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SÍNDROME DA DOR MIOFASCIAL: CASO CLÍNICO 
MYOFASCIAL PAIN SYNDROME: CASE REPORT 
 
Ana SABANEEFF1 
Elson Braga de MELLO2 
 
RESUMO 
 A Síndrome da dor miofascial é um conjunto de sintomas causados por pontos de gatilho miofasciais 
que podem gerar dor referida, disfunção motora e sintomas autonômicos. O presente artigo relata caso clínico 
de paciente de 58 anos, sexo feminino, que se apresentou com otalgia importante, dor nos olhos, região de 
ramo da mandíbula e região frontal. Aliado às dores, havia disfunção motora nos movimentos de pescoço e 
dificuldade na fala. A desordem estava associada a hábitos parafuncionais, má-oclusão, estresse psicológico e 
alterações posturais. A paciente foi tratada com placa neuromiorrelaxante, agulhamento nos pontos álgicos e 
fisioterapia, além de orientações quanto a hábitos, tendo recebido acompanhamento por um período de seis 
meses, até remissão dos sintomas. Após o tratamento de suporte, foi orientada para proceder à reabilitação 
oral protética. 
Palavras-chave: Disfunção Temporomandibular, Síndrome da Dor Miofascial. 
 
ABSTRACT 
 The Myofascial pain syndrome is an amount of symptoms caused by Myofascial trigger points that 
can cause referred pain, motor dysfunction and autonomic symptoms. The present article reports the case of 
female patient, aged 58, that presented strong ear, eye, ramus of the mandible and frontal area pain. Along 
with these pains there were motor dysfunction in the neck movements and speech. The disorder was 
associated with parafunctional habits, malocclusion, psychological stress and poor posture. The patient was 
treated with oclusal splint, dry needling and physiotherapy, and orientations about habits, for a period of six 
months until the end of the symptoms. After the support treatment, it was suggested a prosthetic 
rehabilitation. 
Keywords: Temporomandibular Disorders, Myofascial Pain Syndrome. 
 
 
1 Cirurgiã-dentista – FO/UFF; Pós-graduanda do Curso de Especialização em Disfunção Temporomandibular 
e Dor Orofacial – FO/UFJF 
2 Doutorando e Mestre em Odontologia Restauradora – UNESP, Especialista em Prótese Dentária – FO/ 
UFRJ, Professor Coordenador da Clínica de Dor Orofacial – UNIVERSO, Professor do Curso de 
Especialização em Disfunção Temporomandibular e Dor Orofacial – FO/ UFJF 
INTRODUÇÃO 
A síndrome da dor miofascial é o 
conjunto de sintomas sensoriais, motores 
e autonômicos causados por pontos de 
gatilho miofasciais (PG). Um PG é um 
ponto hiper-irritável no músculo 
esquelético associado a um nódulo 
palpável hipersensível. O PG é dolorido 
à compressão e pode dar origem a uma 
dor ou sensibilidade referida, disfunção 
motora e fenômenos autonômicos13 . 
 A Síndrome da Dor Miofascial 
pode ser aguda ou crônica e é 
freqüentemente acompanhada por 
rigidez, fadiga e sono debilitado1 . 
 A dor pode variar de levemente 
dolorida a excruciante ou em queimação, 
e pode ser contínua ou intermitente, 
mas normalmente é de longa duração, 
debilitante e restritiva1 . A dor relatada 
geralmente é pobremente localizada e 
dolorida, nos tecidos subcutâneos, 
incluindo músculos e articulações. 
Raramente a dor é aguda e bem 
localizada, do tipo cutâneo. Pode existir 
uma insensibilidade ou parestesia, ao 
invés de dor13 . 
 Pode acontecer em qualquer 
músculo, mas ocorre freqüentemente em 
músculos que suportam uma atividade de 
 2 
sustentação, como os das costas, pescoço 
e extremidades inferiores1 . 
Os músculos posteriores do 
pescoço são responsáveis pela 
manutenção da posição da cabeça. Dessa 
maneira, principalmente quando existe 
uma postura anteriorizada de cabeça, eles 
podem desenvolver PG15 . 
 Os músculos da mastigação 
também são freqüentemente envolvidos 
com PG. Em pacientes com disfunção 
temporomandibular, o músculo masseter 
é um dos mais afetados9 . 
A dor referida normalmente segue 
um padrão característico para cada 
músculo13 . PG em temporal, masseter, 
esternocleidomastóideo e trapézio são a 
maior fonte de dor miofascial referida 
para estruturas craniofaciais10 . 
Segundo ROHLING et al.9 
(2003), analisando pacientes com 
desordem temporomandibular, as áreas 
mais afetadas pela dor referida por PG em 
masseter, esternocleidomastóideo e 
trapézio são a região temporal, ATM, e 
“orelha”. 
Os PG podem estar em uma 
condição de ativos ou latentes. Os PG 
ativos produzem uma queixa clínica que 
normalmente é dor, que o paciente 
reconhece quando o ponto é comprimido. 
Os PG latentes podem produzir os outros 
efeitos característicos de um PG, 
incluindo um aumento da tensão e 
encurtamento muscular, mas não 
produzem dor espontânea. Ambos os 
tipos de PG podem produzir disfunção 
motora. Muitas vezes isso escapa da 
atenção do paciente ou é simplesmente 
aceito. O paciente só percebe a dor 
causada por um PG latente quando este é 
pressionado13 . 
Com um aumento da irritabilidade 
no PG, uma dor referida espontânea pode 
aparecer e este é então identificado como 
PG ativo. A ativação de um PG 
normalmente está associada a algum tipo 
de abuso mecânico do músculo 
envolvido, na forma de sobrecarga, que 
pode ser aguda, sustentada e/ou repetitiva. 
A manutenção de um músculo em 
posição encurtada pode ativar esse PG13 . 
Outros fatores ativadores dos PG 
são: fadiga por excesso de trabalho, 
trauma por impacto direto, outros PG 
existentes, doença visceral, articulações 
com artrite, disfunções articulares e 
estresse emocional 3 , 11 12 , 13 . 
Fatores perpetuadores são os que 
tornam o músculo mais susceptível à 
ativação de PG13 . A maior parte desses 
fatores agem aumentando o estresse 
mecânico do músculo afetado, 
comprometendo suas vias metabólicas ou 
aumentando a irritabilidade do sistema 
nervoso11 . 
Os fatores psicossociais podem 
contribuir para a tensão muscular e 
perpetuação das dores miofasciais 
crônicas3 . Pacientes que sentem dor de 
origem miofascial podem se sentir 
nervosos, deprimidos ou sem esperança1 . 
TALAAT et al.12 em 1986, 
perceberam uma condição psicológica 
como fator predisponente significativo 
em 62,5% dos pacientes. A dor crônica 
está intimamente ligada à depressão e 
mudanças de personalidade, tendo efeitos 
sobre a esperança, perda de apetite e 
desenvolvimento de paranóias11 . 
Com o descanso adequado e na 
ausência de fatores perpetuadores, um PG 
ativo pode reverter espontaneamente para 
um estado latente. A dor desaparece mas 
pode haver recorrência se houver uma 
reativação13 . 
Existem diversas terapias para o 
tratamento dos PG: alongamentos com 
spray, compressão isquêmica, ultra-som, 
injeção, agulhamento, acupuntura, 
estimulação eletrogalvânica, e TENS9 . 
O tratamento por compressão 
isquêmica apesar de dolorido é 
clinicamente aceitável pelo paciente e 
pode trazer alívio imediato da dor6 . 
O ultra-som é um método que está 
sendo bastante utilizado e com bons 
resultados, mas ainda não há um 
consenso sobre seus efeitos no tratamento 
musculoesquelético4,5,9. 
 3 
A sensibilidade do PG se reduz 
com o alongamento passivo o que é 
acompanhado por relatos subjetivos de 
dor referida de menor intensidade7 . 
 O alívio da dor e aumento da 
amplitude de movimento com spray e 
alongamento pode resultar do efeito 
terapêutico do spray gelado e a liberação 
das bandas palpáveis pelo alongamento6 . 
A injeção com anestésico local no 
PG traz alívio imediato da dor, porém tem 
o mesmo efeito e é tão dolorosa quanto a 
injeção de solução salina7, 11,14 .Parece 
que o alívio da dor é feito principalmente 
pelos mecanismos de reflexo e pode ser 
alcançado sem o uso de substâncias 
farmacologicamente ativas, o que diminui 
os riscos de efeitos colaterais7 . 
O agulhamento é uma técnica em 
que uma agulha seca, sem a injeção de 
nenhuma substância, é aplicada no local 
de maior dor relatado pelo paciente. A 
analgesia imediata é obtida em 86,8 % 
dos casos8. O efeito da injeção não parece 
ser maior do que o do agulhamento2 . 
 O agulhamento é apenas uma 
parte do tratamento das desordens 
musculoesqueléticas crônicas. O mais 
importante da terapia é alcançar uma 
função normal de músculos e 
articulações8 . 
HOU et al6 (2002) sugeriram o 
uso de combinações terapêuticas para a 
redução da dor por PG, e que fossem 
feitos estudos para saber os efeitos a 
longo prazo. 
 
CASO CLÍNICO 
Paciente M. R. B., sexo feminino, 
melanoderma, 58 anos de idade, 
apresentou-se à Clínica da Especialização 
em Disfunção Temporomandibular e Dor 
Orofacial (DTM/DOF) – FO/UFJF, com a 
queixa principal de “dor na face (aponta 
região de ramo de mandíbula). Quando eu 
falo muito minha boca treme e eu não 
consigo mais falar”. 
A paciente relatou sentir uma dor 
em região pré-auricular bilateral, há cerca 
de 16 anos (relacionou com a época em 
que sofreu exodontias) que piorava com 
a mastigação. A dor era difusa, do tipo 
cansada, intermitente, severa e durava 
horas (quase o dia todo). Também sentia 
cefaléia na região frontal, acompanhada 
com dor nos olhos. Ainda relatou uma dor 
no pescoço, que já durava cerca de dez 
anos, e que era pior quando virava para os 
lados. Seu sono era interrompido pela dor 
em algumas situações. 
A paciente relatou o hábito de 
onicofagia, apertamento dentário e de 
morder os lábios durante o dia. 
Durante a história médica, relatou 
sofrer de hipertensão, asma e problemas 
na coluna. 
 
 
Figura 1 Fotografias de frente e perfil. 
 
A paciente se considerava 
estressada, ansiosa, e disse que estava 
passando por um momento difícil. 
 A avaliação muscular mostrou 
uma palpação bastante dolorida, com 
pontos de gatilho miofasciais na maior 
parte dos músculos analisados (masseter, 
temporal, pterigóideo medial e lateral, 
trapézio e esternocleidomastóideo), 
grande rigidez muscular e dificuldade de 
realização de movimentos de pescoço. Ao 
ser perguntada se sentia dor em outros 
locais do corpo, disse que não, o que 
afastou o diagnóstico de fibromialgia. O 
quadro 1 demonstra o músculo palpado e 
a região de dor referida. 
A trajetória de abertura bucal 
mostrou um desvio para a esquerda e uma 
abertura máxima interincisal de 45mm 
sem dor e de 50mm com dor. A sensação 
terminal de abertura era “soft”, o que 
 4 
caracteriza uma dificuldade de 
movimento de origem muscular. 
 
Quadro 1 Músculos afetados por PG e seus 
respectivos locais de dor referida 
Músculo afetado Local de dor 
Temporal direito Orelha direita 
Temporal esquerdo Orelha esquerda 
Masseter direito 
Temporal anterior direito; 
orelha direita e occipital 
Masseter esquerdo 
Olho esquerdo; orelha 
esquerda e 
Região superior da cabeça 
Pterigóideo medial Direito Orelha direita 
Pterigóideo medial 
esquerdo 
Ramo da mandíbula do 
lado esquerdo 
Pterigóideo lateral direito 
Região de zigomático no 
lado direito 
Pterigóideo lateral 
esquerdo 
Região temporal anterior 
esquerda 
ECM esquerdo Região frontal esquerda 
 
 
 Os movimentos de protrusão, 
lateralidade esquerda e lateralidade direita 
apresentaram, todos, uma amplitude de 4 
mm. 
 A avaliação das ATM mostrou dor 
severa bilateralmente, tanto na palpação 
lateral quanto intraconduto. A palpação 
intraconduto irradiava dor em direção aos 
olhos. Não foram observados ruídos intra-
articulares. 
 
 
 
 
 
 
Figura 2 Fotografias intra-orais 
 
 Ao exame intraoral, observou-se 
retração gengival no elemento 11 e 
ausência dos elementos: 18, 12, 21, 22, 
24, 25, 27, 38, 37, 36, 46, 47 e 48. Na 
arcada superior, era usada uma prótese 
parcial removível mal adaptada. A 
sobremordida era de 2,0 mm, e o overjet 
de 4,0 mm. 
As guias de movimentos 
excursivos não eram satisfatórias. A 
protrusão era guiada por 23 e 33, a 
lateralidade esquerda por 23 e 33 e a 
lateralidade direita por 11 com 41 e 42. 
 Na primeira consulta não foi 
possível manipular a mandíbula para uma 
posição de relação cêntrica devido à 
grande rigidez muscular apresentada. A 
manipulação foi realizada em uma 
consulta posterior e foi verificado um 
deslize de 1,0 mm entre a posição de 
relação cêntrica e a de máxima 
intercuspidação habitual. 
 A avaliação radiográfica das ATM 
(planigrafia) mostrou-se dentro dos 
padrões de normalidade, com pequena 
hipermobilidade condilar do lado 
esquerdo. 
 
 
 
Figura 3 Planigrafia das ATM direita e esquerda, 
boca aberta e fechada. 
 
 Com base nos dados coletados, 
pode-se chegar ao diagnóstico clínico de 
disfunção temporomandibular por mialgia 
crônica centralmente mediada, associada 
à síndrome de dor miofascial. 
 A terapêutica de suporte proposta 
foi a orientação para o controle de hábitos 
e alimentação; a utilização de uma placa 
neuromiorrelaxante (PNMR) e tratamento 
dos pontos de gatilho com agulhamento e 
fisioterapia. Um acompanhamento por 
um período de seis meses, em consultas 
 5 
quinzenais, foi feito até a remissão dos 
sintomas e alta parcial. Foi dada a 
orientação para realização de tratamento 
de reabilitação oral após o controle da 
sintomatologia. 
 Nas primeiras consultas, a 
paciente foi examinada, recebeu 
orientações sobre sua disfunção e foi 
encaminhada para o Serviço de 
Fisioterapia da Especialização em 
DTM/DOF. Ao receber sua PNMR a 
orientação inicial de uso foi de 24 horas 
por dia, durante 15 dias. 
 Um mês depois do início do uso 
da PNMR a paciente relatou melhora da 
sintomatologia, mas teve episódios de dor 
em região de pré-molares e molares 
inferiores. Foi feito agulhamento nos 
músculos masseteres. A paciente foi 
orientada a aplicar gelo local e fazer 
alongamento ativo três vezes por dia, 
durante três dias. Foi orientada a usar a 
PNMR por 20 horas/dia. 
 Após 45 dias de uso da PNMR, 
relatou não ter mais sentido dor na região 
de pré-molares e molares inferiores e que 
não estava mais acordando por causa de 
dor à noite. Disse que só fez aplicação de 
gelo por um dia (o dia da consulta do 
agulhamento), mas que ainda estava 
fazendo o alongamento antes de dormir. 
A palpação dos músculos masseteres não 
era mais dolorosa e não referia dor. Foi 
orientada a usar a PNMR por 16 horas 
por dia. A paciente passou a freqüentar as 
consultas com uma aparência cada vez 
mais tranqüila. 
 A paciente relatou ter tido um 
episódio de cefaléia no período entre as 
consultas que teve melhora parcial com 
Dorflex. A dor era em couro cabeludo e 
região frontal, latejante e associada a 
enjôo e fonofobia. Foi dada a orientação 
de uso da PNMR por 24 horas/dia, 
restrição alimentar e alongamento 
cervical. 
 Na consulta seguinte (4o mês de 
acompanhamento), relatou ter tido cerca 
de quatro episódios de dor em região 
occipital de pequena intensidade, não 
tendo sido necessário uso de medicação. 
Fez aplicação de gelo por um dia e 
alongamento ativo de masseter duas vezes 
ao dia para melhorar a dor. Ao exame, a 
musculatura encontrava-se assintomática. 
Foi orientada a usar a PNMR por 20 
horas/dia e mantero alongamento que 
vinha fazendo. 
 Nas consultas seguintes, relatou 
melhora na sintomatologia e foi sendo 
orientada a diminuir o tempo de uso da 
PNMR e continuar com os exercícios de 
fisioterapia. No 5o mês de tratamento, 
encontrava-se sem dor. Foi orientada a 
usar a PNMR durante o sono, até concluir 
o tratamento de reabilitação oral 
protética, a ser realizado pelo Curso de 
Especialização em DTM/DOF. 
 
 
DISCUSSÃO 
 As queixas principais da paciente, 
dor em ramo da mandíbula e ouvido e 
cefaléia frontal puderam ser explicadas 
por PG ativos em músculos da 
mastigação e esternocleidomastóideo. PG 
ativos e latentes causam disfunção 
motora, o que neste caso era caracterizada 
pela incoordenação e fraqueza nos 
músculos da mastigação, o que gerava 
dificuldade e cansaço à fonação e era um 
motivo de incômodo9 10 13 . 
 Os hábitos parafuncionais 
mantinham os músculos da mastigação 
sob contínua atividade e em uma posição 
encurtada, o que era um dos fatores 
perpetuadores dos PG. A orientação 
quanto aos malefícios causados por esses 
hábitos é um fator primordial e deve ser 
sempre a primeira etapa do tratamento. 
Existem diversas modalidades 
terapêuticas para o tratamento dos 
PG6,7,8,9,11,14, porém, a manutenção de 
fatores perpetuadores levará à recidiva de 
dor13 . 
 Desordens do sono e psicológicas 
são freqüentemente encontradas em 
pacientes com síndrome de dor 
miofascial, segundo SIMONS11 , 1981; 
TALLAT et al.12 , 1986; AULECIEMS1 , 
 6 
1995; TRAVEL & SIMONS13 , 1999 e 
ESENYEL et al.3 , 2000. 
 
CONCLUSÃO 
 A avaliação de pacientes com 
Síndrome de Dor Miofascial deve ser rica 
em detalhes, procurando-se descobrir 
cada um dos fatores perpetuadores. Dessa 
maneira, deve-se ter atenção especial à 
postura do paciente, à presença de hábitos 
parafuncionais e ao estado psicológico. 
 Um plano de tratamento baseado 
em um histórico rico, e orientações 
adequadas ao paciente são essenciais ao 
sucesso e manutenção do tratamento. 
 
ENDEREÇO PARA CORRESPONDÊNCIA 
Ana Sabaneeff 
R. Mal. Serejo, 601, bl. 06/102. Jacarepaguá 
Rio de Janeiro – RJ – CEP 22743-380 
e-mail: anasabaneeff@globo.com 
 
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