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Mecânica das Vibrações - Capítulo 2 – Conceitos Básicos de Vibrações 21 �������� � ���� ���� ������� � ������� � �� � �������� � A noção de vibração começa com a idéia do equilíbrio. Um sistema está em equilíbrio quando a resultante de todas as forças atuantes sobre mesmo é nula. Qualquer sistema que esteja sob esta condição somente sairá dela quando alguma perturbação externa atuar sobre o mesmo. A oscilação irá ocorrer quando, após a perturbação atuar, o sistema apresentar a tendência a retornar à sua posição de equilíbrio. Ao se conceder ao pêndulo um ângulo inicial pequeno (menor que π/2) o mesmo entrará em movimento tendendo a retornar à sua posição de equilíbrio inicial. Ao passar por ela o movimento não se interrompe porque ao executar seu movimento, a massa do pêndulo adquire energia cinética, portanto velocidade. Enquanto esta energia permanecer presente no sistema o movimento oscilatório continuará. Se, entretanto, a energia inicial concedida for muito elevada, o pêndulo entrará em movimento rotativo. Situação semelhante ocorre com uma bola rolando dentro de uma superfície circular. Uma balança com dois pesos iguais apresentará comportamento equivalente (Figura 2.1). !"#��$ �� – Equilíbrio nos sistemas físicos. Seguramente o movimento do pêndulo se produz na direção em que o mesmo é permitido. Em se tratando de um pêndulo simples o movimento é plano sendo necessária apenas uma única variável para descreve-lo (o ângulo). Diz- se, então que ele possui ����������� �������������� ����. Se fosse permitido ao mesmo girar em torno de um eixo vertical, o mesmo possuiria dois graus de liberdade. O número de graus de liberdade de um sistema é o número mínimo de coordenadas capazes de representar completamente o movimento do mesmo (estas coordenadas são chamadas ����������� ������ �����). O estudo de sistemas vibratórios deve começar por sistemas simples que apresentem características básicas capazes de permitir a análise de uma série de fenômenos presentes em sistemas mais complexos. Sistemas de um grau de liberdade são sistemas ideais, capazes de representar uma reduzida parte dos sistemas reais presentes no mundo físico, assim mesmo com uma grande dose de simplificação. Por outro lado, entretanto, estes mesmos sistemas apresentam características que fundamentam o entendimento da maioria dos aspectos básicos que estão presentes em sistemas mais complicados. Problemas como ressonância, transmissibilidade, balanceamento e isolamento podem ser devidamente equacionados em sistemas de um grau de liberdade com posterior extensão dos conceitos para problemas de ordem maior. Por outro lado estimativas de comportamento podem ser estabelecidas com relativa facilidade e simplicidade matemática quando se cria um modelo simples para um sistema complexo. Razões como estas justificam a introdução do estudo de sistemas de um grau de liberdade em cursos de vibrações em engenharia. A Figura 2.2 mostra exemplos esquemáticos de sistemas com um, dois e três graus de liberdade. Se um sistema possui pelo menos um grau de liberdade, os valores das variáveis que descrevem o ������ �� � �������posição, velocidade, aceleração) devem ser especificados. Para isto é necessário que se escolha um sistema de coordenadas. Esta escolha é arbitrária: pode-se escolher qualquer sistema de coordenadas para descrever um movimento. Na Figura 2.3 o movimento do pêndulo é representado por dois sistemas de coordenadas. No primeiro, são necessárias duas coordenadas para determinar exatamente a posição do pêndulo (� e �), sua velocidade ( �� ) e sua aceleração ( ��� ). No segundo sistema apenas a coordenada θ, representa completamente a posição do pêndulo, q sua velocidade e q sua aceleração. Nada impede que o sistema �� seja utilizado. Apenas o mesmo apresentará um número de equações maior que o sistema mais simples. Nele deve ser incluída a equação de restrição (condição de contorno) �2 + Mecânica das Vibrações - Capítulo 2 – Conceitos Básicos de Vibrações 22 �2 = 2. Já com a utilização de θ, apenas uma equação descreverá o movimento do sistema como foi visto no Capítulo 1. Este sistema apresenta um número mínimo de coordenadas, igual ao número de graus de liberdade, necessárias a representar completamente o movimento do sistema. É, por isto, chamado de � ��������� ����������������� �����. O número de graus de liberdade é sempre igual ao número de coordenadas utilizado menos o numero de equações de restrição. Assim sendo, um movimento descrito em um sistema de coordenadas generalizadas não apresenta equações de restrição. (a) Um grau de liberdade. (b) Dois graus de liberdade. (c) Três graus de liberdade !"#��$ � – Sistemas com um, dois e três graus de liberdade. !"#��$ �% – Sistemas de coordenadas no movimento do pêndulo. Mecânica das Vibrações - Capítulo 2 – Conceitos Básicos de Vibrações 23 O sistema está em � ������� ��� quando seu movimento resulta apenas de condições iniciais, não havendo nenhuma causa externa atuando durante o movimento. O movimento de um pêndulo é um exemplo de vibração livre. Ao se abandonar o mesmo com uma determinada condição inicial (ângulo inicial, por exemplo), o mesmo irá oscilar livremente. Se, entretanto, alguma ação externa for introduzida durante o movimento com intenção de repor a energia que as resistências passivas dissipam, a oscilação será chamada de �������. Em se tratando de um sistema real, as resistências passivas estão sempre presentes fazendo com que a energia oscilatória se dissipe. Esta dissipação de energia é representada pela característica chamada ������ �����. A Figura 2.4 ilustra uma vibração não amortecida e uma amortecida. Alguns modelos típicos de amortecimento como viscoso, atrito seco (Coulomb) e atrito interno serão estudados nas seções seguintes. 2 [(W) � W Amortecido Não amortecido [0 !"#��$ �& – Vibrações livres sem e com amortecimento. � � �$�$'�(�)*�"'$* ��* ��+,��(��(* �� �"*�(+$ �"-�$�.�"� Nas características dos sistemas mecânicos, três são as que apresentam importância especial sob o aspecto da vibração: elasticidade, inércia e amortecimento. Isto porque a vibração é, em essência um processo de troca de energia mecânica, na forma de energia cinética (associada à velocidade) e energia potencial (associada à deformação), como será visto na seção 2.x. A elasticidade é uma característica que se relaciona com a capacidade do sistema em armazenar energia potencial. A inércia, por sua vez, se liga à capacidade de armazenar energia cinética. O amortecimento, finalmente, é conseqüência as perdas de energia que ocorrem, em função das resistências passivas, como já foi mencionado na seção 2.1. Nos modelos físicos destes sistemas mecânicos, estas características serão representadas pelos elementos: mola (elasticidade, energia potencial), massa ou momento de inércia (inércia, energia cinética) e amortecedor (amortecimento, dissipação de energia). A seguir, cada um destes elementos será detalhadamente discutido. � �� � /(+(���0 1�/$ 2 �$�$'�(�)*�"'$0 �"#"�(3 A mola linear relaciona diretamente forças e deslocamentos como ilustra a Figura 2.5a. Como a função da mola nos modelos físicos será o de representar a capacidade que o sistema possui de armazenar energia potencial e esta depende da elasticidade, o elemento mola não possui massa nem amortecimento, de forma que uma força � P atuando em uma extremidade deve ser equilibrada por outra força de igual magnitude mas de sentido contrário, atuando na outra extremidade. Pela atuação da força � P� a mola se alonga (ou se contrai, se as forças atuarem com sentidos contrários). Esta deformação é igual à diferença entre os deslocamentos �2 e �1�. A Figura 2.5b mostra uma curva ������������������ típica de uma mola normal. Esta curva é não linear. Entretanto, para uma determinada faixa de deformações existe uma proporcionalidadeentre a força e a deformação, sendo ��a constante de proporcionalidade, conhecida como ��������� �� ��� ou � � ���. As unidades de � no Sistema Internacional (SI), são ������ ��� ���� ��� �. � P é uma força elástica, conhecida como força de restauração porque uma mola alongada ou comprimida tende sempre retornar à sua posição não deformada. A relação entre força e deslocamento é expressa por ( )� � � � P = −2 1 (2.1) O elemento mola representa a capacidade que o sistema físico tem em armazenar energia. Esta capacidade é, muitas vezes, expressa pela elasticidade presente. Em analogia com um sistema elétrico, a mola pode ser comparada a um capacitor sendo o elemento que armazena energia na forma de energia potencial em um determinado instante do movimento e depois a devolve para que o sistema vibratório a transforme em energia cinética ou a dissipe. A energia potencial armazenada pela mola é dada por Mecânica das Vibrações - Capítulo 2 – Conceitos Básicos de Vibrações 24 Faixa linear � P �2����1 (b) � P � P �2 (a) �1 !"#��$ �4 2 Elemento mola. � ��= 1 2 2 (2.2) Um elemento elástico pode ser deformado em várias direções. Cada relação entre uma força em uma direção e uma deformação na mesma ou em outra direção produz uma diferente constante de mola. A equação (2.1) pode, portanto se apresentar na forma mais geral MLML ��� = (2.3) onde e � podem indicar, por exemplo, translações e rotações ao longo ou em torno de três eixos de um sistema de coordenadas cartesianas. Portanto, e � podem assumir seis valores diferentes. Genericamente existirão 6 x 6 coeficientes independentes � LM , relacionado com uma possível aplicação do esforço (força ou momento) e a direção do deslocamento produzido. !"#��$ �5 – Definição de constantes de mola para a viga engastada. Considere-se, por exemplo, a viga engastada da Figura 2.6, com o sistema de coordenadas ���, como indicado. Se a viga possui uma seção transversal circular de diâmetro �, área � e momentos de inércia � [ , � \ , � ] , comprimento , módulo de elasticidade !, módulo de elasticidade transversal ", e se �, �, #, são as deflexões e θ, φ, ψ as rotações da sua extremidade livre com relação ao sistema de coordenadas ���, da Resistência dos Materiais, se tem 33 33 3 , 3 3 , 3 , !� � #!� � !� � �!� � !� � !�� � [ ZZ [ Z ] YY ] X YYY == == == (2.4a) Mecânica das Vibrações - Capítulo 2 – Conceitos Básicos de Vibrações 25 !� � !� $ !� � !� $ "� � "� $ [[ ]] \\ == == == θθθ ψψψ φφφ θ ψ φ , , , (2.4b) onde � [ = � ] = π�4/64 e � \ = π�4/32, para uma seção circular. Sistemas com um grau de liberdade possuem �= � = 1 e o sufixo da constante � é omitido. � ���� 2 �**�'"$� � �( +�/$* (+ ,$�$/(/� As molas podem ser associadas de várias formas. As associações em �������� e em ��� �, mostradas na Figura 2.7a e 2.7b, respectivamente, são as mais comuns. Para as molas em paralelo (Figura 2.7a) a força atuante na mola se divide em duas, de forma que � � � P P P = + 1 2 (2.5) Cada uma das molas está submetida à relação ( ) ( ) � � � � � � � � P P 1 2 1 2 1 2 2 1 = − = − (2.6) � P � P �1 �2 �2 �1 (a) � P � P �1 �2 �2�1 �0 (b) !"#��$ �6 - Associação de molas Uma mola equivalente ao conjunto das duas molas deve possuir uma constante de forma que ( )� � � � P HT = −2 1 (2.7) Introduzindo (2.6) em (2.5) e considerando (2.7) chega-se a � � � HT = +1 2 (2.8) Generalizando, para um conjunto de�� molas associadas em paralelo � � HT L L Q = = ∑ 1 (2.9) � ��� 2 �**�'"$� � �( +�/$* (+ *7�"( Observando a Figura 2.7b, as seguintes relações podem ser escritas para molas em série: ( ) ( )� � � � � � � P = − = −1 0 1 2 2 0 (2.10) que podem ser escritas na forma � � � � � � � � P P 0 1 1 2 0 2 − = − = e (2.11) Como para uma mola única vale a expressão (2.7) , tem-se que Mecânica das Vibrações - Capítulo 2 – Conceitos Básicos de Vibrações 26 ( ) ( )� � � � � � � � � � � � P HT P P = − = − + − = +2 1 2 0 0 1 2 1 o que conduz a � � � HT = + 1 1 1 1 2 (2.12) Para um conjunto de � molas associadas em série � � HT L L Q = = ∑ 1 1 1 (2.13) 8(+,/� �� 2 Um tambor, com um cabo de aço, é montado na extremidade de uma viga em balanço como mostra a Figura 2.8(a). Determinar a constante de mola equivalente do sistema quando o comprimento suspenso do cabo é . São conhecidos o comprimento da viga �, sua largura � e sua espessura �% Assumir que o diâmetro do cabo é � e os módulos de elasticidade da viga e do cabo são iguais a !. ��/�� �0 A constante de mola da viga em balanço é dada por � !� � ! �� � !�� �E = = = 3 3 12 43 3 3 3 3 (a) � � � & � & (a) (b) & � HT & � E � U (c) !"#��$ �9 2 Sistema de elevação. A rigidez do cabo submetido a carregamento axial é � !� ! � ! � U = = = π π 2 24 4 (b) A viga em balanço e o cabo podem ser considerados como molas combinadas em série, cuja constante de mola equivalente é dada pela equação (2.12) Mecânica das Vibrações - Capítulo 2 – Conceitos Básicos de Vibrações 27 � � � � !�� ! � ! � �� � � ��HT E U = + = + = + 1 1 1 1 4 4 433 2 2 3 2 3 3 π π π (c) 8(+,/� � 2 A lança AB do guindaste mostrado na Figura 2.9 é uma barra de aço uniforme de comprimento 10�m e área da seção transversal 2,5 x 10-3 m2. A massa de 1000�kg, suspensa pelo guindaste está parada. O cabo CDEBF é de aço e tem área da seção transversal de 0,1 x 10-3�m2. Desprezando o efeito do segmento do cabo CDEB, determinar a constante de mola equivalente do sistema na direção vertical. O módulo de elasticidade do aço é 2,07 x 1011 N/m2. ��/�� �0 A Figura 2.9b mostra a combinação de molas, assumindo que tanto a lança quanto o cabo estão submetidos exclusivamente a carregamento axial, o que é válido uma vez que a lança é articulada na base do guindaste e o cabo trabalha sob tração. Como não está evidente a associação das molas em série ou em paralelo, deve-se usar a equivalência de energia potencial para determinar a constante de mola equivalente. Um deslocamento vertical � do ponto B causará uma deformação �2�'���cos�45R na lança (constante �2). O cabo se deformará �1 '���cos(90o�θ). Pela Lei dos Cosenos, o comprimento do cabo FB, 1 é obtido por ( ) �� �� �� 12 2 22 2 2 2 22 3 10 2 3 10 135= + − = + − × × × °cos cosangulo (a) 1 = 12,306 m 1000 kg 1,5 m 1,5 m 45o 10 m AF B ED C 1000 kg 45o 2 = 10 m, �2 AF B 2, �1 � 3 m (a) (b) � eq 1000 kg (c) !"#��$ �: 2 Guindaste com carga. A mesma Lei dos Cosenos, aplicada para determinar o ângulo θ resultará em �� �� �� �� 2 2 1 2 2 1 1 2 2 1 2 1 2 2 2 2 2 12 306 10 3 2 12 306 3 0 819 = + − = − + = − + × × = cos cos , , , θ θ (b) θ = 35,061ο A energia potencial total � armazenada nas molas é obtida por ( )[ ] ( ) ( )( ) � � � � � � � � � � � � � = + = °− + ° = °− + 1 2 1 2 1 2 90 1 2 45 1 2 90 2 2 1 1 2 2 2 2 1 2 2 2 1 2 2 2 2 cos cos cos θ θ (c) onde � ! � 1 1 1 1 11 3 62 07 10 0 1 10 12 306 1 682 10= = × × × = × − , , , , N m (d) e Mecânica das Vibrações - Capítulo 2 – Conceitos Básicos de Vibrações 28 � ! � 2 2 2 2 11 3 62 07 10 2 5 10 10 51 750 10= = × × × = × − , , , N m (e) Como a mola equivalente na direção vertical sofre uma deformação �, a energia potencial desta mola equivalente é dada por � � � HT HT = 1 2 2 (f) Fazendo ��'�� HT , das expressões (c) e (f), utilizando os resultados de (d) e (e), obtém-se a constante de mola equivalente como ( )( ) ( )( )� � � � HT HT = °− + = °− ° × × + × × = × cos cos , , , , 90 2 2 90 35 061 1 682 10 1 2 51 750 10 26 430 10 2 1 2 2 2 6 6 6 θ N m 8(+,/� �% � Uma ponte rolante que opera sobre uma viga de comprimento e rigidez flexional !� transporta pesos através de um gancho suspenso por dois cabos de comprimento , diâmetro �, e módulo de elasticidade ! (Fig. 2.10). Determinar a constante de rigidez entre o gancho e a estrutura na direção vertical. !"#��$ ��; � Ponte rolante e constante de rigidez equivalente. ��/�� �0 A viga é equivalente a uma mola conectada em série com o cabo, que também pode ser modelado como uma mola. As duas molas são combinadas conduzindo a uma constante equivalente para o conjunto. A rigidez à flexão (que é a forma de deformação a que está submetida) de uma viga simplesmente apoiada carregada em seu centro é 3 48 !� � Y = (a) Mecânica das Vibrações - Capítulo 2 – Conceitos Básicos de Vibrações 29 O cabo, submetido a tração, possui seção transversal é circular com área �= π�2/4, comprimento e módulo de Young !, de forma que sua rigidez axial é !� !� � F 4 2π == (b) O modelo da ponte rolante pode ser simplificado (Figura 2.10b) pela combinação dos dois cabos (em paralelo) de acordo com a equação (2.8). Chega-se então ao modelo da Figura 2.10b, que também pode ser simplificado combinando-se as rigidezes � E e 2� (em série) utilizando-se a equação (2.12). O resultado é 32 2 2192 96 2 2 1 2 11 �� !�� �� �� � ��� FY YF HT YFHT π π + = + = += (c) O cálculo da resposta dinâmica da estrutura é simplificado pois a complexa estrutura da mesma está substituída por uma simples constante de mola equivalente, ilustrada na Figura 2.10c. � ���% � 1�/$* � � /"�($�(* As molas reais não são exatamente lineares, de forma que a equação (2.1) não é exata. Nestes casos a variação da deformação depende da força aplicada. No caso de uma mola helicoidal, por exemplo, a sua rigidez aumenta progressivamente quando as espiras começam a entrar em contato entre si. O que acontece normalmente é que o comportamento de um elemento elástico é linear dentro de determinados limites de força e deformação. Quando as tensões superam o limite de proporcionalidade estabelecido pela Lei de Hooke (Figura 2.11, ponto 4), a deformação não é mais proporcional à força que a causa. !"#��$ ��� – Não linearidade na rigidez de elementos mecânicos. Existem muitas outras razões para o comportamento não linear de molas. No caso de vigas em flexão, por exemplo, elas se comportam como molas lineares somente se as deflexões são pequenas. Sabe-se que para grandes deflexões a teoria das vigas não é adequada existindo uma relação não linear entre força e deflexão. Freqüentemente, é adequado, para fins práticos, limitar a análise a pequenas deformações. Então a relação ����������� ���� de uma mola não linear pode ser simplificada por um processo chamado de ���� �����. Suponha-se que uma mola tem uma relação ����������� ���� � = �(�), como mostra a Figura 2.12. Uma força estática �0 (chamada pré-carga) é aplicada inicialmente sobre a mola que sofre uma deflexão inicial �0. Nesta posição ocorre um equilíbrio uma vez que a reação da mola é –�0. Uma força adicional ∆� resulta em um incremento ∆� na deflexão de forma que �0 + ∆��= �(�0 + ∆�). Expandindo em série de Taylor em relação à posição de equilíbrio tem-se ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) �+∆′′′+∆′′+∆′+=∆+=∆+ 30200000 !3!2 � �� � �� ���������� (2.14) Mecânica das Vibrações - Capítulo 2 – Conceitos Básicos de Vibrações 30 !"#��$ �� – Linearização de molas. Para pequenas deformações ∆�, se a função �(�) é suficientemente suave, desprezando os termos de ordem mais alta e considerando �0 = �(�0), tem-se ( ) ���� ∆′=∆ 0 (2.15) que é uma relação linear e significa que a constante de rigidez � é a derivada da função � = �(�), calculadas na posição de equilíbrio (tangente). Não há uma forma simples de determinar o erro deste procedimento. Isto depende da função �(�), dos padrões de precisão utilizados e dos propósitos da análise. 8(+,/� �& � Um instrumento eletrônico de massa � = 8 kg é montado sobre quatro suportes elásticos (forma de coxins) de uma borracha especial. A relação ������ �� ��� ���� de cada suporte é dada na Figura 2.13. Determinar a constante de rigidez entre o instrumento e o solo na direção vertical. !"#��$ ��%– Instrumento sobre suportes elásticos não lineares. ��/�� �0 Como os suportes apresentam comportamento não linear, encontra-se, inicialmente a posição de equilíbrio, e, neste ponto calcula-se a constante de mola equivalente como a inclinação da curva ����������� ���� neste ponto. Cada suporte pode receber uma pré-carga estática de 8 x 9,81/4 = 19,62 N. A deflexão estática é obtida da equação ����������� ���� m 106,2 100051062,19 3 0 2 00 3 − − ×= +=× � �� (a) A constante de rigidez de um único suporte, calculado em � = �0, pela equação (2.15), é ( ) N/m 102,101020005 330 0 ×=×+== = � �� �� � [[ (b) Como são quatro molas em paralelo N/m 108,404 3×== �� HT (c) Mecânica das Vibrações - Capítulo 2 – Conceitos Básicos de Vibrações 31 � ���& � 1�/$* ���'"��$"* Os elementos básicos do sistema vibratório foram definidos em relação ao movimento de translação. Existem sistemas, entretanto, que executam movimento de rotação (vibrações torcionais). Há uma completa analogia entre sistemas em vibração axial (movimento de translação) e torcional (movimento de rotação): os elementos básicos são molas torcionais, amortecedores torcionais e discos possuindo momento de inércia de massa. Se chamarmos os deslocamentos angulares nas duas extremidades de uma mola torcional de θ1 e θ2, o torque de restituição da mola $P, a curva $ P ������� θ2 − θ1 será similar à curva apresentada na Figura 2.5b. 8(+,/� �4 2 O eixo em torção mostrado na Figura 2.14a, é constituído de dois segmentos de comprimento e rigidez torcional diferentes e está engastado na sua extremidade esquerda possuindo um disco na sua extremidade direita. Os dados relativos a cada um dos segmentos do eixo são os seguintes: �"()1�'�28700�N.m2������������������ 1�'�4�m �"()2�'�14350�N.m2 ����������������� 2�'�3�m Assumindo que o eixo atua como uma mola torcional, calcular o deslocamento angular do disco causado por um torque de 115�N�m%�Usando este resultado, calcular a constante de mola equivalente. θ2θ1 ("()1("()1 ("()2 ("()2 1 1 2 2 θ1 θ2θ1 $ $ $ $ (a) (b) !"#��$ ��& 2 Eixo com dois segmentos com disco na extremidade livre. ��/�� � � 2 Sendo θ1 e θ2 os deslocamentos angulares das extremidades direitas dos segmentos 1 e 2 respectivamente, da Resistência dos Materiais obtém-se ( ) rad 0160,028700 4115 1 1 1 = × = = "( $ θ (a) e ( ) rad 0240,014350 3115 2 2 12 = × = =− "( $ θθ (b) O deslocamento angular total do disco será rad 0400,0rad 0240,0rad 0160,02 =+=θ (c) Isto permite que se calcule imediatamente a constante de mola equivalente rad N.m 2870 0400,0 115 2 === θ $ � HT (d) ��/�� � - O mesmo problema pode ser resolvido considerando os dois segmentos de eixo como representando duas molas torcionais em série. De fato, usando as equações (a) e (b), as constantes de mola para os dois segmentos do eixo podem ser escritas na forma ( ) ( ) rad N.m 333,4783 3 14350 rad N.m 7175 4 28700 2 2 12 2 1 1 1 1 === − = ==== "($ � "($ � θθ θ (e) de forma que, usando a Eq. (2.12) ou (2.13), obtém-se rad N.m 2870 333,4873 1 7175 1 1 11 1 21 = + = + = �� � HT (f) Mecânica das Vibrações - Capítulo 2 – Conceitos Básicos de Vibrações 32 � � � /(+(���0 $+���('(��� � �$�$'�(�)*�"'$0 $+���('"+(��� O elemento que relaciona forças com velocidades é conhecido genericamente como � ���������. O amortecedor é constituído por um pistão montado com folga dentro de um cilindro cheio de um líquido viscoso (óleo, água, etc.), de forma que o fluido possa passar através do pistão. A Figura 2.15a apresenta um esquema deste elemento. Assume-se também que o amortecedor não possui massa, de forma que a força � G , aplicada em uma de suas extremidades possa ser balanceada por uma outra força de mesma magnitude e sentido contrário, aplicada na outra extremidade. Se estas forças � G , causam um cisalhamento suave no fluido viscoso, a curva � G ������� � �� �2 1− será aproximadamente linear, como mostra a Figura 2.15b. A constante de proporcionalidade , que é a inclinação da curva, é chamada de ���� � ���� �� � ����� ���� � �����. As unidades de no SI são �������������� ��� ���� ����� �. � G �2����1 (b) � G � G �1 �2 (a) !"#��$ ��4 2 Elemento amortecedor. A relação entre força e velocidade é então, expressa por ( )� � � G = −2 1 (2.16) O amortecedor tem como função física em um sistema vibratório, representar a capacidade que o sistema possui de dissipar energia. � � �� � !)*"'$ �� $+���('(��� Um amortecedor viscoso simples consiste de duas placas separadas por uma camada de fluido de espessura �. viscosidade do fluido é η. A Tabela 2.1 apresenta a viscosidade de alguns fluidos utilizados em amortecedores. As duas placas se movem relativamente com velocidade � como ilustra a Fig. 2.16. A força de resistência ao movimento (atrito viscoso) é � � � � η = (2.17) A constante de amortecimento, que relaciona força com velocidade, é então � � η = (2.18) onde � é a área da placa pequena que entra em contato com o fluido. !"#��$ ��5 – Modelo físico de amortecedor. Amortecedores lineares podem ser combinados em série ou paralelo da mesma forma que as molas. � � � � �+���('(���(* � � /"�($�(* O amortecedor mostrado na Fig. 2.16 necessita de uma grande área � e de uma fina espessura de fluido para produzir forças de amortecimento elevadas, como se deduz da Eq. 2.17. Em virtude disso, outras montagens são utilizadas e, em muitos casos a relação ���������� � �����se torna não linear como ilustra a Fig. 2.17. Mecânica das Vibrações - Capítulo 2 – Conceitos Básicos de Vibrações 33 !"#��$ ��6 – Curva ���������� � ���� de um amortecedor não linear. O procedimento de linearização é o mesmo adotado para as molas. Uma aproximação utilizada com freqüência quando a velocidade não é constante é considerar a constante de amortecimento calculada como a derivada da curva ���������� � ���� para velocidade zero (considerando carregamento estático), na forma ( ) 0= = [ �� ��� & � � (2.19) �"*'�*"�$�( �"�<+"'$ η =��*>+�? $ 1$�(�"$/ �(�*"�$�( =@#>+�? ;� 5;� 9;� �#�$ 1000 1,0 x 10-3 0,47 x 10-3 0,35 x 10-3 �� 1,225 0,018 x 10-3 0,020 x 10-3 0,021 x 10-3 A/(� �� �; 890 (média) 0,120 0,035 0,0065 A/(� �� %; 890 (média) 0.350 0,085 0,012 A/(� �� 5; 890 (média) 1,08 0,300 0,035 B$*�/"�$ 819 0,652 x 10-3 0,392 x 10-3 0,329 x 10-3 C�(��*(�( 814 1,8 x 10-3 �$-(/$ �� – Propriedades relacionadas ao amortecimento de fluidos. 8(+,/� �5 � Para amortecer o movimento de um ponteiro de um instrumento, o mesmo é conectado a uma lâmina de aço com 30 x 30 mm posicionada entre duas placas, com um espaço de 0,1 mm de cada lado e confinada a se mover em uma direção permanecendo paralela às placas. Determinar a constante de amortecimentose o espaço entre as placas é preenchido com óleo de viscosidade η = 20 mPa�s. ��/�� �0 O amortecimento é devido a um atrito viscoso, aplicando-se a Eq. 2.18, com � = 2 � 0,03 � 0,03 = 1,8 � 10-3 m2, � = 0,0001 m. Portanto = 20 � 10-3 � 1,8 �� 4 3 10 10 − − = 0,36 N�s/m. 8(+,/� �6 � Um amortecedor viscoso torcional consiste de dois cilindros concêntricos formando uma folga anular preenchida com um fluido viscoso. O amortecedor viscoso mostrado na Fig. 2.18 possui raio � = 0,50 m, comprimento = 0,75 m e folga � = 0,125 mm. O óleo possui viscosidade η = 6 � 10-3 n�s/m2. Determinar a constante de amortecimento torcional definida pela relação θ� W �� −= , onde � é o torque de amortecimento e θ é o ângulo de rotação. �������� Sendo θ� a velocidade angular, a velocidade periférica é θ��� = . Em um arco �θ de comprimento ��θ� atua uma força de corte devida à viscosidade do óleo, como na equação 2.17: θθηη �� � ��� � � � −=−= (a) O momento em relação ao eixo do cilindro é θθη � � �� � ��� � 3 −== (b) Integrando se produz Mecânica das Vibrações - Capítulo 2 – Conceitos Básicos de Vibrações 34 θπηθθη ππ �� � �� � � �� ��� 32 0 32 0 2 −=−== ∫∫ (c) Portanto a constante de amortecimento será smN 3,28 10125,0 50,075,010622 3 333 ⋅⋅= × ×××× =−= − −ππη � �� � W (d) � ��� ���� – Amortecedor viscoso torcional. ������� ��� � Um amortecedor fluídico, como o tipo utilizado como absorvedor de choques, consiste de um pistão de comprimento � que possui dois furos de diâmetro δ (Figura 2.19). Determinar a constante de amortecimento assumindo que o diâmetro do pistão seja � e o óleo possua viscosidade dinâmica η e densidade ρ. �δ � ��� ���� – Amortecedor viscoso de pistão �������� Para fluxo laminar em tubos, a variação de pressão é dada pela fórmula de Darcy � � 2 1 2 δρ=∆ (a) onde o fator de atrito é ρδ η � � 64 = (b) Portanto � � 2 32 δ η =∆ (c) onde � é a velocidade média do óleo fluindo através dos dois furos. Devido à continuidade do fluxo � � � 2 2 1 = δ (d) se � é a velocidade do pistão. Portanto Mecânica das Vibrações - Capítulo 2 – Conceitos Básicos de Vibrações 35 � �� 2 22 32 =∆ δδ η (e) Assumindo que os furos são pequenos comparados ao diâmetro do pistão e que não há fluxo na folga entre o pistão e o cilindro, a força sobre o pistão em função de ∆ é � � � � 42 4 4 =∆= δηπ π (f) A constante de amortecimento como definida pela relação = ��, é, portanto 4 4 = δηπ � �� (g) Para � furos 48 = δ ηπ � � � � (h) ����� � ��������� ����� � ����������� ��� ����� �� ������� � �!�� � O elemento que relaciona forças com acelerações é o que representa a inércia do sistema, sendo conhecido como ����. De acordo com o que estabelece a Segunda Lei do Movimento de Newton, a força L� é proporcional à aceleração � quando medidos no mesmo referencial e a constante de proporcionalidade é � (Figura 2.20). A unidade de massa é básica no SI: �� ����� � ����. O elemento massa é aquele que representa a capacidade física do sistema em armazenar energia cinética. A vibração é o fenômeno físico que ocorre com a troca sistemática de energias cinética e potencial entre a massa e mola. Neste processo o amortecimento responde pela energia que é dissipada. L � (b) L (a) � � � ��� ���" # Elemento massa. ���� ��� � $����� ��� ������� �%� &������� Para fins de qualquer análise estática a massa equivalente de um sistema constituído de várias massas é igual à soma das massas individuais. �eq = �1 + �2 + ... + �n (2.20) Em sistemas dinâmicos, como o movimento das diversas massas é normalmente diferente o mesmo não se aplica para todos os casos. O princípio básico a ser respeitado quando se quer determinar a massa equivalente de um determinado sistema é o da conservação da capacidade de conservar energia cinética. Em outras palavras, o sistema equivalente deve possuir sempre a mesma energia cinética do sistema real. A expressão para a energia cinética é 2 2 1 ��� �= (2.21) ������� ��� � Um mecanismo came-seguidor, mostrado na Fig. 2.21, é utilizado para converter movimento de rotação de um eixo no movimento alternativo de uma válvula. O sistema consiste de uma haste de massa � S ��um balancim de massa � U e momento de inércia � U em relação ao seu centro de gravidade C.G., uma válvula de massa � Y , e uma mola de Mecânica das Vibrações - Capítulo 2 – Conceitos Básicos de Vibrações 36 massa desprezível. Determinar a massa equivalente � HT deste sistema came-seguidor assumindo a localização de � HT como (a) ponto A, (b) ponto B. O deslocamento linear da haste é � S e da válvula é � Y . Came Eixo Seguidor de rolamento Haste Balancim Mola da Válvula Válvula �3 �1 �2 GOA B � S � U � Yθ U � ��� ���� # Sistema came-seguidor �������� Devido ao deslocamento vertical da haste, � S , o balancim gira um ângulo θ U S � �= 1 em relação ao ponto de pivotamento, a válvula se move para baixo � � � � �Y U S = =θ 2 2 1 e o C.G. do balancim se move para baixo � � � � �U U S = =θ 3 3 1 . A energia cinética do sistema é igual à soma das energias cinéticas de cada elemento � � � � � � � � S S Y Y U U U U = + + + 1 2 1 2 1 2 1 2 2 2 2 2� � � �θ (a) onde �� S , �� U e �� Y são as velocidades lineares da haste, C.G. do balancim e da válvula, respectivamente, e �θ U é a velocidade angular do balancim. (a) Se � HT é a massa equivalente do sistema, localizada no ponto A, com � �� � HT S = , a energia cinética total do sistema equivalente � HT é dada por � � � HT HT HT = 1 2 2� (b) Como � � , � � , � � , � � � � � � � � � � � � � �S HT Y HT U HT U HT = = = = 2 1 3 1 1 e θ (c) igualando as expressões (a) e (b) resulta � � � � � � � � � �HT S U Y U = + + + 1 2 2 2 1 2 3 2 1 2 (d) Mecânica das Vibrações - Capítulo 2 – Conceitos Básicos de Vibrações 37 (b) Da mesma forma, se a massa equivalente está localizada no ponto B, � �� � HT Y = , e a expressão (b) se transforma em � � � HT HT Y = 1 2 2� (e) e igualando (a) com (e) resulta � � � � � � � � � �HT Y U S U = + + + 2 2 1 2 2 2 3 2 2 2 (f) ������� ���" � Determinar a massa efetiva de uma mola de massa total � V . � �� � � �� � ��� ���� # Massa efetiva da mola. �������� Sendo �� a velocidade da massa concentrada �, a velocidade de um elemento da mola, localizado a umadistância � de sua extremidade fixa, varia com �. Supondo que esta variação é linear, a mesma pode ser expressa na forma � �� � � � = (a) Se a massa de um elemento de comprimento �� é �� � � ��[= , a energia cinética total da mola pode ser obtida por integração � � � � � � �� � � PROD V V O = =∫12 12 3 2 2 0 � � (b) Se a energia cinética equivalente é dada pela expressão (b) do exemplo 2.9, e � �� � HT = , comparando com a expressão (b) deste exemplo, a massa efetiva (ou equivalente) da mola é � � HII V = 3 (c) Muitas vezes, quando existem molas de massa considerável no sistema mecânico estudado, utiliza-se a expressão (c) para incluir o efeito da massa da mola. ������� � � ������ ���� ��� �� �������� � �!�� � Em movimentos rotacionais, a energia cinética é dada pela expressão 2 02 1 ω�� = (2.22) Desta forma o parâmetro equivalente à massa é o momento de inércia �0. É, então importante conhecer esta característica dos corpos físicos. Sendo o corpo sólido mostrado na Fig. 2.23, e ��� os eixos coordenados cartesianos, os momentos de inércia são definidos por Mecânica das Vibrações - Capítulo 2 – Conceitos Básicos de Vibrações 38 ( ) ( ) ( )∫ ∫ ∫ += += += ����� ����� ����� ] \ [ 22 22 22 (2.23) � � � � � � �� � ��� ���� – Momentos de inércia. O momento de inércia equivalente de vários sólidos rigidamente ligados, em rotação plana em torno de um ponto �, pode ser obtido pela aplicação do teorema de Steiner ( ) ( ) ( )2 2 20 1 1 1 2 2 2* * *Q Q Q� � � � � � � � � �= + + + + + +� (2.24) onde � *1, �*2, ��� , �*Q são os momentos de inércia das massas individuais em relação aos seus centros de massa, �1, �2, ��� , � Q as distâncias destes centros a partir de �, e �1, �2, ��� , �Q, as respectivas massas. O momento de inércia equivalente em relação a um eixo de rotação de vários sólidos possuindo uma relação fixa de velocidades angulares (pares de engrenagens, por exemplo), pode ser obtido observando o par de engrenagens mostrado na Fig. 2.24. As duas engrenagens se movem com uma relação fixa de velocidades angulares θ1/θ2 = ω1/ω2 = �2. � ��� ���' – Vibração torcional de um par de engrenagens. A aplicação da Segunda Lei de Newton para a rotação (também conhecida como Lei de Euler), aplicada às duas engrenagens produz 1 1 1 1 1 1 2 2 2 2 2 2 7 7 � � � � � � � � θ θ θ θ + = − + = − �� �� (2.25) Mecânica das Vibrações - Capítulo 2 – Conceitos Básicos de Vibrações 39 Eliminando a força de interação, desconhecida, com �2 = �2/�1, tem-se 2 2 2 1 1 1 1 12 2 2 2 2 7 7 � � � � � � � � � θ θ + + + = + �� (2.26) O momento de inércia equivalente é então 2 1 2 2 HT � � � � = + (2.27) Por analogia, a constante de rigidez equivalente é 2 1 2 2 7 HT 7 � � � � = + (2.28) ������� ���� – Determinação do centro de massa e momento de inércia de um sólido. Para determinar o centro de massa e o momento de inércia de uma biela de um motor de um navio, a mesma foi analisado como segue: a. Foi inicialmente suspensa por um cabo como mostrado na Fig. 2.25a e a linha do cabo foi projetada sobre a biela. O ponto de interseção com o eixo de simetria � foi registrado. Foi medida a distância �1� = 1,10 m. b. A biela foi pesada resultando � = 60 kg. c. A biela foi suspensa por um ponto O1, como mostra a Fig. 2.25b, a partir de um pivô e foi feito oscilar em torno do pivô. Foi medido o período de oscilação � = 1,65 s. Encontrar o centro de massa e o momento de inércia em relação a um eixo perpendicular ao plano de oscilação que passa por �. � ��� ���( – Determinação do centro de massa da biela. �������� a. O centro de massa é o ponto S. b. A freqüência natural de um pêndulo composto é dada por Mecânica das Vibrações - Capítulo 2 – Conceitos Básicos de Vibrações 40 1 2 Q 2 ��� � ω = (a) O momento de inércia é, então 1 22 Q ��� � ω = (b) sendo � = �1� = 1,10 m, � = 60 kg e � = 9,81 m/s2, 1 2 2 60 9,81 1,10 237,8 kg m 1,652 � × × = = ⋅ (c) Como o desejado é o momento de inércia em relação ao centro de massa, o teorema de Steiner produz 1 2 2 2237,8 60 1,1 165, 2 kg m 6 2 � � ��= − = − × = ⋅ (d) ������� ���� � Determinação da altura metacêntrica de um navio (Thomson, 1993). O ��������� �� de um navio é o ponto de interseção da resultante da força de empuxo e a linha de centro do navio e é constante para pequenos movimentos de “rolling”, como mostra a Fig. 2.26. A distância ! = (�") entre o metacentro e o centro de massa ", que é também o eixo de simetria, é chamada altura metacêntrica sendo o parâmetro de projeto básico para o navio. O metacentro atua como um pivô de um pêndulo físico. Achar a altura metacêntrica através de um experimento envolvendo a freqüência natural de oscilação por “rolling” e pela altura do navio, que é cuidadosamente considerada durante a construção do navio. � ��� ���) – Navio em oscilação. Solução: O momento de inércia em relação ao metacentro, pelo teorema de Steiner é 2 0 * � � �!= + (a) A freqüência natural de oscilação do pêndulo físico será então 2 2Q 0 * ��! ��! � � �! ω = = + (b) Portanto 2 2 2 0 Q * Q � ! ��! �ω ω− + = ou 2 2 2 4 2 * Q Q � � � �! ω ω + − = (c) Mecânica das Vibrações - Capítulo 2 – Conceitos Básicos de Vibrações 41 ��� # *�+� �� � , -����� Um sistema vibratório é um sistema dinâmico para o qual as variáveis tais como as excitações (causas, entradas, inputs) e respostas (efeitos, saídas, outputs) são dependentes do tempo. A resposta de um sistema vibratório depende, geralmente, das condições iniciais e das ações externas. Isto faz com que seja necessário estabelecer um procedimento de análise que permita o entendimento das influências de cada um dos fatores. O procedimento geral é o que começa com o estabelecimento de um modelo físico, determinação das equações diferenciais que governam o movimento (modelo matemático), solução destas equações e interpretação dos resultados. ����� # $� ��� ��� �� Fundação Punção Matriz Estrutura Solo Solo Massa da Fundação Massa da Matriz (a) (b) Amortecimento do Solo Rigidez do Solo Rigidez do Elemento Elástico Amortecimento do Elemento Elástico Força do Punção Elemento Elástico � ��� ���. – Modelo físico de uma prensa. O propósito da modelagem física é representar todos os aspectos importantes existentes no sistema para que se possa determinar as equações matemáticas que descrevem o comportamento do mesmo. O modelo deve então traduzir suas características físicas nos elementos vibratórios básicos, como ilustra a Figura 2.27. O modelo pode ser mais ou menos complexo, de acordo com as necessidades e com a capacidade de solução das equações do movimento: modelos mais complexos (com mais elementos) produzem um maior número de equações, cuja solução dificilmente é possível sem o auxílio de um computador. Como na maioria dos casos isto não é mais um fator limitante, é possível produzirmodelos mais precisos. A consideração precisa de efeitos que apresentam modelo matemático de maior complexidade (resistência do ar, por exemplo) muitas vezes aumentam a dificuldade de solução das equações sendo realizada apenas em análises mais qualificadas. Outro fator é que muitas vezes a análise a se realizar tem propósitos de aplicação simples e direta, não exigindo um refinamento muito elevado sendo possível conseguir boas interpretações em sistemas razoavelmente simples (no caso de estudo de problemas simples em manutenção). Mecânica das Vibrações - Capítulo 2 – Conceitos Básicos de Vibrações 42 ����� # $� ��� $����+� �� A partir do estabelecimento do modelo físico, são utilizados os princípios da dinâmica para determinar as equações diferenciais do movimento. Estas são geralmente na forma de um conjunto de equações diferenciais ordinárias para sistemas discretos e equações diferenciais parciais para sistemas contínuos. As equações podem ser lineares ou não lineares, dependendo do comportamento dos componentes do sistema. Entre os métodos utilizados para determinar as equações do movimento, os mais freqüentemente encontrados são a 2a Lei de Newton, o Princípio de d’Alembert (Princípio do Trabalho Virtual) e as Equações de Lagrange (Princípio da Conservação da Energia). ����� - ������� �� �%���/�� � $�& ����� Dependendo da natureza do problema, uma técnica específica deve ser usada para resolver as equações do movimento. As técnicas mais freqüentemente utilizadas são as seguintes: métodos de solução de equações diferenciais ordinárias, método da Transformada de Laplace, métodos matriciais e métodos numéricos. ����' # 0������������ �� 1������ �� A solução das equações do movimento apresenta os deslocamentos, velocidades e acelerações das várias massas do sistema. Estes resultados devem ser interpretados segundo o propósito da análise que está sendo realizada e as possíveis implicações dos resultados. ��' # , -����� 2 &�� � � ������ 3�� *������ �� O estudo de sistemas vibratórios deve começar por sistemas simples que apresentem características básicas capazes de permitir a análise de uma série de fenômenos presentes em sistemas mais complexos. Sistemas de um grau de liberdade são sistemas ideais, capazes de representar uma reduzida parte dos sistemas reais presentes no mundo físico, assim mesmo com uma grande dose de simplificação. Por outro lado, estes mesmos sistemas apresentam características que fundamentam o entendimento da maioria dos aspectos básicos que estão presentes em sistemas mais complexos. Problemas como ressonância, transmissibilidade, balanceamento e isolamento podem ser devidamente equacionados em sistemas de um grau de liberdade com posterior extensão dos conceitos para problemas de ordem maior. Além disso, estimativas de comportamento podem ser estabelecidas com relativa facilidade e simplicidade matemática quando se cria um modelo simples para um sistema complexo. Razões como estas justificam a introdução do estudo de sistemas de um grau de liberdade em cursos de vibrações em engenharia. Em primeiro lugar é necessário definir ���#� ��� �$%������. É o número mínimo de coordenadas capazes de representar completamente o movimento de um sistema. Com isto, apenas uma coordenada é capaz de representar inteiramente o movimento, sendo esta coordenada chamada � ���������������$����. Alguns exemplos de sistemas de um grau de liberdade são mostrados na Figura 2.28. (a) � �� � �� � (b) �&0 comprimento livre comprimento alongado (c) � ��� ���� # Sistema massa-mola. O sistema está em �$%��'( � �$��� quando seu movimento resulta apenas de condições iniciais, não havendo nenhuma causa externa atuando durante o movimento. O movimento de um pêndulo é um exemplo de vibração livre. Uma outra característica importante da vibração que será explorada neste capítulo é o �� ����$���� que representa a capacidade do sistema em dissipar a energia vibratória. Alguns modelos típicos de amortecimento como viscoso, atrito seco (Coulomb) e atrito interno serão estudados nas seções seguintes. ��'�� # �%����� � ��& ����� A Figura 2.29a mostra um modelo simples de um sistema de um grau de liberdade sem amortecimento, o conhecido sistema massa-mola. Aplicando a Segunda Lei de Newton, pode-se construir o diagrama de corpo livre da massa �� mostrado na Figura 2.29b. A equação do movimento é então Mecânica das Vibrações - Capítulo 2 – Conceitos Básicos de Vibrações 43 ( )�� � � �� HVW �� = − + +δ pela condição de equilíbrio estático quando o movimento não existe, sabe-se que �� � HVW = δ , podendo-se escrever a equação diferencial do movimento em sua forma conhecida �� ����+ = 0 (2.29) A mesma equação pode ser obtida utilizando o Princípio da Conservação da Energia. Como o sistema não possui amortecimento, toda a energia concedida inicialmente permanece invariável durante o tempo em que acontece o movimento. Isto é expresso por �� )� �� *� +� *� � �,������ onde � é a �����$�� �$�-�$�� e �� é a �����$�� ����$�� associadas ao movimento. A conseqüência matemática da conservação da energia é ( )�+ �� � �� � �= + = 0 (2.30) posição de equilíbrio estático posição final x ���)��� (b) m �(δ st + �) �� (c) δ st � �� Energia Potencial Posição de equilíbrio estático Força de mola O (d) � � &0 + δst (a) � �δ st �� � ��� ���� # Sistema massa-mola em posição vertical A energia cinética é armazenada pela massa, dependendo da velocidade, sendo dada por � ��= 1 2 2� , enquanto que a energia potencial é armazenada pela mola, na forma de deformação, sendo � ��= 1 2 2 . Introduzindo estes termos na equação 2.30 tem-se ( )� �� � � � �� �� �� ��� ���+ = + = + = 1 2 1 2 02 2� ��� � resultando na mesma equação 2.29. A equação 2.29 é uma equação diferencial ordinária, de segunda ordem (derivada de maior ordem), linear (todos os termos estão linearmente relacionados com � e suas derivadas), de coeficientes constantes (��e � não variam com o tempo) e homogênea ( o termo independente é igual a 0). A solução desta equação é dada por ( )� � � � Q Q = +1 2sen cosω ω (2.31) onde 1 e 2 são constantes de integração. Derivando duas vezes (2.31) e substituindo em (2.29) encontra-se ( )� � � � Q Q Q − + =ω ω ω2 1 2 0( sen sen ) (2.32) Para que a equação (2.32) seja satisfeita, é necessário que Mecânica das Vibrações - Capítulo 2 – Conceitos Básicos de Vibrações 44 ( )� � � �Q Q − = =ω ω2 20 ou (2.33) A solução (2.31) tem as mesmas características daquela obtida em Resistência dos Materiais, para a equação da linha elástica. Lá o problema é espacial (variável independente é a posição) conhecido como � %������ � �� �� �� e as constantes � e � são obtidas através de equações auxiliares geradas pelas � ��$'.�,� ��� � �� �� associadas ao problema em estudo. No caso presente o problema se apresenta no domínio do tempo e é conhecido como � %������ ���� ��$�$�$��� e as constantes � e � dependem das condições iniciais do movimento. Se os valores iniciais do deslocamento e da velocidade (que representam a energia total introduzidapara gerar o movimento livre), são conhecidos e dados por � � �e � �� tem-se ( ) ( ) � � � � � � Q = = = = = = 0 0 0 1 0 2� ω de forma que a solução da equação diferencial do movimento se torna ( )� � � � � � Q Q Q = +0 0cos senω ω ω (2.34) O movimento representado em (2.34) é um movimento harmônico de frequência igual a ω Q . Esta é a frequência com que o sistema oscila quando está livre sem amortecimento. Por este motivo é chamada de ����� �� � ��� �� de oscilação. Esta frequência natural terá muita importância quando se estudar a vibração forçada, sendo uma das características mais importantes de um sistema do ponto de vista dinâmico. Tratando-se de uma oscilação harmônica, é importante representar a expressão (2.34) em uma forma mais simples, contendo um seno ou coseno apenas. Com o auxílio de relações trigonométricas, (2.34) pode ser escrita como ( ) ( )0 cos Q� � � �ω φ= − (2.35) onde � � � � � Q Q 0 0 2 0 2 0 0 = + ω φ ω e =tan -1 � � � φ � � ��� ���" # Vibração livre sem amortecimento (movimento harmônico) ������� ���� # Encontrar a frequência natural de vibração na direção vertical do sistema de elevação mostrado na Figura 2.8a �������� O sistema de elevação pode ser idealizado como um sistema de um grau de liberdade com duas molas associadas em série (viga em balanço e corda, são os elementos elásticos), cuja rigidez equivalente é dada por � � � � �HT E U E U = + (a) onde � E é a rigidez da viga em balanço sob flexão e � U é a rigidez do cabo de aço sob tração. Mecânica das Vibrações - Capítulo 2 – Conceitos Básicos de Vibrações 45 � �� � � � � � � � � �� � � � � � � � E U = = = = = = 3 3 12 4 4 4 3 3 3 3 3 2 2 e π π resultando em uma rigidez equivalente � � � � � � � �HT = + 4 2 3 2 3 3 π π e a frequência natural é dada por ω π πQ HT HT � � � � � �� � � � � � � � = = = + 4 2 3 2 3 3 (b) ������� ���' # Determinar a frequência natural do sistema de polias mostrado na Figura 2.31. Assumir que não há atrito entre cabo e polias e as massas das polias e do cabo são desprezíveis. Polia 1 Polia 2 P [ N1 N2 � ��� ���� # Sistema de elevação com polias. �������� Idealizando novamente o sistema como um sistema de um grau de liberdade, a frequência natural também pode ser obtida usando o conceito de rigidez equivalente. Como não há atrito entre polias e cabo e as polias não possuem massa, a tensão na corda é constante e igual ao peso � da massa �. Então a força que atua na polia 1, puxando- a para cima é ��, e a força que atua na polia 2, puxando-a para baixo também é ��. O centro da polia 1 se desloca ���� � para cima, e o centro da polia 2 se desloca ���� � , para baixo. O deslocamento total da massa ��é 2 2 2 1 2 � � � � + A constante de mola equivalente do sistema é obtida considerando peso da massa constante de mola equivalente deslocamento da massa= , portanto ( ) ( ) � � � � � � � � � � � � � � HT = + = + = + 4 1 1 4 4 1 2 1 2 1 2 1 2 1 2 e keq Se a equação do movimento da massa é escrita como �� � � HT ��+ = 0 então a frequência natural é dada por Mecânica das Vibrações - Capítulo 2 – Conceitos Básicos de Vibrações 46 ( ) ( )ω ω π πQ HT Q Q � � � � � � � � � � � � � = = + = = + 1 2 1 2 1 2 1 24 2 1 4 rad / seg ou Hz (ciclos / seg) ������� ���( � Um rolo compactador de solo consiste de um cilindro de massa � e raio �, que está conectado a um trator por uma mola de constante � como mostra a Fig. 2.32. Encontrar a sua equação diferencial do movimento, assumindo queo mesmo está livre para rolar sobre a superfície horizontal sem deslizamento. � ��� ���� – Rolo compactador de solo. �������� Aplicando a 2ª Lei de Newton ao movimento do cilindro, usando como coordenada o movimento do centro de massa do mesmo, � ��=∑ �� (a) ou I �� �� �= − +�� (b) onde � I é a força de atrito, ainda desconhecida. Usando a equação, 2 � θ=∑ 2 I � �θ = −�� (c) ou 21 2 I � �� � � � = − �� (d) e, portando, 12I� ��= − �� . Substitui-se esta expressão para �I na equação das forças para obter 1 2 �� �� ��= − −�� �� (e) ou 3 0 2 �� ��+ =�� (f) ��'�� # $!�� � � ���� � � 1�4�� 5 Uma das mais importantes contribuições de Lord Rayleigh no campo das vibrações foi o método apresentado para determinação da frequência natural do sistema de um grau de liberdade. Mais tarde Ritz estendeu o método para determinação da primeira frequência natural de um sistema de mais de um grau de liberdade. O Método de Rayleigh se fundamenta no Princípio da Conservação da Energia, se aplicando, portanto, apenas a sistemas conservativos (sem amortecimento). Como a energia total � é constante, a soma das energias cinética e potencial em dois instantes de tempo quaisquer são iguais � � �!�" � �#�� � �!�" � �#������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������(2.36) onde � � �e�" �� são as energias cinética e potencial no tempo 1 e � �� e " � são as energias cinética e potencial no tempo 2. Estabelecendo-se a posição de equilíbrio estático como a posição referencial de energia potencial (a energia potencial depende do referencial, que pode ser escolhido arbitrariamente) e o tempo 1 for o tempo em que o sistema passa por esta posição, então " � � #� $� � � e, como a energia total é constante e igual à soma das energias cinética e potencial, a energia cinética neste tempo deve ser máxima, ou � � � �#�� PD[ � . Por outro lado, ao se escolher o tempo 2 como o tempo em que o sistema atinge seu máximo deslocamento, isto produz uma energia potencial máxima " � � �# Mecânica das Vibrações - Capítulo 2 – Conceitos Básicos de Vibrações 47 " PD[ �e, como o movimento é oscilatório, a velocidade neste mesmo tempo é nula e � � ��#�$ . Utilizando (2.36), isto se traduz em � PD[ �#�" PD[ (2.37) que é a expressão fundamental do Método de Rayleigh. ������� ���) # Utilizar o Método de Rayleigh para determinar a frequência natural de um tubo semicircular de massa ��e raio � que rola lateralmente sem deslizar, como mostra a Figura 2.33. �������% Ao se utilizar o Método de Rayleigh, é necessário determinar as energias cinética e potencial máximas. Rolando sem deslizar, o tubo realiza, instantaneamente, um movimento de rotação pura em torno do ponto A. A velocidade de rotação é igual à frequência de oscilação, sendo portanto ω Q �. Então � � PD[ $ Q = 1 2 2ω como ( ) ( ) ( ) ( )� � � � � � � � �� � � � �� � $ &* 2 = + − = − + − = − + − = − 2 22 2 2 2 2 então ( )� �� � PD[ Q = − ω 2 �� θ � O CG A (a) (b) � ��� ���� - Tubo semicircular. A energia potencial é gravitacional, sendo expressa por " PD[ #��� &'(cosθ) Utilizando (2.37) tem-se que ( ) ( ) ( ) ( ) �� � �� � � � Q Q − = − = − − ω θ ω θ 2 1 1 cos cos e ������� ���. � Resolver o problema do exemplo 2.25 utilizando o Método de Energia. �������� Energia cinética do movimento de translação do centro de massa do rolo 21 2W � ��= � (a) Energia cinetica do movimento de rotação do rolo 21 2U 2 � φ= � (b) onde o momento de inércia do rolo é 21 22 ��= (c) Pela condição de rolamento sem deslizamento Mecânica das Vibrações - Capítulo 2 – Conceitos Básicos de Vibrações 48 ou � � � �φ φ= =� � (d) de forma que a energia cinética total é 2 2 2 21 1 1 3 2 2 2 4 � � �� �� �� � = + = � � � (e) A energia potencial se concentra na mola, sendo 21 2 " ��= (f) Aplicando o Princípio da Conservação da Energia ( ) 3 0 2 � � " �� �� � �� + = + = ∈ �� � (g) Simplificando, chega-se à equação 3 0 2 �� ��+ =�� (h) que é idêntica à eq. (f) do Exemplo 2.15. ������� ���� � Estruturas compostas. Determinar a frequência natural da vibração vertical de uma massa ligada a uma estrutura flexível como mostrado na Fig. 2.34. � ��� ���' – Estrutura composta. �������� A estrutura da Fig. 2.34 é considerada como duas molas associadas em série. O modelo é mostrado na Fig. 2.34a. Par a uma viba bi-apoiadaa constante de mola para a deflexão lateral no meio é 3 48�� � * = (a) ����� �: O sistema possui um grau de liberdade. Seleciona-se a coordenada �. ����� : Assume-se que a massa é deslocada �. As forças aplicadas são mostradas na Fig. 2.34d. � é ainda desconhecida. A compatibilidade dos deslocamentos exige que 1 2 12 1 2 3 1 2 3 1 2 12 3 3 1 2 3 1 2 3 2 2 , , , 2 1 1 1 2 4 4 4 4 � � � � � � � � � � � � � � � � � δ δδ δ δ δ δ δδ δ δ + = = = = + = + = + = + + = + + (b) Mecânica das Vibrações - Capítulo 2 – Conceitos Básicos de Vibrações 49 Então 1 2 31 4 1 4 1 � � � � � = + + (c) ����� !: A 2ª Lei de Newton estabelece 1 2 3 1 2 3 1 4 1 4 1 1 0 1 4 1 4 1 � �� � � � � �� � � � � − = − = + + + = + + �� �� (d) ����� ": A frequência natural é 1 2 3 1 1 4 1 4 1 Q � � � � ω + + = (e) ������� ���� � Vibração rotacional de sólidos. Um disco circular de raio + tem um furo de raio � a uma distância � do seu centro (Fig. 2.35). O disco está livre para girar no plano vertical em torno de um eixo perpendicular ao plano do disco e passando pelo seu centro. Determinar a frequência natural de oscilação do disco. � ��� ���( – Disco circular com furo. �������� O sistema é dinamicamente equivalente a um disco I com dois furos e um disco II menor, de massa � preenchendo o furo inferior. O Princípio de D’Alembert é aplicado para determinar a equação do movimento. Estabelece que as forças de inércia ��−∑ �� (também chamadas forças efetivas) estão em equilíbrio estático com as forças estáticas do sistema. Considere-se o disco deslocado de sua posição de equilíbrio por um ângulo θ. Considere-se as forças efetivas sobre o disco, isto é, os produtos ���� (forças efetivas) e 2 θ− �� (momentos efetivos). Além disso, assumir pequenos deslocamentos. O Princípio de D’Alembert exige que ( ) ( ) 0 HII 2 2 � �+ =∑ ∑ (a) ou, para pequenos ângulos, ( ) ( )sen 2 �� � �� � θ θ θ− − = ��� (b) Se � é a massa do disco sem furos, � a massa do material necessário para preencher um furo, 2 2 21 1 2 22 �+ �� �� = − + (c) e 2 2 21 1 0 2 2 �+ �� �� ���θ θ − − + = �� (d) ou Mecânica das Vibrações - Capítulo 2 – Conceitos Básicos de Vibrações 50 2 2 21 1 0 2 2 � + � � �� � θ θ − − + = �� (e) Mas 2 2 � + � � = (f) Portanto 4 2 2 1 1 0 2 2 + � � �� � � θ θ − − + = �� (g) Então ( ) ( )4 22 0,5 0,5Q �� � + � � � ω = − − (h) ������� ���" � Uma viga engastada, de aço, com comprimento igual a 1 m possui uma seção transversal retangular de 0,01 x 0,12 m2. Uma massa de 100 kg é anexada à sua extremidade livre como mostra a Fig. 2.36. Determinar a frequência natural do sistema para vibração vertical. � ��� ���) – Viga engastada. �������� Assume-se que a massa da viga é pequena. � YLJD = 7800 x 1 x 0,01 x 0,12 = 9,36 kg, mas se sabe que a sua massa efetiva é cerca de 1/3 deste valor, 3,12 kg, o que representa 3,12 % da massa colocada na extremidade. A deflexão na extremidade livre da viga engastada, devida a uma força lateral � ali aplicada é δ = �*3/3��. Portanto, para pequenas oscilações, a constante de mola é � = �/δ = 3��/*3. O momento de inércia da viga é � = �,3/12 = 0,12 x 0,013/12 = 10-8 m4, e o módulo de elasticidade do aço é E = 2,1 x 1011 N/m2. Portanto, � = 3 x 2,1 x 1011 x 10-8/13 = 6300 N/m. A equação do movimento livre não amortecido é 0�� ��+ =�� (a) resultando na frequência natural 6300 7,94 rad/s 100Q � � ω = = = (b) ����������� � A corda mostrada na Figura 2.37 está sob uma tensão �, que permanece constante para pequenos deslocamentos. Determinar a frequência natural da vibração vertical da massa � considerando pequenas oscilações. Despreze os efeitos da gravidade e a massa da mola. � ��� ���. – Massa suportada por uma corda tensionada. �������: Assumir que a massa está deslocada x na direção vertical. A tensão na corda é a força de restauração. Como a tensão é constante, as componentes verticais da tensão sobre a massa resultam em ( )[ ] *� �� −+− . Aplicando a 2ª Lei de Newton, a equação do movimento é Mecânica das Vibrações - Capítulo 2 – Conceitos Básicos de Vibrações 51 0= − ++ * � � ��� �� ou ( ) 0= − + � * �* �� �� (a) e ( ) * �* Q − =ω (b) ������� ���� � O pêndulo físico é um corpo rígido de massa � e está pivotado em um ponto localizado a uma distância � do seu centro de massa G (Figura 2.38). O corpo pode oscilar livremente devido à sua própria força gravitacional. Determinar a frequência de oscilação do pêndulo. � ��� ���� – Pêndulo físico. �������� A aplicação da 2ª Lei de Newton para momentos em torno do ponto O, que é o eixo de rotação, produz sen 2 ���θ θ= −�� (a) onde 2 é o momento de inércia do corpo em relação ao eixo de rotação. Considerando apenas pequenas oscilações, sen θ θ� e 0 2 ��� θ θ+ =�� (b) e Q 2 ��� ω = (c) Como a frequência natural do pêndulo simples de comprimento � é Q � �ω = , 2 �� pode ser definido como o comprimento equivalente do pêndulo simples. ����# A frequência natural de pêndulos compostos é utilizada para determinar o momento de inércia quando a geometria é complicada. O corpo deve ser pivotado em um ponto não coincidente com seu centro de massa e seu período de oscilação livre é medido. Como ω Q = 2π/�, o momento de inércia em relação ao centro de rotação é 22 Q ��� ω = (d) Pelo Teorema de Steiner, o momento de inércia em relação ao centro de massa é dado por 2 * 2 ��= − (e) ������� ���� – Uma serra para cortar tubulações em um processo de produção contínua consiste de um disco grande de raio � e massa �, podendo girar em torno do centro O ligado a uma barra leve, de comprimento �, em cuja extremidade é montado um motor de massa m contendo um disco de corte (Figura 2.39). O sistema pode oscilar no planoem torno do ponto O. (a) Determinar o período da oscilação natural do sistema para pequenos ângulos, (b) Determinar a velocidade linear máxima do motor se o braço é deslocado inicialmente de um ângulo θ0 e depois liberado. Mecânica das Vibrações - Capítulo 2 – Conceitos Básicos de Vibrações 52 � ��� ���� – Pêndulo físico composto. �������� (a) Aplicando a 2ª Lei de Newton para a rotação em torno do ponto O tem-se ( ) sen 2 �� � �θ θ= − +�� (a) Para θ pequeno ( ) 0 2 �� � �θ θ+ + =�� (b) O momento de inércia em torno de O é ( )2 21 22 P 0 � * � ��= + = + + (c) O período da oscilação natural é ( ) ( ) 2 21 22 2HT Q HT � � � ��� � � �� � � π π + + = = + (d) (b) Como ω Q =2π/� Q , tem-se que θ = θ0 cos ωQ�. A velocidade angular é 0 sen Q Q�θ θ ω ω= −� . O seu valor máximo é ( ) ( )max 0 0 2 21 2 Q �� � � � � � �� θ θ ω θ + = = + + � (e) � ��� ��'" – Vibração de corpos flutuantes. ������� ���' – Um cilindro sólido de raio � está imerso parcialmente em água destilada como ilustra a Figura 2.40. Determinar a frequência natural de oscilação do cilindro na direção vertical, assumindo que permanece na posição vertical. As densidades do cilindro e da água são ρ F e ρ Z . Mecânica das Vibrações - Capítulo 2 – Conceitos Básicos de Vibrações 53 �������� O deslocamento vertical do cilindro medido a partir de sua posição de equilíbrio é x. O peso da água deslocada (empuxo) é ��ρ Z �. Esta é força restauradora, de acordo com o Princípio de Arquimedes. A massa do cilindro é �,ρ F . Da 2ª Lei de Newton, a equação do movimento é 0 F Z �,� �� �ρ ρ+ =�� (a) ou 0Z F � � � , ρ ρ + =�� (b) portanto Z Q F � , ρ ω ρ = (c) Como parte da água se move junto com o cilindro, a frequência natural real será um pouco menor. A massa de água acrescida é: 3 3 2 2 esfera 12 disco 3 movendo-se perpendicularmente a superficie plana placa com forma retangular 4 cilindro circular movendo-se perpendicularmente ao seu eixo 4 � � - * -* � * πρ π πρ πρ → → → → ������� ���( � Um corpo de massa �1 está suportado por uma mola de rigidez � (Figura 2.41). Uma massa � cai de um altura , sobre o corpo ocorrendo um impacto perfeitamente plástico. Determinar a expressão da vibração resultante e a frequência natural do sistema após o impacto. equilíbrio � �1 � �0 �1 , �� � �,� 2= �0 � ��� ��'� – Vibração devida ao impacto. �������� Em primeiro lugar determina-se a velocidade da massa � no momento do impacto. A seguir, utilizando o princípio da conservação da quantidade de movimento, calcula-se a velocidade do conjunto após o impacto, que é a velocidade inicial do movimento das duas massas se vibrando como um corpo rígido. Quando a massa � atinge o corpo �1, possui velocidade 2� �,= . O princípio da conservação da quantidade de movimento estabelece que ( )1 0�� � � �= + onde �0 é a velocidade das duas massas após o impacto. Neste instante o sistema não estará na sua posição de equilíbrio estático. Se a massa �1 for carregada com uma carga adicional ��, a posição de equilíbrio estático estaria 0 �� �δ = abaixo da posição do impacto. Se o movimento é medido a partir desta posição (impacto), as condições iniciais são 0 0 1 , 2�� �� � �, � � � − = = + (a) A equação do movimento é similar à Eq. (2.29) Mecânica das Vibrações - Capítulo 2 – Conceitos Básicos de Vibrações 54 ( )1 0� � � ��+ + =�� (b) com 1 Q � � � ω = + (c) A solução, em função das condições iniciais, é dada pela Eq. (2.34), resultando em ( ) ( ) 1 0 0 1 1 2 2 cos sen cos sen sen cos Q Q Q Q Q Q � �, � ��� �, �� � � � � � � � � � � � � � � � �� � � ω ω ω ω ω ω +− = + = + = − + + ��( # , -����� 2 &�� � � ������ ��� *������ ����� , ����� O amortecimento representa a capacidade do sistema em dissipar energia. Como modelo mais simples de amortecimento se apresenta o � ����� ���� � �����, assim chamado pois representa a força dissipativa proporcionada por um fluido viscoso. Esta força tem como característica principal ser proporcional à velocidade relativa entre as superfícies em movimento quando existe um fluido separando-as. Esta proporcionalidade garante que a equação diferencial do movimento não perderá nenhuma de suas características enunciadas na seção 2.4.1. A força de amortecimento viscoso � D �tem como expressão � �� D = − � (2.38) onde ��é a chamada ��������� �� � ����� ����. ��(�� # �%����� � ��& ����� � (a) �� � � ��. ��� � Sistema Diagrama de corpo livre (b) � ��� ��'� # Sistema de um grau de liberdade com amortecedor viscoso A Figura 2.42a mostra o esquema de um sistema de um grau de liberdade com amortecimento. Se a força de amortecimento for de natureza viscosa, será igual a (2.38) e o diagrama de corpo livre da Figura 2.42b permite que se escreva a seguinte equação, ao se aplicar a Segunda Lei de Newton �� �� ���� �= − − que pode ser escrita na forma �� �� ���� �+ + = 0 (2.39) A solução de (2.39) tem forma ( )� � /�VW= que, introduzida na equação, resulta ( )�0 �0 � /� VW2 0+ + = que tem solução não trivial quando a equação característica �0 �0 �2 0+ + = (2.40) Mecânica das Vibrações - Capítulo 2 – Conceitos Básicos de Vibrações 55 for satisfeita. Isto só é possível se as raízes forem 0 � � �� � � � � � � �1,2 2 24 2 2 2 = − ± − = − ± − (2.41) Como as duas raízes satisfazem a equação diferencial (2.39), a solução resultante será uma combinação linear das mesmas na forma ( )� � / � / �V W V W= +1 21 2 (2.42) ��(�� # � ������ ��-#������� �6 �� � ������� ������� � � �����#������� �� A forma funcional de (2.42) depende fundamentalmente da natureza das raízes (2.41): se complexas ou reais. Para facilitar a notação, antes de estudar a influência da natureza das raízes na forma funcional, deve-se definir alguns parâmetros auxiliares. ��(���� # ��������� � *������ ����� ���� �� A constante de amortecimento crítico � F �é definida como o valor de � que faz com que o discriminante ∆ de (2.41) se anule. Isto porque, é do sinal deste discriminante que depende a natureza das raízes: ∆ > 0 �implica em raízes reais enquanto que para ∆ < 0 as raízes formarão um par complexo. ∆ = 01�se apresenta como o limite entre estas duas situações distintas. Tem-se então � � � � F 2 0 2 − = de forma que � � � � � F Q = =2 2 ω (2.43) ��(���� # ����� � *������ ����� A constante de amortecimento � dá uma indicação da relação entre a força de amortecimento e a velocidade relativa entre as partes em movimento. Ela, porém não proporciona uma visão da �� ��� ������ �2������� �2 que atua sobre o sistema real, uma vez que uma força de amortecimento pode ser grande para um sistema e pequena
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