cruéis, como a de
galés (trabalhos forçados), a de banimento e a de morte. Esta persistiu apenas na legislação militar em tempo de guerra. 
A garantia do habeas corpus foi constitucionalizada pela primeira vez, no art. 72, § 22: “Dar-se-á o habeas corpus sempre
que o indivíduo sofrer ou se achar em iminente perigo de sofrer violência ou coação por ilegalidade ou abuso de poder”. 
Pela abrangência do dispositivo, criou-se em nosso país a denominada “Teoria brasileira do habeas corpus”, pois esse
remédio constitucional não protegia apenas a liberdade de locomoção, mas qualquer direito fundamental. 
Em vista disso, em 1926, por meio da Emenda Constitucional nº. 1, o habeas corpus foi restringido apenas à liberdade de
locomoção. Veja como ficou, à época, a nova redação do dispositivo: “Dar-se-á o habeas corpus sempre que alguém sofrer
ou se achar em iminente perigo de sofrer violência por meio de prisão ou constrangimento ilegal em sua liberdade de
locomoção”. 
12/03/2018 Constitucionalismo e as Constituições Brasileiras
https://saberes.senado.leg.br/mod/book/tool/print/index.php?id=35863 35/65
Pág. 14 - Conclusão da unidade 2
A Constituição de 1891 vigorou até 1930, sofrendo apenas uma reforma em 1926, momento em que as faculdades e direitos
do governo central perante os estados foram ampliados. Na próxima unidade do nosso curso estudaremos os fatos que
determinaram o fim da República Velha, a revogação desse ordenamento jurídico e a promulgação de um novo texto
constitucional, o de 1934.
Para encerrar esta unidade, assista aos vídeos do professor Boris Fausto, que faz alguns comentários sobre esse momento
histórico no Brasil:
 
Vídeo 1/3
 
Vídeo 2/3 
 
Vídeo 3/3

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